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CADERNO DE ATIVIDADES

Letras
Disciplina: Estrutu
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Tema 02: A Educa
Caderno de Atividades
Letras

Disciplina
Estrutura e Organização da Educação Brasileira

Coordenação do Curso
Odete Aléssio Pereira
Cleudimara Sanches

Autor
Lindolfo Anderson Martelli

FICHA TÉCNICA Revisão Textual


Alexia Galvão Alves
Equipe de Gestão Editorial Giovana Valente Ferreira
Regina Cláudia Fiorin Ingrid Favoretto
João Henrique Canella Fiório Julio Camillo
Priscilla Ramos Capello Luana Mercúrio
Análise de Processos Diagramação
Juliana Cristina e Silva Célula de Inovação e Produção de Conteúdos
Flávia Lopes
Chanceler Pró-Reitor de Graduação
Ana Maria Costa de Sousa Eduardo de Oliveira Elias

Reitora Pró-Reitor de Extensão


Leocádia Aglaé Petry Leme Ivo Arcangêlo Vedrúsculo Busato

Pró-Reitor Administrativo Pró-Reitora de Pesquisa e PósGraduação


Antonio Fonseca de Carvalho Luciana Paes de Andrade

Realização:

Diretoria de Planejamento de EAD


José Manuel Moran
Barbara Campos

Diretoria de Desenvolvimento de EAD


Thais Costa de Sousa

Gerência de Design Educacional


Rodolfo Pinelli
Gabriel Araújo

Como citar esse documento:


MARTELLI, Lindolfo Anderson, Estrutura e
Organização da Educação Brasileira. Valinhos:
Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-32.
Disponível em: <http://www.anhanguera.com>.
Acesso em: 02 jan. 2014.

© 2013 Anhanguera Educacional


Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua
portuguesa ou qualquer outro idioma.
Tema 02
A Educação Escolar Pública

seções
S e ç õ e s
Tema 02
A Educação Escolar Pública
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Educação Escolar: Políticas,
Estrutura e Organização, dos autores José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e
Mirza Seabra Toschi, editora Cortez, 2012, PLT 748.

Roteiro de Estudo:
Estrutura e Organização
Lindolfo Anderson Martelli
da Educação Brasileira

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• O impacto das transformações tecnológicas na oferta de uma educação pública de


qualidade.

• Como se dá o processo de mercantilização da educação brasileira.

• As discussões teóricas sobre a importância do Estado na promoção da cidadania a


partir das novas tecnologias.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais são as influências do neoliberalismo na educação?

• Quando se iniciou o processo de mercantilização da educação pública?

• Qual a responsabilidade do Estado diante das novas demandas educacionais que se


colocam?

LEITURAOBRIGATÓRIA
A Educação Escolar Pública
O tema anterior tratou das transformações vividas pela sociedade nos últimos anos,
as quais influenciam decisivamente a educação escolar na contemporaneidade. Você
percebeu que o neoliberalismo defendido pelo atual modelo econômico capitalista pressiona
cada vez mais a escola para que atenda aos interesses do mercado, que é segregador e
coloca a educação pública como ineficiente diante das novas demandas impostas pela pós-
modernidade. Você pôde compreender que a escola não pode perder sua função formadora
e que teóricos como Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) defendem uma radical reforma na
maneira como a escola se prepara para enfrentar as ambivalências e ambiguidades da pós-
modernidade, repensando seu papel social diante das contradições existentes no capitalismo
e nos ideais neoliberais. Portanto, mais do que nunca, as mudanças que precisam ocorrer
na escola devem preparar cidadãos reflexivos capazes de entender o mundo, seu país, sua
realidade e de transformá-lo positivamente.

Com a emergência de uma economia fortemente influenciada pela onipresença


tecnológica na cadeia produtiva, no mundo do trabalho, em que informação e conhecimento
substituem produção de bens materiais, as escolas têm reconsiderado a forma como
tratam os processos de ensino e aprendizagem. A sociedade pós-moderna está diante
de uma nova forma de compreender o homem e o conhecimento, que, para Pierre Lévy
(2005), configura-se como ciberespaço, onde as tecnologias ampliam, exteriorizam

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LEITURAOBRIGATÓRIA
e modificam as funções cognitivas humanas. A internet é a grande promotora desta
nova forma de relação com o conhecimento, pois antes dela todas as comunidades se
organizavam dentro de espaços físicos e agora transcendem esta dimensão rompendo
as barreiras de tempo e espaço.

A reforma sugerida por Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 126) para a educação pública,
diante da globalização, deve contemplar a inclusão digital como um dos elementos
fundamentais para o livre exercício da cidadania. O acesso às novas tecnologias e o uso
destas são um dos pilares fundamentais para propiciar a democracia e a cidadania, pois
garantem que as pessoas usufruam do exercício dos seus direitos. As políticas neoliberais
promovem cada vez mais a capacitação e a requalificação dos trabalhadores para satisfazer
as exigências do sistema produtivo e a formação de consumidores exigentes para o mercado
diversificado, sofisticado e competitivo.

No novo processo de produção, em que estão presentes as novas tecnologias e


as novas ou mais flexíveis e eficientes formas de organização da produção, não
há praticamente lugar para o trabalhador desqualificado, com dificuldades de
aprendizagem permanentes, incapaz de assimilar novas tecnologias, tarefas e
procedimentos de trabalho, sem autonomia e sem iniciativa... A desqualificação
passou a significar exclusão do novo processo produtivo (LIBÂNEO; OLIVEIRA
;TOSCHI, 2012, p. 124).

