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CAROLINE PERANZI PEREDNE

A NÃO SUJEIÇÃO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DOS


BENS VINCULADOS A CÉDULA DE PRODUTO RURAL

Faculdade de Direito
Universidade Anhembi Morumbi
São Paulo
2023
CAROLINE PERANZI PEREDNE

A NÃO SUJEIÇÃO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DOS


BENS VINCULADOS A CÉDULA DE PRODUTO RURAL

Monografia apresentada à Faculdade


de Direito da Universidade Anhembi
Morumbi como requisito parcial para
obtenção do título de bacharel, sob
orientação do Prof. Felipe Martarelli.

Faculdade de Direito
Universidade Anhembi Morumbi
São Paulo
2023
Banca Examinadora

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Prof. Orientador: Felipe Martarelli

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Prof.:

-------------------------------
Prof.:
RESUMO

O presente trabalho terá como enfoque os direitos que recairão sobre o produto
da cédula de produto rural e a não sujeição do mesmo à recuperação judicial.
Para isso abordarei os mais variados temas necessários para a construção de
todo o entendimento da problemática do assunto, desde a caracterização da CPR e
seu produto final como “coisa” por nosso ordenamento jurídico, a modernização das
leis no que tange com o tema escolhido, e com isso o surgimento da necessidade de
pleno entendimento do motivo da não sujeição do produto da CPR à recuperação
judicial.

Dito isto, será necessário o estudo de tais institutos, presentes no Direito


Empresarial e Civil, para que possamos estabelecer um paralelo entre a relação do
credor com o devedor, pois em análise mais superficial percebemos que com as novas
alterações no ordenamento jurídico para cada parte presente no pacto negocial à mais
segurança quanto a exigibilidade de suas garantias a fim do cumprimento da
obrigação final do negócio jurídico, fato este que levou nosso Poder Judiciário a
reconhecer a possibilidade de aplicação das normas do direito empresarial e civil para
tais demandas quanto a um produtor rural pessoa física se sujeitar a recuperação
judicial.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. A HISTÓRIA DA CÉDULA DE PRODUTO RURAL


1.1 TIPOS DE CRÉDITO RURAL
1.2 QUEM TEM DIREITO AO CRÉDITO RURAL
1.3 OPERAÇÕES DE BARTER
1.4 A CPR COMO INSTRUMENTO DE “HEDGING”

2. DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
2.1 DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA NA CÉDULA DE PRODUTO RURAL

3. DO VIES POLÍTICO ECONOMICO DA IMPORTÂNCIA DO


AGRONEGÓCIO

4. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA O PRODUTOR RURAL


4.1 PARTICULARIDADES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA O
PRODUTOR RURAL

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO

Esta monografia tem por finalidade demonstrar como o sistema jurídico


brasileiro está lidando com a questão importantíssima e muito atual do crescimento
no número de demandas envolvendo recuperação judicial, mais especificamente os
pedidos do produto da CPR na recuperação judicial.
Para isso, em primeiro momento, devemos analisar toda a evolução histórica
dessa relação, que vem de tempo extremamente longínquo, e assim entender como
foi a criação da cédula de produto rural, partindo de mero objeto da sua finalidade
inicial, até os tempos atuais com suas mudanças e peculiaridades.
Feito isso, em seguida será necessário analisarmos como o ordenamento
jurídico brasileiro foi acompanhando essas mudanças ao longo dos anos, através da
análise da evolução legislativa sobre essa modalidade operacional, mais
especificamente a proteção do produto da CPR na recuperação judicial.
Adianto que frente ao nosso sistema, mais especificamente nosso Direito Civil,
a característica jurídica que é dada ao “produto” muito se confunde com as demais
formas de cumprimento da entrega da obrigação devido as outras modalidades de
cédulas rurais, fato que por si só, em tese, não possibilitaria discussão sobre o tema
referente ao presente trabalho.
Acontece que felizmente devido a evolução de alguns instrumentos seus textos
normativos e aplicações de suas normas nos mostram maiores possibilidade com
escopo de garantia como a propriedade fiduciária facilitando ao produtor rural
alavancar seu capital de giro para o desenvolvimento de sua atividade, sendo notório
a importância do agronegócio pelo viés político econômico.
Ainda, o Direito Civil é um dos direitos que mais evoluem, se modifica, em nosso
ordenamento visto que as relações sociais estão em constante modificação. Dito isso,
uma das coisas que fica mais perceptível é a proteção dada ao produto, mais
especificamente devido ao comprometimento futuro do destino dele, visto que não é
possível deixar de levar em consideração essa relação já pactuada no ato contratual
entre o credor e o produtor rural.
Por fim, trarei então o porquê o produto da cédula ne produto rural não se
sujeita à recuperação judicial.
1. A HISTÓRIA DA CÉDULA DE PRODUTO RURAL

