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Sistema homem-máquina - Uma proposta de conceituação

Article  in  Arquivos Brasileiros de Psicologia · March 1975

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Sistema homem-máquina -
Uma proposta de conceituação

RICAKDO SIIDL DA FONSECA *

I. Introdução; 2. O conceito de sistema


e sua aplicação à unidade produtiva ho-
mem-máquina; 3. Definição da unidade
homem-máquina e do campo de estudo
da ergonomia; 4. Definição de sistema;
5. Definição do sistema homem-máqui-
na; 6. Visão do problema e maneiras de
conduzir o estudo do sistema homem-
máquina; 7. Conclusão.

1. Introdução

o texto contém. uma proposição para a abordagem do estudo e projeto da unidade


produtiva, constituída de máquina e de homem que a opera. A formulação de
nossa proposta parte do entendimento da unidade produtiva homem-máquina,
como uma unidade integrada e interdependente, e que se enquadra no conceito de
sistema. Com isso definimos o sistema homem-máquina, separamo-lo em compo-
nentes, zonas, fluxos e limites, e destacamos dentre estes o campo de atuação da
ergonomia. Nesta zona de atuação, definida como um subsistema de informação,
nos atemos à participação do homem, como de processador de informações.
Para justificar nossa orientação de centrar no elemento humano a atenção de
estudo e projeto do sistema homem-máquina, finalizamos apresentando o enfoque
adotado, nomeado aqui de humanista, confrontando-o com uma visão oposta,
a mecanicista.

* Da COPPE (Coordenação dm Programa, de Pós-Gradu3"'ão de Engenharia) - UFRJ.

Arq. bras. Psic. apl., Rio de Janeiro, 27(1):202-210, jan./mar. 1975


- - - - ----~ ---
2. O conceito de sistema e sua aplicação à unidade produtiva homem-máquina

A concepão de projeto de máquina acionada por homem como "uma unidade em


que os componentes se interagem segundo as características de um sistema inte-
grado", é uma contra proposta à abordagem tradicional, que entende o projeto
como "a adaptação mais eficiente do mecanismo ao produto a ser gerado, entran-
do o fator humano como elemento complementar à execução do processo".
A proposição fundamental da ergonomia, de adaptar o trabalho ao homem,
veio a reforçar a tese do sistema. Os dados empíricos já mostravam que, ao se
projetar uma máquina a partir de seu interior estrutural (hardware), procurando
maximizar a sua eficiência na realização da tarefa especificada, a sua eficiência real
de trabalho ficava bem aquém da esperada. Isto devido à dificuldade que encontra-
va o operador de se adaptar ao mecanismo, para desempenhar a sua parcela no
processo, introduzindo erros, acidentes e demoras. Fica assim evidente que ao
raciocinar dessa maneira estava-se maximizando apenas parte de uma unidade
mais abrangente. Esta unidade é formada pelo homem, pela máquina e pela relação
entre os dois. Sobre o homem, as ciências humanísticas (psicologia, fisiologia,
anatomia, etc.) já fornecem contribuições mais concretas para se entender as suas
características funcionais. A engenharia humana, ao se preocupar em estudar o
relacionamento entre o homem e o meio-ambiente produtivo, o qual pode ser a
máquina, fechou o elo da unidade.

3. Defrnição da unidade homem-máquina e do campo de estudo da ergonomia

Já foi dito anteriormente que é fundamental que se estude ° problema do projeto


da máquina acionada por homem, como uma unidade integrada. A seguir, vamos
definir os componentes dessa unidade. Esquematicamente pode ser assim descrita:

Figura 1

Cb.MPO [JE ESTUDO


í l:.RGONOMIA

DE E STUDO DAS
NelAS HUMANAS

PR E :l~
DO

Sistema homem-máquina 203


Quando um homem funciona como parte de uma unidade homem-máquina,
a palavra "máquina" é usada para significar qualquer peça de equipamento com a
qual um indivíduo executa algum propósito. Assim, o lápis com que se escreve, a
tesoura com que se corta um pano ou um martelo com que se prega madeira serão
tão "máquinas" quanto um carro, um torno, uma estação espacial ou um violino.
Os requisitos das partes elétricas, eletrônicas, mecânicas e de engenharia já
são exaustivamente estudados pelos cientistas de projeto de máquinas.
Do mesmo modo, as funções e variáveis do universo humano são objeto de
estudo dos cientistas humanistas, como biologistas, psicólogos, sociólogos, fisió-
logos, médicos, etc.
No estudo de ergonomia, o foco de interesse é voltado para o que ocorre no
inter-relacionamento entre o homem e a máquina. Para estabelecer as delimitações
desse campo de estudo, é necessário que sejam definidos três elementos concei-
tuais: interface, zona de relacionamento e presença do homem.
A interface será definida como a superfície comum de contato entre o
homem e a máquina, a partir da qual os fluxos de saída (output) de um são
tomados como fluxos de entrada (input) para o outro.

Figura 2

OUTPUT INPUT
MÁQUIN
DA MÁQUINA DO HOMEM

INTERFACE

A zona de relacionamento é a região compreendida pelos dispositivos que


provocam essa transformação dos fluxos. Em outras palavras, os dispositivos da
zona de relacionamento do homem irão possibilitar a leitura ou absorção de um
fluxo de output vindo da máquina até a interface como um fluxo de input para o
homem, e possibilitar a transmissão de um fluxo de saída do homem para a inter-
face a fim de ser lido pela máquina como um fluxo de entrada ..
Uma outra proposta amiúde encontrada na literatura de ergonomia, é cha-
mar de interface indistintamente ao que denominamos aqui de zonas de relaciona-
mento; e de fronteira de separação, o que denominamos interface.

204 A.B.P.A. 1/75


Figura 3

Assim o fizemos para destacar melhor que o interesse da ergonomia está


apenas voltado para a zona de relacionamento do homem (ou interface relativa ao
homem pela outra conceituação, ou subsistema de informação).
Presença é o conjunto das funções e variáveis humanas, diretamente envol-
vidas no relacionamento do homem com a máquina específica. É o que o homem
usa de seu universo para participar do funcionamento de um sistema homem-
máquina. Essa categoria tem a finalidade de isolar as funções do homem que estão
sendo demandadas pelo mecanismo artificial com o qual está trabalhando, em
cada caso específico. Isto é importante para o estudo ergonômico, a fim de defi-
nirmos objetivamente as variáveis a serem selecionadas e pesquisadas, dentro do
universo humano. Precisamos definir que variáveis do sistema físico iremos estudar
diretamente em cada caso, assim como as variáveis do sistema mental que são mais
afetadas. É claro que as variáveis do universo humano são todas inter-relacionadas,
pois formam um sistema uno e indivisível. Assim a força com que um homem
aciona uma alavanca está relacionada com todo o complexo sistema humano, indo
depender deste a energia potencial muscular de seu braço até as mais tênues
fantasias de sua mente. De acordo com o processo científico, porém, devemos
definir campos de estudo e suas fronteiras, para estudá-los separadamente. Desse
modo, o conceito de preSença é uma definição de fronteira entre o que a ergo-
nomia se preocupa em estudar e o que é atribuído ao campo das ciências humanas.
Destas, iremos apenas nos informar sobre as limitações impostas por suas capaci-
dades, as atividades que pode executar bem, as condições sob as quais o homem
pode funcionar do melhor modo e as características de seu sistema que possibi-
litam a melhor utilização de suas capacidades.

4. Defmição de sistema

Um sistema é definido como um conjunto de componentes, organizados segundo


wna estrutura definida, que interagem por meio de trocas de fluxos, com a finali-
dade de realizar um objetivo determinado. A passagem dos fluxos pelos compo-

Sistema homem-máquina 205


nentes é que permite a sua ativação. Ao chegar ao componente, o fluxo é deno-
minado entrada ou input; ao deixá-lo, denomina-se saída ou output. Os compo-
nentes que formam o sistema são contidos em uma região de atuação delimitada
por uma demarcação física denominada fronteira.

