2.01 Apostila Da UC 16

MÓDULO ESPECÍFICO II
CONTROLE DA PRODUÇÃO DE FRUTAS

Controle dos Recursos Físicos
e Financeiros da Produção de Frutas
Formação Técnica
Curso Técnico EaD Senar
Controle dos
Recursos Físicos
e Financeiros da
Produção de Frutas
SENAR - Brasília, 2021

S491c
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Curso técnico EaD SENAR: controle dos recursos físicos
e financeiros da produção de frutas / Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural. – Brasília, DF: SENAR, 2021.
252 p. : il. ; 21 x 29,7 cm – (SENAR Formação Técnica)

Inclui bibliografia
ISBN 978-65-86344-52-3

1. Frutas – Cultivo. 2. Botânica. 3. Produtividade
agrícola. I.Título. II. Série.
CDU 634
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Sumário
Introdução à Unidade Curricular �� 11
Tema 1: Sistemas de gestão da qualidade �� 17
Tópico 1: Certificações/sistemas de qualidade �� 18
1.1 Objetivos dos sistemas de certificação––––––––––––––––––––––––––– 19
1.2 Conceito de certificação––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 21
1.3 O que é necessário para obter uma certificação?––––––––––––––––––– 21
1.4 Benefícios da certificação–––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 22
1.5 Principais certificações para produtores e

empresas agrícolas produtoras de frutas––––––––––––––––––––––––––––– 23
Atividades de aprendizagem �� 32
Tópico 2: O uso de planilhas como ferramentas

para a gestão da qualidade �� 34
2.1 As planilhas como sistemas de controle de registros–––––––––––––––– 34
2.2 A importância do preenchimento e da atualização das planilhas–––––––– 35
Atividade de aprendizagem �� 36
Tópico 3: Registros de processo �� 36
3.1 A importância dos registros no processo–––––––––––––––––––––––––– 37
Tópico 4: Conceito de relatório �� 37
4.1 Elaboração de relatórios–––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 38
Tópico 5: Identificação e elaboração de documentação técnica �� 40
5.1 O que são procedimentos?–––––––––––––––––––––––––––––––––––– 41
5.2 Como elaborar uma norma ou um procedimento?–––––––––––––––––– 41
Tópico 6: Identificação e organização de documentos para a certificação 44
6.1 Introdução ao controle de documentos––––––––––––––––––––––––––– 45
6.2 Como organizar e arquivar os documentos da certificação–––––––––––– 45

Tópico 7: Bancos de dados �� 48
7.1 Banco de dados como forma de gerenciamento dos registros––––––––– 48
Tópico 8: Treinamento e capacitação de pessoas na gestão da qualidade 49
8.1 A importância do treinamento e da capacitação

dos recursos humanos para a certificação–––––––––––––––––––––––––––– 50
8.2 Principais treinamentos que todo funcionário

deve ter para um bom desenvolvimento das suas funções––––––––––––––– 52
Encerramento do tema �� 54
Tema 2: Estocagem �� 56
Tópico 1: Controle de estoque: técnicas e normas �� 58
1.1 Conceito e importância––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 58
1.2 Controles de estoque––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 59
Tópico 2: Procedimentos e práticas em gestão de estoques

(pedido, ordem de compra, entrada de mercadoria, baixa, controle
de produção, controle de mercadoria, balanço de estoque/inventário) �� 60
2.1 Práticas de gestão e definição de procedimentos

para a movimentação do estoque–––––––––––––––––––––––––––––––––– 60
2.2 Fluxo de entrada e saída de materiais ––––––––––––––––––––––––––– 62
2.3 Controle da movimentação do estoque––––––––––––––––––––––––––– 66
2.4 Balanço do estoque e posição físico-financeira––––––––––––––––––––– 67
2.5 Inventário do estoque–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 70
Tópico 3: Codificação/identificação de materiais �� 73
3.1 Como fazer uma codificação de forma prática e

simples para controle de estoque?–––––––––––––––––––––––––––––––––– 74
Tópico 4: Organização de estoque (layout Fifo/Lifo) �� 76
4.1 A importância do layout e da separação por tipo de produto–––––––––– 77
Tópico 5: Elaboração de relatórios gerenciais �� 80
5.1 Os principais relatórios que um sistema de

controle de estoque deve fornecer–––––––––––––––––––––––––––––––––– 81
Tópico 6: Emissão de documentos �� 81
6.1 Tipos de documentos importantes no controle de estoque–––––––––––– 82
6.2 Quando esses documentos devem ser emitidos?––––––––––––––––––– 84
Tópico 7: Influências da certificação no estoque �� 85
7.1 Exigências da certificação no estoque–––––––––––––––––––––––––––– 86
Tema 3: Faturamento �� 89
Tópico 1: Conceito e importância �� 90
Tópico 2: Como se calcula o faturamento? �� 93
2.1 Faturamento bruto––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 94
2.2 Faturamento líquido–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 95
2.3 Entendendo a diferença entre o faturamento

bruto e o faturamento líquido––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 97
Tópico 3: O faturamento como um processo �� 99
Tópico 4: Faturamento e lucro �� 101
4.1 Fatores que influenciam no faturamento e nas vendas–––––––––––––– 103
Tópico 5: O que é nota fiscal e para que serve? �� 106
5.1 Conteúdo básico de uma nota fiscal–––––––––––––––––––––––––––– 109
5.2 Entendendo o que é a nota fiscal eletrônica (NF-e) e como emiti-la–––– 110
5.3 Benefícios da NF-e–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 111
5.4 Controle de faturamento por meio das informações das notas fiscais––– 112
Tema 4: Gestão de resíduos �� 116
Tópico 1: Bases legais e normativas �� 118
1.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei n.º 12.305/2010––– 118
1.2 Classificação dos resíduos–––––––––––––––––––––––––––––––––––– 119
1.3 Regulamentação dos defensivos agrícolas (Decreto n.º 4.074/2002)––– 121
Tópico 2: Resíduos e poluição: impacto ambiental e mitigação �� 125
2.1 Impactos no solo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 126
2.2 Impactos nos recursos hídricos–––––––––––––––––––––––––––––––– 128
2.3 Impactos no ar––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 130
2.4 Ações para mitigação–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 131
Tópico 3: Ferramentas gerenciais para qualidade

ambiental e redução de resíduos na fruticultura �� 133
3.1 Os 3 Rs–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 133
3.2 O Programa 5S–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 134
3.3 Lean Production (Toyota) – reduzindo desperdícios–––––––––––––––– 137
3.4 Kaizen e o PDCA na fruticultura–––––––––––––––––––––––––––––––– 138
3.5 Benchmarking––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 140
Tópico 4: Gestão ambiental com enfoque nos resíduos �� 142
4.1 Sustentabilidade na fruticultura–––––––––––––––––––––––––––––––– 142
4.2 Plano de Gestão Ambiental Rural (PGAR)–––––––––––––––––––––––– 143
Tópico 5: Novas tecnologias e suas implicações

na geração e no tratamento dos resíduos �� 145
5.1 Agricultura de precisão (AP)–––––––––––––––––––––––––––––––––– 145
5.2 Uso de drones na fruticultura––––––––––––––––––––––––––––––––– 146
5.3 Inteligência artificial, machine learning e big data––––––––––––––––– 147
5.4 IoT (Internet of Things)–––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 149
Tópico 6: Educação ambiental �� 150
6.1 O indivíduo como ator elementar da sustentabilidade––––––––––––––– 151
6.2 A gestão de pessoas no agronegócio da fruticultura como

elemento de otimização de processos e redução de resíduos–––––––––––– 152
6.3 O impacto da educação na eficiência dos
processos para redução dos resíduos–––––––––––––––––––––––––––––– 153
Tema 5: Auditoria de estoque �� 157
Tópico 1: Controles de entrada e saída �� 159
1.1 Auditorias: conceito e importância–––––––––––––––––––––––––––––– 159
1.2 Auditoria no estoque e na movimentação

de mercadorias (matérias-primas e insumos)–––––––––––––––––––––––– 161
Tópico 2: Rastreabilidade �� 165
2.1 A importância da rastreabilidade––––––––––––––––––––––––––––––– 167
2.2 Otimizando os processos por meio da rastreabilidade––––––––––––––– 168
Tópico 3: Controle de entrada e saída de embalagem �� 170
3.1 Definição de processo para entrada e saída de

embalagem (produto acabado)––––––––––––––––––––––––––––––––––– 171
3.2 Pontos de controle para verificar e reduzir

problemas na movimentação do estoque de embalagem––––––––––––––– 173
Tópico 4: Rendimentos e perdas �� 174
4.1 A importância dos registros no controle de rendimentos–––––––––––– 175
4.2 A contabilização das perdas––––––––––––––––––––––––––––––––––– 175
4.3 O impacto das perdas no custo–––––––––––––––––––––––––––––––– 176
Tópico 5: Balanço de estoque (inventário físico) �� 179
5.1 A importância da execução do balanço–––––––––––––––––––––––––– 179
5.2 Quando realizar o balanço (inventário) do estoque––––––––––––––––– 180
Tema 6: Auditoria de controles e registros �� 183
Tópico 1: Planilhas �� 184
1.1 A importância do uso de planilhas–––––––––––––––––––––––––––––– 185

1.2 Como as planilhas auxiliam o trabalho de
registro e o controle das informações–––––––––––––––––––––––––––––– 186
Tópico 2: Fichas �� 189
2.1 Fichas de controle na movimentação de produtos do estoque–––––––– 189
2.2 Modelo de fichas de controle–––––––––––––––––––––––––––––––––– 190
Tópico 3: Relatórios de auditoria �� 194
3.1 Elaboração de relatórios de auditorias––––––––––––––––––––––––––– 194
Tópico 4: Rastreabilidade �� 197
4.1 Metodologias de rastreabilidade ––––––––––––––––––––––––––––––– 197
Tópico 5: Faturamento �� 201
5.1 Como auditar os registros de faturamento––––––––––––––––––––––– 201
Tópico 6: Venda �� 203
6.1 Diferença entre venda e faturamento––––––––––––––––––––––––––– 203
6.2 A venda como um processo––––––––––––––––––––––––––––––––––– 204
6.3 Auditando o processo e os controles de vendas––––––––––––––––––– 205
Tópico 7: Análise de registros �� 208
7.1 Como auditar registros–––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 208
Tópico 8: Melhoria dos processos �� 210
8.1 Entendendo o que é melhoria de processo––––––––––––––––––––––– 211
8.2 O que é melhoria contínua?––––––––––––––––––––––––––––––––––– 212
8.3 A importância da melhoria contínua nos processos internos–––––––––– 213
Tema 7: Controles administrativos e financeiros �� 216
Tópico 1: Gestão de pessoas �� 217

1.1 A importância da gestão de pessoas–––––––––––––––––––––––––––– 218
1.2 Equipe e liderança–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 219
Tópico 2: Contabilidade rural �� 223
2.1 A importância da contabilidade rural na gestão das empresas rurais––– 224
2.2 Entendendo os conceitos de receitas, vendas, custos e despesas–––––– 224
2.3 Lucros ou prejuízos––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 226
Tópico 3: Gestão de custos �� 228
3.1 A importância da gestão de custos––––––––––––––––––––––––––––– 229
3.2 Formação de preços––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 230
Tópico 4: Mensuração de desempenho �� 231
4.1 Por que medir o desempenho?–––––––––––––––––––––––––––––––– 232
4.2 Como medir o desempenho?–––––––––––––––––––––––––––––––––– 233
4.3 O que não se mede, não se gerencia–––––––––––––––––––––––––––– 233
Encerramento da Unidade Curricular �� 236
Referências �� 237
Gabarito das atividades de aprendizagem �� 242
Tema 1: Sistemas de gestão da qualidade �� 242
Tema 2: Estocagem �� 244
Tema 3: Faturamento �� 246
Tema 4: Gestão de resíduos �� 247
Tema 5: Auditoria de estoque �� 248
Tema 6: Auditoria de controles e registros �� 250
Tema 7: Controles administrativos e financeiros �� 251

Introdução à Unidade
Curricular
Introdução à Unidade Curricular
A Unidade Curricular Controle dos Recursos Físicos e Financeiros da Produção
de Frutas foi desenvolvida com o intuito de apresentar práticas de gestão e técnicas
de controle financeiro da atividade de fruticultura, possíveis a partir de análises e re-
gistros dos seus processos internos.
Para tanto, você vai adquirir conhecimentos relacionados aos sistemas de gestão da
qualidade e às técnicas de gestão de estoques e de resíduos. Além disso, o conteúdo
aborda a definição de faturamento, auditorias de estoque, de controles e registros e,
de forma sucinta, traz conceitos de contabilidade rural, liderança, formação de equipes
e gestão de pessoas.
Capacidades Técnicas
Ao fim desta Unidade, você desenvolverá as capacidades téc-
nicas e de gestão e terá conhecimentos referentes ao controle
dos recursos físicos e financeiros do empreendimento de pro-
dução de frutas.
Com carga horária de 60 horas, a Unidade foi organizada em sete temas, diversos tó-
picos e subtópicos relevantes para a sua formação profissional.
TEMAS TÓPICOS SUBTÓPICOS
1.1 Objetivos dos sistemas de

certificação
1.2 Conceito de certificação
Tópico 1: 1.3 O que é necessário para obter
Certificações/sistemas uma certificação?
de qualidade 1.4 Benefícios da certificação
1.5 Principais certificações para
produtores e empresas agrícolas
produtoras de frutas
Tema 1:
Sistemas de
gestão da Tópico 2: O uso 2.1 As planilhas como sistemas de
qualidade de planilhas como controle de registros
ferramentas para a 2.2 A importância do preenchimento e
gestão da qualidade da atualização das planilhas
Tópico 3: Registros de 3.1 A importância dos registros no

processo processo
Tópico 4: Conceito de
4.1 Elaboração de relatórios
relatório

Controle dos Recursos Físicos e Financeiros da Produção de Frutas 11
Tópico 5: 5.1 O que são procedimentos?
Identificação e
elaboração de 5.2 Como elaborar uma norma ou um
documentação técnica procedimento?
Tópico 6: 6.1 Introdução ao controle de

Identificação e documentos
organização de
documentos para a 6.2 Como organizar e arquivar os
Tema 1: certificação documentos da certificação
Sistemas de
gestão da Tópico 7: Bancos de 7.1 Banco de dados como forma de
dados gerenciamento dos registros
qualidade
8.1 A importância do treinamento e

Tópico 8: Treinamento da capacitação dos recursos humanos
e capacitação de para a certificação
pessoas na gestão da 8.2 Principais treinamentos que todo
qualidade funcionário deve ter para um bom
desenvolvimento das suas funções
Tópico 1: Controle de 1.1 Conceito e importância

estoque: técnicas e
normas 1.2 Controles de estoque
Tópico 2: 2.1 Práticas de gestão e definição de

Procedimentos e procedimentos para a movimentação
práticas em gestão do estoque
de estoques (pedido, 2.2 Fluxo de entrada e saída de
ordem de compra, materiais
entrada de mercadoria, 2.3 Controle da movimentação do
baixa, controle de estoque
produção, controle de 2.4 Balanço do estoque e posição
mercadoria, balanço físico-financeira
de estoque/inventário) 2.5 Inventário do estoque
Tópico 3: Codificação/ 3.1 Como fazer uma codificação de

Tema 2: identificação de forma prática e simples para controle
materiais de estoque?
Estocagem
Tópico 4: Organização
4.1 A importância do layout e da
de estoque (layout
separação por tipo de produto
Fifo/Lifo)
5.1 Os principais relatórios que um

