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Aula 03
DIREITO CONSTITUCIONAL
Sumário
Sumário .................................................................................................. 1
1 – DIREITOS SOCIAIS ............................................................................. 2
1.1 - Direitos sociais............................................................................... 2
1.2 - Direitos sociais dos trabalhadores................................................... 12
1.2.1 – Direitos sociais individuais dos trabalhadores ............................... 13
1.2.2 – Direitos sociais coletivos dos trabalhadores .................................. 25
1.2.3 – Direitos dos domésticos ............................................................. 30
2 – Resumo da Aula ................................................................................ 38
3 – Questões .......................................................................................... 39
1) Tese dos direitos sociais como direitos não subjetivos – Para essa
vertente, os direitos sociais não podem ser exigidos pelos seus titulares
(ausência de dimensão subjetiva), mas é possível o controle judicial com
o fito de examinar a razoabilidade das políticas públicas adotadas pelo
Poder Público com o objetivo de concretização desses mesmos direitos.
2) Tese dos direitos fundamentais como direitos subjetivos
definitivos – Nesse paradigma, os direitos sociais não são normas
programáticas, podendo ser exigidos de maneira incondicional pelos seus
titulares, refletindo, assim, sua verdadeira dimensão subjetiva. Desse
modo, seria irrelevante a recorrentemente citada limitação orçamentária
para a concretização dos direitos dessa magnitude, eis que detentores de
eficácia imediata como qualquer outro direito fundamental.
3) Tese dos direitos sociais como direitos subjetivos prima facie –
Utilizando a teoria dos princípios como paradigma, essa tese advoga que
os direitos sociais são direitos subjetivos prima facie, ou seja, dependem
das possibilidades fáticas e jurídicas (Alexy) que permitem conformar e
reconhecer qualquer direito fundamental. Assim, os direitos sociais devem
sempre sofrer um processo de ponderação para que uma determinada
conjuntura jurídica e os contextos social e econômico permitam
considerá-los definitivos. Para Sarmento, “esta solução é profundamente
comprometida com a efetivação dos direitos sociais, mas leva em
consideração todas as dificuldades fáticas e jurídicas envolvidas nesse
processo, bem como a existência de ampla margem de liberdade para os
poderes neste campo, decorrente não só da legitimidade democrática,
como também de sua maior capacidade funcional”.
“(...) a limitação de recursos existe e é uma contingência que não se pode ignorar. O
intérprete deverá levá-la em conta ao afirmar que algum bem pode ser exigido
judicialmente, assim como o magistrado, ao determinar seu fornecimento pelo Estado.
Por outro lado, não se pode esquecer que a finalidade do Estado ao obter recursos,
para, em seguida, gastá-los sob a forma de obras, prestação de serviços, ou qualquer
outra política pública, é exatamente realizar os objetivos fundamentais da
Constituição. A meta central das Constituições modernas, e da Carta de 1988 em
particular, pode ser resumida, como já exposto, na promoção do bem-estar do
homem, cujo ponto de partida está em assegurar as condições de sua própria
dignidade, que inclui, além da proteção dos direitos individuais, condições materiais
mínimas de existência. Ao apurar os elementos fundamentais dessa dignidade (o
mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os alvos prioritários dos
gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se poderá discutir, relativamente
aos recursos remanescentes, em que outros projetos se deverá investir. O mínimo
existencial, como se vê, associado ao estabelecimento de prioridades orçamentárias, é
capaz de conviver produtivamente com a reserva do possível."
qualidade de vida nas cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não
regressão (ou, por outra terminologia, princípio da proibição de retrocesso), garantia
de que os avanços urbanístico-ambientais conquistados no passado não serão diluídos,
destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes (...)”.
Segue o mesmo autor afirmando que a regulação pode ser melhor definida
como uma forma de intervenção indireta do Estado na economia que não
possui pertinência com a atuação empresarial do Estado (intervenção direta),
não se confundindo, todavia, com a simples adoção de uma postura passível de
poder de polícia (na modalidade fiscalizatória), mas, sim, de uma postura ativa
na imposição de comportamentos aos mercados que serão regulados.
