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POLARIZAÇÃO DO 67N POR TENSÃO DE SEQUÊNCIA NEGATIVA OU ZERO: CRITÉRIOS

PARA ESCOLHA E DEFINIÇÃO DE AJUSTES À LUZ DE DUAS OCORRÊNCIAS COM


ATUAÇÃO INCORRETA

Tony Marcos Soares Homobono (*) Saulo Trento _


CTEEP CTEEP

RESUMO

Este artigo apresenta inicialmente a análise de duas ocorrências em LTs de 88 e 440 kV da CTEEP, que
tiveram atuações incorretas da proteção direcional de neutro de um terminal para faltas externas e na
direção reversa. O método de polarização e ajustes associados foram determinantes nos dois casos, e
são evidenciadas as várias características que podem estar relacionadas a atuações incorretas: relação
de impedâncias da linha (SIR), acoplamento mútuo de sequência zero, magnitudes mínimas críticas de
tensão e corrente de sequência negativa e zero para os diversos tipos e locais de falta, desbalanços
provocados por erros de instrumentos de medição, resistência de falta máxima que se deseja cobrir pela
proteção 67N e teleproteção, e existência de desequilíbrios sistêmicos, provocados por carga ou não-
transposição das linhas, com atenção especial para linhas resultantes de seccionamentos, que
frequentemente apresentam transposição incompleta.

A partir de premissas amplamente divulgadas em literatura técnica sobre a questão, somada a


experiência prática obtida da análise das ocorrências, são exploradas na segunda parte do artigo as
características matemáticas das relações de impedâncias do sistema que levam a situações de
inadequação de um ou outro método de polarização, e de que maneira essas relações podem ser
utilizadas pelos engenheiros de proteção para definir os ajustes de polarização mais adequados a cada
caso.

PALAVRAS-CHAVE

Polarização do 67N, Sequência Negativa, Sequência Zero, Acoplamento Mútuo, Transposição de Linhas,
Ensaios de Proteção.

1.0 - INTRODUÇÃO

A função de sobrecorrente direcional de neutro (67N) é considerada uma proteção essencial para linhas
de transmissão, para detecção de curto-circuitos com alta impedância. A possibilidade de adoção de
métodos de polarização que vão além da tradicional polarização por tensão residual, seja usando
componentes de sequência negativa ou métodos mistos, já existe há algum tempo, e outros trabalhos já
exploraram a questão da melhor escolha entre um método e outro de um ponto de vista geral e teórico [1].
Porém, os autores deste artigo entendem que ainda não há um critério prático e quantitativo para permitir
não apenas a escolha assertiva do método de polarização mais adequado a cada situação particular,
como também a definição dos ajustes associados a polarização, tais como a tensão mínima de
polarização. Como resultado, frequentemente adota-se os ajustes padrão propostos nos manuais dos
fabricantes de relés de proteção, e os resultados não são sempre satisfatórios, conforme se verifica nas
análises de pertubações apresentadas a seguir.

Embora existam outros métodos de polarização para 67N oferecido pelos IEDs no mercado, nossa
abordagem se concentra nos métodos de tensão de sequência negativa e tensão de sequência zero, por
se tratarem dos métodos mais utilizados na transmissão.

(*) Rua Alameda CESP s/n - Centro de Operação da Transmissão da CTEEP – CEP 13.212.- 437,
Jundiaí, SP – Brasil Tel: (+55 11) 4589-6624 – Email: thomobono@cteep.com.br
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2.0 - PERTURBAÇÃO NAS SE’S DECASA E CANOAS II

A perturbação teve início com o desligamento automático da LT 88 kV Salto Grande-Canoas I, devido a


ocorrência de um curto circuito monofásico, provocado por causa indeterminada. A falta foi eliminada em
70 ms na SE Canoas I pela atuação correta da proteção de distância em tempo de primeira zona. Na SE
Salto Grande, considerando que a referida LT estava em operação pelo disjuntor de transferência, a falta
foi eliminada em 580 ms pela atuação correta da proteção de sobrecorrente de neutro do bay 88 kV do
paralelo da SE Salto Grande.

Simultaneamente ocorreram os desligamentos das LTs 88 kV Decasa-Assis, somente na SE Decasa, e


da LT 88 kV Decasa-Canoas II, somente na SE Canoas II, pelas atuações incorretas das proteções 67N
em ambos os bays para uma falta na direção reversa.

FIGURA 1 – Diagrama do setor de 88 kV envolvendo as SE’s Decasa, Canoas I e II, Assis e Salto
Grande.

Na análise da perturbação identificou-se que os IEDs modelo SEL-421 na SE Decasa e Canoas II


estavam parametrizados para utilizar a polarização por sequência negativa preferencialmente, e caso não
fossem atendidas as condições para tal polarização, seria utilizada a polarização por sequência zero.