Tópico 5: Elaboração
sistema de controle de estoque deve
de relatórios gerenciais
fornecer
6.1 Tipos de documentos importantes

Tópico 6: Emissão de no controle de estoque
documentos 6.2 Quando esses documentos devem
ser emitidos?
Tópico 7: Influências
7.1 Exigências da certificação no
da certificação no
estoque
estoque
12 CURSO TÉCNICO EAD SENAR

Tópico 1: Conceito e
importância
2.1 Faturamento bruto

2.2 Faturamento líquido
Tópico 2: Como se
calcula o faturamento? 2.3 Entendendo a diferença entre o
faturamento bruto e o faturamento
líquido
Tópico 3: O
Tema 3: faturamento como um
processo
Faturamento
Tópico 4: 4.1 Fatores que influenciam no
Faturamento e lucro faturamento e nas vendas
5.1 Conteúdo básico de uma nota

fiscal
Tópico 5: O que é 5.2 Entendendo o que é a nota fiscal
nota fiscal e para que eletrônica (NF-e) e como emiti-la
serve? 5.3 Benefícios da NF-e
5.4 Controle de faturamento por meio
das informações das notas fiscais
1.1 Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS) - Lei n.º 12.305/2010
Tópico 1: Bases legais
1.2 Classificação dos resíduos
e normativas
1.3 Regulamentação dos defensivos
agrícolas (Decreto n.º 4.074/2002)
2.1 Impactos no solo

Tópico 2: Resíduos 2.2 Impactos nos recursos hídricos
e poluição: impacto
ambiental e mitigação 2.3 Impactos no ar
2.4 Ações para mitigação
3.1 Os 3 Rs
Tópico 3: Ferramentas 3.2 O Programa 5S
Tema 4: Gestão gerenciais para
3.3 Lean Production (Toyota) –
de resíduos qualidade ambiental e
reduzindo desperdícios
redução de resíduos na
fruticultura 3.4 Kaizen e o PDCA na fruticultura
3.5 Benchmarking
Tópico 4: Gestão 4.1 Sustentabilidade na fruticultura

ambiental com 4.2 Plano de Gestão Ambiental Rural
enfoque nos resíduos (PGAR)
Tópico 5: Novas 5.1 Agricultura de precisão (AP)

tecnologias e suas 5.2 Uso de drones na fruticultura
implicações na geração 5.3 Inteligência artificial, machine
e no tratamento dos learning e big data
resíduos 5.4 IoT (Internet of Things)

6.1 O indivíduo como ator elementar
da sustentabilidade
6.2 A gestão de pessoas no
Tema 4: Gestão agronegócio da fruticultura como
Tópico 6: Educação
elemento de otimização de processos
de resíduos ambiental
e redução de resíduos
6.3 O impacto da educação na
eficiência dos processos para redução
dos resíduos
1.1 Auditorias: conceito e importância

Tópico 1: Controles 1.2 Auditoria no estoque e na
de entrada e saída movimentação de mercadorias
(matérias-primas e insumos)
2.1 A importância da rastreabilidade

Tópico 2:
Rastreabilidade 2.2 Otimizando os processos por meio
da rastreabilidade
3.1 Definição de processo para

entrada e saída de embalagem
Tema 5: Tópico 3: Controle (produto acabado)
de entrada e saída de
Auditoria de embalagem 3.2 Pontos de controle para verificar
estoque e reduzir problemas na movimentação
do estoque de embalagem
4.1 A importância dos registros no

Tópico 4: controle de rendimentos
Rendimentos e perdas 4.2 A contabilização das perdas
4.3 O impacto das perdas no custo
5.1 A importância da execução do

Tópico 5: Balanço de balanço
estoque (inventário
físico) 5.2 Quando realizar o balanço
(inventário) do estoque
1.1 A importância do uso de planilhas

Tópico 1: Planilhas 1.2 Como as planilhas auxiliam o
trabalho de registro e o controle das
informações
2.1 Fichas de controle na

Tópico 2: Fichas movimentação de produtos do estoque
2.2 Modelo de fichas de controle
Tema 6: Tópico 3: Relatórios 3.1 Elaboração de relatórios de

de auditoria auditorias
Auditoria de
controles e Tópico 4:
4.1 Metodologias de rastreabilidade
registros Rastreabilidade
Tópico 5: 5.1 Como auditar os registros de

Faturamento faturamento
6.1 Diferença entre venda e

faturamento
Tópico 6: Venda 6.2 A venda como um processo
6.3 Auditando o processo e os
controles de vendas

Tópico 7: Análise de
7.1 Como auditar registros
registros
Tema 6:
Auditoria de 8.1 Entendendo o que é melhoria de
controles e processo
Tópico 8: Melhoria
8.2 O que é melhoria contínua?
registros dos processos
8.3 A importância da melhoria
contínua nos processos internos
1.1 A importância da gestão de

Tópico 1: Gestão de pessoas
pessoas
1.2 Equipe e liderança
2.1 A importância da contabilidade

rural na gestão das empresas rurais
Tópico 2:
Tema 7: 2.2 Entendendo os conceitos de
Contabilidade rural
receitas, vendas, custos e despesas
Controles
2.3 Lucros ou prejuízos
administrativos
e financeiros Tópico 3: Gestão de 3.1 A importância da gestão de custos
custos 3.2 Formação de preços
4.1 Por que medir o desempenho?

Tópico 4: Mensuração 4.2 Como medir o desempenho?
de desempenho 4.3 O que não se mede, não se
gerencia
Certifique-se de estudá-los com atenção e, se preciso, conte com o apoio da tutoria a

distância desta Unidade Curricular.
Para fixar seu conhecimento, ao fim de alguns tópicos, você vai encontrar atividades
para colocar em prática o aprendizado imediatamente após passar pelos conceitos e
teorias.
Comentários do autor
Todas as atividades buscam respeitar seu ritmo de aprendi-
zagem e são coerentes com o que você será capaz de fazer a
partir dos assuntos abordados.
Ao fim desta apostila, é disponibilizado um gabarito para que você verifique suas res-
postas.
Bons estudos!

01
Sistemas de
gestão da
qualidade
Tema 1: Sistemas de gestão da qualidade
O tema de aula Sistemas de gestão da qualidade, o primeiro dos seus estudos,
pretende explicar e aplicar a importância desses sistemas para a fruticultura. Nesse
cenário, você vai conhecer os principais sistemas de certificação e entender como eles
podem ser implementados nas propriedades rurais.
Fonte: Getty Images.
Os sistemas de gestão de qualidade permitem que os

processos internos possam ser controlados e, assim, sejam
oferecidos aos consumidores produtos de qualidade, além de
melhorar o desempenho operacional e da gestão interna da
propriedade.
No tema, os seguintes assuntos serão abordados:

• certificações/sistemas de qualidade;
• preenchimento de planilhas;
• registros de processo;

• elaboração de relatórios;
• elaboração de documentação técnica e procedimentos;
• identificação e organização de documentos;
• banco de dados; e
• treinamento e capacitação de pessoas.
A partir disso, você desenvolverá as seguintes capacidades:
• preencher os registros dos processos;
• conscientizar as equipes de trabalho sobre a importância da

aplicação das legislações;
• cumprir com as especificações das diferentes certificações;
• emitir relatórios com os resultados e comparativos;
• realizar treinamentos;
• elaborar documentação técnica; e
• verificar o preenchimento de planilhas e de comunicação de

erros.
Tópico 1: Certificações/sistemas de qualidade

A cada dia, os consumidores se tornam mais exigentes em relação à aquisição de
produtos, principalmente os alimentos. Assim, qualidade, origem e segurança ali-
mentar são requisitos indispensáveis para os produtores que pretendem comercializar
frutas.
Nesse cenário, as certificações ou selos de qualidade

surgem para oferecer aos consumidores segurança e quali-
dade, de maneira que tenham confiança de que os produtos
ofertados apresentam as mesmas características descritas
na embalagem, além de garantir que o processo produtivo
atenda aos requisitos que eles buscam.

1.1 Objetivos dos sistemas de certificação
As certificações se caracterizam por orientar os produtores a desenvolver normas e

procedimentos, com o objetivo de padronizar os processos de produção e, ao mesmo
tempo, monitorar as diferentes etapas envolvidas.
Você sabe por que existem tantos sistemas de certificação, se apenas um sistema po-
deria e/ou deveria ser suficiente?
Geralmente, os sistemas de certificação buscam entender partes dos processos de

produção e focam em determinadas etapas. Veja dois exemplos:
GLOBALG.A.P. APPCC
Tem seu objetivo centrado no desenvolvi- A Análise de Perigos e Pontos Críticos de

mento de boas práticas agrícolas, desde o Controle (APPCC) tem foco no processo de
início do ciclo, no plantio ou na poda, até fabricação ou processamento de frutos e
a colheita. alimentos em geral.
Todos os sistemas de certificação trabalham a partir de questionários, ou, no jargão,

checklist, e buscam orientar quem pretende fazer a certificação. Isso envolve os pas-
sos e/ou etapas a serem seguidos a fim de identificar os pontos críticos dos processos
desenvolvidos e onde é possível melhorar, independentemente de diferenças que pos-
sam existir entre diferentes empresas.

Glossário
Checklist: Lista de verificação; um tipo de auxílio ao trabalho
usado para reduzir falhas e compensar os limites potenciais de
memória e atenção humanas. Ajuda a garantir consistência e
integridade na execução de uma tarefa.
Quando esses pontos são identificados, é definida, então, uma série de critérios de
monitoramento com o objetivo de eliminar ou minimizar os riscos que fazem parte do
processo.
Toda certificação que orienta a produção e/ou o processamento de alimentos visa

garantir que os produtos finais atendam às normas de qualidade e de segurança
alimentar.
Atenção
As certificações têm uma preocupação com a melhoria contí-
nua dos processos, um de seus mais importantes escopos.

O produtor não pode se acomodar e acreditar que já está tudo finalizado. Por norma
e compromisso, ele terá que melhorar sempre, pois as normas são revistas com certa
periodicidade, e os controles que, em determinado momento, atendiam às exigências,
em outro momento, podem não ser mais suficientes e precisam, obrigatoriamente, ser
melhorados.
1.2 Conceito de certificação
Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), certificação é um pro-

cesso em que uma entidade independente (3ª parte) avalia se determinado produto
atende às normas e aos procedimentos técnicos.
Essa avaliação se baseia em auditorias do processo produti-

vo, na coleta e em ensaios de amostras dos produtos.
Se o resultado dos processos produtivos for considerado satisfatório, um certificado e/

ou selo que permite o uso da marca será concedido ao produtor (empresa).
Atenção
É importante saber que todo certificado concedido tem um
prazo de validade e, antes que ele acabe, deve ser solicitada
uma nova auditoria externa da empresa certificadora para ob-
tenção de um novo certificado ou renovação do existente. No
geral, esse prazo é de um ano.
1.3 O que é necessário para obter uma certificação?
Para obter uma certificação, inicialmente, é preciso entrar em contato com a certifica-
dora para, assim, obter as informações para iniciar o processo de auditoria e certifica-
ção de acordo com os requisitos necessários para obtê-la.

A etapa seguinte é a obtenção do
checklist, que nada mais é do que
um questionário estruturado.
Ele define todos os pontos que as
empresas e os produtores devem
cumprir para obter o certificado.
É aconselhável que os produtores estudem e conheçam bem as normas de certificação

e realizem, em um primeiro momento, uma auditoria interna para verificar o está-
gio em que se encontra o processo de produção e o que é necessário para atingir a
certificação. Assim, podem estabelecer um plano de trabalho para cumprir todos os
requisitos necessários para a obtenção da certificação.
1.4 Benefícios da certificação
Uma certificação apresenta diversos benefícios. Veja alguns exemplos:

• promove o comprometimento com a qualidade;
• é um método gerencial que permite medir a melhoria contínua do empreendimen-

to;
• assegura a qualidade e a garantia de origem do produto;
• introduz novos produtos e marcas certificadas no mercado;
• reduz perdas no processo produtivo e melhora a gestão;
• implementa controles e avaliações internas;
• melhora a imagem da organização e de seus produtos ou atividades junto aos

clientes;
• assegura que o produto, serviço ou sistema atenda às normas de segurança ali-

mentar; e
• torna a organização altamente competitiva, com produtos em conformidade com

as normas de qualidade.

1.5 Principais certificações para produtores e empresas agrícolas
produtoras de frutas
Atualmente, existem vários sistemas de certificação que os produtores podem obter.

Aqui, serão tratados apenas os principais.
Pesquise por outros tipos de certificação igualmente importan-
tes. Alguns compradores têm seus próprios sistemas de certi-
ficação ou exigem mais de um tipo. Muitas vezes, para poder
fornecer produtos para esses clientes, o produtor é obrigado a
obtê-los.
A seguir, veja com mais detalhes exemplos de certificações para produtores e empre-
sas agrícolas produtoras de frutas, que são: GlobalG.A.P., APPCC, PIF e as normas ISO
de qualidade.
a) GlobalG.A.P.
Essa certificação teve seu início em 1997 e, nessa época, denominava-se Eurepgap. Tal
iniciativa se originou da organização de varejistas de um grupo de trabalho chamado
Euro-Retailer Produce.
Leitura Complementar
No material complementar, disponível na biblioteca do AVA,
você encontra um texto que detalha os passos para obter essa
certificação. Não deixe de conferir!
Os varejistas britânicos, junto aos supermercados da Europa continental, tomaram

consciência das crescentes preocupações dos consumidores europeus em relação à
segurança dos produtos, ao impacto ambiental e à saúde, à segurança e ao bem-estar
dos trabalhadores e dos animais.
Assim, propuseram harmonizar seus próprios padrões e procedimentos e desenvolver

um sistema de certificação independente para Boas Práticas Agrícolas (GAP).

Glossário
GAP: Sigla em inglês para Good Agricultural Practices, que, na
tradução, significa Boas Práticas Agrícolas.
As normas Eurepgap ajudaram os produtores a cumprir os critérios aceitos em toda

a Europa para segurança alimentar, com métodos de produção sustentáveis, e a
garantir o bem-estar dos trabalhadores e dos animais e o uso responsável de água,
alimentos compostos e materiais de propagação de plantas. A certificação também
significou economia para os produtores, já que eles não precisavam mais passar por
várias auditorias com base em critérios diferentes, a cada ano.
Após dez anos do lançamento, essa certificação se espalhou

pelo mundo, impulsionada pelos impactos da globalização.
Com isso, um número crescente de produtores e varejistas
em todo o mundo passou a usar a certificação, que ganhou
importância global.
Em 2007, o nome Eurepgap foi substituído por GlobalG.A.P.
Atualmente, a certificação GlobalG.A.P. representa o principal programa de cer-

tificação agrícola do mundo, traduz as exigências do consumidor em Boas Práticas
Agrícolas e pretende que o processo obedeça a critérios de sustentabilidade agrícola.
Durante o processo de certificação, a GlobalG.A.P. verifica:
Produção Meio Ambiente Mão de obra

• Uso de insumos e suas • Responsabilidade • Garantias dos trabalhadores
exigências ambiental • Obediência às normas
• Manejo da água e do solo • Obediência às normas internas do país
• Uso de máquinas e às leis internas do país • Responsabilidade social
Itens observados no processo de certificação da GlobalG.A.P.

