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CTMA ,

CENTRO DE TREINAMENTO MINISTERIAL AGAPE

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Índice
ÍNDICE............................................................................................................................................................ 2
APRESENTAÇÃO DA MATÉRIA....................................................................................................................... 3
INSTRUÇÃO PARA O ALUNO......................................................................................................................... 4
CRONOGRAMA DA MATÉRIA........................................................................................................................ 5
INTRODUÇÃO À MATÉRIA.............................................................................................................................. 6

AULA 01 - A VISÃO: IGREJA COMO LUGAR DE CURA


IGREJA COMO LUGAR DE CURA.................................................................................................................. 7
ACEITAÇÃO - AMOR INCONDICIONAL........................................................................................................... 9
CONFISSÃO.................................................................................................................................................... 10
PERDÃO-RECONCILIAÇÃO............................................................................................................................ 12
A CRIAÇÃO DO HOMEM.................................................................................................................................. 14
FUNÇÕES DO ESPÍRITO, ALMA E CORPO..................................................................................................... 14
ESPÍRITO......................................................................................................................................................... 15
ALMA................................................................................................................................................................ 16
CORPO............................................................................................................................................................. 17

AULA 02 - BARREIRAS, FERIDAS, TRAUMAS COMO CONSEQÜÊNCIA


BARREIRAS...................................................................................................................................................... 20
FERIDAS E TRAUMAS...................................................................................................................................... 21
QUANDO OS TRAUMAS E FERIDAS SE FORMAM.......................................................................................... 21
DIFERENTES TIPOS DE FERIDAS E TRAUMAS EMOCIONAIS...................................................................... 22

AULA 03 - NECESSIDADE DA CURA EMOCIONAL


CONSEQÜÊNCIAS DE NÃO EXPERIMENTARMOS A CURA EMOCIONAL.................................................... 26
COMO A CURA É TRANSMITIDA A NÓS......................................................................................................... 28

AULA 04 - PROCESSOS DA CURA


PROCESSO LEGAL...................................................................................................................................... 29
COMO ESTA EXPERIÊNCIA CHEGA A NÓS.................................................................................................... 31
MINISTRAÇÃO DE CURA INTERIOR PROFUNDA DENTRO DA TEORIA 33
TRICOTÔMICA................................
A OBRA PERFEITA E COMPLETA.................................................................................................................... 34
CURA INTERIOR NA ÁREA DO ESPÍRITO...................................................................................................... 35
ALIANÇAS ESPIRITUAIS.................................................................................................................................. 35
QUEBRA DE MALDIÇÕES................................................................................................................................ 40
ÁREA DA INTUIÇÃO......................................................................................................................................... 42
BLOQUEIO ESPIRITUAL.................................................................................................................................. 43
CONSCIÊNCIA.................................................................................................................................................. 43
CURA INTERIOR NA ÁREA DA ALMA............................................................................................................ 44
CURA INTERIOR NA ÁREA DO CORPO.......................................................................................................... 46
COMO PASSAR PELO PROCESSO DE CURA INTERIOR PROFUNDA.......................................................... 48
A NECESSIDADE DAS DUAS FORMAS DE CURA INTERIOR.......................................................................... 49
A QUESTÃO DA FÉ.......................................................................................................................................... 49
CONCLUSÃO.................................................................................................................................................... 50

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Apresentação da
Durante muitos séculos a Igreja vem se preocupando somente com o espírito do homem,
tentando salvá-lo do inferno. Esse evangelho é parcial, pois, o próprio Jesus nos afirmou que
“veio para nos dar vida abundante”.

Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." Jo 10.10

Entendemos que essa vida abundante é para ser vivida aqui na terra; portanto começamos a
encontrar as respostas do “por quê” muitas pessoas salvas do pecado, que vivem dentro das
igrejas, estão debaixo de muita aflição e sofrimento:

“ESQUECERAM DE CUIDAR DA ALMA. CUIDARAM APENAS DO ESPÍRITO E SE


ACOMODARAM”.

Mas Deus tem um plano perfeito para resgatar o homem da mão de satanás: JESUS CRISTO.
“O Espírito do Senhor JEOVÁ está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pre-
gar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar
liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do
SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar a-
cerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza,
veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se chamem árvores de justiça, plan-
tação do SENHOR, para que ele seja glorificado”. Is. 61.1-3

Quando Jesus realizou a vontade plena de Deus, em obediência, profetizou a todos os ho-
mens a cura e a libertação do espírito, alma e corpo.

ESPÍRITO Recriado
ALMA Restaurada
CORPO Liberto de enfermidades

Ao aceitar Jesus como Senhor e Salvador da sua vida (conversão), o Espírito Santo de Deus
passa a habitar no espírito do homem, e o relacionamento com Deus Pai é restaurado imedi-
atamente. O homem volta a ter comunhão com o seu Criador, porque o Espírito Santo, agora
habita nele, mas a alma, que está doente por causa do pecado, precisa de restauração, o
que não acontece de imediato.

É verdade que o Espírito Santo entrou em nossa casa (alma), porém, Ele é convidado a per-
manecer somente em um compartimento da casa (geralmente é a sala de visitas). Sendo
educado, não invade e espera um convite para conhecer todos os cômodos da casa: Este é o
processo de cura da alma – Quando o Espírito Santo é convidado a entrar em todos os espa-
ços do coração, inclusive os mais escondidos (porões, sótãos, despejos), para revelar e
trazer à luz, os pensamentos, emoções, sentimentos, traumas, etc....

O Espírito penetra em nosso interior, ao nível de subconsciente e inconsciente e vê exata-


mente onde está o problema, retirando as raízes carregadas de emoções (libertação de ca-
deias e prisões).

Bom estudo, O colegiado

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Instruções ao
Ao iniciar este estudo com respeito à Cura Interior, com a restauração da personalidade hu-
mana e seus benefícios, você será desafiado a ter um relacionamento mais profundo com
Jesus e Sua Palavra. Ao aceitar este desafio, você conhecerá verdades absolutas deixadas
por Ele em Sua Palavra - quem estuda a Palavra de Deus, está crescendo em intimidade com
o próprio Deus, pois Ele mesmo nos ensina:
"Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo
se fez novo" II Co 5.17"
Nunca deixe para estudar o assunto somente em dia de prova. Todo o conteúdo deve ser
parte da sua intimidade com Deus e de sua meditação semanal.

Medite sempre em espírito de oração, sobre os assuntos tratados em sala de aula. Leia e
estude o conteúdo da aula seguinte, para que as ministrações em sala de aula possam ser
mais esclarecedoras e conseqüentemente mais profundas.

Tenha sempre à mão um bom dicionário de língua portuguesa, caso não compreenda alguma
palavra, consulte o seu significado. Tenha também em mãos um bom dicionário bíblico, para
que você possa se familiarizar com o vocabulário das Escrituras.

Nunca se esqueça, você está matriculado neste seminário para aprender, no caso de dúvida,
não fique envergonhado, procure seu professor para esclarecimentos.

Com o conteúdo, segue um cronograma das aulas a serem ministradas, para que você possa
compreender a organização da matéria e também organizar melhor seu tempo e seu estudo.

Bom estudo, O colegiado

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Introdução à
Nesta matéria estaremos objetivando as seguintes áreas de estudo:
A visão da Igreja como um lugar de cura para a personalidade humana, em seus três aspec-
tos: alma, corpo e espírito.
Identificar as barreiras interiores: verticais, que são formadas entre nós e Deus e as horizon-
tais, que se elevam entre nós e nossos semelhantes.
Identificar feridas, que seriam o que a Bíblia chama de "enfermidades" e traumas produzidos
por experiências fortes, acima da capacidade emocional do indivíduo.
Quando se formam as feridas e traumas: Durante a gestação, 1ª infância, período escolar,
adolescência e vida adulta.
Apresentar as necessidades de cura emocional, as conseqüências de não experimentar a cura
e os requisitos para a cura emocional.
"Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos a comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, Seu filho, nos purifica de todo pecado." I Jo 1.7"
Toda lesão, todo crescimento, assim como toda cura, em parte é resultado de relacionamen-
tos. Entenderemos de que forma a cura nos é transmitida. O sacrifício de Jesus na cruz
trouxe solução completa ao homem. Ele conquistou por nós uma posição perfeita e uma
vida plena de vitória em todas as áreas de nossas vidas.

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." Jo 8.36

"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou, Permanecei, pois, firmes e não vos subme-
tais, de novo, a jugo de escravidão." Gl 5.1

"Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre
si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi transpassado
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Is 53.4-5

Somos conscientes de que a restauração completa, não ocorre instantaneamente no ato da


conversão. Ela nos foi concedida legalmente. O espírito recebe vida e o novo nascimento,
mas a alma necessita de um processo de transformação e renovação.

Dentre os processos da cura, estão: comunhão com Deus (oração e leitura bíblica), os dons
do Espírito Santo, aconselhamento pastoral. O papel do conselheiro é oferecer apoio e acei-
tação, sem julgar, assegurando o sigilo absoluto, orar e jejuar pela restauração das pessoas,
entre outros papéis fundamentais para a cura completa.
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A Visão:
Igreja como um lugar de cura
A Igreja é a instituição que Deus escolheu para ser a expressão do Seu Reino aqui na terra.
Em Gênesis, Deus já estava delineando o Seu plano para o povo, que Ele mesmo escolheria,
e através dele a Sua glória seria manifesta.

Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e
vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te en-
grandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoa-
rei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12.1-3

Este é um propósito claro e inequívoco: Deus quer abençoar as pessoas através da Sua na-
ção - a Sua Igreja.
Nestes dias, temos sentido em nossos corações, um forte desejo de ver na Igreja, um lugar
de respostas a todas as necessidades do ser humano, onde possa ser atendido em sua di-
mensão integral.

"O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."
I Tss 5.23
Por causa da queda:
O homem separou-se de Deus - ele tem problemas espirituais.
O homem separou-se do seu próximo - ele tem problemas sociais e interpessoais.
O homem passou a não compreender a si mesmo - ele tem problemas
psicológicos.
Sendo assim, a Igreja precisa apresentar soluções para todos estes aspectos da vida das
pessoas. E normalmente, a Igreja cuida muito bem da vida espiritual e também da vida físi-
ca, contudo notamos um vácuo no aspecto emocional. Um pastor contou que um famoso
artista fez uma escultura de um homem sem peito, ou seja, ele tinha um buraco no lugar do
coração. Ele comparou esta figura com a maneira em que a Igreja normalmente tem encara-
do o homem: como um ser sem alma, sem emoções. Cremos que Deus planejou sua Igreja,
para suprir as necessidades das pessoas emocionalmente perturbadas. Um psiquiatra famoso
disse recentemente, que todos os seus pacientes estão basicamente famintos por amor e
aceitação. E onde o verdadeiro amor pode ser mais evidente do que o lugar onde Jesus está
presente, e o Espírito Santo derrama o amor de Deus nos corações? A Bíblia está cheia de
referências ao amor de Deus pelo homem, e do amor de uns pelos outros. Não é difícil con-
cluir que temos uma grande responsabilidade como Igreja do Senhor, no sentido de ajudar-
mos as pessoas em suas dificuldades emocionais.

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A harmonia e a integridade originais foram perdidas, o homem passou desde então a viver
em busca deste Éden perdido. E como criatura de Deus, feita a Sua imagem e semelhança, o
homem só poderá encontrar sua integridade, dentro dos planos do seu Criador. Stanley Jo-
nes diz: "Deus, ao formar-nos, imprimiu suas leis em nossa estrutura mental, física, espiritual
e sociológica. Fazem parte de nós, fazem parte da vida, vivemos, se as obedecermos; mor-
remos, se nos rebelarmos contra elas. Mas estão dentro de nós. A vontade de Deus, então,
não é algo que nos deparamos de vez em quando, algo que devemos forçosamente subme-
ter-nos, mas é alguma coisa inerente a nós, de tal maneira que, quando nos voltamos contra
ela, voltamo-nos contra nós mesmos".

"Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles,
embora não tendo lei, para si mesmos são lei. Pois mostram a obra da lei escrita em seus
corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acu-
sando-os, quer defendendo-os." Rm 2.14-15

A história do homem tem sido a busca do sentido de sua existência, harmonia, integridade e
maturidade. Vemos a humanidade sem rumo, a andar e vaguear nesta busca desesperada
pela "vida". Mas, a Igreja sabe onde está a resposta. Jesus aparece na história para levar o
homem de volta à harmonia com o Criador, consigo mesmo e com o próximo. No seu amor,
Deus preparou um caminho de volta, o caminho da redenção. Nós como Igreja, temos a res-
ponsabilidade de proporcionar cura e ministrações, às necessidades do homem ferido, mas-
sacrado e desarmonizado.

"Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis
que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo
mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgres-
sões; e nos encarregou da palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores
por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos re-
concilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para
que nele fôssemos feitos justiça de Deus." II Co 5.17-21

"E nós, cooperando com ele, também vos exortamos a que não recebais a graça de Deus
em vão." II Co 6.1

O homem precisa encontrar um lugar, onde seja amado incondicionalmente, para que possa
iniciar o seu caminho de volta ao coração do Pai.
Temos plena consciência que este é um tema vasto e não se esgota facilmente. Nosso obje-
tivo é tocar no que consideramos alguns pontos chaves, para que a Igreja desenvolva o seu
ministério de ajudar as pessoas no processo de crescimento e maturidade emocional.

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ACEITAÇÃO - AMOR INCONDICIONAL


Uma das necessidades básicas para o desenvolvimento de uma personalidade sadia, é a
acei- tação, um fator vital da comunidade cristã. Podemos definir aceitação ou amor
incondicional, quando é aceito pelo que você é, não por aquilo que pode fazer ou realizar.
Você é aceito quando acerta, ou erra, quando se comporta bem, ou quando se comporta
mal. Isto não significa que aprovamos o comportamento errado, mas significa que o amor e
aceitação, não são condicionados pelo que a pessoa faz ou diz. Sabemos que a aceitação
incondicional é uma característica do caráter de Deus, e é este tipo de amor que refletiremos
como Igreja, o povo de Deus.

"Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a es-
carlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carme-
sim, tornar-se-ão como a lã. Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra."
Is 1.18-19

"Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e
não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Então me invocareis, e ireis e ora-
reis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de to-
do o vosso coração." Jr 29.11-13

Quando temos uma atitude de cobrança, de julgamento e de exigência, estimulamos a falta


de honestidade. A pessoa fará tudo para ser amada, aceita, e se perceber que será rejeitada,
abrindo alguma prática ou algum sentimento errado, a tendência será fechar-se em si mes-
ma. Devemos nos lembrar que Jesus nos convida a ir em Sua direção, independente da
condição em que nos encontramos.

"Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre
vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve."
Mt 11.28-30

A aceitação é a base para pessoas começarem o seu processo de crescimento e transforma-


ção. "Deus me ama como sou, mas me ama demais para me deixar como estou".
Esse pensamento expressa bem o tipo de amor que precisamos desenvolver em nosso meio.
A pessoa é amada e aceita por Deus, através de Jesus Cristo, e também amada e aceita por
nós. Não há dúvida de que com esta segurança em seu coração, ela se abrirá para a corre-
ção e instrução, na justiça.

"Não julgueis para que não sejais julgados..." Mt 7.1

"A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo
tem cumprido a lei." Rm 13.8

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Quando Jesus diz para não julgarmos, Ele não nega que exista um argueiro no olho do ir-
mão, mas diz para me ocupar primeiro com a trave que há no meu olho. Cremos que isto
significa que, devo ser uma pessoa que está em processo de crescimento, de transformação
e resolvendo meus próprios problemas com a consciência de que também falho.
Quando temos consciência de nossas próprias dificuldades, nos tornamos mais misericordio-
sos com os outros. Jesus está nos dando uma tremenda lição, sobre a atitude que devo ter,
para ajudar o meu irmão a tirar o argueiro do seu olho. Primeiro eu olho para o meu interior,
depois com um coração cheio de compaixão e misericórdia, e, não de julgamento, eu posso
ajudar o meu irmão.

" Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigí-o
com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejais também tentado". Gl 6.1

Existe em cada pessoa um mecanismo de defesa, que é acionado toda vez que ela se sente
ameaçada. As censuras, ao contrário do que se pensa, produzem nas pessoas uma reação de
autojustificação e não de arrependimento. O verdadeiro arrependimento vem de dentro e
não de fora, vem da ação do Espírito Santo e não do julgamento dos homens.

"Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imun-
dícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos
arrebatam." Is 64.6

"Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que


a bondade de Deus é que conduz ao arrependimento?” Rm 2.4

A Bíblia diz que a bondade de Deus conduz uma pessoa ao arrependimento e não ao seu
julgamento.

"Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor para com os
homens, não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a
sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito
Santo, que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador."
Tt 3.4-6

Podemos concluir que, apenas em um ambiente de genuína aceitação e amor incondicional,


é que as pessoas se abrirão para mudanças profundas e significativas em suas vidas.

CONFISSÃO
A confissão verdadeira e profunda é um dos elementos mais poderosos da cura. Quando a-
brimos o coração, descarregamos o peso esmagador que corrói nossa saúde espiritual e físi-
ca.

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"Confessai, pois, os vossos pecados, uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes
curados. Muito pode por sua eficácia, a súplica do justo". Tg 5.16
É importante entendermos este versículo de Tiago. Algumas traduções no inglês, usam a pa-
lavra "falha" no lugar de pecado, e realmente no grego a palavra é HAMARTIA, porém no
texto Tiago usa a palavra PARAPTOMA que pode ser traduzida como "falha". O nosso
pecado confessamos a Deus, mas, podemos confessar na presença do pastor ou de um
irmão, para que eles possam nos assegurar o perdão de Deus e orar por nós. A passagem
fala de con- fessarmos para sermos curados, mas nós oramos para que os nossos pecados
sejam perdo- ados e não oramos para sermos curados. Sendo assim, a palavra falha cabe
bem aqui. Te- mos falhas e defeitos em nossa personalidade, que nos levam a pecar.
Precisamos, portanto, confessar a causa, para que a falha que está em nós, não nos leve ao
pecado. Muitas vezes, confessamos apenas os sintomas e não as raízes. Exemplo: uma
pessoa nos diz que está ansiosa e tensa, porém isto é um sintoma. Precisamos ajudá-la a
descobrir a verdadeira cau- sa de sua ansiedade.
Temos acompanhado há dois anos, a vida de uma senhora e dentre os vários sintomas que
ela apresentava, destacava-se a hostilidade. Ela explodia a qualquer momento, em casa, com
o marido e os filhos, na rua se alguém a fechasse no trânsito, e no trabalho se alguém a
con- trariasse. Sua conversão foi tremenda, ela começou a caminhar com Deus e estudar a
Bíblia. À medida que o tempo foi passando, as dificuldades de relacionamento por causa da
hostili- dade cresceram. Seu casamento chegou à beira do colapso e ela nos procurou para
uma a- juda mais profunda. Através do trabalho, do Grupo de aconselhamento, começamos
a exa- minar sua vida com profundidade. Ela vivia um conflito muito grande, porque
conhecia a Deus, mas não conseguia livrar-se daquele comportamento hostil. Recentemente,
descobri- mos uma profunda mágoa contra sua mãe, um sentimento doloroso de ser
enfrentado. Mas, num determinado momento de oração com o grupo, tudo veio à tona e ela
nos procurou para confessar este sentimento. Seu rosto expressava um grande conflito, mas
depois de um tempo de confissão e oração, ela encontrou paz, saindo dali com o firme
propósito de procu- rar sua mãe e reconciliar-se com ela. A hostilidade e o ressentimento
não resolvidos acabam atingindo pessoas de nosso relacionamento.

"...e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se con-
taminem." Hb 12.15b

"Enquanto calei meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes
gemidos todo dia." Sl 32.3.

Pesquisas científicas têm mostrado que, pessoas que são capazes de compartilhar seus sen-
timentos dolorosos com alguém são menos propensas às doenças. Guardar segredo, escon-
der pecados e sentimentos negativos, produz enfermidades e falta de transparência na vida
da Comunidade Cristã. Deus, no seu amor, equipou a Igreja com estes poderosos elementos
de cura e muitas vezes, não estamos utilizando todo esse potencial. Certa vez, conversando
com uma moça, sobre as razões pelas quais fazia terapia, ela disse que uma das principais
era que alguém poderia ouvi-la. No fim da conversa ela disse com bastante tristeza: "é duro
ter que pagar uma pessoa para te ouvir". Esta experiência me marcou muito

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não pelo fato dela fazer terapia, mas pelo sentimento de que em sua Igreja, não havia nin-
guém com disposição suficiente para escutá-la. Somos chamados para sermos uma comuni-
dade de amor, onde pessoas possam se confessar e serem curadas.

"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa,
alcançará misericórdia." Pv 28.13

"Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espiri-
tuais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu
não sejas tentado. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo."
Gl 6.1-2

PERDÃO - RECONCILIAÇÃO
O perdão é a contrapartida da confissão, um não existe sem o outro. Podemos afirmar com
segurança que o perdão é um dos fatores mais importantes na vida de um homem. É ele
que nos permite chegar a Deus, pois restaura relacionamentos quebrados, derruba as pare-
des de separação, aquece o gelo da indiferença e anula o veneno da amargura, que corrói os
corações. O perdão é outro elemento poderoso no processo de restauração e cura.

"Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos ou-
tros, como também Deus vos perdoou em Cristo." Ef 4.32

"Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós" Cl 3.13b
Precisamos parar um pouco para avaliar o verdadeiro significado do perdão e do impacto que
ele pode causar em nossas vidas. Tememos que, na maioria das vezes, estejamos vivendo
um perdão superficial. Quando se inicia um trabalho com Grupos de Cura Interior e Aconse-
lhamento, em níveis mais profundos, encontramos muitas pessoas que nunca se reconcilia-
ram de verdade com aquelas que as feriram e as prejudicaram. Uma descoberta recente al-
terou muito nosso conceito de perdão. Percebemos que muitas vezes nós "perdoamos" al-
guém, mas nossos sentimentos por aquelas pessoas que perdoamos, nunca mais voltaram.
Privar a pessoa de nosso afeto é uma forma sutil de vingança. Eu digo que já perdoei, mas
também não quero mais nada com aquela pessoa, ela está excluída do meu afeto. Eu cum-
pro a minha obrigação como cristão, mas não vou além disso, na realidade o verdadeiro per-
dão começa com um ato de vontade e de obediência, mas deve terminar com a reconcilia-
ção. O perdão deve restaurar o relacionamento e permitir que o afeto e o amor fluam.
A falta de perdão e a prática de reconciliação, tem sido um verdadeiro câncer dentro das
Igrejas. As pessoas se ferem e se afastam. Os relacionamentos são quebrados e não restau-
rados. Muitas vezes, começamos um relacionamento mais próximo com alguém, e logo vem
a decepção. Recuamos, em vez de nos reconciliar e perdoarmos, permitindo que aquele sen-
timento de afeto e interesse, voltem. Temos encontrado muitas pessoas que dizem: "É im-
possível ter relacionamentos, as pessoas estão sempre nos decepcionando e nos ferindo".
Isto é verdade. No entanto, temos um recurso que nos foi dado por Deus e que, se

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nós experimentarmos, desenvolveremos e manteremos relacionamentos profundos, significa-


tivos e duradouros.
Perdão e reconciliação custam um alto preço. É preciso liberar a pessoa que nos prejudicou
de pagar pelo seu erro. É muito difícil perdoar, podemos até dizer que é quase impossível,
sem a ajuda do Espírito Santo. Ele nos dá graça e força necessárias, para nos ajudar. A nos-
sa parte é abrir mão do nosso direito, da nossa vingança. Deus não viola a nossa vontade,
mas quando decidimos, Ele estende Sua mão para nos ajudar e nos capacita a caminhar na
estrada do perdão.
Um aspecto muito importante neste processo é o reconhecimento sincero e honesto da pro-
fundidade do nosso ressentimento. Durante muitas vezes, quando ajudávamos uma senhora
a se reconciliar com seu pai, por várias vezes ela tomou posição de perdoar e confessou isto.
Sempre que perguntávamos sobre o relacionamento dela com o pai, ela dizia que já não ha-
via aquele sentimento de rejeição em relação a ele, mas, ainda não havia liberdade para ex-
pressar o seu amor. Certo dia, em reunião com o Grupo ela disse: "Eu queria que meu pai
morresse". Todo mundo levou um choque, mas naquele momento o Espírito Santo, trouxe
luz sobre a profundidade do ódio que ela tinha pelo pai, e houve perdão a um nível profun-
do, mas real. A luz de Deus atinge o profundo do nosso coração e nos mostra o que está
escondido lá.

"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamen-


tos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno." Sl
139.23-24

"Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz." Sl 36.9

Deus confiou a nós, Sua Igreja, o ministério da reconciliação.

