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EDIÇÃO 562

1ª Turma do STJ que negou provimento a recurso do INSS ao


EDIÇÃO 714 de que, sob a vigência do CPC/2015, a sentença
entendimento
ilíquida proferida contra a autarquia previdenciária está dispensada
TRF da 4ªnecessária.
da remessa Região determina que o INSS conceda as
pensões por morte do pai e da mãe a uma mulher de 69
anos de Frederico Westphalen (RS) com deficiência visual.
Acórdão daaCRSS
Conforme que trata
5ª Turma da do benefício
corte, de assistência
o benefício social
é devido se ao
a
idoso.
invalidez é anterior ao óbito do instituidor.

Acórdão da 5ª Turma do TRF da 4ª Região que deu


provimento a apelação do INSS contra sentença que havia
deferido revisão de benefício previdenciário concedido
com DIB em 27/05/1987 (recuperação dos excessos
desprezados da RMI), ao entendimento de que, estando a
data de início do benefício - DIB fora dos interregnos
albergados pelos arts. 26 da Lei 8.870/1994 e art. 21, 3º,
da Lei 8.880/1994 (5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de
1993), o pedido sobre o qual não há litispendência deve
ser julgado improcedente.
ÍNDICE
ÍNDICE.............................................................................................................................................................. 1

EDITORIAL........................................................................................................................................................ 3

NOTAS INFORMATIVAS .................................................................................................................................... 4

NOTÍCIAS ......................................................................................................................................................... 6

RESENHA LEGISLATIVA ..................................................................................................................................... 8

ACÓRDÃO EM DESTAQUE .............................................................................................................................. 10

EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA .................................................................................................................. 13

EVENTOS ........................................................................................................................................................ 22

RELEASE ......................................................................................................................................................... 25

FICHA TÉCNICA .............................................................................................................................................. 26


Boletim Informativo – Edição 714 3

EDITORIAL

Prezado Leitor

O Informativo Semanal do IBDP - INF 714, referente ao período de 02 a 08/12/2022, destaca,


dentre as notícias, a decisão do TRF da 4ª Região que determinou que o INSS conceda as
pensões por morte do pai e da mãe a uma mulher de 69 anos de Frederico Westphalen (RS)
com deficiência visual. Conforme a 5ª Turma da corte, o benefício é devido se a invalidez é
anterior ao óbito do instituidor.
Em «Acórdão em Destaque» contamos com decisão da 5ª Turma do TRF da 4ª Região que deu
provimento a apelação do INSS contra sentença que havia deferido revisão de benefício
previdenciário concedido com DIB em 27/05/1987 (recuperação dos excessos desprezados da
RMI), ao entendimento de que, estando a data de início do benefício - DIB fora dos interregnos
albergados pelos arts. 26 da Lei 8.870/1994 e art. 21, 3º, da Lei 8.880/1994 (5 de abril de 1991
e 31 de dezembro de 1993), o pedido sobre o qual não há litispendência deve ser julgado
improcedente.
Assim, colocamos ao crivo do leitor mais uma edição do Informativo Semanal do Instituto
Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP.

A Diretoria
Boletim Informativo – Edição 714 4

NOTAS INFORMATIVAS
 Diego Cherulli, vice-presidente do IBDP, comenta sobre a revisão da vida toda em matéria na
Infomoney (https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/stf-volta-a-julgar-revisao-da-vida-
toda-do-inss-entenda-o-que-esta-em-jogo) e (https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/
stf-adia-de-novo-decisao-sobre-revisao-da-vida-toda-do-inss-veja-o-que-pode-mudar), no Uol
(https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/11/30/entenda-revisao-da-vida-toda-da-
aposentadoria.htm), na Gaucha ZH (https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2022/
11/stf-retoma-nesta-quarta-feira-julgamento-da-revisao-da-vida-toda-do-inss-que-pode-permi
tir-recalculo-de-aposentadorias-clb2rlck7000s014ut6578ddy.html), no Estadão (https://www.
estadao.com.br/economia/revisao-da-vida-toda-julgamento-stf/), na Folha de São Paulo
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/stf-retoma-julgamento-da-revisao-da-vida-
toda-do-inss.shtml), MSN (https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/stf-nunes-marques-
vota-contra-revis%C3%A3o-da-vida-toda-e-julgamento-%C3%A9-suspenso/ar-AA14KURZ), no
DGABC (https://www.dgabc.com.br/Noticia/3898059/stf-nunes-marques-vota-contra-revisao-
da-vida-toda-e-julgamento-e-suspenso), newsbulletin247 (https://newsbulletin247.com/econo
my/218372.html), O Tempo, de BH (https://www.otempo.com.br/super-noticia/revisao-da-
vida-toda-do-inss-julgamento-deve-ser-retomado-nesta-quinta-1.2775127), e, ainda, no Jornal
do Commercio, de PE (https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/jamildo/2022/12/15132604-revisao-
vida-toda-inss-stf-julga-revisao-do-inss-saiba-situacao.html).
 Diego Cherulli, vice-presidente do IBDP, comenta sobre a decisão do julgamento da revisão da
vida toda no Valor Econômico (https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2022/12/01/entenda-
quem-tem-direito-a-revisao-da-vida-toda.ghtml), no Estadão (https://www.estadao.com.br/
politica/blog-do-fausto-macedo/stf-aprova-revisao-vida-toda-aposentadoria-inss) e (https://
www.estadao.com.br/economia/revisao-vida-toda-inss-quem-tem-direito-casos/), no Terra
(https://www.terra.com.br/economia/stf-decide-a-favor-da-revisao-da-vida-toda-do-inss-veja-
quem-tem-direito,93cf5417246a9d019fb0d5565944b047s68mn1x5.html), na Infomoney
(https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/stf-aprova-revisao-da-vida-toda-do-inss-por-
6-votos-a-5-veja-o-que-muda/), Correio, da BA (https://www.correio24horas.com.br/noticia/
nid/supremo-decide-a-favor-da-revisao-da-vida-toda-do-inss/), Diário do Nordeste, CE
(https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/revisao-da-vida-toda-do-inss-e-aprova
da-pelo-stf-1.3307514), no SBT News (https://www.sbtnews.com.br/noticia/justica/232143-stf-
valida-revisao-da-vida-toda-que-pode-beneficiar-aposentados), MSN (https://www.msn.com/
pt-br/noticias/brasil/stf-decide-a-favor-da-revis%C3%A3o-da-vida-toda-do-inss-veja-quem-tem-
direito/ar-AA14NqeI), no Conjur (https://www.conjur.com.br/2022-dez-01/decisao-revisao-
gerar-avalanche-processos), no SBT (https://www.youtube.com/watch?v=Em2ENhic30Q), no
SBT News (entrevista no 8:10) (https://www.youtube.com/watch?v=0EAO5k6jB7w) e no Bom
Dia DF TV Globo (https://globoplay.globo.com/v/11173240/), no Estadão (https://www.
estadao.com.br/economia/revisao-vida-toda-inss-quem-tem-direito-casos/), na CBN (https://
cbn.globoradio.globo.com/media/audio/394229/cerca-de-10-dos-segurados-terao-direito-revi
sao-da.htm), no Terra (https://www.terra.com.br/economia/revisao-da-vida-toda-do-inss-
quem-tem-direito-a-pedir-e-em-que-casos-vale-a-pena,dcef93f4ee8e36b74ff1c69af6c39b71wyi
6glnf.html).
 Adriane Bramante, presidente do IBDP, comenta sobre a revisão da vida toda em matéria na
CNN Brasil (https://www.cnnbrasil.com.br/business/revisao-da-vida-toda-entenda-o-que-e-e-
Boletim Informativo – Edição 714 5

quem-pode-rever-valor-da-aposentadoria/), na CBN (https://cbn.globoradio.globo.com/media/