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

b) APPCC
APPCC é uma certificação que busca garantir a qualidade e a segurança no processo de

fabricação. A sigla APPCC significa Análise de Perigos e Pontos Críticos de Contro-
le e é uma abordagem sistemática para assegurar que os alimentos sejam produzidos
de acordo com práticas e critérios seguros para os consumidores sob o ponto de vista
sanitário.
Informação Extra
A APPCC foi desenvolvida em meados da década de 1960 pela
companhia americana Pillsbury junto às Forças Armadas ame-
ricanas. O método foi elaborado para atender a uma solicitação
da Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica (Nasa),
já que, na época, a agência americana tinha desafios impor-
tantes no planejamento de enviar astronautas ao espaço, e
era necessário garantir que os alimentos ingeridos na viagem
fossem seguros e não causassem indisposição ou doenças à
tripulação.
Depois de vários estudos e testes, os cientistas de Pillsbury,

junto aos cientistas da Nasa, criaram um protocolo que permitia
avaliar detalhadamente cada etapa da fabricação dos alimentos
e identificar possíveis riscos no processamento. Posteriormen-
te, esses pontos identificados teriam que ser controlados pre-
ventivamente. Dessa forma, surgiu o HACCP - Hazard Analysis
and Critical Control Point, ou, no português, APPCC.
Para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o sistema APPCC tem

por objetivo a garantia, a efetividade e a eficácia do controle dos perigos à produção
de alimentos. Na implantação do sistema em uma propriedade, a Embrapa define a
aplicação de sete princípios orientadores. São eles:
Análise de perigos.

Identificação do ponto e do controle crítico.
Estabelecimento do limite crítico (valores máximos e/ou mí-

nimos que, quando não atendidos, impossibilitam a garantia
da segurança do alimento).
Estabelecimento de programa de monitorização do limite

crítico.
Estabelecimento de ações corretivas quando ocorrem des-

vios do limite crítico.
Registros.

Estabelecimento de procedimentos de verificação.
c) PIF
PIF ou Produção Integrada de Frutas é uma certificação criada pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a partir da Instrução Normativa n.º 20,
de 27 de setembro de 2001, cujo objetivo é desenvolver o Sistema de Produção Inte-
grada Agropecuário da Cadeia Agrícola.
Essa certificação é focada na adequação dos processos produtivos para a obtenção de

produtos vegetais e de origem vegetal de qualidade, com níveis de resíduos de defen-
sivos agrícolas e contaminantes em conformidade com o que estabelece a legislação
sanitária, mediante a aplicação de boas práticas agrícolas, e, assim, favorecer o uso de
recursos naturais e a substituição de insumos poluentes.
Garante, dessa forma, a sustentabilidade e a rastreabilidade da produção agrícola

na etapa primária da cadeia produtiva, que é passível de certificação pelo selo oficial
“Brasil Certificado”.

você encontrará os quatro passos ou etapas que devem ser
seguidos pelo produtor para a implantação desse sistema de
certificação, conforme o Mapa.
A Produção Integrada (PI) tem como estrutura básica as Boas Práticas Agrícolas (BPAs),
previstas nas Normas Técnicas Específicas (NTE) e em documentos auxiliares, como
manuais, grades de defensivos agrícolas, cadernos de campo e de beneficiamento, que
promovem o atendimento e o respaldo aos marcos regulatórios oficiais do país.
Tais procedimentos visam oferecer

garantia de eficácia na adoção das
BPAs, com ganhos de sustentabili-
dade, conservação ambiental, go-
vernança da produtividade, com-
petitividade e prevenção de riscos
quanto à segurança do agricultor,
dos trabalhadores e, especialmen-
te, da saúde do consumidor.
A PI tem três pilares. Veja:
O método O técnico O consumo
Preconiza Preconiza mecanismos

mecanismos Reúne tecnologias garantidores da
garantidores da de produção, gestão participação social na
concepção, na
documentação, da e organização do
normatização e na
formalização e da sistema produtivo
gestão do sistema de
credibilidade do sustentável e
produção, assegurando
sistema de comercialmente ao consumidor o pleno
acreditação e competitivo. exercício de seus
certificação. direitos.
Pilares da Produção Integrada (PI).


Esses pilares se convertem nos seguintes resultados para consumidores envolvidos na
cadeia agrícola:
Produção de alimento seguro por meio da adoção de BPAs.
Processos e produtos com rastreabilidade e origem.
Processos de produção agrícola monitorados.
Procedimentos técnicos construídos com o setor produtivo.
Promoção do uso de tecnologias limpas.

Viabilidade técnico-econômica e competitividade mercado-
lógica.
Conservação do meio ambiente.
Capacitação técnica de profissionais e produtores envolvi-

dos.
Higiene e segurança no trabalho.
Agregação de valores ao produto final.

d) Normas ISO de qualidade
As normas ISO foram criadas pela Organização Internacional de Padronização (ISO),

com o objetivo de melhorar a qualidade de produtos e serviços. A ISO é uma das maio-
res organizações de normas no mundo e foi criada a partir da união da International
Federation of the National Standardizing Associations (ISA) e da United Nations Stan-
dards Coordinating Committee (UNSCC).
A ISO começou a funcionar oficialmente em 1947, com normas
que certificam produtos e serviços em várias organizações no
mundo todo. Essa normatização está baseada em um docu-
mento que oferece um padrão para a implantação do Sistema
de Gestão da Qualidade.
No Brasil, essas normas são compostas pela sigla NBR. Elas são criadas e gerenciadas
pela ABNT. A empresa que escolhe seguir essas normas deve estipular as metas a se-
rem atingidas para obter a certificação. Além disso, deve passar por um projeto com
várias etapas para implantar a gestão da qualidade e obter o certificado ISO.
As normas ISO são separadas conforme o ramo de atividade da empresa e para o que
se pretende certificar. Alguns exemplos são:
ISO 9000 Gestão da qualidade ou qualidade total
QS 9000 Normas para a fabricação de automóveis
ISO 20000 Normas para a Tecnologia da Informação (TI)
ISO 14000 Sistemas de gestão ambiental
ISO 18000 Saúde e segurança do trabalho
ISO 22000 (BRC) Boas práticas de higiene e segurança alimentar
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar seus conhecimentos? Faça as atividades
propostas a seguir.

Atividades de aprendizagem
1. Uma certificação de qualidade é uma garantia buscada por uma empresa ou um
produtor e, por isso, esses atores seguem normas de produção e de fabricação
que avaliam a origem e a qualidade da produção e o respeito às questões sociais
e ambientais. A partir dessa afirmação e do conteúdo estudado, defina o que é
certificação.
2. Na atualidade, existem diferentes certificações para produtores e empresas agrí-

colas produtoras de frutas. Com isso em mente, assinale a alternativa que contém
as principais certificações utilizadas pelos produtores na fruticultura:
a) PIF – Global – ATTCC.
b) GlobalG.A.P. – BPA – APPCC.
c) APPCC – PIF – GlobalG.A.P.
d) Global – BPA – ATTCC.
e) PIF – BPA - GlobalG.A.P.
3. A respeito dos sistemas de qualidade, descreva como os sistemas de certificação

atingem o objetivo de garantir produtos de qualidade.

4. Levando em conta as diferentes características de um sistema de certificação,
analise as informações a seguir:
I. Um sistema de certificação não assegura a qualidade e muito menos a garantia

de origem do produto.
II. Um sistema de certificação promove o comprometimento com a qualidade.
III. Um sistema de certificação não permite implementar controles e avaliações

internas.
IV. Um sistema de certificação não ajuda a reduzir perdas no processo produtivo

nem melhora a gestão.
Está correto o que se afirma em:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e IV apenas.
e) II e IV apenas.
5. Analise atentamente a frase a seguir e selecione a alternativa que a completa cor-

retamente:
A __________________ tem como estrutura básica as __________________,

previstas nas ____________________.
a) Produção Integrada – Algumas Práticas Agrícolas – Normas da ABNT.
b) Produção Total – Boas Práticas Agrícolas – Normas Gerais.
c) Produção Integrada – Boas Práticas Agrícolas – Normas Técnicas.
d) Produção Parcial – Práticas Agrícolas – Normas Gerais.
e) Produção Total - Boas Práticas Agrícolas - Normas da ABNT.
6. GlobalG.A.P. é uma certificação que tem por objetivo desenvolver um sistema de

Boas Práticas Agrícolas. As áreas verificadas durante o processo de certificação
são:
a) produção; mão de obra; meio ambiente.
b) administração; mão de obra; meio ambiente.
c) produção; administração; meio ambiente.
d) produção; mão de obra; estoque.
e) administração; estoque; meio ambiente.

Tópico 2: O uso de planilhas como ferramentas para a
gestão da qualidade
A planilha representa uma forma

estruturada de dados que se com-
põe de linhas e colunas, de forma
a facilitar o registro de informações
importantes, para que sejam his-
toricamente preservadas e usadas
como ferramentas na análise dos
dados para fins gerenciais e com-
provação de fiscalizações e audito-
rias.
2.1 As planilhas como sistemas de controle de registros
A produção diária de um trabalhador pode ser registrada em uma planilha. A seguir,

acompanhe um exemplo. Nas linhas, estão nomes fictícios de trabalhadores, e nas co-
lunas, a data de operação e a unidade utilizada para registrar a atividade.
UNIDADE
NOME DO TRABALHADOR DATA
(PLANTAS/DIA)
AVELINO 02/jan. 50
JOÃO 03/jan. 55
.... ... ...
TOTAL MÊS 105

Caso não exista esse controle, fica difícil saber o rendimento de cada trabalhador e o
trabalho realizado por dia, e não há a oportunidade de manter um histórico de produ-
ção de determinada pessoa durante o tempo em que desempenhou a atividade especí-
fica. Além disso, fica difícil também fazer um comparativo com outros funcionários ou
com períodos anteriores. Dessa forma, fica evidente a importância de fazer os regis-
tros e de manter as informações atualizadas.

Por meio desses controles e registros, é possível identificar a
qualidade do tempo e a otimização dos recursos utilizados nas
várias etapas da atividade agrícola.
Atualmente, graças aos avanços da tecnologia, existem programas específicos de plani-

lhas eletrônicas que auxiliam nos registros das atividades e na construção de planilhas
de controle de produção, o que facilita a administração das empresas pelos produtores.
2.2 A importância do preenchimento e da atualização das planilhas
Quando se trabalha com certificação, um aspecto importante é registrar tudo sobre

cada atividade realizada. Isso porque, durante as auditorias, é necessário comprovar
o que foi executado em determinada atividade – o que só é possível por meio de re-
gistros.
A frequência com que se atualiza

as planilhas também é importante,
visto que, se você demorar a fazer
os registros, as informações facil-
mente se perderão.
Outro ponto que se deve considerar no uso de planilhas de controle é sua importância
gerencial, já que elas permitem melhorar a gestão interna das operações.

Atenção
Informações atualizadas auxiliam os líderes na tomada de de-
cisões baseadas em informações registradas e históricas, e não
de forma aleatória.
Para fixar os conhecimentos desenvolvidos neste tópico, faça a atividade proposta a

seguir.
Atividade de aprendizagem
1. Os registros para as certificações são a forma de comprovar que normas e proce-
dimentos estão sendo seguidos. Sabendo disso, responda: qual é a importância do
uso de planilhas no sistema de gestão de qualidade?
Tópico 3: Registros de processo

Um processo pode ter vários propósitos, como criar, inventar, projetar, transformar,
produzir, controlar e manter, e utilizar produtos e sistemas para obter um resultado.
Em suma, processo é a sequência de atividades realizadas para gerar um resultado.
Glossário
Processo: A palavra “processo” vem do latim processus, ter-
mo que indica a ação de avançar, ir para frente (procĕdere,
em latim, pro+cĕdere), e representa um conjunto sequencial e
particular de ações com um objetivo comum.

3.1 A importância dos registros no processo
Os processos só podem ser gerenciados em todas as etapas, atividades e produtos se
tudo for devidamente registrado. Ou seja, tudo o que se registra pode igualmente ser
gerenciado.
Nesse sentido, é importante fazer

registros, com atualizações e ve-
rificações periódicas, pois permite
orientar quem está gerindo o pro-
cesso e verificando se os resulta-
dos de cada etapa estão de acordo
com o planejado.
Quando os resultados não são atingidos, os registros são a primeira fonte de infor-
mação para entender os motivos e identificar os fatores que podem ter influenciado o
processo de forma negativa.
Tópico 4: Conceito de relatório

Relatório é um conjunto de informações oriundas de uma base, de forma a reportar
resultados, os quais podem ser parciais ou totais para determinada atividade. Pode
ser um projeto, uma ação, uma pesquisa ou qualquer outra atividade que ainda esteja
sendo realizada.

Eles retratam, portanto, as atividades realizadas, têm como base os registros feitos, e
podem se referir tanto a atividades finalizadas quanto a que estão em curso.
Os relatórios são de suma importância, pois traduzem as

informações obtidas em registros e expõem, de forma clara
e ordenada, o que aconteceu ou está acontecendo em um
processo ou em uma atividade.
4.1 Elaboração de relatórios
A dificuldade na criação de um relatório está relacionada à complexidade das ativida-

des e das informações que devem ser apresentadas, além de como os registros estão
organizados.
Cada relatório segue um propósito, que deve ser bem definido
por quem o elabora. Os relatórios podem ser digitais, impres-
sos e até orais, a depender da finalidade e do público a que se
destinam.
Antes de iniciar a construção de um relatório, pense claramente o que deseja comuni-

car. Defina os pontos principais, a necessidade ou não de fazer comentários, as infor-
mações e os dados que servem de base e, principalmente, o público-alvo. Lembre-se:
um relatório bem apresentado facilita a comunicação entre todos os envolvidos.
Dica
O relatório deve utilizar uma linguagem simples, clara e objeti-
va. Deve ser conciso, coerente e incluir a informação indispen-
sável à compreensão do trabalho. A forma como determinada
informação é apresentada (tabelas, gráficos, ilustrações) pode
contribuir consideravelmente para reduzir a extensão de um
relatório.

Veja algumas informações básicas que são esperadas no conteúdo de um relatório:
• introdução;
• exposição teórica do assunto;
• procedimentos adotados;
• resultados obtidos;
• análise dos dados; e
• conclusões.
Além disso, deve-se acrescentar:
XXXX Data da elaboração

XX de X de
Logomarca (se desejável)
ÃO Descrição do tipo de
DE PRODUÇ
RELATÓRIO relatório, em que se
XXX
X a XX/XX/X indica o que está sendo
XX/XX/XXX
informado
Período ao qual se
referem os dados
Notas informativas e
quantidade de páginas
que compõem o relatório
(no rodapé)
Nota: xxxx
12
Página 1 de
Formato de relatório.

Tópico 5: Identificação e elaboração de documentação
técnica
Documentação técnica é o conjunto de documentos que contém as informações de-
senvolvidas para orientar a tomada de decisão e registra as atividades realizadas em
determinado processo.
Ela tem como característica reunir as informações escritas ao longo da vida de uma
empresa, em uma série de sucessivas anotações descritas em:
• manuais, normas e procedimentos internos, que orientam como proceder e exe-
cutar processos internos, que podem ser de verificação ou de produção;
• leis e normas do país, que orientam e normatizam determinadas práticas internas.
Como exemplo, a Instrução Normativa n.º 2, de janeiro de 2018, publicada pelo
Mapa, que estabelece as normas de rastreabilidade; e
• normas obrigatórias para obtenção de certificações.
você encontra um texto com orientações sobre como implantar
um sistema de rastreabilidade na propriedade.
Uma característica da documentação técnica é a de que deve ser escrita e publicada

para conhecimento dos funcionários da empresa, principalmente das pessoas envolvi-
das nos processos específicos.