Ao diferenciar o poder de polícia da regulação/intervenção sobre o
ordenamento social, Diogo de Figueiredo percucientemente afirma que essa
última intervenção difere da função administrativa de polícia, pois, enquanto,
com esta atividade, a Administração procura apenas harmonizar a convivência
pela contenção da realização do interesse individual em nível coletivamente
aceitável, distinta e ampliadamente, ao atuar no desempenho do ordenamento
social propõe-se o Estado a ir mais longe, buscando alcançar o coletivamente
desejável, através de preceitos e de ações voltados à preservação da dignidade
humana e dos seus valores culturais, em sociedades sempre ameaçadas por
injustiças sociais, egoísmo e ignorância.
Educação
Assistência aos
Saúde
desamparados
Proteção à
maternidade Alimentação
e à infância
DIREITOS
SOCIAIS
art.6º
Previdência
Trabalho
Social
Segurança Moradia
Lazer
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
==10a285==
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
A lei complementar sobre o tema ainda não foi promulgada, situação que não
encontra maior prejuízo em virtude da norma de transição prevista no art. 10
do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), afirmando que até
a promulgação da mencionada lei complementar, a indenização contra a
despedida arbitrária ou sem justa causa ficará restrita a 40% sobre os
depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), realizados em
favor do empregado.
Nesse ponto, merece destaque também o art. 4º da Convenção 158 da OIT,
norma denunciada unilateralmente pelo presidente da República em 1996, ao
dispor que “não se dará término à relação de trabalho de um trabalhador a
menos que exista para isso uma causa justificada relacionada com sua
capacidade ou seu comportamento ou baseada nas necessidades de
funcionamento da empresa, estabelecimento ou serviço”. Discute-se,
entretanto, se essa denúncia, em si, é constitucional, matéria ainda pendente
É importante observarmos sobre o tema que, embora a CF exija lei formal para
a fixação do valor anual do salário mínimo, o STF entendeu constitucional o
artigo 3º da Lei 12.382/2011, que atribuiu ao Poder Executivo a incumbência de
editar decreto para divulgar, a cada ano, até 2015, os valores mensal, diário e
horário do salário mínimo, com base em parâmetros fixados pelo Congresso
Nacional. Segundo colhe-se do voto da ministra Cármen Lúcia, o decreto
presidencial de divulgação anual do salário mínimo é mera aplicação da
fórmula, do índice e da periodicidade para ele estabelecidos pela Lei
12.382/2011. É importante atentar sobre a vedação contida na parte final do
inciso, asseverando não ser permitida qualquer vinculação de obrigação ao
salário mínimo. A jurisprudência pátria, ao temperar a essa rigidez, evolui no
sentido de que a utilização do salário mínimo como base de cálculo do valor da
pensão alimentícia não ofende o dispositivo constitucional invocado, dada a
premissa de que a prestação tem por objetivo a preservação da subsistência
humana e o resguardo do padrão de vida daquele que a percebe (tema 821,
repercussão geral). Desse modo, perfeitamente aplicável a indexação do salário
mínimo às obrigações de caráter alimentar, o que é muito observado nas varas
de família na fixação de pensões alimentícias e nos arbitramentos de danos
pelos demais órgãos do Poder Judiciário. Em remate, é importante o
conhecimento pelo “concurseiro” das súmulas vinculantes sobre o tema,
porquanto recorrentemente cobradas, inclusive, em direito administrativo:
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial
(Súmula Vinculante 4)
O inciso veda, como regra, a redução salarial, sendo possível a sua negociação
em negociação coletiva (acordo ou convenção), o que mostra que uma situação
fática pode excepcionar a premissa antes estabelecida (irredutibilidade).
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;
Para efeito de concurso público deve ser ressaltada a expressão “no mínimo”, já
que as bancas de concurso gostam desse tipo de cobrança pouco inteligente em
primeira fase. Portanto, a remuneração de serviço extraordinário deve ser
superior a, no mínimo, ....
1
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
Esse dispositivo trata do adicional de férias. Deve sempre ser lembrado que a
CF não estabelece o período mínimo de férias, sendo essa tarefa realizada
pela legislação trabalhista. O texto constitucional estatui apenas os aspectos
remuneratórios do direito, asseverando que as férias remuneradas devem ser
de gozadas com um adicional de, pelo menos, 1/3 da remuneração normal. É
pacífica a jurisprudência do STF no sentido de que o servidor público
aposentado tem direito ao recebimento de indenização pelas férias não
gozadas, adquiridas ao tempo da atividade, sob pena de enriquecimento sem
causa da administração, bem como o entendimento no sentido da não
incidência de contribuição social sobre o adicional de um terço, matéria
bastante cobrada em direito previdenciário.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento
e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
de idade em creches e pré-escolas;
2
Esse direito foi assegurado pela Emenda Constitucional 53 de 2006. Deve ser
atentado pelo concurseiro a idade máxima prevista: 5 anos.