Ao manipular a oscilografia do bay Assis na SE Decasa para indentificar o ângulo entre corrente e tensão,
tanto para seq. negativa quanto para seq. zero, identificamos que por seq. negativa a declaração da
direção teria sido correta, no entanto, o IED utilizou a polarização por seq. zero, que por sua vez,
influenciado pelo acoplamento mútuo entre linhas paralelas, declarou de forma incorreta a direção da
falta, conforme pode ser observado na figura a seguir;.
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FIGURA 2 – Oscilografia do bay Assis na SE Decasa com indicação da direção da falta analisando os
ângulos de entre tensão e corrente de sequência negativa e zero.

Dentre os limites que determinam a adoção da sequência negativa ou zero por este modelo de IED,
destacamos os seguintes fatores, que foram calculados a partir da oscilografia para definição do método a
ser utilizado na polarização, onde I0, I1 e I2 são as correntes de sequência zero, positiva e negativa
respectivamente:

- Pick-up de corrente: 50FP = 3I2 = 0,7A (ajuste: >0,6A, atendido, sequência negativa possível);
- Razão de correntes: A2 = I2/I1 = 0,95 (ajuste: >0,1, atendido, sequência negativa possível);
- Razão de correntes: K2 = I2/I0 = 0,19 (ajuste: >0,20, não atendido, sequência negativa descartada).

O relé passa então a verificar as condicionantes para usar polarização por sequência zero:

- Pick-up de corrente: 50FP = 3I0 = 3,4A (ajuste: >0,6A, atendido, sequência zero possível);
- Razão de correntes: A0 = I0/I1 = 5,11 (ajuste: >0,1, atendido, seq. zero adotada, e declarada direção
a frente).

Por meio da análise da oscilografia do bay 88 kV Canoas II na SE Decasa, em que a falta estava na
direção frente, podemos identificar que foi utilizado a polarização por seq. negativa, identificando a falta
na direção correta, uma vez que todos as condicionantes foram atendidas, inclusive o ajuste K2, que ficou
no limiar do ajuste, ou seja, 0,2.

Pela característica passante da falta para a barra da SE Decasa e ajustes idênticos dos IEDs dos dois
bays da referida SE, seriam esperadas respostas consistentes dos IEDs (um reverso e o outro a frente).
Ocorre que em razão de uma imprecisão dos instrumentos (TP e TC), os bays da SE Decasa mediram
valores diferentes para o parâmetro K2, no limiar do ajuste (0,19 e 0,20), que influenciaram no
desempenho das proteções 67N dos referidos bays. Destaca-se que as proteções 67N dos bays da SE
Canoas II tiveram desempenho semelhante ao dos bays na SE Decasa.

Para o caso em questão, a análise destaca a importância de realizar simulações para determinar os
ajustes de parâmetros específicos da polarização do 67N, isto é, todos os parâmetros que condicionam a
habilitação da polarização por sequência negativa, comumente ajustados com valores default. Conclui-se
ainda que diante de uma topologia complexa como é a da região analisada, envolvendo linhas de circuito
duplo com forte acoplamento mútuo de sequência zero, e longos ramais de circuito duplo que derivam da
linha tronco (ramais Canoas I e II), não se deve utilizar o método de polarização do 67N por sequência
zero, nem de forma alternativa, como segunda opção, devendo ser parametrizado somente o método de
sequência negativa.
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3.0 - PERTURBAÇÃO NA SE’S PIRACICABA E ARARAQUARA

A perturbação teve início com a ocorrência de um curto-circuito monofásico na LT 138 kV Piracicaba –


Saltinho C2. A falta foi eliminada em 74ms pelas atuações das proteções de distância da referida LT.
Simultaneamente, ocorreu o desligamento automático da LT 440 kV Araraquara – Piracicaba, somente na
SE Araraquara, devido a atuação incorreta do esquema de teleproteção por sobrealcance permissivo
(POTT), associado aos respectivos elementos de sobrecorrente direcionais de neutro.

FIGURA 3 – Diagrama do setor de 440 kV envolvendo as SE’s Araraquara, Piracicaba e Santa Bárbara.

Como ilustrado na figura 3, ocorreram as partidas incorretas das proteções de sobrecorrente direcionais
de neutro, principal e alternada, na extremidade de Piracicaba, para uma falta monofásica na direção
reversa ocorrida na LT 138 kV Piracicaba – Saltinho, sendo que as proteções do terminal de Araraquara
da LT 440 kV Araraquara – Piracicaba receberam os sinais de teleproteção RX-67N, no momento em que
as proteções de sobrecorrente direcionais de neutro estavam corretamente sensibilizadas pela falta na LT
138 kV Piracicaba – Saltinho, na direção para frente, fazendo assim com que fossem atendidas as
condições para o desligamento do bay da LT 440 kV Araraquara - Piracicaba, na SE Araraquara, pelo
esquema de teleproteção por sobrealcance permissivo (POTT) associada as proteções 67N.

Só não houve o desligamento do terminal de Piracicaba da LT 440 kV Araraquara – Piracicaba pelo


esquema de teleproteção porque a proteção 67N permaneceu atuada por apenas 20 ms, e somente após
esse período houve a recepção do sinal RX, não atendendo assim as condições para atuação do
esquema de teleproteção.

