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DRAGONLANCE

Fúria na Era do Desespero

Guia de Campanha

Perdidos no Play

Por George “Bravesword” Bonfim

Versão 1.6 – 22.01.2020


Khur, as terras desérticas do sol, areia e silêncio.

As áridas terras de Khur formaram-se com a destruição do Império Sagrado de Istar, causado
pela montanha flamejante vinda dos céus que destruiu grande parte do continente de
Ansalon, no evento conhecido como Cataclismo.

Ao sul de Istar, a antiga nação de Dravinaar fora uma nação subjugada inúmeras vezes pelos
Reis Sacerdotes de Istar. De clima quente, mas composto por planícies e savanas, as legiões
de scatas imperiais de Istar acabaram por dividir a imensidão desta terra em duas províncias,
Dravinaar Oriental e Dravinaar Ocidental, para facilitar o seu governo e evitar novas
insurreições dos nômades conquistados.

Pouco antes do Cataclismo, um carismático líder reuniu os povos e tribos, e teria consolidado
o poder nas províncias de Dravinaar, novamente reunindo os nômades do fragmentado reino.
Contudo, não tardou para que tanto Istar quanto boa parte de Dravinaar fossem tragados
para as profundezas do recém-formado Mar de Sangue de Istar, quando a montanha
flamejante destruiu Istar e reinos adjacentes. Tal líder tribal foi essencial para salvar os
nômades do mesmo destino cruel dos istaranos. Seu nome era Keja, e ele não somente reuniu
os povos, como conseguiu consolidar sua influência durante os duros anos seguintes do
trágico evento.

Keja acabou migrando para o sul, levando muitos sobreviventes consigo, em terras de clima
mais árido, mas não tão inóspitas quanto as savanas remanescentes do norte. Ele chamou
seu novo lar de Khur, e tornou-se o seu primeiro Khan. Junto com seus sete filhos, ele
montou a cidade de Khuri-Khan, reinando por muitos anos e falecendo por velhice. Seus
filhos não concordaram com a forma de sucessão do trono, e acabaram espalhando-se pela
região, onde cada um acabou clamando uma porção do então khanato para si, e desde então
as tribos vivem em constantes conflitos e alianças, em um complexo jogo de poder.

As sete tribos dos Khur são:

• Fin-Maskar: tribo costeira, formada principalmente por pastores, pescadores e


trabalhadores em madeira, uma das tribos mais prósperas dos Khur. Vivem ao norte
do deserto, tendo migrado com o tempo para as savanas próximas à Porto Balifor.
São extremamente independentes, não mais ligados ao Khan de Khur. Seu totem é
o Cervo, e ela foi formada pelo sétimo filho de Keja, o primeiro khan, chamado Fin-
Maskar;

• Hachakee: possuem uma excelente habilidade como criadores de cavalos, vivem na


parte norte do deserto, e também não juraram lealdade ao Khan de Khur. Seus
guerreiros montados são muito renomados, seu totem é a Raposa do Deserto, e a
tribo foi criada por Hachakee, o quarto filho do khan Keja;

• Khur: tribo ligada à Casa Real de Khur, vivem no coração do deserto, incluindo a
capital Khuri-Khan. Muitos deles abandonaram a vida nômade, vivendo ao invés
disso nas cidades e vilas situadas no deserto. Seu totem é a serpente enrolada, e dessa
tribo é nomeado tradicionalmente o Khan do Deserto. Ela foi formada por Garmac,
o primeiro filho de Keja, e seu sucessor direto;

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• Mayakhur: vivem no extremo sul do deserto, compreendendo a menor das tribos,
e possuem renome por seus batedores e rastreadores, sendo por vezes contratados
como assassinos e até mesmo espiões. Seu totem tribal é o tigre. Seu fundador é
Mayakhur, o terceiro filho do khan Keja;

• Mikku: vivem no sul de Khuri-


Khan. Muitos são guerreiros e
mercenários, oferecendo suas
armas aos maiores pagantes. Em
que pese o seu totem ser o do
urso, por vezes eles utilizam
como símbolo um escorpião em
um campo amarelo. Eles amam
música e dança e sua cidadela
ancestral é Ak-Khurman, onde
vive o seu khan. Sua tribo foi
formada por Mikku, o quinto
filho de Keja;

