Orahkulos é uma iniciativa formada por fãs de RPG para produzir material de qualidade sob uma ótica de quem

curte jogar histórias fantásticas para tornar sua aventura ainda melhor. O grupo cria cenários, suplementos e
jogos próprios para lançar virtual e fisicamente. Consulte com os Orahkulos e tire suas dúvidas com os deuses.

Créditos
Desenvolvimento de História:
Ton Botticelli

Regras e Balanceamento:
Ton Botticelli e Bruno Ricardo

Editoração:
Bruno Ricardo da Silva

Ilustrações:
Raul “Zito” Barbosa

Lettering e Mapas:
Ana Santos

Contatos
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DUNGEONS AND DRAGONS, D&D, Wizards of the Coast, Forgotten Realms, o ampersand do dragão, Prayer’s Handbook,
Monster Manual, Dungeon Master’s Guide, os demais nomes de produtos e suas respectivas logos, são marcas registradas
da Wizard of the Coast nos EUA e em outros países.
 A CAVERNA DO UIVO SOMBRIO
O vilarejo de Lupuli tem pouco mais de duas
centenas de habitantes, contando idosos e crianças. Sua
frágil paliçada é feita de juncos e suas casas são feitas
de material similar, com algumas raras de pedra aqui e
ali. Permeado por um riacho que divide o vilarejo em
duas partes iguais, ele fica praticamente isolado por
conta das florestas ao redor, recheadas de feras que
arrepiam os moradores com seus uivos.
Uma semana atrás, os moradores começaram a
sofrer com uma ameaça mais palpável. Uma matilha de
seis lobos atacou os guardas do lado de fora da aldeia,
deixando um deles em estado grave e os outros feridos.
Desde então, eles mal têm saído, reservando-se a
caminhar durante faixas do dia em que o sol aparece
e permite ver qualquer tipo de perigo que esteja vindo
da floresta. Quando os aventureiros forem chamados,
o líder do vilarejo, Edgar Popescu, pedirá a eles que
resolvam, já que ele não tem homens para proteger o
lugar e ir atrás dos lobos ao mesmo tempo.
Ganchos para a História
É mais provável que os aventureiros venham de fora
de Lupuli e estejam, por sorte, passando pelo vilarejo.
Se for do interesse, a única estalagem e taverna local,
Casa de Gregore, é um bom ponto para iniciar. A dona,
Ígnia Gregorescu, é uma mulher de sorriso fácil e
personalidade difícil, que no momento está sofrendo
com a falta de movimento. Ela pode sugerir aos
aventureiros que procurem Edgar se quiserem trabalho,
ou advertir para ficarem longe da floresta, o que pode
despertar a curiosidade deles. Em último caso, o filho
de Ígnia, Gregori, pode ir atrás do líder e avisar a ele
sobre os visitantes.
Os boatos sobre os ataques não teriam chego
tão longe, mas é possível que um mercador saído do
vilarejo tenha encontrado os aventureiros na estrada
e os convocando a vir com ele. Ainda, se um dos
personagens tiver o antecedente Forasteiro, ele pode
perceber que as florestas ao redor estão estranhas.
O Vilarejo
Há quase nada em Lupuli que seja interessante.
Além da estalagem, o terreno conta com uma igreja
em homenagem a algum deus voltado na busca pela
iluminação, parecido com o deus cristão da Idade
Média; uma loja de mercadorias diversas gerida por
Petrus Constantinescu e uma ponte de pedra com
diversas cordas penduradas que balançam latas sobre
as águas do riacho.
A igreja é regida pelo próprio Edgar Popescu,
apesar deste não ser realmente um padre. Seu pai era
um homem santo e quando ele morreu, Edgar assumiu
seu lugar para poder controlar o povo, muito religioso.
Se perguntado sobre sua fé, o homem vai admitir
que, apesar de acreditar na força maior, não tem uma
predileção por deus algum e que prefere crer naquilo
que pode fazer com as próprias mãos.
A loja de Petrus Constantinescu não possui
nenhum item de valor óbvio, mas por ser um mercador
que viaja de tempos em tempos, ele tem escondido
alguns itens que podem ajudar na missão. Uma adaga