Figura 4

REGIÃO DE ATUAÇÃO
~-~ DO SISTEMA

~'
~~:"':: ... ,~
DO SISTEM
c; F=;- ={-z- ------
Q'jTp T

DO SISTEMA

~UTD
~~;';~ r-
3

3 L_

5. Definição do sistema homem-máquina

Depois de definido o campo de estudo da ergonomia da unidade homem-máquina,


é importante entender o funcionamento da sub-unidade zona de relacionamento
do homem.
Usando a concepção de que a unidade homem-máquina é um sistema inte-
grado, a zona de relacionamento do homem também pode ser definida como um
subsistema, pois mantém as características de definição de sistema: é um sub-
conjunto de um sistema mais abrangente.
Definindo então este subsistema de forma esquemática:

figura 5

,"ONITOR

INPUT Df.
; - - - - - - O U T P U T DA
MA'QUINA MAOU I NA
AÇÃO DE _
OBSERVAÇAO

206 A.B.P.A. 1/75


Baseando-nos na premissa "a passagem dos fluxos pelos componentes é que
possibilita a ativação do sistema" e, portanto, seu funcionamento, vamos destacar
° processo gerado pelos fluxos que percorrem os componentes desse subsistema.
Sobre algum tipo de fluxo de saída da máquina é exercida uma ação de observa-
ção, que capta determinadas informações acerca deste output e as envia aos sen-
tidos do homem (função de input). Este fluxo de informações, ao transitar pelo
mecanismo central do operador, desencadeia um processo que provoca uma
tomada de decisão pelo homem, transmitida ao seu sistema motor (função de
controle). A ativação do mecanismo motor provoca um fluxo de saída de infor-
mação para a máquina, acarretando uma ação de comando sobre algum fluxo de
entrada da máquina (fluxo de output). Observe-se que a saída de informação do
homem é geralmente um acionamento de alavanca, botões, volantes ou outro
dispositivo, por meio de força muscular, mas devemos estender esta idéia a outro
tipo de comunicação, como a visual (captada pela máquina por células foto-
elétricas), oral (captada por meio de sensores vibratórios) ou talvez telepático, no
futuro.

Observe-se que se o ciclo observação-processamento-comando se completa,


em determinada situação, temos um circuito fechado, tendo a ação de comando
um caráter de feed-back para a máquina.

Se o ciclo não se completa para uma dada situação, temos um circuito


aberto, não havendo relação direta entre o output e o input da máquina. Nesse
caso o operador tem apenas uma ação de comando no input da máquina. Esta
situação se deve à possibilidade de uma boa parte das ações de comando poder
ocorrer sem "realimentação", ou seja, o homem pode tomar decisões e atuar sobre
o seu exterior, como conseqüência de um processo mental de raciocínio e julga-
mento sobre informações anteriores, longínquas e já codificadas, sem nenhum
vínculo físico imediato com a máquina.

5.1 Conceituação da zona de relacionamento do homem como um subsistema


de informação

Pode-se notar, observando o caráter dos fluxos e funções entre a máquina e o


homem, no subsistema definido pela zona de relacionamento do homem, que a
carga trocada é essencialmente de informações.
Assim passaremos a chamar a zona de relacionamento do homem de subsis-
tema de informação, a fnn de reforçar essa caracterização. Conceitualmente, "cha-
maremos de subsistema de informação à zona de relacionamento do homem,
quando esta permite a transformação de carga fisiológica (visual, tátil, auditiva,
etc.), em carga mental, em um processo constante defeed-back, com a finalidade de
modificar o estado do sistema, graças à ação psicofisiológica do homem".