audio/394372/entenda-os-efeitos-da-revisao-da-vida-toda-na-sua-.htm), na Band (https://www.
band.uol.com.br/noticias/revisao-da-vida-toda-para-inss-abre-caminho-para-golpes-alerta-ibdp-
16566858), na Rádio Web (https://rwcast.com.br/revisao-da-vida-toda-do-inss-entenda-o-que-
e-e-quem-tem-direito).
 Gisele Kravchychyn, diretora do IBDP, comenta sobre a revisão da vida toda em matéria na Folha
de São Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/12/inss-preve-pagar-r-25-bi-a-
mais-com-novos-beneficios-em-2022.shtml), no Estado de Minas) MG (https://www.em.
com.br/app/noticia/economia/2022/12/04/internas_economia,1429281/inss-preve-pagar-r-2-
5-bi-a-mais-com-novos-beneficios-em-2022.shtml), MSN (https://www.msn.com/pt-br/dinhei
ro/economia-e-negocios/inss-prev%C3%AA-pagar-rdollar-25-bi-a-mais-com-novos-benef%C3%
ADcios-em-2022/ar-AA14SPVa), o Tempo/MG (https://www.otempo.com.br/brasil/inss-preve-
pagar-r-2-5-bi-a-mais-com-novos-beneficios-em-2022-1.2776793), no O Popular (https://opopu
lar.com.br/noticias/economia/inss-prev%C3%AA-pagar-r-2-5-bilh%C3%B5es-a-mais-com-novos-
benef%C3%ADcios-em-2022-1.2573302), no News Bulletin (https://newsbulletin247.com/
economy/219989.html).
 IBDP foi citado em matérias sobre a decisão do julgamento da revisão da vida no Uol
(https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/12/01/stf-revisao-vida-toda-inss.htm) e
(https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/12/04/quem-se-beneficia-com-revisao-
da-vida-toda-da-aposentadoria.htm), no Investing (https://m.br.investing.com/news/stock-
market-news/juros-mercado-realiza-lucros-e-taxas-sobem-apos-quedas-nas-ultimas-sessoes-
1063407?ampMode=1), na Isto É (https://istoe.com.br/juros-mercado-realiza-lucros-e-taxas-
sobem-apos-quedas-nas-ultimas-sessoes/), no Primeiro Jornal (https://primeirojornal.com.br/
2022/12/supremo-decide-a-favor-da-revisao-da-vida-toda-do-inss/), no Jornal do Comércio, do
RS (https://www.jornaldocomercio.com/economia/2022/12/875643-processo-da-revisao-da-
vida-toda-ainda-pode-ser-modulado.html).
Boletim Informativo – Edição 714 6

NOTÍCIAS

STJ. Tributário. Contribuição previdenciária patronal. Base de cálculo. Exclusão da


contribuição previdenciária do empregado. Discussão. Recurso repetitivo. Tema 1.174/STJ. A
1ª Seção do STJ afetou os Recursos Especiais 2.005.029, 2.005.087, 2.005.289 e 2.005.567, de
relatoria do Min. HERMAN BENJAMIN, para julgamento sob o rito dos repetitivos. A questão
submetida a julgamento, cadastrada como Tema 1.174 na base de dados do STJ, está assim
ementada: «possibilidade de excluir os valores relativos à contribuição previdenciária do
empregado e do trabalhador avulso e ao Imposto de Renda de pessoa física, retidos na fonte
pelo empregador, da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal e das
contribuições destinadas a terceiros e ao RAT (antigo Seguro de Acidentes de Trabalho – SAT)».
O colegiado determinou a suspensão do trâmite de todos os processos que envolvam a matéria
em primeira e segunda instâncias, e também no STJ, como previsto no artigo 1.037, inciso II, do
Código de Processo Civil. Segundo o relator, o caráter repetitivo da matéria foi verificado a
partir de pesquisa à base de jurisprudência do STJ, que recuperou 922 decisões monocráticas e
25 acórdãos proferidos por ministros componentes da Primeira e da Segunda Turma contendo
demanda semelhante. Em um dos recursos representativos da controvérsia, a recorrente
sustentou que a base de cálculo da contribuição previdenciária patronal, do SAT e da
contribuição de terceiros deve corresponder ao valor líquido da remuneração. (REsp.
2.005.029, 2.005.087, 2.005.289 e 2.005.567)

TRF da 1ª Região. Previdenciário. Aposentadoria por tempo de contribuição. Procedência.


Requisitos preenchidos quando do requerimento administrativo. Termo inicial. Retroação.
Uma segurada do (INSS) teve reconhecido o direito de receber os proventos referentes à
aposentadoria por tempo de contribuição desde a data em que requereu o benefício. A decisão
é da 2ª Turma do TRF da 1ª Região. O fato levou o INSS a recorrer ao Tribunal alegando que a
decisão da 1ª instância deve ser reformada para que a data inicial do pagamento seja fixada na
data do trânsito em julgado do acórdão. Ao analisar o caso, o relator, Des. Fed. RAFAEL PAULO,
explicou que «deve ser mantida a sentença que, em execução, e diante do alegado silêncio do
título, determinou que o termo inicial do benefício deve ser a data de entrada do requerimento
administrativo, uma vez que, à ocasião, já houveram sido preenchidos os requisitos legais».
Com isso, o Colegiado, por unanimidade, negou provimento ao recurso do INSS nos termos do
voto do relator. (Proc. 0026687-87.2007.4.01.3400)

TRF da 4ª Região. Pensão por morte. Beneficiária portadora de deficiência visual. Cumulação
de pensões decorrentes das mortes do pai e da mãe. Deficiência posterior à maioridade, mas
anterior aos óbitos. Benefícios concedidos. O TRF da 4ª Região determinou que o INSS conceda
as pensões por morte do pai e da mãe a uma mulher de 69 anos de Frederico Westphalen (RS)
com deficiência visual. Conforme a 5ª Turma da corte, o benefício é devido se a invalidez é
anterior ao óbito do instituidor. A decisão foi proferida por unanimidade em 29/11. A mulher
ajuizou ação após o INSS negar os benefícios sob o argumento de que a invalidez era posterior
aos 21 anos de idade, quando já havia perdido a qualidade de dependente. O juízo de primeiro
grau concedeu as pensões e autarquia recorreu ao tribunal. Segundo o relator, juiz convocado
no TRF4 ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL, ficou comprovado que a parte autora estava inválida
na época do falecimento do genitor, em 1997, tendo direito à concessão. Quanto à pensão da
Boletim Informativo – Edição 714 7

mãe, falecida em 2006, também. Ambos eram aposentados por idade rural. «O filho inválido
atende aos requisitos necessários à condição de dependência econômica para fins
previdenciários, nos termos do art. 16, I, da Lei de Benefícios, mesmo que a invalidez seja
posterior ao advento dos 21 anos de idade, desde que tal condição seja preexistente ao óbito
do instituidor da pensão», finalizou o magistrado. (Proc. 5000189-19.2022.4.04.7130/RS)
Boletim Informativo – Edição 714 8

RESENHA LEGISLATIVA

Tipo Núm. Órgão Resumo Emissão Publicação


PORTARIA 3.994 MTP Aprova a nova redação da 05/12/2022 07/12/2022
Norma Regulamentadora 25 -
Resíduos Industriais.
PORTARIA 3.978 MTP Altera a Portaria MTP 2.162, de 02/12/2022 07/12/2022
27 de julho de 2022, para
dispor sobre o envio mensal da
relação dos motoristas de táxi
para fins do recebimento do
benefício devido aos motoristas
de táxi, instituído pela Emenda
Constitucional 123, de 14 de
julho de 2022.
INSTRUÇÃO 141 PRES/INSS Altera a Instrução Normativa 06/12/2022 07/12/2022
NORMATIVA PRES/INSS 128, de 28 de março
de 2022, que disciplina as
regras, procedimentos e rotinas
necessárias à efetiva aplicação
das normas de direito
previdenciário.
PORTARIA 1.079 DIRBEN/INSS Altera o Livro I das Normas 06/12/2022 07/12/2022
Procedimentais em Matéria de
Benefícios, que disciplina os
procedimentos e rotinas que
versam sobre cadastro, admi-
nistração e retificação de
Informações dos Segurados e
Beneficiários no âmbito do
INSS, aprovado pela Portaria
Dirben/INSS 990, de 28 de
março de 2022.
PORTARIA 1.080 DIRBEN/INSS Altera o Livro II das Normas 06/12/2022 07/12/2022
Procedimentais em Matéria de
Benefícios, que disciplina os
procedimentos e rotinas de
benefícios do Regime Geral de
Previdência Social - RGPS no
âmbito do INSS, aprovado pela
Portaria Dirben/INSS 991, de 28
de março de 2022.
PORTARIA 1.081 DIRBEN/INSS Altera o Livro IV das Normas 06/12/2022 07/12/2022
Procedimentais em Matéria de
Benefícios, que disciplina a
aplicação prática do Processo
Boletim Informativo – Edição 714 9

