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Professor: Guilherme Abreu Horário da Aula: Terça-feira 19h00min

Indução Eletromagnética, Lei de Faraday e Lei de Lenz


Ari Junior, Denise Gama, Jesiel Barreto, Thiago Phelippe
Universidade Federal do Paraná
Centro Politécnico – Jardim das Américas – 81531-980 – Curitiba – PR - Brasil
e-mail : ari.r.j94@gmail.com
denise_cristine73@hotmail.com
jesiel_rodrigobarreto@hotmail.com

Introdução

O experimento está dividido em três


partes. Na primeira analisamos o que
acontece com a DDP nos terminais de uma
bobina de cobre (indutor) com diferentes
números de espiras quando se aproxima e
se afasta um ímã permanente durante um
movimento de queda livre, para isso
utilizamos um osciloscópio que gera um
gráfico da diferença de potencial do
indutor em função do tempo.

Na segunda parte se observa a leitura de


Figura 1: Montagem da 1º parte do experimento.
um galvanômetro conectado a um indutor
(1) após aproximar outro indutor (2) Após configurar a escala do
percorrido por uma corrente contínua e osciloscópio para 1kSa/s no controle
depois alternada, também observamos a horizontal e uma tensão de 5V começamos
influência de um núcleo de ferro no o procedimento consistia em soltar um ímã
indutor 2. dentro do cano de PVC tal que ele
atravessasse o centro do indutor e gerasse
A última parte é mais qualitativa, uma corrente induzida. Como a corrente
observamos o comportamento de 3 era passageira e consequentemente seu
diferentes tipos de placa de alumínio gráfico gerado no osciloscópio também foi
quando são submetidas a um campo necessário pressionar o botão Run/Stop
magnético constante após serem após soltar o ímã para que se pudesse
aceleradas. congelar a imagem do gráfico, este
procedimento foi feito várias vezes pois o
Procedimento Experimental gráfico gerado as vezes não ficava próximo
ao eixo central do display. Após se obter
A figura 1 mostra como foi montado o
um bom gráfico exportamos os dados para
equipamento para a primeira parte onde o
um pen drive, este procedimento foi
indutor havia sido conectado ao
repetido para indutores de 200, 400 e 800
osciloscópio por meio de um cabo
espiras.
DIN/Banana.
Na segunda parte conectamos um
indutor (1) a um galvanômetro Análise e Resultados
(instrumento analógico utilizado para
medir corrente ou diferença de potencial) e 1º PARTE
outro indutor (2) em uma fonte de tensão e
posteriormente um gerador de função com Ao analisar o gráfico no osciloscópio
frequência de 2 Hz, então os aproximamos observamos o surgimento de 2 picos de
para verificar o comportamento do intensidade, um positivo e outro negativo, isso
galvanômetro nos 2 casos, também ocorre pois à medida que o ímã se desloca
inserimos um núcleo de ferro no indutor 2 verticalmente para baixo há um aumento das
para observar as mudanças. linhas de campo que interceptam a área
transversal das espiras, induzindo outro campo
A figura 2 mostra como foi montado o magnético, causando uma força eletromotriz
induzida gerando o primeiro pico, após estar
experimento da segunda parte onde um
totalmente imerso no indutor a fem começa a
havia sido conectado ao galvanômetro e
diminuir pois as linhas de campo do outro pólo
outro as fontes de corrente. do ímã também começam a atravessar o
indutor anulando a variação do fluxo até o
centro do indutor onde fem é nula. Após passar
pelo centro a quantidade de linhas de campo
que atravessam o indutor começa a diminuir
gerando novamente uma fem mas com sentido
contrário, então conforme o ímã se afasta os
campos diminuem até 0V novamente.

Também temos que os picos não são


simétricos pois a fem induzida varia com a
velocidade de aproximação ou afastamento do
Figura 2: Montagem da 2º parte do experimento. ímã. A figura 4 mostra um esquema em
gráficos para explicar o fenômeno.
Na figura 3 está o esquema para do
procedimento da terceira parte.

Figura 3: Montagem da 3º parte do experimento.

Três placas diferentes de alumínio são


soltas da posição horizontal e então passam
com velocidade por um campo magnético
constante, o comportamento da
desaceleração foi observado.
Figura 4: Comparação gráfica da fem e a velocidade
400 1 -1.24 -26,04 28,22 2,18

Apesar do fluxo dos picos serem iguais 2,2 -1,8 -22,8 75,2 52,4
800
(Φ1 = Φ2) após atravessar o centro do indutor
Tabela 1
onde a fem é 0 temos uma velocidade maior
que a de referência de entrada das linhas de
campo no indutor pois o ímã possui uma
aceleração local de módulo 𝑔, assim ele
percorre uma mesma distância em um intervalo
de tempo menor (∆𝑡1 ≻ ∆𝑡2) tornando o
segundo pico mais alongado e com base mais
estreita. Ao inverter os pólos do ímã
observamos que os picos invertem a posição.
Estes resultados obedecem a Lei de Indução de
Faraday
𝑑Φ𝐵
ξ= −𝑁 𝑑𝑡