de prata com a efígie de um dragão no punho é uma
arma sagrada que pode ajudar a caçar ou se defender
dos lobos. Armadilhas de caça (três ao todo) podem ser
armadas por alguém com Sobrevivência e prenderão
quem ou o quê passar sobre elas. Por fim, um totem de
madeira verde é um item mágico druídico que Petrus
3
não faz ideia do que é, mas que dá vantagem em testes
de sabedoria contra a corrupção. Os status da adaga e
do totem estão disponíveis no fim da aventura.
As latas penduradas na ponte contam com velas
acesas dentro e servem como um pedido dos locais
para manter os espíritos ruins longe. Apesar de não ter
uma raiz realmente mágica, este ritual teve um efeito
interessante, e desconhecido por aqueles que fizeram.
Graças a ele, os lobos não conseguem entrar nas águas
do rio e por isso são obrigados a tentar ultrapassar a
paliçada, o que os têm segurado até agora.
Qualquer um dos moradores dirá que Lupuli é
um lugar tranquilo normalmente e que, apesar do clima
chuvoso quase permanente, é agradável de morar. Para
personagens acostumados a luxo, como aqueles que
tiverem o antecedente Nobre, ou que estejam ligados
à religião como Clérigos e Paladinos, Lupuli parece
um buraco de lama pagão, selvagem demais para ser
domesticado.
O Pedido de Edgar
Não importa como sejam convocados por
Edgar, ou se forem atrás dele, o líder do vilarejo os
receberá dentro da igreja, diante do altar de madeira
que possui um tipo de escultura de metal um tanto
enferrujado, no formato de uma chama, com suas
pontas tão altas quanto um homem adulto. Vestindo
uma túnica escura por baixo de um casaco de couro,
Edgar tem a aparência de um rabino, com uma barba
comprida e negra, e um gorro de peles. Seus olhos são
claros como as geleiras e sua voz rouca quando ele
fala:
ser se perguntado se os lobos foram atacados antes. Ele
garantirá e reforçará que ninguém no vilarejo causou
essa reação. Ele tem pouco para oferecer ao grupo, mas
além de dinheiro (100 peças de ouro por membro mais
20 peças de ouro por cabeça de lobo trazida), Edgar
oferece a eles uma espada, deixada com o vilarejo por
um nobre como símbolo de paz em uma disputa tão
antiga que nada lembra dela.
Uma vez que tenham aceitado a missão, Edgar
aconselhará que falem com a irmã de Pietro, Vanya,
para perguntarem mais sobre o ataque. A mulher estará
cuidando do ferido em sua casa, próxima da entrada
nordeste do vilarejo. Caso refutem a oferta de ajudar a
cidade, Edgar apenas resmungará e olhará feio para o
grupo, mas os deixará partir. Porém, tão logo estejam
a cinquenta metros de qualquer uma das entradas do
vilarejo, um grupo de oito lobos os atacará.
Quando forem encontrar Vanya, a jovem
estará carregando água do poço e dirá que o irmão
continua febril e que talvez nunca se recupere. Pietro
parecerá bem, mas se descobrirem suas pernas verão
as profundas feridas das mordidas carniceiras, além
do que parecem marcas arroxeadas malignas. Um teste
de Inteligência (Religião ou Arcanismo) de CD 11
permite descobrir que são resquícios de energia de um
corruptor, o primeiro sinal da raiz do problema. Vanya
está inconformada com o ataque, e relata que Pietro
é quem está em pior estado, mas seus companheiros
estão igualmente piorando, parecendo alucinar durante
a noite.

LEIA EM VOZ ALTA

“Na lua nova eles vieram... rápidos e
sorrateiros, não os vimos chegar até
que eles atacassem Pietro. Ele foi quase
destroçado, as pernas tão lanhadas
que podemos ver o contorno dos ossos.
Os outros tiveram mais sorte, talvez
protegidos por deus.” ele faz um gesto
religioso de forma leviana. “Desde então
estivemos vigilantes, mas não dá mais.
Estamos cansados, e ficando famintos,
pois ninguém tem coragem de entrar na
floresta para caçar. Os animais estão
amedrontados e tão tensos que suas carnes
estão duras como pedra. Precisamos de
ajuda.”