Para os autores Libâneo, Oliveira e Toschi, a educação construída a partir da lógica guiada
pelo mercado neoliberal não garante a qualidade da educação, pelo contrário, cabe ao
Estado assumir sua responsabilidade de controle do progresso técnico e da promoção de
uma educação pública de qualidade.

A partir de 1968, durante o Regime Militar, as instituições de ensino privado passaram a


ganhar força. Até aquele momento, o seguimento privado era composto por ordens religiosas,
confessionais e comunitárias. Não era prevista juridicamente a existência de empresas na
área da educação. Portanto, prevaleciam as iniciativas beneficentes e sem fins lucrativos,
amparadas pela renúncia fiscal dos impostos sobre a renda, os serviços, o patrimônio e os
recursos estatais. Esse cenário passa a mudar drasticamente a partir da década de 1990 no
Brasil com o governo de Fernando Henrique Cardoso, que buscou evidenciar a dissimulação
do sistema de ensino que se mantinha como assistencial, beneficente, filantrópico, mas que
buscava o lucro, a mercantilização e os interesses mercadológicos.

Por pressão do Banco Mundial em 1994, foi necessário que ocorressem mudanças na
legislação educacional no Brasil, com o objetivo de redirecionar recursos da educação
superior para a educação fundamental. Tal política fortaleceu a expansão das instituições
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LEITURAOBRIGATÓRIA
privadas de ensino superior. Muitas instituições que funcionavam como entidades sem
fins lucrativos, principalmente de caráter confessional religioso, cresceram e se tornaram
grandes centros de ensino, todavia na prática estavam mais interessadas no lucro e na
expansão comercial do que em projetos educacionais beneficentes. A Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) em 1996, regulamentada pelo decreto n. 2.207/1997 substituído pelo decreto
n. 2.306/1997, estabeleceu o aparato normativo que previa os requisitos necessários para
diferenciação entre as instituições não lucrativas e as empresas educacionais1.

1 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado


à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei (Constituição Federal, 1988).

Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:

I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas


por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as
características dos incisos abaixo;

II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas
ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins
lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade;
(Redação dada pela Lei nº 12.020, de 2009);

III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas
ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional ou ideologia
específicas e ao disposto no inciso anterior;

IV – filantrópicas na forma da lei.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
De acordo com Carvalho (2011), mesmo diante das sanções impostas pela lei que acabava
com a imunidade fiscal para muitas instituições configuradas como lucrativas, a redução
dos custos operacionais foi garantida, pois elas aderiram ao Programa Universidade para
Todos (Prouni) a partir de 2005. O Programa foi diretamente ao encontro dos interesses da
iniciativa privada à medida que as instituições foram beneficiadas pelo Estado com a isenção
do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e de três contribuições: Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
Social (Cofins) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS).

Nessa lógica, as instituições de ensino privadas continuam recebendo recursos públicos


indiretamente. Recentemente as instituições de ensino, principalmente ligadas ao ensino
superior, têm racionalizado seu processo financeiro e administrativo, consolidando fusões,
ofertando ações negociadas na Bolsa de Valores, recebendo investimentos do capital externo
e centralizando suas operações no mercado financeiro. Para Carvalho (2011), esta é a nova
feição do processo de mercantilização, caracterizado como um movimento multifacetado de
financeirização, oligopolização e internacionalização da educação brasileira. Nos bastidores
desse processo está a atuação de bancadas do Congresso Nacional financiadas por grupos
de interesse.

A educação assumiu a perspectiva de mercadoria ou serviço que se compra, e


não de um direito universal, o que a leva a tornar-se competitiva, fragmentada,
dualizada e seletiva social e culturalmente (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI;
2012, p. 132).

Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 132), em todas as reformas educativas, a partir
de 1980, a questão da qualidade aparece como central. Todavia, diante da nova ordem
mercantilista, a qualidade não pode ser tratada conforme os parâmetros economicistas.

A escola não é empresa. O aluno não é cliente da escola, mas parte dela. É
sujeito que aprende, que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida.
Além disso a escola implica formação voltada para a cidadania, para a formação
de valores – valorização da vida humana em todas as dimensões. Isso significa
que a instituição escolar não produz mercadoria, não pode pautar-se pelo “zero
defeito”, ou seja, pela perfeição (SILVA, apud LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,
2012, p. 132).

Os autores criticam a forma como as políticas educacionais têm orientado os caminhos


da Educação Pública. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 130), é necessário
estabelecer um projeto nacional de desenvolvimento econômico e social. É preciso que
o Estado recupere seu poder de ação em áreas que interessam a toda a sociedade, de

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LEITURAOBRIGATÓRIA
maneira que não permaneça à mercê dos organismos financeiros internacionais e das
entidades supranacionais.

Diante da globalização econômica, da transformação dos meios de produção


e do avanço acelerado da ciência e da tecnologia, a educação escolar precisa
oferecer respostas concretas à sociedade, formando quadros profissionais
para o desenvolvimento e para a geração de riquezas que sejam capazes,
também, de participar criticamente desse processo (LIBÂNEO; OLIVEIRA;
TOSCHI, 2012, p. 131).