As proteções 67N da LT 440 kV Araraquara – Piracicaba foram parametrizadas para utilizar a sequência
negativa como método de polarização, com ajustes default para os parâmetros mínimos que condicionam
a habilitação da polarização: V2_min (tensão mínima de sequência negativa) e I2_min (corrente mínima
de sequência negativa). Por meio da análise da oscilografia do bay Araraquara na SE Piracicaba, ver
figura 4, constatou-se um desequilíbrio na pré-falta, com corrente de neutro na ordem de 80 A e tensão
residual de 9 kV (0,012 pu), de origem sistêmica, provocado pela transposição incompleta da LT 440 kV
Araraquara – Piracicaba, visto que trata-se de uma linha de transmissão resultante de seccionamento
para entrada da SE Piracicaba.
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FIGURA 4 – Oscilografia do bay Araraquara na SE Piracicaba com indicação da direção da falta


analisando os ângulos de entre tensão e corrente de sequência negativa e zero.

Através da análise dos fasores de tensão e corrente de sequência negativa durante a falta, bem como de
suas magnitudes, pôde-se verificar que o IED diante da parametrização aplicada, respondeu de acordo
com o esperado, já que durante 20 ms a corrente de sequência negativa permaneceu na região de falta
na direção reversa, em conformidade com o algoritmo da função 67N declarado no manual do IED. Em
suma, para o desligamento em foco, com a LT parametrizada para utilizar a tensão de seq. negativa para
polarização do 67N, ocorreu uma falta localizada em uma LT de 138 kV conectada a SE Piracicaba, e
portanto, distante eletricamente e na direção reversa do bay 440 kV Araraquara na SE Piracicaba, que
provocou baixas magnitudes de tensão e corrente de sequência negativa medidas pelo IED do referido
bay. Ocorre que tal IED, em condições normais de operação, já mensurava baixas magnitudes de tensão
e corrente de sequência negativa decorrentes da transposição incompleta da LT, principalmente perante
um carregamento elevado. Diante deste cenário, as magnitudes de tensão e corrente de sequência
negativa medidos pelo IED, resultado da soma vetorial das magnitudes produzidas pela falta e pela
transposição incompleta da LT, habilitaram a polarização do 67N, uma vez que superaram os ajustes
mínimos, sendo que a influência do desequilíbrio produzido pela transposição incompleta da LT provocou
um erro angular entre tensão e corrente de sequência negativa de polarização a ponto de provocar a
declaração incorreta da direção da falta e consequentemente a atuação incorreta da proteção 67N.

Verifica-se que o desequilíbrio de tensão de sequência zero na pré-falta é da mesma ordem de grandeza
do desequilíbrio de sequência negativa, entretanto, considerando apenas o desequilíbrio provocado pela
falta em questão, a magnitude de tensão de sequência zero é superior a de sequência negativa, fazendo
com que a tensão de sequência zero resultante medida pelo IED fosse menos influenciada pelo
desequilibrio provocado pela transposição incompleta da LT. É por isso que ao analisar os fasores de
tensão e corrente de sequência zero durante a falta, constata-se que a falta teria sido corretamente
declarada na direção reversa se o IED estivesse parametrizado para utilizar a sequência zero como
método de polarização do 67N. Já na hipótese de o ajuste V2_min (ou V0_min) ser aumentado para
1,5V=2,26% em vez do ajuste padrão de 1V=1,51%, a polarização por sequência negativa (ou zero) não
teria sido habilitada, e o desligamento indevido na SE Araraquara não ocorreria, sendo importante
considerar que sempre que se aumenta as tensões mínimas de polarização, existe sempre uma
diminuição da cobertura para faltas de alta impedâcia, tendo uma diminuição da resitência máxima de
falta detectada na LT.
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4.0 - ABORDAGEM TEÓRICA

4.1 Precisão dos TP's: Limite inferior para o ajuste de tensão de polarização mínima

Tipicamente a classe de precisão de TP’s para proteção admite erro de até 3% no módulo e 2° de ângulo.
Para polarização em faltas de alta impedância, a preocupação é com o erro composto de TP’s das três
1
fases, que irá compor a tensão de sequência zero 𝑉0 = (𝑣𝑎 + 𝑣𝑏 + 𝑣𝑐) ou de sequência negativa
3
1
𝑉2 = (𝑣𝑎 + 𝑣𝑏 + 𝑣𝑐). Considerando que o erro de cada uma das três fases seja independente de erro
3
das demais, e desprezado o erro de ângulo, tem-se:

1
|𝜀(𝑣0 )| = |𝜀(𝑣2 )| = �𝜀(𝑣𝑎)2 + 𝜀(𝑣𝑏)2 + 𝜀(𝑣𝑐)2 (1)
3

Onde 𝜀(𝑣𝑥) denota o erro da tensão na fase x, que deve ser considerada uma variável aleatória.