"Ora tudo provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, e
nos deu o ministério da reconciliação." II Co 5.18

É nossa responsabilidade como líderes, conselheiros e obreiros, ajudarmos as pessoas a se


reconciliarem. Temos visto muitas pessoas curadas de problemas emocionais, porque se re-
conciliaram com pessoas que as prejudicaram. E de maneira especial, temos nos alegrado
por ver o coração de muitos filhos, voltando-se para seus pais, e o coração de muitos pais,
voltando-se para seus filhos. Temos crido que muitos pais conhecerão o amor de Deus atra-
vés de seus filhos, filhos que estão praticando o perdão, tornando-se assim, canais livres pa-
ra que o amor de Deus possa fluir.
Há muitas maneiras da Igreja desenvolver o ministério de apoio, ao ser humano. Cremos, no
entanto, que a prática destes três aspectos abordados, permite que as pessoas encontrem
um ambiente propício, para desenvolverem maturidade emocional e alcançarem uma vida de
harmonia e integridade. Essa é a vida abundante que Jesus promete em Sua Palavra:
"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." Jo 10.10

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A CRIAÇÃO DO HOMEM
O projeto

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa seme-
lhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os a-
nimais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mu-
lher os criou.” Gn 1.26-27

Deus criou o homem perfeito e harmonioso; não somos frutos do acaso ou de um acidente
genético, mas de um projeto claro e específico do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
IMAGEM - do hebraico "Tsélem" - figura representativa, aparência externa.
SEMELHANÇA - do hebraico "Demuth" - padrão, espécie, conduta, modelo, aparência interi-
or.

A ação

“Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” Gn 2.7

Corpo
Formou o homem do pó ("Âphâr") que significa terra, restolho, portanto, nada de especial.

Espírito
Fôlego - "Neshamáh" no original ofegação, respiração, do latim: expirar-> espírito.

Alma vivente
O homem tornou-se.....Néphesh" - criatura viva que possui corpo, desejo, apetite, sentimen-
to.
A alma é resultado do sopro de Deus, no corpo sem vida de Adão. A combinação do espírito
e corpo produziu a alma, aquilo que é singular no homem.

FUNÇÕES DO ESPÍRITO, ALMA E CORPO.


Visto que o homem é espírito, ele é capaz de ter consciência de Deus, e de se comunicar
com Deus.

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“Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio.”


Jó 32.8
“Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, derrama luz nas
minhas trevas.” Sl 18.28
“O espírito do homem é a lâmpada do SENHOR, a qual esquadrinha todo o mais íntimo
do corpo.” Pv 20.27
"Minha alma te deseja de noite; sim, o meu espírito, dentro de mim, diligentemente te
busca; porque, quando os teus juízos estão na terra, os moradores do mundo aprendem
justiça." Is 26.9

É a alma do homem que lhe dá consciência de si mesmo.

“Atenta para mim, responde-me, SENHOR, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que
eu não durma o sono da morte.” Sl 13.3

"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença." Sl 42.5

O corpo do homem, mediante os seus sentidos, lhe dá consciência do mundo.

ESPÍRITO

“Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel. Fala o SENHOR, o que estendeu
o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele.” Zc 12.1
“Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.” I Co 6.17
“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Co
3.16
É importante sabermos que está no espírito do homem, a nossa comunicação com Deus.
Veremos as três funções que nosso espírito possui: função de consciência, intuição e comu-
nhão (ou adoração), comprovados pelos textos da Palavra de Deus.

Função da consciência no espírito do homem


"O Senhor teu Deus endurecerá o espírito." Dt 2.30
"Perto está o Senhor dos que tem o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimi-
do." Sl 34.18
"...renova dentro em mim um espírito inabalável." Sl 51.10b
"Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em espírito..” Jo 13.21
"...o seu espírito se revoltava, em face da idolatria dominante na cidade." At 17.16

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"O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." Rm 8.16
"eu, na verdade, ainda que, ausente em pessoa, mas presente em espírito..." I Co 5.3

Função da intuição no espírito do homem

"O espírito na verdade está pronto." Mt 26.41


"E Jesus percebendo logo por seu espírito." Mc 2.8
"Jesus porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido..." Mc 8.12
"Jesus vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espí-
rito." Jo 11.33
"E agora, constrangido em meu espírito." At 20.22
"Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio espírito que
nele está?" I Co 2.11
"...muito mais nos alegramos pelo contentamento de Tito, cujo espírito foi recriado por
todos vós." II Co 7.13

A Função da comunhão

"E o meu espírito se alegrou em Deus meu Salvador." Lc 1.47


"Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito." Rm 1.9
"O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." Rm 8.16
"... adorarão o Pai em espírito e em verdade." Jo 4.23
"... de modo que servimos em novidade de espírito." Rm 7.6
"Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito com ele." I Co 6.17
ALMA
Através da alma, o homem tem consciência de si mesmo. Ela é a essência da personalidade
humana.
A alma é o ponto de intersecção (encontro) do espírito do homem com seu corpo, pois o es-
pírito humano não pode atuar diretamente sobre o corpo. Portanto, a alma é a mediadora.
A função da alma é manter comunicação entre o espírito e o corpo.

Vontade

“Não o entregarás à vontade (original alma) dos seus inimigos.” Sl 41.2b


“Tu Senhor, não entregarás a vontade (original alma) dos meus adversários.” Sl 27.12

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“Deixa-la-ás ir a sua vontade (original alma)” Dt 21.14


“Aquilo que minha alma recusava tocar.” Jó 6.7
Intelecto

"As tuas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem." Sl 139.14b
"... e o conhecimento será agradável à tua alma." Pv 2.10
"Filho meu, não se apartem estas cousas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria
e o bom siso; porque serão vida para a tua alma, e adorno ao teu pescoço." Pv 3.21-22
"Então sabes que assim é a sabedoria para a tua alma." Pv 24.14

Emoção

 Afeição
"... a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como a sua própria
alma." I Sm 18.1
"Dize-me, ó amado de minha alma." Ct 1.7a
"de modo que a sua vida abomina o pão e a sua alma a comida apetecível." Jó 33.20

 Desejo
"... assim por ti, ó Deus suspira a minha alma." Sl 42.1b
"... o meu amado, em quem a minha alma se compraz." Mt 12.18
"Com minha alma suspiro de noite por ti." Is 26.9a

 Percepção
"também uma espada traspassará a tua própria alma." Lc.2.35a
"Deixa-a porque a sua alma está em amargura." II Rs 4.27b
"Por que estás abatida ó minha alma?" Sl 42.5a

Além destes versos, podemos citar: Pv 16.24; I Sm 30.6; Is 61.10; Sl 86.4; Sl 107.5; Sl 116.7;

CORPO
Através do corpo, o homem entra em contato com o mundo material e físico, por intermédio
dos sentidos que são: visão, audição, olfato, tato e paladar.

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A queda

"Pois a criação está sujeita à vaidade (corrupção), não voluntariamente, mas por causa
daquele que a sujeitou. E não somente ela, mas também nós que temos as primícias do
Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a re-
denção de nosso corpo, porque na esperança fomos salvos." Rm 8.20,23,24a

Com a entrada do pecado, a criação foi atingida e sujeita à corrupção e desarmonia. O ho-
mem foi alvo central neste processo. Sendo ele uma trindade (criado espírito, alma e corpo, I
Ts 5.23), conseqüentemente foi atingido nessas três partes:

Espírito: ficou inativo


Alma: entrou em desarmonia
Corpo: conheceu a corrupção

Nosso objetivo é estudar sobre esse distúrbio ou desarmonia da alma. Conheceremos como
o homem foi e tem sido afetado, tornando-se cativo de si mesmo e suscetível ao mundo
espiri- tual do mal, dos enganos e sugestões malignas. Cremos que é o espírito do homem
que nas- ce de novo, portanto a salvação e restauração da alma é um processo dinâmico a
ser desen- volvido, após o novo nascimento.
"acolhei com mansidão a palavra em vós implantada a qual é poderosa para salvar vos-
sas almas". Tg 1.21b

"Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Es-
pírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é
nascido do Espírito é espírito” . Jo 3.5-6

“não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos sal-
vou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” Tt 3.5

Tiago, fala, nos versos 18 a 21 do capítulo 1, para pessoas que nasceram de novo, chaman-
do-os: "meus amados irmãos". Com isso, entendemos que é o homem interior (o espírito)
que nasce de novo e recebe a vida eterna, porém, seu intelecto, vontade e suas emoções
ainda precisam ser tratados e renovados.

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Rm 12.2

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O Salmista também falou da restauração da alma: "Refrigera-me a alma..." Sl 123.3. A palavra


hebraica "SHUBH" traduzida aqui por "refrigera-me" no Antigo Testamento - é a palavra gre-
ga traduzida por "renovar" no Novo Testamento, portanto, significam a mesma coisa. A mai-
or necessidade da Igreja de Jesus, hoje, consiste em mentes renovadas com a Palavra de
Deus. Segundo uma estatística feita nos Estados Unidos, acompanhando várias gerações de
diferentes tipos de pessoas, como presidentes, médicos famosos, advogados, homens de
grande expressão nacional e regional assim como, ladrões, alcoólatras, etc., comparando as
gerações posteriores, observaram que, os filhos, netos e bisnetos dos primeiros seguiam a
mesma linha de seus antepassados e tornaram-se homens e mulheres úteis à sociedade. Já
as gerações do segundo tipo de pessoas, geraram alcoólatras, prostitutas, salvo poucas ex-
ceções. Estas estatísticas nos fazem entender o poder da influência ambiental, que estes in-
divíduos sofreram.
Cremos que só Jesus pode parar esse domínio maléfico. Mas, certamente, as vidas necessita-
rão de uma restauração interior em suas almas.
Muitos têm temor de olhar para trás e descobrir as origens e raízes de problemas e
distúrbios de personalidade, porém, voltar ao passado, significa buscar a origem de certas
dificuldades que enfrentamos hoje.
O pecado foi o início de todos os distúrbios. A semente do mal foi lançada no homem, e com
isso ele só necessitou dos agentes catalisadores (pai, mãe, familiares próximos, professora,
etc.), que seriam responsáveis pelo desencadeamento dos problemas e dificuldades interio-
res. Adão explicou sua desobediência a Deus, jogando toda a culpa em Eva. Quando Deus
falou com Eva, conseqüentemente ela jogou toda a culpa sobre a serpente. Assim como A-
dão e Eva preferimos ignorar nossa responsabilidade pelos problemas que enfrentamos. Eles
nos machucam demais, portanto é mais confortável e conveniente responsabilizar os outros
por aquilo que nos perturba. Culpamos nosso próximo e muitas vezes culpamos até o diabo.
É importante lembrarmos que problemas entre pessoas começam dentro de cada um, por-
tanto, sejamos maduros e honestos, para identificar os problemas e conflitos existentes em
nós.
A queda afetou a relação do homem com Deus, com o próximo e com ele mesmo. Cremos
que o Espírito Santo nestes dias deseja restaurar-nos por completo:

"Espírito, alma e corpo, guardados irrepreensíveis..." I Ts 5.23.

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Barreiras, feridas e
traumas como conseqüência
Sem exceção, todos que se voltam para Deus, vieram do reino das trevas. Andávamos des-
garrados, órfãos, solitários vivendo a mercê de um mundo mau e hostil.

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes
outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espíri-
to que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós anda-
mos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” Ef
2.1-3
“Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão
por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, naquele tempo,
estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da pro-
messa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós,
que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.” Ef 2.11-13

Uma das conseqüências da separação entre o homem e Deus (a queda), foi a suscetibilidade
às enfermidades interiores. O homem ficou entregue a si mesmo, saindo fora do controle do
Espírito Santo, recebendo em seu corpo, influências demoníacas.

BARREIRAS
Podemos localizar dois tipos de barreiras interiores. As verticais e as horizontais. As verticais
são formadas entre nós e Deus, e impedem o relacionamento íntimo e satisfatório com o Cri-
ador.
O homem foi criado à imagem de Deus e não pode viver em harmonia, sem relacionamento
adequado com seu Criador. O fator que impede o cristão de desenvolver um relacionamento
profundo com Deus, é uma imagem distorcida a respeito Dele. Muitos de nós O considera-
mos (algumas vezes a nível inconsciente) como um Deus severo, punitivo, indiferente, que
nos rejeita quando falhamos. Conceitos negativos são produzidos dentro de nós.
Na maioria das vezes esses conceitos são transmitidos a nós, quando crianças, através do
relacionamento familiar, e mais especificamente pelo papel dos pais.
As barreiras horizontais elevam-se entre nós e os outros, impedindo que estabeleçamos rela-
cionamentos significativos. O fato de não nos conhecermos plenamente, torna-nos ilhados
em nós mesmos.
O medo da rejeição, da crítica, os complexos de inferioridade, e até de superioridade, for-
mam barreiras que impedem as pessoas de se aproximarem e se relacionarem conosco, em
níveis mais profundos.

