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Ele as governa.
E ela é dele.
A aniquilação nasce.
Playlist
1
Final para um episódio de um drama em série que deixa o público em suspense.
transtorno de estresse pós-traumático, síndrome de Estocolmo,
BDSM.
Obrigada.
The Moon2
Sozinha.
Silenciosa.
Trancada.
2
A Lua.
Percebendo, ela parou de tentar piscar os olhos.
Trancada.
Silenciosa.
Sozinha.
The Shadow3
Fogo.
3
A Sombra.
não entendia por que podia sentir o gosto dos sons, mas não era
agradável com os gritos. Não, ele preferia que ficassem quietos
enquanto ele saía do nada, o olhar de segundos de algo visceral em
seus rostos antes de dominar sua morte.
Talvez tenha sido por isso que ela chamou sua atenção.
Embora ela ainda não fosse uma brasa, apenas uma chama,
ela era dele.
4
Franco-atirador.
PARTE UM
Cinzas
Lyla, há 5 anos
5
Nome do estabelecimento, Lua de paixão.
porque não gostava do olhar sádico em seus olhos, ela não sabia
se ele sabia sobre seu novo contrato. Ele geralmente só assistia aos
leilões, então ela não sabia como ele poderia saber de um negócio
que fora feito durante o dia.
Era um labirinto.
Ela os odiava.
Ele veio.
Ela sentiu uma de suas mãos segurar seus pulsos atrás dela
- semelhante às restrições, mas de alguma forma ela não se sentia
amarrada - e a outra mão vindo para agarrar sua mandíbula. Seu
polegar traçou seus lábios antes de rastrear as lágrimas em seu
rosto, seu olhar a observando chorar em algo semelhante ao
fascínio.
6
Fogo.
— Eu não pensei que você viria, — ela sussurrou no espaço
entre seus lábios, seu corpo dominado pelas emoções que ela
sentiu nos últimos minutos.
Lyla | Presente
O monstro ia morrer.
Ela sabia por que eles faziam lances por ela. Ela era uma
raridade, uma exótica e natural ruiva delicada em um mar de
loiras e morenas, e ela era atraente. Ela trazia um bom dinheiro a
cada lance, e era exatamente por isso que os organizadores
continuavam a colocá-la no palco e os idiotas continuavam
arriscando suas vidas. Todos eles pensavam que seriam os únicos
a se safar, cegos por seu poder e arrogância.
Levou um tempo para ela entender que era mais provável que
fosse um jogo para ele. Um homem que se importasse não a teria
deixado ali nua, pronta para ser comprada.
Fora.
Mas ela não via isso, não muito. Ao crescer, sua infância e
adolescência haviam sido passadas em casas de treinamento
especial. Algumas eram subterrâneas, outras acima, mas sempre
tinham sido confinadas em seu porão, sua cama no porão com as
outras crianças. Agora, ela vivia em um dormitório com outras
garotas, em um complexo que era grande e fortemente protegido,
mas não lhes era permitido sair sem razão e escoltadas. Essa era
uma das únicas razões pelas quais ela aguardava ansiosamente o
leilão, porque se alguém a comprasse, ela ficaria um momento
descansada lá fora, sentiria o vento e veria o céu, nem que fosse
só por um breve momento.
Ela sabia que ele estava atrás dela. Podia sentir sua respiração
no topo de sua cabeça, sentir o calor de seu corpo maior em suas
costas, sentir seus sentidos adormecidos despertando para a vida
como sempre faziam em contato com ele. E tê-lo às costas sempre
a fazia se sentir perseguida e querida, a dicotomia de emoções
difícil para ela compreender a si mesma.
Deus, ela o odiava, ela odiava sua resposta a ele, odiava que
ela queria odiá-lo mais profundamente, mas não podia, e odiava
que ele soubesse disso e não se importasse nem um pouco.
Ela não sabia por que ele a chamava assim. Tinha certeza de
que ele sabia o nome dela, e estava ainda mais certa de que era o
mais próximo de um termo carinhoso que um homem como ele
poderia chegar. No começo, quando ele a chamou assim, isso a
encheu de esperança e fez com que ela se sentisse pertencente. À
medida que a esperança diminuía, ela sabia que não significava
nada. Isso rangia nela. Ela não era nada dele. Um homem como
ele não era querido por nada.
Ela cerrou os dentes, sua mandíbula travando no lugar, a
vontade de se virar e olhar para ele aguda em seu corpo. Mas
conhecia seus jogos e sabia que a melhor coisa que podia fazer era
não jogar junto. Ele queria suas reações e retê-las dava a ela o
poder, pelo menos momentaneamente.
Ela se virou para olhar pela janela onde ele estava, mal
distinguindo a silhueta de seu corpo. Um isqueiro ganhou vida em
sua mão, momentaneamente tornando-o visível. Ela observou
enquanto ele brincava com o isqueiro, antes de olhar para cima,
seus olhares travando quando o carro começou a se mover.
Lyla
Havia algo sobre ver alguém morrer que ela nunca poderia se
acostumar. Não importa quantas vezes tenha visto isso neste
momento, sempre a agitava quando acontecia. Uma pessoa normal
e moral sentiria choque, tristeza, nojo e medo. No entanto, ela,
possivelmente porque sabia que esses homens eram o fundo do
barril, não sentia nada além de alívio e vingança até certo ponto.
A única tristeza que sentia era pelas famílias. Imaginou uma
esposa se perguntando por que seu marido não tinha voltado para
casa, apenas para descobrir que ele estava traindo e transando
com uma escrava sexual pelas costas. Isso era muito triste. Ela
sentia mais por uma mulher que nunca conheceu do que pelo
homem na frente dela.
Por que diabos ele estava lá? Ele realmente não se dava a
conhecer depois de uma morte. Isso era inédito. Mas ela não ia
falar com ele, muito menos dar-lhe a satisfação de uma reação. Ele
era frio e manipulador. Só porque estava obcecado por ela não
significava nada.
Não era o homem mais bonito que ela já viu. Não, já viu
muitos, muitos homens mais bonitos. Mas ele era, sem dúvida, o
mais perigoso. Talvez fosse a forma como sua mandíbula era
esculpida, sombreada por uma barba escura que parecia ter
perpetuamente o mesmo comprimento. Ou talvez fosse seu corpo
– alto, largo, musculoso no jeito elegante de uma pantera
combativa. Ou talvez fosse a quietude, sua pura capacidade de
bloquear e se concentrar em algo tão intensamente que o fez se
sentir como um homem da morte. Ou talvez fossem aqueles olhos
– um totalmente preto, o outro uma estranha combinação de verde
e dourado – hipnóticos, sedutores, letais, uma dualidade de morte
e vida após a morte dentro de um olhar.
A razão pela qual ela sabia que ele era rico, no entanto, era
simplesmente porque não havia como ele ter acesso aos clubes e
todas as outras partes deste submundo decadente que ele tinha,
a menos que tivesse dinheiro. Apenas dois tipos de pessoas tinham
esse acesso – escravos ou compradores, e ele era a coisa mais
distante de um escravo que ela já tinha visto. Embora não
soubesse se ele era um comprador, se tinha sua própria escrava
sexual ou um harém delas servindo a todas as suas necessidades.
— Olhos.
— Você não vai me dar sua voz? Mesmo se eu lhe der sua
resposta?