Nessa quadra, importante lembrar que esse inciso é aplicável, inclusive, aos
créditos decorrentes das demandas que versam sobre o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS), conforme comentado anteriormente. A redação
desse inciso é um pouco confusa, mas quer dizer que o trabalhador poderá
entrar com uma ação de natureza trabalhista em, no máximo, dois anos após a
extinção do contrato de trabalho, podendo, no entanto, cobrar os créditos
relativos aos últimos cinco anos do contrato de trabalho. Assim, a cada dia de
inércia por parte do trabalhador em ajuizar a demanda, será “descontado” um
dia de direito trabalhista. Se, por exemplo, entrar com uma ação trabalhista no
último dia do prazo de dois anos, só poderá reaver os créditos referentes aos
três últimos anos do contrato de trabalho.
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XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
O art. 194, VII da Constituição, por exemplo, dispõe que a seguridade social
deve possuir caráter democrático e descentralizado de administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. A norma em comento
reforça essa premissa, assegurando a participação dos trabalhadores e
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos, sendo hipótese, por
exemplo, a participação de trabalhadores e empregados no Conselho Nacional
de Previdência Social.
Como antes afirmado, o que deve ser guardado pelo estudante é o aspecto
numérico do artigo, ou seja, apenas nas empresas com mais de 200
empregados é obrigatória a eleição de representante com o objetivo de
promover uma melhor interlocução com a parte patronal.
Direito de associação ou
sindical
Relações individuais
Direito de Greve
de trabalho - art. 7º.
Direitos sociais dos
trabalhadores Direitos coletivos
Direito de Substituição
dos trabalhadores -
processual
art. 8º a 11.
Direito de participação
Direito de representação
classista
Esquematicamente, temos:
Aposentadoria.
SÚMULAS
É constitucional o art. 19-A da Lei 8.036/1990, o qual dispõe ser devido o depósito do
FGTS na conta de trabalhador cujo contrato com a administração pública seja
declarado nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público, desde que
mantido o seu direito ao salário. Mesmo quando reconhecida a nulidade da
contratação do empregado público, nos termos do art. 37, § 2º, da CF, subsiste o
direito do trabalhador ao depósito do FGTS quando reconhecido ser devido o salário
pelos serviços prestados. (RE 596.478, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 13/06/2012).
É da jurisprudência do STF que a remuneração total do servidor é que não pode ser
inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam inferiores
ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir tal limite, não há falar
em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição. Inviável, ademais, a
pretensão de reflexos do referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria
vinculação constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final). [RE 439.360 AgR,
rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 09/08/2005).
O art. 7º, XVI, da CF, que cuida do direito dos trabalhadores urbanos e rurais à
remuneração pelo serviço extraordinário com acréscimo de, no mínimo, 50%, aplica-
se imediatamente aos servidores públicos, por consistir em norma autoaplicável.
(AI 642.528 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 25/09/2012).
É pacífica a jurisprudência deste nosso Tribunal no sentido de que não implica ofensa
ao princípio da unidade sindical a criação de novo sindicato, por desdobramento de
sindicato preexistente, para representação de categoria profissional específica, desde
que respeitados os requisitos impostos pela legislação trabalhista e atendida a
abrangência territorial mínima estabelecida pela CF. (AI 609.989 AgR, rel. min. Ayres
Britto, j. 30/08/2011).
Uma vez respeitada a unicidade quanto a certa base territorial, descabe impor
exigências incompatíveis com a liberdade de associação. (RMS 21.053, rel. p/ o ac.
min. Marco Aurélio, j. 24/11/2010).
Esta Corte firmou o entendimento segundo o qual o sindicato tem legitimidade para
atuar como substituto processual na defesa de direitos e interesses coletivos ou
individuais homogêneos da categoria que representa. (...) Quanto à violação ao
art. 5º, LXX e XXI, da Carta Magna, esta Corte firmou entendimento de que é
desnecessária a expressa autorização dos sindicalizados para a substituição
processual. (RE 555.720 AgR, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 30/09/2008).