Edgar responderá todas as perguntas que forem

feitas, apesar de ele próprio desconhecer a razão desses
ataques. Suas respostas são na maioria lacônicas, a não
4
 Vozes das Ruas
Sempre que os jogadores optarem por 4 – Thelma, uma jovem que mora perto do rio,
interagir com personagens dentro do vilarejo, alega que pode falar com os animais, inclusive
você pode escolher ou rolar para compartilhar os lobos, e ela os ouve uivar reclamando que os
um dos boatos a seguir. Ao lado de cada um há a jovens caçadores estão os incomodando. - Falso.
constatação de veracidade. Thelma tem rancor por um dos caçadores, Slaze,
pois ele roubou dela sua namorada.
1 - Os lobos são uma maldição lançada sobre o
vilarejo pois expulsaram um mendigo há cerca de 5 - Há um poço no lado norte do vilarejo que
três luas cheias, o qual rogou uma praga sobre eles. pode atender desejos se lhe entregar algo de valor.
- Falso. O mendigo estava completamente bêbado Johnah pediu seu marido em casamento depois de
e suas palavras vazias significavam apenas que dar ao poço uma de suas ovelhas. - Parcialmente
ele estava muito irritado com ter sido maltratado. falso. Johnah realmente deu uma ovelha, mas seu
marido já o amava antes disso e ouviu falar da
2 - Filslabré, o sábio local, não é visto há algum história cabulosa.
tempo, e encontrá-lo poderia ser útil para resolver
o mistério. - Verdadeiro, Filslabré é o druida que 6 – Um homem que visita frequentemente a Casa de
está em forma animal, corrompido, e causando o Gregore foi visto andando com lobos algum tempo
mal dos lobos. atrás. - Verdadeiro. Filslabré é um dos clientes da
taverna e, apesar de esconder sua identidade, é um
3 - Antes de sair em uma de suas viagens, Filslabré renomado druida do círculo da lua.
previu que um grande mal afetaria o vilarejo e que
eles deveriam fechar suas portas e pintar as soleiras
de vermelho para evitar o perigo. - Parcialmente
verdadeiro, Filslabré realmente havia sentido a
presença do Corruptor em uma localidade próxima,
e alertou aos outros para ficarem em casa, mas a
história da tinta foi inventada por Gregore como
uma piada para caçoar dos mais velhos, muito
crédulos.

5
 Na Floresta
Uma vez que os personagens tenham feito as
perguntas necessárias e resolvam partir:

LEIA EM VOZ ALTA

A apenas vinte minutos de caminhada
da saída nordeste do vilarejo, já é
possível passar pelas primeiras árvores,
adentrando no território desconhecido.
Vocês estão sozinhos, nenhum aldeão
passa desse limite. É visível que há algo
de estranho no local, vocês mal escutam o
som de animais e o chão está marcado com
rastros. Enquanto vocês dão os primeiros
passos para dentro da floresta, começam a
se sentir observados.

Verifique a Percepção Passiva dos
personagens. Aqueles que tiverem 11 ou mais notam
uma movimentação ao redor e podem escutar os passos
sutis. Os com 13 ou mais podem ver a figura que para
em cima de uma pedra para vê-los melhor. Uma loba
de pelagem quase totalmente negra, com uma mancha
em forma de lua crescente por entre e acima dos
olhos. Se o grupo reagir agressivamente, a loba pulará
diretamente sobre o que estiver mais a frente, dando-
lhe uma cabeçada. Se reagirem pacificamente, a loba
descerá da pedra para tentar se comunicar com eles,
esperando que algum deles lhe toque, estabelecendo o
elo mental. Se o grupo ficar parado, a loba terá tempo
suficiente de escolher um deles (o que tiver o maior
valor de sabedoria) para se comunicar telepaticamente.
passar em um teste de dificuldade 11 (Luna ajudará
com um bônus de +2). Depois desse tempo, o grupo
avistará uma cena de conflito.
LEIA EM VOZ ALTA
Após uma longa caminhada, vocês avistam
um agrupamento de pedras altas, que
formam um monte próximo a um riacho.
Ali, quatro lobos cercaram uma ursa que
parece reagir sem se mover.