Resolvendo para a tensão secundária usual dos TP’s, de 115/√3 V, obtém-se 1,992 V para erro de cada
fase, e 1,150 V para o erro de quantidade 𝑣0 (ou 𝑣2 ), devido ao erro dos TP’s ou, no sistema por unidade,
0,0173 pu. Deve-se notar que o ajuste de tensão mínima da polarização disponível nos relés de proteção
é algumas vezes dado em termos da tensão residual 3𝑣0 , para a qual o erro é 𝜀(3𝑣0 ) = 3𝜀(𝑣0 ) = 3,45 V
secundários para TP de 115/√3 V.

Um ajuste tipicamente adotado para a tensão mínima de polarização, a qual denotaremos Vpol_min, é
𝑣0 =1V (ou 𝑣2 =1V. Nota-se que este ajuste é demasiadamente sensível, pois os próprios erro de
instrumento já podem levar a erros na determinação de direção. Pode-se deduzir o erro angular máximo
do algoritmo de polarização considerando uma tensão 𝑣2 (ou 𝑣0 ) "espúria", presente na pré-falta e
resultante de erro de TPs ou desbalanço do sistema: na figura 5, o erro angular 𝛿 é máximo quando o
vetor V2pré-falta que causa o erro está perpendicular a V2falta. Do triângulo da figura,
𝛿𝑚á𝑥 = sin−1 �𝑉2𝑝𝑟é−𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 /𝑉𝑝𝑜𝑙_𝑚𝑖𝑛�. Resultam os ângulos de erro apresentados na tabela da figura 5.

FIGURA 5 – Uma tensão V2 preexistente, seja devido a desbalanço sistêmico ou erros de instrumentos,
pode comprometer a medida do ângulo usado na determinação de direção por sequência negativa. A
mesma análise se aplica a polarização por sequência zero, trocando-se V2 por V0. Em destaque o ajuste
Vpol_min=1,5V adotado para Araraquara após a análise, diante do desbalanço sistêmico observado de
0,8V. O erro máximo de 32º foi considerado aceitável, pois há baixa probabilidade de que este erro venha
a levar a uma direção invertida.

Estas considerações, porém, não bastam para poder definir qual é o ajuste mais adequado em um
sistema dado, pois aumentar demasiadamente o ajuste Vpol_min pode resultar em cobertura inadequada
para faltas de alta impedância.

4.2 Sensibilidade para faltas internas: Limite superior para o ajuste de tensão de polarização mínima

A dificuldade ao se utilizar sequência zero para a polarização do 67N é bem conhecida quando há
influência de impedâncias mútuas de sequência zero de linhas paralelas. Serão explorados a seguir os
fatores que são determinantes para definir se a polarização por sequência negativa é adequada em um
dado sistema, e com que ajuste de Vpol_min, e a que resistências de falta se pode esperar ter
sensibilidade.
7

Admitiremos que a dificuldade maior para a detecção de faltas de alta impedância em linhas de
transmissão é quando a falta se encontra mais distante do terminal em que está instalado o relé de 67N,
não apenas porque a contribuição de corrente tende a ser menor (havendo a impedância de linha para
limitá-la), mas também porque haverá menor tensão 𝑣0 ou 𝑣2 para a polarização. Consideremos o sistema
em falta da figura 6, que representa um sistema radial com falta fase-terra ao final da linha, mas que pode
também representar uma linha de transmissão em que o terminal oposto já enxergou a falta e desligou
corretamente o disjuntor.

FIGURA 6 – Diagrama de sequência do sistema em falta sob análise.

Para a resolução deste sistema será adotada uma base por unidade tal que a tensão de base seja a
nominal do sistema, e a impedância de base Zb seja igual ao valor da resistência de falta em ohms, Rf.
Trata-se da situação limite a que se deseja ter sensibilidade, portanto um valor adequado pode ser por
𝑉𝑏/√3 𝑉𝑏2
exemplo Rf = 100 Ω. A corrente e potência de base são dadas por Ib = , e Sb = .
𝑍𝑏 𝑍𝑏

A tensão de sequência negativa será, em pu:


𝑆1 𝑙
𝑣2 = 𝓈. 𝑖0 = (2)
3 + 𝑙0 + 𝑙(2 + 2𝑆1 + 𝑆0 )
onde 𝑆1 = 𝓈/𝑙 é a razão entre as impedâncias complexas da fonte e da linha, também chamada de SIR
(Source Impedance Ratio), e 𝑆0 = 𝓈0 /𝑙0 .