Estabilidade sindical provisória (art. 8º, VIII, CF): não alcança o servidor público,
regido por regime especial, ocupante de cargo em comissão e, concomitantemente, de
cargo de direção no sindicato da categoria. (RE 183.884, rel. min. Sepúlveda Pertence,
j. 08/06/1999).
2 – Resumo da Aula
2. Para a tese dos direitos sociais como direitos não subjetivos, os direitos
sociais não podem ser exigidos pelos seus titulares (ausência de dimensão
subjetiva), mas é possível o controle judicial com o fito de examinar a
razoabilidade das políticas públicas adotadas pelo Poder Público com o objetivo
de concretização desses mesmos direitos.
3. Por outro lado, a tese dos direitos sociais como direitos subjetivos
definitivos, os direitos sociais não são normas programáticas, podendo ser
exigidos de maneira incondicional pelos seus titulares, sendo irrelevante a
recorrentemente citada limitação orçamentária para a concretização dos
direitos dessa magnitude, porquanto são direitos fundamentais dotados de
eficácia imediata.
4. A tese dos direitos sociais como direitos subjetivos prima facie aduz que
os direitos sociais são direitos subjetivos prima facie, ou seja, dependem das
possibilidades fáticas e jurídicas (Alexy) que permitem conformar e reconhecer
qualquer direito fundamental (Teoria principiológica).
3 – Questões
Comentários:
Essa é o típico questionamento em que é cobrado o bom senso do candidato, bem
como o seu poder de “alinhamento” ideológico à instituição em que pretende ser
aprovado. A despeito de qualquer controvérsia doutrinária ou localização constitucional
topográfica, um candidato desse tipo de concurso tem que defender a ideia de que os
direitos sociais são tão fundamentais quanto quaisquer outros elencados no texto
constitucional. Ademais, resta também claro que o examinado deve também defender
a existência de certos princípios específicos no campo laboral, bem como a aplicação
de princípios gerais (e.g, dignidade da pessoa humana) à esfera trabalhista,
aumentando, portanto, o espectro de sua “análise principiológica”. Com isso em
mente, a questão (a) afirma a existência de princípios constitucionais amplos com
repercussão no campo das relações trabalhistas e princípios específicos dessa
disciplina, indo ao encontro do que expusemos anteriormente e tornando essa
assertiva correta. Resumidamente, o item (b) assevera que a dignidade da pessoa
humana não pode ser um princípio com repercussão o direito do trabalho o que, por
óbvio, é deveras absurdo, já que a dignidade humana é um vetor interpretativo para
diferentes ramos jurídicos, sendo aplicável, inclusive, no direito tributário. Alternativa
incorreta. O item (c) discorre sobre igualdade material e formal, não merecendo
maiores questionamentos, pois está correto. O item (d) entra em rota de colisão com
o b, porquanto afirma que os direitos trabalhistas ostentam caráter de direitos
fundamentais da pessoa humana, hipótese negada pela alternativa b, que, como
verificamos, é a única incorreta.
Comentários:
Como dissemos no início da aula, as questões sobre o tema tendem a cobrar a
literalidade do texto constitucional. Senão vejamos:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
Dessa forma, o único item incorreto é o c, pois não há a previsão de trinta dias na CF,
a despeito de qualquer previsão em legislação infraconstitucional. Deprimente, mas o
aluno deve permanecer focado no que o examinador cobra mesmo em concursos de
alto nível.
Gabarito C
Comentários:
Em caso de dúvida, é sempre recomendável obter a resposta por exclusão. Com
efeito, percebemos que o item III é flagrantemente errado, porquanto afirma ser
impossível a recepção de normas distintivas entre trabalhadores urbanos e rurais, o
que, como vimos, é errado, já que a lei 5889/73 (norma relativa aos trabalhadores
rurais) foi recepcionada pela CF. Já o item IV afirma que a cláusula da reserva do
possível atenua o amplo acesso à jurisdição, devendo também ser considerado errado,
porquanto é possível a judicialização e questionamento da efetividade dos direitos
sociais, conforme pacífica jurisprudência. Dessa forma, restam os itens I e II como
resposta da questão. Esses itens são bastante retóricos, mas o candidato de concursos
da seara trabalhista sempre devem ter uma interpretação mais elastecida dos
conceitos originalmente elencados, de modo a abarcar princípios mais amplos como
mínimo existencial e vedação ao retrocesso nesse campo de atuação.