Desde os tempos mais antigos o trabalho com a agricultura é essencial para o


desenvolvimento de nosso país. Com isso surgiram os estudos realizados pelo Banco
do Brasil S.A., sobre novas formas de financiamento ao agronegócio.
No início, tal relação se dava tão somente pela necessidade da promessa de
entrega de produtos rurais, com ou sem garantia cédularmente constituída. Então,
como forma de fomentar a agricultura do país foi criada a cédula de produto rural em
1994.
Sendo nada mais que um título de crédito utilizado nas relações envolvendo
commodities. Assim, tem a característica de ser um documento que expressa a
existência de uma dívida a ser paga, ao passo que ocorre uma manifestação entre as
partes, tendo como forma legal para efeitos jurídicos sua liquidez, certeza e
exigibilidade.
Na época de sua criação, o setor agropecuário necessitava a busca de recursos
a iniciativas privadas para o seguimento de suas atividades. Foi então que se viu
necessário a criação de uma lei que regulasse esse tipo de financiamento, e assim
surgiu a Lei n°8.929/94.
Dentro desse contexto, a cédula de produto rural admite algumas formas de
garantia como a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária. Visando o auxílio aos
produtores rurais a lei não faz restrições ao tipo de produto rural que vai ser o objeto
para a emissão de uma CPR. Contudo, sendo necessário que constem as devidas
indicações e especificações de qualidade e quantidade, conforme o artigo 3°:

Art. 3º A CPR conterá os seguintes requisitos, lançados em seu contexto: – ;


II – data da entrega; III – nome do credor e cláusula á ordem; IV- promessa
pura e simples de entregar o produto, sua indicação e as especificações de
qualidade e quantidade; §1º Sem caráter de requisito essencial, a CPR
poderá conter outras cláusulas lançadas em seu contexto, as quais poderão
constar de documento à parte, com a assinatura do emitente, fazendo-se, na
cédula, menção a essa circunstância

Sendo assim, a referida legislação foi responsável por importantes mudanças,


de modo que, revolucionou o mercado de futuros frente ao cenário do agronegócio,
uma vez que o mercado de futuros representa as transações financeiras em que o
compromisso entre as partes de pagar, vender e entregar as mercadorias se dá em
prazo futuro.
1.1 TIPOS DE CRÉDITO RURAL

Inicialmente, entende-se que crédito rural se define como um recurso


financeiro destinado ao financiamento de despesas inerentes aos ciclos de produção
da agropecuária, investimentos em maquinários, bem como em serviços a serem
prestados. Além de despesas com a produção, também existe para a comercialização
e industrialização do produto.

Sendo assim, cada operação de crédito está associada a uma


finalidade, como: custeio, investimento e comercialização.

O custeio tem por finalidade a destinação do crédito as despesas


pertencentes ao ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras
permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, além
da exploração pecuária como a aquisição de animais para recria e engorda.

Até o ano de 2016, a finalidade custeio, além de caracterizar os


recursos financeiros utilizados para cobrir despesas normais dos ciclos produtivos das
atividades agrícola e pecuária, contemplava a parcela de crédito rural destinada para
fins de industrialização da produção agropecuária. A partir do Decreto nº 8.769, de 11
de maio de 2016, ao alterar o art. 11 do Decreto nº 58.380, de 1966, a finalidade de
industrialização passou a ser uma categoria independente.

Quanto as operações de crédito com a finalidade de investimento


nada mais é do que um empréstimo feito para investir em sua estrutura de produção
e serviços, visando ao aumento de produtividade e à elevação da renda da família.

Ainda nessa temática, as operações de crédito associadas a


comercialização têm por objetivo viabilizar ao produtor rural ou até mesmo
cooperativas os recursos necessários para comercializar os seus produtos.