Se a Educação precisa ser entendida como fator da realização da cidadania, com padrões de
qualidade da oferta e do produto, buscando superar as desigualdades sociais e a exclusão
social, na contemporaneidade ela precisa acompanhar os avanços tecnológicos. O Estado
precisa oferecer condições para que ocorra a articulação entre a escola e o mundo do trabalho,
como instrumento de promoção da cidadania, incorporando conhecimentos, habilidades
técnicas, novas formas de solidariedade social e o vínculo do trabalho pedagógico às lutas
sociais pela democratização do Estado. Se a inclusão digital é uma necessidade inerente da
pós-modernidade, ela deve ser considerada um novo fator de cidadania, ofertada a todos.

A educação deve ser entendida como fator de realização da cidadania, com


padrões de qualidade da oferta e do produto, na luta contra a superação das
desigualdades sociais e da exclusão social (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,
2012, p. 133).

Para os autores, o governo brasileiro na contemporaneidade orienta-se no sentido da


crescente desobrigação do Estado com a educação tecnológica, criando as condições
jurídicas para privatizá-lo; permitindo o repasse de verbas públicas para instituições privadas;
criando modalidades de ensino que dissociam a educação geral da educação profissional e,
em certos casos, prescindindo da educação básica.

É na formulação do grande objetivo do desenvolvimento – o ser humano, ao mesmo


tempo pessoa e sociedade – que se encontra a íntima conexão ou o divórcio em relação à
democracia e à educação. Conforme Arruda e Boff (2000, p. 19), para a cultura do capital,
o desenvolvimento é sinônimo de crescimento econômico e este é tomado como um
fim em si mesmo. Sendo o capital privado o sujeito deste processo, apenas um número
limitado de pessoas – a elite econômica, financeira e política – exerce plenamente o direito
democrático e tem acesso a uma educação mais abrangente. Persiste, ainda segundo os
autores, portanto, um conceito estreito e reducionista de desenvolvimento, num contexto
político excludente ou subordinador da maioria.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Embora ainda existam escolas em que os recursos tecnológicos mais elementares como
televisor e reprodutores de DVDs nem sequer foram adotados, aonde os investimentos
públicos em tecnologia não chegam, este cenário tem se revertido nos últimos anos. A
maioria das escolas está equipada com televisão, DVDs, rádio, computadores e acesso
à internet. Esses recursos estão presentes na grande maioria das escolas que compõem
a rede pública de ensino, inclusive com alto grau de sofisticação tecnológica no que diz
respeito a computadores e demais equipamentos eletrônicos, em institutos e universidades
federais e estaduais. Em certa medida, existe por parte dos governos uma tentativa de
acompanhar a celeridade das mudanças ocorridas no âmbito tecnológico.

Embora exista essa preocupação, a morosidade nas licitações, na implementação dos


recursos tecnológicos, a admissão de equipamentos com o menor custo e a celeridade
com que estes são superados fazem com que, ao serem implantados na escola, já estejam
parcialmente defasados em relação ao que há de mais moderno no mercado. O apelo à
modernização, as armadilhas da lógica produtiva baseada no efêmero, a retórica sobre a
necessidade de acompanhar os avanços tecnológicos, as mudanças de padrão e até mesmo
o elemento simbólico por trás de um novo design e um novo conceito tornam superados
equipamentos relativamente novos.

Para superar tal lógica perversa, o Estado responde com aporte de volumosos recursos,
que visam modernizar a escola, muitas vezes pressionado por setores industriais. Um
exemplo claro da tecnologia efêmera são os videocassetes que na década de 1990 foram
comprados com intuito de formar professores e servir de instrumento pedagógico nas salas
de aulas. Esses equipamentos foram superados por DVDs em um tempo muito curto. Os
computadores também representam importantes recursos tecnológicos que rapidamente são
defasados, uma vez que softwares cada vez mais sofisticados exigem maior performance e
desempenho, transformando os equipamentos em verdadeiros entulhos em muitas escolas.

Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 133) são três os objetivos fundamentais que devem
servir de base para a construção de uma educação pública de qualidade no contexto atual:
preparação para o processo produtivo e para a vida em sociedade técnico-informacional,
formação para a cidadania crítica e participativa e formação ética. Essa preparação precisa
ser entendida como sistêmica, ou seja, não basta fornecer os recursos tecnológicos, é preciso
que exista uma reforma na escola em sua maneira de tratar a comunicação, de pensar
seus métodos de ensino, de produzir conhecimento. Para Barbero (apud CITELLI; COSTA,
2011, p. 123), os recursos tecnológicos não são uma solução mágica que vem melhorar a
educação, é preciso mudar o modelo de comunicação vigente no sistema escolar. Segundo

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LEITURAOBRIGATÓRIA
ele, o modelo predominante é vertical, autoritário na relação professor/aluno e linearmente
sequencial no aprendizado. Introduzir nesse modelo meios e tecnologias modernizantes é
reforçar ainda mais os obstáculos de nossa sociedade.

Para que o processo de transformação da educação ocorra em sintonia com os novos


paradigmas da pós-modernidade, é necessário investir na formação humana, na
instrumentalização e na capacitação teórico-prática dos agentes de mudança que fazem
parte da comunidade escolar. O Brasil permanece com desigualdades sociais, socioculturais
e regionais agudas, com uma educação muito ligada aos modelos tradicionais. A introdução
de políticas educacionais e ações sistemáticas que visam democratizar o uso dos recursos
tecnológicos nas escolas tem sido construída basicamente a partir de projetos que adotam
o computador e a internet como ferramentas de ensino-aprendizagem.