Sistema homem· máquina 207


5.2 O operador humano como um processador de informações. O papel do
homem no sistema homem-máquina

Com a caracterização da relação física entre o homem e a máquina, como um


subsistema de informação, pode-se isolar a atuação do homem no sistema como
sendo a de um processador de informações. Conceitualmente, "o homem tem o
papel de processador de informações no sistema homem-máquina".
Exemplificando: uma pessoa ao usar um martelo para pregar um prego,
processa as informações relativas ao peso do martelo, tamanho do cabo, tamanho e
rigidez do prego, resistência da madeira e profundidade desejada e, depois de
decidir, comunica aos músculos do braço qual a força necessária para dar a marte-
lada. A partir desse exemplo primário, podemos raciocinar da mesma maneira para
qualquer tipo de máquina mais complexa.
Este "processamento de informações" executado pelo homem no sistema
homem-máquina compreende: a) receber, selecionar e codificar as informações
fornecidas pela máquina acerca de seu desempenho; b) organizar determinadas
informações sob forma de parâmetros, compará-los como padrões e decidir da
necessidade ou não de atuar sobre o desempenho da máquina; c) exercer atuação
física sobre a máquina, de modo a controlar seu desempenho.
O homem, para processar informações, utiliza três funções básicas: sensorial,
processo central e atividades motoras, que correspondem às três necessidades de
processamento, acima descritas.
Essas funções são cumpridas por órgãos específicos do corpo humano e as
atividades orgânicas são regidas por determinados estímulos.
O estímulo pode ser definido como uma mudança no meio-ambiente ou em
parte dele. Alguns estímulos específicos conseguem atuar sobre o organismo do
homem. Como por exemplo as ondas eletromagnéticas, de comprimento entre 400
a 700 rnilirnicrons, são percebidas pelo olho.
Assim os estímulos externos a alcançar o organismo humano são detectados
pelos órgãos sensoriais que exercem as funções receptoras, como os olhos, ouvidos,
paladar, tato, sentidos de calor e frio, fossas nasais e sentidos cinestésicos. Os
estímulos então são convertidos em impulsos elétricos e transferidos, através do
sistema nervoso, para o sistema nervoso central, representado pelo cérebro e
medula espinhal, onde são decodificados e processados. Este processamento pode
envolver diversos graus de complexidade, desde uma simples resposta reflexa, ou
integrações, derivações e comparações com dados já armazenados na memória, até
um alto grau de raciocínio lógico e intuição induzida. O resultado deste proces-
samento é convertido em impulsos elétricos e transmitido para os mecanismos de
ação, envolvendo geralmente ações musculares. Essa ação muscular pode consistir
tanto na articulação das cordas vocais, quanto numa aplicação concentrada de
força pelo braço.
Quando o curso de uma ação é acompanhado pelas funções receptoras, esta
ação pode ser continuamente corrigida através de um mecanismo de realimentação

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(feed-back) das informações. Esta é uma das mais importantes características do
organismo vivo e objeto de estudo da cibernética e biônica.
Do exposto, podemos estabelecer que, em termos de estudo ou de projeto, a
zona de relacionamento do homem tem três funções básicas, que possibilitam a
relação entre o homem e a máquina:
1. A função de transmissão de determinadas informações, para os sentidos do
operador. Em termos de projeto, deve-se procurar precisar as informações mais
importantes e mais consistentes do desempenho da máquina, e por outro lado
assegurar processos de transmissão que atendam às limitações de percepção dos
sentidos humanos.
2. A função de decisão sobre o tipo, grau e controle necessário. A previsão das
decisões esperadas do operador deve ser coerente com as capacidades de decisão
do ser humano.
3. A função de controle sobre o desempenho da máquina. O projeto da zona de
relacionamento deve procurar atender às limitações dos mecanismos de resposta
do homem, selecionando o processo de resposta mais coerente com o processo de
decisão do homem envolvido na situação e com o acionamento dos dispositivos de
controle da máquina; analogamente, o projeto do acionamento pelo homem desses
dispositivos deve atender às limitações de capacidade dos mecanismos de resposta
do homem, como também às necessidades de controle da máquina.
É importante observar que os limites dessas capacidades do homem não são
fixos para a espécie, variando de indivíduo para indivíduo, conforme suas caracte-
rísticas físicas (tamanho, peso, idade, etc.), condições psicossociais, instrução e
treinamento, prática e habilidade, etc. Ainda para um determinado indivíduo, suas
capacidades também variarão conforme seus ciclos de ritmo vital, variações fisio-
lógicas pessoais no tempo, variações das condições ambientais, tanto físicas como
sociais, das oscilações de seu equilíbrio psíquico, evolução de suas habilidades, etc.