A loba é uma criatura com inteligência afiada

que foi treinada pelo druida Filslabré, e tornou-se a líder
da alcateia local. Diferente dos seus companheiros,
que foram tomados pela corrupção, ela resistiu, mas
teve que fugir antes que fosse atacada por eles. Ela
está há uma semana tentando achar um jeito de salvá-
los e, ao ver o grupo que entra na floresta, ela pensa
em pedir a eles por auxílio. A loba se chama Luna e,
apesar de pacífica na maior parte do tempo, é muito
obstinada e está focada em achar um jeito de proteger
sua família, então ela agirá assertivamente com os
aventureiros, principalmente se eles se mostrarem
hostis. Caso seja derrotada e morta, Luna uivará uma
última vez, alertando os outros lobos.
Uma vez que Luna tenha se unido ao grupo,
ela vai ajudar na caminhada pela floresta, reduzindo
o tempo de travessia pela metade, além de prestar
auxílio a quem estiver guiando o grupo. Se ninguém
possuir Sobrevivência treinada, Luna tomará a frente,
mas ficará impaciente se tentarem se desviar da rota
que ela traçar. Para chegar até a primeira parada, os
aventureiros levarão quarenta minutos e precisarão
Peça ao grupo um teste de Percepção (CD 13) e,
caso passem, informe de que há uma reentrância entre
as pedras, onde eles podem ver que se escondem três
filhotes de urso. Os lobos estão caçando e pretendem
matar a mãe para ficar com eles. Luna fica em um
debate interno, entre a lealdade e a responsabilidade
para com a floresta, então não agirá nos dois primeiros
turnos. Se os aventureiros optarem por não interferir,
ela vai acabar se unindo aos lobos para acabar com a
ursa, o que não se mostrará um desafio tão grande. De
outra forma, a ursa não atacará o grupo até que todos os
lobos sejam derrubados. Qualquer um com Lidar com
Animais (CD 11) pode tentar acalmar o animal que irá
recuar para a caverna. Se os aventureiros ajudarem a
ursa, Luna fará o possível para que os lobos não sejam
mortos.
Uma vez que os lobos tenham terminado sua
missão e partido ou tenham sido derrubados, Luna vai
tentar se comunicar com os aventureiros mais uma
vez para explicar o que está acontecendo. Apesar de
ser capaz de se ligar mentalmente a eles, Luna não