Com isso, há o fortalecimento do segmento agropecuário, pois


impulsiona o setor rural, principalmente os pequenos e médios produtores, incentiva
a implementação de tecnologia e modernizações nos processos agrícolas e simplifica
a comercialização dos produtos agropecuários, trazendo resultados econômicos
imediatos, uma vez que a produção se torna cada vez mais produtiva, eficiente e
competitiva em um cenário mundial.
1.2 QUEM TEM DIREITO AO CRÉDITO RURAL

Neste tópico abordarei a quem se destina os créditos mencionados nos tópicos


acima. O público-alvo em que se destina esse tipo de crédito são os que exercem
atividades rurais como: agricultores, pecuaristas, agricultura familiar e trabalhadores
do campo em geral, cooperativas de produtores rurais.
E, mesmo que não mencionados acima, sem vínculo com a produção rural
podem obter o crédito pessoas que sua atividade seja ligada a pesquisa e produção
de mudas ou sementes a serem certificadas, prestadores de serviços de natureza
agropecuária, atividades florestais e demais atividades que sejam essenciais ao
resultado do produto final produzido pelo produtor rural.
Para obter esse recurso concedido algumas exigências são necessárias para
a liberação do crédito rural, como a apresentação do plano/projeto em que se destina
o crédito, ser um tomador idôneo, observar as recomendações e restrições de
zoneamento agroecológico e algumas outras peculiaridades.
Ainda, importante mencionar e entender de onde vem o dinheiro liberado nesse
tipo de operação, para essa explicação utilizo a imagem abaixo:
1.3 OPERAÇÕES DE BARTER

O termo em inglês “barter” que se traduz como "permuta” é utilizado


como uma modalidade de financiamento no setor do agronegócio. Esse sistema
envolve a troca de insumos agrícolas entre os produtores de grãos, fertilizantes,
distribuidores de insumos, tradings como forma de pagamento após a safra. Nesse
processo, os produtos agrícolas colhidos são utilizados como moeda de pagamento
para quitar as obrigações.

Esse tipo de operação é comum dentro das negociações financeiras


do agronegócio e aparecem como uma das principais fontes de crédito/forma de
financiamento da produção a ser realizada pelo produtor rural. Dessa forma, toda a
cadeia de produção é movimentada atingindo a comercialização e industrialização do
produto, tanto que as tradings têm interesse em adquirir os produtos para revenda ou
exportação, e os produtores rurais sendo assim alavancam seus negócios e também
lucram com a consequente venda de seu produto.

Sendo assim, as operações de barter visam a troca de insumos pela


produção. Com isso o travamento do preço das commodities agrícolas, ou seja, a
mercadoria, pela operação de Hedge que é uma tratativa que visa reduzir ou eliminar
o risco com a flutuação de preços no mercado. Analisando de outra forma, o hedge
serve para fixar o preço de um ativo, passivo, taxa de câmbio, taxa de juros,
insumo/commodity ou uma dívida em um determinado período. Essa negociação feita
previamente com a financeira e trading trazendo maior segurança à operação em
relação às variações cambiais e juros.

Ademais, a cédula de produto rural é o instrumento mais utilizado na


formalização dessas operações de barter, onde toda a transação será lastreada e terá
maior segurança jurídica devido à especificidade e celeridade inerente a ela.

Nesse caso, o produtor recebe antecipadamente os insumos


necessários à sua produção, seja parcialmente ou em sua totalidade, a depender do
tipo de crédito concedido a ele, emite uma CPR como forma de contrato e
compromete-se a findar a obrigação com os produtos advindos da sua produção
agrícola.
1.4 A CPR COMO INSTRUMENTO DE “HEDGING”

Conforme vimos, no subtópico acima ‘hedging’ é uma tratativa que


visa reduzir ou eliminar o risco com a flutuação de preços no mercado. Analisando de
outra forma, o hedge serve para fixar o preço de um ativo, passivo, taxa de câmbio,
taxa de juros, insumo/commodity em um determinado período.
Dessa forma, é diretamente ligada ao mercado financeiro, que vive
em constante flutuação, portando essa operação de barter no agronegócio também
está sujeita aos riscos do mercado. Em especial, o maior risco é o de queda de preços
de commodities agrícolas no mercado, influenciando assim substancialmente essas
negociações.
Por isso, entra o ‘instrumento de hedging’ como operação realizada
no mercado de derivados visando a redução/eliminação dos riscos inerentes a
possíveis oscilações de preço de um ativo, passivo, taxa de câmbio, taxa de juros no
período acordado para produção e entrega do produto.
Nessa senda, o produtor de receberá os insumos para a produção
desejada fixando o montante de produto que deverá ser entregue como forma de
liquidação da obrigação, enquanto a credora também realizará fixação do valor e
compromisso de confiança de entrega do produto à trading, por meio de negociação,
e esse travamento de valor monetário será o Hedge.
Ainda nessa vertente, Rocha descreve a lógica de uma operação de
hedge envolvendo produtos rurais na Bolsa de Valores:

Ademais, ao se considerar produtos rurais como o álcool e o açúcar, que são


commodities com posições em contrato de bolsas internacionais, o produtor
rural pode estancar seus preços, através de operações de hedge nas bolsas,
o que reduz o risco de preços tanto para o produtor como para o investidor.
Isso, porque o produtor rural pode vender sua produção em data futura, a um
determinado preço.
Como dito no início do texto, hedge é visto com o objetivo de ser uma
cobertura/segurança protegendo a operação das variações financeiras. Nesses
contratos o objetivo não é o lucro, mas sim a redução da possibilidade de prejuízos.
Necessário mencionar que o tipo de hedge em que menciono na
presente monografia se trata do hedge em commodities, que é o tipo mais comum
utilizado para proteção dos agricultores, mas que para outras áreas existem demais
tipos de hedge.
2.0 DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA

O intuito aqui é demonstrar primeiramente o que se entende por propriedade


fiduciária. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível
que o devedor, como escopo de garantia, transfere ao credor.
O Código Civil instituiu através da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, nos
termos do artigo 1361 o que se considera propriedade fiduciária:

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel


infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato,
celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no
Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se
tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento,
fazendo-se a anotação no certificado de registro.
§ 2o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento
da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
§ 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz,
desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.

Nesse ponto, tendo o entendimento sobre o que se entende por propriedade


fiduciária podemos adentrar mais sobre o assunto. Ela foi inserida em nosso
ordenamento jurídico como uma alternativa ao credor para se resguardar de possíveis
e eventuais inadimplementos da obrigação pactuada entre as partes do negócio
jurídico.
Assim, posto que a coisa alienada ou cedida já não compõe o conjunto de bens
patrimoniais do ora fiduciante, pois ainda que resolúvel a transmissão de propriedade
passa a ser do credor fiduciário.
Na propriedade resolúvel, segundo Maria Helena Diniz:
“a condição e o termo resolutivo operam retroativamente, de maneira que
todos os direitos que se constituíram em sua pendência serão desfeitos,
como se nunca tivessem existido, e os seus adquirentes, que vierem a perdê-
los, não poderão alegar quaisquer prejuízos, que advierem dessa resolução,
isto porque esses danos, que porventura, sobrevierem são oriundos de sua
própria negligência ou do fato de terem assumido os riscos dessa resolução.
Tem, ainda, o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, ação
reivindicatória para recuperar o bem do poder de quem o detenha ou possua,
por tê-lo adquirido de proprietário resolúvel.”

Por fim, sendo propriedade resolúvel de coisa móvel infungível,


constituída para fins de garantia de obrigação, torna-se a partir do registro do título no
Cartório de Títulos e Documentos. Tendo a baixa do registro fiduciário após o
cumprimento integral da obrigação pactuada se for o caso, e em casos de
inadimplemento passa a ser registrado a penhora do bem em favor do credor.
2.1 DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA NA CÉDULA DE PRODUTO RURAL

Como mencionado no tópico anterior, entendemos o que consiste ser


uma propriedade fiduciária e agora iremos adentrar sobre a vertente da propriedade
fiduciária na cédula de produto rural.
Conhecida como Lei do Agro, a Lei 13.986/20 sofreu modificações
visando a modernização a política de financiamento do agronegócio brasileiro,
estimulando os financiamentos privados. No que tange a esse ponto somos
submetidos a pensarmos quanto as garantias vinculadas aos financiamentos, e a nova
Lei do Agro inovou em alguns pontos, principalmente no ponto que trata a recuperação
judicial, já que com a propriedade resolúvel em um procedimento executório tende-se
de ser mais célere por tramitar de forma extrajudicial. Ainda, os bens vinculados em
alienação fiduciária não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial e da falência.
Com as alterações na Lei do Agro, a Lei 8.929/94 que trata da cédula
de produto rural também foi alterada, quanto as garantias cedulares vinculadas à
CPR. Foi reconhecido a possibilidade expressa de constituição de alienação fiduciária
sobre produtos agropecuários e de seus subprodutos, sobre bens presentes ou
futuros, fungíveis ou infungíveis, consumíveis ou não, cuja titularidade pertença ao
fiduciante, devedor ou terceiro garantidor, conforme os termos do artigo 6° § 1º:

§ 1º A alienação fiduciária de produtos agropecuários e de seus subprodutos


poderá recair sobre bens presentes ou futuros, fungíveis ou infungíveis,
consumíveis ou não, cuja titularidade pertença ao fiduciante, devedor ou
terceiro garantidor, e sujeita-se às disposições previstas na Lei nº 10.406, de
10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e na legislação especial a respeito do
penhor, do penhor rural e do penhor agrícola e mercantil e às disposições
sobre a alienação fiduciária de bens infungíveis, em tudo o que não for
contrário ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.986, de 2020)