A pergunta foi suave, mas eficaz o suficiente para fazer seu
coração começar a bater forte. Ele a responderia? Ou estava
brincando com ela? Pelo olhar em seu rosto, ela não podia dizer.
— Um dia.
Por quê?
7
Homem das sombras;
Ela quase perguntou, mas mordeu a língua, seu olhar
cauteloso enquanto olhava para o homem que metade do
submundo estava aterrorizado, e por uma boa razão.
Foda-se ele.
Ela queria perguntar por que ele deixava isso para ela, por que
aquela rosa específica, por que especificamente depois de uma
morte. Ela possuía quinze delas agora, um buquê inteiro que ela
mantinha escondido em uma caixa para que ninguém a roubasse.
Por mais torcido que fosse, elas eram o único presente que ela já
havia recebido e era possessiva com elas, junto com as roupas que
sempre trazia para ela.
Seus olhos subiram para ele, fogo inundando suas veias. Ele
estava brincando com ela novamente. Por quê? Que satisfação ele
tinha ao incitar suas reações, brincando com suas emoções?
Um telefone.
Ele disse a ela para contar a eles, mas esses guardas eram
novos e ela não queria arriscar sua atenção extra. Então, disse o
que ela sempre dizia. — Eu não sei, eu estava no banheiro.
Seu tom cético não passou despercebido por ela. Mas ela não
o conhecia, e de jeito nenhum ela estava falando. Aprendeu desde
cedo que falar com estranhos era sua punição e nada mais.
— Ouvi dizer que os caras que licitam por você morrem. Isso é
verdade? — o homem corpulento do lado do passageiro perguntou.
Lyla
— Vá, descanse.
Ela e Malini não eram próximas, não até a noite que mudou
sua vida e a outra garota ficou ao lado dela, deixando-a gritar
enquanto segurava sua mão. No rescaldo desse evento, Lyla
encontrou pela primeira vez a coisa mais próxima de um amigo, e
isso tornou a respiração um pouco mais fácil por um tempo.
— Sim.
Porra.
— Não.
Ok, isso não era bom. Mas ela sabia que isso estava chegando.
Podia estar trazendo dinheiro para eles, mas estava perdendo
clientes permanentemente. Isso não era bom para os negócios.
Eles iriam mandá-la embora ou simplesmente matá-la, e o cansaço
exausto dentro dela quase se sentiu aliviado com o pensamento do
último.
E congelou.
Lyla assentiu.
Três ofegou.
Pela primeira vez em sua vida, ela entendia como era o menor
vislumbre de poder. E se perguntou se ele tinha pressa, estar lá e
testemunhar pessoalmente, para ver como as pessoas reagiam ao
seu nome, alheias ao fato de que ele estava ali.
Talvez, foi por isso que ele veio. Para encontrar alguma
satisfação distorcida em seu terror.
Lyla ficou em silêncio, sem saber se, e como definir isso. Ela
se concentrou no homem falando, ciente do homem silencioso ao
seu lado, e sentiu uma estranha sensação de segurança a envolver.
Estranho, porque não era uma emoção com a qual ela estava
familiarizada. Podia não saber nada sobre ele, mas sabia que ele
não a deixaria ser morta por suas próprias razões. Sua presença
ali garantia que permanecesse viva.
Mas ele nunca tinha dado a ela um bilhete antes. O que ele
estava fazendo?
8
P parte da World Wide Web que só é acessível por meio de software especial, permitindo que usuários
e operadores de sites permaneçam anônimos ou não rastreáveis. " Dark Web apresenta novos e formidáveis
desafios para as agências de aplicação da lei em todo o mundo"
ela realmente sentia sorte de que seu trabalho diário se limitava
apenas à atenção e apalpadela indesejadas.
Só mais um dia.
Era uma das festas privadas para um desses ricos, com mais
de cem homens e mulheres que vinham de posições influentes -
advogados, juízes, políticos, empresários, mafiosos, todos eles
misturados em uma noite de celebrações lascivas.
Fazia algum tempo que ela não o via, não fisicamente. Ela o
tinha sentido muitas vezes, sabia que ele a vigiava ainda mais, mas
na verdade vê-lo não era comum. Seu coração batia com cada
compasso da música enquanto ele a observava, e ela se
concentrava nele, dançava para ele, só para ele. A relação deles era
estranha, se é que poderia ser chamada assim.
Ela o encontrou acidentalmente em uma noite fatídica e ele a
ajudou. Nunca acreditou que o veria novamente depois, não até
que ele apareceu em um dos clubes onde ela estava servindo
bebidas uma noite. Ela fingiu não o conhecer, e ele fingiu não olhar
para ela. Ambos estavam mentindo. Desde então, durante anos,
ele se tornou uma presença constante em sua vida, uma âncora
da qual ela se tornou emocionalmente dependente, mesmo
sabendo que não deveria estar. Ele era perigoso, manipulador e
gostava de brincar um pouco demais com as emoções dela. E, no
entanto, quando ele veio procurá-la, ela foi encontrada.
Antes que ela pudesse responder, uma voz, a voz dele, inseriu
secamente um comentário afiado. — Seu coração não aguenta
mais de uma, Landon.
O homem mais velho, Landon, riu, evidentemente a nitidez
passando por cima de sua cabeça. — Você tem razão. Querida, por
que você não entretém o Sr. Blackthorne?
Sr. Blackthorne.
Seus dedos traçaram seus lábios, e sua boca se abriu. Ela não
beijou, nunca quis beijar ninguém e felizmente ninguém a forçou.
Isso era algo que era só dela, de mais ninguém. Se alguém tentasse
pegar sua boca, ela simplesmente os distraía. Não sabia por que
se agarrava a isso, talvez porque fosse a única coisa que ela podia
segurar que a deixava com qualquer aparência de controle em um
mundo girando fora dele. O que quer que seja, era apenas dela. E
ela nunca quis dar aquilo.
Seus planos.
É claro.
Ela fechou os olhos, invocando sua força. Como ela poderia ter
esquecido quem ele era, como ele brincava com ela para seu próprio
propósito?
Prometeu a ele que ele não ouviria sua voz novamente, então
ela ficou quieta, concentrando-se na luz na parte de trás,
estabilizando sua respiração.
Mas ele sabia que não iria deixá-la ir sem saber, e usava isso
impiedosamente, forçando-a a se livrar de pensamentos sombrios,
forçando-a a ver outra noite, forçando-a a viver outro dia. Ela o
odiava por isso.
Não.
Nenhum.
Mesmo que ela não quisesse, ela não podia rejeitar. Essa era
uma das coisas que as servidoras foram instruídas a fazer – se um
cliente pedisse algo extra, você daria a ele. Felizmente, desde que
os homens que a tocaram começaram a morrer, a palavra na rua
geralmente os mantinha longe dela ou fazendo exigências dela.
Ela não iria. Isso era algo que ela podia controlar. Ela ficou em
silêncio, imaginando se o diabo mataria este, já que eles estavam
sentados juntos.
Ele a puxou para frente até que ela caiu em seu peito, sua
perna musculosa entre as dela enquanto ele a sentava. Lyla o
encarou, fascinada pelas luzes refletidas em seu olho verde-
dourado e pela completa falta de reflexo no preto.
— Boa menina.