Gabarito A
Comentários:
Se existe um dispositivo constitucional que a doutrina invoca reiteradamente como
exemplo de norma de eficácia contida é o que se refere à liberdade do exercício de
profissão. Dessa forma, a assertiva é incorreta.
Comentários:
Gabarito C
Segundo a nova redação do parágrafo único do art. 7º da CF, conferida pela EC
72/2013, são assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
social. A partir da tabela delineada nessa aula, o único item correto é o c. O item a
está errado, pois não existe a proteção para os domésticos em relação à automação. A
letra b peca ao afirmar que o piso salarial dos domésticos pode variar em relação à
complexidade de trabalho, não tendo sido abarcada essa proteção na emenda aludida.
Não é razoável também admitir que o empregado doméstico possa ter participação
nos lucros, pois o empregador doméstico não exerce atividade empresarial. Por
Comentários:
Eu, pessoalmente, observo o item mais recorrente nas respostas na hora de
responder. Na minha experiência, é quase certo o gabarito contemplá-lo. Essa questão
não difere, porquanto o item IV diz ser uma obrigação do Estado criar condições
objetivas que possibilitem o exercício do direito à segurança. Admitir o contrário
afetaria o bom senso. Da mesma forma, o item III afirma que o direito ao lazer está
relacionado ao meio ambiente sadio e à qualidade de vida, o que seria difícil não
admitir. O item I, correto, afirma que o direito à moradia não se confunde com o
direito de propriedade, o que parece também deveras razoável. O item II, por sua vez,
assevera que o direito ao trabalho é um direito subjetivo ao trabalho remunerado na
iniciativa privada ou poder público, o que, parece bem controvertido, porquanto o
indivíduo não pode exigir que algum empregador o contrate. Assim, a meu sentir,
seria difícil exigir (aspecto subjetivo do direito) um trabalho de outrem, inclusive do
poder público, ainda mais pelo fato desse último estar jungido ao princípio do concurso
público. Dessa forma, correto o item a.
Comentários:
Essa, mais uma vez, é a questão pra avaliar se o indivíduo “veste a camisa” da
instituição. Com efeito, é difícil admitir numa prova da defensoria que as normas
sociais são estritamente programáticas ou que não possuem eficácia, como afirmado
nas letras b e c. Do mesmo modo, seria, no mínimo, ingenuidade responder nesse tipo
de prova que não é possível o reconhecimento de outros direitos sociais além do
previsto no artigo 6º da CF (Vc quer mesmo ser defensor e não ter uma visão
ampliada dos direitos sociais?!). O item e está equivocado pois a EC 90/15 assegurou
o transporte como direito social e não a alimentação ( assegurada pela EC 64). Assim,
o único item correto é o d.
Gabarito: letra D
Não é vedada a participação de entidades privadas com fins lucrativos no SUS, nos
termos do § 1º do art. 199 da CF que preconiza que ”as instituições privadas poderão
participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos”.
Gabarito E
2) A vedação à internação de Lúcio em acomodações superiores mediante o
pagamento da diferença é constitucional: o atendimento pelo SUS é orientado, entre
outros critérios, pela isonomia.
Comentários:
O STF considerou inconstitucional a possibilidade de um paciente do Sistema Único de
Saúde (SUS) pagar para ter acomodações superiores ou ser atendido por médico de
sua preferência, a chamada diferença de classes.(RE 581488). Dessa forma, a
vedação a esse tipo de procedimento é constitucional, eis que respeita a isonomia.
