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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

CORDAS PARA RESGATE


Este informativo técnico foi elaborado para fornecer a resgatistas e profissionais que utilizam cordas como
linha de vida e/ou para atividades tais como trabalhos em ambientes verticais (altura), entrada e resgate em
espaços confinados ou outras atividades, onde é necessário o correto conhecimento sobre as cordas
utilizadas.
Manuais, guias de aplicações e padrões como NFPA 1983, ANSI e ASTM foram observados para elaboração
deste informativo técnico.

INTRODUÇÃO
Nas atividades realizadas em ambientes verticais e em ambientes confinados com deslocamento vertical,
assim como nas atividades de resgate, cada peça do seu equipamento é um elo crítico em uma cadeia muito
importante. Todos os elos devem trabalhar em conjunto e com segurança, para permitir que o sistema
aplicado possibilite a retirada em segurança de uma pessoa de uma situação de risco. Se um dos elos falhar,
tal fato irá colocar em risco todo o sistema.
O usuário do sistema deve ser treinado, constantemente, para identificar, selecionar e utilizar corretamente
todos os componentes do sistema de proteção, aplicado em tais atividades.
É de vital importância que o usuário conheça quais são os equipamentos necessários para uma atividade
segura, e que o mesmo conheça o que tais equipamentos podem ou não podem fazer. O usuário deve ainda
saber como proceder a uma inspeção, limpeza e manutenção preventiva após o uso. Tais atividades podem
parecer muito trabalho, mas considerando que em algumas situações a única coisa entre o usuário e a morte
pode ser um destes equipamentos, fica claro a necessidade básica de seguir todos os passos colocados
acima.

NORMAS SOBRE CORDAS DE RESGATE


Há muitos anos atrás nos E.U.A. um acidente em uma grande cidade culminou com a morte de dois
bombeiros. O acidente envolveu a tentativa de um bombeiro resgatar outro companheiro, sendo que durante
a tentativa de resgate, a corda rompeu e os dois bombeiros caíram, matando os dois. O único fato positivo
foi, que devido a esta tragédia, equipes de resgatistas tomaram ciência da real necessidade, ou falta de, um
procedimento operacional no emprego de cordas para atividades de resgate.
Naquela época, a Associação Internacional de Bombeiros (International Association of Firefighters – IAFF)
passou uma severa inspeção e elaboração sobre as práticas utilizadas e desenvolveu um GUIA sobre Cordas
de Resgate e seus equipamentos. Este guia passou a ser chamado de “LINHA de SEGURANÇA” (*). Este
GUIA foi o predecessor da norma atual criada pela NFPA (National Fire Protection Association).
NOTA ESPECIAL: (*) em inglês o título do Guia Indicado era LINE TO SAFETY, que pode ser traduzido para o Brasil como LINHA DE VIDA!

GUIAS DE ORIENTAÇÃO X LEI


Algumas orientações feitas por GUIAS de RECOMENDAÇÃO e por agências como NFPA, ANSI e a ASTM
especificam um padrão mínimo recomendado para equipamentos utilizados para atividades de resgate com
cordas. A não ser que sejam adotadas por uma agência governamental, tais recomendações não apresentam
a força de lei, não sendo então necessário sua aplicação.
Equipes de trabalho e resgate, privadas ou públicas, tais como Bombeiros Estaduais, Defesa Civil, Equipes
Terceirizadas de Resgate, ignoram muitas vezes tais recomendações, e falham em um ponto muito
importante, ao não perceber que tais recomendações são elaboradas por grupos de profissionais experientes
e são reconhecidas como “Práticas Seguras”.
É importante observar que tais GUIAS e RECOMENDAÇÕES podem ser utilizadas em questões judiciais em
casos de acidentes, especialmente em países onde a responsabilidade civil é fator preponderante em litígios
penais.
Outro fato muito importante é que todo profissional de segurança do trabalho têm também obrigações ética
e moral de preservar a vida em qualquer atividade. A não observação de tais GUIAS e RECOMENDAÇÕES é
no mínimo uma falha grotesca do ponto de vista profissional.
Por outro lado, seguir eventuais GUIAS e RECOMENDAÇÕES (ainda que elaborados em outros países, como
no caso do Brasil) pode ajudar muito, a elevar o GRAU de SEGURANÇA aplicado nas atividades profissionais,
diminuindo a possibilidade de acidentes e perdas de vidas.

Kaefy do Brasil Ltda


Rua Manoel Beckman, 659 – Jardim Piratininga – Osasco – 06230-040 - (11) 3696-3388 – site: www.kaefy.com.br - E-mail: kaefy@uol.com.br
Informativo Técnico – Cordas de Resgate