— E como você quer que ele morra? — ele perguntou, sua voz
baixa, quase sedutora. — Deve o Shadow Man fazer isso à
distância? Ou próximo e pessoal? — Ele empurrou sua coxa para
cima na última palavra.
Com lágrimas nos olhos, ela piscou, olhando para o teto alto.
Lyla | Presente
E ela conhecia seu segredo. Ela poderia usar isso contra ele,
ameaçá-lo com exposição, mas não podia. Ela era fraca e
impotente, e o Shadow Man era o único ser que lhe dava um
mínimo de proteção por qualquer motivo. Ela não podia arriscar
isso.
Não, ela queria correr. Ela queria voltar a servir bebidas. Mas
o Sr. H a segurou com força, e ela ficou presa. Respirando fundo,
deu um passo à frente.
— Sim.
Uma dor aguda em seu mamilo a fez gritar quando a boca de
alguém o cobriu.
Ele.
Ela sabia disso. Ela havia confiado nele algo importante e ele
nunca a deixou escapar desde então.
Ele
Oh, ele ia fodê-la, fodê-la com força. Ele iria tomá-la assim um
dia, decidiu. Talvez deslizar dentro dela enquanto ela dormia, fazê-
la confiar nele a ponto de seu corpo reagir intuitivamente a ele
mesmo durante o sono. E de manhã, ela acordaria dolorida sem
nenhuma lembrança de como, mas sentindo-o em cada centímetro
de sua vagina delicada e deliciosa. Ele ia testar sua confiança,
tomar cada pedacinho dela, até que seu corpo, sua mente, sua
maldita alma acreditasse em quão importante ela era.
Ela o viu por quem ele era, e se derreteu por ele. Ela o odiava,
e ainda assim confiava nele. O que começou como curiosidade se
transformou em fascinação, lentamente se transformando em
fixação, culminando em uma obsessão tão profunda que ele estava
incompleto sem ela.
Ela falou com ele, para alertá-lo, para salvá-lo. Apesar de toda
sua raiva e mágoa, ela se importava com ele. Pequena tola de
coração mole, mas sua tola. Ela era rara, o fogo da vida, do calor.
Ele não entendia as emoções, mas entendia a ciência. Algo
aconteceu quimicamente em seu cérebro e em seu corpo no que
dizia respeito a ela. Olhou para ela, ouviu-a e sentiu sensações em
seu organismo. Foi a resposta mais estranha, que ele pesquisou
extensivamente, apenas para perceber que era alguma forma de
sinestesia e não tinha uma explicação racional em todos os casos.
Os fios em seu cérebro estavam simplesmente cruzados, e
simplesmente eletrificados quando cruzados com o dela, e isso era
algo que ele já sabia.
Eles não sabiam que ela não era a isca que ele morderia, ela
era o prêmio que ele já havia ganho neste jogo sangrento - só tinha
que reivindicar a vitória.
Não, sua mensagem tinha que ser clara para cada um deles.
9
A prova de álcool é uma medida do conteúdo de etanol em uma bebida alcoólica. O termo foi
originalmente usado na Inglaterra e foi igual a cerca de 1,821 vezes o volume de álcool. O Reino Unido agora
usa o padrão ABV em vez de à prova de álcool.
Pegando o cabelo do outro homem em seu punho enluvado,
ele puxou com força, fazendo o homem gritar. — Por favor, não,
deixe-me ir. Farei o que você quiser. Por favor.
Desta vez, ele saiu pela porta principal, mantendo-se longe das
câmeras, pegando as escadas de saída de emergência do prédio.
10
Ouroboros é um conceito simbolizado por uma serpente — ou por um dragão — que morde a própria
cauda. O Ouroboros costuma ser representado pelo círculo, o que parece indicar, além do eterno retorno, a
espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.
Por enquanto, ela estaria segura, ela estaria ilesa, e ele poderia
viver com isso.
Capítulo Oito
Lyla
Como diabos isso era culpa dela? O Sr. H não tinha sido um
divino pagão de virtude. Ele a drogou, a tocou e ela não lamentava
ele ter morrido. Não lamentava nenhum deles terem morrido. Mais
uma vez, as ações de outra pessoa impactaram sua vida, e ela
simplesmente não queria lidar com isso. Mas, vivendo no mundo
que vivia, presa como estava, que escolha tinha?
Mas era estranho para alguém sob contrato não voltar para
pegar nenhuma de suas coisas. As posses, por mais escassas que
fossem, eram importantes para todas as garotas ali. Ela sabia
disso. Eram coisas que haviam colecionado ao longo dos anos,
pequenas bugigangas de conforto que importavam para elas
porque nada mais importava. Todas as garotas que foram
contratadas tiveram uma última viagem para arrumar suas coisas
e se despedir. Mas não Malini. Ela acordou uma manhã, foi
trabalhar em um leilão online e nunca mais voltou. Embora fosse
perfeitamente possível que quem a comprou não lhe deu tempo
para voltar, mas algo dentro de Lyla não conseguia afastar a
sensação de que não era isso. Algo mais havia acontecido com a
outra garota.
— Eu não sei para onde eles estão mandando você, mas não é
bom, — a garota sussurrou com urgência. — Apenas... esteja
preparada.
Ela não sabia o que estava por vir, mas não sabia se estava
preparada para isso.
— Eu nem achava que ele era real até tudo isso. Agora, não
tenho certeza do que pensar.
— Lyla não tem um cliente desde que ela veio aqui, — uma
garota apontou. — Ele os matou.
Lyla agarrou seu short, seu coração acelerado. Ele não era
capaz de amar e ela ainda não estava desesperada o suficiente para
imaginar que ele pudesse.
— Mas por que ele ainda não fez isso? Tem sido como... que
seis anos?
Ele tinha algum plano, e ela era exatamente o que sempre foi
– garantia de danos.
Agradável.
Imaginando o que era esse novo lugar e qual seria seu papel
nele, o absorveu, esperando.
E esperando.
E esperando.
Não.
Ele não estava lá para salvá-la, não como ele disse a ela,
mostrou a ela, prometeu a ela que estaria. E ela não conseguiria
se salvar. Ele a atraiu para uma falsa sensação de segurança até
que ela começou a confiar nele, e agora estava presa porque ele a
colocou em perigo.
E ele pode matar todos que queria depois, mas não seria por
ela. Seria por ele mesmo, e nunca traria de volta o último pedaço
dela que quebrou.
Ela era o buraco negro e o buraco negro era ela, um nada sem
fim sem capacidade de luz.
Ela não sabia quem entrava em seu quarto, quem saía, quem
faria o que com ela.
Ela não sentia nada, não falava nada, não via nada.
Sem propósito.
Sem fim.
Sem vida.
Dias se passaram.
O teto piorou.
Ela não queria nada dele. Sem lembretes. Nada do homem que
a fez acreditar em uma ilusão de segurança apenas para empurrá-
la para o perigo. Ele a havia traído, uma e outra vez, abandonando-
a para os chacais se alimentarem de sua carne.
O teto rachou.
PARTE DOIS
Brasas
— Oi, Lyla!
Este clube era mais elitista do que todos os outros em que ela
esteve, então tinha uma clientela maior que era o topo da nata.