Gabarito C
Comentários:
a) O STF julgou constitucionais as normas do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
13.146/2015) que estabelecem a obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem
a inserção de pessoas com deficiência no ensino regular e prover as medidas de
adaptação necessárias sem que ônus financeiro seja repassado às mensalidades,
anuidades e matrículas. (ADI) 5357. Item correto
b) No RE 511.961/SP, que versava sobre a exigência de diploma de jornalista em
curso superior para o exercício dessa profissão, o STF rememorou sua antiga
jurisprudência ao assentar a impossibilidade do estabelecimento de controles estatais
sobre a profissão jornalística, o que leva à conclusão de que não pode o Estado criar
uma ordem ou um conselho profissional (autarquia) para a fiscalização desse tipo de
profissão. O exercício do poder de polícia do Estado é vedado nesse campo em que
imperam as liberdades de expressão e de informação. Jurisprudência do STF:
Representação n.° 930, Redator p/ o acórdão Ministro Rodrigues Alckmin, ‘DJ’, 2-9-
1977. Dessa forma, item incorreto.
c) O STF entende constitucional esse incentivo efetuado por lei estadual (e.g, ADI
3512)
d) A jurisprudência do STF firmou-se no sentido da existência de direito subjetivo
público de crianças até cinco anos de idade ao atendimento em creches e pré-escolas.
(...) também consolidou o entendimento de que é possível a intervenção do Poder
Judiciário visando à efetivação daquele direito constitucional. (RE 554.075 AgR, rel.
min. Cármen Lúcia, j. 30-6-2009, 1ª T, DJE de 21-8-2009).
Correto o item a
Comentários:
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. Item incorreto
Gabarito: letra C.
Comentários:
A jurisprudência do STF entende não haver violação ao princípio da separação de
poderes nesse caso, ou seja, é possível que uma ordem judicial determine a realização
de obras emergenciais em presídio com o objetivo de assegurar a integridade física
dos detentos. Questão incorreta.
Comentários:
De fato, os direitos sociais são direitos de segunda geração, pois impõe um dever de
atuação ao Estado. Questão correta.
31 (CESPE/ TJ-DF – 2014) Caso determinado trabalhador rural ajuíze ação visando
obter provimento que lhe assegure o recebimento da remuneração pelo trabalho
noturno superior à remuneração do trabalho diurno, o juiz deverá rejeitar o pedido,
pois a CF não conferiu ao trabalhador rural o direito postulado.
Comentários:
O direito à remuneração pelo trabalho noturno superior à remuneração do trabalho
diurno é assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º, IX, CF). Questão
incorreta.
SEM COMENTÁRIOS
Constituição Federal.
c) A ideia de igualdade comparece em diversos tópicos do conteúdo constitucional de
1988, estruturando-se como um princípio jurídico de, pelo menos, dupla dimensão: a
igualdade em sentido formal, oriunda do antigo constitucionalismo; e a igualdade em
sentido material, de impacto profundo e abrangente na Constituição da República.
d) Os direitos trabalhistas apresentam natureza de direitos individuais e sociais
daqueles que vivem de seu trabalho empregatício e de outras relações sociojurídicas
equiparadas, como o trabalho avulso. Nessa medida, ostentam também o caráter de
direitos fundamentais da pessoa humana.
e) Não respondida.
República, é plena, tendo provocado a não recepção das distintas regras diferenciadas
da legislação trabalhista rural precedente a 1988.
quarto individual, por ser mais confortável, Lúcio se prontificou a pagar o valor da
diferença entre as modalidades dos quartos, o que foi recusado pelo hospital, que
informou ser vedado o uso das acomodações superiores por pacientes atendidos pelo
SUS, mesmo mediante pagamento complementar.
Considerando essa situação hipotética, julgue os seguintes itens com base na posição
majoritária e atual do STF.
1) É vedado às instituições privadas com fins lucrativos participarem do SUS, as quais
não podem, ainda, oferecer quartos com custos diferentes para pacientes sujeitos ao
mesmo procedimento médico.
2) A vedação à internação de Lúcio em acomodações superiores mediante o
pagamento da diferença é constitucional: o atendimento pelo SUS é orientado, entre
outros critérios, pela isonomia.
medicamentos.
31 (CESPE/ TJ-DF – 2014) Caso determinado trabalhador rural ajuíze ação visando
obter provimento que lhe assegure o recebimento da remuneração pelo trabalho
noturno superior à remuneração do trabalho diurno, o juiz deverá rejeitar o pedido,
pois a CF não conferiu ao trabalhador rural o direito postulado.
GABARITO
1 B 2 C 3 A
4 ERRADO 5 C 6 A
7 D 8 1)ERRADO 2)CERTO 9 A
10 C 11 CERTO 12 ERRADO
13 B 14 ERRADO 15 ERRADO
31 ERRADO