As grandezas S1, S0, 𝑙 e 𝑙0 , assim como 𝑣2 , são complexas. Porém, aproximadamente podemos dizer que
𝑆1 e 𝑆0 são reais e positivos (supõe-se que os ângulos da linha e da fonte são próximos), e que 𝑙 e 𝑙0 são
imaginários (ângulo da linha próximo de 90º). Portanto, aplicando o módulo na equação (2) e elevando ao
quadrado obtém-se:

|𝑆1 𝑙|2
|𝑣2 |2 = (3)
|3 + 𝑙0 + 𝑙(2 + 2𝑆1 + 𝑆0 )|2

Note-se que no denminador o termo 3 é real, enquanto 𝑙0 e 𝑙(2 + 2𝑆1 + 𝑆0 ) são aproximadamente
imaginários. Fazendo 𝑙0 = 𝑗𝜉 e 𝑙(2 + 2𝑆1 + 𝑆0 ) = 𝑗𝜖, com 𝜉 e 𝜖 reais, tem-se que |3 + 𝑙0 + 𝑙(2 + 2𝑆1 +
𝑆0 )|2 = |3 + 𝑗(𝜉 + 𝜖)|2 = 9 + 𝜉 2 + 2𝜉𝜖 + 𝜖 2 , portanto, expandindo, a equação (3) se rescreve:

|𝑣2 |2 [9 + |𝑙0 |2 + 2|𝑙||𝑙0 |(2 + 2𝑆1 + 𝑆0 ) + |𝑙|(4 + 4𝑆12 + 𝑆02 + 8𝑆1 + 4𝑆0 + 4𝑆0 𝑆1 )] = 𝑆12 |𝑙|2 (4)

Suprimindo os sinais de módulo para melhor legibilidade, e agrupando os termos para evidenciar uma
forma quadrática em 𝑆1 e 𝑆0 , a equação (4) se reescreve:

(4𝑙𝑣22 − 𝑙 2 )𝑆12 + (𝑙𝑣22 )𝑆02 + (4𝑙𝑣22 )𝑆1 𝑆0 + �4𝑙𝑣22 (𝑙0 + 2)�𝑆1 + �2𝑙𝑣22 (𝑙0 + 2)�𝑆0
(5)
+ 𝑣22 (4𝑙𝑙0 + 𝑙02 + 4𝑙 + 9) = 0

A equação (5) descreve uma curva quadrática no plano 𝑆1 × 𝑆0 , que depende apenas da razão das
impedâncias da linha pela impedância de falta máxima a que se deseja ter sensibilidade, e da tensão
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mínima de polarização ajustada no relé. Pode-se demonstrar que, sendo a equação (5) reescrita como
𝑎 𝑏 𝑑
𝑎𝑆12 + 2𝑏𝑆1 𝑆0 + 𝑐𝑆02 + 2𝑑𝑆1 + 2𝑓𝑆0 + 𝑔 = 0, tem-se Δ = �𝑏 𝑐 𝑓 � ≠ 0 e 𝐽 = �𝑎 𝑏� < 0, e que portanto a
𝑏 𝑐
𝑑 𝑓 𝑔
curva descrita é uma hipérbole [2].

O termo cruzado (4𝑙𝑣22 )𝑆1 𝑆0 indica que a hipérbole está rotacionada. O ângulo de rotação que elimina o
1 𝑐−𝑎 1 3𝑙𝑣22 −𝑙 2
termo cruzado é dado por 𝜃 = cot −1 � � = cot −1 �− �. Demonstra-se facilmente que para os
2 2𝑏 2 4𝑙𝑣22
valores típicos esperados no problema (por exemplo 𝑣2 da ordem de 1% a 3% e 𝑙>0,005 pu, o que
corresponderia a uma linha de pelo menos 0,5Ω e resistência de falta 100Ω), o valor obtido para 𝜃 é muito
pequeno, de modo que a rotação será desprezada. A equação da hipérbole não rotacionada se escreve
em sua forma canônica como na equação (6):
2 2
�𝑆1 − 𝑆1 � �𝑆0 − 𝑆0 � (6)
− =1
𝐴2 𝐶2

FIGURA 7 – Hipérboles horizontais no plano 𝑆1 × 𝑆0 , conforme equação (6). (a) Esboço genérico, com
centro �𝑆1 , 𝑆0 � e semieixos A e C; (b) Hipérbole da linha ARA-PRT com Vpol_min=0,0226pu (1,5 Volts) e
Rf=100Ω, em que calcula-se pelas equações (7) a (9): �𝑆1 , 𝑆0 � = (0,008; −3,171), 𝐴 = 0,172 e 𝐶 = 4,878.
As características das fontes de cada um dos lados, 𝐴𝑅𝐴 = (0,23; 0,50) e 𝑃𝑅𝑇 = (0,59; 1,56), também
foram plotadas. O fato de o terminal ARA estar sobre a curva significa que uma falta line-end de 100Ω
gera uma tensão 𝑣2 de 0,0226pu neste terminal; já em PRT a tensão gerada pela falta line-end de 100Ω
será maior; (c) Hipérbole da linha ASS-DEC.