Administrativo Previdenciário -
PAP no âmbito do INSS,
aprovado pela Portaria Dirben/
INSS 993, de 28/03/2022.
PORTARIA 1.082 DIRBEN/INSS Altera o Livro VIII das Normas 06/12/2022 07/12/2022
Procedimentais em Matéria de
Benefícios, que disciplina os
procedimentos e rotinas de
revisão no âmbito do INSS,
aprovado pela Portaria Dirben/
INSS 997, de 28/03/2022.
PORTARIA 1.083 DIRBEN/INSS Altera o Livro VII das Normas 06/12/2022 07/12/2022
Procedimentais em Matéria de
Benefícios, que disciplina os
procedimentos e rotinas de
recurso no âmbito da área de
benefício do INSS, aprovado
pela Portaria Dirben/INSS 996,
de 28/03/2022.
PORTARIA 1.533 DIRBEN/INSS Dispõe sobre o valor dos 08/12/2022 09/12/2022
encargos apurados no exercício
de 2021 com a manutenção de
empréstimos consignados na
folha de pagamento de benefí-
cios administrados pelo Institu-
to Nacional do Seguro Social.
Boletim Informativo – Edição 714 10

ACÓRDÃO EM DESTAQUE

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5019234-75.2017.4.04.7100/RS


RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS
APELANTE: OSWALDO OLMIRO MEOTTI (AUTOR)
APELANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (RÉU)
APELADO: OS MESMOS

EMENTA

APELAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. ART. 21, § 3º, DA LEI 8.880-94. ART. 26 DA LEI 8.870-94.
RECUPERAÇÃO DOS EXCESSOS DESPREZADOS DA RMI. LIMITAÇÃO TEMPORAL DA REVISÃO.
1. Quando o salário-de-benefício resultar superior ao limite máximo do salário-de-contribuição
vigente no mês de início do benefício, a diferença percentual entre esta média e o referido
limite será incorporada ao valor do benefício juntamente com o primeiro reajuste do mesmo
após a concessão.
2. Ocorre que o art. 26 da Lei 8.870/94 só se aplica aos benefícios concedidos entre 5 de abril
de 1991 e 31 de dezembro de 1993, ao passo em que o art. 21, §3º, da Lei 8.880/94 é limitado
aos benefícios concedidos a partir de 1º de março de 1994.
3. Assim, estando a data de início do benefício - DIB fora dos interregnos albergados pelos arts.
26 da Lei 8.870/1994 e art. 21, 3º, da Lei 8.880/1994, o pedido deve ser julgado improcedente.

DECISÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 5ª Turma do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, dar provimento à apelação
do INSS, prejudicado o recurso adesivo da parte autora, nos termos do relatório, votos e notas
de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS


Relator

RELATÓRIO

OSWALDO OLMIRO MEOTTI ajuizou ação de procedimento comum contra o Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, postulando a revisão/readequação da renda mensal de seu benefício
mediante a recuperação das diferenças não aproveitadas pelo limite do salário de benefício ao
teto do salário de contribuição, a partir do primeiro reajuste do benefício, «ut» artigos 26 da Lei
8.870/1994, 21, § 3º da Lei 8.880/1994, bem como aos limites máximos de pagamento (tetos)
instituídos pelas Emendas Constitucionais 20/1998 e 41/2003.
Processado o feito, sobreveio sentença que reconheceu a litispendência relativamente ao
pedido de aplicação dos novos tetos, mas julgou o parcialmente procedente o pedido de
incorporação do coeficiente teto. O decisum tem o seguinte dispositivo (evento 47, SENT1):
Boletim Informativo – Edição 714 11

«I. RECONHEÇO a litispendência parcial e JULGO PARCIALMENTE EXTINTO o feito, sem


resolução de mérito, nos termos do art. 485, V, do CPC, relativamente ao pedido de
aplicação dos novos tetos, fixados pelas ECs 20/1998 (R$ 1.200,00) e 41/2003 (R$
2.400,00), como limitadores máximos da renda mensal reajustada;
II. No mérito, quanto ao pedido remanescente, REJEITO a prejudicial de decadência,
RECONHEÇO a prescrição quinquenal e JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, nos termos do
art. 487, I, do CPC, para condenar o INSS a:
a) revisar o benefício da parte autora, reajustando a média dos salários de contribuição
pelos índices previdenciários, sem qualquer limitação, para apuração da renda mensal,
observando os tetos de contribuição posteriores apenas para fins de limitação do
pagamento, nos termos da fundamentação;
b) pagar as prestações vencidas até a revisão do benefício, observada a prescrição,
atualizadas desde o vencimento até o efetivo pagamento, acrescidas de juros de mora,
a contar da citação, conforme fundamentação;
c) pagar honorários advocatícios ao procurador da parte adversa, em face da
sucumbência mínima suportada pela parte autora, fixados nos percentuais mínimos
dos incisos do § 3º e atendendo aos §§ 2º e 5º, todos do art. 85 do CPC, excluídas as
prestações vincendas a contar da prolação desta sentença (Súmula 111 do STJ).
Custas pelo INSS, entretanto, sem ressarcimento, dado que não adiantadas, sendo a
parte autora beneficiária de gratuidade da justiça.»

Apela o INSS (evento 51, RAZAPELCRIM1). Defende que o benefício de aposentadoria da parte
apelada foi concedido em 05/1987, enquanto que a decisão proferida pelo Pleno do Supremo
Tribunal Federal, por ocasião do julgamento no Recurso Extraordinário 564.354, no dia
08/09/2010, tem aplicação limitada aos benefícios concedidos a partir de 05 de abril de 1991,
por força do que dispõe o art. 145, da Lei 8.213/91, porque antes não havia lei disciplinando a
fórmula de recuperação do valor que excedia ao teto, o chamando «índice teto», que consiste
na diferença percentual entre o teto e o excedente da média. Esse incremento foi introduzido
no ordenamento jurídico pátrio somente através da Lei 8.870/1994 (art. 26) e é apurado no
momento da concessão e agregado ao valor da renda mensal no primeiro reajuste.
Ao fim, requer a improcedência do feito ou, subsidiariamente, a aplicação integral da Lei
11.960/2009 aos consectários legais.
A parte autora interpôs recurso adesivo (evento 57, RECADESI2), em que requer o
reconhecimento da interrupção da prescrição a partir do ajuizamento da Ação Civil Pública
0004911-28.2011.4.03.6183.
Apenas a parte autora apresentou contrarrazões.
Vieram os autos a esta Corte.
O feito foi sobrestado em face do Tema 1.005 do STJ.
As partes foram instadas a exercer o contraditório em relação ao processo
50176946520124047100/TRF4.
É o relatório.