No Brasil, grandes projetos governamentais em informática na educação têm sido


implantados desde a década de 1980, como o projeto Educom (Educação e Computador),
cujo objetivo era criar centros de pesquisa sobre informática na educação a fim de
formar profissionais habilitados para o uso de softwares educacionais. As autoras Brito
e Purificação (2008, p. 67), lembram que nessa época houve muita euforia em torno das
novas tecnologias voltadas para a educação, mas que aos poucos foi se esvaecendo à
medida que se percebeu que a tecnologia em si não possibilitava renovação na relação
ensino-aprendizagem.

Paralelo a este momento, surgiram muitas escolas seculares de informática, e professores do


ensino público buscaram fora da escola a capacitação de que necessitavam para exercer sua
atividade profissional. Os conhecimentos extraescolares, seja por cursos especializados ou por
iniciativa pessoal, seja mesmo com a ajuda de outros, não garantiam suficiente embasamento
para a grande maioria dos professores no Brasil. Esse apontamento apresentado por Brito
e Purificação (2008, p. 67-68) demonstra que a tecnologia adotada em escolas públicas foi
utilizada em contrapeso a um conhecimento teórico e prático por parte dos profissionais de
educação, gerando, assim, um desapontamento quanto ao seu uso.

O barateamento contínuo dos serviços de internet tem contribuído para que a informática
esteja presente nos laboratórios e salas de aula escolares. A partir da década de 1990,
a internet passa a fazer parte da realidade de muitas escolas brasileiras, principalmente
das localizadas em centros urbanos. Os professores encontraram novas fronteiras que
precisavam ser exploradas e compreendidas, e o acesso ao conhecimento se tornou
universal. Em 1997 foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo),

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LEITURAOBRIGATÓRIA
que determina a distribuição de computadores para escolas do ensino fundamental e a
criação dos Núcleos de Tecnologias Educacionais, que respondiam pela capacitação
docente. Através do ProInfo, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com
o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), compra, distribui e instala
laboratórios de informática nas escolas públicas. Por sua vez, os governos locais (prefeituras
e governos estaduais) devem providenciar a infraestrutura das escolas, indispensável para
que elas recebam os computadores.

Acompanhe no Quadro 2.1 as principais ações da política de informática educativa no Brasil.

Quadro 2.1 – Ações da Política de Informática Educativa no Brasil

Ano Ações
A Secretaria Especial de Informática (SEI) efetuou uma proposta para
1979 os setores educacionais, agrícola, da saúde e industrial, visando à
viabilização de recursos computacionais em suas atividades.
A SEI criou uma Comissão Especial de Educação para colher subsídios,
1980
visando gerar normas e diretrizes para a área de informática na educação.
I Seminário Nacional de Informática na Educação (SEI/MEC/CNPQ) –
Brasília.
Recomendações: as atividades da informática educativa devem ser
balizadas por valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos da realidade
1981
brasileira; os espaços técnico-econômicos devem ser equacionados não em
função das pressões do mercado, mas dos benefícios socioeducacionais;
não se deve considerar o uso de recursos computacionais como nova
panaceia para enfrentar os problemas.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
II Seminário Nacional de Informática Educativa (Salvador), que contou
com a participação de pesquisadores das áreas de educação, sociologia,
informática e psicologia. Recomendações: que os núcleos de estudos
fossem vinculados às universidades, com caráter interdisciplinar,
priorizando o ensino de 2° grau, não deixando de envolver outros grupos
de ensino; que os computadores fossem um meio auxiliar do processo
1982
educacional, devendo se submeter aos fins da educação e não determiná-
los; que o seu uso não fosse restrito a nenhuma área de ensino; a
priorização da formação do professor quanto aos aspectos teóricos, à
participação em pesquisa e experimentação, além do envolvimento com
a tecnologia do computador; por fim, que a tecnologia a ser utilizada fosse
de origem nacional.

Criação do Projeto Educom – Educação com Computadores. Foi a primeira


ação oficial e concreta para levar os computadores até as escolas públicas.
1983 Foram criados 5 centros-piloto, responsáveis pelo desenvolvimento de
pesquisa e pela disseminação do uso dos computadores no processo de
ensino-aprendizagem.

Oficialização dos centros de estudo do Projeto Educom, o qual era


composto pelas seguintes instituições: UFPE (Universidade Federal de
Pernambuco), UFRJ (Rio de Janeiro), UFMG (Minas Gerais), UFRGS
1984
(Rio Grande do Sul) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Os
recursos financeiros para este projeto eram oriundos do Finep, Funtevê e
do CNPQ.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Criação do Comitê Assessor de Informática para Educação de 1° e 2°
graus (Caie/Seps), subordinado ao MEC, tendo como objetivo definir os
rumos da política nacional de informática educacional, a partir do Projeto
Educom. As suas principais ações foram:
Realização de concursos nacionais de softwares educacionais, redação
1987
de um documento sobre a política por eles definida, implantação de
Centros de Informática Educacional (CIEs) para atender cerca de 100.000
usuários, em convênio com as Secretarias Estaduais e Municipais de
Educação; definição e organização de cursos de formação de professores
dos CIEs e execução da avaliação e da reorientação do Projeto Educom.

Instituído pelo MEC, através da Portaria Ministerial n. 549/1989, o Programa


Nacional de Informática na Educação (Proninfe) teve como objetivo
desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades
1989 e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação
pedagógica, sólida e atualizada, a fim de assegurar a unidade política,
técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos
envolvidos.