5.1 O que são procedimentos?
Procedimento é a ação de proceder ou a maneira de executar atividades, geralmente

de forma sequencial, que permite realizar um trabalho de forma correta para obter um
resultado e/ou atingir uma meta desejada. Esse termo também pode ser usado para
se referir à maneira como alguém deve agir em uma situação específica.
O conceito de procedimento pode ser aplicado em diferentes

áreas que necessitam do cumprimento de uma ordem para
a correta execução de um processo.
Todo procedimento deve ser escrito, atualizado e adaptado

para atender às necessidades verificadas, bem como aprovado
pelo principal gestor da empresa.
Um documento organizacional que traduz o planejamento do trabalho a ser executado

é o Procedimento Operacional Padrão (POP), uma descrição detalhada de todas
as medidas necessárias para a realização de uma tarefa.
5.2 Como elaborar uma norma ou um procedimento?
Para elaborar um procedimento, basta descrever as tarefas que fazem parte da rotina
de trabalho e tomar os seguintes cuidados:
As informações sobre procedimentos devem ser buscadas em

livros ou em outras organizações, com o cuidado de descre-
INFORMAÇÕES ver como serão executados internamente. Cada processo tem
suas particularidades e, por esse motivo, as informações de-
vem ser adequadas a cada um deles.
O executor do processo deve ser parte integrante da elabora-

EXECUTOR ção dos procedimentos, pois ele é o conhecedor do processo e
suas características e deficiências.

Os procedimentos devem ser monitorados constantemente
MONITORAMENTO
para assegurar que estão sendo seguidos de forma correta.
A linguagem utilizada deve ser simples, clara e objetiva, para

LINGUAGEM
que o documento possa ser entendido e aplicado por todos.
O procedimento deve ter informações suficientes para que os

colaboradores possam utilizá-lo como um guia, assim como,
em caso de dúvida, saibam onde buscar mais informações
ou a quem recorrer.
Dessa forma, é interessante que contenha as seguintes informações:

• nome;
• objetivo;
• documentos de referência (manuais, processos ou outros procedimentos);
• local de aplicação;
• siglas (se houver);
• descrição das etapas da tarefa e de seus executores e responsáveis;
• um fluxograma (se possível);
• local onde poderá ser encontrado e o nome do responsável pela guarda e a atuali-
zação;
• frequência de atualização;
• forma como será gerado (digital ou físico); e
• gestor que elaborou e aprovou.
Glossário
Fluxograma: Ferramenta de qualidade utilizada para repre-
sentar a sequência e a interação das atividades do processo,
por meio de símbolos e gráficos. Os símbolos proporcionam
uma melhor visualização do funcionamento do processo, o que
ajuda no seu entendimento e torna sua descrição mais visual
e intuitiva.

Agora, que tal fixar os conhecimentos desenvolvidos? Faça as atividades propostas a
seguir.
1. Em virtude do marco legal, há a obrigatoriedade de toda empresa produtiva expe-
dir um grande volume de documentos, entre os quais encontra-se a documentação
técnica. Com base nisso, explique o que é documentação técnica.
2. De acordo com o que você estudou, manuais, normas e procedimentos internos,

que orientam como proceder, são parte da:
a) documentação técnica.
b) documentação comercial.
c) informação financeira.
d) produção.
e) certificação.
3. Para atender a uma série de questionamentos nos processos de certificação, as

empresas devem criar normas e procedimentos internos. Defina o que são proce-
dimentos no processo de certificação.

4. As ações executadas de forma sequencial, para obtenção de um resultado e/ou
atingir um objetivo, estão descritas em um documento. Como se denomina esse
tipo de documento?
a) Documento técnico.
b) Norma.
c) Política.
d) Planilha.
e) Procedimento.
Tópico 6: Identificação e organização de documentos para a

certificação
Por mais simples que um produtor ou uma empresa possa ser, é obrigatório fazer uma
série de registros, os quais geram uma demanda de documentos internos, que podem
estar sistematizados em procedimentos ou não.
Nesses documentos, são registrados todos os acontecimentos na empresa no decorrer

de um período, o que cria um histórico de atividades executadas e de insumos utiliza-
dos nos diferentes processos.

6.1 Introdução ao controle de documentos
O controle de documentos é importante para que se possa recuperar informações que,

a curto prazo, são esquecidas facilmente por parte dos produtores – o que se repete a
médio e a longo prazo. Assim, por meio de um controle eficiente, é possível apoiar os
processos e ajudar as pessoas a melhor executarem suas tarefas.
Nesse sentido, alguns fatores são essenciais à utilização dos documentos e criam a
base para um controle. Veja:
Os documentos devem estar perto das pessoas que preci-

DISPONIBILIDADE
sam consultá-los muitas vezes, de forma permanente.
O documento tem que ser legível, sem rasuras ou manchas,

INTEGRIDADE
sem estar amassado ou rasgado.
Como muitas vezes o documento circula entre várias pes-

CONFIABILIDADE soas, deve-se observar se não houve circulação entre quem
não faz parte do processo ou alterações indevidas.
Atenção
Todo sistema de certificação exige que os documentos sejam
guardados por um período mínimo obrigatório, de forma que
se possa comprovar as atividades executadas nos diferentes
processos.
A forma de fazer o controle dos documentos e proceder ao seu arquivamento não pre-
cisa ser complexa. Pode ser realizada, por exemplo, por meio de um sistema simples,
que permita recuperar o documento de forma rápida e ágil e, ao mesmo tempo, o pro-
teja do ambiente e da danificação.
6.2 Como organizar e arquivar os documentos da certificação
É importante que o empresário compreenda que a organização e o arquivamento de

documentos desempenham papel fundamental na atividade de uma empresa e são
processos essenciais.

Assim como em todos os procedi-
mentos de sua empresa, a cultu-
ra da organização e a guarda dos
documentos devem ser sempre
cultivadas, e todos os funcioná-
rios precisam compreender a ne-
cessidade e a importância desse
processo.
A seguir, confira algumas dicas.
CRIE PASTAS DE ARQUIVOS SEGMENTADAS POR

SETORES E/OU DEPARTAMENTOS
Os documentos de uma empresa são essenciais, razão pela qual não podem ser armazena-
dos de qualquer jeito. Assim, uma técnica eficiente é criar pastas segmentadas para cada
departamento e organizar os documentos dentro de cada uma delas. O ideal é criar pastas
para todas as áreas, mesmo que, no começo, elas fiquem vazias, pois, com o tempo, elas
poderão ser preenchidas.
É igualmente possível organizar seus e-mails. Os provedores disponi-

bilizam marcadores, alguns já predefinidos, e a possibilidade de criar
outros, o que permite a você segmentar suas mensagens (por exem-
plo, por clientes ativos e inativos, prospects, entre outros).
CRIE UM SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS
Criar sistemas de identificação de cada documento agiliza e facilita a identificação de cada

item. O critério escolhido pode ser o que se adapte melhor às necessidades. Um exemplo:
• 01 – Produção
• 01.01 – Pulverização
• 01.001 – Programa diário de pulverização (é o documento)
Assim, a pasta principal seria “Produção”, a subpasta, “Pulverização” e o documento a ar-

quivar, “Programa diário de pulverização”, com o código 01.001.
Produção Pulverização Programa diário de pulverização

DEFINA UM PRAZO DE DESCARTE
Todo documento tem um tempo de validade e de arquivamento. Alguns têm prazos defini-
dos por lei, como notas fiscais, com prazo de arquivamento mínimo de 5 anos. Documen-
tos para fins de certificação também têm sua validade ou temporalidade, definida por cada
certificação, de acordo com a necessidade.
Recomenda-se que seja indicada, em cada documento, a validade, de

maneira que possa ser feito o descarte com facilidade.
DEFINA O LOCAL DE ARQUIVAMENTO
O ideal é agrupar os documentos em um local próprio e adequado, que facilite sua rápida
localização quando houver necessidade. Ao mesmo tempo, o local deve ser protegido e
com controle de acesso das pessoas que realmente utilizam os documentos.
Se for permitida a utilização de documentos digitais à empresa ou

ao produtor, deve-se fazer essa opção e, se possível, armazenar os
arquivos “em nuvem”, o que oferece mais agilidade e segurança ao
acesso das informações.
A partir do conhecimento sobre o controle de documentos, faça a atividade proposta

a seguir.
1. O controle de documentos é essencial para que os produtores possam recuperar
informações importantes do negócio rural. Assim, por meio de um controle eficien-
te, é possível apoiar os processos e ajudar as pessoas a executarem melhor suas
tarefas. Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta corretamente fatores
essenciais na utilização dos documentos e que são a base para um controle:
a) Integridade, durabilidade e confiabilidade.
b) Disponibilidade, integridade e confiabilidade.
c) Integridade, durabilidade e perenidade.
d) Disponibilidade, integridade e usabilidade.
e) Disponibilidade, perenidade e confiabilidade.

Tópico 7: Bancos de dados
O banco de dados é um conjunto de dados informativos organizados no mesmo con-
texto para uso e conexão.
Glossário
Banco de dados: O termo se refere a um banco de informa-
ções que contém dados relacionados a diversos temas, clas-
sificados de várias maneiras, mas que também compartilham
entre si todo tipo de vínculo ou relação, organizados e classifi-
cados conjuntamente.
Existem diversos tipos de banco de da-

dos: desde um pequeno fichário caseiro
para organizar livros e revistas por ordem
alfabética até um complexo banco de in-
formações de ordem governamental.
7.1 Banco de dados como forma de gerenciamento dos registros

Recentemente, o termo banco de dados começou a ser utilizado quase que exclusiva-
mente para referenciar bases construídas por meio de programas de computador que
permitem uma melhor organização.
Os bancos de dados de um compu-

tador são criados por meio de um
software ou até mesmo online. De
qualquer forma, suas funções dis-
poníveis são praticamente ilimita-
das.

A sua classificação se dá de duas formas:
DE ACORDO COM DE ACORDO COM

SEU MOVIMENTO SEU CONTEÚDO
• Bibliográfico
• Estáticos: em caso de servirem ape-
nas para leitura e armazenamento. • Texto completo
• Dinâmicos: quando a informação se • Diretório

modifica e pode ser atualizada.
• Tipo biblioteca
O uso de um banco de dados é tão extenso que pode ser adotado, por exemplo, em
uma biblioteca ou um arquivo que guarda livros para consultas frequentes, como tam-
bém empregado para armazenar material biológico.
Para refletir
Apesar da complexidade técnica envolvida, a aplicação prática
é muito simples e está presente no seu cotidiano. Por exemplo,
quando você compra um produto em uma loja virtual, por mais
simples que ela seja, você navega por centenas de milhares de
dados e, graças a um gerenciamento correto das informações,
recebe o que comprou em sua casa.
Isso ocorre porque seu cadastro – incluindo nome, endereço e

dados de pagamento – e as informações sobre o produto estão
em um banco de dados. Tudo o que fazemos depende de uma
central de informações para funcionar adequadamente.
Tópico 8: Treinamento e capacitação de pessoas na gestão

da qualidade
O treinamento e a capacitação de pessoas são processos de muita importância dentro
de uma organização. Visam qualificar os colaboradores por meio do desenvolvimento
de habilidades e competências com impactos diretos nos resultados da empresa.

Confira, a seguir, suas diferenças:
TREINAMENTO CAPACITAÇÃO
A capacitação tem uma visão mais abran-

O treinamento é voltado para desenvolver
gente e contínua, e visa instruir os cola-
habilidades técnicas dos colaboradores a
boradores em questões comportamentais.
fim de melhorar seu desempenho nas ati-
Geralmente, são abordados pontos como
vidades cotidianas. Ele pode ser colocado
relacionamento interpessoal, liderança,
em prática em momentos pontuais, de
proatividade, entre outros. Esses assuntos
acordo com as estratégias e necessidades
contornam as habilidades técnicas, mas
da empresa.
têm relação mais profunda.
É a partir dos treinamentos que as organizações conseguem ter melhora na produti-

vidade e na performance, qualidade na entrega, minimização de erros, entre outros
benefícios. Além disso, o colaborador se sente muito mais confiante com o processo
das atividades que desenvolve.
8.1 A importância do treinamento e da capacitação dos recursos humanos

para a certificação
As certificações obrigam as empresas e os produtores a desenvolverem uma série de

processos, os quais devem ser escritos, para facilitar, principalmente, o treinamento do
pessoal para a execução adequada. Além disso, é uma obrigação comprovar na certifi-
cação que as pessoas foram treinadas para executar determinada atividade.
O treinamento e a capacitação de pessoas devem ser planejados e executados dentro

do próprio processo de certificação, o que traz uma série de benefícios para as empre-
sas, tais como:

Execução de procedimentos: pessoas treinadas execu-
tam as atividades conforme orientação, o que garante que
os processos funcionem conforme o planejamento.
Aumento de produtividade: quanto mais treinado e ca-

pacitado um colaborador estiver, mais bem preparado ele
estará para realizar suas atividades. Portanto, se ele tem
dificuldades que geram atraso no cumprimento de funções,
o treinamento melhora possíveis deficiências e deixa o pro-
cesso e a execução mais simples.
Motivação individual e de equipes: a motivação de um

colaborador que se empenha para realizar suas atividades e
consegue ter êxito aumenta.
Redução de custos: colaboradores mal treinados geram

custos adicionais para a empresa. Quando recebem um bom
treinamento e executam suas atividades da forma correta,
esses custos diminuem.
Melhora no rendimento: se, antes de um treinamento, o

colaborador demorava certa quantidade de tempo para exe-
cutar suas atividades, após a capacitação, a tendência é a
de que esse tempo diminua, o que gera maior rendimento e
assertividade.

Melhora nas relações interpessoais: dificuldade com ta-
refas, baixo rendimento e alta cobrança fazem com que se
crie atritos entre pessoas de uma mesma equipe. O treina-
mento e a capacitação de pessoas desenvolvem o relaciona-
mento interpessoal e fazem com que a relação entre elas se
torne mais pacífica e colaborativa.
8.2 Principais treinamentos que todo funcionário deve ter para um bom
desenvolvimento das suas funções
O processo de seleção de pessoas não termina no momento de admissão de um funcio-

nário. É necessário um processo de adaptação do funcionário na empresa e na função,
o chamado Programa de Integração e Ambientação.
Os objetivos básicos do processo

de integração e ambientação con-
sistem em buscar a melhor relação
entre o funcionário e a empresa e
diminuir os temores e a ansieda-
de que são vivenciados quando al-
guém é admitido em um novo em-
prego.
Gestão de pessoas
Recomenda-se que, dentro do processo de integração, os novos
colaboradores recebam os treinamentos mínimos que todos os
funcionários devem ter, que são comuns a todos, e aqueles es-
pecíficos das funções e dos cargos que venham a desempenhar
e ocupar e dos setores onde venham a trabalhar.

Dos treinamentos que devem ser oferecidos, destacam-se os seguintes:
• políticas e normas de saúde e segurança no trabalho;
• políticas e normas de primeiros socorros;
• políticas e normas ambientais;
• políticas e normas de recursos humanos; e
• normas de comportamento dentro da empresa.
Apesar de tais treinamentos serem preferencialmente dados aos novos colaboradores,

mudanças e atualizações devem ser comunicadas aos antigos. Ainda, processos e reci-
clagens devem ser programados com certa periodicidade, de preferência anualmente,
e para todos os funcionários.
Dica
Para facilitar o treinamento, recomenda-se que seja preparada
uma espécie de cartilha ou manual, disponibilizada a todos os
funcionários durante os treinamentos.
Antes de encerrar este tema, fixe seu aprendizado com a atividade proposta.
1. Analise as afirmações a seguir, acerca da importância do treinamento e da capaci-
tação dos recursos humanos para a certificação:
I. O treinamento e a capacitação de pessoas devem ser planejados e executados

após o processo de certificação.
II. Pessoas treinadas executam as atividades conforme orientação, e isso garante

que os processos funcionem conforme o planejamento.
III. O treinamento e a capacitação de pessoas desenvolvem o relacionamento in-

terpessoal e fazem com que a relação entre elas se torne mais pacífica e colabora-
tiva.
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e II apenas.
e) II e III apenas.

