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NR 17

Ergonomia
O que é Ergonomia ?

Etimologia:
ERGOS = TRABALHO

NOMOS = LEI, REGRA


O trabalho tem todo um pano de fundo de sofrimento:

* Na bíblia: “ganharás o pão com o suor de teu rosto”


Conceito da Ergonomics Research
Society

“ A ergonomia é o estudo do relacionamento entre o


homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente,
e particularmente a aplicação dos conhecimentos
de anatomia, fisiologia e psicologia na solução
surgida neste relacionamento”.
Conceito da International Ergonomics
Association (IEA)
“ A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem
e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo é
elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas
científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que,
dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em
uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e
dos ambientes de trabalho e de vida”.
Objetivo da Ergonomia
Adaptar o trabalho ao homem (não o contrário)

Estuda o complexo formado pelo operador


humano e seu trabalho
Origem e evolução da ergonomia

O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857,


pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um artigo
intitulado “Ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho
baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”.

Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês


chamado Murrel criou na Inglaterra a primeira sociedade
nacional de ergonomia, a “Ergonomic Research Society”.
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em
numerosos países industrializados, como a França, Estados
Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos.
Em 1959 foi fundada a “International Ergonomics
Association”.
Em 31 de agosto de 1983 foi criada a “Associação
Brasileira de Ergonomia”.
Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país no
PPGEP/UFSC.
Desenvolvimento atual da
ergonomia
Pode ser caracterizado segundo quatro níveis de
exigências:
As exigências tecnológicas: técnicas de produção

As exigências econômicas: qualidade e custo de


produção

As exigências sociais: melhoria das condições de trabalho

As exigências organizacionais: gestão participativa


Por que usar a Ergonomia ?
Novas tecnologias, competitividade de mercado,
produtividade x qualidade
Necessidade de melhoria das práticas das tarefas com:
 Eficácia
 Segurança
 Qualidade
Aborda questões relativas ao
trabalho como por exemplo:
 alto índice de acidentes de trabalho;
 problemas associados a doenças do trabalho;
 questões relacionadas à redução da produtividade no local de
trabalho, alto índice de absenteísmo, retrabalhos, diminuição de
motivação, etc;
 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), proporcionando mais do
que um posto de trabalho melhor, mas também uma vida melhor no
trabalho.
Abordagem Ergonômica
Considera as capacidades humanas e seus
limites:
 capacidade física,
 força muscular,
 dimensões corporais,
 possibilidades de interpretação das informações pelo
aparelho sensorial (visão, audição),
 capacidade de tratamento das informações em termos
de rapidez e de complexidade
Em nível do trabalho
repetitividade de erros cometidos em uma tarefa
as baixas na produtividade e na qualidade da performance
do operador
aumento do índice de retrabalhos
incidentes de trabalho
acidentes de trabalho (importância vital)
Subjetivos
queixas eventuais dos trabalhadores
(contraste entre a percepção objetiva e a subjetiva)

“a noção de conforto”

Mudanças de comportamento
ansiedade e irritação
Diferentes tipos de abordagens da
ergonomia
Quanto à contribuição
 Ergonomia de concepção:
normas e especificações de projeto
 Ergonomia de correção:
modificações de situações existentes
 Ergonomia de arranjo físico:
melhoria de seqüências e fluxos de produção
 Ergonomia de conscientização:
capacitação em ergonomia
CARACTERIZAÇÃO DA ERGONOMIA
Modelo Área de atuação Interface Foco

Human Factors Ciências formais e Sistema Homem - Máquina Características e limites


Tipo padrão de sérias Anatomia, Carga física de trabalho do ser humano
Ergonomia Fisiologia e Psicologia Interação Homem - Computador ( laboratório )
Americana e Inglesa Carga mental de trabalho Padrões ergonômicos

Ergonomia Processos prevalecem


Gestos ao invés de
orientada pela sobre estruturas
movimento muscular
atividade Análise do trabalho
Comunicação ao invés Sistema Homem - Tarefa
Análise de campo ( Análise intrínseca da
de audição
Francesa atividade )

Organização em geral
Abordagem
Psicologia industrial e Sistemas técnico e social
macroscópica
organizacional Interface Homem - Ambiente Aspectos cultural e
Macroergonomia
Sociologia do trabalho ideológico