• Tondoon: vivem no leste de


Khuri-Khan e são uma das
maiores tribos do deserto. Eles
são os melhores fabricantes de
armas de todas as tribos e seu
totem é o do Touro. Eles
possuem práticas que envolvem
a realização de cortes rituais em
seu corpo e também são exímios
mercadores. Ela surgiu com
Tondoon, o sexto filho de Keja;
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• Weya-Lu: vivem ao nordeste de


Khur, entre Kortal e Khuri-
Khan. Muito honrados e independentes, esta tribo numerosa costuma ser contrária
à Casa Real de Khur, por considera-los corrompidos. Sua cidade ancestral é Delphon
(a segunda maior cidade do deserto) e o seu totem animal é o do falcão. A tribo foi
criada por Weya-Lu, segundo filho de Keja.

Além dos nômades de Khur, algumas tribos de centauros, kenders e até mesmo de elfos
kagonesti espalhados vivem na região, alguns mais amistosos e outros mais reclusos dos
humanos que formam a maioria dos habitantes do deserto. Ogres saqueadores podem ser
encontrados ao leste próximos às montanhas Khalkist e no sudoeste, em direção às terras de
Blöde.

As principais lendas e registros da história e da cultura dos nômades de Khur está contida
no que eles chamam de “A Canção”, uma série de registros de suas lendas e mitos, e ela data
de um passado muito distante. Costumeiramente, tais registros são passados de maneira oral,
pelos anciões das tribos. Como a Canção é formada por milhares de versos, ela é divida em
Oito Cantos, dedicados e nomeados em honra a um dos oito principais deuses venerados

1 Mapa do suplemento Dragonlance Fifth Age – Heroes of Hope, pg. 59.

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pelos nômades. Os cantos são dedicados à Kargath, o Guerreiro; Rakaris, o Caçador;
Torghan, o Vingador; Elir-Sana, a Curandeira; Anthor, o Eremita; Hab’rar, o Mensageiro;
Soro, o Piromante; e Ayyan, a Enganadora. De acordo com os nômades, “É cantado na
Canção que as terras de Khur são as mais velhas do mundo, a primeira que fora criada pelos
deuses do firmamento, nunca tendo ficado sob as águas da Inundação”.

Os nômades do deserto possuem ainda uma grande crença no destino, que eles chamam de
Maita. Tal conceito está mais relacionado com a personalidade, predestinação e
inevitabilidade do destino de cada indivíduo, algo como “seu maita era mais poderoso do
que qualquer encantamento sombrio”.

Os nômades de Khur são exímios criadores de cavalos, é de conhecimento comum que seus
garanhões estão entre os melhores de todo o continente. Eles adoram cria-los e apostam
fortunas em corridas com seus melhores espécimes.

Sociedade das tribos do deserto

Os nômades hoje vivem em uma complexa rede de interesses, alianças, adversários e aliados.
A grande maioria das tribos não presta vassalagem ao khan, ainda que alguns deles ainda lhes
ofereçam tributo, seja em moedas de aço, cavalos ou outros bens.

Das sete tribos do deserto,


apenas os Mayakhur são aliados
formais dos Khur. Duas tribos
possuem relações neutras com o
khan (Mikku e Tondoon),
enquanto três outras são rivais e
hostis à Casa Real de Khur (Fin-
Maskar, Hachakee e Weya-Lu).

Ironicamente, algumas tribos


abandonaram suas raízes
nômades e estabeleceram
prósperas cidades que se
tornaram o centro de seus
domínios. Grande parte dos
Mikku vivem principalmente na
cidade costeira de Ak-Khurman,
lar do maior porto do deserto,
enquanto que os Weya-Lu
estabeleceram-se em uma cidade
chamada Delphon, uma das
únicas cidades da região com
construções de pedra e mármore,
lar de uma ordem de videntes
chamados de Profetas de
Delphon.