Subindo os degraus baixos iluminados por luzes de neon, ela
caminhou até a quarta mesa dos fundos, seus passos parando
quando viu o grupo de homens e mulheres sentados na mesa - três
casais e um homem, e nenhum deles parecia se encaixar nesta
parte do mundo. Bem, ninguém, exceto o homem gigante com um
tapa-olho. Parecia que ele se encaixava bem.
Era uma dinâmica tão estranha, que ela nunca tinha visto
antes, mas imediatamente reconheceu. Sentiu uma pontada oca
atravessar seu peito. Amigos. Família. Pareciam uma família
unida.
Era isso.
Foi por isso que seu coração sangrava tanto? Porque ele a
abandonou, a deixou perdida e à deriva como tudo o mais? Porque
ele a fez se importar também, e ela pagou o preço por isso? Por
todos os meses desde que ele não veio procurá-la?
Mentiroso.
Ela sorriu.
Ela gritou com o fato de que ele tomou o nome de outra garota,
uma dor aguda perfurando seu coração, antes que tudo ficasse
preto.
Capítulo Dez
Ele
Perto demais.
Ele tinha perdido isso. Ele sentiu falta dela. E quase a perdeu.
Isso não estava bem. Isso não estava nem próximo de tudo bem.
Ela ainda não estava pronta para conhecer seu passado, sua
mente provavelmente não seria capaz de lidar com tudo de uma
vez, mas um dia ela estaria. E nesse dia, ele colocaria a verdade
aos pés dela.
Ele sabia por que ela cortou, assim como ele sabia por que ela
rasgou suas rosas. Em sua mente consciente, uma parte dela o
odiava. Mas seu coração era suave, e estava faminto por ele, e ele
faria o que fosse preciso para fazê-la sentir por ele novamente.
Não, ele teve que escolher, e ele não a escolheu a curto prazo,
mas ela sempre foi sua escolha. Tudo o que ele tinha feito nos
últimos seis anos tinha sido por ela, para que ela pudesse viver
um dia livremente sem olhar por cima do ombro o tempo todo.
E depois do que eles fizeram, o Sindicato ia queimar.
Capítulo Onze
Lyla
Ele tinha vindo para ela, embora depois de meses, mas ele
tinha.
Fatos registrados simultaneamente em seu cérebro - ele estava
sem camisa, mas ela estava vestida com algo macio, seu corpo
estava pressionado ao seu lado e seu rosto perto de seu
travesseiro, e havia muita luz cinza natural vindo de algum lugar.
Ela o viu olhar para suas mãos juntas, suas mãos grandes,
escuras e queimadas envolvendo as pequenas, macias e pálidas.
...espere o quê?
— Venha.
Ele não disse nada, apenas olhou para ela com firmeza, e ela
não sabia se isso era uma afirmação ou uma negação.
Lyla
— Alguns meses.
Ele virou o pescoço para olhar para ela. — Você não estava
aqui.
Idiota.
Uau.
Uau.
Não só sabia que ela gostava dos frascos fofos, como também
estava dando-lhe opções para experimentar. Novamente. Ele
estava dando a ela a chance de experimentar e ver o que ela
gostava.
Lyla
Sem uma palavra, aos poucos ela começou a recuar para seu
quarto quando a mulher mais velha olhou para ela, seu rosto
mostrando surpresa.
— Nós nem sabíamos que ele era casado até alguns dias atrás,
— Bessie continuou falando, chamando sua atenção de volta. —
Estava sempre aqui sozinho, e todos nós apenas pensávamos que
ele era um daqueles solteirões, sabe?
— Trabalham aqui?
Ela assentiu.
Fascinante.
O olhar estranho que Bessie deu a ela a fez perceber que havia
escorregado. Se ela fosse sua esposa, ela já saberia disso.
Mordendo a língua quando a vontade de se corrigir demais veio,
ela se virou para olhar para fora e parou. Um longo alpendre
envolvia a casa, escadas que desciam para um caminho. Um lado
do caminho, o lado que descia para o penhasco, estava
completamente pavimentado com cimento, um grande helicóptero
preto de verdade parado ali. Um helicóptero.
Com a boca aberta, ela olhou para o outro lado, grama verde
exuberante começando a cobrir a encosta, seus olhos pousando
em um galpão de vidro um pouco abaixo.
— Essa é a estufa.
Claro que ele tinha uma estufa. Ela não ficaria surpresa se a
próxima porta que ela abrisse levasse a uma sala do trono feita de
ouro.
Surpresa com seu próprio pensamento sarcástico, ela parou,
balançando a cabeça. O sarcasmo não era familiar para ela, mas
se encaixava bem.
Ele não tinha, mas ela mordeu a língua para não revelar nada.
Pois ele era. Pensava em tudo e foi isso que o tornava tão bom.
O pessoal estava comendo em suas mãos, e Nikki queria fodê-lo.
Será que ela o fodeu? O pensamento a deixou inquieta.
Blackthorne.
Obteve milhares de resultados, mas nada que pudesse
realmente achar relevante para ele. Tentou novamente.
Shadow Man
E ela se apaixonou.
Ela sofria com problemas mentais. Ela sabia disso. — Que tipo
de problemas?
— Um filme romântico.
Sua mão foi para seu pescoço, seus olhos voando para ele,
apenas para seu corpo congelar quando ela viu a intensidade de
seu olhar sobre ela.
— O quê?
— Eu sei.
— Eles me quebraram.
Lyla
Fazia alguns dias desde que ela o viu, dias desde que ele disse
a ela que havia algo muito importante que ele tinha que fazer, e a
deixou com a promessa de que voltaria. Ela esperava se sentir
abandonada novamente, mas por alguma razão, vivendo nesta
casa, entrando em uma rotina, conversando com Bessie e Dr.
Manson, encontrando-se, ela não se sentiu descartada. Ela se
sentiu cuidada, porque a casa, os funcionários, o médico, ele
tornara tudo possível para ela. Mesmo em sua ausência, ele
garantiu que ela seria cuidada.
E ela sentia falta dele.
Havia algo de errado com ela, porque depois de tudo que ela
passou, a ideia de estar com um homem, qualquer homem, estar
à sua mercê e seu controle, deveria tê-la deixado enjoada. Isso a
deixava enjoada quando ela tentava pensar em outra pessoa. Ele
não. Ela queria estar debaixo dele, lutando enquanto a segurava
imóvel, enquanto tomava o que queria, a devastava como queria.
Deveria tê-la deixado doente, mas o pensamento acendeu um fogo
dentro dela.
Ela teve fantasias ocasionais com ele, mas nada tão intenso,
nada tão... faminto.
O quê. O. Inferno...?
Ele se moveu para o banheiro sem dizer uma palavra, e
atordoada, em estado de choque, ela o seguiu. Era um espaço
menor do que o banheiro principal que ela usava, sem banheira e
apenas um chuveiro.
— Não sei seu nome. — Era tão ridículo depois de tudo que
eles passaram.
— Dainn.
Ela se lembrou de algo que ele lhe disse uma vez. — Esse é o
nome que você recebeu no orfanato em que estava?
Ela podia dizer que ele estava satisfeito por ela se lembrar.
— Dainn.
De alguma forma, saber que ele tinha visto, que ele tinha
experimentado com ela a fez se sentir um pouco menos perdida.
