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Distorções Cognitivas

São maneiras distorcidas de processar uma informação, são interpretações enviesadas do que nos acontece, criando
diversas consequências negativas

Personalização: quando nos sentimos 100% responsáveis pelos acontecimentos. Por exemplo, recebi o diagnóstico de
endometriose, começo a me questionar o porquê estou com essa doença e penso - "Não me cuidei o suficiente, se eu
tivesse cuidado do meu corpo melhor, isso não estaria acontecendo... é tudo culpa minha."

Filtro mental: consiste em focar os aspectos negativos e ignorar o resto da informação. O negativo é filtrado e
absorvido, enquanto o positivo é esquecido. Exemplo: A cirurgia da endometriose foi um sucesso, mas Helena terá
que adaptar a alimentação e introduzir exercícios físicos na sua rotina, diante disso ela pensa: "eu falei, não terei mais
sossego na vida, tudo só vai piorar a partir daqui, nada dá certo mesmo..."- Ela só absorveu o negativo, ignorando
totalmente os aspectos positivos.
Esta distorção também está presente quando acreditamos que se algo aconteceu uma vez, acontecerá em todas as
outras vezes. Por exemplo: "Se essa medicação deu certo é melhor não tentar nada diferente, vai dar errado."

Maximização e minimização: essa distorção cognitiva consiste em maximizar os nossos próprios erros e os acertos
dos outros e, minimizar os próprios acertos e os erros dos outros. “Eu nunca vou conseguir lidar melhor com essa
situação, eu faço sempre tudo errado... as pessoas conseguem relaxar e evoluir... já eu... isso não é para mim."

Pensamento dicotômico: consiste na extrema valorização dos acontecimentos, sem levar em conta os aspectos
intermediários. Classificar as coisas como brancas ou pretas, verdadeiras ou falsas. Por exemplo: “Já que eu não
consigo trabalhar por causa das dores, vou logo pedir as contas." - Não lhe parece um tanto precipitado, será que
existem outras opções? Outro exemplo: "Já que tenho endometriose, prefiro tirar o útero para acabar logo com isso."
- Não lhe parece radical? Além de precipitado, é errôneo: tirar o útero não trata a endometriose.

Catastrofização: ocorre quando prevemos o futuro negativamente sem considerar outros resultados mais prováveis.
Exemplo: “Com esse diagnóstico minha vida acabou..." "Eu nunca mais vou poder fazer as coisas que eu fazia..." "Essa
dor vai ficar aqui para sempre...", “Não dormi bem ontem, a minha insônia vai durar para sempre...”

Generalização: ocorre quando generalizamos de um caso, para todos os casos, mesmo que seja apenas ligeiramente
idêntico. Se uma vez foi verdade, será sempre assim: “Todas as pessoas ficam mal após cirurgias, a recuperação
sempre é ruim e vagarosa”; “Todas as mulheres que têm endometriose são inférteis”; “Eu jamais vou conseguir ter
qualidade de vida”.

Raciocínio emocional: refere-se à suposição de que as nossas emoções refletem as coisas como elas são. É acreditar
que o que sentimos no momento é o correto, único e verdadeiro. Exemplo, a pessoa se sente fraca pois está em um
dia com muita dor, logo pensa: “sou uma pessoa fraca!” ou a pessoa se sente insegura ao saber que precisará operar,
logo define “sou completamente frágil e medrosa”. O ponto aqui é perceber que aquela emoção pode ser passageira,
situacional, não necessariamente representa que você é.

Afirmações como “deveria fazer/ser isso…”: são crenças rígidas e inflexíveis de como nós ou os demais deveríamos
agir ou ser, são as regras internas que criamos. As exigências concentradas em nós favorecem a autocrítica, enquanto
as dirigidas aos outros favorecem a raiva, a ira e a agressividade. Alguns exemplos podem ser: “Eu deveria ter operado
antes, assim eu já não estaria com tanta dor”; “eu deveria ter dada mais atenção à isso, agora estou sofrendo as
consequências”; “Ele precisa me dar atenção, não posso passar por isso sozinha”; “Ele deveria saber como me sinto”.

Leitura da mente: consiste em acreditar que se sabe o que os outros pensam e o motivo de se comportarem como se
comportam sem checar tais pontos na realidade, um “achismo”. Exemplos: “Ela acha que minha dor é frescura!”; “Ele
me acha fraca”; “Eles sentem pena de mim!” ou “Ele só está comigo por pena!”

Predição do Futuro: consiste em afirmar o que vai acontecer em breve ou à longo prazo, ter a certeza de algo que está
no futuro: “Tenho certeza de que minha recuperação da cirurgia será complicada”; “Tenho certeza de que nunca
conseguirei engravidar”.
Informações e Exercício sobre Distorções Cognitivas na Endometriose – Psicoendologia – Lilian Donatti
Rotulagem: utilizar rótulos pejorativos para nos descrevermos, ao invés de descrever os nossos atos e qualidades com
objetividade e exatidão. Por exemplo: “Sou inútil!” ao invés de “Cometi um erro, mas nem sempre faço isso.”; “Sou
mesmo uma desequilibrada”, ao invés de “Estou passando por uma situação difícil, por isso estou mal.”

Vamos exercitar? Faça uma auto-reflexão e perceba se você costuma apresentar algumas dessas distorções. Descreva
o seu exemplo:

Distorção Sim ou Não Se sim, um exemplo


Personalização

Filtro mental

Maximização e minimização

Pensamento dicotômico

Catastrofização

Generalização

Raciocínio emocional

Afirmações como “deveria fazer


isso…”

Leitura da mente

Predição do Futuro

Rotulagem

Informações e Exercício sobre Distorções Cognitivas na Endometriose – Psicoendologia – Lilian Donatti

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