Dessa forma, as alienações fiduciárias formalizadas via CPR sobre os


bens imóveis que garantam a CPR vão ser registradas no CRI do local onde se
encontra os bens dados em garantia, e sobre os bens móveis o registro é feito no
cartório de títulos e documentos do domicílio do emitente da CPR. Em tese tal registro
deve ocorrer no prazo de três dias úteis a contar da apresentação do título. E como
procedimento único, caso a obrigação tenha sido integralmente cumprida é
providenciado a baixa do registro da alienação fiduciária ao bem vinculado na CPR
junto ao mesmo cartório que registrou a AF.
3. DO VIES POLÍTICO ECONOMICO DA IMPORTÂNCIA DO
AGRONEGÓCIO

Nesse capítulo realizarei uma breve análise sobre a importância do


agronegócio sob o viés político econômico no Brasil nos tempos atuais. No Brasil o
Ministério da Agricultura e Pecuária é a instituição do governo brasileiro que cuida do
agronegócio. Sua função é gerir as políticas publicas e incentivar o agronegócio a
regularizar os serviços vinculados aos seus setores.
Atualmente, o foco principal do ministro da agricultura é a produção
nacional e comercialização de alimentos com enfoque nos desenvolvimentos dos
pequenos produtores rurais.
Ainda, podemos destacar que é responsável pela segurança
alimentar não só do Brasil, como de inúmeros países do mundo. De acordo com a
CNA, o agronegócio nesse primeiro trimestre de 2023 representa 20% do PIB
brasileiro, totalizando R$ 2,6 trilhões no período. Também é responsável por 10% da
exportação de produtos agrícolas a nível mundial, pois foi considerado o maior
exportador e produtor de soja em grãos e o terceiro maior exportador e produtor de
milho do mundo. Vejamos o comparativo a seguir:

Sendo assim, sua importância é tamanha, tanto para a nossa


segurança alimentar quanto para nossa economia, tendo como maior desafio o
continuo crescimento e desenvolvimento do agronegócio.
4 DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA O PRODUTOR RURAL

Preliminarmente, para discorrer sobre o tema desse capítulo se faz


necessário uma breve síntese do que é a recuperação judicial para adentrarmos a
especificidade dela para o produtor rural. Regulado pela Lei 11.101/05 é um meio
utilizados por empresas para evitar que sejam levadas à falência. O processo permite
que a recuperanda suspenda e renegocie parte das dívidas acumuladas em período
de crise com os credores, evitando assim a suspensão de suas atividades, visa
também proteger os funcionários, fornecedores, prestadores de serviços e demais
vínculos que a empresa venha a ter.
Foi sancionada em 2021 a nova Lei de Recuperação Judicial e
Falência, e uma das principais alterações da Lei 14.112/20 foi a possibilidade junto ao
sistema de reconhecimento de processos de insolvência de produtores rurais pessoa
física, trazendo maior segurança jurídica para a atividade econômica. Desde o final
de janeiro de 2021 os produtores rurais podem requerer a RJ. Anteriormente, só era
possível esse pedido ao juízo se o produtor rural fosse devidamente inscrito na junta
comercial do seu estado com a carência mínima de dois anos. Hoje, ainda é
necessário a inscrição na junta comercial para requerer o pedido de RJ, mas não
existe mais o prazo mínimo, o cadastro com a junta comercial pode ser feito até um
dia antes ao pedido de recuperação judicial.
Tendo como escopo o produtor rural ser um empresário como todos
os demais e sua atividade ser de tamanha essencialidade visto que gera emprego,
gera imposto, gera produto que estimula o desenvolvimento na região onde é
produzido. Deixando claro não haver comparações com demais atividades, mas sim
apenas valorizando a importância de um produtor rural que contribui com a segurança
alimentar do país, era imprescindível a alteração da Lei já que ele fazia jus aos
requisitos para também se enquadrar a formulação de um pedido de recuperação
judicial caso necessário.
Dessa forma, muitos produtores rurais que vinham enfrentando
dificuldades financeiras, puderam, agora de forma simplificada e regulamentada, a
faculdade de ingressar com a demanda da recuperação judicial, instituto que traz
extrema segurança e benefícios para o empresário rural e para a economia nacional.
4.1 PARTICULARIDADES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA O
PRODUTOR RURAL

Tratando-se de produtor rural é imprescindível ressaltar que grande


parte de seu crédito é vinculado diretamente como garantia da CPR pois esse crédito
é o produto por ele produzido tornando assim a existência de uma liquidação física.