CONDIÇÃO DA CORDA
A edição anterior da NFPA 1983 para cordas de resgate (edição de 1990) recomendava que a corda utilizada
em situações de resgate fosse sempre nova, ou seja, sem uso anterior. As cordas utilizadas em situações de
resgate reais, indiferente de seu estado, deveriam ser retiradas de uso para evitar que acidentalmente
retornassem ao uso como cordas de “Linha de Vida”.
Entretanto, de acordo com a NFPA 1983 – edição de 1995 – a corda utilizada como Linha de Vida, utilizada
em resgate em incêndios ou outros tipos de emergências ou treinamentos podem ser reutilizadas se TODAS
as CONDIÇÕES ABAIXO forem observadas. Tais condições devem também estar em conjunção com as
instruções dos fabricantes.
A) A corda não sofreu nenhum dano visível. Isto significa que uma pessoa com visão perfeita (20/20) a
olho nu, não consegue observar nenhum dano.
B) A corda não foi exposta a calor, contatos breves com chamas ou abrasão. Este requerimento poderá
eliminar a grande maioria das cordas utilizadas em situações de emergências. Exposição à abrasão
virtualmente irá eliminar qualquer corda que foi empregada sobre uma borda (mesmo que com
auxílio de um protetor) em aplicações de subida e descida.
C) A corda não foi sujeitada a qualquer carga de impacto. Observe que esta frase não fala em impactos
de carga severos ou significantes, mas sim a todos e qualquer tipo de impacto. Uma única queda em
uma corda cria uma carga de impacto.
D) A corda não foi exposta a líquidos, sólidos, gases, névoas ou vapores de qualquer produto químico ou
qualquer outro material que conhecidamente deteriora a corda. Este requerimento necessita de um
estudo sobre quais produtos químicos estavam presentes, assim como o telefone de contato com o
fabricante para um estudo conveniente.
E) A corda passa por uma inspeção de acordo com o procedimento de inspeção do fabricante, realizado
por uma pessoa devidamente qualificada, antes e depois de cada uso. Este procedimento de inspeção
obviamente depende do fabricante da corda. Este ponto também implica que a pessoa que irá
realizar a inspeção seja devidamente qualificada pelo fabricante ou que siga rigorosamente todas as
orientações de inspeções do fabricante.
A Norma NFPA é dirigida inclusive a pessoas que podem não ter treinamento adequado na inspeção de
cordas. A colocação das restrições acima para evitar o reuso de uma corda foram adotadas para evitar que
acidentalmente uma corda danificada seja colocada novamente em uso.
Estes requerimentos são aplicáveis para cordas de uso em treinamento também, além das cordas utilizadas
em situações reais de resgate. Para a NFPA a segurança em treinamento é tão importante quanto a
segurança em situações reais de resgate.
É também importante observar o bom senso quando o assunto for à reutilização de cordas para treinamento.
Se a equipe que estiver treinando seguir as recomendações da norma, a mesma irá substituir alguma corda
após as sessões de treinamento. Infelizmente, a corda substituída pode não apresentar qualquer dano a não
ser leve abrasão em sua superfície. Em qualquer situação, as informações dos fabricantes irão fornecer
orientações específicas para o correto reuso e retirada de uso de uma corda de resgate.
A NFPA está focada para todos os tipos de usuários, não importa qual o nível de treinamento dos mesmos.
Profissionais devidamente treinados nos cuidados com as cordas terão maior conhecimento do que constitui
um dano real a corda ou não; entretanto, para as pessoas com menor nível de conhecimento pode ser mais
difícil reconciliar o bom senso em todos os requerimentos da norma.
Muitas empresas que fazem treinamentos recomendam que a vida da corda utilizada como “Linha de Vida”,
utilizadas em aplicação de uma única linha, ou seja, uma única corda suportando toda a carga, deve
obedecer às recomendações e restrições da NFPA 1983. Algumas cordas ainda em bom estado podem não
atender a norma, mas com os cuidados adequados, manutenção e inspeção, os profissionais devidamente
treinados poderão reconhecer as cordas adequadas ao uso. De qualquer maneira, é recomendado que as
cordas expostas a tais cargas sejam utilizada apenas em treinamento e que uma segunda corda (“Linha de
Vida“) seja sempre utilizada. Esta segunda corda fornece uma margem de segurança adicional para
operações de treinamentos utilizando cordas em bom estado, mas que não atendem mais o padrão da
Norma.
Com este método de uso vêm uma grande responsabilidade e confiabilidade. Mesmo com uso de cordas
adicionais em treinamentos, os resgatistas devem manter e inspecionar adequadamente as cordas
constantemente. Tais procedimentos ajudam a eliminar a chance de colocar uma corda danificada em uma
aplicação de “Linha de Vida”.
A equipe de resgate deve inspecionar na totalidade as cordas usadas para decidir se a mesma deve ser
mantida ou retirada de serviço. O time poderá utilizar as informações encontradas na Norma NFPA e as
informações do fabricante para ajudar a estabelecer os procedimentos mais adequados. A edição 1993 da
Norma NFPA 1983 requer que a corda de resgate seja inspecionada por uma pessoa qualificada. A frase mais
importante para lembrar quando um componente de sistema de resgate estiver sendo inspecionado é: NA
DÚVIDA NÃO USE, DESCARTE IMEDIATAMENTE!

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

RESISTÊNCIA DA CORDA
Ao desenvolver as recomendações para uma corda utilizada como “Linha de Vida”, a NFPA teve de decidir a
massa média de um bombeiro com todo equipamento padrão (roupas de combate a incêndio estrutural,
botas, equipamento autônomo de respiração, etc...). A NFPA acabou designando a massa de um bombeiro
totalmente equipado como 300 libras (136,08 kg).
A NFPA então estabeleceu uma margem de segurança mínima é de 15:1 para ser aplicada como a resistência
da corda. Esta margem de segurança é expressa como a razão entre a resistência mínima da corda dividida
pela massa de um bombeiro devidamente equipado. Em outras palavras, de acordo com as recomendações
da NFPA um bombeiro irá necessitar de uma corda com resistência de 300 x 15 = 4500 libras, ou em uma
escala mais comum no Brasil, 2.041,20 kg de massa. Com esta margem de segurança é esperado que a
corda consiga suportar os ambientes abusivos e as atividades práticas. Muitas das cordas utilizadas como
“Linha de Vida” com diâmetro de 3/8” (9,52 mm) irão atender este padrão.
Algumas vezes nas atividades de resgate é necessário que uma corda suporte a massa de duas pessoas
simultaneamente. A NFPA previu esta situação e indica como padrão que a corda em tais situações continue
a manter a mesma margem de segurança de 15:1; ou seja, em tais casos, a corda deverá apresentar a
resistência mínima de 600 x 15 = 9.000 libras (4.082,40 kg de massa). Novamente a adoção da margem de
segurança aplicada irá oferecer resistências às condições severas de aplicação. A maioria das cordas com
diâmetro de ½” irão atender a este padrão.
A NFPA não indica suspender mais de duas pessoas com uma única corda em nenhuma circunstância.
Algumas cordas apresentam um fator de segurança que pode até permitir tal aplicação, mas esta é uma
prática não recomendada.
Há ainda outras normas e padrões aplicados à construção civil, operações em estaleiros, teste de
equipamentos aplicados a resgate em padrões como ANSI e ASTM, que contribuíram e ainda contribuem
para NFPA na elaboração de seu padrão. Muitos destas normas e padrões são citados n texto da NFPA 1983.
Uma leitura destas Normas e padrões auxiliará um conhecimento mais amplo dos requerimentos aplicados
aos equipamentos de resgate.

COMPOSIÇÃO DAS CORDAS


A corda de resgate é uma corda sintética e flexível designada especificamente para suportar cargas humanas
durante atividades de resgate e treinamento. Como em muitas vezes é a única responsável pela vida ou
morte do resgatista, é extremamente importante aprender tudo possível sobre a corda e seu uso correto.
Uma análise detalhada da corda irá auxiliar o resgatista a escolher a corda correta para uma atividade, assim
como qual é seu uso correto.
A grande maioria das cordas de resgate é confeccionada com 100% de NYLON (poliamida); entretanto este
não é o único tipo de corda disponível no mercado, nem é o melhor material para todas as aplicações. O
NYLON, no entanto, parecer cobrir a maioria das necessidades para uma corda de resgate na maior parte das
aplicações. Observando os muitos materiais utilizados nas construções de cordas e revendo as vantagens e
desvantagens de cada um dos mesmos, irá permitir uma escolha mais bem estudada em que tipo de corda
será melhor para cada aplicação prática.