Finalmente, a maior cidade da região (e considerada por estrangeiros como capital) é Khuri-
Khan, também chamada de “Cidade das Areias Douradas”, lar do governo do grande Khan,

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uma imponente cidade considerada um tributo à glória e conquistas dos povos do deserto.
Ela possui massivos muros de pedra, inúmeras regiões e distritos (denominados geel), e lar de
construções fabulosas, como o lendário Khuri yl Nor (o Palácio do Pôr do Sol), uma
verdadeira cidadela independente localizada no coração de Khuri-Khan que guarda a
fortaleza chamada Nor-Khan, local onde está o Trono de Safira, centro de poder de Khur;
o Grande Souks, o maior mercado de toda Ansalon, com centenas de divisões dentro de
sua imensa estrutura – como o Fabazz (ou Souk Menor), um mercado de alimentos,
temperos e incensos; a Trilha dos Templos, uma enorme avenida com todos templos dos
principais deuses venerados pelos Khur, como Elir-Sana e Torghan, Akhur et Nor (a
Academia do Alvorecer), o grande centro de estudos e de conhecimento; o enorme poço
artesiano situado no centro da cidade e fornece água à todos os seus habitantes chamado
Nak-Safal; e o grande Bazar dos Cavalos, um imenso mercado a céu aberto onde as tribos
negociam suas montarias e criações.

Khuri-Khan, capital de Khur

Situação atual em Khur

A corte do grande khan reúne uma série de conselheiros, seguidores


e (dizem os rumores) conspiradores. No centro político de Khur
está Farij-Khan Zacca-Khur 2 , o Ilustre, Senhor das Areias,
Soberano do Trono de Safira, Pai de todos os Khur e Glorioso
Falcão do Deserto. Descendente da linhagem e dinastia de Khur que
surgiu com o filho mais velho de Keja, Garmac, o grande khan é um
homem robusto, que depois de lutar em inúmeros conflitos com as
outras tribos, hoje fica na maior parte de seu dia enclausurado no
Palácio do Pôr do Sol, reunido com seus ministros e banqueteando
em seus salões (ou passando tempo em seu harém). A influência que
antes era exercida por sua espada curva hoje é desempenhada por
sua rede de influências e alianças, e mesmo as tribos inimigas dos
Khur passaram a respeitar o seu maior oponente.

2 https://officialpaizo.tumblr.com/post/140813797736/designer-mark-seifter-gives-us-a-preview-of-the

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A corte em Khuri-Khan possui uma intrincada rede de interesses, e muitos almejam a posição
ou até mesmo um maior nível de influência sobre o khan. Dentre os membros mais
conhecidos e ilustres da corte estão as seguintes figuras:

Hauar Farij-Khur3: filho mais velho e único herdeiro vivo de


Farij. É o seu sucessor direito, mas não possui as habilidades
e o ímpeto do pai em comandar os povos do deserto. Além
disso, desde pequeno possui uma saúde muito debilitada,
tendo deixado poucas vezes o Palácio do Pôr do Sol. Isso não
reduz a sua ambição em suceder seu pai como o novo monarca
de Khur.

Ylanna Farij-Khur4: a segunda esposa de Farij (a primeira esposa,


Adarah, faleceu cerca de três anos atrás, ao dar à luz a um segundo
filho, que também morreu sob condições misteriosas). Ela é muito
mais jovem do que o khan, e tenta por muito tempo lhe dar um
herdeiro de sexo masculino que pudesse representar o seu
verdadeiro sucessor. Conhece muito as nuances das intrigas da
corte, e seria uma excelente regente, não fossem as regras e
costumes estritamente patriarcais dos nômades do deserto.

Salah5: primo de Hauar e sobrinho de Farij, Salah é o capitão


da guarda palaciana e um dos membros mais graduados do
exército do grande khan. Ele é tido por muitos como o “filho
ideal” que Farij poderia ter tido para sucedê-lo, dada a sua
relação com certos membros da nobreza, e mesmo de outras
tribos do deserto. Contudo, é tido como excessivamente
conservador por seus detratores, e com poucas habilidades de
negociação, tão presentes em Farij.