6. Visão do problema e maneiras de conduzir o estudo do sistema homem-


máquina

Pode-se definir duas maneiras distintas de encarar o estudo do sistema homem-


., máquina: a humanista e a mecanicista.
O enfoque humanista concebe a máquina como sendo o prolongamento das
capacidades e atribuições do homem para a execução de atividades. Por exemplo,
encarar o automóvel como prolongamento das pernas, pois representa uma forma
adicional de transporte, mais rápida e menos cansativa. Dentro dessa concepção, o
estudo é desenvolvido procurando-se conhecer as capacidades humanas deman-

Siste7T/il homem-máquina 209


dadas na execução de uma tarefa, para daí construir a máquina que prolongue esse
limite.
o enfoque mecanicista encara o emprego do homem como uma peça neces-
sana para suprir as capacidades deficientes da máquina, segundo um critério
econômico ou tecnológico. Por exemplo, o motorista como sendo necessário para
fazer o carro se movimentar. Nessa concepção, o estudo é dirigido para o conhe-
cimento das limitações da tecnologia ou do custo para a construção da máquina,
na realização de uma tarefa, para completá-la com a introdução do homem no
sistema, utilizando dele certas capacidades específicas.
Para destacar melhor esses dois extremos, observe-se que o enfoque huma-
nista não se satisfaz com a busca apenas da ocupação racional do homem, permi-
tindo também a readaptação do mutilado de algum membro ou órgão ao acio-
namento de mecanismos. A tendência do enfoque mecanicista induz à evolução das
capacidades do homem, para torná-lo mais apto ao relacionamento com os meca-
nismos artificiais.

7. Conclusão

Toda a análise do trabalho, enquanto este for executado pelos homens e por
máquinas projetadas, construídas e controladas pelo homem, pode ser desenvol-
vida a partir do estudo do sistema homem-máquina. A proposta mais importante
que fazemos neste texto é que as condições de trabalho e principalmente a zona de
relacionamento do homem devem ser projetadas e mantidas de forma a minimizar
o desgaste fisico e psicológico do homem e minimizar a sua probabilidade de e"ar
e de se acidentar.
Os conceitos propostos permitem estabelecer critérios, relacionar variáveis e
definir limites para o projeto desta zona de relacionamento. Reiterando a nossa
proposição para delimitação dos campos de estudo envolvidos no projeto inte-
gral do sistema homem-máquina, repetimos que os dados sobre a psicofisiologia
humana e os tipos de controles e dispositivos de informação se encontram nos
textos de ergonomia; as informações técnicas de engenharia necessárias para o
projeto da zona de relacionamento da máquina, constam da bibliografia sobre as
várias especialidades da engenharia, conforme o tipo de máquina e, fmalmente,
as relações entre o homem e o seu trabalho numa visão social, cultural, política
e. econômica, são estudadas pela sociologia do trabalho e demais ciências huma-
nistas correlatas. De qualquer forma, os projetos de sistemas de trabalho e os
projetos das máquinas que partirem de uma análise do sistema homem-máquina,
da forma aqui sugerida, tenderão a recolocar o homem como centro do processo
produtivo - que, afinal, tem sido criado e mantido por ele mesmo, para seu
próprio benefício.

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