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LEITURAOBRIGATÓRIA
Criação do ProInfo (Programa Nacional de Informática na Educação),
projeto que visava à formação de NTEs (Núcleos de Tecnologias
Educacionais) em todos os estados do país. Esses NTEs, num primeiro
momento, foram formados por professores que passaram por uma
capacitação de pós-graduação referente à informática educacional. A
proposta é que atuem como multiplicadores dessa política. Atualmente
existem diversos projetos estaduais e municipais de informática na
educação vinculados ao ProInfo/Seed/Mec. O Projeto UCA (um computador
por aluno) é uma iniciativa do governo federal, que, desde 2005, distribui
computadores portáteis aos alunos da rede pública de ensino. Foi um
projeto que complementou as ações do MEC referentes a tecnologias
na educação, em especial os laboratórios de informática, produção e
disponibilização de objetivos educacionais na internet dentro do ProInfo
1997 a 2013 Integrado, que promove o uso pedagógico da informática na rede pública
de ensino fundamental e médio. Além dessa iniciativa, existe o Prouca
(programa um computador por aluno), instituído pela Lei n. 12.249, de 14
de junho de 2010, com o objetivo de promover a inclusão digital pedagógica
e o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de alunos
e professores das escolas públicas brasileiras, mediante a utilização de
computadores portáteis denominados laptops educacionais.
Em 2011, o ProInfo Integrado buscou mediante pregão eletrônico baratear
os custos de tablets para que possam ser adquiridos pelos governos
estaduais. Os tablets devem integrar conteúdos do Portal do Professor/
MEC; Portal Domínio Público; Khan Academy (física/matemática/biologia/
química): tradução para português com parceria da Fundação Lemann e
Projetos de Aprendizagem Educacionais (Banco Internacional de Objetos
Educacionais – MEC); Coleção Educadores.

Fonte: adaptado de Brito e Purificação (2008, p. 71-73).

Para Bernardes e Santos (2009, p. 66), tendo em vista a precariedade do ensino público
brasileiro e as tentativas de atender às demandas mercadológicas neoliberais e às exigências
(inter)nacionais de alfabetização tecnológica, o Ministério da Educação (MEC) impulsionou

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o ProInfo numa política de governo para ampliação de acesso às tecnologias da informação
e comunicação.

Embora existam sólidas políticas voltadas para o uso de tecnologias na educação, em


todos os níveis, desenvolvidas pelo governo federal, o que se percebe é que, dadas a
dimensão e a amplitude da rede pública, essas políticas não conseguem contemplar todas
as demandas existentes, principalmente em pequenas cidades e regiões rurais. Esse
cenário fica mais crítico nas redes estaduais e municipais de educação, uma vez que na
maioria das vezes faltam políticas educacionais que incorporem, de maneira eficiente, as
tecnologias como ferramenta de suporte a educação. Bernardes e Santos (2009, p. 69)
chamam a atenção para a necessidade de apropriação crítica e democrática dos conteúdos
científicos e tecnológicos, pois a comunidade escolar tem se atido mais às questões de
ordem metodológica e de infraestrutura como a criação de salas de informática, caindo na
armadilha de esvair os conteúdos em favorecimento da forma, da técnica.

LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o artigo A incorporação das TIC nas escolas: desafios contemporâneos, escrito por
Clésia Maria Hora Santana. O artigo trata incorporação das tecnologias da informação e
da comunicação nas escolas públicas e suas relações com uma proposta de educação
vinculada à problemática de uma sociedade digital em constante metamorfose. Discute
ainda a necessidade de políticas públicas de formação continuada dos professores para
que essa integração não se configure em uma mera transposição de velhas práticas.
Disponível em: <http://epealufal.com.br/media/anais/348.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

19
LINKSIMPORTANTES
Leia o artigo As novas tecnologias na educação e seus reflexos na escola e no mundo do
trabalho, escrito por Iracy de Sousa Santos, que trata das novas tecnologias na educação
e do papel da escola. A autora questiona o processo de democratização destas tecnologias
de acesso a elas ao tratar de questões como infraestrutura dos ambientes escolares e
formação do educador para enfrentar os desafios postos pela sociedade da informação.
O Disponível em: <http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppII/pagina_PGPP/Trabalhos2/
Iracy_de_Sousa_Santos.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Fique por dentro do documento Políticas Públicas para a Educação Profissional e


Tecnológica, elaborado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do
Ministério da Educação, em 2004. O documento apresenta os compromissos do governo
federal com a educação básica. Entre esses objetivos estão a redução das desigualdades
sociais, o respeito e o fortalecimento da cidadania, reconhecendo em todos os momentos
que à educação profissional e tecnológica cabe uma posição estratégica importante como
elemento criativo de alavancagem, também com outras políticas e ações públicas, para o
desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/p_publicas.pdf>. Acesso em:
02 jan. 2014.

Leia o artigo A mercantilização da educação superior brasileira e as estratégias de mercado


das IEs lucrativas, escrito por Cristina Helena Almeida de Carvalho, docente da Universidade
de Brasília. O artigo trata das estratégias adotadas pelas Instituições de Ensino Superior
no Brasil, pós-LDB de 1996, de crescimento e lucratividade com a adoção de diversas
estratégias de mercado na direção da financeirização, oligopolização e internacionalização
do seu capital.
Disponível em: <http://www.anped11.uerj.br/35/GT11-2301_int.pdf>. Acesso em: 02
jan. 2014.