CORDAS DE FIBRAS NATURAIS


Por muitos anos as equipes de resgate utilizaram cordas construídas com cordas naturais, tais como sisal,
cânhamo, entre outras. Havia sérios problemas com as cordas de fibras naturais. Um dos fatores principais é
que as fibras naturais não são tão resistentes como as fibras sintéticas, conseqüentemente, uma corda de
boa qualidade de sisal, por exemplo, necessitará apresentar um diâmetro muito maior que uma corda de
fibras sintéticas para atender as recomendações da NFPA. Este diâmetro maior implicará em maior peso, e
em equipamentos como polias e mosquetões com tamanhos maiores, aumentando também o custo de todas
peças. Há ainda fatores sobre a segurança que devem ser considerados.
Fatores desejados nas cordas de fibras naturais para aplicações em resgate
Nenhum
Fatores indesejados nas cordas de fibras naturais para aplicações em resgate
Baixa absorção de impactos.
Perde resistência com o passar do tempo, mesmo quando armazenada em condições ideais.
Menor resistência à ruptura do que cordas sintéticas do mesmo diâmetro
As fibras naturais são curtas e ficam “presas” por fricção, em contraste com as fibras contínuas das cordas
sintéticas.
Degradação permanente (acima de 50%) quando molhadas.
Alta absorção de umidade (cordas de manila ou cânhamo podem absorver até 100% de sua massa original
quando úmidas)
Fraca resistência a produtos químicos
Efeitos visíveis quando exposta a temperaturas entre 120 a 150ºC

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

Associações como a NFPA, IAFF e ISFSI (Associação Internacional de Instrutores de Combate a Incêndios –
International Society of Fire Service Instructors) vêem condenando o uso de cordas de fibras naturais para
aplicações de “Linha de Vida”. Cordas de fibras naturais ainda são utilizadas em várias aplicações, no entanto
mesmo as cordas de serviço atuais são confeccionadas em fibras sintéticas. Em resumo: NÃO UTILIZE
CORDAS DE FIBRAS NATURAIS PARA RESGATE!

CORDAS DE FIBRAS SINTÉTICAS


Há muitos tipos de fibras sintéticas disponíveis no mercado atualmente. Muitos destes materiais apresentam
qualidades desejáveis para tipos específicos de resgate. Tais qualidades desejáveis podem ser superadas por
empecilhos associados por materiais específicos. Ainda não existe uma corda que atenda a todas as
necessidades de resgate; no entanto, até o presente momento, as cordas confeccionadas com NYLON
(poliamida) aparece para muitos profissionais como a corda que oferece melhor relação de propriedades
favoráveis em relação à propriedade indesejáveis para uma corda padrão para aplicações em operações de
resgate. Até que a ciência e o desenvolvimento de novas tecnologias em que o resgate não necessite de
cordas, os resgatistas deverão sempre analisar as necessidades de uma corda aplicada ao resgate, para
decidir qual modelo de corda será mais adequada para cada situação.

CORDAS DE NYLON (POLIAMIDA)


Usos específicos para resgate – Até o momento, as cordas de nylon (poliamida) são consideradas as mais
adequadas para muitas situações de resgate. Os modelos mais comuns de monofilamentos de Nylon
(poliamida) utilizados na produção de cordas de resgate são o tipo, também conhecido como “PERLON”,
muito utilizado nas cordas construídas na Europa e o tipo 6,6 muito utilizado nas cordas construídas na
América do Norte. As diferenças entre os dois tipos de monofilamentos são que o tipo 6,6 apresenta uma
temperatura levemente maior para o ponto de fusão e uma resistência mecânica a ruptura também
levemente maior que o tipo 6; no entanto o tipo 6,6 é um pouco mais pesado.
Fatores desejados nas cordas de nylon para aplicações em resgate
Boa absorção de choque.
Ponto de fusão a aproximadamente 250ºC (tipo 6,6)
Boa resistência à abrasão
Resistência a muitos produtos químicos
Baixa fricção na superfície
Cerca de 10% mais fortes que cordas de poliéster de mesmo diâmetro
Fatores indesejados nas cordas de nylon para aplicações em resgate
Tanto o Nylon 6 (PERLON) como o Nylon 6,6 podem perder até 15% de sua resistência quando molhados,
mas recuperam sua força quando secos.
Os monofilamentos de poliamida podem ser severamente danificados por certos produtos corrosivos como
ácido de baterias.

CORDAS DE POLIOLEFINAS
Usos específicos para resgate – Devido ao fato de boiarem na água as cordas de poliolefinas, tais como o
polipropileno e o polietileno as mesmas são sempre utilizadas em atividades de resgate na água; no entanto,
tais fibras não são tão fortes e não absorvem choques. As cordas utilizadas então para resgate na água são
mistas de poliolefinas com nylon para aumentar a resistência.
Fatores desejados nas cordas de poliolefinas para aplicações em resgate
Alta resistência à água, além de boiarem.
Boa resistência a mofo.
Alta resistência aos ácidos.
Fatores indesejados nas cordas de poliolefinas para aplicações em resgate
Baixa resistência à tração quando comparada ao nylon.
Pouca resistência à abrasão.
Baixa resistência à luz sola (degradação por raios ultravioleta).
Danos por calor a temperaturas relativamente baixas (derretem a aproximadamente 112ºC)
Baixa resistência a choques.

CORDAS DE POLIÉSTER
Usos específicos para resgate – Cordas confeccionadas em monofilamentos de poliéster como o
“DACRON” e “SERAN” apresentam muitas propriedades similares às cordas construídas em Nylon, mas
apresentam menor resistência à absorção de impactos. Devido a esta característica as cordas de poliéster
não são aplicadas em situações onde as cordas estão sujeitas a cargas de choque longas como por exemplo
em atividades de montanhismo. As cordas de poliéster, no entanto, são utilizadas com muito sucesso em
várias aplicações de “LINHA DE VIDA”.

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Fatores desejados nas cordas de poliéster para aplicações em resgate


Alta resistência à tração mesmo quando molhadas (resistência relativa à água).
Boa resistência à abrasão.
Alta temperatura de fusão (cerca de 250ºC).
Resistência a danos provocados por ácidos e compostos orgânicos.
Fatores indesejados nas cordas de poliéster para aplicações em resgate
Baixa resistência ao choque quando comparada ao nylon.
Pode ser danificada por materiais alcalinos.

CORDAS DE KEVLAR
Usos específicos para resgate – Cordas confeccionadas em monofilamentos de KEVLAR (um tipo
monofilamento de aramida da DuPont) não tolera esforços em raios de curvatura muito fechados, como os
encontrados em nós. Este fato causa a ruptura (falha) mesmo com cargas relativamente baixas. É
amplamente reconhecido que o KEVLAR não é adequado para cordas utilizadas em situações descida (RAPEL)
ascensão, ancoragem, assim como sistemas de resgate.
Fatores desejados nas cordas de KEVLAR para aplicações em resgate
Alta resistência a temperaturas.
Alta resistência à tração.
Fatores indesejados nas cordas de KEVLAR para aplicações em resgate
Baixa resistência à abrasão
Facilmente danificada por esforços em raios de curvatura fechadas (nós).
Baixa resistência à absorção de choques.

CORDAS DE HMPE (Polietileno de Cadeia Estendida e Alto Peso Molecular)


Usos específicos para resgate – Cordas confeccionadas em monofilamentos de HMPE (um tipo
monofilamento de longa cadeia ordenada de polietileno de alto peso molecular) são também conhecidas
como cordas de SPECTRA . Este material é utilizado com sucesso em aplicações onde à resistência a tração
deve ser muito elevada, todavia o material é escorregadio e não consegue segurar os nós. Como o material é
mais leve que a água este tipo de corda é utilizado com sucesso como cordas para rebocadores marítimos.
Uma vez que este material é fraco para suportar impactos o mesmo é empregado em alças e cintas de
ancoragem para atividades de montanhismo. Tal tipo de material deve ser sempre utilizado em conjunção
com cordas dinâmicas para permitir a absorção de impactos.
Fatores desejados nas cordas de HMPE para aplicações em resgate
Alta resistência à tração.
Flutuabilidade positiva (densidade relativa d=0,97).
Fatores indesejados nas cordas de HMPE para aplicações em resgate
Baixo ponto de fusão (derrete entre 65ºC a 93ºC).
Baixa resistência à absorção de impactos, rompendo com alongamento entre 2,7% a 3,5%.
Material muito escorregadio, não segurando nós.

