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PROPRIEDADES FÍSICAS

DOS PRODUTOS
AGRÍCOLAS

Fabiana Carmanini Ribeiro


2012
1. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES:

 Elaboração de projetos;
 Construção, operação de equipamentos de limpeza,
secagem, classificação, armazenamento e industrialização;
 Otimização da operação de equipamentos (> rendimento);
 Racionalização de energia;
 Controle da poluição e
 Redução de custos.
2. PRINCIPAIS PROPRIEDADES FÍSICA DOS GRÃOS:

 Tamanho e forma
 Ângulo de repouso
 Massa específica
 Porosidade
 Velocidade terminal
 Condutividade térmica
 Higroscopicidade
 Dureza e quebra dos grãos
 Trincamento
2.1- TAMANHO E FORMA:

 Produtos vegetais apresentam configuração irregular;


 Dimensionamento do tamanho e da forma dos furos das
peneiras em equipamentos destinados à separação e
classificação;
Tamanho: medições dos eixos perpendiculares do grão;

Silva, 2000.

Forma: comparação com um formato padrão predeterminado.


O grão é comparado visualmente com formas esférica,
cilíndrica, oval, cônica, etc.
Circularidade (C)
É a razão entre a maior área projetada do objeto em posição
natural de repouso com área do menor círculo circunscrito.

Esfericidade (E)
Expressa a forma característica do sólido em relação a uma esfera
de mesmo volume.
Fonte: Weber, 2005.
Separação dos grãos de café por forma e tamanho através do
conjunto de peneiras.

L
E
Chato

Moca e chato menor que a


perfuração

Moca

Chato e moca menor


que a perfuração

Borém, 2008.
2.2- ÂNGULO DE REPOUSO

 É o ângulo máximo do talude formado pelo material


granular acumulado em relação à horizontal.
h

r
Representação esquemática do Ângulo de Repouso (a ).
tg α = h.r -1
Determinação do ângulo de repouso
Fatores que afetam o ângulo de repouso:

 Tamanho do grão;

 Formato do grão;

 Rugosidade;

 Presença de apêndices;

 Teor de água e

 Impurezas presentes na massa.


Ângulo de repouso formado pela massa de diversos grãos.

Borém, 2000.
Importância:
 Dimensionamento de silos, correias transportadora, moegas;
 Determinar a inclinação de equipamentos e superfícies que
escoam grãos por gravidade.
Representação do sistema de descarga para diferentes tipos de café.

 Para o escoamento livre por


gravidade a inclinação da tubulação
deverá ser maior do que o ângulo
de repouso

aa ab

Borém, 2008.
2.3- MASSA ESPECÍFICA

 É a razão entre a massa e o volume ocupado por


determinado produto;

 Massa específica real ou unitária


 Massa específica aparente ou granular
Determinação: balança de peso hectolítrico

 Peso hectolítrico (PH) corresponde à massa de 100 litros do


produto

 Trigo - o PH é um índice de avaliação do rendimento da


farinha.
Valores de massa específica aparente para algumas espécies.

Borém, 2000.
2.4- POROSIDADE

 Fração de espaços vazios de uma massa de grãos;


 Determinada pela relação entre o volume ocupado pelo ar nos
espaços intergranulares e o volume total dessa massa.

‫ = ع‬Volume intergranular x 100


Volume total de grãos

Importância:

 Cálculo da concentração de fumigantes no interior dos silos ou da


quantidade de ar necessária para completa troca de ar dentro do
silo;
 Está associada à resistência que a camada de grãos oferece à
movimentação do ar (processo de aeração).
Determinação

- Método direto
Vlíquido = Vespaço intergranular

- Método indireto

- Picnômetro

 ap 
- Analítico   1   
  
2.5- VELOCIDADE TERMINAL

Definição:

 Define a velocidade que se pode


impor ao ar para que este arraste ou
não os grãos durante sua passagem
pelo fluxo ascendente de ar.

 É a velocidade constante máxima


atingida por um corpo em queda
livre quando as forças gravitacional
e viscosas do ar, que atuam sobre o
W = Er + Ear
corpo, se anulam.
W - força gravitacional
Er - força viscosa do ar (resistência)
Ear - força de empuxo do ar
Tela perfurada
2.6- CONDUTIVIDADE TÉRMICA

 É medida pela intensidade de calor que passa de uma


zona mais quente para uma zona mais fria;

 O calor se propaga de um ponto para outro por:

 condução - propagação de energia cinética de


moléculas em oscilação;

 convecção - transporte do calor pelos líquidos e


gases em movimento;

 radiação - propagação de calor sem necessidade de


um material; é a transferência de calor por meio de
ondas (calor radiante).
Os grãos são um material de baixa condutividade térmica

Camada de trigo com 1 cm de espessura tem capacidade


isolante comparável a 9 cm de concreto (Puzzi, 2000).

Importância:
 Formação de bolsões de calor no interior da massa de grãos;
 Processo de migração de umidade.

Borém, 2000.
2.7- HIGROSCOPICIDADE

 Capacidade física que permite o grão realizar trocas de


água com o ambiente;
 Depende de características do grão e do ambiente.

Grão
Pvg 
 Pv Pvg - pressão de vapor do grão ( f = (T, U))
Pv - pressão de vapor do ambiente ( f = (T, UR))
Atmosfera
(T , UR)

Pvg > Pv  transferência de água do grão para o ar


DESSORÇÃO (secagem)
Pvg < Pv  transferência de água do ar para o grão
ADSORÇÃO (umedecimento)
Pvg = Pv  Equilíbrio higroscópico (EH)
Representação gráfica do fenômeno de dessorção e adsorção.
2.8- DUREZA

 Definição: resistência que o produto apresenta para ser


quebrado e/ou reduzido a tamanhos menores.

 Fatores que influenciam: teor de água, composição


química, espécie vegetal, variedade (genética), ambiente
de formação do grão, etc.

Importância:
 Processamento durante e após a colheita,
 Ataque de insetos,
 Deterioração durante o armazenamento,
 Classificação,
 Indicador de qualidade, etc.
2.9- TRINCAMENTO
 Definição: danos mecânicos (fissuras) causadas ao
produto.

 Principais fatores que influenciam: oscilação do teor de


água e “temperatura” (a nível de campo, durante ou após
colheita); secagem (fluxo de ar, temperatura e teor de água
inicial).

Importância:
 Favorece o ataque e/ou
penetração de insetos e microorganismos,
 Perda de compostos,
 Redução da qualidade (respiração),
 Quebra durante o processamento
Fonte: Silva, 2000
Semente de milho com o endosperma danificado devido ao sistema de secagem.
Exemplo:
Determine a capacidade estática máxima para armazenamento de milho
de um silo vertical, cuja altura (H) é igual a 6m e o diâmetro (D) é 4m:

Passo 1- Cálculo do volume do cilindro Considerando a = 27


 D2  42 h
Vcilindro = xH  x 6 = 75,398 m3 tga =  h = 27o x 2 = 1,019 m
4 4 r

Passo 2- Cálculo do volume do cone  42 1,019


Vcone = x = 4,268 m3
4 3
 D2 h
Vcone = x
4 3 Passo 3 - Cálculo do Volume Total (VT)
h = altura do cone dependente do ângulo
de repouso do grão. VT = Vcilindro + Vcone  75,398 + 4,268 = 79,666 m3

Passo 2.1 - Cálculo de h

h Passo 4 – Peso total que o silo comporta.


α
Considerado: 0,750ton/m3
Pt = 0,750ton/m3 x 79,666m3 = 59,75ton
D
OBRIGADA!

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