Acesse o Portal do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e fique por dentro


dos principais programas desenvolvidos pelo ProInfo.
Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/programa-nacional-de-tecnologia-
educacional-proinfo/proinfo-perguntas-frequentes>. Acesso em: 02 jan. 2014.

20
LINKSIMPORTANTES
Vídeos Importantes
Assista ao vídeo “Capacitação de professores para novas tecnologias_ProInfo”.
Disponível em: <http://youtu.be/4sGaRVeyXOs>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Ele apresenta como ocorre a capacitação de professores para a adoção de tecnologias da
educação pelo sistema ProInfo, do governo federal.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: Questão 2:
Não se pode negar a importância dos meios A globalização tem forçado os países a in-
de comunicação no cotidiano. O rádio, a te- vestir maciçamente em tecnologia, transfor-
levisão e cada vez mais a internet consti- mando as relações do mundo do trabalho.
tuem fontes de informação sobre a realida- Na pós-modernidade, o chamado ciberes-
de. Quais são as armadilhas presentes no paço está relacionado com as novas for-
uso das informações veiculadas pela mídia mas de produção, criação e trabalho. Quais
e pela internet das quais os professores atividades dependem do ciberespaço para
devem ter consciência? serem exercidas?

a) Plantar hortaliças, cultivar flores, irrigar


plantações.
21
AGORAÉASUAVEZ
b) Comprar ações na Bolsa de Valores, a) Sobre os computadores que precisam
transferir recursos financeiros, fazer um ter alta performance e desempenho.
curso a distância, ler um livro.
b) Sobre a velocidade da internet que
c) Visitar um museu, beber água, precisa assegurar a rápida transmissão
fotografar, comemorar um gol. dos dados

d) Cozinhar, visitar um cliente, anotar c) Sobre a escola que precisa ter


informações, resolver uma prova. infraestrutura adequada para atender a
todos os alunos tecnologicamente.
e) Limpar a casa, cortar grama, monitorar
a segurança, capinar. d) Sobre os softwares que precisam ser
planejados para desempenhar funções
complexas e cada vez mais indutivas.
Questão 3:
Na pós-modernidade, a educação enfrenta e) Sobre o capital humano que precisa
um grande desafio: promover o uso das no- ser capacitado para o uso adequado das
vas tecnologias e o acesso a elas para que tecnologias.
os indivíduos possam exercer livremente
sua cidadania. Quando isso não ocorre, Questão 5:
pode-se classificar estes indivíduos como:
Nos últimos anos, as políticas públicas têm
a) Desamparados pelos governos. incentivado a transferência de recursos
públicos para a iniciativa privada median-
b) Desinteressados pela tecnologia. te convênios e programas educacionais.
Esse tipo de política pode ser caracteriza-
c) Excluídos digitalmente.
do como:
d) Mendigos.
a) Globalizado.
e) Analfabetos.
b) Neoliberal.

Questão 4: c) Conservador.

Ao afirmar que a tecnologia em si não possi- d) Marxista.


bilitava renovação na relação ensino-apren-
dizagem, a responsabilidade pelo processo e) Evolucionista.
educativo recai sobre quem?

22
AGORAÉASUAVEZ
Questão 6: iniciativa do governo federal e as políticas
estaduais e municipais no que diz respeito
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996,
ao uso das tecnologias na educação.
regulamentada pelo decreto n. 2.207/1997
substituído pelo decreto n. 2.306/1997, es-
tabeleceu o aparato normativo que previa Questão 10:
os requisitos necessários para diferencia-
O Programa Nacional de Tecnologia Educa-
ção entre as instituições não lucrativas
cional (ProInfo) tem como objetivo promover
e as empresas educacionais. De que ma-
o uso pedagógico da informática na rede
neira a sanção desta Lei buscou moralizar
pública de educação básica. Qual a respon-
o sistema de ensino vigente no Brasil?
sabilidade dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios diante do programa?
Questão 7:
As políticas educacionais no Brasil preve-
em o investimento de grandes somas de re-
cursos em modernização e provimento de
infraestrutura tecnológica para a educação
pública. Apresente alguns dos principais
obstáculos enfrentados pelos governos
para a implantação de recursos tecnológi-
cos na educação.

Questão 8:
Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p.
133), quais são os três objetivos fundamen-
tais que devem servir de base para a cons-
trução de uma educação pública de quali-
dade no contexto da pós-modernidade?

Questão 9:
Apresente as principais contradições exis-
tentes entre as políticas educacionais de

23
FINALIZANDO
Neste tema, tratou-se não só da presença cada vez maior da tecnologia como parte
do cotidiano das pessoas, mas também da impossibilidade de se pode negar a importância
dos meios de comunicação em todos os níveis sociais e todas as faixas etárias. Além
disso, verificou-se que estas tecnologias estão presentes na escola e que cabe ao Estado
mobilizar ações para que os cidadãos possam ser inseridos no mundo tecnológico, uma
premissa para a emancipação e a conquista de direitos na pós-modernidade. É necessário
compreender como ocorrem o uso, a apropriação e a difusão do conhecimento facilitado
por estas tecnologias, e, ao se tratar especificamente da escola pública, cabe avaliar as
políticas educacionais voltadas para a implementação das tecnologias na escola e sua
propagação, uma vez que são fundamentais para o exercício da cidadania.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
seu Desafio Profissional e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

REFERÊNCIAS
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trópolis: Vozes, 2000.