CORDAS DE OUTRAS FIBRAS SINTÉTICAS


Existem ainda outros tipos de monofilamentos e fibras sintéticas que podem ser utilizadas na confecção de
cordas de resgate, tanto sozinhas como combinadas com outras fibras. Cabe ao resgatista selecionar uma
corda cujas fibras irão atender as necessidades apresentadas pelo ambiente do resgate, assim como também
atenda as eventuais Normas e padrões aplicados.

NOTA TÉCNICA IMPORTANTE


A tecnologia de construção e o desenvolvimento de novas fibras esta em constante evolução;
conseqüentemente sempre há novas informações sobre fibras, monofilamentos e novos tipos de cordas. As
informações técnicas variam devido a diferentes tipos de testes aplicados. Os materiais citados neste breve
informativo técnico não incluem todos os materiais que são utilizados na construção de cordas de resgate,
mas, no entanto, foram citados os materiais mais comuns e aceitos por equipes de resgate.

CONSTRUÇÃO DAS CORDAS


As principais características de uma corda são fornecidas pela combinação das fibras utilizadas e o método de
construção aplicado. Combinações diferentes de fibras e métodos de construção fazem a corda mais
adequada a um tipo uso do que outra corda. Assim como o tipo fibra utilizado para fazer uma corda, o tipo
de construção também apresentará seu próprio conjunto de propriedades desejadas, assim como as
propriedades indesejadas. Lembre-se sempre que as cordas para trabalho em “LINHA DE VIDA” nunca
devem ser confeccionadas de fibras naturais. Vários dos métodos mais comuns de construção de cordas
estão indicados abaixo.

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

LAID ROPE (CORDA SULCADA)


Características de construção – Para construir uma corda sulcada as
fibras são torcidas formando filamentos. Os filamentos são torcidos
formando feixes. Os feixes são torcidos formando a corda acabada. As
fibras das cordas sulcadas endurecidas (reforçadas) são torcidas de
maneira muito mais apertada, do que as cordas mais leves. As cordas
sulcadas endurecidas apresentam melhor resistência à abrasão, mas em
contrapartida tornam a corda mais fraca e com maior dificuldade de
permitir a aplicação de nós.
Propriedades desejadas:
 Cada parte da corda pode ser inspecionada visualmente para verificação de danos, através da
“destorção” dos feixes. Enquanto este fato parece ser desejável, este tipo de atividade pode ser
bastante difícil e muito demorada, além do fato que dependendo do tipo de fibra, degradação por
agentes químicos podem não ser visíveis neste tipo de inspeção.
 Este tipo de construção de corda promove uma fricção superficial muito alta (a corda não desliza).
Esta característica pode ser desejável quando o resgatista necessita utilizar as mãos para segurar ou
puxar a corda.
Propriedades indesejadas:
 Todas as cargas que a corda deve suportar estão sujeitas a causar abrasão nas fibras da corda.
Como cada fibra fica exposta ao lado externo a cada duas polegadas de comprimento, a abrasão
pode danificar praticamente todas as fibras da corda.
 Este tipo de construção tende a perder sua torção quando em carga, fazendo com que o objeto ou
pessoa suspensa comece a girar.
 Este tipo de corda tende a formar “cocas” de maneira muito fácil.

EIGHT-STRAND PLAITED (CORDA TRANÇADA EM OITO)


Características de construção – Construção muito comum para cordas de
aplicações diversas, incluindo cordas com fibras naturais e cordas com fibras
sintéticas. Normalmente este tipo de corda é utilizada como corda de serviço geral
(construção civil, amarração de cargas, etc...).
Propriedades desejadas (dependendo do material utilizado):
 Boa resistência à abrasão.
 Boa resistência à tração.
Propriedades indesejadas:
 Assim como nas cordas do tipo sulcada, as fibras da corda ficam expostas a um certo intervalo de
comprimento, podendo comprometer todas as fibras da corda.
 Este tipo de corda é muito suscetível a enroscar suas fibras de maneira similar ao que acontece com
roupas de lã (correr fios para fora).

SINGLE BRAIDED (CORDA TRANÇADA SIMPLES)


Características de construção – Construção simples de cordas de
baixo custo, confeccionadas em monofilamentos, para aplicações
diversas, incluindo serviço geral (construção civil, amarração de
cargas, etc...). O tipo de construção é algumas vezes chamado de
“trança de roupa” pois a corda é construída com três ou mais feixes
trançados em ondas sobrepostas. No Brasil é muito comum encontrar
corda de poliolefinas com esta construção.
Propriedades desejadas (dependendo do material utilizado):
 Boa resistência à tração.
 Disponibilidade de diferentes diâmetros, desde muito pequenos a até muito grandes.
Propriedades indesejadas:
 Baixa resistência à abrasão, pois todas as fibras ficam expostas a certo intervalo de tempo.
 Assim como nas cordas do tipo sulcada, as fibras da corda ficam expostas a um certo intervalo de
comprimento, podendo comprometer todas as fibras da corda.

BRAID ON BRAID OU DOUBLE BRAIDED (CORDA DUPLAMENTE TRANÇADA)


Características de construção – Este tipo de corda é construída
com dois feixes trançados, sendo um embainhado pelo outro; ou
seja um interno e um externo. Na maioria dos casos, para este tipo
de construção de cordas, o feixe interno é responsável por mais da
metade da resistência à tração que a corda oferece. Este tipo de
construção é muito empregada para cordas confeccionadas com
fibras sintéticas (monofilamentos).

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

Propriedades desejadas:
 Boa resistência à tração (dependendo do material utilizado).
 Muito flexível se estocada livremente (sem carga ou torção).
 Resistência à abrasão superficial (o feixe externo protege o feixe interno).
Propriedades indesejadas:
 Sob condições normais de trabalho a resistência à abrasão é muito baixa.
 Sob carga este tipo de corda apresenta um alongamento muito alto.

KERNMANTLE (CORDA DE CAPA E ALMA)


Características de construção – este tipo de corda, que pode ser
do tipo dinâmica ou estática é construída com um feixe central (KERN
– ALMA) e uma camada externa (MANTLE – CAPA). Na maioria das
cordas de resgate a alma é responsável por muito mais que a metade
da resistência à tração (mais que 80%), enquanto a capa apresenta
uma fração muito menor de suporte. A capa, no entanto, ajuda a
proteger a alma da abrasão superficial e de possíveis contaminações.
As corda de CAPA e ALMA (kernmantle) são sempre construídas em
fibras sintéticas (monofilamentos).
CORDA ESTÁTICA
A alma das cordas estáticas é construída com monofilamentos contínuos que correm
paralelo ao sentido longitudinal da corda, apresentando uma pequena torção para
manter as fibras próximas umas as outras. Este tipo de construção permite um
alongamento muito pequeno, ou seja, as cordas estáticas praticamente não esticam,
tornando-as ideais para sistemas de resgate onde é necessário controle, como por
exemplo sistemas de içamento, trava-quedas, etc... As cordas estáticas de resgate
alongam entre 1,25% a até 10% quando suportando o peso de uma pessoa. As cordas
estáticas não alongam mais que 45% quando estão a 75% da carga de ruptura.