Sabendo que ele a viu ser usada e descartada, e sabendo que ele
ainda a queria, fez algo em seu peito apertar de uma forma que
seu coração floresceu. Ele a viu no seu pior, testemunhou como
eles a quebraram, a encontrou nas garras da morte, e de alguma
forma, ainda achou que valia a pena salvá-la. Mesmo depois de
tudo isso, ele a trouxe para sua casa e deu a ela um espaço seguro
para se curar.
Algo em seu coração fragmentado se suavizou.
Lyla
Sabendo o que ela sabia sobre ele ser Shadow Man, não
esperava que ele voltasse cedo, mas estava disposta a sentar e
esperar por ele. Ela queria perguntar a ele o que mais ele fazia e
como ele tinha toda essa riqueza, perguntar a ele por que ele se
tornou o Shadow Man em primeiro lugar, perguntar sobre qual era
seu grande plano sobre o qual ele havia falado uma vez. Mas ele
era fechado sobre esses assuntos, então ela o deixara, por
enquanto.
— Lyla.
A voz atrás dela a fez virar. Nikki estava colocando seu casaco,
ainda distante dela. — Você precisa de alguma coisa antes de eu
sair?
Lyla nem sabia que ela estava na casa. Ela balançou a cabeça,
tendo aprendido algumas maneiras básicas. — Não, obrigada.
Tenha uma boa noite.
Depois, com tudo feito, ela foi até o closet, vestiu umas
leggings quentes e um suéter, enfiou os pés nos tênis e saiu pela
porta principal.
O vento frio atacou seu rosto enquanto ela olhava para o céu
escuro. A lua e as estrelas estavam escondidas atrás de nuvens
espessas, e o helicóptero estava no heliporto, coberto por algo que
ela não conseguia ver muito bem. O jardim do outro lado também
estava escuro, tudo exceto a estufa com uma luz acesa.
Gelo encheu suas veias quando ela viu a visão, suas poucas
semanas de relativa felicidade quebrando quando ela percebeu que
foi descartada novamente. Ele não a tocou em todos os dias que a
teve sob seu teto, e isso era porque ele já tinha alguém. E Nikki a
odiou à primeira vista porque ela estava com ele.
Foda-se ele.
Cada vez que ela se machucou, cada vez que foi degradada,
cada vez que esperava que algo apenas acontecesse, cada vez que
olhou para o teto contando rachaduras, cada vez que chorou até
adormecer, cada vez que lhe deu um pedaço de si mesma apenas
para se sentir descartada, cada vez que perdeu partes de si mesma
até não saber mais quem era.
Ela quebrou.
E parecia glorioso.
Ela gritou, gritou e gritou até sua garganta ficar em carne viva,
chorando e se debatendo, por minutos e horas que ela não sabia.
Ela chorou e chorou até não poder mais, até que sua respiração
ficou curta e ela começou a soluçar.
— Shh. Está tudo bem, flama. Está bem. Shh. Você está
segura.
Palavras penetraram em sua consciência, uma litania de
palavras ditas direto em seus ouvidos, puxando-a para longe do
buraco negro.
Ela estava. Doía e não sabia como curar. Pensou que tinha
melhorado, mas tinha sido uma ilusão. Será que ela iria melhorar?
Será que nunca iria parar de doer?
— Tire a roupa.
O cheiro da massa que ela fez, o que parecia ser anos atrás,
veio da cozinha.
Seguindo seu nariz, ela entrou no espaço que lentamente fez
seu, e o encontrou sentado na mesa de jantar, sem camisa em suas
calças de moletom como ele gostava de estar quando estava em
casa, seu cabelo molhado e brilhando nas luzes baixas.
— Sente.
De repente nervosa, tanto porque foi uma refeição que ela fez
quanto por causa do colapso que teve, ela calmamente se sentou
à sua direita, enfiando o queixo no pescoço.
Ele tomou um gole de sua água, seu prato intocado. Sabia que
ele não gostava muito de álcool. Ela também não e o copo de água
na frente dela lhe dizia que ele notou isso.
— Flamma.
— Boa menina.
Um suspiro a deixou.
Sua mão veio para sua mandíbula, trazendo seu rosto de volta.
— Faça-nos uma refeição quando quiser. Você tem talento para
isso.
— Sim.
Algo pesado que ela não sabia que estava dentro dela iluminou
um pouco.
Ele
Ele tinha que contar a ela sobre seu irmão, sobre quem ela
era. Mas ela ainda não estava pronta. Com a forma como sua
mente estava lutando com sua vida e realidade, algo assim poderia
quebrá-la. Ele perguntou ao Dr. Manson sobre isso, perguntou se
revelar seu passado ajudaria seu progresso, e ele desaconselhou
isso também. Ela estava frágil no momento, ainda sofrendo, ainda
se curando, e ele precisava dela totalmente pronta para lidar com
isso quando descobrisse a verdade.
E ele era egoísta. Ele sabia que se ela soubesse que tinha uma
família, um irmão que a procurava há mais de vinte anos, acabaria
indo até ele. E ele não poderia ter isso, não até que tivesse certeza
de que ela retornaria por vontade própria de volta para ele, porque
a única outra opção significaria sequestrá-la de Caine e torná-los
todos seus inimigos. E enquanto ele não dava a mínima para a
inimizade deles, a fenda acabaria machucando-a no atrito, então
preferia evitá-lo. Ele não gostava dela machucada.
Ele não era um homem melhor. Porra, ele nem era um bom
homem.
E uma vez, ele poderia tê-la liberado. Mas agora não. Não
quando ela correu dele e despertou o animal dentro dele que nem
sabia que tinha. Não quando ela se despedaçou em seus braços e
o deixou ancorá-la e trazê-la de volta. Não quando ela lhe deu outro
pedaço de si mesma, confiando nele para mantê-la segura. Ela
preparou uma refeição para ele como se ele fosse especial,
abraçou-o como se ele fosse alguém que valesse a pena segurar, e
olhou para ele com emoções que um demônio da morte como ele
nunca tinha visto, e certamente não merecia.
Não havia nenhuma fodida maneira que ele iria deixá-la ir.
Ele há muito deixou a obsessão e entrou em um território
totalmente novo, um que ele nem mesmo reconhecia porque era
mais.
Se ele estava pronto para queimar o mundo por ela antes, não
era nada comparado à destruição que causaria agora.
— Calma, garota.
— Lyla.
Chamas
—Friedrich Nietszche
Capítulo Dezoito
Lyla | Presente
E de novo.
E de novo.
Ele estava.
Ela se virou para sair, bem quando uma mão prendeu seu
pulso em um aperto de aço, fazendo seu coração bater forte
quando ela olhou para encontrá-lo bem acordado, seus olhos
alertas, intensos, pesados sobre os dela.
— Faça-me sua.
Ele segurou sua mandíbula, puxando-a para cima até que ela
ficou na ponta dos pés, seus lábios a um fio de cabelo dela. Ela
não sabia se ele não diminuiu a distância entre os dois porque ele
nunca beijou ou porque ele nunca quis, mas ela esperou. Eles
apenas respiraram um ao outro por um longo momento, antes que
ele se inclinasse para frente e roçasse seus lábios no mais leve dos
beijos, tão leve que a sensação a fez se esforçar ainda mais para
conseguir mais.
Ele estremeceu.
— Eu sei.