Encerramento do tema
Você encerrou o tema Sistemas de gestão da qualidade. Neste tema, ficou clara a
importância dos sistemas que permitem o monitoramento, a avaliação e a gestão da
qualidade para o desenvolvimento das empresas, já que, a partir deles, todos os pro-
cessos são definidos e, assim, pode-se verificar como eles podem melhorar e garantir
a qualidade dos produtos e serviços.

02
Estocagem
Tema 2: Estocagem
No tema de aula Estocagem, será abordado um dos elementos mais importantes de
qualquer empresa do ramo industrial ou comercial: o estoque. Será o momento de
você perceber a importância dos estoques em organizações e negócios rurais, assim
como conhecer ferramentas e técnicas de gestão de estoques, com o objetivo de tor-
nar essa atividade melhor e mais eficiente.
Por meio do conteúdo a ser estudado, você verá que mesmo os pequenos produtores
podem e precisam desenvolver métodos de controle da movimentação do estoque.
Gerir de maneira ótima os estoques significa possibilitar uma

organização e um controle eficientes das entradas e saídas.

Na fruticultura, essa organização é essencial. A atividade demanda por insumos na
produção de diferentes tipos, e a falta de uma gestão próxima e detalhada dos vários
tipos e itens de estoques existentes pode afetar a saúde financeira das empresas e
propriedades que não tenham controles mínimos sobre o que compram e utilizam.
No tema, os seguintes assuntos serão abordados:

• controle do estoque: técnicas e normas;
• procedimentos e práticas em gestão de estoques;
• codificação/identificação de materiais;
• organização de estoque;
• elaboração de relatórios gerenciais;
• emissão de documentos; e
• exigências de certificações.
• executar as atividades de estocagem de insumos, materiais
para embalagem e produto acabado de acordo com os pro-
cedimentos e normas;
• identificar/cadastrar produtos e arquivar notas fiscais;
• cumprir com as especificações das diferentes certificações;
• verificar e organizar as condições de armazenamento das

mercadorias e seus respectivos vencimentos;
• avaliar o estoque físico regularmente;
• efetuar as baixas de produtos do estoque;
• verificar e testar os processos de entrada e saída de mer-

cadorias;
• emitir relatórios com resultados e comparativos;
• organizar reuniões frequentes com a equipe;
• compartilhar as informações com todos os envolvidos;
• conhecer e cumprir a legislação de saúde e segurança do

trabalhador vigente; e
• usar equipamento de proteção individual (EPI).

Tópico 1: Controle de estoque: técnicas e normas
Os materiais/insumos que a empresa (ou produtor) adquire para usar na produção são
bens, assim como os equipamentos ou imóveis do negócio.
Atenção
A diferença é que os bens, como os materiais e insumos que se-
rão utilizados no processo de produção, fazem parte do estoque.
Além dos materiais e insumos, a produção obtida durante a colheita, e que precisa ser
armazenada, também faz parte do estoque. Essa produção representa outro tipo de
item do estoque, os produtos acabados e prontos para revenda.
1.1 Conceito e importância

Chiavenato (2005) explica que:
O estoque de uma empresa/propriedade é com-

posto por vários tipos de itens e pode ser orga-
nizado e controlado conforme as necessidades
e características específicas de cada um desses
tipos de estoque.

Portanto, um estoque é a composição de materiais, o que engloba matérias-primas,
materiais em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados e produtos
acabados que, em determinado momento, não são utilizados na empresa, mas serão,
futuramente.
Nesse sentido, o estoque compõe-se de materiais que o pro-

dutor adquire para utilizar na sua produção, tais como fer-
tilizantes, defensivos, ferramentas, sacarias, materiais para
embalagem, peças de máquinas e equipamentos, material
de irrigação, entre outros.
Também é composto pelo resultado da colheita ou da pro-

dução obtida: que vai ser armazenada por pouco tempo,
por ser perecível, como frutas embaladas; ou que pode ser
estocada por longo tempo, como grãos ou sacarias de café,
na fazenda ou fora dela.
A necessidade e a relevância de manter uma gestão e um controle eficazes do estoque

estão em ter disponíveis os bens necessários (insumos e materiais) para utilização no
momento adequado da produção, ou, claro, ter produtos acabados disponíveis para
vendas.
1.2 Controles de estoque
Todo estoque se caracteriza por

ter entradas e saídas de materiais.
Assim, o controle dos registros de
entrada e de saída é de grande im-
portância para o monitoramento
desses bens.
A ação de registrar as entradas e as saídas recebe o nome de movimentação do

estoque. Esses controles monitoram a movimentação, ou seja, o fluxo de materiais
dentro do estoque.

Atenção
O estoque tem um crescimento com as entradas e um decrés-
cimo com as saídas, pois a movimentação de materiais faz com
que o estoque aumente e reduza em tamanho e valor ao longo
do tempo.
A partir do conceito de estoque, é possível perceber, então, que ele é composto por di-
ferentes itens, como materiais, matérias-primas, embalagens, produtos acabados para
revenda, entre outros, e sua movimentação. Tenha em mente que esse conhecimento
é essencial para uma gestão eficiente – daí a importância dos controles de estoque.
Nesse sentido, a seguir, você vai conhecer alguns dos procedimentos que podem ser
aplicados.
Tópico 2: Procedimentos e práticas em gestão de estoques

(pedido, ordem de compra, entrada de mercadoria, baixa,
controle de produção, controle de mercadoria, balanço de
estoque/inventário)
O estoque é composto por materiais adquiridos, pelo produto acabado ou pela produ-
ção armazenada. Assim, todos eles são bens que têm um valor quantitativo e qualita-
tivo para a empresa ou o produtor.
2.1 Práticas de gestão e definição de procedimentos para a

movimentação do estoque
A gestão de estoque é uma atividade que requer muita atenção, pois engloba dois
processos importantes:
Manter os materiais necessários para a produção e, ao

mesmo tempo, não adquirir produtos que fiquem por longos
períodos no estoque, pois isso promove desperdícios de
recursos financeiros, físicos, humanos, ambientais etc.

Portanto, definir previamente os procedimentos para a movimentação do estoque au-
xilia, e muito, a gestão e/ou a administração desses bens. Em outras palavras, uma
boa gestão do estoque passa por estabelecer controles de entrada e saída realmente
eficientes.
Dica
Para fazer um bom controle, é preciso, antes de tudo, identifi-
car os materiais que fazem parte do estoque e criar um código
para cada tipo de material ou de produto. É necessário criar
uma regra que seja simples e prática de ser seguida para esta-
belecer os códigos e que facilite a localização do material tanto
no estoque como nos controles.
Todo procedimento tem por objetivo facilitar o andamento do processo. Todo processo
de movimentação do estoque deve ser estabelecido por meio das normas de entrada
e saída, com controles permanentemente atualizados, para ter segurança de que os
materiais são utilizados de forma correta, em tempo, local e quantidade previstos.
Alguns procedimentos importantes para a gestão do estoque são:
No caso de produtos ou materiais, definir um estoque míni-

mo para compra. Assim, quando o item atingir a quantidade
mínima, o almoxarife informa ao comprador, para que ele
possa fazer cotações e adquirir a quantidade necessária para
uso na produção em determinado período. Geralmente, as
compras são autorizadas por um superior: agrônomo, ge-
rente ou supervisor.
Definir quem pode fazer a solicitação de compra de produ-

tos, a fim de evitar que muitas pessoas façam pedidos de
aquisição de produtos de forma constante.
Da mesma forma, definir quais pessoas podem solicitar a

saída de materiais do estoque.

Verificar, antes de dar entrada, se a quantidade recebida e o
produto estão de acordo com o solicitado.
O mesmo se aplica para a saída: verifique se as quantidades

e os produtos solicitados são os mesmos que estão saindo.
Manter os controles de movimentação em dia.
Esses procedimentos básicos, quando executados corretamente, garantem uma boa

gestão do estoque nas empresas agrícolas.
Quer saber mais sobre a importância da gestão de estoque?
Acesse o material complementar, disponível na biblioteca do
AVA.
2.2 Fluxo de entrada e saída de materiais
Conceitualmente, fluxo é o ato de fluir, ou seja, de movimentar. Todo fluxo se movi-

menta em uma direção. Assim, um fluxo de estoque é a movimentação de entrada e
saída de materiais para a produção e, ao mesmo tempo, a entrada e a saída de pro-
dutos prontos ou acabados.

Veja um exemplo de fluxo de movimentação no estoque:
Entradas Saídas
Produtos
Almoxarifado Produção
acabados
Fornecedores Clientes
Nesse fluxo, alguns documentos e processos são importantes:
a) Ordem de compra
É um documento gerado pelo comprador e enviado ao fornecedor para formalizar a

transação de compra.
Comprador Fornecedor
O envio acontece após o levantamento de preços e da informação de que o fornecedor

ofereceu as melhores condições de compra e de entrega. Assim, para fins de formali-
zação, deve-se enviar um documento que confirme a compra com base nas condições
oferecidas pelo fornecedor e no aceite do comprador.
Atualmente, esse processo pode ser mais dinâmico e informa-
tizado, com a possibilidade de aquisição online, por exemplo. A
confirmação da compra ocorre, por vezes, sem a necessidade
de um documento “formal”.

b) Confirmação de pedido
A confirmação do pedido é o processo inverso da ordem de compra, pois parte do for-

necedor para o comprador, e confirma o pedido ou a solicitação de compra feita pelo
comprador.
Comprador Fornecedor
No geral, a confirmação de pedido, ou simplesmente pedido, é um documento que

acompanha a emissão da nota fiscal por parte do fornecedor e confirma as condições
de venda oferecidas e aceitas pelo comprador. Assim, quando a mercadoria é entregue
ao comprador, junto da nota fiscal deve estar, também, o pedido de compra.
Como na ordem de compra, a confirmação de pedido também
pode ser feita online, mediante um e-mail, por exemplo.
c) Entrada de mercadorias no estoque
Quando as mercadorias (ou materiais) adquiridas chegam até a empresa ou a proprie-

dade, é o momento de dar entrada no estoque. Esse é um processo consideravelmente
simples e rotineiro, mas de muita importância, e que, portanto, requer muita atenção
do pessoal que recebe a mercadoria para dar entrada.
A seguir, veja a sequência de passos que devem ser seguidos:

Verificar se a mercadoria vem acompanhada da
nota fiscal de compra.
Confirmar se a nota fiscal está acompanhada do

pedido e se as condições de compra estão de
acordo com o solicitado. O ideal é que a pessoa
responsável pelo recebimento das mercadorias
esteja com uma cópia da ordem de compra.
Após confirmar que os documentos estão em
ordem, receber a mercadoria e fazer a
distribuição/organização das entradas de acordo
com a disposição do estoque.
Registrar a informação de entrada

das mercadorias.
Arquivar as notas para envio à

contabilidade e ao registro e controle.
Sequência de passos para receber e dar entrada na mercadoria no estoque.

d) Saída de materiais e produtos para a produção
A saída de estoques ocorre por dois motivos principais: venda do produto acabado (o
que gera receita para a empresa) ou utilização de algum material no processo produ-
tivo (o que gera custos para a empresa).
Nesse momento, o foco será no se-

gundo motivo, que ocorre diaria-
mente nos negócios relacionados
à fruticultura: saída de materiais e
produtos para a produção.

Quando um material entra no estoque, você deve entender que, apesar de gerar movi-
mento financeiro, o fato de estar no estoque e ainda não ter sido utilizado no processo
produtivo não é considerado um custo de produção. Esse material só vai gerar um
custo quando for solicitado e tiver sua saída do estoque confirmada e registrada.
Como você viu, para dar entrada no estoque, é necessária a

nota fiscal de compra. Por outro lado, para a saída do esto-
que de um material que vai ser usado na produção, é neces-
sário gerar um outro documento, um tipo de formulário
interno, cujo objetivo é registrar a movimentação de saída.
Assim como na entrada, alguns passos para dar saída devem ser seguidos:
• todo controle de saída deve ter o nome e assinatura de quem solicita o produto;
• o almoxarifado deve conferir se os materiais ou produtos existem no estoque e se

a quantidade solicitada é igual ou menor do que a quantidade no estoque;
• deve-se fazer a separação dos materiais; e
• deve-se registrar as saídas.
Todo esse processo parece muito burocrático, mas é a forma
mais segura de evitar perdas financeiras e garantir que o ma-
terial adquirido é o mesmo que está sendo recebido e nas con-
dições estabelecidas.
2.3 Controle da movimentação do estoque
Conforme discutido no início des-

te tema, os principais controles do
estoque são os de entrada e os de
saída. Continue seus estudos para
saber mais sobre eles.

a) Controle de entradas por compra
Quando adquirimos produtos ou insumos, o lojista nos entrega uma nota fiscal (NF) de
venda, o que nos permite fazer o registro de entrada. Toda NF tem uma estrutura com
informações que possibilitam fazer o registro de entradas de forma simples e prática.
Porém, a NF não é a única forma de entrada no estoque – há outras formas legais
permitidas.
Para refletir
Você sabe por que sempre afirmamos que, na entrada do esto-
que, usamos a nota fiscal de compra? É porque também existe
a nota fiscal de serviços. Essa é a razão pela qual sempre
nos referimos ao tipo de nota fiscal que nos permite dar entra-
da de material no estoque.
b) Controle de saídas por consumo
Para controlar a saída de insumos e produtos, deve ser criado um controle interno,
de forma a comprovar que houve saída do estoque. No geral, esses controles podem
ser denominados controle de saída (CS) ou requisição de material (RM).
No caso da entrada, a nota fiscal indica as quantidades e os preços dos materiais ad-
quiridos (custo de aquisição), o que facilita valorar esse tipo de movimentação. No
caso da saída, existem algumas formas de valorar o processo. O valor médio de com-
pra (calculado com base nas entradas) é a mais aceita.
Exemplo prático
Se for adquirido um produto, inicialmente, por R$ 1,00 e, na
compra seguinte, o valor unitário do mesmo produto for de R$
2,00, então, o valor médio entre as duas compras é de R$1,50.
Esse será o valor usado no registro de saída.
2.4 Balanço do estoque e posição físico-financeira
O conceito de balanço do estoque é a relação entre tudo o que entrou e tudo o que saiu
em um determinado período, para um produto ou grupos de materiais.

Como exemplo: considere fertilizantes. Imagine que, de determinado produto, foram

adquiridas 100 unidades. Dessas 100 unidades, foram utilizadas 50, durante determi-
nado período, e, antes de adquirir as 100 unidades, já existiam 10 unidades no esto-
que. Nesse caso, qual é o saldo do balanço?
Para praticar
Para calcular o saldo do balanço, adote a seguinte fórmula:
Balanço = Estoque inicial + (Entradas − Saídas)

• Estoque inicial = 10 unidades
• Entradas = 100 unidades
• Saídas = 50 unidades
Então, o balanço do estoque para esse período seria:
Balanço = 10 + (100 – 50) = 60 unidades
Perceba que, quando se aplica essa fórmula a todos os produtos que fazem parte do
estoque, o resultado será o balanço do estoque.
Então, o que seria a posição físico-financeira do estoque?