onde �𝑆1 ; 𝑆0 � denota o centro da hipérbole e A e C são os semieixos. A hipérbole horizontal descrita pela
equação (6) está exemplificada de forma genérica no gráfico da figura 2 (a). As coordenadas do centro e
os comprimentos dos semieixos são dados por:
2(𝑙𝑙0 𝑣22 + 2𝑙𝑣22 ) 𝑙𝑙0 𝑣22 + 2𝑙𝑣22
�𝑆1 ; 𝑆0 � = �− ; � (7)
4𝑙𝑣22 − 𝑙 2 𝑙𝑣22
−1
𝐶= � [9𝑙 + (𝑙 − 𝑙 2 )𝑙02 + 4(2𝑙𝑙02 − 𝑙02 + 4𝑙𝑙0 + 4𝑙 − 9)𝑣22 ] (8)
(4𝑣22 − 𝑙)𝑙

𝑣22
𝐴= � ⋅ 𝐶 ≅ 𝑣2 𝐶 (9)
1 − 4𝑣22

Consequentemente, teremos a tendência de hipérboles muito alongadas, com C >> A. Como exemplo, a
figura 2(b) apresenta a hipérbole da LT Araraquara (ARA) – Piracicaba (PRT), cujas impedâncias são
Z1 = 41,3 Ω e Z0 = 117,1 Ω. Considerando Rf = 100 Ω como base, e 𝑣2 = Vpol_min = 2,26% (1,50 volts
secundários), obtém-se 𝑙 = 0,413, 𝑙0 = 1,171, e a característica das fontes é diferente para cada terminal:
em ARA onde a fonte é mais forte, 𝑆1𝐴𝑅𝐴 = 0,23; 𝑆0𝐴𝑅𝐴 = 0,50, e em PRT, fonte mais fraca, 𝑆1𝑃𝑅𝑇 = 0,59;
𝑆0𝑃𝑅𝑇 = 1,56.
9

A figura 7(b) deve ser interpretada da seguinte forma: a hipérbole representa o caso limite em que a falta
de Rf=100Ω no final da linha com o disjuntor aberto ("line-end") gera tensão de polarização 𝑣2 suficiente
(igual a 1,5 Vsec.). Se a característica da fonte estiver a direita da curva a tensão de polarização é
suficiente, e se estiver a esquerda é insuficiente. O terminal de ARA encontra-se praticamente sobre a
linha, e portanto no limiar da região em que a falta gera tensão de polarização suficiente.

Como a hipérbole da figura 7(b) é praticamente uma reta vertical na região de interesse, pode-se concluir
que a variável 𝑆0 tem pouca influência no resultado final. Trata-se de um resultado geral, válido para
quaisquer linhas aéreas. Para simplificar o resultado, será adotado 𝑆0 = 0, o que permitirá determinar o
SIR mínimo necessário em função das impedâncias da linha. Ainda, como 𝑙0 é em geral em torno de 2 a 4
vezes 𝑙 para linhas aéreas, será considerada a razão fixa 𝑙0 = 4𝑙, de modo a permitir que se chegue a
uma relação entre as variáveis 𝑙, 𝑣2 e 𝑆1 , relacionando portanto a impedância da linha em pu na base
escolhida (igual a resistência de falta), a tensão mínima de polarização e o SIR da linha.

Sob estas hipóteses, a equação (5) se reescreve, após rearranjo dos termos para isolar 𝑆1 como função
de 𝑙 e 𝑣2 :

4(2𝑙 2 + 𝑙)𝑣22 + 𝑣2 �32𝑙 4 + 4𝑙 3 + 4(16𝑙 4 − 16𝑙 3 − 9𝑙)𝑣22 + 9𝑙 2


𝑆1 = (10)
𝑙 2 − 4𝑙𝑣22

FIGURA 8 – Resultado da equação (10) plotada para alguns valores típicos de 𝑣2 , dado em volts
secundários supondo TPs que forneçam 66,4 V fase-terra na tensão nominal do sistema. ZS corresponde
ao módulo da impedância da fonte e Z1 ao módulo da impedância da linha, relativamente a impedância de
falta Rf a que se deseja ter sensibilidade. Por exemplo, para Rf=100Ω, os valores estão em pu na base de
100Ω. A aproximação linear dada pela equação (12) também foi plotada para o caso Vpol_min=1,5 V.

Dado que estamos interessados em tensões de polarização baixas, em pu 𝑣2 ≪ 1, e os termos com 𝑣22
são desprezíveis. Então:

𝑣2 √32𝑙 2 + 4𝑙 + 9
𝑆1 ≅ (11)
𝑙

Uma boa aproximação linear para o termo √32𝑙 2 + 4𝑙 + 9 na região de interesse, ou seja, para 𝑙 entre
cerca de 0,1 e 1,5 pu (que corresponderia a uma linha entre 10 e 150 Ω para Rf = 100 Ω), é dada pela
reta 4,5𝑙 + 3. Pode-se verificar graficamente que com esta aproximação se estará normalmente
superestimando o valor mínimo do SIR necessário para que haja tensão suficiente. Portanto, o erro será
pequeno e com viés para o lado da segurança. Resulta a fórmula (12), que serve como uma regra prática
para ajudar na definição do ajuste Vpol_min:

𝑆1 𝑙
𝑣2 ≅ (12)
4,5𝑙 + 3
10

A fórmula (12) descreve aproximadamente a condição limite de detectabilidade de uma falta de alta
impedância interna a LT em função das impedâncias da fonte, da linha, da resistência de falta e da
mínima tensão de polarização ajustada no relé. Lembrando que, sendo Rf a resistência de falta, 𝑙 =
𝑧𝐿𝑇 /𝑅𝑓 , 𝑆1 = 𝑧𝑆 /𝑧𝐿𝑇 , onde 𝑧𝐿𝑇 é o módulo da impedância da linha e 𝑧𝑆 é o módulo da impedância da fonte,
em ohms. Colocando em unidades físicas para facilitar o uso, e considerando 𝑣2 [𝑝𝑢] = 𝑉2 [𝑉𝑠𝑒𝑐 ]/66,4[𝑉]
(para TP com secundário de 115/√3=66,4 V), tem-se:

22,1 ⋅ 𝑍𝑆 [Ω]
𝑉2 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 < 𝑉2 min(𝑅𝑓) = [𝑉𝑠𝑒𝑐 ] (13)
1,5 ⋅ 𝑍𝐿𝑇 [Ω] + 𝑅𝑓[Ω]

A desigualdade deve estar satisfeita para que uma falta interna de resistência Rf possa ser detectada com
o ajuste Vpol_min = 𝑉2 𝑚𝑖𝑛 dado. Aplicando este resultado a linha ARA-PRT: ZLT = 41,3 Ω, ZS = 9,5 Ω e
ARA

= 24,4 Ω, o ajuste deve ser: Em ARA, Vpol_min


PRT ARA PRT
ZS < 1,29 V e em PRT Vpol_min = 3,33 V, para
se ter confiabilidade na detecção direcional de faltas internas até 100 Ω.

4.3 Critério prático para ajuste da tensão mínima de polarização por sequência negativa

Fixando-se um valor Rf de resistência de falta máxima a que se deseja ter sensibilidade, propomos o
critério abaixo para definição do ajuste de tensão de polarização mínima:

1,3 ⋅ (𝑉2 𝑒𝑟𝑟𝑜 + 𝑉2 𝑑𝑒𝑠𝑏𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑜) ≤ 𝑉2 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≤ 𝑉2 min (100Ω) (14)

onde para o limite superior, 𝑉2 𝑚𝑖𝑛 é dado aproximadamente pela equação (13), ou mais precisamente
pelo gráfico da figura 3 (equação 11) podendo ser escolhido outro valor de Rf se desejado. Para o limite
inferior, na ausência de informações sobre o erro esperado dos TP’s e desbalanço sistêmico, propõe-se
usar o erro composto para 3 TP’s, conforme calculado na equação (1), que será igual a 1,15 Vsec para
TP’s de 66,4 volts, e desprezar o termo 𝑣2 𝑑𝑒𝑠𝑏𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑜. Para uma linha já existente, o termo de desbalanço
também poderia ser estimado observando-se a tensão de sequência negativa presente no período de pré-
falta registrado em alguma oscilografia, ou a partir de uma oscilografia iniciada manualmente.

Aplicando-se a Araraquara bay Piracicaba, como o ajuste do relé em questão possui passos discretos de
0,5 V, tem-se 1,15 < 1,5 < V2ajuste < 1,29 [V], portanto não há ajuste possível para garantir 100 Ω em
toda a linha. Se não houver influência de mútuas, deve-se realizar a verificação proposta para sequência
zero. No caso de se adotar sequência negativa com o ajuste 1,5 V considerando a hipótese de influência
de mútuas, pode-se estimar a máxima Rf detectável em toda a linha também pela equação (13), que pode
ser reescrita como:

22,1[𝑉] ⋅ 𝑍𝑆 [Ω]
𝑅𝑓𝑚𝑎𝑥 [Ω] = − 1,5 ⋅ 𝑍𝐿𝑇 [Ω] (15)
𝑉2 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒[𝑉𝑠𝑒𝑐 ]

Para ARA bay PRT chega-se ao valor de 78 Ω (e para o terminal oposto o resultado é 297 Ω com o
mesmo ajuste). Trata-se de uma aproximação conservadora, e pode-se verificar através de simulação, ou
através de análise gráfica nas curvas da figura 8, que os resultados exatos são na verdade 100Ω e 290Ω.

4.4 Extensão do critério para polarização por sequência zero

No caso de polarização por sequência zero, os mesmos cálculos e aproximações se aplicam, e


observando que a razão das tensões 𝑣2 e 𝑣0 é igual a razão das impedâncias de sequência positiva e
zero da fonte, 𝓈 e 𝓈0 , desde que não hajam acoplamentos mútuos e nem derivações na linha, as fórmulas
práticas (13) e (15) se aplicam substituindo 𝑉2 por 𝑉0 e 𝑍𝑆 pela impedância de seq. zero da fonte, 𝑍𝑆0 .