VOTO

Juízo de admissibilidade

Ambos os recursos devem ser conhecidos porquanto tempestivos, adequados e dispensados de


preparo.
Boletim Informativo – Edição 714 12

Índice de Reajuste do Teto - IRT


A sentença deferiu revisão do benefício previdenciário concedido com DIB em 27/05/1987
mediante a aplicação, no primeiro reajuste, do chamado 'coeficiente teto', consoante disposto
no art. 26 da Lei 8.870/1994 e no art. 21, § 3º, da Lei 8.880/1994, julgando extinto, por
litispendência da ação 50176946520124047100, o pedido de readequação da renda mensal aos
novos limites de salário de contribuição estabelecidos pela EC 20/98 e pela EC 41/2003.
Ocorre que o art. 26 da Lei 8.870/1994 só se aplica aos benefícios concedidos entre 05 de abril
de 1991 e 31 de dezembro de 1993, ao passo em que o art. 21, § 3º, da Lei 8.880/1994 é
limitado aos benefícios concedidos a partir de 1º de março de 1994, verbis:

Lei 8.870/1994
Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, com
data de início entre 05 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 1993, cuja renda mensal
inicial tenha sido calculada sobre salário de benefício inferior à média dos 36 últimos
salários de contribuição, em decorrência do disposto no § 2º do art. 29 da referida Lei,
serão revistos a partir da competência abril de 1994, mediante a aplicação do
percentual correspondente à diferença entre a média mencionada neste artigo e o
salário de benefício considerado para a concessão.
Parágrafo único. Os benefícios revistos nos termos do «caput» deste artigo não
poderão resultar superiores ao teto do salário de contribuição vigente na competência
de abril de 1994. (grifei)

Lei 8.880/1994
Art. 21. Nos benefícios concedidos com base na Lei 8.213, de 1991, com data de início
a partir de 1º de março de 1994, o salário-de-benefício será calculado nos termos do
art. 29 da referida lei, tomando-se os salários-de-contribuição expressos em URV.
(...)
§ 3º Na hipótese da média apurada nos termos deste artigo resultar superior ao limite
máximo do salário-de-contribuição vigente no mês de início do benefício, a diferença
percentual entre esta média e o referido limite será incorporada ao valor do benefício
juntamente com o primeiro reajuste do mesmo após a concessão, observado que
nenhum benefício assim reajustado poderá superar o limite máximo do salário-de-
contribuição vigente na competência em que ocorrer o reajuste.

Assim, estando a data de início do benefício - DIB fora dos interregnos albergados pelos artigos
26 da Lei 8.870/1994 e art. 21, 3º, da Lei 8.880/1994, o pedido sobre o qual não há
litispendência deve ser julgado improcedente.
Logo, o apelo do INSS fica provido, restando prejudicado o recurso adesivo da parte autora.
Invertida a sucumbência, fica o autor condenado a pagar honorários advocatícios em favor do
INSS, os quais vão fixados nos percentuais mínimos dos incisos do § 3º, do art. 85 do CPC,
observado o escalonamento do § 5º do mesmo dispositivo. Tais percentuais incidirão sobre o
valor atualizado da causa (evento 16).
Por fim, deve ser observada a suspensão da exigibilidade da verba sucumbencial decorrente do
benefício da gratuidade da justiça.

Dispositivo
Ante o exposto, voto por dar provimento à apelação do INSS, prejudicado o recurso adesivo da
parte autora.

ROGER RAUPP RIOS, Desembargador Federal Relator


Boletim Informativo – Edição 714 13

EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA

STJ

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SEGURADO ESPECIAL.


RECONHECIMENTO DE TEMPO LABORADO NA AGRICULTURA. REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. COMPROVAÇÃO DO LABOR RURAL.
IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS LEGAIS. TAMANHO DA PROPRIEDADE RURAL NÃO
DESCARACTERIZA, POR SI SÓ, O REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. RECURSO JULGAD88 SOB A
SISTEMÁTICA DO ART. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015, C/C O ART. 256-N E SEGUINTES DO
REGIMENTO INTERNO DO STJ.
1. Inicialmente, consigna-se que o presente recurso atrai a incidência do Enunciado
Administrativo 3 do STJ, segundo o qual aos recursos interpostos com fundamento no
CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os
requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC.
2. Trata-se de Recurso Especial do INSS com o escopo de desfazer a caracterização da qualidade
de segurada especial do recorrido, em razão de o autor possuir área de terras, superando o
limite legal de 4 módulos fiscais, nos termos dos arts. 11, VII, alínea «a» c/c art. 143 da Lei
8213/1991.
3. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não evidencia ofensa ao art.
1.022 do CPC.
4. Aos trabalhadores rurais, ao completarem 60 anos de idade, se homem, ou 55, se mulher
(Constituição Federal, art. 201, § 7º, inciso II; Lei n. 8.213/91, art. 48, § 1º), é garantida a
concessão de aposentadoria por idade, no valor de um salário-mínimo, desde que comprovem
o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período,
imediatamente anterior ao requerimento, igual ao número de meses correspondentes à
carência do benefício (arts. 39, inciso I, e 48, § 2º, ambos da Lei de Benefícios).
5. O critério - do tamanho do imóvel rural - foi incluído pela Lei 11.718/2008, que reformulou
drasticamente o conceito de segurado especial. Essa Lei teve por origem a Medida Provisória
410/2007, que apenas prorrogou o prazo do art. 143 da Lei 8.213/1991. Ao mesmo tempo em
que a Lei 11.718/2008 incluiu o critério da quantidade de área explorada na caracterização do
segurado especial, estabeleceu vários outros elementos, a saber: a) contratação de mão-de-
obra até o limite de 120 dias no ano civil; b) outorga de contrato da parceria, meação ou
comodato de até 50% do imóvel rural; c) a exploração da atividade turística da propriedade
rural, com hospedagem, por período não superior a 120 (cento e vinte) dias ao ano; d) a
utilização, pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de
beneficiamento ou industrialização artesanal e) a percepção de benefício previdenciário até um
salário mínimo mensal, inclusive de origem urbana.
6. No tocante à descaracterização do labor em regime de economia familiar em razão da
extensão da propriedade rural ultrapassar o limite legal de 4 módulos fiscais, há muito esta
Corte Superior de Justiça firmou orientação no sentido de que não se pode analisar
simplesmente a extensão do imóvel rural, mas sim avaliar a condição do segurado especial
como um todo, considerando o contexto do caso concreto, se preenchidos os demais requisitos
necessários à sua configuração.
Boletim Informativo – Edição 714 14

7. Nesse sentido, a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça dispõe que o


tamanho da propriedade rural, por si só, não tem o condão de descaracterizar o regime de
economia familiar, quando preenchidos os demais requisitos legalmente exigidos.
8. Tese jurídica firmada: O tamanho da propriedade não descaracteriza, por si só, o regime de
economia familiar, caso estejam comprovados os demais requisitos legais para a concessão da
aposentadoria por idade rural.
9. Do caso concreto: O acórdão prolatado pelo Tribunal de origem consignou que «é devido o
reconhecimento do tempo de serviço rural, em regime de economia familiar, quando
comprovado mediante início de prova material corroborado por testemunhas», e que, no caso
dos autos «da análise da prova material colhida, corroborada pelas declarações produzidas
durante a justificação administrativa, é possível aferir que os declarantes afirmaram de forma
uníssona e coerente que recorrido Vilmar sempre trabalhou nas lides agrícolas, na lavoura e no
cultivo de mel, desempenhando o trabalho em regime de economia familiar, com seus pais e
sua esposa». Assim, sendo «o fato de a propriedade ser superior a quatro módulos fiscais não
tem o condão de, isoladamente, descaracterizar o regime de economia familiar».
9.1. O Tribunal de origem solveu a controvérsia em consonância com a orientação
jurisprudencial desta Corte Superior de Justiça, segundo a qual o tamanho da propriedade, por
si só, não é fundamento suficiente à descaracterização do exercício de trabalho rural, em
regime de economia familiar.
10. Solução do caso concreto: Recurso Especial do INSS não provido.
11. Recurso julgado sob a sistemática do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015 e do art. 256-N e
seguintes do Regimento Interno do STJ.
(STJ, REsp. 1.947.404/RS, 1ª Seção, Rel.: Min. BENEDITO GONÇALVES, j. em 23/11/2022, DJe
07/12/2022)

TRF DA 3ª REGIÃO

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. ARTIGO 966, V E VIII, DO CPC.