CORDA DINÂMICA
As cordas dinâmicas são designadas para absorver impacto de quedas, tais como
atividades de montanhismo. O desenho específico de construção varia de acordo com o
fabricante, no entanto a maioria apresenta a alma com feixes de monofilamentos
torcidos em sentidos opostos, a fim de diminuir a possibilidade do objeto ou pessoa girar
quando pendurado. Os feixes torcidos da alma dão a corda sua resistência, e são
“destorcidos” quando recebem a carga, absorvendo assim o impacto da carga. A maioria
das cordas dinâmicas apresenta um alongamento de 25% quando aplicada à carga de
uma pessoa. As cordas dinâmicas alongam entre 40% a 60% antes de se romperem. É
importante observar que a Norma NFPA 1983 não se aplica às cordas dinâmicas.

Propriedades desejadas:
 Boa resistência à tração (dependendo do material).
 A alma corre continuamente por todo comprimento da corda (construção contínua).
 A alma fornece a maior parte da resistência à tração. A capa protege a alma de abrasão e de
sujeiras.
 Este tipo de construção apresenta baixo índice de rotação da carga.
 Este tipo de corda não forma “cocas” de maneira muito fácil.
Propriedades indesejadas:
 As fibras da alma não podem ser inspecionadas visualmente, quando a capa estiver intacta.

RECOMENDAÇÕES PARA CORDAS DE RESGATE


Para a maioria das necessidades de resgate as cordas com construção tipo capa e alma (kernmantle)
confeccionadas em 100% nylon que atendem os requerimentos da Norma NFPA 983 poderão ser utilizadas
com sucesso. Abaixo colocamos as vantagens e desvantagens observadas neste tipo de corda quando
considerada como corda de resgate.
Vantagens:
 Versão estática que permite máximo controle quando subindo ou descendo vítimas.
 O nylon apresenta resistência à tração maior que a maioria das outras fibras.
 A construção tipo capa e alma (kernmantle) de cordas de nylon apresentam excelente resistência a
tração, sendo comum observar resistências de 5000 lbf (2.268 kgf) para cordas com diâmetro de
3/8”; 9.000 lbf (4.082 kgf) para cordas com diâmetro de ½” e mais de 13.000 lbf (5.896 kgf) para
cordas com diâmetro de 5/8”.
 As cordas do tipo capa e alma (kernmantle) apresentam excelente resistência à abrasão.
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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

 As cordas de nylon não vão apodrecer quando secas.


 As cordas de nylon apresentam excelente resistência ao calor e ao frio, quando comparadas com
outras fibras utilizadas para construir cordas. As cordas de nylon derretem a temperaturas
aproximadas de 248ºC, e permanecem flexíveis mesmo a temperaturas muito abaixo de 4ºC; no
entanto a tais temperaturas os cristais de gelo podem se tornar tão rígidos que podem cortar a
corda.
 As cordas de nylon são resistentes a alguns produtos químicos como alcalinos, anti-congelantes,
álcool e hidrocarbonetos sem aditivos (nota: aditivos de gasolina entre outros são bastante
agressivos ao nylon).
 As cordas de nylon são leves, apresentando em médio um peso de 3,2 kg para um comprimento de
30 metros.
Desvantagens:
 O nylon perde cerca de 10 a 15% de sua resistência a tração quando molhado. A corda volta a
recuperar sua resistência quando seca.
 O nylon pode ser atacado por substâncias ácidas.

FATORES DE QUEDA
Há muitas situações em operações de resgate em que quedas significativas são possíveis. Por exemplo,
quando um resgatista deve escalar uma torre metálica ou uma antena. Caso seja utilizada uma corda que
apresenta pouco alongamento o resgatista poderá sofrer danos sérios pela queda. Para tais situações devem
ser utilizadas cordas dinâmicas, pois as mesmas irão absorver a maior parte do choque e não transferi-lo ao
resgatista. Para tais situações deve ser planejado antes da realização da atividade qual a corda mais indicada
a ser utilizada (dinâmica ou estática).
O “FATOR DE QUEDA” é uma estimativa da força de uma queda potencial. É calculado pela divisão da
distância que a pessoa atada a corda pode cair, pela distância da pessoa até o ponto de ancoragem onde a
corda está fixada. Desta maneira, uma queda de 1 metro em uma corda com ancoragem a três metros
apresentará fator de queda de 0,33. Similarmente, temos que para uma queda com 10 metros, em uma
corda com ancoragem a 10 metros, apresentará fator de queda igual a 1; e assim, uma queda de 1 metro
em uma corda com ancoragem a 30 metros apresentará um fator de queda de 0,033.
É importante observar que para esta fórmula
sempre se assume que a queda será livre, sem
que a corda seja arrastada ou sofra impactos
em superfícies ásperas ou obstáculos
intermediários e/ou outros equipamentos.
Para a maioria das situações onde fatores de
queda apresentarem valores inferiores a 0,25
(uma queda de 2,5 metros em uma corda com
ancoragem a 10 metros) as cordas estáticas
apresentarão desempenho satisfatórios; no
entanto para casos onde o fator de queda for
maior que 0,25, os resgatistas não deverão
utilizar apenas as cordas estáticas. Para tais
situações são recomendadas cordas dinâmicas
e/ou cordas estáticas, no entanto com
dispositivos de absorção de impacto para os
resgatistas, para criar o efeito dinâmico de
absorver o choque e não retransmiti-lo ao
resgatista.

Como regra geral, temos: cordas dinâmicas


ou cordas estáticas com absorvedores de
impacto deverão ser sempre utilizadas quando o
resgatista estiver acima do ponto de ancoragem
da corda.

ESCOLHENDO O TAMANHO (DIÂMETRO) DA CORDA


Um resgatista pode encontrar dificuldade ou confundir uma corda com diâmetro de 3/8” (aprox. 10mm) de
uma corda com diâmetro de ½” (12,5 mm) durante uma situação de emergência, especialmente quando as
mesmas não estão devidamente marcadas ou apresentam a mesma cor.