Ela nos diz que a variação do fluxo


𝑑Φ𝐵
magnético (
𝑑𝑡
) produz uma fem induzida
(ξ) com sentido oposto ao do campo magnético
Figura 5: Pontos utilizados para preencher a tabela 1
e é proporcional ao número 𝑁.
OBS: Os resultados dos indutores de 200 e
Com os dados no pendrive o transferimos
800 espiras divergiram do resultado teórico
para o programa “Microcal Origin” onde
esperado devido ao erro no cálculo da integral
plotamos novamente o gráfico da tensão em
pois os gráficos gerados estava com o eixo 𝑥
função do tempo, utilizando os recursos do
deslocado verticalmente, sendo assim o
programa escolhemos intervalos de pontos para
resultado para o indutor de 400 espiras onde
fazer a integração dos picos e se obter o fluxo
∆Φ foi o menor é o que melhor representa
magnético naquele intervalo, pois se
experimento.
reescrevermos a Lei de Indução de Faraday
isolando Φ𝐵 e integrando dos dois lados
A figura 6 mostra um exemplo de queda do
obtemos ímã com a parte norte para baixo e o respectivo
𝑏 sentido da corrente induzida, o sentido da
1
− 𝑁
∫ ξ(𝑡) 𝑑𝑡 = Φ𝐵 corrente foi baseada utilizando a Lei de Lenz
𝑎 que será explicada mais para frente.

A tabela 1 mostra os respectivos resultados


obtidos para os 3 indutores e a figura 5 mostra
como foram retirados os pontos do gráfico para
o cálculo do fluxo onde o intervalo P1-P2
corresponde ao máximo e P2-P3 ao mínimo, os
valores de tensão máxima e mínima também
estão representados.
Nº de V+ V- Φ+ Φ− ∆Φ
espiras (V) (V) 𝑚Wb 𝑚Wb 𝑚Wb

200 0,032 -0,016 -0,648 0,416 0,232 Figura 6: Exemplo do sentido da corrente induzida.
2º PARTE
disponível no objeto e se há ou não caminhos
Foi observado que quando o indutor para que possam completar o ciclo. Uma forma
conectado a uma fonte de corrente contínua se de saber qual placa gerava mais Correntes de
aproximava do indutor ligado ao galvanômetro Foucault era se basear na sua desaceleração,
tínhamos uma deflexão na agulha (isto também pois como temos uma corrente circulando em
era observado se aproximavam o outro um condutor teremos também uma força
indutor), isso devesse ao fato de que o indutor magnética que de acordo com a Lei de Lenz irá
percorrido pela corrente agia como um ímã, se opor ao movimento, assim concluímos que a
mas era necessário o manter em movimento placa maciça de alumínio parava mais
para que houvesse uma mudança no fluxo rapidamente que a vazada com base fechada
magnético no indutor ligado ao galvanômetro pois possuía mais material por onde as
para a geração de uma fem induzida onde o seu correntes poderiam circular e por sua vez a
sentido mudava se ele era aproximado ou placa vazada com base fechada parava mais
afastado. rapidamente que a vasado com base aberta que
apesar de ter mais material não permitia
Ao trocar a fonte de corrente contínua por grandes ciclos de corrente.
uma alternada não havia mais a necessidade de
manter um dos indutores em movimento pois Referências
com a corrente alternada causava uma
mudança natural do fluxo magnético, e a [1] “Física Experimental III”, 1º semestre 2019,
agulha oscilava com mesma frequência que a páginas 64 a 69.
da fonte (2 Hz) por isso era necessário uma [2] D.Halliday e R. Resnick, “Fundamentos de
frequência baixa pois o instrumento não era Física”, Volume 3, 8ª edição, Edit. LTC Ltda Rio de
muito sensível. Janeiro(2009).

Com o núcleo de ferro inserido dentro do


indutor conectado as fontes tínhamos um
acréscimo na deflexão pois o núcleo agia como
direcionador do campo magnético fazendo com
que mais linhas atravessam o indutor 2.

3º PARTE

Quando a placa de alumínio se aproxima do


campo magnético do ímã e seu material
começa a atravessar as linhas de campo temos
uma geração de uma corrente induzida devido
variação do fluxo magnético por causa do
movimento relativo entre eles obedecendo a
Lei de Indução de Faraday. O sentido da
corrente induzida é determinado pela Lei de
Lenz abaixo

“O sentido de uma corrente induzida é tal


que o campo magnético produzido por esta se
opõe ao sentido do campo que a causou.”

Estas correntes induzidas circulam dentro


do material e são chamadas de Correntes de
Foucault ou Correntes Parasitas, a sua
intensidade depende da quantidade de material

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