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Questão 1:

O argumento apresentado pela defesa é o seguinte:

Premissas:

Policiais militares atiram bem. (A)


A vítima é policial militar e errou os 5 disparos. (B)
O assalto só pode ser anunciado com o réu próximo à vítima. (C)
Tentativa pressupõe que o assalto seja anunciado. (D)
Conclusão:
5. Portanto, o réu é inocente. (E)

Para testar a validade do argumento, podemos construir um tableaux para verificar se é possível
refutar a conclusão a partir das premissas. No entanto, observe que a premissa (B) é específica
para o caso em questão e não pode ser demonstrada formalmente por meio do método de
tableaux. Portanto, precisaremos reconstruir o argumento para torná-lo válido.

Argumento reconstruído:

Premissas:

Policiais militares atiram bem. (A)


O assalto só pode ser anunciado com o réu próximo à vítima. (C)
Tentativa pressupõe que o assalto seja anunciado. (D)
Se a vítima é policial militar, então ela atira bem. (F)
Se a vítima anunciou o assalto, então o réu estava próximo a ela. (G)
Conclusão:
6. Portanto, o réu não anunciou o assalto. (H)

Agora podemos verificar a validade do argumento por meio do método de tableaux.

Passo 1: Negar a conclusão


¬H

Passo 2: Aplicar a regra de dupla negação


¬¬H

Passo 3: Aplicar a regra da implicação (5)


¬(¬G → ¬¬C)
Passo 4: Aplicar a regra de negação
¬(G → ¬¬C)

Passo 5: Aplicar a regra da implicação (2)


¬(G → ¬C)

Passo 6: Aplicar a regra de negação


G∧C

Passo 7: Quebrar a conjunção (G ∧ C)


G
C

Passo 8: Aplicar a regra da implicação (3)


¬(A → ¬D)

Passo 9: Aplicar a regra de negação


¬(A → ¬D)

Passo 10: Aplicar a regra da implicação (1)


¬(¬A ∨ ¬D)

Passo 11: Aplicar a regra de negação


A∧D

Passo 12: Quebrar a conjunção (A ∧ D)


A
D

Passo 13: Aplicar a regra da implicação (4)


¬(D → ¬¬E)

Passo 14: Aplicar a regra de negação


¬(D → E)

Passo 15: Aplicar a regra da implicação (6)


¬(¬F → ¬E)

Passo 16: Aplicar a regra de negação


¬(F → E)
Passo 17: Aplicar a regra da implicação (4)
¬(E → ¬G)

Passo 18: Aplicar a regra de negação


¬(E → G)

Passo 19: Aplicar a regra da implicação

Questão 2:

Argumento 1 (Supondo que a disjunção seja normativa):


Premissas:
● A proposição "Maria está grávida de um feto anencefálico" é puramente
descritiva.
● A proposição "Maria está proibida de abortar" é uma proposição normativa.
Conclusão:
3. A disjunção "Maria está grávida de um feto anencefálico ou Maria está proibida de abortar" é
normativa.
Tabela de verdade:

Maria está grávida de Maria está proibida de Disjunção é normativa?


um feto anencefálico abortar
V V V
V F V
F V V
F F F
Como em todas as linhas em que as premissas são verdadeiras, a conclusão também é
verdadeira, podemos concluir que o argumento é válido.
Argumento 2 (Supondo que a disjunção seja descritiva):
Premissas:
● A proposição "Maria está grávida de um feto anencefálico" é puramente
descritiva.
● A proposição "Maria está proibida de abortar" é uma proposição normativa.
Conclusão:
3. A disjunção "Maria está grávida de um feto anencefálico ou Maria está proibida de abortar" é
descritiva.
Tabela de verdade:
Maria está grávida de Maria está proibida de Disjunção é descritiva?
um feto anencefálico abortar
V V V
V F V
F V V
F F V
Novamente, em todas as linhas em que as premissas são verdadeiras, a conclusão também é
verdadeira, o que indica que o argumento é válido.
Portanto, Monica demonstrou a validade de ambos os argumentos por meio das tabelas de
verdade, apresentando exemplos que contrariam a lei de Hume.

Questão 3:

A versão do argumento que se insinua (levando em consideração a estrutura da defesa) é a


seguinte:
Premissas:
● A pesquisa com células-tronco embrionárias é muito mais promissora do que a
pesquisa com células-tronco adultas.
● Durante a reunião da diretoria, foram feitas 1900 ligações para contribuintes, e
85% dos contribuintes foram contra as pesquisas com células-tronco embrionárias.
● A diretoria decidiu por não levar adiante pesquisas com células-tronco
embrionárias na instituição.
Conclusão:
4. A decisão da diretoria é falaciosa.
Questão crítica que teria sido violada pela decisão tomada pela diretoria:
Pode-se apontar que a decisão da diretoria baseada apenas nas preferências de contribuintes
por meio de ligações telefônicas é uma falácia de apelo à maioria. A quantidade de pessoas a
favor ou contra uma pesquisa não determina a validade ou a eficácia científica de uma
abordagem. Decisões sobre pesquisa científica devem ser tomadas com base em evidências
científicas, resultados de estudos e critérios de avaliação relevantes, não apenas por meio de
opiniões populares.
Portanto, a decisão da diretoria de não levar adiante pesquisas com células-tronco embrionárias
com base apenas nas preferências dos contribuintes, sem levar em consideração a promessa
científica da abordagem, é falaciosa.

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