— Sim.
— Sim, o quê?
— Sim, Dainn.
— Um pouco.
— Ótimo.
Ele soltou seu quadril e segurou seu pênis, batendo contra seu
clitóris em punição por suas palavras, e a sensação a fez mais
escorregadia do que ela estava. Ela estava preparada,
absolutamente preparada, tão inchada com a necessidade que ela
podia sentir-se pulsando.
Ela olhou em seus olhos, vendo seu olhar no lugar em que ele
entrou em seu corpo, seu pênis coberto de piercing lentamente
desaparecendo em sua pequena boceta até que ele estava todo
dentro, pulsando dentro dela, e Deus, ela pulsava com ele. Mãos
amarradas acima de sua cabeça, empaladas por ele, ela se sentiu
possuída, tomada, possuída, e ela adorou cada segundo disso,
amando a rendição de si mesma à reivindicação dele, amando o
jeito que ele se encaixava nela.
Era demais.
E ela congelou.
Lyla
Ela ligou a máquina de café para ele, sabendo que ele gostava
de café preto pela manhã, e fez chá para si mesma, estremecendo
enquanto caminhava até o balcão para pegar as canecas, seus
olhos indo vê-lo treinando no jardim, seu torso brilhando com uma
fina camada de suor, seus músculos se contraindo e relaxando
enquanto se movia através de algum tipo de rotina de arte marcial.
Ele não disse nada por um longo minuto. — Sabe, foi sua
determinação de salvá-lo naquela noite que me fascinou. A
maneira como você confiou em mim para levá-lo, embora eu
pudesse ver que estava matando você. Isso me intrigou.
Ele não disse nada sobre isso, e afastando o assunto, ela fez a
única pergunta que a incomodava por um tempo. — Como você
conseguiu tanto dinheiro?
Ele se virou para dar uma olhada nela, antes de pegar sua
caneca. — É uma longa história.
— Uma vez que tive acesso aos seus pequenos segredos. Cerca
de quatro anos depois que comecei a trabalhar para eles.
— Por quê?
— Decidi derrubá-los.
Um vibrador.
Um vibrador de gelo.
Que diabos?
— Oh, não. Não. Isso não vai dentro de mim, — ela afirmou
com firmeza, olhando para o apêndice de gelo pingando em sua
mão. Ela nunca teve uma boa experiência com objetos estranhos
e ela disse isso a ele. Ele sabia que ela não gostava nada da ideia
de brinquedos.
— Olhos.
O único comando fez seus olhos se abrirem, fazendo-a
perceber que os havia fechado com o toque. Ela observou com o
olhar semicerrado enquanto a mão dele – sua mão grande e
queimada que havia matado tantas pessoas em seu nome que ela
provavelmente deveria sentir remorso por isso – moveu o gelo de
volta para seus seios, desta vez direto para o mamilo, circulando-
o uma e outra vez. Inclinando-se sobre ela, entre suas pernas para
que ela pudesse sentir sua dureza cutucando contra ela sobre o
tecido de sua calça, sua boca quente fechada ao redor do mamilo
enquanto o gelo ia para o outro. A sensação imediata de frio e calor
teve um tiro de flecha de fogo bem entre suas coxas, fazendo-a
gemer enquanto mordia o lábio, suas mãos penetrando em seu
cabelo escuro. Seu polegar foi para os lábios dela, traçando-os
como sempre fazia.
Do jeito que ela sabia que sua voz o afetava, sabia que ele
estava tentando sentir o som bem na fonte.
— Dainn.
Ele simplesmente olhou para ela, curioso pelo que ela podia
sentir. — O que é amor para você?
A pergunta deu a Lyla uma pausa. O que era amor para ela? O
que ela realmente queria quando queria ser amada? Ela não
conhecia o amor, nunca o havia sentido, experimentado, exceto
pelo filho que sacrificara, e esse amor era diferente. Ou foi? Todo
amor não era o mesmo, brotando da mesma fonte?
— Dainn, — ela sussurrou, sabendo que isso não era algo que
ele apenas diria casualmente, sabendo que significava algo.
Devagar.
Ela gozou.
Porra.
Era para ela. Depois de ser tomada e levada, ela estava sendo
dada.
A mão dele foi para o cabelo dela, puxando sua cabeça para
trás, enquanto ele olhava para ela atentamente. — Nunca haverá
mais ninguém.
Ele
— Venha aqui.
Sem hesitar, ela se virou e foi até ele, sentando em seu colo.
Ele ficou satisfeito. Durante dois meses, ela aprendeu a confiar
nele, aprendeu a se soltar, e recebia apenas prazer por isso. Ele
tinha feito da missão de sua vida a substituição de seus horrores
pela felicidade, os demônios de seu passado pelo demônio de seu
presente. Ele queria que ela continuasse feliz. Quando ela estava,
o mundo dele era diferente. Seus olhos brilhavam, seus cabelos
brilhavam mais, sua voz era mais doce, os sons que ela fazia
batiam no peito dele. Ele não estava apenas viciado nela agora;
estava viciado nela quando ela estava feliz, o riso dela um novo
som a acrescentar à lista de suas obsessões. Era um som tão
estranho, não um que ele conhecesse muito bem e não um que ele
pensasse particularmente que viria dela, mas uma vez que o
tivesse feito, ele queria mais. Seus suspiros ofegantes, seus
gemidos suaves, seus gritos despedaçados - ele queria todos eles.
A maneira como ela dizia seu nome, a maneira como ela punha à
prova seus limites, a maneira como ela olhava para ele - ele era
um homem louco por aquelas pequenas coisas.
Ele olhou para o rosto dela, seu lindo rosto que brilhava com
saúde e vida, seu cabelo um pouco mais comprido e voltando à sua
ondulação original de uma chama, seus olhos verdes brilhantes
tão expressivos que ele ainda se perguntava como uma pessoa
podia guardar tanta emoção dentro de si mesma.
Agora, ela olhou por cima do ombro para ele, dando-lhe o olhar
que ele veio a entender muito bem. Se ele estava viciado nela, ela
estava viciada nele também. E foi assim que ele soube que ela
estava pronta.
Casa.
Nos últimos dois meses, ele viu o colapso dela por causa do
chá, por ver uma mulher nua com ele, por não poder entrar no
vilarejo porque tinha medo de sair de casa, por medo de não
conseguir falar o suficiente para manter uma conversa. Pequenas
coisas, tantas coisas, que lhe passaram pela cabeça e a fizeram
sentir-se menor, tudo vindo de um lugar de baixa auto-estima e
medo de nunca ser suficiente. Com a vida que teve, ninguém
poderia culpá-la a não ser fodida se ele não quisesse que ela
percebesse e aceitasse o quão verdadeiramente poderosa ela era,
sempre foi. Em uma guerra, a que tinha as armas mais eficazes
era a mais poderosa, e ela, mesmo sem saber, tinha algumas das
armas mais poderosas do mundo, disposta a fazer qualquer coisa
por ela. Ele estava apenas no topo dessa lista, então se isso
significava matar o principal monstro responsável pelos traumas
recentes, que assim seja.