6
consegue se expressar de forma clara e suas falas são
traduções de pensamentos simples. Ela dirá que seu
companheiro, um humano de nome Filslabré, está
ferido e isso afetou os outros lobos que estão agindo de
forma estranha. Ela precisa chegar até ele para curá-lo
e fazê-lo parar com isso. Se os lobos foram derrotados,
ao examiná-los poderão ver que há marcas vermelhas,
feridas similares às de Pietro (se tiverem verificado o
rapaz).
Na Caverna
A segunda parte da caminhada será mais longa,
uma hora, com a mesma dificuldade do teste anterior.
Uma vez que tenham percorrido esse terreno, o grupo
chegará a entrada de uma caverna bem no seio da
floresta, um espaço que parece muito mágico.
LEIA EM VOZ ALTA
A floresta se abre diante de vocês. O
sopé de uma montanha se ergue depois
de dez metros e sobe por mais doze. Lá
no alto, das flores das árvores, cai um
pó arroxeado que dá ao ambiente um ar
místico. Pedras de cores diversas brotam
do chão ao redor da entrada de uma
caverna, como se fossem uma barreira de
proteção. Um uivo longo sai de lá dentro,
causando arrepios a vocês.
O uivo é produzido pelo vento, que encana
de uma abertura no topo da montanha e segue pela
caverna até sair na entrada. Qualquer personagem
mais atento (Percepção Passiva 12 ou um teste, a seu
critério), pode ver que nos cantos da caverna há veios
avermelhados, como as feridas. Os aventureiros se
sentirão observados mais uma vez, então peça a eles
um teste de Percepção (CD 14) para perceberem o
vigia, um lobo mais esguio que permanece na entrada
da caverna, protegido pelas sombras. Se o notarem e
conseguirem impedi-lo de avisar aos outros, o grupo
impedirá uma emboscada. De outra forma, Luna estará
preocupada demais para se lembrar dele, e quando
o grupo adentrar a gruta do começo da caverna será
cercado por seis lobos.
A caverna se divide em quatro câmaras: a
gruta, uma câmara maior onde os lobos dormem, uma
espécie de santuário (feito por Filslabré) onde o druida
estará adormecido e uma menor onde estão os filhotes,
protegidos por lobos que ainda não foram corrompidos,
mas que não conseguem sair. Os lobos não se atacam,
mesmo que algum deles seja purificado (uma vez que
se tire a corrupção, ficará cansado demais para agir),
a não ser Luna. Por conta da corrupção, os lobos a
tem como inimiga também e tentarão derrubá-la. A
gruta conta com quatro lobos que, se não derrotados
a tempo, chamarão outros quatro para ajudá-los. Na
câmara maior estão os outros lobos (oito ao todo).
Os que estão na câmara dos filhotes não atacarão os
aventureiros a não ser que eles ameacem os filhotes.
Por fim, a câmara de Filslabré está vazia, a não ser por
ele, mas uma vez que adentrem o lugar, os aventureiros
serão acometidos por uma estranha tontura.
LEIA EM VOZ ALTA
A câmara é baixa e suas paredes têm o
mesmo tom arroxeado do pó que desce
das árvores lá em cima. Em um altar feito
do tronco de uma árvore, repousa uma
figura de lobo branco, com claras marcas
vermelhas cobrindo o dorso. Ele respira
profundamente, de olhos fechados.
7
 As marcas são como as dos lobos e Pietro, mas
mais profundas. O lobo branco é Filslabré, em sua
forma feral, incapaz de voltar à aparência humana. O
corruptor que ele enfrentou o marcou e tenta, através