REVISÃO DE BENEFÍCIO. PERÍODO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO EM SENTENÇA
TRABALHISTA. SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO. INCLUSÃO NO CÁLCULO DA RMI. POSSIBILIDADE.
VIOLAÇÃO DE NORMA JURÍDICA. CARACTERIZAÇÃO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO COM ESSE
FUNDAMENTO.
- Ação rescisória objetivando a desconstituição de acórdão desta Corte que manteve decisão
mediante a qual se reformou sentença de procedência de pedido de revisão de benefício de
aposentadoria, formulado com vistas à inclusão no cálculo da RMI de salários-de-contribuição
correspondentes a período de vínculo empregatício reconhecido por sentença da Justiça do
Trabalho.
- Ajuizamento da ação dentro do biênio legal, contado do trânsito em julgado da última decisão
proferida no feito subjacente, nos moldes do art. 975 do CPC, não ocorrendo a decadência.
- A questão do caráter recursal da demanda e ausência de hipótese de rescindibilidade, trazida
preliminarmente em contestação, diz respeito ao mérito, com o qual deve ser analisada.
- O julgado rescindendo, conquanto tenha constatado a existência nos autos de início de prova
material favorável à pretensão do autor, consistente em sentença trabalhista na qual
reconhecido período de trabalho (09/05/1994 a 19/03/1998) e determinada sua anotação em
CTPS, considerou essa sentença insuficiente para fins previdenciários e, consequentemente,
Boletim Informativo – Edição 714 15

para efeito da vindicada inclusão dos salários-de-contribuição correspondentes ao tempo de


serviço reconhecido no cálculo da RMI.
- A mencionada sentença laboral, a par de documentação acostada ao feito subjacente capaz
de corroborá-la, foi proferida após instrução probatória e baseou-se em prova material,
conforme reconhecido administrativamente no âmbito da própria Previdência Social, por
ocasião de julgamento que, em sede recursal, confirmou a concessão da aposentadoria ao
segurado com arrimo no acréscimo do tempo de serviço reconhecido na ação trabalhista.
- Ao tempo da prolação do acórdão rescindendo (20/02/2013), o tema da eficácia probatória,
para fins previdenciários, da sentença trabalhista fundada em provas produzidas no processo
em que proferida já não era controvertido no âmbito do E. Superior Tribunal de Justiça (STJ),
cuja jurisprudência se tinha pacificado anteriormente no sentido da admissibilidade dessa
eficácia nas demandas de natureza previdenciária, o que afasta a incidência da Súmula 343/STF
no caso em tela.
- De outra parte, havendo o aresto rescindendo adotado posicionamento contrário à orientação
já firmada à época pelo E. STJ, fica configurada a violação manifesta de norma jurídica, em
conformidade com precedentes daquela Corte Superior (REsp 1277080/MG, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 17/10/2011; REsp n.
1.001.779/DF, relator Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe de
18/12/2009).
- Desse modo, deve ser desconstituído o julgado combatido nesta ação, posto que fundado em
interpretação de disposição de lei (art. 55, § 3º, da Lei n. 8.213/1991) dissonante daquela
firmada pelo E. Superior Tribunal de Justiça, caracterizando-se a hipótese de rescindibilidade
prevista no art. 966, V, do CPC.
- Acolhido o pedido com fundamento na violação de norma jurídica, despicienda a análise da
alegação de erro de fato (art. 966, VIII, CPC).
- O C. Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE 631.240/MG, assentou orientação
no sentido de que a concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do
interessado (Tema 350/STF), fixando também os critérios a serem observados nas ações
ajuizadas anteriormente a 03/09/2014, quanto às quais estabeleceu que, mesmo na ausência
do prévio requerimento administrativo, a apresentação de contestação pela Autarquia
Previdenciária impugnando o mérito configuraria o interesse de agir da parte autora, em razão
de ter sido resistida a pretensão, sendo esse o caso da ação de origem desta rescisória.
- A jurisprudência do E. STJ firmou-se no sentido de que o segurado faz jus à revisão do
benefício previdenciário em razão de sentença trabalhista que tenha acarretado alteração nos
seus salários de contribuição, pelo que possível o recálculo da RMI do benefício, com a
alteração dos salários-de-contribuição em razão do decidido em sentença trabalhista, ainda que
o INSS não tenha integrado a lide. Precedentes desta Corte Regional no mesmo sentido.
- Por fim, eventual falta de recolhimento das contribuições previdenciárias devidas nos
períodos reconhecidos não pode ser atribuída ao segurado, nos termos do art. 30, I, da Lei
8.212/91, mas tão somente ao empregador, a quem compete ao ente autárquico fiscalizar, já
tendo sido decidido neste E. Tribunal a esse respeito que «o recolhimento das contribuições
devidas ao INSS decorre de uma obrigação legal que incumbe à autarquia fiscalizar. Não
efetuados os recolhimentos pelo empregador, ou não constantes nos registros do CNIS, não se
permite que tal fato resulte em prejuízo ao segurado, imputando-se a este o ônus de
comprová-los» (in: TRF 3ª Região, 10ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL - 5007602-
80.2018.4.03.6183, Rel. Desembargador Federal PAULO OCTAVIO BAPTISTA PEREIRA, julgado
em 26/05/2022, DJEN DATA: 31/05/2022). E, ainda, no mesmo diapasão: (TRF 3ª Região, 3ª
Boletim Informativo – Edição 714 16

Seção, AR - AÇÃO RESCISÓRIA - 5033373-14.2020.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal


SERGIO DO NASCIMENTO, julgado em 13/12/2021, Intimação via sistema DATA: 17/12/2021).
- Por conseguinte, em sede de iudicium rescissorium, impõe-se o provimento do agravo legal
interposto pela parte autora em face da decisão que deu provimento à apelação do INSS e à
remessa oficial, reformando-se essa decisão e, consequentemente, mantendo-se a r. sentença
de primeiro grau, que julgou procedente o pedido formulado na ação subjacente para
reconhecer o direito do autor à revisão da renda mensal inicial do seu benefício, levando em
consideração os salários-de-contribuição constantes na Relação dos Salários de Contribuição do
período de 09/05/1994 a 19/03/1998, fornecida pela empresa com a qual foi reconhecido
judicialmente seu vínculo empregatício no referido período.
- Quanto ao termo inicial dos efeitos financeiros, as diferenças decorrentes da inclusão, no
período básico de cálculo, dos salários-de-contribuição correspondentes ao período de trabalho
reconhecido na sentença trabalhista deverão ser pagas desde a data da concessão do benefício,
não existindo prescrição, na hipótese, porque decorrido prazo inferior a 5 (cinco) anos entre a
data de deferimento do benefício (DDB: 21/06/2004) e o ajuizamento da ação subjacente
(12/01/2006).
- No tocante aos consectários (atualização e juros), é de rigor a estrita observância dos
precedentes obrigatórios do C. STF, Tema 810, e do C. STJ, Tema 905, até a data da publicação
da Emenda Constitucional n. 113, de 08/12/2021, ocorrida em 09/12/2021, quando se inicia a
incidência da SELIC.
- Condenação do INSS em verba honorária, fixada no patamar mínimo sobre o valor da
condenação, observado o disposto no art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC, e na Súmula 111/STJ.
- Matéria preliminar rejeitada. Ação rescisória procedente, com fundamento no art. 966, V, do
CPC. Em juízo rescisório, agravo legal do autor provido para negar provimento à apelação do
INSS e à remessa oficial, mantendo-se a r. sentença de primeiro grau e explicitando-se seus
termos quanto ao termo inicial dos efeitos financeiros e aos consectários da dívida, na forma da
fundamentação.
(TRF da 3ª Região, Proc. 5017716-32.2020.4.03.0000, 3ª Seção, Relª.: LEILA PAIVA MORRISON, j.
02/12/2022, DJEN 07/12/2022)

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. PERÍCIA.


