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ENG03343 – Processos de

Fabricação por Usinagem

Acabamento da
Superfície Usinada

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Introdução
⚫ A análise das superfícies usinadas dos corpos rígidos não pode se limitar apenas ao
estudo da topografia ou rugosidade gerada, mas sim ser bem mais abrangente.

⚫ A preocupação com as características técnicas dos corpos rígidos vem desde o


tempo do homem primitivo.

⚫ Com o passar dos séculos houve a revolução tecnológica, proporcionando um


aumento da exigência quanto ao nível de qualidade.

⚫ A importância do estudo mais aprofundado envolve:


o precisão de formas;
o precisão dimensional;
o acabamento da superfície usinada;
o propriedades mecânicas e metalúrgicas das camadas da
superfície e de todo o corpo rígido.

⚫ Através das tarefas de análise, observação, medição e /ou supervisão feitas


corretamente, tem-se uma redução dos custos de fabricação.

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Introdução
⚫ Superfície técnica do corpo rígido  avaliação das alterações resultantes da
usinagem  principal consideração no projeto de componentes submetidos a
grandes esforços.

⚫ Tecnologia da superfície  descreve, detalha e avalia a condição da superfície


(externa) e das camadas (internas) da superfície dos componentes fabricados.

⚫ Acabamento da superfície usinada  deve-se levar


em conta os aspectos de textura e de integridade:

⚫ Textura  rugosidades, ondulações e marcas e


falhas superficiais causadas pela ação de corte –
interação máquina/ferramenta/peça (efeitos externos) .

⚫ Integridade  efeitos subsuperficiais gerados na peça resultantes da ação de corte


tais como transformações microestruturais, recristalização, ZTA, microtrincas,
alterações de dureza, deformação plástica, tensões residuais etc. (efeitos internos).

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Introdução
⚫ Durante a usinagem, energias do processo misturam-se com as propriedades do
material de trabalho para produzir uma ampla variedade de efeitos na superfície.

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Aspectos Funcionais
⚫ Tribologia é a ciência que estuda os fenômenos que ocorrem entre as superfícies
em movimento relativo. Estuda o atrito, a lubrificação e o desgaste

⚫ Na influência da rugosidade da superfície usinada sobre a lubrificação de dois


componentes com movimento relativo entre eles, nota-se que se as saliências
forem maiores que a espessura da película de óleo, haverá contato metal/metal.

m m

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Aspectos Funcionais
⚫ A capacidade de carga de mancais de motores de combustão interna e a sua vida
aumentam à medida em que o acabamento superficial do mancal vai sendo
melhorado, ou seja, na medida em que a rugosidade for menor.

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Aspectos Funcionais
⚫ O coeficiente de transferência de calor entre duas superfícies metálicas com boa
condutividade térmica aumenta à medida que a rugosidade das superfícies diminui,
pois assim assegura-se uma maior área de contato entre estas superfícies.

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Aspectos Econômicos
⚫ O Custo para se produzir um componente usinado aumenta conforme as
especificações (exigências) da superfície técnica aumentam.

⚫ Operações de acabamento podem melhorar a qualidade, mas aumentam o custo.

⚫ Embora as considerações de integridade da superfície aumentem a confiabilidade


do componente, os custos podem elevar-se também.

⚫ Para eliminar custos desnecessários, deve-se aplicar especificações de textura e


integridade apenas nas áreas da superfície onde são realmente necessárias.

⚫ Avaliações de integridade devem levar em consideração a sequência de operações


da peça toda, enfatizando a obtenção de alta qualidade
na superfície usinada.

⚫ O preço a pagar por uma falta de atenção à integridade de


superfície pode ser a falha prematura do componente, ou
a perda de confiabilidade.

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Superfície de Corpos Sólidos
⚫ A natureza das superfícies metálicas é consequência direta processo de fabricação.
o Embora a maioria das alterações
ocorram nos primeiros 0,38 mm
abaixo da superfície, esta distância
pode ser uma parte significante da
espessura total das partes mais finas
que estão sendo projetadas.

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Superfície de Corpos Sólidos
⚫ Importante: superfície não é uma figura plana e sim um corpo (ou estrutura).

⚫ A qualidade de uma superfície fica completamente caracterizada quando a forma, a


natureza e o conhecimento dessa superfície em relação ao meio são conhecidos.

⚫ Superfícies: geométrica (desejada)  real (obtida)  efetiva (medida).

