Você está na página 1de 11

Compreendendo melhor os efeitos da

pandemia sobre a saúde mental


Acolhimento e clima escolar
Saúde mental e atenção
psicossocial na
pandemia

Principais riscos à saúde mental no


contexto de pandemia e
recomendações do Ministério da
Saúde/Fiocruz; conceituação do luto
e estresse tóxico; situações que
o acolhimento pode prevenir.
Ministério da Saúde e Fiocruz
Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia
COVID-19
As reações mais frequentes frente à pandemia incluem medo de
adoecer e morrer; perder as pessoas amadas; perder os meios de
subsistência ou não poder trabalhar durante o isolamento
e ser demitido; ser excluído socialmente por estar associado
à doença; ser separado de entes queridos e de cuidadores devido
ao regime de quarentena; não receber um suporte financeiro;
transmitir o vírus a outras pessoas.
É esperado também a sensação recorrente de: impotência
perante os acontecimentos; irritabilidade; angústia; tristeza.
Em caso de isolamento, pode-se intensificar os sentimentos de
desamparo, tédio, solidão e tristeza.

Fonte: Ministério da Saúde e Fiocruz. Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção


Psicossocial na Pandemia COVID-19.
Ministério da Saúde e Fiocruz
Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia
COVID-19
Entre as reações comportamentais mais comuns estão:
• Alterações ou distúrbios de apetite (falta de apetite ou apetite em
excesso);
• Alterações ou distúrbios do sono (insônia, dificuldade para dormir ou
sono em excesso, pesadelos recorrentes);
• Conflitos interpessoais (com familiares, equipes de trabalho...);

RECOMENDAÇÕES GERAIS
• Violência. (...) é preciso estar particularmente atento ao aumento da
violência doméstica e da violência direcionada aos profissionais de
saúde;
• Pensamentos recorrentes sobre a epidemia;
• Pensamentos recorrentes sobre a saúde da família;
• Pensamentos recorrentes relacionados à morte e ao morrer.

Fonte: Ministério da Saúde e Fiocruz. Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção


Psicossocial na Pandemia COVID-19.
Ministério da Saúde e Fiocruz
Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia
COVID-19
Segundo as recomendações do Ministério da Saúde/Fiocruz, as estratégias de cuidado psíquico em situações de
pandemia envolvem:

• Reconhecer e acolher seus receios e medos, procurando pessoas de confiança para conversar;
• Retomar estratégias e ferramentas de cuidado que tenha usado em momentos de crise ou sofrimento e
ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional;
• Investir em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo (meditação, leitura,
exercícios de respiração, entre outros mecanismos que auxiliem a situar o pensamento no momento presente,
bem como estimular a retomada de experiências e habilidades usadas em tempos difíceis do passado para
gerenciar emoções durante a epidemia);
• Se você estiver trabalhando durante a epidemia, fique atento as suas necessidades básicas, garanta pausas
sistemáticas durante o trabalho (se possível em um local calmo e relaxante) e entre os turnos. Evite
o isolamento junto a sua rede socioafetiva, mantendo contato, mesmo que virtual;

(continua a seguir)

Fonte: Ministério da Saúde e Fiocruz. Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19.
Ministério da Saúde e Fiocruz
Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia
COVID-19
(continuação)
• Caso seja estigmatizado por medo de contágio, compreenda que não é pessoal, mas fruto do medo e do estresse
causado pela pandemia, busque colegas de trabalho e supervisores que possam compartilhar das mesmas
dificuldades, buscando soluções compartilhadas;
• Investir e estimular ações compartilhadas de cuidado, evocando a sensação de pertença social
(como as ações solidárias e de cuidado familiar e comunitário);
• Reenquadrar os planos e estratégias de vida, de forma a seguir produzindo planos de forma adaptada
às condições associadas à pandemia;
• Manter ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas;
• Evitar o uso de tabaco, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções;
• Buscar um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua
estabilização emocional;
• Buscar fontes confiáveis de informação, como o site da Organização Mundial da Saúde;
(continua a seguir)

Fonte: Ministério da Saúde e Fiocruz. Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19.
Ministério da Saúde e Fiocruz
Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia
COVID-19
(continuação)

• Reduzir o tempo que passa assistindo ou ouvindo coberturas midiáticas;


• Compartilhar as ações e estratégias de cuidado e solidariedade , a fim de aumentar a sensação de
pertença e conforto social;
• Estimular o espírito solidário e incentivar a participação da comunidade.

O documento ainda enfatiza: caso as estratégias recomendadas não sejam suficientes para o processo de
estabilização emocional, busque auxílio de um profissional de Saúde Mental e Atenção Psicossocial (SMAPS)
para receber orientações específicas.

Fonte: Ministério da Saúde e Fiocruz. Recomendações Gerais: Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19.
Sobre o luto

“Enquanto o sujeito, no trabalho do luto, consegue desligar-se progressivamente do


objeto perdido, na melancolia, ao contrário, [...] o eu se identifica com o objeto
perdido, a ponto de ele mesmo se perder no desespero infinito de um nada
irremediável.”
Roudinesco e Plon (1998, p. 507)

No contexto da pandemia, o luto está relacionado às diferentes experiências de perdas que as pessoas
podem ter: perda das relações sociais como eram antes, do toque, da presença física, das interações; perdas
em relação à renda, proporcionando por vezes experiências de escassez em que o básico falta; perda ou
ameaça à saúde ou até mesmo à vida.

O acolhimento não evita nem resolve a questão da perda, mas é importante para apoiar a elaboração do
luto, contribuindo para que as pessoas o vivenciem, sentindo a tristeza e os demais sentimentos
decorrentes, mas para que também consigam atribuir significado a essa experiência e evoluir
emocionalmente para além dela.
Sobre o estresse tóxico

Conforme pode ser visto no vídeo disponibilizado


pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o
estresse diante de situações difíceis ou de ameaça
desencadeia uma série de reações biológicas,
sistema que é neutralizado quando há a resolução
da questão ou quando há acolhimento e apoio.

Períodos contínuos de estresse fazem com que a resposta corporal a ele fique ativada, sobrecarregando
os sistemas do corpo, o que é ainda mais prejudicial quando pensamos em sistemas em desenvolvimento
como o das crianças, impactando inclusive nas conexões neuronais. Esse é o estresse tóxico. As ações de
acolhimento podem proporcionar momentos de equilíbrio desse sistema, seja pelo suporte emocional ou
pelo bem-estar proporcionado pela convivência grupal e pelas experiências artísticas, culturais e corporais.
Saúde mental
A prevenção da doença mental também é uma questão política e de cidadania

“A prevenção da doença mental significa criar estratégias para evitar seu aparecimento.
[...]
E falar em saúde significa pensar em promoção da saúde mental, que implica pensar o homem como
totalidade, isto é, como ser biológico, psicológico e sociológico e, ao mesmo tempo, em todas as
condições de vida que visam propiciar-lhe bem-estar físico, mental e social.
Nessa perspectiva, significa pensar na pobreza que determina condições de vida pouco propícias à
satisfação das necessidades básicas dos indivíduos, e, ao mesmo tempo, pensar na violência urbana e no
direito à segurança; significa pensar no sistema educacional, que reproduz a competitividade da nossa
sociedade; significa pensar na desumanização crescente das relações humanas, que levam à
“coisificação” do outro e de nós próprios. [...]
Como cidadãos, é preciso compreender que a saúde mental é, além de uma questão psicológica, uma
questão política, e que interessa a todos os que estão comprometidos com a vida.”
Bock, Furtado e Teixeira (1993)

Você também pode gostar