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

É muito importante lembrar que a maioria das cordas que atendem ao padrão da Norma NFPA 1983 que
apresentam diâmetro de 3/8” possuem resistência para apenas uma pessoa, e não para duas; e que para a
grande maioria de fabricantes as cordas que atendem os requerimentos para cargas de duas pessoas (de
acordo com a Norma NFPA 1983) apresentam diâmetro mínimo de ½”.
Para alguns resgatistas é interessante utilizar cordas de menor diâmetro (3/8”), para apenas uma pessoa,
pois as mesmas apresentam como vantagem, menor peso e volume, assim como maior facilidade de aplicar
nós, sendo então aplicadas em situações de montagem de ancoragens secundárias, e outros dispositivos,
inclusive em polias (pois reduzem a fricção do sistema tornando-o mais rápido e fácil de operar), sendo
utilizados como linhas secundárias, e não como “LINHA DE VIDA” principal.
Outros resgatistas recomendam, no entanto, o uso exclusivo de cordas com diâmetro de 5/8” (15,9 mm)
para operações de resgate. A idéia aqui é que quanto mais forte, melhor; uma vez que a maioria dos
fabricantes apresentam esta corda com uma resistência de 13.000 lbf (5.896 Kgf). A pergunta que surge
então é a seguinte: Se a corda de maior diâmetro é mais resistente, não deveriam todos os resgatistas
utilizar cordas com diâmetro maiores? (Será que maior é sempre melhor?).
Quando analisamos as perguntas acima verificamos prós e contras.
A vantagem seria – o uso de uma corda com diâmetro de 5/8” oferece maior resistência em atendimento a
Norma NFPA 1983. (NOTA: a corda com diâmetro de ½” também atende o padrão de exigência da Norma
NFPA 1983).
As desvantagens ficam com o fato que uma corda com maior diâmetro representa maior peso e volume,
além de aumentar significativamente o custo de aquisição, não apenas da corda, mas também de todos os
componentes do sistema, tais como as polias, descensores, ascensores, mosquetões que devem ser maiores
e acabam sendo mais pesados. Em outras palavras: maior não é sempre melhor!
A decisão final sobre a seleção do diâmetro de corda a ser utilizado deverá ser feita pela equipe de resgate;
lembrando-se sempre de seguir, pelo menos, as recomendações da Norma NFPA 1983. O ponto ideal é
encontrar a seleção de cordas e demais equipamentos mantendo os fatores de segurança mínimos indicados,
associando a custos aceitáveis.

ESCOLHENDO O COMPRIMENTO DA CORDA


Analisar a média das aplicações e o pior cenário possível ajudam os resgatistas escolher o comprimento mais
adequado que a corda deve possuir. A seguir temos um exemplo:
Por experiências anteriores a equipe de resgate têm acompanhado atividades com um deslocamento vertical
de 15 metros, e que para tal atividade um sistema de redução de forças com polias de 4:1 pode ser
empregado com facilidade e segurança, a equipe necessitará então de um comprimento 4 vezes o
comprimento do deslocamento vertical, ou seja, 60 metros. O número de cordas que devem apresentar este
comprimento deverá ser decidido de acordo com as técnicas aplicadas pela equipe de resgate. (NOTA: para
muitas aplicações industriais, especialmente nos EUA, este comprimento de corda – 60 metros – é indicado
como padrão para a maioria das aplicações).
E o pior cenário? Supondo que nesta mesma empresa há um equipamento com necessidade de deslocamento
vertical com 75 metros, como uma torre por exemplo, e que equipes de manutenção ocasionalmente
trabalham no topo do equipamento e que podem necessitar de resgate em casos de doenças ou machucados.
Para esta situação as cordas com apenas 60 metros não serão úteis e/ou as mais adequadas. A equipe deve
então adquirir cordas com maior comprimento e guardá-las especificamente para este tipo de situação (se a
mesma ocorrer), cobrindo assim todas as eventuais possibilidades.
Outro ponto de extrema importância que deve ser levado em consideração é a necessidade de treinamentos
envolvendo os cenários mais comuns e o pior cenário possível. Em tais treinamentos a equipe poderá sempre
avaliar qual é o comprimento de corda mais adequado a ser utilizado, e se um determinado comprimento não
está sendo adequado durante um treinamento, o mesmo também não será adequado durante um resgate
real.
Muitas equipes acabam adotando na prática um conjunto de cordas com diferentes comprimentos, como por
exemplo: oito cordas com 25/30 metros, quatro cordas com 60/80 metros e duas cordas com 200/300
metros.

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CUIDADOS E MANUTENÇÃO DA CORDA


MARCANDO A CORDA
Toda corda deve ser etiquetada ou devidamente identificada. A
identificação permite a equipe de resgate manter um histórico de
uso completo e detalhado da corda. Muitos métodos não destrutivos
podem ser empregados para identificar uma corda, tais como
marcadores especiais ou etiquetas que não afetam a corda, como
visto na figura ao lado. Muitos dos fornecedores de cordas possuem
em sua linha de produtos identificadores de cordas.
NOTA ESPECIAL: NUNCA UTILIZE MARCADORES COM TINTAS A BASE
DE FENOL, OU OUTROS PRODUTOS QUE PODEM DEGRADAR O NYLON!

HISTÓRICO DA CORDA
A equipe de resgate deve manter um histórico individual de cada corda, incluindo as informações conforme
indicadas na Tabela de Modelo abaixo. Tal tipo de histórico é muito útil, para evitar confundir uma corda com
outra, além de permitir uma rápida identificação e verificação dos usos anteriores onde à corda foi
empregada.
HISTÓRICO DE CORDA
IDENTIFICAÇÃO Nº: FABRICANTE: LOTE DE PRODUÇÃO:

DATA DE PRODUÇÃO: DATA DA IDENTIFICAÇÃO: DATA DE ENTRADA EM SERVIÇO:

COMPRIMENTO: DIÂMETRO: COR:

IMPORTANTE: INSPECIONE A CORDA POR DANOS OU USO EXCESSIVO APÓS CADA VEZ QUE A MESMA FOI UTILIZADA E APÓS CADA USO. RETIRE
DE USO TODA CORDA QUE APRESENTE QUALQUER SUSPEITA DE DANOS!

DATA DE USO LOCAL DE USO TIPO DE USO EXPOSIÇÃO DA CORDA DATA DE CHECAGEM INSPETOR CONDIÇÃO DA CORDA

ARMAZENANDO CORDAS DE RESGATE


As cordas de resgate devem ser protegidas durante sua estocagem. Como observamos anteriormente vários
tipos de danos podem ocorrer com as cordas de resgate. Alguns dos pontos importantes a serem evitados
quando estocando cordas de resgate são os seguintes:
 Exposição excessiva aos raios solares (raios ultravioletas). As cordas devem ser armazenadas na
sombra.
 Exposição a certos produtos químicos, como por exemplo: ácidos de bateria, agentes alvejantes,
vapores ácidos, hidrocarbonetos com aditivos ácidos e solventes que podem dissolver ligações com
hidrogênio como o cloreto de metileno, fenol, benzeno e xileno. Não armazene cordas de resgate no
mesmo compartimento com produtos químicos e/ou com baterias e equipamentos que operam com
gasolina (ex: moto-serra). Mantenha a corda longe de graxas e gases de exaustão de motores de
combustão interna. Quando não estiver com dúvidas sobre a exposição de uma corda a um produto
químico, contate o fabricante para maiores esclarecimentos.
 Exposição a sujeiras e material particulado. Tais materiais podem danificar a corda internamente ao
penetrar na alma da mesma. Mantenha a corda limpa e seca.
 Exposição ao calor. Mantenha a corda longa de aquecedores, canos de escapamento, e outras fontes
que liberam calor.
Algumas equipes de resgate utilizam malas rígidas de
plástico para máxima proteção, pois tais tipos de mala
oferecem um alto grau de impermeabilização além de
proteção contra a luz solar; no entanto as mesmas são
pesadas e muitas vezes seu desenho mais retangular pode
ocupar um grande espaço.
A maioria das equipes de resgate opta por armazenar as
cordas de resgate em bolsas tipo BOXER, pois permitem
uma estocagem rápida e segura, além de facilitar o acesso
à corda. As bolsas são normalmente feitas em tecido de
MALA RÍGIDA DE PLÁSTICO BOLSA DE
poliamida (Cordura), podendo apresentar cores diferentes
CORDA
para facilitar sua visualização e identificação.