A posição físico-financeira do estoque é uma fotografia de um
momento, ou seja, de como está o estoque naquele dia.
A posição física é a quantidade que existe daquele produto

no momento em que se faz a verificação.
A posição financeira é o quanto vale o estoque total daquele

produto e naquele instante.
Voltando ao exemplo anterior: considere que o valor unitário médio do produto que
está no estoque é de R$ 1,50 por unidade. Assim, teríamos a seguinte posição físico-
-financeira daquele produto:
• Posição física (balanço do estoque) = 60 unidades
• Valor unitário médio = R$ 1,50 por unidade
• Posição financeira = R$ 90,00 (noventa reais)
Logo, é o balanço do estoque que nos permite calcular a posição físico-financeira. Ou

seja, conseguimos conhecer a quantidade de determinado produto ou material no es-
toque e, ainda, o valor desses itens.
Para que haja esse controle, é necessário realizar, periodicamente, procedimentos de

verificação dos itens existentes em estoque. Nesse momento, entra em cena o inven-
tário, que será abordado a seguir.

2.5 Inventário do estoque
Fazer o inventário é uma ação prá-

tica para identificar, verificar e con-
tar os produtos que fazem parte do
estoque. O objetivo de todo inven-
tário é verificar se as quantidades
registradas nos controles são iguais
às quantidades físicas presentes no
estoque.
Caso haja discrepância nas quantidades, faz-se uso do balanço de entrada e saída de
materiais para verificar onde aconteceu essa diferença.
Atenção
O inventário deve ser feito de forma frequente. A periodicidade
é definida por cada empresa, mas o recomendado é, pelo me-
nos, a cada 6 meses, por amostragem.
No início ou no fim do ano, recomenda-se fazer um inventário completo, que verifique

se existem:
Produtos não registra- Produtos vencidos Produtos que não serão

dos mais utilizados
E, principalmente, se as quantidades de cada produto estão conforme indicadas nos

controles de movimentação.

Quando o inventário está sendo feito, não pode existir movi-
mentação do estoque. Portanto, a data de realização do inven-
tário deve ser organizada e coordenada entre todas as áreas
que fazem uso constante do estoque. Como recomendação, o
melhor momento para fazer o inventário é no período de me-
nor atividade ou entre safras.
Até aqui, você conheceu uma série de práticas de gestão de estoques, que vão des-
de as suas fases e características (pedido, ordem de compra, entrada de mercadoria,
baixa), até temas como a importância dos controles de produção e de mercadoria.
Tudo isso gera reflexões e traz informações essenciais para a realização do balanço de
estoque e do inventário.
conheça alguns indicadores de desempenho da gestão do esto-
que, tais como giro do estoque, perdas e tempo de reposição.
Antes de continuar seus estudos, que tal fixar seus conhecimentos? Faça as atividades
propostas a seguir.
1. No fluxo de entrada e saída de materiais, alguns documentos são importantes.
Nesse contexto, explique o que é ordem de compra e qual é o seu objetivo.

2. A relação entre tudo o que entrou e tudo o que saiu em determinado período, para
um produto ou grupos de materiais, recebe o nome de:
a) balanço do patrimônio.
b) balanço do estoque.
c) balanço de entrada.
d) balanço de saída.
e) nota fiscal.
3. Quando contamos os produtos que fazem parte do estoque com o objetivo de veri-
ficar se as quantidades registradas nos controles são iguais às quantidades físicas
presentes no estoque, estamos realizando qual procedimento?
a) Controle de entrada.
b) Controle de movimentação.
c) Controle de saída.
d) Balanço.
e) Inventário.
4. Existem indicativos que orientam uma boa gestão dos estoques. Nesse sentido,
qual é o significado de giro do estoque?

5. É comum que ocorram perdas nos estoques, que significam também perdas fi-
nanceiras para a empresa e para o produtor. Em quais situações acontecem essas
perdas?
Tópico 3: Codificação/identificação de materiais

Para ter organização metódica e otimização dos processos de controle e inventário de
estoques, a codificação representa um processo de organização que enumera e iden-
tifica itens, materiais e objetos que fazem parte do estoque.
Produtos e materiais são organizados com base em uma

classificação dos itens em categorias, escolhidas de acordo
com o tipo de produto.
Sua estrutura tem duas dimensões, que podem atuar em conjunto ou separadas:
numérica, alfabética ou combinadas, que geram um código alfanumérico. Assim, são
agrupados os números e/ou letras em séries de conjuntos que vão identificar determi-
nado item.
Um exemplo simples são os números das

placas dos carros, que têm uma combina-
ção de letras e de números (alfanuméri-
cos). Exemplo: AAA 0000.
Fonte: Adaptado de Getty Images.

A codificação para trabalhar com registros e dados é importante, porque simplifica a
forma como fazemos os registros e, ao mesmo tempo, como os localizamos.
3.1 Como fazer uma codificação de forma prática e simples para controle
de estoque?
O primeiro passo para uma codificação simples, mas que atenda de maneira efetiva à
gestão de estoque de uma empresa, é definir quais são as categorias de produtos e
materiais estocados.
Dica
Para empresas agrícolas e produtores rurais, essas categorias,
no geral, são: fertilizantes, defensivos, ferramentas para pro-
dução, sementes, peças para máquinas e implementos, peças
para irrigação, material para embalagem, entre outras.
Agora, você vai conhecer uma possibilidade de codificação. Primeiro, serão codificadas
as categorias “amplas” com dois dígitos, que permitem criar até 99 categorias.
CÓDIGO DA CATEGORIA CATEGORIA
01 Fertilizantes
02 Defensivos
03 Ferramentas para a produção
... ...
A próxima etapa é identificar todos os produtos que fazem parte de cada categoria com
um código de três dígitos. Isso permite registrar até 999 tipos diferentes para cada
categoria.
Por exemplo, fertilizantes podem ser identificados da seguinte forma:
REGISTRO DO ITEM ITEM
001 Sulfato de potássio
002 Sulfato de magnésio
003 Nitrato de cálcio
... ...

A combinação dos dois códigos é que vai gerar o código do produto. A tabela a seguir,
que mostra a relação de códigos por categoria e por item, permite codificar até 98.901
itens no estoque:
REGISTRO DO ITEM ITEM
01.001 Sulfato de potássio
01.002 Sulfato de magnésio
01.003 Nitrato de cálcio
... ...
Para reforçar a importância, perceba que é mais ágil e prático digitar “01.001” do que
registrar “Fertilizantes. Sulfato de Potássio”.
Atenção
O sistema de codificação é algo que pode ser definido a crité-
rio de cada empresa, mas deve ser simples na identificação e
prático no uso, de forma que facilite a memorização por parte
do pessoal que administra e controla o estoque.
A possibilidade de listagem manual existe, mas não é recomendada por questões de

segurança, organização e agilidade no momento de observar, registrar e gerar dados.
Nesse sentido, o processo de codificação

e controle do estoque pode e deve ser
feito por meios informatizados, por pla-
nilhas de controle simples ou programas
e softwares de gestão mais completos,
que facilitam o trabalho dos envolvidos
na gestão e na organização dos estoques.
Para fixar seus conhecimentos, faça a atividade proposta a seguir.

1. Para enumerar e identificar itens, materiais e objetos que fazem parte do estoque,
existe um processo de organização. Como ele é chamado?
a) Contagem.
b) Organização.
c) Movimentação.
d) Codificação.
e) Seleção.
Tópico 4: Organização de estoque (layout Fifo/Lifo)

Em uma empresa, a função de gerir estoques pode ser resumida como a de equilibrar
compras e entregas, assim como a movimentação do estoque. Para um eficiente con-
trole de entrada e saída, é importante que se defina como o estoque vai realizar a
movimentação interna das mercadorias.
Essa definição nos leva a ter que avaliar como será o layout do estoque para facilitar
a movimentação. Nesse sentido, uma boa organização de estoque permite:
Melhor aproveitamento Movimentação eficiente Aumento da produtivi-

do espaço dos produtos dade do pessoal
Manter um nível de produção elevado e atender às expectativas de quem demanda

permanentemente os serviços dos almoxarifados depende de processos eficientes – o
que só se alcança por meio de controle e organização.
Para refletir
Não restam dúvidas de que uma boa organização do estoque
é fator importante para obter bons resultados, visto que afeta
diretamente o capital de giro das empresas.

4.1 A importância do layout e da separação por tipo de produto
No âmbito empresarial, o layout pode ser sinônimo de “arranjo físico”, ou seja, o modo
como estão organizados equipamentos, máquinas, ferramentas, produtos finalizados e
mão de obra dentro da empresa.
Glossário
Layout: Palavra inglesa, muitas vezes usada na forma portu-
guesa, “leiaute”, que significa plano, arranjo, esquema, design,
projeto.
Um bom layout tem efeito na produtividade da empresa e pode reduzir os custos, por
significar menos desperdício e perda de tempo.
O layout do armazém pode ser de-

finido como a forma de dispor das
áreas de armazenagem, de modo a
aproveitar todo o espaço disponí-
vel da melhor forma possível. Isso
otimiza os espaços e facilita a mo-
vimentação de materiais e equipa-
mentos, o que causa impacto dire-
to na produtividade do estoque.
Para definir um bom projeto de distribuição física, é preciso planejar a movimentação

das mercadorias e organizar as ideias em um bom desenho, que poderá se transformar
no layout do almoxarifado.
Quando se elabora o layout, alguns fatores precisam ser considerados:
Verificar a legislação sobre como devem ser armazenados os

LEGISLAÇÃO
produtos.
Separar os produtos por tipo. Um exemplo são os produtos

químicos, como os defensivos, que devem ser separados em
SEPARAÇÃO
galpão independente ou em local separado dos demais pro-
dutos.
Posicionar os produtos com maior demanda próximos à saí-

POSICIONAMENTO
da do galpão.

Reunir, em uma mesma área, os produtos que costumam ser
ARMAZENAMENTO
expedidos em conjunto.
Gerir melhor o espaço com base no tamanho das mercado-

GESTÃO
rias.
ORGANIZAÇÃO Organizar os corredores para melhor circulação.
Quando bem executada, essa estratégia torna mais fácil encontrar produtos e não
perder tempo em carga e descarga, o que reduz o tempo e o custo nessas atividades.
Na sequência, acompanhe as formas de fazer a movimentação do estoque e perceba

como elas auxiliam na elaboração do layout.
O que é Fifo?
First in, first out (Fifo) ou, na tradução em português, “primeiro a entrar, primeiro
a sair” (Peps), é uma estratégia de gestão de estoque em que os produtos que
estão armazenados há mais tempo são despachados primeiro. Isso garante que o
custo da mercadoria que saiu e o custo do estoque remanescente sejam corres-
pondentes.
O que é Lifo?
Last in, first out (Lifo) ou, na tradução em português, “último a entrar, primeiro a
sair” (Ueps), é uma estratégia em que o produto mais recente no estoque (com
menor tempo de armazenagem) é despachado primeiro. Com isso, pode haver
divergência entre o custo da mercadoria que saiu e o custo do estoque remanes-
cente, já que nem sempre é possível ter o mesmo custo ou o mesmo preço por
lotes distintos de produtos.
O que é Fefo?
Fefo significa first expired, first out ou “primeiro a vencer, primeiro a sair”, em
português. Nesse modelo, os produtos com data de validade mais próxima são
despachados primeiro, e pouco importa há quanto tempo estão estocados.
O esquema a seguir busca demonstrar, de forma simplificada, os fluxos de movimen-

tação de estoque por meio das estratégias Fifo e Lifo:

Fifo (Peps)
Saída
Produção Almoxarifado 3 2 1
Entrada
3 2 1
1 2 3
Saída
Lifo (Ueps)
Em um primeiro momento, pode parecer complicado entender
todas as siglas que definem a gestão e o fluxo dos produtos
estocados, mas, ao conhecer os conceitos em questão, esse
controle se torna mais fácil.
O modo mais prático para definir uma estratégia é observar aspectos como frequência
de entrada dos produtos, movimentação de saída, perecibilidade dos itens vendidos e
volume de movimento de vendas. Assim, na hora de preparar o layout e a organização
do estoque, considere todas essas variáveis, avalie os modelos e verifique qual deles
se adequa melhor à sua empresa.
A partir do conhecimento sobre organização de estoque, faça a atividade proposta a

seguir.
1. Uma das maneiras de se fazer o controle e a movimentação do estoque é por meio
do layout Lifo. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente esta metodo-
logia:
a) Lifo é uma estratégia de gestão de estoque em que os produtos que estão arma-
zenados há mais tempo são despachados primeiro.
b) No modelo Lifo, os produtos com data de validade mais próxima são despachados
primeiro.
c) Lifo é uma estratégia em que o produto com menor tempo de armazenagem é

despachado primeiro.
d) No modelo Lifo, pouco importa há quanto tempo os produtos estão estocados.
e) Lifo representa um processo de organização que enumera e identifica os itens,

materiais e objetos que fazem parte do estoque.

Tópico 5: Elaboração de relatórios gerenciais
Ao longo do tempo, as atividades das empresas e dos produtores geram uma série de
informações que são organizadas em planilhas ou registradas em bancos de dados,
tais como volume de vendas, variação de preços, lucratividade de operações, eficiência
produtiva, movimento do estoque etc.
Essas informações podem ser processadas e organizadas de forma que forneçam da-
dos relevantes para a definição de estratégias que a empresa ou o produtor deve se-
guir. Elas devem ser preparadas de forma sucinta e ser de fácil leitura em relatórios
gerenciais.
Glossário
Relatórios gerenciais: Ferramentas eficientes para organizar
dados. Permitem a análise de diversas variáveis estratégicas
para uma boa gestão empresarial.
É importante destacar que as informações presentes nos relatórios devem ser atuali-
zadas, confiáveis, claras, objetivas e relevantes.

5.1 Os principais relatórios que um sistema de controle de estoque deve
fornecer
Dentro do sistema de estoque, pode-se enumerar os seguintes relatórios, que o siste-

ma de estoque deve ser capaz de fornecer:
• controle de entrada;
• controle de saída;
• posição físico-financeira do es-

toque;
• controle da movimentação por

centros de custos; e
• histórico da movimentação de
produtos.
Tópico 6: Emissão de documentos

Embora o almoxarifado seja um setor que existe nas organizações há muito tempo, ele
nem sempre recebe a atenção devida para atuar com todo seu potencial.

Há muito tempo, o almoxarifado desempenha apenas a função de depósito, onde são
estocados os produtos ou a matéria-prima para a produção. Em tese, é justamente
essa sua função: a de armazenar bens de consumo e matérias-primas. No entanto,
não é preciso se limitar a isso.
Um almoxarifado organizado desempenha mais funções para

a empresa. Ou seja, se esse setor for visto como algo mais do
que um simples depósito, pode se tornar um grande aliado
para o sistema produtivo.
Quando existe um controle do que entra e do que sai do

almoxarifado, é possível, por exemplo, avaliar melhor quais
são os principais produtos demandados e, até mesmo, em
que época são mais requisitados, o que permite ações espe-
cíficas, como a melhor estratégia de compras.
Em outras palavras, ao conhecer os produtos mais requisitados do almoxarifado, tor-

na-se mais fácil adquirir apenas o necessário, sem gerar gastos desnecessários. Desse
modo, é possível evitar a produção de itens sem demanda e reduzir o desperdício de
recursos financeiros, que poderiam ser empregados de forma mais inteligente.
6.1 Tipos de documentos importantes no controle de estoque
Para ajudar na rotina do almoxarifado, a fim de manter a organização e o controle

diários, é preciso haver uma série de procedimentos para cada situação. Para tanto,
existem documentos tradicionalmente usados no setor. Veja quais são:
Nota fiscal de compra ou transferência de produtos:

principal documento que comprova a entrada dos produtos.