dele, acabar com seu povo, a floresta e tudo que houver
ao redor. A luta do druida contra essa influência nefasta
o impede de fazer algo mais, inclusive se comunicar.
Um teste de Arcanismo (CD 11) ou Religião (CD 13)
permite que os aventureiros percebam a presença
sutil de Mhelfegor, um demônio que tem por intuito
transformar o mundo para conseguir se infiltrar nele.
Um bruxo terá vantagem neste teste. Uma vez que
os aventureiros entendam o que está acontecendo,
eles podem saber que o druida precisa se livrar dessa
corrupção, ou acabará sendo morto por ela.
Luna encara Filslabré com dor no olhar, e uma
lágrima escorre enquanto ela toma uma decisão. Se
nenhum dos aventureiros tentar fazer isso, ela tocará o
druida e puxará a maldição para si. Não é preciso um
teste para isso, apenas ter a vontade. Uma vez que seja
tomado pela maldição, o aventureiro terá que fazer um
teste de Constituição e um de Sabedoria (ambos com
CD 11), os quais determinarão o seu futuro. Luna falha
automaticamente em ambos os testes, se sacrificando.
Caso falhe em ambos os testes, o aventureiro
será tomado por uma intensa dor e cairá de joelhos,
repetindo apenas “Mhelfegor está vindo, Mhelfegor
está vindo” antes de desfalecer. Se não tratado em um
minuto, ele encontrará a morte final. Apenas curas
mágicas serão eficientes e o deixarão em estado crítico,
com exaustão 4. Um novo teste então poderá ser
realizado. Se passar apenas no teste de Constituição, o
aventureiro ficará em um estado de letargia, enquanto
sua mente é tomada por Mhelfegor e ele terá uma
visão do destino que o demônio quer dar ao mundo.
Neste estado, ele é incapaz de tomar ações a não ser se
mover e responder, com até cinco palavras, perguntas
objetivas. Um descanso curto permite fazer outro teste.
A localização da torre é desconhecida para o
personagem, mas ele poderá encontrar pistas de sua
localidade no futuro. Uma vez que Filslabré tenha sido
livre da corrupção, ele acordará em cinco minutos,
completamente restaurado. Desperto, ele agradecerá
aos personagens, mas os reprenderá se tiverem
matado os lobos, mesmo em legítima defesa e ficará
devastado se Luna tiver se sacrificado. Ainda assim,
ele recompensará os aventureiros com uma pedra presa
a uma raiz que ele usa como colar e que poderá ajudá-
los caso eles resolvam ir atrás do corruptor. Filslabré
alertará a eles que algo precisa ser feito e, mesmo que
eles decidam não seguir por esse caminho, ele próprio
irá atrás de heróis para ajudá-lo, ou o mundo logo se
tornará o inferno que o demônio deseja.
Luna os acompanhará até o vilarejo, a não ser
que ela tenha se sacrificado, neste caso um dos lobos
sobreviventes fará o caminho. Quando retornarem,
Edgar entregará o que prometeu e agradecerá por todas
as informações que derem, em especial se falarem
sobre a história de Filslabré. O sacerdote também
possui informações sobre Mhelfegor, e estará disposto
a prestar auxílio aos aventureiros se aceitarem essa
missão.
E depois?
Muitas tramas podem se seguir. A figura que
corrompeu Filslabré ainda está por aí. Mhelfegor
tem um servo preparando terreno para sua próxima
incursão. E a floresta contém outros mistérios a serem
explorados. Qualquer que seja o desfecho, pode ser o
gancho de uma grande jornada.