BRASIL. Políticas Públicas para a Educação Tecnológica. MEC, Brasília, 2004.

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BERNARDES, Marciele Berger; SANTOS, Paloma Maria. Desafios Políticos para o Uso
da Informática na Educação no Estado de Santa Catarina. Anais. IX Colóquio Interna-

24
REFERÊNCIAS
cional sobre Gestão Universitária na América do Sul. Florianópolis, 2009. Disponível em:
<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/desafios_politicos_para_o_uso_da_infor-
matica.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

BERTOLIN, Júlio C.G. Avaliação da educação superior brasileira: relevância, diversidade,


equidade e eficácia dos sistemas em tempos de mercantilização. Avaliação, Campinas/
Sorocaba, v. 14, n. 2, p. 251-383, jul. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/aval/
v14n2/a07v14n2.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

BRITO, G. S; PURIFICAÇÃO, I. Educação e Novas Tecnologias: um repensar. Curitiba:


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CARVALHO, Cristina Helena Almeida. A Mercantilização da Educação Superior Brasilei-


ra e as Estratégias de Mercado das IEs Lucrativas. Rio de Janeiro: ANPED/UERJ, 2011.
Disponível em: <http://www.anped11.uerj.br/35/GT11-2301_int.pdf>. Acesso em: 02 jan.
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CITELLI, Adilson. Educomunicação: imagens do professor na mídia. São Paulo: Paulinas, 2012.

CITELLI, Adilson; COSTA, Maria C. C. (Org.). Educomunicação: construindo uma nova


área do conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011.

GUIMARÃES Jr., Mário J.L. O ciberespaço como cenário para as Ciências Sociais. IX
Congresso Brasileiro de Sociologia, Porto Alegre, set. 1999. Disponível em: <http://www.
cfh.ufsc.br/~guima/papers/ciber_cenario.html>. Acesso em: 02 jan. 2014.

JUNGBLUT, Airton Luiz. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre virtua-
lização, comunicação mediada por computador e ciberespaço. Horizontes Antropológicos,
ano 10, n. 21. Porto Alegre, jan./jun. 2004, p. 97-121.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2005.

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA João Ferreira e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação es-
colar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

OLIVEIRA, M. B. A Ciência que Queremos e a Mercantilização da Universidade. Universi-


dade de São Paulo. In: I. LOUREIRO e M. C. S. DEL-MASSO. Tempos de Greve na Uni-
versidade Pública. Marília: Unesp, 2002.

STROZZI, Gina. CAVALCANTI, Carolina Costa. O uso das novas tecnologias a servi-
ço da educação brasileira: enfoque em inclusão digital. Filosofia, Cristianismo Ciência e
Tecnologia Disponível em: <http://www.mackenzie.br/fileadmin/Chancelaria/GT4/Caroli-
na_Cavalcanti_e_Gina_Strozzi.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

25
GLOSSÁRIO
Celeridade: sinônimo de rapidez, velocidade, ligeireza.

Ciberespaço: ciberespaço é um espaço que existe no mundo de comunicação em que


não é necessária a presença física do homem para constituir a comunicação como fonte de
relacionamento. É o espaço virtual para a comunicação disposto por meio de tecnologia.
Apesar de a internet ser o principal ambiente do ciberespaço, em razão de sua popularização
e de sua natureza de hipertexto, o ciberespaço também pode ocorrer na relação do
homem com outras tecnologias como celular, pagers, comunicação entre radioamadores,
entre outros (JUNGBLUT, 2004; GUIMARÃES JR., 1999). Para o filósofo Pierre Lévy, o
ciberespaço é definido como “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial
dos computadores e das memórias dos computadores” (LÉVY, 2005, p. 92).

Efêmero: são coisas transitórias, instantâneas, passageiras, volúveis ou que duram pouco
tempo.

Mercantilização: segundo Oliveira (2002), o termo “mercantilizar”, bem como seus cognatos
“mercantilização”, “desmercantilizar”, e “desmercantilização”, são neologismos, ou seja,
surgidos pelo momento atual. Do ponto de vista do marxismo, mercantilizar um bem é fazê-
lo funcionar como mercadoria, e a mercadoria é o conceito central na análise que Marx faz
do capitalismo. Também se pode dizer que a mercantilização da educação é “o processo
em que o desenvolvimento dos fins e dos meios da educação, tanto no âmbito estatal como
no privado, sofre uma reorientação de acordo com os princípios e a lógica do mercado e
sob a qual a educação [...], gradativa e progressivamente, perde o status de bem público
e assume a condição de serviço comercial” (BERTOLIN, 2007a, p. 107, apud BERTOLIN,
2009, p. 352).

Onipresença: É a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Na teologia,


é um dos atributos da divindade, capaz de estar presente em todos os pontos da criação.

26
GLOSSÁRIO
ProInfo: O ProInfo, inicialmente denominado de Programa Nacional de Informática na
Educação, foi criado pelo Ministério da Educação, pela portaria n. 522 em 9/4/1997, com a
finalidade de promover o uso da tecnologia como ferramenta de enriquecimento pedagógico
no ensino público fundamental e médio. O funcionamento do ProInfo ocorre de forma
descentralizada, existindo em cada unidade da Federação uma Coordenação Estadual,
e os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), dotados de infraestrutura de informática
e comunicação que reúnem educadores e especialistas em tecnologia de hardware e
software. A partir de 12 de dezembro de 2007, mediante a criação do decreto n. 6.300, o
ProInfo passou a ser Programa Nacional de Tecnologia Educacional, tendo como principal
objetivo promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas
redes públicas de educação básica.