Ficha de controle de estoque: documento responsável
por informar as quantidades de cada produto que entra ou
sai do almoxarifado.
Ficha de localização: serve para informar onde cada item

está localizado dentro do depósito, o que costuma ser feito
por meio de um sistema de códigos.
Comunicação de irregularidades: documento usado

quando é preciso devolver ao fornecedor um produto, e no
qual é necessário especificar a razão.
Requisição de material: ficha que deve ser preenchida

para serem retirados do setor os materiais e/ou os produtos
necessários.
Devolução de material: formulário que deve ser preenchi-

do e entregue quando um material é retirado em excesso e
se deseja devolvê-lo ao depósito.

6.2 Quando esses documentos devem ser emitidos?
Mesmo que todo o sistema do almoxarifado seja informatizado, o que é cada vez mais
comum nas empresas, a emissão de alguns documentos ainda se faz necessária, já
que nem sempre todos os funcionários têm acesso a sistemas informatizados, além da
necessidade de comprovação por meio de carimbos e assinaturas de quem recebe e
entrega os produtos.
Atenção
Atualmente, na maioria das empresas, sistemas informatiza-
dos e documentos físicos coexistem e devem ser emitidos no
momento da movimentação.
Se você dá entrada ou saída aos produtos, precisa emitir os documentos no ato do

acontecimento, visto que são necessárias assinaturas que indiquem quem os en-
tregou e em qual veículo. Na saída, é necessário haver data e assinatura de quem
recebeu os produtos. Essa pessoa, por sua vez, deve conferir se as quantidades estão
de acordo com o indicado na requisição de saída.
Outros documentos devem ser atualizados de acordo com

a periodicidade definida pelas normas internas da empresa.
Antes de continuar seus estudos, faça a atividade proposta a seguir.
1. A nota fiscal de venda é um documento emitido pelos vendedores quando seus
produtos são vendidos. No caso do estoque, esse documento permite:
a) dar saída dos produtos do estoque.
b) transferir os produtos dentro do estoque.
c) dar entrada nos produtos adquiridos.
d) verificar a quantidade de produto no estoque.
e) adotar a metodologia Lifo.

Tópico 7: Influências da certificação no estoque
As empresas que buscam uma certificação com o objetivo de obter vantagens com-
petitivas ou por exigência do mercado em que atuam – como garantia da qualidade
e procedência de seus produtos – são obrigadas a rever todos seus processos e, ao
mesmo tempo, desenvolver novos para atender às exigências das certificadoras.
Dessa forma, para realizar a movimentação do estoque, é necessário desenvolver pro-

cessos e critérios, pois, na certificação, a comprovação da execução de atividades por
meio de controles e relatórios é condição primária em todos os processos da empresa.
Nesse contexto, o almoxarifado é um ponto crítico devido à movimentação de produtos
e/ou matérias-primas utilizadas.
Esses processos devem ser escritos por meio de normas e

políticas internas, e todos os controles de comprovação
das entradas e saídas de produtos devem ser criados por
meio de formulários, que podem estar em blocos impres-
sos ou em sistemas de informática.
Outro fator de influência da certificação no estoque são as definições de construção e

organização.

Exemplo prático
Estoques de defensivos, por exemplo, devem obedecer a crité-
rios de segurança, como valetas que retenham possíveis der-
ramamentos de produtos líquidos e possam conduzir o líquido
derramado a um recipiente com capacidade de recebê-lo.
A certificação vai considerar se o galpão ou o local de estoca-

gem segue as normas de construção exigidas pelas autorida-
des do país.
7.1 Exigências da certificação no estoque
Conforme abordado, as influên-

cias nos processos de certificação
na questão do estoque abrangem
desde a parte de documentos até a
construção e a localização. Então,
quais seriam as principais exigên-
cias das certificações em relação
ao estoque?
Quando se pretende construir um estoque, deve-se considerar alguns pontos, tais

como:
Defensivos e produtos químicos devem obedecer a uma distân-

LOCALIZAÇÃO cia de refeitórios e restaurantes e outros locais com estoque de
material de embalagem.
Devem ser considerados o piso, as paredes, as cores, e deve

CONSTRUÇÃO
haver valetas de retenção em caso de químicos.
Dentro do estoque, deve ser feita a separação: como entra e

LAYOUT sai o produto; espaço entre ruas e, ainda, uma demarcação de
forma a facilitar a circulação.
Deve ser criada uma série de normas e procedimentos para

a movimentação dos produtos dentro do estoque, tais como:
PROCEDIMENTOS
quem pode solicitar compras e/ou saídas, como a nota fiscal
deve circular, o tipo do sistema de movimento (Fifo ou Lifo) etc.

Devem ser definidos todos os controles que farão a movimen-
CONTROLES tação do estoque ou, ao menos, os controles de entrada e de
saída e as fichas de controle de produtos.
Antes de encerrar este tema, e com os conhecimentos adquiridos até aqui, responda
à questão a seguir.
1. A gestão de estoque é necessária para toda empresa de fruticultura, independen-
temente do porte. Explique o porquê dessa importância.
Você encerrou o tema Estocagem. Com o que foi abordado, você pôde observar que
o estoque é mais do que um simples galpão onde fica localizado o almoxarifado. Além
disso, compreendeu a importância de um layout que possibilite sua organização e a
rápida identificação dos seus componentes.
Você viu que um estoque é organizado a depender do método utilizado para sua ava-
liação, por meio da ficha de estoque, que pode ser Fifo, Lifo ou Fefo. Lembre-se de que
o critério utilizado pela empresa/produtor influencia na disposição e na estocagem de
mercadorias, produtos e materiais.
Dica
As técnicas apresentadas devem ser aplicadas independente-
mente do tamanho do estoque ou do volume de compra de
produtos, tendo em vista que, no custo de produção, os insu-
mos para grandes e pequenos produtores apresentam a mes-
ma proporção.

03
Faturamento
Tema 3: Faturamento
No tema de aula Faturamento, você vai compreender o que é “faturar”, e como isso
está associado ao desempenho de uma empresa ou de um negócio particular. É sabido
que toda empresa, quando constituída, tem como objetivo principal gerar lucro. Assim,
todos os esforços sempre estão voltados para melhores resultados. Ou seja: produzir
mais, vender mais, prestar mais serviços, faturar.
Para gerir um negócio, não é necessário ser um contador e dominar totalmente todos
os campos da contabilidade. Afinal, existem profissionais e escritórios especializados
que prestam serviços e auxiliam as empresas e os empresários nesse sentido.
Dica
É importante que todo empreendedor, de qualquer área, agrí-
cola ou não, tenha conhecimentos básicos sobre controle de
patrimônio, registros financeiros e apuração do lucro. Dessa
forma, será capaz de preparar e planejar a gestão financeira
do seu negócio.

Neste tema, os seguintes assuntos serão abordados:
• conceito e importância de faturamento;
• o cálculo do faturamento;
• o faturamento como um processo;
• faturamento e lucro; e
• nota fiscal.
A partir disso, você desenvolverá a seguinte capacidade:
• executar o faturamento de acordo com as solicitações do
setor administrativo, o volume e os valores definidos pelo
setor comercial.
Tópico 1: Conceito e importância

O faturamento pode ser definido como a soma de todas as vendas realizadas, de pro-
dutos ou de serviços, por uma empresa, em determinado período. A palavra fatura-
mento vem do termo “fatura”, que nada mais é que o documento onde são registradas
as informações de uma ação de venda, para quem está vendendo, ou uma ação de
despesa, para quem está adquirindo um produto ou serviço.
Em uma propriedade rural que pro-

duz e vende abacaxis, por exem-
plo, o faturamento mensal seria o
total em reais das vendas naquele
período.
Esse processo demonstra a real ca-

pacidade que a empresa tem para
gerar lucro no período analisado,
assim como sua participação no
mercado.

O faturamento é calculado a partir de todos os benefícios
que a empresa conseguiu com sua atividade econômica em
determinado período.
A maior fatia dos recursos financeiros que chegam à empresa acontece devido ao fa-
turamento gerado por sua atividade principal. Esses recursos vêm dos recebimentos
por meio de desconto de duplicatas, títulos ou boletos, cheques e dinheiro.
A partir das informações coletadas nas faturas, o empresário ou produtor poderá:
• realizar suas vendas a prazo;
• controlar os custos;
• conhecer a quantidade e o tipo de mercadoria que saiu

do estoque; e
• saber quais são os produtos com maior demanda e a

sazonalidade das vendas e dos preços.
Portanto, assim, é possível orientar a produção e as vendas no sentido de maximizar

o resultado.
O conceito de faturamento é também associado ao conceito de
receita bruta, que diz respeito, do mesmo modo, ao valor total
de um serviço ou produto vendido (em determinado período).
Cabe lembrar que, neste momento, levamos em consideração
faturamento e receita em seus aspectos “brutos”. Mais adian-
te, veremos, com mais detalhes, a diferenciação de faturamen-
to bruto e faturamento líquido.
Um ponto importante sobre o faturamento é que, a partir dele, são geradas as dupli-
catas, que permitem comprovar que determinado cliente é devedor da empresa. Além
disso, a duplicata é o instrumento legal para executar a cobrança relativa a uma venda

que tenha sido realizada e cujo pagamento esteja em atraso ou tenha sido negado por
parte do cliente.
Glossário
Duplicatas: Título de crédito que constitui o instrumento de
prova do contrato de compra e venda, pelo qual o comprador
se obriga a pagar, dentro do prazo, a importância representada
na fatura ao vendedor.
Outro ponto é a questão dos impostos. É por meio deles que o governo define o porte
e o regime tributário do negócio e aplica diferentes alíquotas de cobrança para cada
tipo de empresa (pequeno, médio e grande porte).
Um exemplo é o Simples Nacional, uma simplificação dos tributos, pagos apenas em

uma única guia que engloba uma série de taxas e facilita muito a vida fiscal das em-
presas que são enquadradas ou que podem fazer parte do Simples. Essa possibilidade
depende de um limite estabelecido pelo governo.
Acesse o material complementar, disponível na biblioteca do
AVA, para ler um texto sobre como o faturamento influencia na
carga tributária.
Antes de encerrar este tópico, teste seus conhecimentos com as atividades propostas
a seguir.
1. Com base no conteúdo estudado até aqui, explique o conceito de faturamento e
sua importância.

2. Levando em conta que o objetivo geral de toda empresa é gerar lucro, pode-se
definir o faturamento como:
a) a soma de todos os custos.
b) a soma de todos os serviços.
c) a soma de todas as vendas.
d) a soma de todas as despesas.
e) a soma dos custos e dos serviços.
Tópico 2: Como se calcula o faturamento?

Conhecida a definição de faturamento e sua importância para a continuidade do ne-
gócio, agora você vai aprender a calcular o faturamento de uma empresa ou de uma
atividade em determinado período.
O sistema de cálculo do faturamento é prático e aplicado diariamente em diversos

negócios. Para esse cálculo, considera-se a quantidade de unidades vendidas em de-
terminado período e multiplica-se pelo preço unitário das mercadorias vendidas. Nesse
caso, denomina-se faturamento bruto, pois ainda não houve incidência de impostos.
O faturamento diz respeito a valores monetários. As quantida-
des são apenas utilizadas para fazer o cálculo do faturamento.

A seguir, serão ampliados os conceitos de faturamento bruto e de faturamento líquido
e explicada a diferença entre eles.
2.1 Faturamento bruto
O faturamento bruto é o valor que a empresa recebeu pelas vendas de produtos ou

serviços em determinado período e que ainda não sofreu incidência dos tributos ou
nenhum tipo de abatimento. Ele dá uma ideia do tamanho da empresa, pois verifica
a sua capacidade de vendas (produção ou prestação de serviços).
O valor bruto das vendas é justamente a base para o cálculo

das incidências tributárias.
Confira um exemplo de faturamento bruto:
Exemplo prático
Rosane é produtora de frutas no sítio da família e, durante
março de 2021, conseguiu organizar e vender 5.000 conten-
tores da sua produção. Cada contentor tem um peso de 20 kg,
e ela vendeu o quilo de fruta a R$ 2,50.
Nesse caso, o seu faturamento bruto do mês será:
Faturamento bruto = Contentores x Peso do contentor x

Valor do quilo
Faturamento bruto = 5.000 x 20 kg x R$ 2,50
Faturamento bruto = R$ 250.000,00
E você sabe como verificar ou comprovar o faturamento bruto de um negócio? Lembre-

-se que, ao realizar uma venda, ou seja, gerar um faturamento, serão emitidas notas
fiscais e são seus valores que representam o faturamento.

Ao somar todas as receitas identificadas nas notas fiscais,
você terá o total do faturamento bruto.
Atualmente, as notas fiscais de ven-

das são geradas eletronicamente, o
que permite ao governo monitorar o
faturamento das empresas, fazer o
recolhimento dos impostos devidos
e verificar a origem e as informações
das notas emitidas.
2.2 Faturamento líquido

Ficou claro que, no faturamento bruto, não há nenhum abatimento ainda. Para calcu-
lá-lo, simplesmente, multiplica-se o preço de venda pela quantidade vendida. Mas, ao
fazer o faturamento/venda, também existem obrigações tributárias que são gera-
das. E essas obrigações incidem sobre o faturamento bruto.
A partir do momento em que a nota fiscal de venda é gerada,

nela estarão refletidos os impostos e as taxas que serão
abatidos do faturamento.

Assim, ao valor do que foi recebido pelas vendas, já com os devidos descontos dos
impostos, dá-se o nome de faturamento líquido. Seu cálculo é o seguinte:
Faturamento Faturamento Obrigações

líquido bruto tributárias abatidas
Confira um exemplo de faturamento líquido:
Exemplo prático
Com base no exemplo em que o faturamento bruto foi de R$
250.000,00, considere que exista a incidência de ICMS, e que
a alíquota é de 11% do valor faturado. Além disso, têm-se
2,7% de abatimentos referentes ao INSS sobre o faturamento
bruto.
Nesse caso, o faturamento líquido do mês será:
Faturamento líquido = Faturamento bruto - Impostos
Impostos = R$ 250.000,00 x (11% ICMS + 2,7% INSS) = R$

34.250,00
Faturamento líquido = R$ 250.000,00 - R$ 34.250,00
Faturamento líquido = R$ 215.250,00
Glossário
ICMS: Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mer-
cadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual
e Intermunicipal e de Comunicação. É um imposto estadual
sob administração estadual, ou seja, somente os governos dos
estados e do Distrito Federal têm competência para instituí-lo.

2.3 Entendendo a diferença entre o faturamento bruto e o faturamento
líquido
A diferença entre faturamento bruto e faturamento líquido é o imposto que será reti-
rado do faturamento bruto para encontrar o faturamento líquido. Ou seja, se refere ao
que é retido pelo governo.
Por isso, o produtor deve estar

atento ao fato de que, ao realizar
uma venda, o valor recebido não
será total, pois deve considerar o
valor do imposto que incide sobre
a mercadoria.
Nesse sentido, o produtor deve sempre considerar o valor do imposto que será retido
e verificar se o resultado da venda cobre os custos de produção e ainda gera lucro.
Voltando ao exemplo anterior:
Exemplo prático
Como o valor líquido recebido após o pagamento dos impostos
foi de R$ 215.250,00, e a produtora teve uma colheita de
100.000 kg, o valor unitário que ela realmente recebeu foi de:
faturamento líquido
Valor unitário líquido =
total de quilos
R$ 215.250,00
Valor unitário líquido =
100.000
Valor unitário líquido = R$ 2,1525/kg
Antes de seguir com seus estudos, que tal fixar os conhecimentos? Faça as atividades
propostas na sequência.