Se passar apenas no teste de Sabedoria, o

personagem estará na mesma situação de Filslabré,
em uma febre ardente, sentindo exaustão 3 e incapaz
de se comunicar. Feridas se abrirão em sua pele, que
não poderão ser curadas até passar no de Constituição,
depois de um descanso curto. Por fim, sucesso em
ambos os testes permitirá a ele ver a cena a seguir:

Uma torre muito alta ocupa a beira de um

precipício diante de uma ravina extensa de pedras
pontiagudas que parecem espinhos partindo da terra.
Um vulto surge no topo da torre, com um cajado
acima de sua cabeça, seguro por uma mão esquelética,
brilhando esverdeado. Ele profere palavras e a carranca
de Mhelfegor, com seus dentes de tubarão e seus olhos
fundos demoníacos, solta uma gargalhada.

8
 O que aconteceu com Filslabré?
Na última vez que esteve no vilarejo, o
druida sentiu a presença de um assecla maligno
não muito distante. Como guardião da região, ele
prontamente foi enfrentá-lo, o que não se mostrou
tão difícil. Porém, assim que o inimigo caiu diante
de seus ataques brutais, Filslabré foi tomado por
uma sombria energia que o fez ficar imediatamente
doente. Sentindo-se cansado demais, ele levou muito
tempo para retornar à sua caverna, e quando o fez,
adormeceu em sua forma feral, para recuperar-se
como sempre. Mas algo estava muito, muito errado.
O assecla transmitiu para ele a corrupção que
carregava dentro de si, e Mhelfegor pode interferir
em sua essência, usando a conexão do druida com o
local sagrado para afetar a região. Os lobos, ligados
a Filslabré por um laço de familiaridade, foram os
primeiros a sofrerem com isso. O plano do demônio
era estender sua influência por toda a floresta e,
eventualmente, corromper o povo de Lupuli também.
O ataque ao vilarejo era sua primeira tentativa, e ele
teria conseguido se não houvesse uma barreira mágica,
plantada desde o início da vida ali.
Quem é Filslabré?
O sol era jovem quando o primeiro druida da
Ordem do Lobo Cinzento se lançou nas quatro patas
floresta adentro, jurando proteger todos os ecossistemas
do mundo, e próprio por conta disso. Eras se passaram,
e o que no passado foi um grupo isolado de peregrinos,
eremitas e até mesmo professores, transformou-se em
uma distinta, e até certo ponto secreta, agremiação
de grandes mentes do mundo selvagem, com corpos
igualmente fortes. Filslabré é apenas mais um dos lobos,
mas um com uma missão importante: guardar a entrada
da Floresta Esmeralda, não somente uma fonte de mana
verde de grande poder, mas um portal entre mundos.
Filslabré é o terceiro de sua família a seguir este
legado. Seu pai foi um guerreiro hábil, nascido dentro
da própria floresta, assim como ele próprio, e lutou até
o fim de seus dias, quando sua vida foi consumida pelas
chamas de um efreet. Seu avô, que o treinou, ainda vive,
apesar de sua consciência vagar por dentro das árvores
que se tornou depois de preparar o neto para agir como
um druida. A própria existência de Filslabré cruza com
a da floresta, já que sua avó era uma dríade, e seu pai
unira-se a uma sacerdotisa.
Quando jovem, Filslabré aprendeu não somente
com um dos melhores, mas com todo um grupo de sábios
conhecidos por grandes feitos. Meireen dos Bosques
Verdejantes fora aquela que ultrapassou os limites da
matéria e tornara-se uma hidra para defender seu lar
de invasores; Yok vencera a morte e uniu sua mente
à de seu companheiro felino, Saber, e agora lutava no
corpo de pantera; Emir tinha desvendado os segredos
das Cataratas de Cristal e podia abrir portais em suas
águas; e o próprio avô dele, Agharat, conectara-se com
as árvores para viver com sua esposa, Eileen, e com
isso tornara-se eterno. Havia muito que Filslabré teria
de fazer para figurar ao lado deles.
Por isso mesmo, aceitara continuar a viver na
floresta em que fora criado e tornar-se seu guardião.
Precisou aprender a falar com os lobos da alcateia de
seu pai e viver com eles, ainda que no começo não
soubera bem como fazer para que o aceitassem como
um igual. Apenas após mutar seu corpo no de um e
segui-los pelas trilhas secretas que Filslabré descobrira
o que significava ser um desses lobos.
Atualmente, já entrando na velhice, Filslabré
vive uma vida dupla. Ele interage com os humanos,
mantendo uma postura que até faz parecer que ele é um
dos aldeões das vilas em que aparece. Mas também é
um lobo e, ao lado de seus irmãos de alcateia e de Luna,
vaga pela Floresta Esmeralda, mantendo a ordem no
local.
9
 Repouso do Dragão
Arma (adaga), incomum
Essa adaga de prata de lâmina curva foi
originalmente criada para ser parte de rituais de
purificação de um culto das montanhas ao norte.
Sua lâmina foi banhada em água abençoada pelo
deus dos dragões e a representação do mesmo no
cabo. É considerada uma arma mágica +1 (adiciona
1 às jogadas de ataque e dano) contra criaturas
malignas. Seu valor de venda original é 50 PO.
Petrus não sabe que é mágica, mas considera uma

arma de grande valor.

Totem do Lobo de Jade

Item maravilhoso, rara (requer sintonização)
Parte de um conjunto de seis, este totem é um
item da ordem dos druidas de Filslabré que Petrus
coincidentemente encontrou enquanto fazia o
trajeto pela floresta. Cada um dos totens está
ligado a uma de seis feras sagradas. O totem uiva
quando um lobo está a 18m do seu portador e cada
vez mais alto à medida que ele se aproxima. O
uivo pode ser cancelado com uma ordem através
da palavra que está escrito em druídico embaixo
dele, que é Lupi. Um druida que portar o totem
recebe uma transformação na forma selvagem
adicional, mas apenas para se tornar um lobo. Esse
poder só pode ser usado uma vez e se recupera sob
a luz da lua e não funciona durante a lua nova. Se
usado durante a lua cheia, o druida se tornará um
lobo atroz. Como Petrus não conhece seu valor,
ele vende o totem também a 50 PO. Caso alguém
conjure Detectar Magia, reconhecerá uma aura
forte em um tom esmeralda.
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