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→ ESTADO DE DEFESA:
• É uma situação em que medidas são organizadas a fim de evitar e repulsar ameaças à
ordem pública, à paz social e à ordem constitucional.
• Segundo o artigo 136 da CRFB, o estado de defesa deve ter tempo e local delimitados,
além de ocorrer somente sob decreto do presidente, a fim de prevenir as ameaças à
ordem pública ou em caso de calamidades naturais (como, por exemplo, um terremoto
de grande proporção).
• Ademais, pelo art. 136, nota-se que, dentro da temporariedade, há a prorrogação do
período pré-estabelecido, após os 30 dias, apenas uma vez e de no máximo 30 dias, logo,
contabiliza-se um período máximo de duração de 60 dias. Posteriormente, se tornaria
um Estado de Sítio.
• Devem ser ouvidos e consultados o Conselho da República e de Defesa Nacional.
• O parágrafo 3º do art. 136 trata do controle judicial concomitante (medidas tomadas
pelo executor devem ser submetidas ao juiz competente para análise de legalidade), o
4º, do fato de o presidente dever justificar a prorrogação em 24 horas, além da
necessidade de um quórum de aprovação com maioria absoluta para a aprovação.
• Ainda dentro do artigo 136, mas tratando dos parágrafos 5º e 6º, admite-se que o CN,
se estiver em recesso, deve ter convocação extraordinária, baseando-se no controle
político concomitante.
• O parágrafo 7º afirma que, caso rejeitado o decreto, deve-se cessar imediatamente o
estado de defesa.
• Ademais, pelo parágrafo 1º, pode haver a possibilidade de uso temporário de vens
públicos, afinal, o objetivo do estado de defesa é restabelecer a ordem pública.
→ ESTADO DE SÍTIO:
• O estado de defesa pode ser convertido em estado de sítio, se necessário, devendo ser
solicitado pelo presidente ao CN. Os casos que admitem tal requisição são: “comoção
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
medida tomada durante o estado de defesa; declaração de estado de guerra ou resposta
a agressão armada estrangeira”, assim, o CN somente autorizará com a aprovação da
maioria absoluta.
• Pelo artigo 138 da CF, o estado de sítio, assim como o de defesa, deverá ter duração
estabelecida e pode ser prorrogado, enquanto permanecerem as justificativas para a sua
decretação. Entretanto, cada prorrogação deve ser devidamente autorizada pelo CN e de
períodos de 30 dias.
• Somente nos casos de agressão estrangeira é que o presidente poderia decretar o estado
de sítio sem autorização do CN, conforme afirma o artigo 34 da CRFB/88.
• Pelo artigo 139, as únicas medidas que podem ser tomadas contra pessoas são:
“obrigação de permanência em determinado local; detenção em edifício não destinado
a acusados ou condenados por crimes comuns; restrições relativas à inviolabilidade da
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei (necessidade de elaboração de
uma lei específica); suspensão da liberdade de reunião; busca e apreensão em domicílio;
intervenção nas empresas de serviços públicos; requisição de bens”, ademais, essas
restrições citadas podem ser ampliadas nos casos de guerra.
• Ressalta-se, ainda, nos artigos 140 e 141 da CRFB, a presença do controle político
concomitante, através de cinco membros do CN que fiscalizarão a execução do estado
de sítio; o controle judicial sucessivo e posterior, pelo cessar dos efeitos do estado de
sítio e pelo relato do presidente ao CN das medidas aplicadas anteriormente, com as
devidas justificativas.
• Segundo José Afonso da Silva, o “controle jurisdicional (no estado de sítio e no estado
de defesa) é amplo em relação aos limites de aplicação das restrições autorizadas. Se
houver abuso ou excesso de poder, existe a possibilidade de correção via mandado de
segurança, habeas corpus ou qualquer outra medida judicial cabível. E este controle
pode ocorrer durante a vigência do estado de exceção ou depois de sua cessação. Tanto
o estado de sítio como o estado de defesa estão subordinados a normas legais. Ambos
geram uma legalidade extraordinária, mas não uma arbitrariedade. Qualquer pessoa
lesada pode recorrer, portanto, ao Judiciário para responsabilizar o Poder Público pelos
abusos cometidos e solicitar reparação dos danos causados”, a não previsão do habeas
corpus pela CRFB é algo que vem sendo rebatido por parte da doutrina.