Fonte: Adaptado de De Montmollin, 1990 - 1992


Macroergonomia

Conceito
Pesquisa desenvolvida e aplicada na interface da
tecnologia - organização/máquinas ou projeto do sistema
de trabalho, buscando alcançar uma total harmonia entre o
sistema de trabalho e o enfoque em nível micro e
macroergonômico.
H. Hendrick
A primeira geração - engenharia humana - concentrou-se no
projeto de trabalhos específicos, interfaces homem-
máquinas, incluindo controles, painéis, arranjo do espaço e
ambientes de trabalho.
A segunda geração - ergonomia cognitiva - se inicia com a
ênfase na natureza cognitiva do trabalho. Tal ocorreu em
função das inovações tecnológicas e, em particular, do
desenvolvimento de sistemas automáticos e informatizados.
A terceira geração-macroergonomia

Resultante do aumento progressivo da automação de


sistemas em fábricas e escritórios, do surgimento da robótica

Percepção de que era possível fazer um trabalho em


microergonomia, projetando os componentes de um sistema,
mas falhava-se no que diz respeito ao sistema como um todo,
por desconhecimento do nível macroergonômico
Estrutura geral da macroergonomia

Compreende quatro etapas:


1. Levantamento inicial das necessidades de tecnologia da
organização
2. Projeto de uma estrutura organizacional e uma intervenção
apropriada
3. Implantação do processo
4. Mensuração e avaliação da efetividade organizacional
Ergonomia participativa
Consiste dos próprios trabalhadores estarem envolvidos
na implementação dos conhecimentos e procedimentos
ergonômicos em seus postos de trabalho.
Noro (1998)
A premissa é que os trabalhadores conhecem seus postos
de trabalho melhor que qualquer outra pessoa e que este
conhecimento permite-lhes desenvolver uma maior
compreensão e aproximação com seu trabalho
Abordagens para gerenciamento que
estimulam a participação dos trabalhadores

 Envolvimento paralelo

 Envolvimento no trabalho
 Alto envolvimento
Envolvimento paralelo

 Os trabalhadores são questionados a visualizar e


resolver problemas e produzir idéias que irão influenciar
a operação do sistema organizacional.
Envolvimento no trabalho

 Focam o projeto do mesmo de modo que isto


motive o melhoramento do desempenho no
trabalho.
Alto envolvimento

Foi construída sobre o que foi aprendido das abordagens


anteriores.
O alto envolvimento sugere uma organização em que as
pessoas dos níveis mais baixos tenham um senso de
envolvimento, não somente em quão bem eles façam o seu
trabalho ou quão efetivamente funcionam seus grupos, mas
em termos do desempenho da organização como um todo.
Descrédito da difusão da ergonomia
segundo H. Hendrick (1996).
1o – Exposição de pessoas ou organizações a uma má ergonomia, a
chamada “voodoo ergonomics”, praticada por pessoas sem a
qualificação adequada.
2o – Por todos serem operadores e operarem sistemas todos os dias,
assume-se ingenuamente que os fatores humanos são apenas uma
questão de “senso comum”.
3o – A esperança de convencer a alta administração das organizações
sobre o potencial da ergonomia, simplesmente porque esta é a coisa
certa a fazer.
4o – Talvez a mais importante das razões seja que os ergonomistas
fazem poucos trabalhos de documentação e divulgação do
custo/benefício ergonômico, devendo passar a divulgar que boa
ergonomia é boa economia.
A maioria das intervenções ergonômicas oferece um campo
comum para a colaboração dos funcionários e da
administração e, invariavelmente, ambos podem se beneficiar;
seja em termos de reução de custos e aumento de
produtividade ou em termos de melhoria na qualidade de vida
no trabalho.
Ao tomar a decisão de optar por uma intervenção
ergonômica, as empresas devem estar cientes de que não se
está incorrendo ou incorporando novas despesas, dispêndios
ou custos, e sim, optando por investimentos e inversões em
otimização de recursos produtivos
O que se observa, é que a implantação e o desenvolvimento
de um programa ergonômico muitas vezes encontra
dificuldades na sua implantação, decorrentes de vários fatores
que podem ser canalizados tanto na cultura organizacional,
na metodologia de implantação ou na justificação de seus
custos.
Benefícios
Ganhos de fácil mensuração
aumentos de produtividade e de qualidade;
a redução dos desperdícios;
as economias de energia; mão-de-obra, manutenção,
etc
Ganhos de difícil mensuração
redução do absenteísmo devido a acidentes e doenças
ocupacionais
Benefícios intangíveis

 satisfação do trabalhador;
 o conforto
 o aumento da motivação dos trabalhadores
O QUE FAZER PARA AJUDAR

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