Aula 6

Fundamentos da
História da Filosofia no Brasil História da filosofia no Brasil

Prof. Lucas Lipka Pedron

1 2

Filosofia e alteridade

Nesta aula, abordaremos um pouco das

Conversa Inicial
pesquisas em filosofia brasileira e no Brasil
que ganharam destaque no século XXI
Para tanto, elencamos alguns autores e
temáticas

3 4

Falaremos mais amplamente sobre a filosofia

ameríndia e alguns de seus pesquisadores
Conheceremos um pouco mais da vida e obra
de Davi Kopenawa Yanomami
Abordaremos um pouco dos estudos sobre Filosofia ameríndia
filosofia africana no Brasil
Veremos como tal estudo se converte na
chamada perspectiva epistemológica
decolonial
Conheceremos um pouco da vida e obra do
filósofo uspiano Vladimir Safatle

5 6
 Oswaldo Porchat
Claude Lévi-Strauss
Missão francesa e excursões no Brasil
As estruturas do parentesco
Tristes trópicos
7 8
Marco Antonio Valentim
Antropocentrismo x antropoformismo
Igualdade entre humanos e não humanos
9 10
Davi Kopenawa Yanomami
11
Eduardo Viveiros de Castro
Metafísicas canibais e a antropologia
pós-estruturalista
Filosofia da diferença e filosofia ameríndia
“Se o [antropocentrismo] é caracterizado
pela dessubjetivação radical dos seres
não-humanos em favor da constituição da
humanidade como um ‘reino supremo’,
o [antropomorfismo] se explica pela
possibilidade da subjetivação integral dos
seres: a humanidade seria a ‘condição
original comum’ a todos os agentes
cósmicos.” (Valentim, 2014, p. 9)
Xamã Yanomami
“Passei a ter o nome Kopenawa porque se
parece com o dos espíritos vespa [Kopenari]
cujas imagens vi beber o sangue do grande
guerreiro Arowë quando tomei o pó de
yãkoana. Assim recebi esse nome para
defender os meus e proteger nossa terra,
pois foi Arowë, no primeiro tempo, que
ensinou a bravura a nossos antepassados.
(...)
12
 A queda do céu
(...) Assim, pouco a pouco, meu nome foi
ficando mais longo. Primeiro foi Davi, o
nome que os brancos me atribuíram na
infância, depois foi Kopenawa, o que me A floresta e o céu – a morada dos xapiri
deram mais tarde os espíritos vespa. E por O papel do xamã
fim acrescentei Yanomami, que é a palavra
Ontologia ianomâmi e ecologia
sólida que não pode desaparecer, pois é o
nome do meu povo” (Kopenawa; Albert, Pensamento que esfria o mundo
2015, p. 73)

13 14

A descolonização

Filosofia desde África Pensar e fazer filosofia para além da história

da filosofia europeia, e tomando como
matéria-prima o pensamento e a vida
(a filosofia e a ontologia) de povos não
europeus

15 16

O conceito de ubuntu A comum-unidade nos povos africanos

A multiplicidade pela unidade: A comum-unidade nos povos afro-brasileiros
a comum-unidade Solidariedade e acolhimento na luta
Diálogos com as culturas Banto e Nagô anticolonial

17 18
 Perspectiva decolonial

Filosofia africana contemporânea Diferença entre descolonização e descolonial

(ou decolonial)
Luta contra o epistemicídio
Filosofia hegemônica e contra-hegemônica

19 20

“A peculiaridade da filosofia hegemônica

é se afirmar como um discurso racional
ausente de qualquer elemento místico ou Razão e metafísica na filosofia eurocêntrica
sobrenatural. A partir disso, discursos
Racismo e epistemicídio
permeados por uma gama de misticismo
não seriam filosóficos e, por consequência, Perspectiva epistemológica decolonial e
para que diferentes povos adentrassem ao antirracista
recinto filosófico teriam que cultivar a
racionalidade.” (Dantas, 2018, p.208)

21 22

“O termo amefricanas/amefricanos designa

toda uma descendência: não só os africanos
pelo tráfico negreiro, como a daqueles que
chegaram à América muito antes de Colombo.
[...] Embora pertençamos a diferentes
sociedades do continente, sabemos que o Vladimir Safatle
sistema de dominação é o mesmo em todas
elas, ou seja: o racismo, essa elaboração fria e
extrema do modelo ariano de explicação, cuja
presença é uma constante em todos os níveis
do pensamento, assim com parte e parcela das
mais diferentes instituições dessa sociedade.”
(Gonzalez, 1988, p. 77)

23 24
 O que resta da ditadura: a exceção brasileira
(2010)
Graduação e pós-graduação em Filosofia Continuação civil da ditadura cívico-militar
Professor de Filosofia da USP Reacomodação dos atores do período
Colunista e ativista político dentro da estrutura do Estado
Negação da justiça social quanto aos
crimes perpetrados pelo Estado

25 26

“A verdadeira preocupação de Bento Prado

consistia em perguntar-se sobre o que pode
A identidade de si pela relação com o outro
ser uma subjetividade capaz de descobrir o
impessoal e o irredutivelmente Outro como Experiências de negatividade e negação da
seu solo gerador. [...] isso através de uma subjetividade
reflexão sobre a alteridade anônima que Dialética negativa adorniana
precede toda constituição da individualidade,
Utopia transformadora do real
mas com a qual ela deve sempre se
defrontar.” (Safatle, 2012, p. 297)

27 28

“A filosofia é um campo no qual os problemas

são produzidos por experiências que vêm do
exterior – ou elas vêm da política, ou elas Na Prática
vêm da estética, ou elas vêm da ciência, ou
elas vêm da psicanálise, e, no meu caso,
acredito que isso funciona de maneira muito
evidente.” (2016, p. 254)

29 30
 Alteridade e racismo

Filosofia e sociedade eurocêntricas

Finalizando
Filosofia ameríndia e africana
Estereótipos das culturas não europeias
Racismo que se esconde nas proposições
filosóficas

31 32

Os filósofos uspianos brasileiros

Encerrando nossa última aula,

acompanhamos mais de perto Lévi-Strauss e Viveiros de Castro
os debates filosóficos do século XXI Marco Antonio Valentim e o antropoformismo
da filosofia brasileira
Davi Kopenawa e a queda do céu
Do pós-Segunda Guerra Mundial até
os dias atuais, a grande questão da
filosofia e da sociedade é a alteridade

33 34

Thiago Dantas e a filosofia desde África

Perspectivas epistemológicas decoloniais
Vladimir Safatle e a negação do sujeito

35