Dendalion das Vestes Brancas 6 : um emissário vindo do


oeste, supostamente da Torre da Alta Magia de Wayreth,
poucos sabem quais são as razões que trouxeram este
estrangeiro para a corte do khan. Em pouco tempo ele se
tornou um dos conselheiros mais importantes de Farij,
competindo com o sábio mestre da Academia Akhur et Nor,
Bastes Aldonaer, acerca de tal posição de influência na corte.

3 https://www.artstation.com/zhiruiwang
4 https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT9pyxrbBIJX7H0PYFn8YWrK6nbf4lKp9HQ9rWg32kDo3WV7s-O
5 https://www.artstation.com/artwork/oOyXnw
6 https://www.artstation.com/zhiruiwang

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Bastes Aldonaer7: o descendente de um sábio que chegou a
Khur pouco tempo depois do Cataclismo, e quase morreu de
fome e de sede no deserto. Ao ser salvo pelos antepassados do
khan atual, o sábio jurou lealdade à Casa de Khur e prometeu
construir aquele que se tornou um dos maiores centros de
conhecimento de todo o oriente de Ansalon, Akhur et Nor (a
Academia do Alvorecer). Bastes é o quarto de sua linhagem, e
sua posição na corte tem sido ameaçada por um arrogante
Mago das Vestes Brancas que recentemente chegou em Khur,
chamado Dendalion.

Nayrem de Elir-Sana8: a sumo sacerdotisa de Elir-Sana é uma


das figuras mais importantes de Khuri-Khan. Ela é a líder do
templo dedicado à deusa, extremamente venerada entre os
povos do deserto. Em uma sociedade eminentemente
patriarcal, uma das poucas posições de influência que podem
ser exercidas por mulheres estão ligadas ao templo de Elir-
Sana, também chamada de “A Curandeira” por seus
adoradores. O khan costuma ouvir os seus conselhos, mesmo
que nem sempre opte por segui-los.

Outra figura de grande influência na região é um Cavaleio da


Solamina exilado chamado Garic di Feros. Ele chegou no
oriente de Ansalon há cerca de quatro anos, e praticamente não
fala de seu passado. Ele teria fugido de sua terra natal por conta
de um crime envolvendo a sua honra, e acabou auxiliando na
construção de uma próspera comunidade na pequena vila de
Calihand, localizada do outro lado da Baía de Balifor. A
próspera comunidade cresce a cada estação, graças à sua
estabilidade em uma região bastante instável.

Recentemente, emissários de alguns senhores da região de Taman Busuk iniciaram


negociações para estabelecerem uma “aliança” com os povos do deserto. Os rumores dizem
que outros estrangeiros que teriam se insurgido contra esses senhores de armas foram
sumariamente derrotados e conquistados, e que suas terras teriam sido tomadas por seus
comandantes.

Em face de tais notícias preocupantes, Farij-Khan Zakka-Khur, decidiu realizar uma


reunião e convocar todos os senhores das outras seis tribos do deserto, até mesmos das
tribos de seus inimigos. Sua ideia é realizar um grande banquete em honra de todas as
lendárias Sete Tribos herdeiras de Keja, que compõem os nômades humanos que vivem
nesta região de Ansalon.

7 https://www.deviantart.com/aguilas/art/Touareg-406736407
8 https://www.deviantart.com/rememoir/art/portrait-10-567286503

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Em que pese as tribos serem rivais e até mesmo inimigas em inúmeras ocasiões e feudos
anteriores, o khan invocou um costume ancestral dos povos do deserto, convidando-os sob
a antiga e famigerada Regra da Hospitalidade, na qual nenhum hóspede pode ser atacado
ou ferido durante o seu período de estadia na casa ou nos domínios de seu visitante.

O convite estendeu-se até mesmo a alguns estrangeiros que vivem na região, mas que
possuem certa notoriedade em cidades e governos próximos. A ideia é reunir todos os líderes
das tribos e de cidades estado da região em sua corte, para debater o possível acordo que
estaria sendo realizado com esses senhores das terras de Taman Busuk.

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Fontes/Bibliografia:

Dragonlance Age of Mortals


Dragonlance Fifth Age: Heroes of Hope
Dragonlance Lexicon
Elven Exiles Trilogy (Sanctuary, Alliance, Destiny)
Races of Ansalon
Romances de Dragonlance diversos
War of the Lance Sourcebook

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