Lyla
Outra vez, ela contou a ele sobre como no passado ter tocado
seu cu a fazia se sentir doente e suja, como o pensamento disso
ainda fazia seu estômago revirar. E ele, desviante, dominante,
amarrou seus tornozelos em seus pulsos até que ela ficou
obscenamente exposta, e colocou um vibrador em seu clitóris, seu
pau em sua boceta e seu polegar em seu botão de rosa até que ela
esqueceu que estava lá, perdida nas sensações. Na manhã
seguinte, antes de sair, ele a virou no sofá e deu uma palmada em
sua bunda, lubrificando-a com seus próprios sucos, e colocou um
pequeno plug em seu traseiro, dizendo-lhe para não o tirar, não se
tocar, não fazer nada até que ele voltasse. O dia inteiro, o peso do
objeto em um buraco e o vazio do objeto em outro mexeram com
seus nervos até que ela estava no deck, nua, as pernas estendidas
sobre os braços da cadeira apenas para deixar a brisa fresca dar a
sua pele superaquecida algum alívio. Foi assim que ele a
encontrou, e a prendeu na cadeira, inclinando-se, e empurrou-se
para dentro dela, penetrando-a duas vezes de uma forma que a
deixou inconsciente com as sensações, seus gritos ecoando pelas
montanhas até passar.
Porra.
Ele roçou seu nariz contra o dela, seus olhos suaves sobre ela.
— Eu sei que você está.
Ele lhe dera muitos presentes, mas seu maior e mais bonito
tinha sido a liberdade. O que ela enxergou como uma prisão no
começo tinha sido um espaço seguro para ela ser, explorar a si
mesma, viver sem medo.
Ele havia lhe falado sobre isso um dia quando ela havia
perguntado sobre onde ela havia estado, onde o complexo havia
estado. Ele havia lhe contado sobre Gladestone, uma cidade que
surgiu no século XIX, conhecida por suas qualidades mineiras e
industriais têxteis. Era uma cidade agitada, um lugar onde as
pessoas não dormiam e onde o crime não parava. Era um dos
locais chaves da operação do Sindicato, algo que ela havia
aprendido com ele mais tarde. Foi isso que o trouxe para
Gladestone todos aqueles anos atrás, em primeiro lugar. Era uma
região sombria e contaminada de pessoas que tinham algo ou mais
a ver com o submundo - seres humanos, órgãos, animais,
assassinos ou mais.
Casa.
Ainda sentia descrença correndo por ela quando ela disse isso.
Ele apontou para a direita. — Bem ali. Você morava mais longe
naquela direção.
E ela gostou disso. Ela gostava que ele fosse autêntico com ela,
assim como ele era, sem fingimentos.
— Hum?
— Moonflame?
Ele fez uma pausa, olhando para ela, sabendo que estava
perguntando sobre o clube de sexo em que se conheceram anos
atrás, um clube de sexo que tinha sido um pesadelo para ela.
Sua mão de repente cobriu sua boca, sua voz em seu ouvido
quando ele veio atrás dela. — Eu abafo seus gritos, levo minha mão
para baixo, sufoco você até parar.
Lyla
Ela assentiu.
Lyla olhou e viu pelo menos dez outras salas de vidro olhando
para a cena, os vidros levemente matizados o suficiente para
mostrar apenas silhuetas. Ela podia ver as silhuetas de duas
mulheres brincando uma com a outra na janela oposta à dela. Em
outra, uma mulher estava de joelhos e chupando o pau de um
homem. Em outra, duas mulheres e dois homens se moviam.
Ela fez.
— Sim.
Ele
Uma das razões pelas quais ele ficava neste quarto era por
causa da escada de acesso de emergência que estava do lado de
fora de sua janela. Ele poderia usá-la e descer sem entrar em
nenhuma câmera dentro do hotel. Também lhe dava a emoção
adicional de bloquear qualquer olhar atento.
Interessante. Ele deve ter perdido isso nos dois meses que
passou com ela, dando-lhe todo o seu tempo para se curar
lentamente.
Hector gemeu, seus braços tremendo com seu peso. Ele estava
pendurado nas mesmas correntes em que a havia colocado. — Ele
é um cara mais velho, — começou o homem. — Eu não o conheci,
mas sua conta de usuário era “thesyndicater0311”. Ele estava
interessado em Zenith. A queria muito.
11
Osindicalista03.
— Por quê?
Ele não sabia disso, mas fazia sentido. As duas garotas foram
levadas juntas, então as duas se tornaram amigas. E Zenith
escapou como uma criança, deixando sua pequena lua para trás.
— Não sei. Mas ele a manteve com ele por um tempo antes de
mandá-la embora.
Ele não sabia se o aperto em seu peito era o que ela chamava
de amor, mas ele sabia que se houvesse uma realidade alternativa
onde ele pudesse se sentir como pessoas normais, ele a amaria.
Seu principal motivo agora era nunca deixá-la ansiar por aquela
versão alternativa de si mesma.
Capítulo Vinte e Quatro
Lyla
Lyla não sabia o que era, nem porque sentiu que algo havia
mudado. Mas quando ela acordou e começou a sair da cama,
amarras de ferro enroladas no meio apertaram-na, segurando-a
com força.
12
Casa Estrela da Manhã.
— Eles vieram atrás de mim, quando eu tinha nove anos, —
continuou o pensamento anterior. — Exceto que eles não sabiam
o tipo de criança que eu era. Meus olhos sempre foram assim, e
me chamavam de “criança demônio”, achando que iria me magoar.
Eu apenas sorria.
O suave aviso de suas palavras fez algo com ela. Seu nariz
roçou o dela, seu aperto em sua mandíbula firme.
Sabia o que ele queria dizer. Ele a teria, por bem ou por mal,
com ou sem seu consentimento inicial para ser dele. Por alguma
razão distorcida, o pensamento disso não a encheu de pavor como
deveria. Não. Ela nunca se sentiu mais desejada, mais ansiada,
mais poderosa do que quando ele lhe disse isso. E ela não sabia se
ele disse isso apenas para manipulá-la, ou porque realmente quis
dizer, mas considerando os últimos seis anos que ele passou
fazendo exatamente isso, havia poucas razões para duvidar dele.
Devem ter sido para ele. O menino perigoso que ele tinha sido
cresceria para ser um homem ainda mais perigoso.
Ela estava cem por cento a bordo com isso. — O que você fez?
— Eu tenho.
Por quê? Ela não entendia isso. Não era por causa de algum
tipo de bússola moral que ele tinha – ela sabia que sua moralidade
era praticamente nula quando se tratava de qualquer pessoa,
menos dela. Mesmo as crianças, ele não era apegado, mas seu
desamparo o fez avançar. Mas um homem como ele, obcecado em
derrubar a organização, tinha que ter algum motivo.
Ela não expressou nenhum de seus pensamentos, esperando
pacientemente que ele elaborasse.
Oh.
Oh.
— Fui gerado por um homem na casa dos trinta anos por uma
menor de idade, — afirmou com naturalidade. — Ela se matou
depois de me dar à luz, e eu fui colocado na casa. Meu pai...
Sem fala..
Ela não podia dizer uma palavra. Ela não sabia que palavra
dizer. Então deitou a cabeça em seu peito, seu coração batendo
forte enquanto ele batia em um ritmo constante, pedaços deste
homem se encaixando.