⚫ Os erros ou irregularidades
são definidos como sendo os
desvios da superfície real em
relação à geométrica. Mas na
realidade, só se pode
considerar os desvios da
superfícies efetiva, que
é reproduzida pelos
instrumentos.

⚫ Os erros podem ser macrogeométricos


ou microgeométricos.

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Tensões Residuais
⚫ Tensões introduzidas na superfície da peça através do processo de remoção de
material que permanecem na peça após a solicitação à qual foi submetida.

⚫ Em usinagem, as mais importantes são as tensões axiais (longitudinais), geradas na


direção de avanço, pois afetam a resistência à fadiga do componente.

⚫ Dependendo da aplicação da peça, sua presença pode ser útil ou desastrosa, já que
a mesma pode ser de tração ou de compressão, alta ou baixa.

⚫ Tensões compressivas  em geral, geradas em aços de alta dureza. Aumentam a


resistência à fadiga. Induzidas por tratamento térmico (tempera e revenimento) e
tratamento superficial (jateamento). Deformações plásticas na superfície (efeitos
mecânicos) favorecem a sua geração.

⚫ Tensões trativas  em geral, geradas em aços de baixa dureza. Aumentam com o


aumento da resistência à tração do material. Aumentam com o desgaste da
ferramenta de corte (efeitos térmicos). Incentiva a ocorrência de trincas ou fissuras,
reduzindo a resistência à fadiga.

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Textura
⚫ Elementos que compõem a textura de uma superfície:

o Rugosidade (erro microgeométrico)  conjunto de


irregularidades causadas pelo processo de usinagem
→ impressões deixadas pela ferramenta de corte.

o Ondulação (erro macrogeométrico)  conjunto de


irregularidades geradas por vibrações forçadas
ou regenerativas, por deflexões da máquina
operatriz ou por tratamento térmico da peça.

o Erro de Forma (erro macrogeométrico) 


diferença entre a superfície real (obtida) da peça
e a geométrica (teórica). Causado por vibrações
livres ou forçadas, imperfeições na geometria
da máquina, defeito nos mancais e nas árvores etc.
São detectados e medidos com instrumentos
metrológicos convencionais e de verificação.

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Rugosidade
⚫ A superfície de peças apresenta perfis bastante diferentes entre si.
⚫ As saliências e reentrâncias micrométricas ( rugosidade) são irregulares.
⚫ Para dar acabamento adequado às superfícies é necessário, portanto, determinar o
nível em que elas devem ser usinadas, ou seja, deve-se adotar um parâmetro que
possibilite avaliar a superfície gerada pelo processo.
⚫ Os parâmetros de rugosidade mais utilizados são:
o Rugosidade média (Ra) – mais utilizado;
o Rugosidade média quadrática ou RMS (Rq);
o Rugosidade média parcial (Rz);
o Rugosidade máxima (Ry);
o Rugosidade total (Rt)

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Parâmetros de Rugosidade

y12 + y22 + ... + yn2


Rq =
n

Z1 + Z 2 + Z 3 + Z 4 + Z 5
Rz =
5

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Rugosidade Média (Ra)
⚫ Aplicação:
1000  f 2
o Controle nas linhas Ra [m] =
de produção. 18 3  r
o Superfícies com sulcos bem orientados.
o Superfícies de pouca responsabilidade.

⚫ Vantagens:
o Mais utilizado em todo o mundo.
o Aplicável à maioria dos processos de usinagem.
25,4 12,7 6,3 3,2 1,6 0,8 0,4 0,2 0,1 0,05

o Todos os equipamentos apresentam esse


parâmetro.
o Riscos superficiais não alteram muito seu valor.

⚫ Desvantagens:
o Não registra pico ou vale não típico na superfície.
o Não define a forma das irregularidades do perfil.
o Impróprio para medições c/ muitos picos e vales.
o Não distingue picos e vales.

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Medição de Rugosidade
⚫ Rugosímetro  aparelho eletrônico empregado para verificação quantitativa das
superfícies através da medição de rugosidade com alto padrão de qualidade.

⚫ O processo consiste em percorrer a rugosidade com um apalpador acompanhado


de um guia (patim) em relação ao qual ele se move verticalmente.
o Apalpador acompanha a rugosidade e guia (patim) as ondulações da superfície.
o Movimento da agulha é transformado em impulsos elétricos que são registrados (gráfico).

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