No que concerne a recuperação judicial trago como particularidade o


fato de que para o produtor rural o seu produto não se submete aos efeitos da RJ.
Isso porque nesse segmento o produtor rural geralmente utiliza o penhor rural,
podendo ser subdividido em penhor agrícola e o penhor pecuário, a depender da
natureza da garantia. Regulado pela Lei 492/37 o penhor agrícola regula o penhor
rural e a cédula pignoratícia, podendo ser a colheita ainda pendente ou em vias de
formação desde que resultem o produto final.

Dadas tais considerações, os créditos e as garantias cedulares


vinculadas à CPR, nos termos do artigo 11, da Lei 14.112/20, em consequência da
extraconcursalidade do crédito, não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial,
vejamos:

"Art. 11. Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os créditos e


as garantias cedulares vinculados à CPR com liquidação física, em caso de
antecipação parcial ou integral do preço, ou, ainda, representativa de
operação de troca por insumos (barter), subsistindo ao credor o direito à
restituição de tais bens que se encontrarem em poder do emitente da cédula
ou de qualquer terceiro, salvo motivo de caso fortuito ou força maior que
comprovadamente impeça o cumprimento parcial ou total da entrega do
produto."
Contudo, os bens a ativos do recuperando no que tange a
expropriação por credores extraconcursais, podem receber restrições temporárias
para a remoção, isso a pedido do juízo recuperacional, atendendo o princípio da
preservação da empresa. Ressaltando que esse argumento só se estende aos bens
de capital, ou seja, os bens indispensáveis para a continuidade de sua atividade
econômica, nos termos do artigo 49 §3º da Lei de Falência e Recuperação de
Empresas.
Portando, torna-se extremamente necessário uma ressalva aos
casos de produtores rurais, isso porque as vezes mesmo seu produto agrícola não
sendo um bem de capital pode ser sua principal moeda de troca capaz de estabilizar
novamente o seu negócio.
Nesse viés, a prática de atos de expropriação patrimonial, com
ênfase no produto agrícola, a pratica de atos de constrição, porem colocar em risco
a continuidade de sua pratica empresarial, fazendo o propósito da recuperação
judicial perder o sentido, uma vez que essa fase é para o recuperando se reabilitar
economicamente. Atualmente, podemos ver um posicionamento jurisprudencial
acerca da temática:

"AGRAVANTE (S): SINAGRO PRODUTOS


AGROPECUÁRIOS S/A AGRAVADO (S):
ADEMILSON ANTONIO DALMOLIN CUSTOS
LEGIS: MINISTÉRIO: RECURSO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO – RECUPERAÇÃO JUDICIAL –
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL (COMPRA E VENDA DE SOJA)
MOVIDA CONTRA O RECUPERANDO -
ABSTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATOS DE
CONSTRIÇÃO SOBRE BENS E VALORES DO
RECUPERANDO - IMEDIATA DEVOLUÇÃO DA
SOJA ARRESTADA AO RECUPERANDO –
ALEGAÇÃO DE CRÉDITO EXEQUENDO
EXTRACONCURSAL E QUE O PRODUTO
ARRESTADO NÃO É ESSENCIAL –
DESACOLHIMENTO – CONTRATO EXEQUENDO
FIRMADO ANTES DO DEFERIMENTO DA
RECUPERAÇÃO – CRÉDITO SUJEITO AOS EFEITOS
DA RECUPERAÇÃO - ARTS 49, CAPUT, E 67, CAPUT,
AMBOS DA LEI N. 11.101/2005 – IMPOSSIBILIDADE
DE TRATAMENTO DESIGUAL COM DEMAIS
CREDORES – EXAME DA ESSENCIALIDADE DO
PRODUTO QUE COMPETE AO JUÍZO UNIVERSAL –
MANIFESTAÇÃO DO ADMINISTRADOR PELO
RECONHECIMENTO DA ESSENCIALIDADE –
PRODUÇÃO E VENDA DE SOJA QUE A ÚNICA
FONTE DE RENDA DO RECUPERANDO – RECURSO
DESPROVIDO. Consoante o que dispõem os artigos 49,
caput, e 67, caput, ambos da Lei n. 11.101/2005, o marco
temporal relevante para a aferição da natureza do crédito
exequendo — se concursal ou extraconcursal — será a data
da constituição do crédito em si, ainda que o vencimento
ocorra após o deferimento do processamento da
recuperação. Se o contrato de compra e venda de soja em
que se embasa a ação executiva foi firmado antes do
deferimento da recuperação judicial do produtor
executado, não há, em princípio, como livrá-lo dos efeitos
da recuperação judicial, sob pena de se permitir um
tratamento diferenciado ao exequente em detrimento dos
demais credores. Se, de acordo com a manifestação do
administrador judicial, a soja cultivada e colhida pelo
recuperando agravado é a base de sustentação de sua
atividade financeira e a principal moeda de troca capaz de
fazer o seu negócio alavancar, evitando que vá à
bancarrota, deve ser mantida a ordem de suspensão da
execução e desconstituição do arresto do produto na
execução de título extrajudicial embasada em contrato
firmado antes do deferimento da recuperação judicial do
executado.” (TJ-MT 10073853320228110000 MT, relator:
MARILSEN ANDRADE ADDARIO, data de julgamento:
8/6/2022, 2ª Câmara de Direito Privado, data de
publicação: 16/6/2022).