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A obra reconciliadora de Cristo abrange tanto o homem com Deus, quanto com o próximo, e
por experiência, o desafio maior recai nesse último, pois somos mortais e cheios de imperfei-
ções. Toda mudança começa dentro de cada um de nós, e a conseqüência será a mudança
do próximo: Este é o grande desafio.

FERIDAS E TRAUMAS
Seria o que a Bíblia chama de "enfermidades". São dificuldades e problemas em nossa per-
sonalidade, que requerem um toque mais profundo e específico do Espírito Santo.
Experiências passadas são: mensagens negativas, cenas não esquecidas, lembranças doloro-
sas, que nos acompanham, como se tivessem acontecido hoje. Portanto, necessitam da atu-
ação profunda do Espírito Santo.
As feridas são conseqüências de danos pessoais; pessoas e situações que o feriram, através
de palavras e atitudes, ou ausência de afeto e atenção dos pais, desilusões, injustiças, sofri-
mentos morais e também físicos, etc.
Os traumas são produzidos por experiências fortes, acima da capacidade emocional do indi-
víduo. Muitas vezes, duas pessoas passam por uma mesma experiência traumática e somen-
te uma delas é afetada. Por que isto acontece?
Normalmente cada indivíduo possui sua capacidade emocional. Deus criou os homens dife-
rentes uns dos outros, exteriormente e psicologicamente. Observamos isto através dos qua-
tro temperamentos básicos. Por causa da sensibilidade emocional do indivíduo, uma situação
traumática, acarretará maior ou menor dano. Quando ele supera aquela experiência, dizem
que ele a recalcou em seu inconsciente. E dificilmente será afetado posteriormente devido
aquele fato ocorrido.
Sabemos que a nossa história de vida é a somatória de diversas experiências, desde a con-
cepção até a morte. Enquanto houver vida, estaremos expostos a situações constrangedoras
e ameaçadoras.
Algumas marcas ou cicatrizes ficam enterradas em nosso interior por longo tempo e depois
provocam comportamentos e reações inexplicáveis. "Esses traumas e feridas não são sarados
quando nos convertemos".
Portanto, existem certas áreas de nossa vida, que necessitam de um toque especial do Espí-
rito Santo.
São experiências em nível emocional, que estão fora do alcance de orações comuns, da dis-
ciplina e da força de vontade. Elas necessitam sofrer uma "desprogramação", e isso não a-
contecerá da noite para o dia, necessitará de um processo dinâmico.
Assim como recebemos orações específicas, para cura física, necessitamos de orações para
cura de nossas almas, onde, os traumas e feridas estão instalados.

QUANDO OS TRAUMAS E AS FERIDAS SE FORMAM?


Durante o período de gestação: Nesta fase, pode haver rejeição por parte da mãe, ou do
pai. A atitude materna ou paterna em relação ao filho, durante a gravidez, é a mais forte
influência que pode haver no comportamento futuro da criança.

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É comprovado que a partir do 6º mês de gestação, o sistema nervoso central do feto é capaz
de receber, processar e codificar mensagens.
Problemas sociais, conjugais e financeiros, trazem uma carga sobre a mãe gestante, resul-
tando reações de rejeição, medo, angústia e depressão. Assim como uma esponja, o bebê
absorve tudo, e isto certamente deixará seqüelas em seu interior.

Durante a primeira infância


Na idade de zero a seis anos, a personalidade humana é formada. Os fatores genéticos e
ambientais serão responsáveis pela saúde emocional na vida do indivíduo.
Situações como o desmame brusco, o nascimento de outro irmão, ser deixado em creches ou
sozinho em casa, podem ferir profundamente uma criança. Abusos sexuais, preferências,
excesso de disciplina física, castigos mal dados, agressões verbais, também são fatores que
provocam traumas e feridas interiores.

Durante o período escolar


O fato de enfrentar uma situação totalmente nova, e sem a presença de familiares, princi-
palmente da mãe, pode ser traumático. O primeiro dia de aula fica marcado em todos nós. É
uma fase propícia para o desencadeamento dos traumas.

Durante a adolescência
O fato de tantas mudanças físicas e emocionais ocorrerem deixa o adolescente aberto a todo
o tipo de influência. É a fase onde os recalques e frustrações, virão à tona. Muitas feridas e
traumas se instalarão nesta fase.

Durante a vida adulta


Apesar de adultos, somos ainda seres sensíveis, e todo tipo de experiências difíceis que en-
frentamos, poderá trazer danos, se não forem tratadas. Muitas vezes (não é sempre), nessa
fase, as coisas ruins que nos acontecem, estarão abrindo feridas do passado, que ainda não
foram fechadas e curadas. Somos então perseguidos por aquelas lembranças e ainda machu-
cados por elas.

OS DIFERENTES TIPOS DE FERIDAS E TRAUMAS EMOCIONAIS


Medo
O medo que nos é dado por Deus, é normal e funciona como defesa contra ameaças exter-
nas. Mas, muitas pessoas possuem, além desse medo normal, uma ansiedade crônica, um
temor difuso do amanhã, medo de ficar doente, de ser castigado por Deus, enfim, são os
temores obsessivos e as fobias. Quando o medo se torna uma ansiedade dominante impe-
dindo nossa eficácia, ele deixa de ser normal e passa a ser destrutivo.

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"...lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós." I Pe 5.7
"No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envol-
ve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor." I Jo 4.18

Rejeição
É o sentimento de abandono por não ser amado adequadamente. É uma das marcas mais
profundas no ser humano.
Muitas vezes é fruto de lares, onde os pais são muito ocupados, ou até incapazes de perce-
ber as necessidades do filho, ou seja, ser amado e aceito como ele é.
Quando essa necessidade não é suprida, toda a personalidade da criança é afetada em seu
desenvolvimento.
Um adulto que foi rejeitado é incapaz de receber e dar amor, porque na infância, ele não foi
amado e aceito. Como dissemos anteriormente, o que acontece nos primeiros anos de vida é
fundamental no desenvolvimento da personalidade da criança.
Relacionamentos entre pais, irmãos e irmãs, o nascimento de um bebê, que pode se tornar
uma ameaça, e muitos outros fatores, podem afetar a criança em desenvolvimento.
A criança que se sente rejeitada, por um número diferente de situações, descobre que tem
dificuldade para amar, e mais tarde, automaticamente, fugirá de qualquer relacionamento
íntimo. Sem perceber, reagirá ao amor como reage à dor. Essa ação reflexa fará com que
evite as pessoas, afastando-se delas.
Um indivíduo profundamente rejeitado, quando criança, transferirá esse sentimento para to-
do e qualquer relacionamento futuro. Ele não conhece o que é amor incondicional, mas so-
mente cobranças, e isso o faz sentir-se a pior das criaturas. Tudo que for feito pelos outros
para diminuir essa dor, não será aceito por ele. Será necessário chegar ao ponto de partida,
para descobrir a causa real dessa rejeição.

"Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá." Sl 27.10

Baixa Auto Estima (Fruto da Rejeição)


Os sentimentos conscientes e inconscientes que temos a respeito de nós mesmos, constitu-
em a nossa auto-imagem. As idéias acerca de nós mesmos, dadas por nossos pais, professo-
res, parentes e outras pessoas, nos primeiros anos de nossa vida, determinam grandemente
o nosso autoconceito. Quando nossa auto-estima é baixa, a tendência de ficarmos feridos
com facilidade acentua-se, nos tornamos extremamente defensivos em nossas idéias e opini-
ões, e também extremamente críticos. Uma pessoa que é extremamente crítica, com relação
aos outros é, no fundo, a maior crítica de si mesma. Por ser incapaz de atingir seu padrão
pessoal, devido à baixa auto-estima, ela não admite que ninguém atinja qualquer outro pa-
drão, conseqüentemente terá dificuldades de perdoar os outros.

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"Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravi-
lhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem." Sl 139.14

Sentimento de Culpa
A culpa real é causada pela transgressão de um princípio de Deus, e é identificável. Ela é
resolvida através da confissão e da apropriação da obra de Cristo, na cruz. Porém, o senti-
mento de culpa que abordaremos, funciona assim: confesso meus pecados a Deus, uma,
duas e até três vezes, mas não me sinto perdoado. Esse sentimento nos acompanha, a todo
momento, e é aguçado quando falhamos. Ele pode ter sua origem, nas expectativas não rea-
listas que tiveram a nosso respeito. Foi exigido de nós muito mais do que podíamos dar, e
estaremos sempre nos sentindo culpados, por não atingirmos os padrões estabelecidos. Mui-
tas pessoas trazem dentro de si, um vago sentimento de nunca ter agradado os pais, sentin-
do-se culpadas. Pode ser também a conseqüência de sentimentos nunca confessados. Temos
medo da rejeição e por isso, escondemos a todo o custo, nossas falhas e sentimentos, que
consideramos indignos. Somente a confissão profunda e real traz alívio para este tipo de sen-
timento.

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça." I Jo 1.9

Ressentimento
Normalmente, nos sentimos ressentidos por atitudes injustas ou abusos, mas é algo passa-
geiro. No entanto, existe um ressentimento que, quando não foi adequadamente resolvido,
se transforma em raiva congelada e manifesta-se como indiferença. Há muitas pessoas que
pensam que perdoaram, mas o que fizeram foi suprimir a mágoa. O verdadeiro perdão res-
taura o amor e o relacionamento. Este é o padrão de Deus. Muitos de nós estamos separa-
dos de Deus e das pessoas, por causa de ressentimentos. Entendemos que um cristão não
pode sentir raiva. Mas na verdade, as emoções, não são boas nem más, são emoções. O
mais importante é o que fazemos com elas.

"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira." Ef 4.26

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Necessidade da
cura emocional
Na realidade todos nós, sem exceção, precisamos de cura emocional, pois todos andávamos
na direção do curso deste mundo e de satanás.
“ Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos
filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações
da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da
ira.” Ef 2.1-3
Colocaremos algumas situações que facilitarão nossa percepção da necessidade de cura e-
mocional:
 Quando temos consciência das lembranças de situações do nosso passado, e elas ain-
da nos machucam, ou quando falamos e pensamos a respeito delas.
 Cristãos que buscam o crescimento espiritual, e algo os impedem de prosseguir.
 Quando não conseguimos criar ou manter relacionamentos interpessoais, em nível
mais profundo. Sentimo-nos, com facilidade, ameaçados pelas pessoas, não conse-
guimos acreditar no amor e sinceridade de nossos irmãos em Cristo, e até duvidamos
do amor de nosso cônjuge.
 Pessoas, que apesar de usar todos os recursos disponíveis (oração, jejuns, etc.) ainda
são atraídas pelo pecado. Isso acontece por não terem tido uma experiência que os
levaram à apropriação da fé necessária para a vitória, ou então por feridas e traumas
do passado.
 Quando nosso relacionamento com Deus, não se aprofunda em termos de intimidade,
amor, confiança, entrega, etc. Sempre há dúvidas sobre o que Deus é, e o que Ele
espera de nós.
 Quando há evidência de alguns dos sintomas citados abaixo:
- desconfiança - tristeza - insensibilidade
- mentira - indecisão - hipocrisia
- intolerância - frustração - impaciência
- timidez excessiva - desesperança - medo ou fobia
- ira descontrolada - auto-piedade - instabilidade espiritual
- ciúme excessivo - adultério - apego demasiado a alguém ou a algo
- homossexualismo - solidão - perfeccionismo
- orgulho - ser influenciável - crítica, acusações
- depressão contínua - comportamento anormal - desvio de personalidade

