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DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Saulo Camêllo
Pós graduando em D. Civil Aplicado - PUC Minas
Mestrando em Direito - UFOP

UMA JUSTIFICATIVA

A construção de um Estado Democrático depende da limitação jurídica ao poder


político (o que impede arbítrios excessos), e de uma estabilidade dos direitos e das
garantias individuais, com as quais não se poderá transigir. Tudo isso deve estar
consagrado em uma Constituição, norma central e superior a todas as demais no
ordenamento jurídico e com a qual todos os diplomas normativos deverão guardar total
compatibilidade.

Referido documento constitucional deve estar ajustado para se afirmar tanto em


períodos de normalidade e paz institucional, quanto em situações extraordinárias, e de
instabilidade e crise. Afinal, a vida de uma comunidade política passa por turbulências
(financeiras econômicas, políticas, bélicas, físicas - como epidemias, terremotos,
inundações) que precisam ser debeladas para mantermos o Estado e suas instituições, e o
ideal é que essas medidas excepcionais, que farão frente à crise e permitirão o
restabelecimento do equilíbrio institucional, estejam enunciadas na Constituição.

Assim se dá a “constitucionalização das circunstâncias excepcionais”

DA DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

e seguintes

Para a defesa das instituições democráticas, a Constituição prevê instrumentos -


medidas excepcionais - que possuem a finalidade de manter ou restabelecer a ordem em
momentos de anormalidades constitucionais, configurando, com isso, o denominado
“sistema constitucional de crises”, composto pelo estado de defesa e pelo estado de
sítio.
ESTADO DE DEFESA

O estado de defesa, quando comparado ao estado de sítio, apresenta-se como


uma modalidade de restauração da habitualidade menos gravosa, já que sua
operacionalização é menos áspera aos direitos fundamentais.

Hipóteses de decretação (pressupostos materiais ou condições de fundo para a


decretação)

As hipóteses que legitimam a decretação do estado de defesa estão previstas, de


modo taxativo, no art. 136 da CF/88. São condições que necessariamente devem se
apresentar no plano fático, pois, se inexistentes, a aplicação dessa medida excepcional será
constitucionalmente inadequada.
Deve-se evidenciado que os dois pressupostos legitimadores são:

Titularidade

O Presidente da República é o único titular apto a decretar a medida, conforme se


depreende de leitura dos arts.84, IX, c/c 136, caput, ambos da CF/88
ESTADO DE SÍTIO

Tal qual o estado de defesa, o estado de sítio visa superar uma indesejada
situação excepcional, tencionando retornar ao status quo ante. No entanto, enquanto o
estado de defesa corresponde a uma modalidade menos drástica de subjugar a crise, o
estado de sítio apresenta-se como medida significativamente mais onerosa e severa. É,
portanto, reservado para situações críticas, que resultem em grave comoção nacional,
conflito armado envolvendo um Estado Estrangeiro, ou até mesmo quando o estado de
defesa, outrora decretado, revela-se insuficiente.

Requisitos

A decretação do estado de sítio subordina-se aos seguintes pressupostos:

(i) audiência prévia dos Conselhos da República e de Defesa Nacional;


(ii) prévia autorização do Congresso Nacional (diferente do estado de defesa);
(iii) decreto legislativo
(iv) designação do executor das medidas específicas, assim como as áreas abrangidas.

DA DEFESA DO ESTADO

Para a defesa do Estado, a Constituição cuidou de institucionalizar as Forças


Armadas e a Segurança Pública.

Quem são as forças armadas?


DICA PARA AS PROVAS: é o Presidente da República a autoridade suprema das Forças
Armadas, cabe a ele a orientação política da guerra, mas não a estratégica, que é
específica dos chefes militares. O Presidente também é competente para nomear os
comandantes da Marinha, Exército e Aeronaútica, assim como promover seus
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhe forem privativos (art 84, XII, CF/88)

Quem faz a segurança pública?

Os órgãos indicados pela Constituição como encarregados pela segurança pública são:
(i) polícia federal - arts 144, §1º, II, II e III da CF/88
(ii) polícia rodoviária federal - arts 144, §2º CF/88
(iii) polícia ferroviária federal - arts 144, §3º CF/88
(iv) polícias civis - arts 144, §4º CF/88
(v) polícias militares - arts. 144, §5º CF/88
(vi) polícias penais federal, estaduais e distritais.

REFERÊNCIAS

Masson, Nathalia. Manual de Direito Constitucional - 8.ed.rev.ampl. e atual - Salvador:


JusPODIVM, 2020, 1792 p.

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