Nesse mesmo sentido, posso mencionar também a seguinte jurisprudência:

"EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO -


RECUPERAÇÃO JUDICIAL - PROCESSAMENTO
DEFERIDO - CÉDULA DE PRODUTOR RURAL -
CRÉDITO FIDUCIÁRIO - GARANTIA - CANA-DE-
AÇÚCAR - BEM DE CAPITAL ESSENCIAL À
ATIVIDADE DA EMPRESA DEVEDORA -
PROIBIÇÃO DE RETIRADA DO
ESTABELECIMENTO - DECISÃO DE PRIMEIRO
GRAU CONFIRMADA. Constatado que a cana-de-açúcar
se enquadra no conceito de bem de capital essencial à
atividade da empresa devedora, mantém-se a decisão de
primeiro grau que proibiu sua retirada do estabelecimento,
nos termos do art. 49, § 3º, da Lei Federal nº 11.101/05.
Recurso não provido. V .V.: O despacho que ordena o
processamento da recuperação judicial não se confunde
com a decisão que concede a recuperação, sendo que a
tramitação é deferida apenas com base na legitimidade
ativa do requerente e a instrução dos autos nos termos da
lei. Dessa forma, deve ser mantida a decisão que
determinou o processamento da recuperação,
considerando-se que a petição inicial foi instruída nos
termos do artigo 51 da Lei n. 11.101/05 e que o pedido
preenche os requisitos legais estabelecidos pelos artigos 47,
48 e 51 da mencionada legislação. Por sua vez, tendo em
vista que o crédito do proprietário fiduciário não se
submete aos efeitos da recuperação judicial, nos termos do
§ 3º do artigo 49 da Lei n. 11.101/2005, bem como que, a
princípio, o bem alienado fiduciariamente não consiste em
essencial para as atividades empresariais, devem as
recuperandas ser proibidas de comercializar o subproduto
decorrente do corte da cana-de-açúcar cultivada nas áreas
especificadas nas Cédulas de Produto Rural n. SYCA
01/2020 e SYCA 02/2020, até a apreciação da inclusão do
crédito da recorrente no plano de recuperação judicial."
(TJ-MG - AI: 10000211362835001 MG, relator: Edilson
Olímpio Fernandes, data de julgamento: 01/02/2022,
Câmaras Cíveis / 6ª CÂMARA CÍVEL, data de publicação:
02/02/2022)
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça, no AgInt no AREsp
1417663/RS, já entendeu que "os credores cujos créditos não se sujeitam ao plano
de recuperação, mesmo aqueles garantidos por alienação fiduciária, não podem
expropriar bens essenciais à atividade empresarial, sob pena de subvertendo-se o
sistema, conferir maior primazia à garantia real em detrimento do princípio da
preservação da empresa." Agravo interno desprovido" (AgInt no AREsp
1.417.663/RS, relator ministro Marco Buzzi, DJe de 4/6/2019).

Por fim, mais uma vez e de uma forma mais discorrida explicando a
razão do produto vinculado à CPR não se submeter aos efeitos da RJ devido ocorrer
o mencionado nos termos do Artigo 11 da Lei 14.112/20 ora já mencionados acima, o
produto agrícola pode simplesmente já estar vinculado em uma operação de barter.
Subsistindo ao credor o direito à restituição de tais bens que se encontrarem em poder
do emitente da cédula ou de qualquer terceiro.
CONCLUSÃO