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AS CONSEQÜÊNCIAS DE NÃO EXPERIMENTARMOS A CURA EMOCIONAL

“Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio pró-
prio.” Pv 25.28

As feridas abrem brechas em nossas vidas e nos tornam como cidades sem muros, fazendo-
nos suscetíveis ao inimigo, com suas investidas e ciladas. Exemplos:
 No caso de uma adolescente (12-13 anos) violentada, se não for ajudada a elaborar e
buscar cura de Deus, para aquele trauma, será uma prostituta em potencial.
 Crianças rejeitadas, que para se sentirem amadas pagarão qualquer preço, se tornam
vítimas de abuso sexual de vizinhos, parentes e amigos da família. Elas não conse-
guem dizer não, pelo medo que têm de serem rejeitadas.
 Crianças rejeitadas ou abusadas (espancamentos, abusos de disciplina verbal, críticas
quanto ao seu papel de menino ou menina) por pais ou parentes próximos, do sexo
oposto, poderá levantar uma barreira contra elas, transferindo para todos os homens
ou mulheres, dos seus futuros relacionamentos. Isto poderá trazer tendências homos-
sexuais, que serão uma grande brecha para satanás.
As feridas trazem ataduras ou ligaduras, que são travas, ou impedimentos que nos inibem e
amarram, com a finalidade de não desenvolver o dom que recebemos, para ser usado na
edificação do Reino de Deus.
Essas ligaduras formam-se pelas feridas e traumas enfrentados no passado, que podem ser
produtos do meio em que fomos criados.
Complexos de inferioridade, orgulho, timidez, complexo de perseguição (ninguém gosta de
mim, todos me criticam), formam a base das dificuldades que afligem muitos cristãos e os
impedem de exercitar os dons do Espírito. (falar em línguas, profetizar em público, dançar no
Espírito, fluir em cânticos espirituais, etc...)
As feridas abrem nosso espírito, para opressões demoníacas. Como no caso de Saul, a amar-
gura trouxe um espírito maligno, que o atormentava.
Muitas vezes, essas opressões trazem impulsos baixos e pecaminosos (ex.: violência, roubo,
impulsos sexuais imundos, desejos lascivos, intuições ou pressentimentos negativos, etc.).
Quando expulsamos o espírito de tormento, e nos esquecemos de buscar a real causa dos
sintomas físicos ou emocionais, essas investidas se tornam um círculo vicioso, pois a porta de
entrada não foi restaurada. Essas feridas trazem ou provocam distúrbios físicos (artrites, en-
xaquecas, úlcera, gastrites, etc...). Cerca de 70% das doenças, segundo estimativa médica,
são de origem psíquicas. Elas surgem pela falta de perdão, de confissão e amargura profun-
da.
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” Tg 5.16

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PRÉ-REQUISITOS PARA A CURA EMOCIONAL


Reconhecimento
Em primeiro lugar precisamos reconhecer que necessitamos de uma experiência de cura, e
isso nem sempre é fácil.
Muitas vezes, nos acostumamos a carregar cargas de feridas desde a infância, e aprendemos
a erguer barreiras de proteção, tampando as origens ou raízes de nossos problemas. Para
que iniciemos um processo de cura em nossas vidas, precisamos estar dispostos a nos despir
de nossa capa de proteção, e isso muitas vezes, torna-se difícil.
O processo de cura iniciará, quando chegarmos no ponto básico que é: admitir que "eu pre-
ciso de cura".

"Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim."
Sl 51.3

Honestidade
Depois de reconhecer que necessitamos de cura, a honestidade manterá a porta interior a-
berta, para que o Espírito Santo possa penetrar e perscrutar o mais profundo do nosso ser.
Precisamos entender que há um princípio claro e importante que é: andar na luz, significa
andar em honestidade.

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1.7

Disposição
Precisamos estar dispostos a levar o processo até o fim e colocar os princípios da Palavra de
Deus em prática, pois é através dela, que virá a restauração da nossa alma.

“A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá


sabedoria aos símplices.” Sl 19.7

Para isto, eis alguns princípios que restauram o nosso interior e o relacionamento com o pró-
ximo.

Confissão

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” Tg 5.16

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Quando confessamos os nossos temores, ansiedades, ressentimentos, hábitos errados, etc.,


colocamos em prática esse princípio. A cura e o alívio para as nossas vidas serão o resultado,
pois dividiremos com outra pessoa, o peso de nossos fardos.
Entretanto, a confissão deve ser feita sempre para uma pessoa de confiança, de preferência
da liderança da igreja, ou um conselheiro.

Perdão
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos per-
doará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas.” Mt 6. 14-15
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos ou-
tros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” Ef 4.32
“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor co-
bre multidão de pecados.” I Pe 4.8

É um princípio bíblico que traz vida e liberdade ao que o pratica. O perdão libera a nossa vi-
da e também a do agressor, eliminando a culpa e o ressentimento. Na formação de feridas e
traumas, terceiros são envolvidos (familiares, amigos, professores), mas a cura também os
envolverá, tanto para o perdão como para a confissão.

COMO A CURA É TRANSMITIDA A NÓS?

"De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e se um deles é honrado,
com ele todos se regozijam". I Co 12.26

Antes de estudarmos os meios pelos quais o Senhor Jesus ministra cura à nossa alma, é de
suma importância o vínculo, ou a aliança com o corpo de Cristo. Tudo o que Deus fará nes-
ses dias, será através de Seu corpo vivo, a Igreja.
Todas as nossas feridas e traumas aconteceram dentro de um contexto familiar, portanto,
cremos que será dentro do contexto da família espiritual, que o processo de restauração a-
contecerá. Agora você tem um Pai eterno e irmãos, cuja ligação se estenderá por toda a
eternidade. São eles que o acompanharão e serão usados no processo de crescimento emo-
cional e espiritual.
Há uma teoria que propõe que: "Toda lesão, crescimento, assim como a cura, em parte re-
sultam do nosso relacionamento com outros".

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Processos da
cura
PROCESSO LEGAL - A cruz e a salvação
O sacrifício de Jesus na cruz trouxe salvação completa ao homem. Ele conquistou por nós
uma provisão perfeita e uma vida plena de vitória.

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8.36


“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância.” Jo 10.10
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos subme-
tais, de novo, a jugo de escravidão.” Gl 5.1
“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Jus-
to, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará so-
bre si.” Is 53.11
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Mt
11.28
“muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem
mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus
vivo!” Hb 9.14

Porém, somos conscientes de que a restauração completa, não ocorre instantaneamente no


ato de conversão, ela nos foi concedida legalmente.
O espírito recebe vida e novo nascimento, mas a alma necessita de um processo de trans-
formação e renovação, assim como nosso corpo espera a redenção (ainda sofremos doenças
e enfermidades físicas).
Portanto, como oramos pelas doenças físicas em nosso corpo, devemos orar pela cura de
nossa alma, que foi ferida pelo pecado e por experiências do passado.

PROCESSO EXPERIMENTAL - Identificação com os sofrimentos de Cristo.

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus,
conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa se-
melhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da
graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportu-
na.” Hb 4.14-16

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“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha a-
parência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era
desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer;
e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos ca-
so.” Is 53. 2-3

Jesus pode e quer curar nossas feridas, pois entende o que é padecer e o que é sofrimento.
"Ele, Jesus nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor, lágrimas, orações
e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade,
embora sendo filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu..." Hb 5. 7-8

Ele é Emanuel, Deus conosco, Deus presente. Conheceu diversos tipos de sofrimentos, inclu-
sive dores emocionais:
No Getsêmani: Experimentou a angústia, medo, insegurança. Sua dor foi tamanha, que teve
desejo de morte. Experimentou a dor da traição, Judas, seu amigo íntimo, o traiu.

“e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a
angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; fi-
cai aqui e vigiai comigo.” Mt 26. 37-38
“E, enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós me trai-
rá.” Mt.26.21

Foi julgado: Experimentou a vergonha, injustiça e a humilhação. Pagou um alto preço, e não
tinha culpa alguma.

Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o
vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César!” Jo19.15

Foi rejeitado: Seu ministério foi rejeitado pelos seus conterrâneos. Um de seus discípulos O
negou por três vezes (Jo 13).
“Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios,
e perguntavam: Não é este o filho de José? Disse-lhes Jesus: Sem dúvida, citar-me-eis este provér-
bio: Médico, cura-te a ti mesmo; tudo o que ouvimos ter-se dado em Cafarnaum, faze-o também
aqui na tua terra. E prosseguiu: De fato, vos afirmo que nenhum profeta é bem recebido na sua
própria terra. Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o
céu se fechou por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra; e a nenhuma delas
foi Elias enviado, senão a uma viúva de Sarepta de Sidom. Havia também muitos leprosos em Isra-
el nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro. Todos na sina-
goga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o le-
varam até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, o precipitarem abaixo.” Lc
4.22-29

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“Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vi-
da. Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que ja-
mais cantará o galo antes que me negues três vezes.” Jo 13.37-38.

Perdeu pessoas queridas: Lázaro –

“Jesus chorou.” Jo 11.35

Solidão e abandono na cruz: Somente João ficou, os outros fugiram amedrontados, O aban-
donaram no momento que mais precisava deles.

E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Ma-
ria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis
aí teu filho.” Jo. 19.25-26

Concluímos, portanto, que Jesus cura, não somente pelo fluir do Seu poder, mas porque co-
nhece plenamente nossos sofrimentos. Ele mesmo os experimentou e pode nos consolar e
restaurar.
Nenhuma pessoa pode avaliar a dor de uma perda pessoal (morte de um ente querido) se
não passou antes por essa experiência.
O Espírito Santo trabalha ao nosso lado, e nos assiste em nossas fraquezas, acompanha-nos
passo a passo, e intercede por nós.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sa-
bemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis.” Rm 8.26
A presença de Jesus, pelo Espírito Santo, levada às cenas traumáticas, retira toda dor de ex-
periências passadas. Não estaremos sozinhos, Ele estará ali e removerá ataduras e cordas,
que nos prendiam àquelas situações.

COMO ESSA EXPERIÊNCIA CHEGA ATÉ NÓS?


Comunhão com Deus (oração e leitura bíblica)
Temos vários testemunhos de vidas curadas interiormente, através de seus contatos diários
com Deus. Não estamos falando de alguns momentos devocionais, mas de um relacionamen-
to vivo, real e íntimo, com nosso Pai.
" Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz.” Sl.36.9

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A luz da presença de Deus vem sobre nós, e penetra em nosso interior, em áreas escondidas
expondo traumas, limitações e complexos. Quando levantamos daquele lugar, somos

diferentes, algo mudou no interior, e as evidências aparecem em nosso exterior (no


semblan- te, nos relacionamentos, atitudes, etc).

“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta
para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” Hb 4.12

Vivenciamos outras experiências, quando meditamos na Palavra de Deus, pois ela penetra
como espada de dois gumes e divide espírito e alma, discernindo os pensamentos e propósi-
tos do coração.
Há um depósito maravilhoso à nossa disposição. Mas, infelizmente, muitos só se aproximam
dele, para edificar um ministério, porém o propósito principal em buscar a Palavra, como fon-
te de vida, é para a cura e restauração pessoal.

Os dons do Espírito
O corpo de Cristo em ação, manifestando os dons recebidos por Deus, trabalha na restaura-
ção das vidas. Destacaremos quatro dons principais, contidos em I Co 12, que estão em
evidência nesse ministério.

 Palavra de Conhecimento: é a habilidade dada por Deus de receber por revelação,


fa- tos e informações, que humanamente seria impossível conhecer.
 Discernimento de espíritos: é a habilidade dada por Deus, de perceber o espírito que
está agindo em diferentes manifestações e atitudes. Inclui também, a habilidade dada
por Deus de desafiar ou lidar com os espíritos.
 Palavra de sabedoria: é a habilidade dada por Deus de receber sabedoria soberana,
quando houver necessidade.
 Fé: é a habilidade dada por Deus de crer, em favor da realização do impossível.

Pregação da Palavra
O ministério da Palavra traz direção, alimento e esperança a um rebanho. Principalmente
onde há ministérios proféticos, sensíveis à necessidade do povo, poderá ser ministrada cura
interior, através de um sermão ou de uma reunião semanal. A Palavra é pregada e os cora-
ções são tocados pela luz do Espírito Santo. Rendidos ao Senhor, pedimos que Ele nos toque.
Neste caso, a imposição de mãos se torna necessária depois da mensagem. Podem ser feitas
orações pessoais, ministrando libertação, cura e poder do Espírito Santo.

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Que o Senhor nos ensine a detectar a necessidade do seu povo, para que as mensagens se-
jam edificantes e não apenas de conhecimento intelectual.

Aconselhamento Pastoral ou com um ministro de cura interior


Muitas pessoas têm encontrado libertação e cura, quando procuram uma pessoa idônea, pa-
ra compartilhar seus problemas e receber ministração de cura, para suas vidas.

MINISTRAÇÃO DE CURA INTERIOR PROFUNDA


DENTRO DA TEORIA TRICOTÔMICA

“O mesmo Deus da Paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma, e corpo, sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o
que vos chama, o qual também o fará.” I Ts 5.23-24.

“Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, junta e medulas, e apta pa-
ra discernir os pensamentos e propósitos do coração. “ Hb 4.12

Primeiramente, enfatizamos que, como ministros de cura interior, cremos convictamente na


teoria tricotômica, isto é, que o homem é dividido em espírito, alma e corpo.
E partindo deste pressuposto, cremos que a salvação e a cura, que nosso Senhor Jesus Cris-
to conquistou, é plena e completa no homem, isto é, no seu espírito, na sua alma e no seu
corpo.
Jesus na cruz do Calvário, venceu terminantemente toda a ferida, trauma, pecado e bloqueio
espiritual. Como Ele mesmo disse: “Está Consumado” ( Tethelestai no Grego ).

“Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça,
rendeu o espírito.” Jo19.30

Logo, a obra da cruz é uma obra perfeita e completa. Cristo cumpriu toda a exigência do
pecado e da lei, levando sobre si, toda conseqüência de pecado, para que possamos levar a
restauração e a cura de Deus, a todos os homens.
Alguém poderia fazer esta pergunta: “Se Cristo já me salvou e me perdoou; porque então
devo fazer posteriormente uma cura interior?”. Poderíamos responder que verdadeiramente
cremos que Cristo levou sobre si todos os nossos pecados e como diz as Escrituras:

“E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram, eis
que se fizeram novas.” II Co 5.17

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A obra da Cruz já está consumada, mas a questão é, eu me apropriar desta obra perfeita e
maravilhosa. Vimos que muitos se confundem nisto, porque voltam a pedir perdão pelos pe-
cados já confessados, tornando a inquietar suas mentes pelos erros do passado. Outra situa-
ção, são os que caem sempre no mesmo erro, e quando pensam que venceram naquela
área, caem novamente.
Reconhecemos que o problema destas pessoas, não está em receber o perdão de Deus, pois
eles já o receberam, mas em apropriar-se da obra perfeita que Jesus efetuou, na cruz do
Calvário.

A OBRA PERFEITA E COMPLETA


A definição de obra plena e completa refere-se a uma ministração de cura interior profunda,
em todo o nosso ser: espírito, alma e corpo. Deus nos santifica, nos torna irrepreensíveis e
íntegros.
Sabendo que Ele é fiel para fazer, e que por meio de sua Palavra, que é viva e eficaz, vai
esquadrinhar todo o nosso ser (espírito, alma e corpo ), o discernimento certamente chega-
rá ao nosso coração.
O “SER” do homem, é o seu EGO, seu SELF, sua PERSONALIDADE, ou o seu ESTADO DE
ÂNIMO. O ser humano não é um corpo que possui uma alma e um espírito, nem tampouco é
uma alma que possui um corpo e um espírito.
O “SER” do homem é o inter-relacionamento, uma conexão, a junção destas três partes, que
determinam a sua personalidade. É a conexão do estado de ânimo ( ANIMUS em Latim =
VIDA ) ou bem estar espiritual, psico-social e físico.
Vejamos o gráfico abaixo:

ESPÍRITO

ALMA SER CORPO


Portanto, a cura interior completa, implica em todo ser do homem: seu espírito, alma e cor-
po.
Um homem que é convertido e tem saúde perfeita, adoece fisicamente, conseqüentemente
ele ficará com seu estado de ânimo alterado. Seu físico adoeceu, deprimindo a sua alma, e
se não tomar precauções, poderá abater seu espírito.
Da mesma forma, uma pessoa fraca psicologicamente e estressada, acaba enfraquecendo
seu espírito e adoecendo seu corpo.
“O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se aba-
te.” Pv 15.13

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Quando alguém tem saúde física, mas não tem Jesus e o Espírito Santo em seu espírito, ela
não é uma pessoa saudável e está em constante conflito, porque uma das partes do seu SER
está doente.

“O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido quem o pode
suportar?” Pv 18.14

Vejamos esta referência e compreenderemos a proposição:


O espírito firme é o espírito do homem
O homem é o seu ser
A doença refere-se ao seu físico

Percebemos, portanto, que a salvação e a cura acontecem no espírito do homem, logo, a


ministração deve ser um processo espiritual, que tem o caráter da obra consumada por Je-
sus, na cruz do Calvário.

CURA INTERIOR NA ÁREA DO ESPÍRITO

Cremos segundo a doutrina da salvação, que ao aceitarmos Jesus Cristo pela fé, como Nos-
so Senhor e Salvador Pessoal, o nosso espírito passa a ser habitado pelo Espírito de Deus.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados,
mas recebestes o espírito de adoção, baseado no qual clamamos: Aba Pai. O próprio Es-
pírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rm 8.15-16

Logo, o homem recebe uma Nova Vida (um novo nascimento), sendo este processo chamado
de REGENERAÇÃO.
Se porventura, esta pessoa estivesse com um demônio, isto é, se um espírito mau estivesse
residindo nela, antes de receber a Cristo, este espírito seria expulso pelo Espírito de Deus. A
este processo chamamos de LIBERTAÇÃO.

“Se porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Rei-
no de Deus sobre vós.” Mt 12.28

ALIANÇAS ESPIRITUAIS
É no espírito que temos contatos e afinidades espirituais. Esta é a área que envolve a perfei-
ta adoração. E por envolver adoração, pode envolver relacionamentos espirituais, gerando
alianças.

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Alianças espirituais são elos de ligação que acorrentam pessoas, a uma maldição espiritual.
“Abstêm-se de fazer aliança com os moradores da terra para onde vais; para que te
não sejam por cilada. Mas derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas e
cortareis os seus postes ídolos.” Êx 34.12-13
“Porque não adorarás outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; sim, Deus zeloso é
Ele.” Êx 34.14
Vemos por estes versículos, que as alianças espirituais são ciladas colocadas pelo inimigo,
para atar e acorrentar pessoas, espiritualmente.
Portanto, devemos derrubar os seus altares, isto é, devemos retirar de nossas vidas tudo
aquilo que consiste em objetos de adoração a demônios. Tudo o que idolatramos, serve co-
mo base para altares de demônios.
Quebrar as suas colunas significa que, devemos tirar de nossas vidas tudo aquilo que serve
de sustentação, para a permanência e a atuação de demônios, em nós. Pecados não confes-
sados servem de colunas ou sustentação firmes, para demônios continuarem a agir nas pes-
soas.
Cortar os postes ídolos significa que, devemos tirar de nossos lares e de nosso corpo todo e
qualquer objeto que represente uma ligação espiritual com demônios, ou qualquer objeto
consagrado a eles. Exemplos: Imagens de escultura, correntinhas religiosas, fitinhas consa-
gradas, broches ligados à nova era, e ornamentos que trazem representações espirituais.
Tudo isto são elos espirituais, que pactuam e amarram pessoas, a ficarem privadas de bên-
çãos espirituais, trazendo um jugo de aflição.

Leia Josué 9.1-20 e compare com Juízes 2.1-5.


As alianças espirituais são as maiores geradoras de maldições espirituais, podendo anular a
aliança de Deus.

“As imagens de escultura de seus deuses queimarás; a prata e o ouro que estão sobre e-
las não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces neles; pois são abo-
minação ao SENHOR, teu Deus. Não meterás, pois, coisa abominável em tua casa, pa-
ra que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de todo, a abo-
minarás, pois é amaldiçoada.” Dt 7.25-26

“Então, se dirá: Porque desprezaram a aliança que o SENHOR, Deus de seus pais, fez
com eles, quando os tirou do Egito; e se foram, e serviram a outros deuses, e os adora-
ram; deuses que não conheceram e que ele não lhes havia designado. Pelo que a ira do
SENHOR se acendeu contra esta terra, trazendo sobre ela toda a maldição que está es-
crita neste livro.” Dt 29.25-27
“Quando eu tiver introduzido o meu povo na terra que mana leite e mel, a qual, sob ju-
ramento, prometi a seus pais, e, tendo ele comido, e se fartado, e engordado, e houver
tornado a outros deuses, e os houver servido, e me irritado, e anulado a minha aliança.”
Dt 31.20

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Como são feitas as alianças espirituais?


Estas alianças são feitas por satanás (na Bíblia está tipificado pelas nações cananéias) através
de três meios básicos:
 Pela Astúcia ou Engano - Alianças com os Gibeonitas e seus resultados.
“Sucedeu que, ouvindo isto todos os reis que estavam daquém do Jordão, nas monta-
nhas, e nas campinas, em toda a costa do mar Grande, defronte do Líbano, os heteus, os
amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, se ajuntaram eles de co-
mum acordo, para pelejar contra Josué e contra Israel. Os moradores de Gibeão, porém,
ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai, usaram de estratagema, e foram, e se
fingiram embaixadores, e levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho,
velhos, rotos e consertados; e, nos pés, sandálias velhas e remendadas e roupas velhas
sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento. Foram ter com
Josué, ao arraial, a Gilgal, e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel: Chegamos de
uma terra distante; fazei, pois, agora, aliança conosco. E os homens de Israel responde-
ram aos heveus: Porventura, habitais no meio de nós; como, pois, faremos aliança con-
vosco? Então, disseram a Josué: Somos teus servos. Então, lhes perguntou Josué:
Quem sois vós? Donde vindes? Responderam-lhe: Teus servos vieram de uma terra mui
distante, por causa do nome do SENHOR, teu Deus; porquanto ouvimos a sua fama e
tudo quanto fez no Egito; e tudo quanto fez aos dois reis dos amorreus que estavam da-
lém do Jordão, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote. Pelo
que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos disseram: Tomai convosco
provisão alimentar para o caminho, e ide ao encontro deles, e dizei-lhes: Somos vossos
servos; fazei, pois, agora, aliança conosco. Este nosso pão tomamos quente das nossas
casas, no dia em que saímos para vir ter convosco; e ei-lo aqui, agora, já seco e boloren-
to; e estes odres eram novos quando os enchemos de vinho; e ei-los aqui já rotos; e es-
tas nossas vestes e estas nossas sandálias já envelheceram, por causa do mui longo ca-
minho. Então, os israelitas tomaram da provisão e não pediram conselho ao SENHOR.
Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes conservar a vida; e os príncipes
da congregação lhes prestaram juramento. Ao cabo de três dias, depois de terem feito a
aliança com eles, ouviram que eram seus vizinhos e que moravam no meio deles. Pois,
partindo os filhos de Israel, chegaram às cidades deles ao terceiro dia; suas cidades e-
ram Gibeão, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim. Os filhos de Israel não os feriram, por-
quanto os príncipes da congregação lhes juraram pelo SENHOR, Deus de Israel; pelo
que toda a congregação murmurou contra os príncipes. Então, todos os príncipes disse-
ram a toda a congregação: Nós lhes juramos pelo SENHOR, Deus de Israel; por isso,
não podemos tocar-lhes. Isto, porém, lhes faremos: Conservar-lhes-emos a vida, para
que não haja grande ira sobre nós, por causa do juramento que já lhes fizemos.” Js
9.1-20
“Houve, em dias de Davi, uma fome de três anos consecutivos. Davi consultou ao
SENHOR, e o SENHOR lhe disse: Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa,
porque ele matou os gibeonitas. Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou. Os gibe-
onitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus; e os filhos de Israel

lhes tinham jurado poupá-los, porém Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos
de Israel e de Judá.” II Sm 21.1-2

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 Pela Falta de Conhecimento (inconscientemente).