Softwares: são programas, processos, regras e eventualmente documentação que


funcionam eletronicamente com o objetivo de operacionalizar informações. Trata-se de um
conjunto de instruções armazenadas em disco(s), chips eletrônicos que determinam os
programas básicos, utilitários ou aplicativos que existem para serem usados. Como exemplo
de softwares estão os sistemas operacionais Windows, Linux, Android, IOS, os antivírus e
jogos eletrônicos.

GABARITO
Questão 1

Resposta: A veracidade e a qualidade dos conteúdos que circulam livremente são muitas
vezes questionáveis, causando resistência de muitos pais e professores em relação ao seu
uso em sala de aula. A mídia pode ser um instrumento muito útil no processo educacional,
a partir do momento em que o seu conteúdo é trabalhado não de forma passiva, mas com
olhar crítico, reflexivo e transformador. A mídia não pode ser tratada como adversária, caso
contrário a escola cada vez mais vai se distanciar dos alunos e das suas realidades. É
necessário que os educadores questionem, interpretem, filtrem, relacionem as informações
de maneira crítica e construam esse olhar sobre a mídia, com os seus alunos.

27
GABARITO
Questão 2

Resposta: Alternativa B.

Embora as demais alternativas tenham ações que podem ser realizadas sem a presença
física, por intermédio da rede de computadores, ou de outros recursos configurados como
ciberespaço – como fazer uma prova, monitorar a segurança e visitar museus sem que
seja necessária a presença física –, somente a alternativa B apresenta uma série de ações
que podem ser realizadas no ciberespaço, como a compra de ações na bolsa de valores,
transferir recursos financeiros, fazer um curso a distância, ler um livro (e-book), fazer uma
ligação telefônica, receber um aviso importante, entre outros.

Questão 3

Resposta: Alternativa C.

Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 126) defendem, diante da globalização, que as políticas
públicas devem promover a inclusão digital, como um dos elementos fundamentais para o
livre exercício da cidadania.

Questão 4

Resposta: Alternativa E.

Para que o processo de transformação da educação ocorra em sintonia com os novos


paradigmas da pós-modernidade, é necessário investir na formação humana, na
instrumentalização e na capacitação teórico-prática dos agentes de mudança que fazem
parte da comunidade escolar.

Questão 5

Resposta: Alternativa B.

Autores como Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) entendem que cabe ao Estado assumir a
responsabilidade de controle do progresso técnico e da promoção de uma educação pública
de qualidade. Quando ocorre o processo de transferência de responsabilidades, a iniciativa
se fortalece. O neoliberalismo compreende justamente a diminuição das responsabilidades
e do poder do Estado e o aumento do poder da iniciativa privada.

28
GABARITO
Questão 6

Resposta: Até a década de 1990 o seguimento de educação privado era composto por
ordens religiosas, confessionais e comunitárias. Não era prevista juridicamente a existência
de empresas na área da educação. Portanto, prevaleciam as iniciativas beneficentes e sem
fins lucrativos, amparadas pela renúncia fiscal dos impostos sobre a renda, os serviços, o
patrimônio e os recursos estatais. A LDB de 1996 evidenciou a dissimulação do sistema de
ensino que se mantinha como assistencial, beneficente, filantrópico, mas que buscava o
lucro, a mercantilização e os interesses mercadológicos.

Questão 7

Resposta: Embora exista a preocupação de oferecer tecnologia de ponta e infraestrutura


para a educação pública, a morosidade nas licitações, na implementação dos recursos
tecnológicos, a contratação e aquisição de equipamentos de baixo custo e a celeridade
com que estes são superados são empecilhos para a modernização das escolas. Existem
fatores como desvios de verbas públicas, especificidades regionais, falta de infraestrutura
nos serviços, baixa qualificação profissional para o uso dos equipamentos, entre tantos outros
fatores que impedem a escola pública de acompanhar os avanços tecnológicos. Fatores como
mudanças de padrão e até mesmo o elemento simbólico por trás de um novo design e um
novo conceito tornam rapidamente superados equipamentos relativamente novos.

Questão 8

Resposta: Para os autores, é necessário que a escola prepare os indivíduos para o


processo produtivo e para a vida em sociedade técnico-informacional, sendo formados para
a cidadania crítica e participativa, com sólida formação ética.

Questão 9

Resposta: Embora existam sólidas políticas voltadas para o uso de tecnologias na educação,
em todos os níveis, desenvolvidas pelo governo federal, o que se percebe é que, dadas
a dimensão e a amplitude da rede pública, essas políticas não conseguem contemplar
todas as demandas existentes, principalmente em pequenas cidades e regiões rurais. Esse
cenário fica mais crítico nas redes estaduais e municipais de educação, uma vez que na
maioria das vezes faltam políticas educacionais que incorporem, de maneira eficiente, as
tecnologias como ferramenta de suporte a educação. Os governos estaduais e municipais
acabam buscando recursos federais e se amparam nas políticas educacionais que possam
trazer subsídios tecnológicos para serem implantados na educação estadual e municipal.

29
GABARITO
Questão 10

Resposta: Cabe aos governos locais (prefeituras e governos estaduais) providenciar a


infraestrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para o uso
das máquinas e tecnologias.

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