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

Como regra geral: mantenha as cordas armazenadas em bolsas e/ou maletas, em local seco e limpo, com
sombra e longe de produtos químicos. Um armário ventilado para esta finalidade pode ser considerado
adequado.

INSPECIONANDO A CORDA
Os fabricantes de cordas e de equipamentos correlatos certificados de acordo com a Norma NFPA 1983,
devem orientar os clientes quanto os procedimentos de inspeção e de manutenção, assim como quais são os
critérios para descarte da corda. Os resgatistas devem sempre seguir as recomendações sobre as cordas de
resgate.
A equipe de resgate deve sempre realizar a inspeção antes e após cada uso. As inspeções de cordas, do tipo
“capa e alma” (kernmantle), podem ser tão simples como a inspeção de uma corda do tipo trançada. Quando
inspecionar uma corda, devemos sempre notar os seguintes pontos importantes:
I – Como todos os equipamentos utilizados em atividades de resgate, inspecione as cordas cuidadosamente
tanto visualmente como pelo tato.
II – Passe a corda toda, sem faltar qualquer pedaço, pelas suas mãos, sem qualquer tipo de luva. Visualize a
capa da corda procurando por qualquer tipo de dano e sinta se há deformidades na alma, que podem indicar
danos interiores.
III - Se você visualizar danos na capa, inspecione a área cuidadosamente para decidir se a corda deverá ser
descartada. Um método de inspeção envolve o ato de curvar a corda de maneira aguda no ponto do dano e
visualizar detalhadamente a capa. A grande maioria das cordas de resgate apresenta uma alma sólida de
fibras brancas. Se você visualizar as fibras internas ocorreu à chamada “penetração da capa”. Neste caso,
corte a área da corda afetada e descarte este pedaço.
IV – Se você encontrar ou sentir inconsistência no núcleo da corda,
que pode ser sentido como um local mais macio, caroços endurecidos
ou “cocas”, é provável que a alma tenha danos permanentes. As
“cocas podem ser vistas através de teste de submeter cada trecho da
corda a uma curvatura, que sempre deve ser homogênea. Quando a
curvatura apresentar uma deformidade, como na figura ao lado,
temos uma “coca”. Inconsistências sempre resultam de situações onde
as fibras internas (alma) “encaroçaram” dentro da alma. Este fato
pode não ser um dano permanente na corda, e pode ser verificado
através da aplicação de um pequeno impacto, que tende a “re-alinhar”
as fibras internas da alma. Este procedimento pode ser realizado como
indicado nas figuras abaixo.
Primeiro segure com as duas mãos os dois TESTE DE IMPACTO (SEMPRE MANUAL)
lados da secção da corda com o ponto do
“caroço” e com alguns puxões para os lados
externos verifique se o caroço deixou de
existir. Após este procedimento, examine o
local novamente. Se o caroço persistir,
assuma que o dano na alma é permanente,
cortando o ponto e descartando o pedaço da
corda.
Estes testes apresentam uma maneira rápida de inspecionar uma corda do tipo CAPA e ALMA. Há ainda
muitos outros métodos de testes, e os mesmos devem ser sempre seguidos de acordo com as orientações
dadas pelos fabricantes.

LAVANDO A CORDA
Apenas as cordas usadas necessitam serem lavadas. Um dos fatores preponderantes para danificar uma
corda é a sujeira, especialmente material particulado que pode se infiltrar nas fibras. Devemos lembrar que
muito do material particulado é composto de grãos de areia que são basicamente compostos por sílica, que
por sua vez é um dos maiores constituintes do vidro. As cordas que permanecem sujas podem aos poucos
sofrer cortes significativos e serem totalmente inutilizadas. Os dispositivos mais comuns de lavagem de
cordas podem remover a maior parte da lama e material particulado da superfície da corda, no entanto, não
removem na totalidade todos os detritos. Novamente temos que considerar também as recomendações do
fabricante. A seguir segue um guia geral para lavar as cordas de nylon do tipo capa e alma (Kernmantle):
I – Considere a utilização de máquinas de lavar roupas. Muitos instrutores recomendam uma lavadora de
roupas do modelo que possui abertura frontal (possuem um tambor giratório sem agitador). As máquinas de
lavar com abertura na parte superior podem ser utilizadas, desde o agitador central seja retirado. O agitador
central tende a emaranhar a corda, além do mesmo causar uma fricção elevada com a capa da corda,
podendo danificá-la.
II – Caso você utilize uma máquina de lavar do tipo que apresenta abertura frontal, verifique a janela de
observação da porta seja de vidro e não de material plástico, pois as janelas de plástico podem causar danos
por calor na corda, devido ao aquecimento que sofrem por atrito entre a corda e a janela.

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III – Trance a corda como uma corrente (DAISY CHAIN -


EUA) como visto na figura ao lado para evitar que a corda
acabe emaranhando no interior da máquina de lavar. Uma
outra solução é colocar a corda em uma bolsa de telas
plásticas, como as que alguns equipamentos de mergulho
possuem, permitindo assim uma lavagem adequada sem o
risco de emaranhar ou danificar a corda.
IV – Lave e enxágüe a corda com água fria. Se a corda
estiver muito suja pode ser necessário utilizar uma
lavagem e um enxágüe com água morna. Para verificar se
a água está com a temperatura correta, basta colocar a
palma da mão na água. Se a água estiver muito quente
para sua mão, a água estará muito quente para a corda
também.
V – Use apenas água e sabão ou detergente neutro. Sabão de côco também pode ser utilizado.
NOTA: nunca utilize sabões e detergentes que contenham alvejantes, tais como: água sanitária, agentes
clareadores em pó (contendo bicarbonato), entre outros. Agentes alvejantes e clareadores podem causar
deterioração ao nylon e comprometer a integridade da corda.
VI – Durante o ciclo de enxágüe aplique uma dose de amaciante para roupas, para repor o lubrificante
natural do nylon; que é perdido ao longo dos processos de lavagem. Isto irá manter a corda com a
flexibilidade igual ou muito próxima da qualidade original. Lembre-se sempre de verificar as recomendações
do fabricante antes de aplicar o amaciante, e nunca utilize o produto concentrado; pois excesso de amaciante
pode tornar a corda mais escorregadia durante suas aplicações.
VII – Retire a corda da máquina de lavar e seque-a antes de armazená-la. Resgatistas devem lavar as cordas
com uma certa freqüência pré-estabelecida ou sempre que seja necessário. Cada vez que a corda for lavada,
deverá ser registrado adequadamente no HISTÓRICO DA CORDA.