“Por isso, tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua
mãe. O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sa-
cerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote
diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de
teus filhos. O meu povo consulta o seu pedaço de madeira, e a sua vara lhe dá resposta;
porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu
Deus.” Os 4.5,6,12

 Conscientemente
"Fez ele o que era mau perante o SENHOR, segundo as abominações dos gentios que o
SENHOR expulsara de suas possessões, de diante dos filhos de Israel. Pois tornou a e-
dificar os altos que Ezequias, seu pai, havia destruído, e levantou altares a Baal, e fez
um poste-ídolo como o que fizera Acabe, rei de Israel, e se prostrou diante de todo o e-
xército dos céus, e o serviu. Edificou altares na Casa do SENHOR, da qual o SENHOR
tinha dito: Em Jerusalém porei o meu nome. Também edificou altares a todo
o exército dos céus nos dois átrios da Casa do SENHOR. E queimou a seu filho como
sacrifício, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro e tratava com médiuns e feiticeiros;
prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira. Tam-
bém pôs a imagem de escultura do poste-ídolo que tinha feito na casa de que o
SENHOR dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi
de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre; e não farei que os pés de
Israel andem errantes da terra que dei a seus pais, contanto que tenham cuidado de fa-
zer segundo tudo o que lhes tenho mandado e conforme toda a lei que Moisés, meu ser-
vo, lhes ordenou. Eles, porém, não ouviram; e Manassés de tal modo os fez errar, que
fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Is-
rael.” II Rs 21.2-9

Práticas que geram Alianças Espirituais


 Idolatria
“As imagens de escultura de seus deuses queimarás; a prata e o ouro que estão sobre elas
não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que te não enlaces neles; pois são abominação
ao SENHOR, teu Deus.” Dt 7.25

“para que não faças aliança com os moradores da terra; não suceda que, em se prostituindo
eles com os deuses e lhes sacrificando, alguém te convide, e comas dos seus sacrifícios e
tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se com seus
deuses, façam que também os teus filhos se prostituam com seus deuses.” Ex 34.15-16

 Ocultismo
“Quando entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer
conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo
fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro,
nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os
mortos.” Dt 18.9-11

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 Relações Sexuais Ilícitas


“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode
haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” II Co
6.14
“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da
carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” II Co 7.1
“Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre
vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices,
coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: ne-
nhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de
Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem
a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com
eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da
luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando
sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das
trevas; antes, porém, reprovai-as.” Ef 5.3-11

 Através de objetos amaldiçoados ou amuletos


“Não meterás, pois, coisa abominável em tua casa, para que não sejas amaldiçoado,
semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de todo, a abominarás, pois é amaldiçoada.”
Dt 7.26

Conseqüências das alianças espirituais

 Cegueira espiritual
“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está en-
coberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de
Deus.” II Co 4.3-4

 Privação de arrependimento
“O seu proceder não lhes permite voltar para o seu Deus, porque um espírito de prosti-
tuição está no meio deles, e não conhecem ao SENHOR.” Os 5.4

 Perturbação
“Porém, se não desapossardes de diante de vós os moradores da terra, então, os que dei-
xardes ficar ser-vos-ão como espinhos nos vossos olhos e como aguilhões nas vossas i-
lhargas e vos perturbarão na terra em que habitardes.” Nm 33.55

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 Ira e maldição
“Não exterminaram os povos, como o SENHOR lhes ordenara. Antes, se mesclaram
com as nações e lhes aprenderam as obras; deram culto a seus ídolos, os quais se lhes
converteram em laço; pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios e derrama-
ram sangue inocente, o sangue de seus filhos e filhas, que sacrificaram aos ídolos de
Canaã; e a terra foi contaminada com sangue. Assim se contaminaram com as suas o-
bras e se prostituíram nos seus feitos. Acendeu-se, por isso, a ira do SENHOR contra o
seu povo, e ele abominou a sua própria herança e os entregou ao poder das nações; so-
bre eles dominaram os que os odiavam. Também os oprimiram os seus inimigos, sob cu-
jo poder foram subjugados.” Sl 106.34-42

 Maldições hereditárias
“Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem
semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas
debaixo da terra; não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu, o SENHOR, teu
Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem.” Dt 5.7-9

Como Identificar as Alianças Espirituais


 Verifique se em sua vida, houve algumas práticas com religiões contrárias à Palavra
de Deus.
 Verifique se o seu nome não foi dado em homenagem a um santo ou ídolo.
 Reconheça se houve alguma união ilícita.
 Descubra qual a enfermidade mais comum em sua família.
 Existe algum vício familiar.
 Verifique se seus antepassados tiveram envolvimentos no ocultismo ou em ações
convidativas.

Como Quebrar as Alianças Espirituais


 Confesse publicamente o senhorio de Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus
o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e
com a boca se confessa a respeito da salvação.” Rm 10.9-10
 Renuncie audivelmente toda ligação e aliança com satanás e seus demônios “em o
Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré”.
 Confesse a Deus as suas ligações espirituais e peça cura plena de seu SER.
 Tome posse da vitória em Cristo Jesus.

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QUEBRA DE MALDIÇÕES
Maldições espirituais são ditos ou sentenças proferidas e decretadas espiritualmente. Elas,
em parte, são semelhantes às alianças espirituais, sendo que, na maioria das vezes, a mal-
dição é uma conseqüência de uma aliança espiritual. Contudo, não necessariamente, uma
maldição provêm de uma aliança espiritual.
“Amou a maldição: ela o apanhe; não quis a benção: aparte-se dele. Vestiu-se de mal-
dição como de uma túnica; penetre como água no seu interior, e nos seus ossos como
azeite, seja-lhe como roupa que o envolva, e como o cinto que continuamente cinge. Tal
seja, da parte do Senhor, o galardão dos meus adversários, e dos que maldizem contra a
minha alma.“ Sl 109.17-20

Vemos aqui, que a maldição realmente alcança, envolve e penetra no ser humano, trazendo
doenças e males. Ela é recíproca, tanto para quem proferiu, como para quem recebeu.

Como são geradas as maldições espirituais


As maldições são geradas através de palavras de uma autoridade, quando se encontra em
estado de animosidade.
“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.”
Pv 18.21
“Não calunies o servo diante de seu senhor, para que aquele te não amaldiçoe e fiques
culpado.” Pv 30.10

Porém, se for sem causa, perde o seu valor


“Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição sem causa
não se cumpre.” Pv.26.2
Quando uma pessoa alterada, lança uma maldição, demônios tomam estas palavras e encon-
tram acesso legal para cumpri-las. Exemplos bíblicos:
“Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Mal-
dito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o
SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele
nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo.” Gn 9.24-27
Ainda hoje os filhos de Jafé (europeus) são cabeças, e os filhos de Cam ( Africanos, Índios
Americanos e 3o mundo) são os povos oprimidos.
A maldição de Jericó e suas conseqüências. Compare os textos:
“Naquele tempo, Josué fez o povo jurar e dizer: Maldito diante do SENHOR seja o ho-
mem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito
lhe porá os fundamentos e, à custa do mais novo, as portas. Js 6.26

“Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; quando lhe lançou os fundamentos,
morreu-lhe Abirão, seu primogênito; quando lhe pôs as portas, morreu Segube, seu úl-

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timo, segundo a palavra do SENHOR, que falara por intermédio de Josué, filho de
Num.” I Rs 16.34

Práticas que Geram Maldições


 Impiedade
“A maldição do SENHOR habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele
abençoa.” Pv. 3.33
 Furto, bem como não dar o dízimo
“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.”
Ml 3.9
 Não cumprir a vontade de Deus
“ Dt 28.15-45.”
 O próprio fato de proferir maldição
“Tal seja, da parte do SENHOR, o galardão dos meus contrários e dos que falam mal
contra a minha alma.” Sl 109.20

Conseqüências da Maldição
Doenças, confusão, peste, morte, cegueira espiritual, perseguição, perturbação, loucura, mi-
séria, falta de emprego, infidelidade, furto, opressão, escravidão, dívidas e outras. Ler o capí-
tulo 28 do livro Deuteronômio.

Como Desfazer as Maldições


Pedir perdão pelos pecados dos nossos ancestrais, pedir perdão a Deus pelos nossos peca-
dos, que são provenientes destes. Reconhecer que Cristo tomou sobre si as nossas maldi-
ções e se fez maldição por nós.

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a
bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pe-
la fé, o Espírito prometido.” Gl 3.13-14
Desfazer as maldições, orando em Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré.

ÁREA DA INTUIÇÃO
A área da intuição é o local onde residem os poderes espirituais, os dons sobrenaturais, e a
percepção de espírito. É nesta área que o poder de Cristo, flui em nós.

“Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.” Lc
8.46

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Conseqüentemente, quando uma pessoa não tem a Cristo e está envolvida com as obras das
trevas, o seu espírito será utilizado para o serviço de Satanás através de: mediunidade, des-
dobramento e outros.
Temos visto que muitos que tiveram experiências nesta área, com espíritos das trevas, pos-
suem algum tipo de barreira espiritual. Quando o Espírito Santo procura ministrá-las, com a
Sua manifestação, ficam bloqueadas, não dando liberdade a Ele. A esta barreira chamamos
de BLOQUEIO ESPIRITUAL.

BLOQUEIO ESPIRITUAL
Bloqueio espiritual são traumas espirituais que inibem a manifestação do Espírito Santo.

Como são gerados os bloqueios espirituais


São gerados através de situações de possessão, ou ministrações com espíritos imundos. E
isto, posteriormente, vem à mente da pessoa, em forma de cenas traumáticas e cânticos ri-
tuais.

Conseqüências de bloqueios espirituais


 Impedem o agir de Deus de forma carismática
 Criam confusão e dúvidas acerca da salvação
 Deixam a pessoa sensível e propensa à forte opressão espiritual.

Como identificar um bloqueio espiritual


 Verifique se você já teve alguma experiência com espíritos malignos
 Descubra se você sente dificuldade de experimentar uma ministração carismática do
Espírito Santo.
 Você reconhece que certas cenas espirituais e canções rituais vêem a sua mente?

CONSCIÊNCIA
Consciência é a faculdade de nosso espírito, que é sensível à verdade inata (Lei natural de
Deus). Todo o homem tem na sua consciência a lei natural de Deus.

“Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a


consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se.” Rm
2.15
Porém, o que as pessoas fazem com a sua consciência, é que fará a diferença.
“Tão somente sê forte e mui corajoso, para teres o cuidado de fazer segundo toda a Lei que meu
servo Moisés te ordenou; dela não te desvie, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas
bem sucedido por onde quer que andares.“ Js 1.7.

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A vontade de Deus, é que tenhamos uma consciência equilibrada dentro do prumo de


Deus, não pendendo nem para direita, nem para a esquerda. O desejo de Deus é que seja-
mos bem sucedidos, em nosso andar, e com uma consciência reta, para com os homens e
com Deus.

Consciência cauterizada
É a consciência que foi endurecida, pela constante negligência em ouvir a lei natural de Deus
e pela tolerância do pecado. Isto é proveniente da idéia de um Deus impune, negligente e
omisso, com a humanidade.

Consciência supersensível
A consciência supersensível é derivada do medo de não cumprirmos com a Palavra de Deus,
o que, na maioria das vezes, nos leva a tomarmos uma atitude além do que está escrito, ge-
rando o legalismo.
Este legalismo é resultado de uma falsa compreensão do caráter da PATERNIDADE DE DEUS,
e gera a idéia de um Deus punitivo e vingador.
Vemos que estas duas distorções de consciência estão relacionadas com a nossa concepção
do caráter de Deus, e o nosso conceito de PATERNIDADE.

Passos para curar uma consciência deturpada


 Ter entendimento claro da Palavra de Deus.
 Pedir a Deus para aperfeiçoar a nossa consciência de acordo com o prumo e os pa-
drões dEle.
 Procurar obedecer a voz do Espírito Santo, para nos ajustarmos à consciência DEle.

CURA INTERIOR NA ÁREA DA ALMA


Para que entender como acontece a cura interior na alma do homem, precisamos ter nitida-
mente, uma compreensão clara e didática da alma do ser humano.
Segundo Sigmund Freud, o pai da psicanálise, a alma do ser humano pode ser didaticamente
dividida em: ESTADO CONSCIENTE, ESTADO SUBCONSCIENTE E ESTADO INCONSCIENTE.
O estado consciente é aquele nível em que estamos conscientes do mundo ao nosso redor.
Neste nível, as nossas funções psicológicas como intelecto, vontade e emoção, podem inte-
ragir amplamente. Portanto, estas faculdades chamadas de intelecto (mente), vontade e e-
moção, estão a pleno dispor no ser do homem.
No estado subconsciente jazem as informações catalogadas e arquivadas pelo nosso ser. Es-
tas informações não estão sempre nos nossos pensamentos, porque se encontram em um
nível mais profundo de consciência, porém, logo que estas forem necessárias, o “SER” ins-
tantaneamente, as busca com exatidão. Por exemplo: Você nem sempre está pensando na
sua residência, no nome de sua rua, e no número de sua casa. Mas, no momento em que
você precisar destas informações, automaticamente você as puxa pela MEMÓRIA e estas
informações aparecem.

