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SEMINÁRIO SOBRE O JULGAMENTO DO RE 727.

864/PR

Divergências/controvérsias do caso:
Bom, dando continuidade à apresentação, o julgamento desse Recurso
trouxe algumas divergências e controvérsias, tais como:
✦ Limites da atuação judicial na concretização dos direitos sociais;
o Trazendo o debate acerca da legitimidade do Poder Judiciário
em impor ao Poder Público a implementação de políticas
públicas na área da saúde, principalmente quando o Estado
falha em garantir esse direito.
 Aplicabilidade da teoria da reserva do possível;
o Que restringe a atuação do Estado nas suas limitações
orçamentárias, e a definição do mínimo existencial, que
representa os direitos fundamentais essenciais que não podem
ser afetados pela falta de recursos.
 Responsabilidade solidária dos entes federativos;
o No que tange à prestação dos serviços de saúde, conforme
estabelecido na Constituição Federal e na Lei Orgânica da
Saúde, bem como a possibilidade de ressarcimento entre os
entes pelos gastos realizados.
 Aplicação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade nas
obrigações impostas ao Estado, levando em consideração critérios
técnicos e científicos para definir as prioridades e necessidades
dos pacientes.

Críticas e Elogios da Decisão:


Além disso, o julgamento desse Recurso recebeu críticas e elogios,
razão pela qual os defensores ressaltaram que a decisão foi importante para o
reconhecimento da responsabilidade solidária dos entes federativos na saúde,
visando justamente a redução de ações judiciais envolvendo o tema.
Por outro lado, os críticos argumentam que isso pode aumentar os
custos da saúde pública e comprometer a autonomia administrativa dos entes
federativos.
Consequências/implicações da decisão:

Dessa forma, o julgamento desse recurso teve várias consequências e


implicações importantes.
o Primeiro porque reforçou o entendimento de que o direito à saúde
é um direito fundamental e deve ser garantido pelo Estado,
independentemente de limitações orçamentárias.
o Trouxe o entendimento de que a clausula da reserva do possível
não pode ser aplicada quando compromete o mínimo existencial
dos indivíduos.
o Além disso, o julgamento reforçou a legitimidade do Ministério
Público para defender o direito à saúde por meio de ação civil
pública.
o Bem como reforçou a intervenção do Judiciário na implementação
de políticas públicas previstas na Constituição quando não
efetivadas pelo Poder Executivo.
o E por fim, a decisão abriu precedente para casos de judicialização
da saúde, nos quais o Judiciário pode determinar o fornecimento
de medicamentos, tratamentos ou procedimentos não
acobertados pelo SUS.

Conclusão:
Por fim, temos que o Julgamento do Recurso em análise foi um
importante marco do Supremo Tribunal Federal sobre a judicialização de
políticas públicas e o custeio de internações hospitalares.
✦ Com isso, o STF reforçou o dever do Estado de garantir a assistência à
saúde, bem como fortaleceu a atuação do Judiciário na fiscalização da
omissão estatal e na efetivação do acesso à saúde.
✦ Vimos também que a Judicialização das políticas públicas pode
acarretar ônus financeiro e também ampliar as desigualdades no acesso
aos serviços de saúde, favorecendo aqueles com recursos financeiros
para recorrer à justiça.
✦ Para isso, tem-se como alternativa a prevenção, melhoria da gestão e
financiamento do sistema de saúde, visando sua sustentabilidade e
eficiência, bem como o diálogo entre os atores envolvidos a fim de evitar
litígios excessivos e direcionar recursos de forma equitativa.

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