AUSÊNCIA DE APRECIAÇÃO DEVIDA DOS QUISITOS LEGAIS. OFENSA AO PRINCÍPIO DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL. SENTENÇA EXTRA PETITA. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DIVERSO DO
PRETENDIDO. SENTENÇA ANULADA.
1. Cinge-se a questão ora posta na possibilidade de concessão de aposentadoria por tempo de
contribuição vindicada, sustentando a parte autora possuir os requisitos para sua concessão.
2. Verifico que o magistrado a quo não se ateve aos termos do pedido inicial que se restringia
ao reconhecimento da atividade especial e, por consequência a concessão do benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência, denegando à parte autora
o benefício de aposentadoria por incapacidade permanente, sem que houvesse pedido neste
sentido, enfrentando questão que não integrou a pretensão efetivamente manifesta. A r.
sentença apreciou os requisitos necessários para a percepção de benefício diverso daquele que
foi solicitado, rejeitando-o em desacordo com o pedido.
3. A aposentadoria por tempo de serviço para portador de deficiência, modalidade de
aposentadoria contributiva, positivada pela Lei Complementar 142/2013, é fruto do
regramento excepcional contido no art. 201, § 1º da Constituição Federal, referente à adoção
de critérios diferenciados para a concessão de benefícios a portadores de deficiência.
Boletim Informativo – Edição 714 17

4. A Lei Complementar dispõe ainda, em seu art. 4º, que a avaliação da deficiência será médica
e funcional, nos termos do regulamento, e que o grau de deficiência será atestado por perícia
própria do Instituto Nacional do Seguro Social, por meio de instrumentos desenvolvidos para
esse fim.
5. A perícia médica realizada nos autos não fez avaliação médica e funcional nos termos da
Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MOG/AGU nº 001/14 e Manual do Índice de
Funcionalidade Brasileiro - IF-Br 30/04/2012 - IETS - Instituto de Estudos do Trabalho e
Sociedade, motivo pelo qual não foi detalhadamente especificada a existência ou não de
deficiência pela requerente, bem como o grau de deficiência presente.
6. Identifica-se o caso de anulação da sentença a quo e o retorno dos autos à Vara de origem,
para a realização da perícia pleiteada e o regular prosseguimento do feito
7. Apelação da parte autora provida. Sentença anulada.
(TRF da 3ª Região, Proc. 5040000-73.2021.4.03.9999, 3ª T., Rel.: TORU YAMAMOTO, j.
25/11/2022, DJEN 05/12/2022)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PERÍODO TRABALHADO CONCOMITANTE À


PERCEPÇÃO DO BENEFÍCIO. TEMA REPETITIVO. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA.
- Não conhecimento do reexame necessário, conforme disposto no art. 496, § 3º, inciso I, do
Código de Processo Civil, que afasta a exigência do duplo grau de jurisdição quando a
condenação ou o proveito econômico for inferior a 1.000 salários-mínimos.
- No período entre o indeferimento administrativo e a efetiva implantação de auxílio-doença ou
de aposentadoria por invalidez, mediante decisão judicial, o segurado do RGPS tem direito ao
recebimento conjunto das rendas do trabalho exercido, ainda que incompatível com sua
incapacidade laboral, e do respectivo benefício previdenciário pago retroativamente (Tema
Repetitivo n. 1.013 do STJ, REsp. 1.786.590/SP e 1.788.700/SP, acórdão publicado em
1º/7/2020).
- Com relação aos índices de atualização monetária e taxa de juros, devem ser observados os
posicionamentos firmados na Repercussão Geral no Recurso Extraordinário nº 870.947 (Tema
810) e no Recurso Especial Repetitivo nº 1.492.221 (Tema 905), adotando-se, dessa forma, o
IPCA-E nos processos relativos a benefício assistencial e o INPC nos feitos previdenciários.
- Apelação da autora provida.
- Apelação do INSS a que se nega provimento.
(TRF da 3ª Região, Proc. 0001138-93.2012.4.03.6003, 8ª T., Relª.: THEREZINHA ASTOLPHI
CAZERTA, j. 30/11/2022, DJEN 05/12/2022)

TRF DA 4ª REGIÃO

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. CERCEAMENTO DE DEFESA. TEMPO DE SERVIÇO NA


CONDIÇÃO DE ALUNO-APRENDIZ.
1. Não há cerceamento de defesa, em razão do indeferimento do pedido de realização de
perícia, quando há elementos suficientes nos autos para análise da especialidade dos períodos
reclamados.
2. O cômputo do tempo de serviço como aluno-aprendiz exige a demonstração da efetiva
execução do ofício, mediante encomendas de terceiros, não bastando a percepção de
vantagem indireta (alimentação, alojamento, material escolar, uniformes). Jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.
Boletim Informativo – Edição 714 18

3. O recebimento de retribuição pecuniária na condição de aluno-aprendiz não pode ser


comprovado exclusivamente com base em prova testemunhal.
(TRF da 4ª Região, Proc. 5006838-40.2020.4.04.7107/RS, 5ª T., Relª.: ADRIANE BATTISTI, j.
06/12/2022)

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DIB. RETROAÇÃO À DATA DO ÓBITO.


IMPOSSIBILIDADE.
1. O termo inicial do benefício de pensão por morte deve ser fixado de acordo com as leis
vigentes por ocasião do óbito. Antes da Lei 9.528/97, de 10/12/1997, o benefício era devido a
contar do falecimento, independente da data do requerimento.
2. Com a edição da Lei 13.183/2015, o inciso I do referido art. 74 passou a dispor, a partir de
05/11/2015, que a pensão por morte seria devida a partir do óbito, quando requerida até 90
dias depois.
3. O fato de existir processo judicial no qual a de cujus pretendia a concessão do benefício
previdenciário não obriga o INSS a concluir que o autor desejaria receber automaticamente o
benefício de pensão por morte.
4. Apelo da da parte autora desprovido.
(TRF da 4ª Região, Proc. 5000007-06.2022.4.04.7139/RS, 5ª T., Rel.: RODRIGO KOEHLER
RIBEIRO, j. 06/12/2022)

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. REGRA DE TRANSIÇÃO DO ART. 17 DA EC


103/2019. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. REGRAS DA EC 103/2019. REAFIRMAÇÃO DA DER.
1. Após a promulgação da Emenda Constitucional 103/2019, a aposentadoria por tempo de
contribuição é devida aos segurados que comprovem, além do tempo mínimo de contribuição,
o requisito etário. Contudo, é devida a concessão de aposentadoria ao segurado que preencha
os requisitos do art. 17 das regras de transição da referida emenda, quais sejam: (a) tempo
mínimo de contribuição, até a data da entrada em vigor da EC 103/2019, de 28 ou 33 anos,
conforme o sexo do segurado; (b) tempo mínimo de contribuição, na DER, de 30 ou 35 anos,
conforme o sexo do segurado e (c) período adicional de 50% do tempo que, na data da entrada
em vigor da EC 103/2019, faltaria para atingir o tempo de contribuição necessário à concessão
do benefício de acordo com as regras anteriores à referida emenda.
2. Após a promulgação da Emenda Constitucional 103/2019, a aposentadoria especial é devida
aos segurados que comprovem o tempo mínimo de contribuição em exercício de atividades
com efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde durante 15, 20 ou 25 anos, conforme a
atividade, além do requisito etário de 55, 58 ou 60 anos para os segurados ou seguradas que
tiverem desempenhado, respectivamente, atividades que deem ensejo à concessão de
aposentadoria especial com 15, 20 ou 25 anos.
3. A Emenda Constitucional 103/2019 estabeleceu, em seu art. 21, regra de transição para os
segurados filiados ao RGPS até a data de sua entrada em vigor, exigindo, nesse caso, para a
concessão de aposentadoria especial, além do tempo mínimo de contribuição em exercício de
atividades com efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde durante 15, 20 ou 25 anos, o
requisito da pontuação mínima, composta pela soma da idade do segurado ou da segurada com
seu tempo de contribuição, que deve ser de 66, 76 ou 86 pontos, conforme a atividade
desempenhada permita a concessão da aposentadoria especial com 15, 20 ou 25 anos de
efetiva exposição, respectivamente.
4. Conforme decidido pelo STJ no julgamento do Tema 995, é possível a reafirmação da DER
(Data de Entrada do Requerimento) para o momento em que implementados os requisitos para
Boletim Informativo – Edição 714 19

a concessão do benefício, mesmo que isso se dê no interstício entre o ajuizamento da ação e a


entrega da prestação jurisdicional nas instâncias ordinárias, nos termos dos arts. 493 e 933 do
CPC/2015, observada a causa de pedir.
(TRF da 4ª Região, Proc. 5027665-30.2019.4.04.7100/RS, 6ª T., Rel.: JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, j. 30/11/2022)

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. METODOLOGIA DE AFERIÇÃO DO RUÍDO. SÍLICA LIVRE.


