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Aula 5

Fundamentos da
História da Filosofia no Brasil História da Filosofia no Brasil

Prof. Lucas Lipka Pedron

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A filosofia brasileira uspiana

Conversa Inicial Nesta aula, abordaremos o desenvolvimento


de algumas perspectivas e abordagens
filosóficas decorrentes da formação da
missão francesa

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Abordaremos a carreira e a filosofia cética No penúltimo e último temas conheceremos


empírica de Oswaldo Porchat e seu legado um pouco mais de dois dos maiores
para a filosofia brasileira pesquisadores brasileiros, em particular,
Conheceremos um pouco mais da carreira de na conjunção entre filosofia e educação
Paulo Arantes e sua leitura da colonização No penúltimo, veremos como Franklin
cultural francesa Leopoldo e Silva aborda a retomada da
Abordaremos a perspectiva de enfrentamento filosofia na educação básica
da colonização francesa ofertada por Paulo No último, veremos como Marilena Chauí
Arantes, pensando o mundo a partir da contribui para a volta e para o ensino de
periferia filosofia no Brasil

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Oswaldo Porchat
Formado em Letras Clássicas pela USP
Graduado em Filosofia pela Universidade
Oswaldo Porchat de Rennes
e o ceticismo empírico Doutor em Filosofia com tese doutoral sobre
Aristóteles, orientado por Lívio Teixeira
Carreira docente na USP e na UNICAMP
Fundação da Pós-Graduação em Filosofia
na UNICAMP
Fundação do CLE – Centro de Lógica,
Epistemologia e História da Filosofia da Ciência

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“Eu sou [...] apenas um professor, como


qualquer outro. Um professor que, durante
trinta e sete anos nos quais lecionou na
Ceticismo empírico Academia, amou sempre – e amou muito –
Empirismo e racionalismo sua profissão e o convívio com os estudantes.
Se algo há de que, sob tal prisma, eu possa
O ceticismo na vida prática
vangloriar-me, é de ter-me sempre
Medicina esforçado, até o extremo limite de minhas
capacidades, por ser um professor. [...] a
Arte em contraposição à episteme
homenagem que me é prestada, ela o é ao
amor à docência que me não faltou nunca."
(Porchat em, Wrigley; Smith, 2003, p. 14)

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A missão francesa

“A primeira missão francesa que chegou ao


Brasil foi a artística, com Dom João VI. A
Paulo Eduardo Arantes segunda, na Primeira República, tinha como
e a colonização francesa objetivo instruir os oficiais do exército. A terceira
foi a dos docentes que vieram auxiliar na
estruturação da USP e da Faculdade de Filosofia.
A palavra missão, evidentemente, mostra que
éramos vistos como uma terra de índios que
deviam ser catequizados. Não há outra
explicação.” (Novais, 1994)

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“Ao contrário do que vinha sucedendo do
lado da experiência literária [...] com a
A filosofia como colcha de retalhos Filosofia, que não era representação mas
Método acadêmico francês juízo, não se passava rigorosamente nada,
O humanitismo de Quincas Borba numa palavra, sem sair do lugar, corria por
fora da formação do sistema cultural
brasileiro” (Arantes, 1996, p. 272)

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“O meu propósito era pensar a cultura


brasileira de uma maneira que não fosse o Da periferia à metrópole:
trivial dos estudos literários. [...] Não seria invertendo a perspectiva
por meio de uma graduação em sociologia ou
em teoria literária. Tinha que fazer sozinho”
(Arantes, 2004, p. 271)

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A descolonização

O problema da colônia
A crítica política dialética a partir da colônia
Ao voltar seu olhar para o estudo do Brasil,
Paulo Arantes percebeu que seria possível A dialética brasileira: entre a ordem e o
olhar a relação entre metrópole e colônia atraso
sob o ponto de vista da periferia A síntese contraditória da realidade nacional

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“Nossa dualidade colonial-burguesa sendo
ela mesma um desenvolvimento moderno
do atraso [fazia com que não estivéssemos
para o progresso] como a aberração para a
norma, o desvio para o avanço uniforme, Franklin Leopoldo e Silva
pelo contrário, como a atualidade mundial
expunha seus segredos na periferia
do capital, que era resíduo mas parte
integrante de uma evolução de conjunto.”
(Arantes, 1992, p. 96)

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Franklin Leopoldo e Silva Filosofia, educação e o ensino de filosofia

Professor da USP À filosofia cabe o papel de articular o que


Franklin chama das três condições mínimas
Historiador da Filosofia
para o estabelecimento da base cultural de
Crítico da especialidade e uma sociedade (e, por isso, sua importância
da produtividade acadêmica para o ensino médio)

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“1) adestramento de raciocínio na prática


do aprendizado das ciências exatas; A filosofia como disciplina na
2) conhecimento da diversificação histórico- educação básica
cultural e da variabilidade de critérios A especificidade da filosofia
fundamentadores da esfera ético-política,
através da familiaridade com os conteúdos Processo dialético entre aluno
do núcleo humanístico; 3) relativa ampliação e professor: o método filosófico
do imaginário e domínio da linguagem O papel da história da filosofia
através dos conteúdos de língua e literatura.” no ensino de filosofia
(Silva, 1992, p. 162)

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A função da filosofia e do filósofo para a
sociedade
Para o filósofo, a filosofia serve para
lidarmos com a contingência da história, Marilena Chauí
pois, mesmo que esta seja feita pelo
humano, este não estabelece um plano
absoluto para o seu curso, devendo, caso
sob uma atitude filosófica, saber tirar
proveito do espanto diante do imprevisível

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Graduada em Filosofia na USP (1965) “Entre 1970 e 1974, desenvolvi com os


Orientanda de Gilda Rocha de Mello e estudantes uma maneira de criticar o
Souza, defende o doutorado em 1971, autoritarismo, a qual chamei de experiências
sobre Baruch de Spinoza pedagógicas: usávamos a figura do professor
como objeto de crítica ao autoritarismo e os
Sua interpretação sobre Spinoza é uma estudantes propunham e desenvolviam
das mais lidas e comentadas no mundo formas alternativas para os cursos e os
Secretária de Cultura da cidade de trabalhos. Tenho o registro escrito dessas
São Paulo durante a gestão de experiências, que me marcaram e marcaram
Luíza Erundina (1988-1992) muitos estudantes” (Chauí, 2016, p. 267)

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Educação filosófica

Professora da rede estadual de ensino em


São Paulo, antes de sua retirada da grade
curricular Na Prática
Produção de material didático para o
ensino médio
Cursos de formação pedagógica
Luta articulada pela reinserção da filosofia
na grade curricular da educação básica

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História da filosofia e realidade brasileira

A colonização francesa
O rigor metodológico francês
Finalizando
A tarefa do filósofo brasileiro
Paulo Arantes, Marilena Chauí e
Franklin Leopoldo e Silva
As especificidades da realidade
brasileira

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Os filósofos uspianos brasileiros

Oswaldo Porchat e o ceticismo empírico

Nesta aula, acompanhamos o resultado do Paulo Arantes e a colonização do Brasil


processo de formação, iniciado pela missão Filosofia desde a periferia
francesa desde a década de 1930 no Brasil,
Franklin Leopoldo e Silva
com o desenvolvimento de várias escolas e
intelectuais brasileiros no campo da filosofia Marilena Chauí

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