A presente monografia teve como objetivo principal demonstrar toda evolução


histórica da relação de um título de crédito com a finalidade de chamar atenção para
os efeitos que o inadimplemento de uma delas em fase de recuperação judicial como
uma fase processual dentro de nosso ordenamento jurídico tratando de questões
que envolvam o produto vinculado ao título e como essa relação mais
especificamente dentro da recuperação judicial.
Também demonstrou entendimento de que o agronegócio deve ser tratado
como uma das principais fontes de subsistências do Brasil, e seu constante
crescimento é necessário.
Já houve sim grande evolução na esfera quanto ao crescimento e
desenvolvimento da produção do agronegócio, principalmente com a forma de
financiamento sendo uma cédula de produto rural, mas ainda há espaço para muito
mais!
Tendo como base todo material estudado, o papel do nosso ordenamento
jurídico está também em constante evolução desempenhando na vida das pessoas
soluções seja para o crescimento de seu negócio com garantias ou a resolução do
não cumprimento de uma obrigação. Conforme já foi dito, muitas pessoas pactuam
obrigações que infelizmente não conseguem cumprir, mas tudo faz parte de uma
cadeia e a melhor solução tem sido encontrada de forma pacífica.
Ainda, aquilo que consideramos haver pouco entendimento sobre a matéria
segue em constante evolução já que nunca se sabe os novos modelos que poderão
vir a surgir. É certo que a função do direito é acompanhar tais mudanças, mas
também entendo ser difícil estar sempre com a melhor solução de modo que muito
dos entendimentos hoje já são ultrapassados e que nós como aplicadores do direito
fiquemos tendo de utilizar analogias a situações que venham a ocorrer em nossa
trajetória profissional.
O que o ordenamento jurídico tem que fazer com isso é sempre estar
acompanhando e correndo atrás de tais mudanças, pois aquela concretização do
conceito originário de uma Lei hoje já se vê superado tal entendimento e felizmente
hoje já podemos ver nosso legislativo cada vez mais incluindo atualizações a elas.
Cito aqui novamente essa modernização aos efeitos da recuperação judicial ao
produtor rural pessoa física também, levando em consideração principalmente o viés
de que antes ele não tinha essa possibilidade.
Analisando dessa forma, levando em consideração a evolução devido ao
crescimento do setor, já é possível observar que ficou reconhecido a necessidade
de um regramento cada vez mais específico para a situação dos produtores rurais
visto que há um crescimento demandas envolvendo a recuperação judicial deles.
Chamo atenção para o fato de que se observarmos as demandas com relação
a recuperação judicial de uma pessoa jurídica e de um produtor rural elas são bem
parecidas. Por mais que haja alguns entendimentos divergentes sobre essa
aplicação, acho que a movimentação toda observada no sentido de possibilitar que
nosso judiciário teve de aplicar por analogia com maior frequência possibilitou assim
a alteração do ordenamento jurídico criando de tal forma uma nova possibilidade
quanto a recuperação judicial ao produtor rural.
Por óbvio aqui lembro mais uma vez que não estamos comparando uma
situação a outra, mas apenas utilizando o ideal que a norma busca proteger o direito
de todos e dar a mesma oportunidade a todos
Por se tratar de assunto relativamente novo, com certeza ainda haverá
diversas discussões sobre a temática até que se chegue a uma solução, que só
ocorrerá concretamente através de mobilização do Poder Legislativo quando este
trouxer uma normatização específica para o assunto. A meu ver esse debate é ponto
positivo pois observa-se que o que está sendo buscado é uma proteção mais
abrangente aos direitos dos produtores rurais.
Ainda por fim, sabemos que mesmo já havendo entendimentos o suficiente
ainda é um tema novo a não sujeição do produto da CPR aos efeitos da recuperação
judicial, por ele simplesmente já estar vinculado a outra obrigação contratual e não
estas disponível para satisfação dos débitos pleiteados na RJ, uma vez que o
produto pode estar sob posse do devedor dando a entender que pode ser uma
possibilidade de se tornar forma de satisfação de seu débito mas na realidade o
produto já tem um destinatário final desde a emissão da CPR, não o tornando
disponível por não o pertencer.
Ante todo o exposto, entendo que por conta de tratar-se de assunto muito
novo, é completamente compreensível que ainda não haja uma homogeneização
das decisões em nosso Judiciário. Para que tal fato seja possível, até garantindo
uma maior segurança jurídica, é necessário que o Legislativo venha a suprir tal
anomia com regras expressas específicas sobre o assunto, possibilitando assim um
aperfeiçoamento nas decisões por nossos operadores do direito. Aqui novamente
menciono que pelo que parece, frente a diversos Projetos Leis que estão sendo
propostos, não ocorrerá em um futuro tão distante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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