LINACH. AVALIAÇÃO QUALITATIVA. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. NECESSIDADE
DE AFASTAMENTO DA ATIVIDADE ESPECIAL. ART. 57, § 8º DA LEI 8.213/1991. TUTELA
ESPECÍFICA.
1. A ausência de indicação, no PPP ou no laudo pericial, da metodologia empregada na
verificação da exposição do trabalhador ao agente agressivo ruído, ou a utilização de
metodologia diversa daquela indicada na NHO 01 da FUNDACENTRO, não impede o
reconhecimento do exercício da atividade especial pela exposição a esse agente, devendo,
nesse caso, a análise ser realizada de acordo com o critério de aferição apresentado no
processo.
2. Conforme entendimento firmado quanto do Tema 170 da Turma Nacional de Uniformização,
a avaliação qualitativa de sílica livre cristalizada pode ser aplicada mesmo para períodos
anteriores à vigência da LINACH.
3. Cumprida a carência e demonstrado o exercício de atividades em condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física durante o período exigido pela legislação, é devida
à parte autora a concessão de aposentadoria especial.
4. No julgamento do RE 791.961/PR, Tema 709 da repercussão geral, o STF reconheceu a
constitucionalidade do § 8º do art. 57 da Lei 8.213/1991, que veda a percepção do benefício de
aposentadoria especial pelo segurado que continuar exercendo atividade nociva, ou a ela
retornar. A Corte ainda estabeleceu que, nas hipóteses em que o trabalhador continua a
exercer o labor especial após a solicitação da aposentadoria, a data de início do benefício e os
efeitos financeiros da concessão serão devidos desde a DER. Dessa forma, somente após a
implantação do benefício, seja na via administrativa, seja na via judicial, torna-se exigível o
desligamento da atividade nociva, sendo que o retorno voluntário ao trabalho nocivo ou a sua
continuidade não implicará a cassação ou cancelamento da aposentadoria, mas sim a cessação
de seu pagamento, a ser promovida mediante devido processo legal, incumbindo ao INSS, na
via administrativa, oportunizar ao segurado prazo para que regularize a situação.
5. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão, por se tratar de decisão de eficácia
mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença
stricto sensu previstas no art. 497 do CPC/15, sem a necessidade de um processo executivo
autônomo (sine intervallo).
(TRF da 4ª Região, Proc. 5006604-63.2017.4.04.7107/RS, 6ª T., Rel.: JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, j. 30/11/2022)

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PERÍODOS RECONHECIDOS NA VIA ADMINISTRATIVA.


IMPOSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO SEM O DEVIDO PROCESSO LEGAL. POSSIBILIDADE DE
EXECUÇÃO DAS PARCELAS DO BENEFÍCIO CONCEDIDO NO JULGADO ATÉ O MOMENTO EM QUE
DEFERIDO OUTRO MAIS VANTAJOSO NA VIA ADMINISTRATIVA. TEMA 1018/STJ. EXECUÇÃO
INVERTIDA. POSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS DÉBITOS DA FAZENDA PÚBLICA.
1. É indevida a supressão imotivada de períodos previamente reconhecidos na via
administrativa uma vez que, em que, em pese a Autarquia, enquanto Administração Pública,
Boletim Informativo – Edição 714 20

tenha o poder-dever de anular seus próprios atos, quando constata a existência de alguma
irregularidade, deve fazê-lo por meio de decisão fundamentada, tomada no curso do devido
processo legal, em que tenham sido assegurados ao particular o contraditório e a ampla defesa.
2. Julgando o Tema 1018, o STJ fixou tese jurídica no sentido de que o segurado tem direito à
opção pelo benefício concedido administrativamente no curso da ação judicial, caso mais
vantajoso e, concomitantemente, à execução das parcelas do benefício reconhecido na via
judicial, desde o termo inicial fixado para sua concessão até a data de início do pagamento do
benefício deferido na via administrativa.
3. A prática da execução invertida, que ocorre quando o próprio devedor elabora e apresenta
os cálculos dos valores devidos, mostra-se um procedimento célere para a efetivação da
prestação da tutela jurisdicional, especialmente nas ações previdenciárias, sem caracterizar
mácula às normas processuais.
4. O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE 870.947, com repercussão geral (Tema STF
810), a inconstitucionalidade do uso da TR como fator de atualização monetária, sem
modulação de efeitos. O Superior Tribunal de Justiça, no REsp 1.495.146 (Tema STJ 905), em
precedente também vinculante, e tendo presente a inconstitucionalidade da TR, distinguiu os
créditos de natureza previdenciária, em relação aos quais, com base na legislação anterior,
determinou a aplicação do INPC, daqueles de caráter administrativo, para os quais deverá ser
utilizado o IPCA-E. A partir da data da publicação da Emenda Constitucional nº 113/2021,
contudo, incidirá, para fins de atualização monetária, de remuneração do capital e de
compensação da mora, inclusive do precatório, uma única vez, até o efetivo pagamento, o
índice da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado
mensalmente.
(TRF da 4ª Região, Proc. 5003287-80.2015.4.04.7122/RS, 6ª T., Rel.: JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, j. 30/11/2022)

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.


REGULARIZAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PENDENTES DE PAGAMENTO.
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. DATA DE INÍCIO DOS EFEITOS FINANCEIROS DA CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. TUTELA ESPECÍFICA.
1. Comprovado que a parte autora pretendia efetuar a regularização de contribuições
previdenciárias desde o requerimento de concessão de sua aposentadoria, não pode ser
penalizado pelo transcurso do prazo que decorreu em razão do não atendimento desse pedido.
2. A regularização de períodos pendentes de pagamento por parte de contribuintes individuais
mediante quitação das respectivas contribuições terá efeitos retroativos, tanto para fins de
delimitação das regras vigentes para a concessão da aposentadoria, como para a fixação do
termo inicial de seus efeitos financeiros.
3. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão, por se tratar de decisão de eficácia
mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença
stricto sensu previstas no art. 497 do CPC/15, sem a necessidade de um processo executivo
autônomo (sine intervallo).
(TRF da 4ª Região, Proc. 5000330-45.2021.4.04.7139/RS, 6ª T., Rel.: JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, j. 30/11/2022)

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR MORTE DE COMPANHEIRO. CONCESSÃO.


QUALIDADE DE SEGURADO INCONTESTE. UNIÃO ESTÁVEL. DEMONSTRAÇÃO. PROVA
MERAMENTE TESTEMUNHAL. ÓBITO ANTERIOR. TUTELA ESPECÍFICA.
Boletim Informativo – Edição 714 21

1. O óbito ocorreu sob a regência da Lei nº 13.135, de 17/06/2015, resultante da Medida


Provisória nº 664, de 30 de dezembro de 2014, que alterou os arts. 16, I, III; 74, §§ 1º e 2º; 77, §
2º, incisos e parágrafos, da Lei nº 8.213/91.
2. O óbito ocorreu antes de 18/01/2019 (vigência da MP 871/2019 - trazendo diversas
alterações na Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91), portanto admissível a
demonstração da união estável/dependência econômica por prova exclusivamente
testemunhal.
3. Inconteste a qualidade de segurado e demonstrada a união estável entre o casal, merece
reforma a sentença de improcedência com a condenação do INSS a conceder o benefício de
pensão por morte de companheiro a contar do óbito, porque não ultrapassados mais de 90
(noventa) dias do falecimento.
4. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de
implementar o benefício em favor da parte autora, por se tratar de decisão de eficácia
mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença
stricto sensu previstas no art. 497 do CPC/15, sem a necessidade de um processo executivo
autônomo (sine intervallo).
(TRF da 4ª Região, Proc. 5075705-43.2019.4.04.7100/RS, 6ª T., Rel.: JOÃO BATISTA PINTO
SILVEIRA, j. 30/11/2022)
Boletim Informativo – Edição 714 22

EVENTOS

XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO


19 e 20/10/2023
Local: Complexo de Eventos Royal Palm Campinas – Campinas/SP
Inscrições: até 17/12/2022
https://www.ibdp.org.br/eventos/xvii-congresso-brasileiro-de-direito-previdenciario-4/.