SECANDO A CORDA
As cordas de nylon perdem aproximadamente 15% de sua resistência à tração quando estão molhadas. Este
não é um problema que é permanente, pois quando estiver totalmente seca a corda voltará a apresentar a
resistência original. Apesar das cordas tipo CAPA e ALMA poderem ser utilizadas quando molhadas, é
altamente recomendado estocá-las apenas quando totalmente secas. Lembre-se sempre de seguir as
orientações do fabricante da corda para secá-la.
As cordas não podem ser secas em secadoras, pois a temperatura de tais equipamentos pode chegar a
aproximadamente 85°C; sendo que a esta temperatura podem ocorrer danos nas fibras de nylon, como
trincas, perdendo grande parte de sua resistência. Como regra geral temos as seguintes recomendações para
secagem de cordas:
I – Seque as cordas à sombra, nunca direto na luz solar que pode danificar o material da corda. Deixe a
corda secar durante quanto tempo for necessário, mesmo por períodos noturnos.
II – Pendure a corda em varais, e não a deixe solta sobre o concreto que pode conter produtos químicos e/ou
detritos (areia) que pode danificar a corda.
III – Apenas quando totalmente seca, re-acondicione na bolsa ou mala de armazenamento, como visto na
figura ao lado.

RETIRANDO UMA CORDA DE USO


De acordo com a Norma NFPA 1983 (edição de 1995) o fabricante da corda de resgate deve fornecer aos
clientes quais são os critérios para retirar uma corda de serviço; entretanto, é muito fácil reconhecer
algumas das condições que tornam a corda não adequada ao serviço. Entre estas condições temos:
I – Ocorreu penetração na capa da corda.
II – Ocorreu uma carga de impacto elevada. A norma NFPA indica que caso tenha ocorrido uma fator de
queda superior a 0,25 a corda deverá ser retirada do serviço; isto significa uma queda de 1 metro em uma
corda ancorada a quatro metros da sua extremidade.
III – A corda foi exposta a cargas excessivas e/ou a procedimentos inadequados, como, por exemplo, ser
utilizada para o reboque de veículos.
IV – A corda foi contaminada por produtos químicos, como ácidos, cloro, alvejantes, etc...
V – O aparecimento de inconsistência na alma ou aparecimento de “cocas” que não se desfazem no teste de
impacto leve.
VI – A corda alcançou uma vida operacional longa e pode ter sido deteriorada por condições inadequadas de
armazenamento.
De acordo com os fabricantes de cordas de resgate, uma corda nova confeccionada 100% em nylon (capa e
alma), com tensão de ruptura de 4.082 Kgf, que foi perfeitamente armazenada em ambiente ideal por 100
anos, teoricamente, poderá ser colocada em teste de ruptura e apresentar a resistência de 4.082 Kgf. As
palavras IDEAL e TEORICAMENTE indicam que o nylon não irá se degradar SE as condições forem perfeitas.
Infelizmente a maioria das equipes de resgate não pode armazenar suas cordas em ambientes ideais. É até
mesmo considerado que tais condições ideais estejam presentes apenas em laboratórios adequados. Na

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Informativo Técnico – Cordas de Resgate

prática, apesar de não existir testes definitivos, boa parte dos instrutores das equipes de resgate consideram
que em atividades industriais uma corda de 100% nylon do tipo CAPA e ALMA (kernmantle) devem ser
substituídas em uma ciclo que varia entre 3 a 5 anos. Este período é devido às condições adversas
encontradas nos ambientes industriais, assim como o desgaste ocorrido devido a treinamentos periódicos
com uma média de oito horas por mês. Para alguns órgãos públicos como bombeiros, este período acaba
sendo maior, cerca de 1º anos, devido a uma exposição não tão severa a ambientes agressivos como os
encontrados nas indústrias.
De qualquer maneira, caso ocorra a perda na confiança sobre a integridade de uma corda, por qualquer
razão que seja vale a seguinte regra: QUANDO TIVER DÚVIDA RETIRE A CORDA DE SERVIÇO!

COLOCANDO A CORDA EM UMA BOLSA


Como discutido anteriormente, há grandes vantagens em acondicionar uma corda de
resgate em uma bolsa tipo BOXER. Para colocar a corda na bolsa siga os passos
abaixo:
I – Faça um nó tipo duplo oito ou similar em uma das extremidades da corda. Este
nó irá prevenir a corda de sair da bolsa, pelo orifício inferior da bolsa, caso a mesma
seja curta para a operação.
II – Coloque a corda no interior da bolsa, correndo pela suas mãos, durante o
processo de inspeção por, por exemplo. Não há regras para posicionar a corda de
maneira enrolada ou não dentro da bolsa, especialmente seguindo algum padrão de
rotação horário ou anti-horário. Apenas coloque a corda no interior da bolsa, braçada
após braçada.
III – Para facilitar esta operação, você pode passar a corda por um mosquetão preso
ao seu cinto, enquanto você se posiciona por sobre a bolsa. Este método facilita
muito o direcionamento da corda para dentro da abertura da bolsa. Uma foto deste
método pode ser observada ao lado.

LANÇANDO A CORDA
Um bom fator de utilizar uma bolsa de corda tipo BOXER para armazená-la é a facilidade de lançar a corda
em uma situação de emergência. Se a corda foi armazenada conforme descrito acima a corda quase nunca
estará emaranhada ao retirá-la da bolsa. Para lançá-la basta retirar a corda da bolsa. De qualquer maneira
evite jogar a corda e sua bolsa de desníveis (locais altos). Quedas de elevações de 30 metros ou mais, em
superfícies duras, podem causar danos às cordas.

COMENTÁRIOS FINAIS
Neste informativo discutimos vários tópicos pertinentes às cordas utilizadas para operações de resgate em
altura e trabalho em espaços confinados. É muito importante observar, no entanto, que ainda há muitas
outras informações importantes que devem ser estudadas sobre este assunto.
Todos os anos, diversos fabricantes de cordas, localizados em vários países espalhados pelo mundo, lançam
novos modelos de cordas, empregando diferentes materiais e novas tecnologias de produção, oferecendo
assim produtos inovadores que podem substituir ou complementar os tipos de cordas colocadas neste
informativo.

Recomendamos, então, ao leitor procure por novas informações, para atualizar o conhecimento sobre este
assunto, que é bastante longo.
Como leitura complementar recomendamos a leitura dos seguintes livros e/ou documentos entre outras
fontes:
• Confined Space and Structural Rope Rescue – Michael Roop/Thomas Vines/Richard Wright - 1998
• High Angle Rescue Techniques – Tom Vines/Steve Hudson - 2004
• Norma NFPA 1983 – (Edição 2005)
• Norma Regulamentadora NR 33 – MTE - 2006
• NBR 14.787 – Espaço Confinado – Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção –
dezembro de 2001 – ABNT.
• NBR 14.606 – Postos de Serviço – Entrada em espaços confinados – Outubro de 2000 – ABNT.

ESTE MATERIAL PODE SER COPIADO E DIVULGADO MEDIANTE CITAÇÃO DA FONTE.

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