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O estado inconsciente é o estado que o seu SER não tem acesso, porém, às vezes, certas
memórias e recordações, lá alojadas, reaparecem na mente a nível consciente. Nesta área
estão alojados os traumas mais complexos, os quais quando reaparecem, nos causam muitas
perturbações.
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração ( SER ); prova-me e conhece os meus
pensamentos inquietantes ( SAR’APAY em Hebr. do verbo SARAPH = queimar, ar-
der, inquietar ) ... “ Sl 139.23
Deus é conhecedor de todo o nosso ser, e de toda a nossa alma. Devemos pedir ao Espírito
Santo que sonde o mais íntimo e profundo do nosso ser, para que traga à mente os traumas
mais profundos e nos cure.
Nestas áreas profundas da alma, existem traumas em forma de:

Sentimentos
São determinadas feridas que não temos condição de visualizar por nós mesmos, porém,
sabemos que elas existem e geram em nós, sentimentos de dor, tristeza, aflição, angústia,
perda e etc.
Elas estão alojadas no inconsciente e torna-se difícil de aflorá-las, mas pelo poder do Espírito
Santo vêem a nossa mente, a nível consciente, e podemos ser curados. Um exemplo de feri-
das sentimentais na área do inconsciente são aquelas criadas no ventre materno ou no perí-
odo lactente. Quando um bebê nasce, ele sente a sensação de morte e pânico, no momento
em que o cordão umbilical é cortado.

Imagens
São fatos e acontecimentos que ficaram marcados em nossa mente, cujas cenas aparecem
aleatoriamente, às vezes acordado e na maioria das vezes dormindo. Estas cenas ou imagens
são a representação de um trauma ocorrido.

Impulsos volitivos
São reações de nosso ser, que na maioria das vezes nos sobrevêm, não trazendo explicação
aparente. São acessos de fúria, destruição, injustiça, ira, vontade de fazer o mal e etc.
Isto é decorrente de ofensas cometidas contra nós, cujos sentimentos impulsivos foram inibi-
dos.
“ ..., e perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos nosso ofensores; e não
nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, o poder e a gló-
ria para sempre. Amém. Porque se perdoardes aos homens as vossas ofensas, também o
vosso Pai vos perdoará a vós; se, porém não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” Mt 6.12-15

As Escrituras confirmam que, se não liberarmos o perdão aos nossos ofensores, Deus não
poderá nos perdoar e logo estes impulsos nos induzirão à tentação, e conseqüentemente ao
pecado.

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“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois,
havendo a concupiscência concebida, dá a luz o pecado; e o pecado sendo consumado gera a mor-
te." Tg 1.14-15
Podemos ver que somos tentados pelas nossas próprias concupiscências. Peçamos ao Espíri-
to Santo para nos tirar estes impulsos volitivos e que tenhamos condições de perdoar os nos-
sos ofensores, para sermos livres da tentação e do mal, recebendo do Espírito Santo o domí-
nio próprio, que é o auto controle e equilíbrio do ser.

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao dia-
bo.” Ef 4.26-27

Esta porção das Escrituras, traz luz ao comportamento do ser humano, ante a uma ofensa.
Quando alguém comete uma ofensa contra nós, nossa tendência natural é reagirmos com
atitudes, palavras ou sentimentos. Estas ofensas se não forem perdoadas, passando o tem-
po, são inibidas pelo nosso ser. Uma vez inibidas, elas encontram-se em nível subconsciente,
sendo lembradas somente quando quisermos. Se continuarem sendo reprimidas, podem até
chegar ao nível inconsciente, e este por sua vez, reage liberando ao nível consciente, em
forma de sentimentos, imagens ou impulsos volitivos.
Por isso a Bíblia diz: “Não se ponha o sol sobre a vossa ira”, isto é, não deixe a ofensa ficar até
amanhã, sem que você libere o perdão.

CURA INTERIOR NA ÁREA DO CORPO

O nosso corpo é formado basicamente por aparelhos, tais como: Aparelho Circulatório, Di-
gestivo, Respiratório, Reprodutor, Esqueleto e outros. Além destes, temos no nosso ser os
cinco sentidos básicos, que são: AUDIÇÃO, TATO, VISÃO, OLFATO, PALADAR E AUDIÇÃO.
Segundo reportagem do jornal Zero Hora, do dia de sábado do mês de junho de 1994, um
médico cubano afirma que grande maioria das doenças são de origem psicossomáticas. Isto
é, que as patologias físicas têm origens psicológicas. Alguns atribuem até uma porcentagem
de 70%.
As doenças psicossomáticas têm origem na personalidade, e tornam-se doenças físicas, do-
enças estas que não se consegue cura científica.
Isto, realmente tem sido uma verdade, pois nas ministrações de aconselhamento e cura inte-
rior, temos visto que, muitos casos de dores e doenças são resolvidos quando estas pessoas
se propõem a serem curadas interiormente, liberando perdão a outros.
Desta forma, trataremos da questão da cura interior no corpo, e quais são as conseqüências
benéficas, ao ser humano.
Veja abaixo uma lista de doenças que podem ter causa psicossomática:

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 ANSIEDADE
É o ato de ficar tenso, preocupado; ela pode causar úlcera, pois o estômago produz quanti-
dade de suco gástrico em excesso. Psicólogos admitem que, o que desgasta o homem é a
ansiedade.
“A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.” Pv 12.25
 AMARGURA
Perturbação provocada pelo ressentimento e causa stress.
“ ... nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela,
muitos sejam contaminados.” Hb 12.15

 ANGÚSTIA
É uma opressão interior ou um aperto no peito, que causa desconforto e aflição.

“Responde-me ó Deus da minha justiça; na angustia me tens aliviado... “ Sl 4.1

 CRÍTICA
É o ato de falar mal, segundo médicos, pode causar artrite.

 IRA
Conhecida como raiva, fúria, traz hipertensão.

 MÁGOA
Sentimento causado por uma ofensa recebida; pode causar cegueira, dores lombares e pre-
judica a flora intestinal.
"Meus olhos, de mágoa, se acham amortecidos, envelhecem por causa de todos os meus
adversários." Sl 6.7

 MEDO
Pavor, fobia, pode causar problemas cardíacos e bronquite. A Bíblia nos diz que causa tor-
mento.
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo pro-
duz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” 1 Jo 4.18

 NERVOSISMO, OU ABALO DO SISTEMA NERVOSO


Pode causar hemorróidas.

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Todas estas doenças devem ser curadas, primeiro na sua raiz, isto é na personalidade. Em
seguida, o físico recebe a cura, como conseqüência.
Temos visto, através de ministrações, que quando liberamos a cura para as causas psicos-
somáticas, as pessoas simultaneamente recebem a cura no físico.

COMO PASSAR PELO PROCESSO DE CURA INTERIOR PROFUNDA

Há pelo menos dois meios básicos de experimentar uma cura interior profunda, em todo o
nosso ser:

CURA INTERIOR EM NÍVEL CIRÚRGICO:


CURA INTERIOR EM NÍVEL TERAPÊUTICO:

Declaramos que esta diferença existe quanto à forma de ministração.

Cura interior em nível cirúrgico


Cura interior em nível cirúrgico é a forma de ministração que exige um processo profundo de
cura. Ela deve ser incisiva e de impacto.
Existem determinados tipos de traumas, que verdadeiramente causaram um choque muito
profundo, no homem. Este choque abalou as suas emoções, de tal forma que seu ser ficou
desestruturado, trazendo distúrbios emocionais e intelectuais. Ex.: estupro, seqüestro, abuso
sexual, espancamentos e outros.
Como este tipo de trauma foi muito forte, torna-se difícil receber cura de maneira simples.
Uma vez que, o seu ser foi violentamente abalado, este precisa ter um impacto de cura na
mesma proporção.
Ora, se determinado trauma, encontra-se em nível subconsciente, uma determinada cura
superficial, de certa forma torna-se irrisória. É necessário que o poder libertador do Espírito
Santo chegue realmente onde está o problema, caso contrário, é o mesmo que tratar um
câncer interno com mercúrio cromo.

Cura interior em nível terapêutico


Para determinadas pessoas, existem também determinados tipos de ministrações que serão
necessárias várias sessões. São casos que exigem um longo tratamento, pois a
cura emocional é a médio prazo. Denominamos isto, cura terapêutica.

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A NECESSIDADE DAS DUAS FORMAS DE CURA INTERIOR

Cura interior, em muitos aspectos, é semelhante a uma cura física. Por exemplo, há determi-
nados tipos de doenças, que só por meio de intervenção cirúrgica, o problema é resolvido.
Em outros casos, a fisioterapia é a melhor solução. Porém há determinadas situações em que
uma depende da outra. Existem certas moléstias, que primeiro se faz um tratamento intensi-
vo, para depois, sofrer uma intervenção cirúrgica. Outros, porém, que de acordo com a gra-
vidade do problema, primeiro passam por uma intervenção cirúrgica, para posteriormente
passar por uma série de ministrações terapêuticas.
O mesmo acontece, dentro da cura interior. Devemos ter sobriedade e discernimento para
optar pelo método de ministração ideal, para cada caso.
Queremos salientar, também, que o ato de passar por uma ministração de cura interior, não
quer dizer, necessariamente, que a pessoa tenha sido curada. Isto dependerá da fé, e da sua
capacidade de transformação de vida, diante da obra redentora de Cristo Jesus.
Como já dissemos, há casos que necessitam de várias ministrações de cura interior.

A QUESTÃO DA FÉ
Salientamos também, que sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que se
creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam.
Sabemos que, para compreendermos o mundo ao nosso redor, precisamos usar os nossos
cinco sentidos, porque eles nos servem de veículos de compreensão.
Da mesma forma, para entendermos as coisas da mente, e da alma, precisamos usar a lin-
guagem da alma, que é a lógica e a compreensão.
Na área do espírito, a linguagem que funciona como lei de compreensão, é a fé.
Logo, sem fé é impossível trabalhar em qualquer atividade do reino do espírito. Sem fé tor-
na-se impossível a conversão, a falta de fé anula a eficácia da oração, sem fé é impossível
receber o batismo com o Espírito Santo; sobretudo, sem fé, é impossível ministrarmos Cura
Interior.
Portanto, podemos dizer que a eficácia da cura interior, não depende unicamente de Cristo,
pois ele já efetuou tudo o que era possível na cruz do calvário. A eficácia da cura interior de-
pende de minha fé em Cristo Jesus.
Muitas pessoas antes de serem ministradas, nos dizem: "Eu precisaria no mínimo de sete
ministrações"; elas limitam a cura, pois a sua fé as condicionou a isto. Devemos ter fé e não
condicionarmos a obra do Espírito Santo.

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CONCLUSÃO
Vivemos em tempos de restauração. Deus está curando feridas profundas na alma do Seu
povo. Por isso, o nosso propósito foi de colocar à disposição do aluno este estudo, a fim de
que, não apenas ele mesmo venha a ser curado de suas feridas, como também possa ser
canal da cura de Deus, a outros irmãos que sentem a mesma necessidade de desfrutar a
liberdade, estando curados. Que sintam a coragem de expressar o amor e a alegria de Deus,
sem barreiras que possam impedi-los de fazer a Sua vontade.
Tendo em vista o nosso objetivo, cremos que o Reino de Deus estará sendo restaurado. As
pessoas libertas e curadas desenvolverão cada vez mais potencial para o crescimento da I-
greja e sua maturidade. Sabemos que o Nosso Senhor Jesus Cristo virá e buscará uma Igreja
madura e forte, que expressará a Sua imagem, para reinar com Ele, eternamente.

BIBLIOGRAFIA

ARS LATINA, 16a ed. Petrópolis- RJ, Vozes, 1973, p. 166


DICIONÁRIO HEBRAICO - PORTUGUÊS & ARAMAICO - PORTUGUÊS, São Leopoldo, Sinodal/Vozes.
1987
GINGRICH, F. Wilbur & DANKER, Frederick W. Léxico do N.T. Grego/Português. São Paulo, 1 a ed.
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McCONNEL, James V. Psicologia, 2 a ed. Rio de Janeiro; Interamericana, 1978, p. 161-163; 435-438
NÚCLEO DE ACONSELHAMENTO CRISTÃO “FUNDAÇÃO SARA NOSSA TERRA”, Seminário básico de
aconselhamento, Apostila, Brasília - DF. s.d. ( com permissão )
THOMPSON, R. Paredes do Coração, 1a ed., Venda Nova, Ed. Betânia, 1994
SANTOS, Marcus G. Ministração de cura interior profunda dentro da teoria tricotômica, Apostila, 1995
SEAMANDS, David A. Cura para os traumas emocionais, Venda Nova, Ed. Betânia, 1984

Livros recomendados
A cura para os traumas emocionais - Seamands
Paredes do Coração - Tompson, R.
Personalidades Restauradas - M. Valnice
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