SEMINÁRIO PRESENCIAL

I SEMINÁRIO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DA REGIÃO CENTRO-OESTE BONITO/MS


Data: 17/03/2023, das 8h às 19h30.
Local: Eco Resort Zagaia – Bonito/MS
https://www.ibdp.org.br/eventos/i-seminario-de-direito-previdenciario-da-regiao-centro-
oeste-bonito-ms/.

SEMINÁRIO ON LINE

I SEMINÁRIO SOLIDÁRIO ON-LINE DO SUL DE MINAS GERAIS


Data: 03/02/2023, das 9h às 12h30.
Local: plataforma Zoom
http://www.ibdp.org.br/eventos/i-seminario-solidario-on-line-do-sul-de-minas-gerais.

CURSO PRESENCIAL

DISSECANDO O PPP – PRESENCIAL EM BELÉM/PA


Data: 27/01/2023, das 9h às 17h.
Local: Elephant Coworking - Av. Gov. José Malcher, 153 - Nazaré, Belém - PA.
https://www.ibdp.org.br/eventos/dissecando-o-ppp-presencial-em-belem-pa/.

RECURSOS NOS TRIBUNAIS SUPERIORES – PRESENCIAL EM VITÓRIA/ES


Data: 11/03/2023, das 13h30 às 17h30.
Local: OAB/ES - Rua Alberto de Oliveira Santos, 59 - Centro, Vitória/ES.
https://www.ibdp.org.br/eventos/recursos-nos-tribunais-superiores-presencial-em-vitoria-es/.

PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO – PRESENCIAL EM BAURU/SP


Data: 03/02/2023, das 8h30 às 17h30.
Docente: Maura Feliciano de Araújo.
Local: Auditório Sincomércio – Av. Nações Unidas, 17-45, Vila Santo Antônio, Bauru/SP.
https://www.ibdp.org.br/eventos/planejamento-previdenciario-presencial-em-bauru-sp.

PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO – PRESENCIAL EM LIMEIRA/SP


Data: 31/03/2023, das 8h30 às 17h30.
Docente: Maura Feliciano de Araújo.
Local: Auditório Sincomércio de Limeira– Rua da Boa Morte, 200, Centro Limeira/SP.
https://www.ibdp.org.br/eventos/planejamento-previdenciario-presencial-em-limeira-sp/.
Boletim Informativo – Edição 714 23

CURSOS ON LINE

REVISÃO DA VIDA TODA APÓS A DECISÃO DO STF – TEORIA E PRÁTICA (COM MODELO DA
PETIÇÃO INICIAL) – Online e Ao Vivo
Docentes: Maura Feliciano de Araújo e Rodrigo Moreira Sodero Victório.
Data: 17/12/2022, das 9h às 13h
https://www.ibdp.org.br/eventos/revisao-da-vida-toda-apos-a-decisao-do-stf-teoria-e-pratica-
com-modelo-da-peticao-inicial-online-e-ao-vivo/.

DISSECANDO O PPP – EDIÇÃO 2022 – MÓDULO GRAVADO


Docente: Adriane Bramante de Castro Ladenthin.
Inscrições: até 10/07/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/entendendo-a-nova-contagem-do-inss-on-line/.

ENTENDENDO A NOVA CONTAGEM DO INSS - ON-LINE


Docente: José Maurício Fariña.
Inscrições: até 03/07/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/dissecando-o-ppp-edicao-2022-modulo-gravado/.

INSTRUÇÃO NORMATIVA – INSS/2022 (GRAVADO)


Inscrições: até 15/05/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/curso-instrucao-normativa-inss-2022-on-line-gravado-3/.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC/LOAS. TEORIA E PRÁTICA – COM DICAS


DIRECIONADAS PARA ATUAÇÃO
Docente: Rodrigo Telles.
Inscrições: até 30/04/2023.
https://www.ibdp.org.br/eventos/beneficio-de-prestacao-continuada-bpc-loas-teoria-e-pratica-
com-dicas-direcionadas-para-atuacao-gravado-2/.

PRECIFICAÇÃO E NEGOCIAÇÃO DE HONORÁRIOS NO PREVIDENCIÁRIO


Docente: Beatriz Machnick.
Inscrições: até 10/04/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/precificacao-e-negociacao-de-honorarios-no-previdenciario-
gravado/.

ENTENDENDO O PRECATÓRIO: O QUE É, COMO SOLICITAR E O QUE MUDA APÓS A EC 113/2021


Docente: Maria Fernanda Wirth.
Inscrições: até 04/04/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/curso-entendendo-o-precatorio-o-que-e-como-solicitar-e-o-que-
muda-apos-a-ec-113-2021-on-line/.

ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA PARA INICIANTES – ON-LINE -MÓDULO 1 – ASPECTOS GERAIS DE


BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Inscrições: até 31/03/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/advocacia-previdenciaria-para-iniciantes-modulo-1-aspectos-
gerais-de-beneficios-previdenciarios/.
Boletim Informativo – Edição 714 24

ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA PARA INICIANTES – ON-LINE -MÓDULO 2 – REGIMES


PREVIDENCIÁRIOS E PROCESSO
Inscrições: até 31/03/2023
https://www.ibdp.org.br/eventos/advocacia-previdenciaria-para-iniciantes-modulo-2-regimes-
previdenciarios-e-processo/.
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RELEASE

Descrição da obra: FARIÑA, Maurício. Direito Previdenciário Militar e o Ex-Combatente -


Regime Constitucional de Proteção Social dos Militares. Curitiba: Juruá, 2023, 242 p.

Obra singular sobre a análise da caracterização do ex-combatente e prova material para que
este possa se habilitar ao benefício assistencial, se não puder prover por seus próprios meios e
nada receber dos cofres públicos ou se vivo sob a égide da Lei 8.059/1990 receber apenas um
benefício previdenciário. O livro analisa a imersão da Pensão Especial de Ex-combatente no
Regime Constitucional de Proteção Social dos Militares, a partir da construção de que tanto os
militares federais, estaduais, do Distrito Federal como o ex-combatente estão umbilicalmente
ligados ao Direito Previdenciário. Essa ligação decorre de uma imposição jurídica, como uma
necessidade protetiva, posto que o Direito Administrativo não alcança os exclusivos princípios
previdenciários, como o Princípio do Tempus Regit Actum. E será esse princípio a base de
diversas análises sobre a aplicação da lei, aos dependentes do ex-combatente, como é o caso
da filha maior, solteira, e se esta precisa ou não ser inválida para ter direito à Pensão Especial
de Ex-combatente. Esta uníssona obra lista os dependentes do ex-combatente e as
peculiaridades para que eles se habilitem à Pensão Especial, bem como a apuração das suas
cotas-partes e até as causas de perda da pensão. A construção da doutrina se dá por fontes
primárias do Direito, como a lei e a jurisprudência, tendo sempre a Constituição da República
Federativa do Brasil como parâmetro para a análise de possíveis inconstitucionalidades da
reforma trazida pela Emenda Constitucional 103/2019 e pela Lei 13.954/2019. Citamos as
contribuições ao Regime Constitucional de Proteção Social dos Militares pelos ex-combatentes
e seus dependentes como um dos temas tratados no livro como sendo incompatíveis com o
próprio conceito constitucional de assistência social, natureza jurídica da Pensão Especial do Ex-
combatente.
Boletim Informativo – Edição 714 26

FICHA TÉCNICA

Boletim Semanal do IBDP - Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário


Período: 02 a 08/12/2022.
Diretora: Andressa Mara dos Santos Milani, Advogada.
Artigos para publicação: Enviar para: andressa_ams@hotmail.com, com formato de, no
máximo, 4 páginas, espaço 1,5 cm, Arial 12, com qualificação do autor.

Rua Nunes Machado, 472, 6º andar, cj. 606, Rebouças, Curitiba/PR - CEP 80.250-000
Telefones: (41) 3045-2314 - Administrativo e Financeiro; (41) 3045-8351 - Eventos
www.ibdp.org.br

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