Nos casos de influência de acoplamento mútuo de sequência zero e de derivações com infeed de
sequência zero, a tensão de sequência zero para faltas internas ficará bastante comprometida, e
dificilmente será superior a tensão de sequência negativa. Já em subestações em que as principais fontes
são transformadores (por exemplo usinas), a tendência é de se ter 𝑍𝑆0 ≈ 𝑍𝑆 , e a escolha da polarização
por sequência zero pode não oferecer vantagem.
11

Para as LT’s sem forte acoplamento mútuo e sem derivações, a sequência zero tende a ser a melhor
escolha em relação a sequência negativa para os casos de linhas longas (SIR≤0,5), de fontes fortes e os
casos em que as faltas consideradas no estudo de proteção provoquem maiores magnitudes de
sequência zero do que sequência negativa, resultando em uma maior cobertura para faltas de alta
impedância para a mesma tensão mínima de sequência zero e negativa.

4.5 Limitações

Na aproximação linear introduzida em (12) assumiu-se 0,1 < �𝑙< � 2,0, então as fórmulas práticas (13) e
(15) não serão precisas para resistências de falta superiores a 10 vezes o módulo da impedância da linha,
ou inferiores a metade da mesma.

5.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

As análises das ocorrências apresentadas neste trabalho ensejaram a pesquisa de critérios mais
específicos para a escolha do método de polarização a ser utilizado pela proteção 67N em linhas de
transmissão aéreas.

Já existe literatura técnica em que se apresentam recomendações para a escolha do método de


polarização, no entanto, enfatizando sempre que estudos e simulações deverão balizar as escolhas,
podendo se sobressair as referidas recomendações.[1] O presente trabalho contribuiu ao esclarecer quais
simulações seriam estas, e oferece um critério simplificado, deduzido a partir de uma abordagem
inovadora, capaz de atender uma grande quantidade de casos de maneira mais ágil, sem a necessidade
de simulações extensas. A partir deste critério podem ser identificados os casos mais críticos, e pode-se
restringir a necessidade de simulações específicas apenas a estes casos.

Apoiando-se em nossos resultados e em premissas já divulgadas em literatura técnica, destacamos como


conclusões:

- Não se recomenda a utilização da polarização do 67N por tensão de sequência zero para LT’s com
significativo acoplamento mútuo e com derivações com infeed sequência zero.

- Na maioria dos IEDs, a tensão mínima de polarização de sequência negativa (V2_min) ou zero
(V0_min), ou genericamente Vpol_min é um parâmetro importante, mas é frequentemente negligenciado.
Os resultados apresentados na abordagem teórica apresentada neste artigo são úteis para avaliar
rapidamente a relação entre as impedâncias da fonte equivalente, da linha, da resistência de falta a que
se deseja ter sensibilidade, e do ajuste de tensão mínima de polarização, utilizando as fórmulas (14) e
(13), a fim de se definir um ajuste seguro mas ao mesmo tempo suficientemente sensível para faltas de
alta impedância.

- Em relés do fabricante SEL não há o parâmetro de tensão mínima de polarização. Não obstante,
concluímos que a escolha do método de polarização deve ser preferencialmente determinada pelo
usuário, sem recorrer aos algoritmos de escolha automática que estes IEDs oferecem.

- É importante considerar a existência de desequilíbrio sistêmico, provocados pelo desequilíbrio da carga


ou pela falta de transposição das LT, tendo atenção especial para LT’s resultantes de seccionamentos,
que apresentam transposição incompleta, e conhecer sua influência nas magnitudes de tensão e corrente
de sequência negativa e zero, usadas nos métodos de polarização. Deve-se ainda levar em conta as
magnitudes dos erros de medição de tensão e corrente que podem ser provocadas pela imprecisão de
instrumentos (TCs e TPs).

- Para as LT’s sem forte acoplamento mútuo e sem derivações, a sequência zero tende a ser a melhor
escolha em relação à sequência negativa para os casos de linhas longas (SIR≤0,5), de fontes fortes,
devendo as simulações de faltas subsidiarem a escolha.
12

- Para casos que não oferecem restrições para sequência zero ou negativa, a escolha do método de
polarização do 67N pode adotar o critério de maior cobertura para faltas de alta impedância na LT para o
mesmo valor de magnitudes mínimas de tensão de sequência zero e negativa a ser parametrizados nos
IED’s, considerando a sistemâtica proposta pelo presente artigo e por meio de simulações de faltas na
elaboração do estudo de proteção.

- Para casos específicos, em que o resultado aproximado da sistemática não seja conclusivo, é
importante analisar através de simulações por software de faltas de alta impedância o comportamento das
variáveis que condicionam a habilitação do método de polarização do 67N adotado.

6.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Considerations in Choosing Directional Polarizing Methods for Ground Overcurrent Elements in Line
Protection Applications. Working Group D-3, Line Protection Subcommittee IEEE PES Power System
Relaying Committee

[2] Quadratic Curve – from Wolfram MathWorld. Endereço


http://mathworld.wolfram.com/QuadraticCurve.html consultado em 1 de setembro de 2016.

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