Capítulo Vinte e Cinco
Lyla
Ela gostava dele assim. Ela não sabia se era o fato de ele ter
compartilhado tanto de si mesmo com ela ou se estava
genuinamente gostando de se vingar dela ou talvez ambos, mas ele
se sentia mais leve com ela, e estava definitivamente mais à mão
do que antes. Suas mãos haviam se instalado em alguma parte do
corpo dela durante todo o dia e parecia mais recente, a maneira
como ele a tocava sem intenção sexual agora. Parecia... quase
doméstico, se eles pudessem ser comparados com essa palavra.
Ele não era um marginal, então ela não entendia por que
estava usando isso. Mas manteve o pensamento para si mesma
enquanto se dirigiam para uma das fábricas bem no final da
passarela. O sol estava quase se pondo, o céu de um roxo escuro,
e na quadra abandonada, ela se sentia estremecer. Seu braço
apertou em torno dela imediatamente, e o peso sobre seu peito
aliviou o suficiente para que ela respirasse. Ninguém chegaria até
ela, não com ele bem ali.
Sem dizer uma palavra, abriu uma porta que ela nem tinha
visto e entrou. Ela virou o pescoço, dando um passo através da
soleira, e congelou.
A sala.
Por quê?
Fúria.
Dor.
Humilhação.
Medo.
Tudo isso.
— Ele está bem ali, — a voz da morte adulou. — E ele não pode
tocar em você. Então sinta e faça o que você precisa para pegar de
volta o que ele tirou.
Nojo, tão profundo, rolou por ela. Ela desejou ter perdido a
memória de tudo, desejou que não pudesse se lembrar do que ele
estava falando, como seu corpo tinha sido degradado e suas
entranhas gritavam para ele sair dela. Mas ela se lembrava de cada
impulso, cada vez.
Poder.
Ele havia tirado o poder dela, alvejado sua alma até que ela se
tornasse uma concha, e ela iria tirá-lo dele.
A feia torção em seu rosto lhe disse que ela havia atingido um
nervo, e a onda de poder que enviou através de seu corpo a deixou
inebriada. Continuando, cavou mais fundo. — Seu pedaço de
merda inútil, você não poderia nem mesmo quebrar uma mulher
que manteve em cativeiro por meses. Você não é um homem. Você
é um porco covarde disfarçado de homem.
Ah, isso o atingiu. Por alguma razão, ele tinha um ponto fraco
sobre sua masculinidade superior.
Lyla congelou.
Ele estava mentindo. Ele tinha que estar mentindo. Ela não
tinha um irmão. Ela não tinha família. Sem chance.
Lyla
— Lyla.
Foda-se, ele.
E ela estava confusa porque ela odiava isso. Ela esperava que
ele estivesse na esquina, esperava que ele descesse e a levasse com
ele. Esperava que ele estivesse lá, mas ele não estava, não até onde
os olhos podiam ver. Ela estava em um lugar estranho, sozinha, e
estava escuro.
Cinco palavras.
Ela engoliu. — Como é... meu ir... o que meu irmão faz?
Uma mão virou seu rosto para o lado, seus olhos travando com
os dele ao luar. — Luna.
Ele ficou quieto por um longo minuto, tanto tempo que ela
quase pensou que ele não responderia. — No começo, eu não
sabia. Quando eu descobri, você estava começando a se
automutilar em pensamentos, e eu tive que mantê-la esperando
pelas respostas.
Ela não sabia. Naquela época, ela era uma garota diferente,
com uma mentalidade na qual ela não cabia mais. Ela não sabia
como teria se comportado. Mas isso não a deixava fora de questão.
Tristan Caine.
Morana.
Seu irmão, Tristan, estava procurando por ela, pela irmã que
ele havia perdido. Mas ela não era mais aquela garota. Ela não era
Luna, e ela não sabia como poderia conhecê-lo, não sabia como
poderia colocar seu eu quebrado lá fora. E se ela não estivesse à
altura de quem ele tinha em sua mente? E se ela não fosse
suficiente? E se ela não bastasse? Ele ficaria desapontado por ter
passado tanto tempo procurando por ela? Ele ficaria frustrado e
tentaria transformá-la em outra pessoa? E depois de todo esse
tempo, será que ela seria capaz de confiar em alguém de fora? O
que ela sabia sequer sobre a família? E quanto a Xander? O que
ela diria a ele? Se ele estivesse feliz e acomodado, como ela poderia
destruir isso?
Não funcionou.
Não funcionou.
O telefone na mão dela vibrava, um número desconhecido
ligando. Concentrando-se em sua respiração, ela pegou,
permanecendo em silêncio.
Lyla
Olhando para ele, depois do espaço que ela tomou, tudo o que
estava segurando desmoronou.
— Estou tão brava com você, — ela disse a ele entre soluços.
Isso foi tudo. Mas ela não sabia por que estava surpresa. Ela
sabia quem ele era, como ele operava, como seu sistema
funcionava. De alguma forma, no meio do extremo dele e do
extremo dela, eles chegaram a um equilíbrio – onde ele tirou dela
o que ela deu e ela tirou dele o que ele deu. Ela não podia esquecer
isso. Mas ela ainda estava brava, e ela precisava que ele ficasse
bravo, para tirar essa raiva de si mesma de alguma forma.
Ele veio para ficar atrás dela, seus olhos fixos nos dela. —
Ainda confia em mim?
Com tudo o que ela estava sentindo, tudo o que tinha
desvendado nas últimas horas, ela olhou para ele. Maldito coração
estúpido, ainda confiava nele.
Ele não disse nada, deixando-a colocar tudo para fora. Quando
ela se acalmou um pouco, ele a espancou novamente, agitando
outro poço dentro dela.
E assim foi.
Ela piscou, sem entender o que ela estava olhando, mas ela o
deixou trabalhar, semi-cochilando nele.
Ela assentiu. — Acho que sim. Ele se dirigiu a mim pelo meu
nome verdadeiro.
Ele olhou para ela por um longo segundo. — Então você o terá
à sua mercê.
— Onde ela está? — sua voz falhou, seu coração cheio pela
garotinha que havia encontrado uma boa vida para si mesma.
— Ela foi adotada por uma família, mas originalmente era filha
do chefe da máfia Shadow Port. — A informação rolou sobre ela
quando ele trouxe à tona uma imagem de Morana, a garota de
óculos. — Morana Vitalio foi substituída por ela.
Para um homem que disse que não sentia, ele com certeza a
amava muito.
O que quer que o futuro reservasse, com ele ao seu lado, ela
ficaria bem.
Uma garota que havia chocado com sua vida, um brilho leve
no escuro, empurrando a vida para seu coração frio e morto.
Ela lhe havia dito uma vez, com uma checklist de tudo o que
o amor era para ela, e ela havia se encaixado em todas as
categorias para ele, todas exceto uma.
Por mais dois dias, ele teria sua chama só para si, antes que
seu passado batesse, e seu irmão finalmente a encontrasse. Ele
odiava Tristan Caine só por isso. Mas ele iria tolerá-lo, deixá-lo ter
seu espaço em sua vida, mesmo que apenas para ela. Porque isso
a faria inteira, a faria se curar, conhecendo esse amor também.
— Dainn?
— Dainn?
Porra, a voz dela ainda fazia seu corpo vibrar com sensações.
— Eu te amo.
Onde ela o amava com toda a sua luz, ele a possuía com todas
as suas sombras.
Fim...