1. Como é calculado o faturamento?
2. Selecione a opção que completa corretamente a seguinte frase: O faturamento lí-

quido é obtido quando deduzimos ____________ do faturamento bruto.
a) o custo.
b) os impostos.
c) as despesas.
d) a receita.
e) as vendas.
3. O que a Receita Federal busca estabelecer ao classificar as empresas conforme

seu tamanho (porte)?
a) Enquadramento tributário.
b) Capacidade de continuidade no mercado.
c) Níveis de responsabilidade socioambiental.
d) Faturamento líquido.
e) Necessidade de novas contratações.

Tópico 3: O faturamento como um processo
O faturamento é considerado um processo, pois envolve uma série de etapas realiza-
das por serem necessárias e importantes no processo de gestão de empresas e dos
produtores.
O processo de faturamento se inicia antes mesmo da concretização da venda, a par-

tir do planejamento da comercialização e toda a sua dinâmica, considerando épocas,
preços, oferta e demanda.
Dica
Os gestores, ou quem está à frente da comercialização, preci-
sam se atentar às flutuações de mercado, prever e analisar as
variações de demanda e oferta, em cada momento, ao longo
do ano. Além disso, precisam atender ao cliente no momento
de confirmação da compra.
Quando acontece a concretização da venda, outra série de ações deve ser feita, seja
para cumprimento de obrigações fiscais, contábeis e tributárias, seja para obter infor-
mações gerenciais que auxiliarão no processo de tomada de decisões futuras.

Quando o faturamento é conclu-
ído, a empresa se vê obrigada a
desenvolver uma série de ações
para seu perfeito desenvolvimento
e continuação dos negócios, como
pagamento de fornecedores e pro-
cesso de recebimento de contas de
seus clientes.
Observe, a seguir, o processo do faturamento:
Emissão de
Procedimentos Realização Procedimentos
nota fiscal/
de pré-venda da venda de pós-venda
faturamento
É importante mencionar que, antes da concretização da venda, e como parte do pro-

cesso, algumas ações devem ser levadas em consideração, tais como:
Em uma primeira venda, faça uma consulta sobre o cliente

para confirmar que não existe nada que desabone sua con-
duta comercial.
Se possível, prepare um cadastro de quem compra: solicite

informações da empresa, assim como as informações con-
tábeis.

Se possível, tenha um contrato de fornecimento que estabe-
leça as condições gerais de entrega e de pagamento.
Solicite o envio de uma confirmação e mencione as condi-

ções de compra como garantia do acordado.
No momento de liberação da carga, envie todas as informa-

ções de documentação para o cliente e solicite a confirmação
de recebimento.
Tópico 4: Faturamento e lucro

Lucro e faturamento são dois termos que, às vezes, geram certa confusão nos empre-
sários e produtores, principalmente para quem está abrindo uma empresa ou ainda é
muito novo na atividade empresarial. Entretanto, seus significados são completamente
diferentes e precisam ser verificados de perto.

Como já foi visto o que é faturamento, agora será abordada, rapidamente, a definição
de lucro, para que, então, seja possível analisar as diferenças entre esses dois concei-
tos essenciais para qualquer negócio.
Glossário
Lucro: Resultado positivo da diferença entre o total faturado
ou vendido, por uma empresa ou um produtor, menos seus
custos e suas despesas, em determinado período ou em uma
atividade específica.
Lembre-se que o objetivo principal de toda empresa é a obtenção de lucro. Os

negócios são criados com esse objetivo, caso contrário, deixariam de se caracterizar
como empresas.
Exemplo prático
Miguel e Manoela têm uma propriedade rural onde produzem
e comercializam morangos com o objetivo de gerar lucro. Para
tanto, eles precisam produzir morangos de boa qualidade e
vendê-los a um preço que gere faturamento (entrada de di-
nheiro). Porém, para isso, eles têm vários gastos: sementes,
adubo, água, energia, embalagens, biofertilizantes, mão de
obra, entre outros, que podem ser classificados como custos
ou despesas.
Para apurar o lucro do negócio, os proprietários precisam ga-

rantir que a entrada de dinheiro (por conta do faturamento)
seja maior do que a saída de dinheiro (gastos do negócio). Se
isso acontece, ou seja, se o faturamento é maior do que os
gastos, então existe lucro.
Nesse caso, considere:
Receita bruta (faturamento total): R$ 35.000,00
(-) impostos sobre as vendas: R$ 8.000,00
Receita líquida: R$ 27.000,00
(-) custo de produção: R$ 12.000,00
Resultado bruto: R$ 15.000,00
(-) despesas com vendas: R$ 2.500,00

(-) despesas administrativas R$ 4.000,00

Resultado antes do imposto de renda: R$ 8.500,00
(-) imposto de renda: R$ 1.275,00
Resultado líquido ou lucro líquido: R$ 7.225,00

Perceba que, após retirar todos os abatimentos, custos e des-
pesas, a empresa do Miguel e da Manuela ainda encerra o pe-
ríodo analisado com saldo positivo. Ou seja, com lucro. Isso
significa que o faturamento que eles têm atualmente é capaz
de cumprir com todos os gastos da empresa no período apura-
do e, ainda, gerar retorno financeiro.
Caso o resultado dessa diferença fosse negativo, diríamos que

houve, em vez de lucro, prejuízo.
Assim, enquanto o faturamento diz respeito a todo o dinheiro que entra na empresa
vindo da venda de produtos ou serviços, inclusive levando em consideração os valores
dos impostos a pagar, o lucro é igual ao valor faturado menos a soma dos gastos (cus-
tos e despesas) existentes para a manutenção da empresa:
Lucro Valor faturado (Custos + Despesas)
É normal que alguns empresários ou produtores, por não entenderem essa diferença,
confundam o faturamento com o lucro, e, assim, não façam um bom uso do fatura-
mento, por pensarem que ele já é o lucro. Conforme visto, existe uma grande diferen-
ça entre os valores do faturamento e os valores que são realmente lucro.
4.1 Fatores que influenciam no faturamento e nas vendas
Como as vendas representam a parte fundamental do faturamento, é importante en-

tender que existem algumas diferenças entre as noções de faturamento e venda.

Vender é realizar uma transação comercial entre duas pessoas
ou empresas, na qual uma adquire um produto ou serviço que
a outra oferece.
Existem dois tipos de vendas, basicamente:
VENDA ATIVA VENDA PASSIVA
Ocorre quando é o cliente que vai atrás dos

Ocorre quando os vendedores vão até o
vendedores para adquirir um produto de-
cliente e o convencem a adquirir um deter-
vido a uma necessidade da pessoa ou da
minado produto.
empresa.
Os fatores que afetam ou influenciam as vendas afetam o faturamento, mas o contrá-

rio nem sempre ocorre. Veja exemplos:
Os principais fatores que afetam as vendas são: confiança,

qualidade do produto, condições de venda, condições
de entrega, prazo de pagamento e exigências gerais
do consumidor. Todos esses fatores influenciam no fatura-
mento final.
As condições macroeconômicas do país têm muita influência

no faturamento. Um país em crise ou em expansão econô-
mica pode reduzir ou aumentar o faturamento. Outro fator
seria a taxa de câmbio, principalmente se são exportados
produtos ou se é preciso comprar do exterior.

Assim, os fatores que influenciam o faturamento podem ser resumidos em nove prin-
cipais. Veja:
Preço dos produtos
Vendas e suas características

comerciais específicas
Expansão ou crise econômica
Taxa de câmbio
Oferta e demanda
por produtos
Sazonalidade da produção,
no caso de produtos agrícolas
Taxas e impostos
Exigências fitossanitárias
Certificações (já que podem
restringir o mercado)
Logo, existem muitos fatores que podem influenciar positiva ou negativamente no fa-
turamento e, portanto, no resultado de uma empresa ou de um produtor. É importante
se atentar a esses fatores e buscar administrá-los na medida do possível.
A partir do conhecimento sobre faturamento e lucro, faça a atividade proposta a seguir.
1. Para fixar seu aprendizado e com base no conteúdo estudado, responda: o que é
lucro e qual é a diferença entre ele e prejuízo?

Tópico 5: O que é nota fiscal e para que serve?
A nota fiscal é um recibo obrigatório que, após qualquer transação de venda de produ-
tos ou serviços, deve ser emitido. Ela documenta as transações feitas e serve para que
o recolhimento de impostos seja feito com base nas informações nela contidas.
Atenção
A não utilização da nota para comercialização de produtos e
serviços é considerada sonegação fiscal, o que é penalizado
por lei.
A nota fiscal é um documento de natureza fiscal, de emissão obrigatória para comer-

ciantes, produtores, fabricantes e prestadores de serviços, e que tem, entre as princi-
pais utilidades:
• o registro ou a comprovação para fins variados da transferência de propriedade
(venda) de um bem; e/ou
• o registro ou comprovação da prestação de um serviço resultante de uma atividade

comercial de venda ou de prestação de serviços por pessoas jurídicas.

Há casos em que pessoas físicas também
podem emitir notas fiscais, como pro-
dutores rurais, por exemplo, que devem
emitir a nota fiscal do produtor ao vender
alimentos produzidos em sua proprieda-
de rural. A emissão do produtor é obriga-
tória nos casos em que os respectivos im-
postos não são recolhidos pelas pessoas
jurídicas que deles compram.
Nas situações em que a nota fiscal registra transferência de bem ou item com valor
monetário e/ou prestação de serviços entre as partes, ela também é destinada ao re-
colhimento de impostos.
Para microempresários individuais (MEIs), a emissão de nota
fiscal só é obrigatória em caso de venda para pessoa jurídica.
Essa é a única modalidade jurídica em que não é obrigatória
a emissão para pessoas físicas. Isso acontece pois a contri-
buição tributária do MEI é mensal e fixa, por meio da Guia de
Recolhimento DAS (Documento de Arrecadação do Simples
Nacional).
As notas fiscais ainda podem ser utilizadas em contextos mais amplos, como em regu-
larização de doações, transporte de bens, empréstimos de bens ou prestação de servi-
ços sem benefício financeiro à empresa emissora. Também podem cancelar a validade
de outra nota fiscal, como na devolução de produtos industrializados, no cancelamento
de contratos de serviços e em outros cancelamentos e estornos, por exemplo.
Informação Extra
A nota fiscal convencional foi criada na década de 1970 pelo
Ministério da Fazenda do Brasil e pelas Secretarias de Fazenda
dos estados brasileiros e se manteve sem grandes alterações
até 2005. Para que uma empresa pudesse emitir notas fiscais,
era necessário ter um cadastro junto à Secretaria da Fazenda
do estado, bem como uma autorização para a emissão dos ta-
lões de notas. O controle contábil também era feito de forma
manual, e, de tempos em tempos, a empresa precisava prestar
contas ao Fisco sobre os tributos recolhidos.

Esse tipo de controle dava espaço para muitas fraudes, além
de não ser eficiente para a gestão de contas das empresas,
uma vez que tudo era feito de forma manual. Além disso, havia
o risco constante de as informações se perderem. No caso de
um desastre, como um incêndio, por exemplo, todos os dados
armazenados em papel se perdiam.
Assim, como consequência dos avanços tecnológicos e da in-

formatização da sociedade (inclusive empresarial), iniciou-se,
por meio de Sistemas de Informação integrados à Receita, a
geração da nota fiscal por via eletrônica.
Existem vários tipos de notas fiscais e sua classificação depende do tipo de transação
que se realiza. Veja alguns exemplos:
Trata sobre a compra e a venda de produtos. Seu

objetivo é registrar a atividade industrial, comercial
ou qualquer outro tipo de situação em que incorra a
circulação de mercadorias e, em consequência, a in-
NOTA FISCAL cidência de ICMS. Qualquer outro tipo de ocorrência
DE PRODUTO que tenha relação com produtos e que possa influen-
ciar em processos fiscais também deve ser registrado
por meio desse tipo de nota fiscal. Um exemplo é o
extravio de mercadoria no estoque, cuja baixa é dada
mediante a emissão de nota fiscal eletrônica.
Quem presta serviços deve realizar o recolhimento do

Imposto Sobre Serviços (ISS), de responsabilidade
dos municípios, e a empresa deve se credenciar na
NOTA FISCAL prefeitura do município que a sedia. Seu funciona-
DE SERVIÇO mento é praticamente idêntico ao da nota anterior,
porém voltado exclusivamente para serviços, não
para produtos. Esse documento substitui a chamada
"declaração de serviços", que é o modelo físico.
Esse documento é utilizado no transporte de cargas

CONHECIMENTO DE
entre municípios e estados, e a tributação, realizada
TRANSPORTE pelo ICMS. Ou seja, é um recolhimento estadual.
É um documento que equivale à nota fiscal, mas des-

tinado ao consumidor final do varejo. Ele substituiu
a antiga nota fiscal de venda ao cliente e serve para
CUPOM FISCAL formalizar legalmente a compra. Para empresas que
revendem produtos ou os utilizam como matéria-pri-
ma ou material de consumo para as suas atividades,
não é possível utilizar esse tipo de documento.

Foi desenvolvido para simplificar o transporte de car-
gas, intermunicipal ou interestadual, em que cons-
ta mais de um conhecimento de transporte, ou seja,
são transportados produtos referentes a várias notas.
MANIFESTO DE
Também pode ser utilizado por empresas que reali-
DOCUMENTOS FISCAIS zam o envio de mercadoria por meio da emissão de
várias notas fiscais. Isso simplifica o transporte, evita
que o motorista carregue consigo diversos documen-
tos fiscais diferentes e facilita a fiscalização.
5.1 Conteúdo básico de uma nota fiscal
Toda nota fiscal tem uma série de informações obrigatórias que a Receita Federal e as
Secretarias Estaduais de Fazenda exigem para dar validade ao documento.
A seguir, confira um exemplo típico de nota fiscal convencional, emitida por meio de
talões impressos. Grande parte delas está sendo substituída pela nota fiscal eletrônica,
o que torna difícil encontrá-las nos dias de hoje.
Nome fantasia da
empresa NOME FANTASIA XXXX Número da nota fiscal
Razão social RAZÃO SOCIAL XXXX Tipo de nota fiscal

Endereço XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
CNPJ e Inscrição
da empresa XXXXXXXXXXXXXXXXXX - XXXXXXXXXXXXXXX
Estadual
Data da emissão / /
Valor total
Dados do comprador
e/ou tomador de
serviços
Descrição dos itens, Código Quant. Descrição V. Unitário Valor total
incluindo:
quantidade, valor Em caso de
unitário e valor total necessidade, devem
ser indicados os
impostos que podem
fazer parte da nota,
tais como:
Total R$ • ICMS
• ISS
• PIS e Confins
Na sequência, veja os dados que constam em um Documento Auxiliar de Nota Fis-

cal Eletrônica (Danfe). Isso significa que a nota fiscal eletrônica em si está memo-
rizada em formato .xml nos sistemas eletrônicos dos respectivos órgãos públicos que
autorizam a sua emissão, como as prefeituras, as Secretarias de Fazenda dos estados
e a Receita Federal.

Consulte pela Chave de Acesso em Consulta via
www.fazenda.rj.gov.br/nfce/consulta chave de acesso
0000 0000 0000 0000 0000 0000 0000 0000 0000 0000 0000
Informações sobre o
CONSUMIDOR – CPF 000.000.000-00 consumidor
NFC-e n° 00000001 Série 001 10/03/2015 15:03:53
Protocolo de autorização: 314 1300004001 80 Identificação da NFC-e
Data de autorização: 10/03/2015 15:03:53
Consulta via QR Code
Tributos Totais Incidentes (Lei Federal 12.741/2012): R$ 65,62 Mensagem de

interesse do
contribuinte
Fonte: Adaptado de Receita Federal (2020).
5.2 Entendendo o que é a nota fiscal eletrônica (NF-e) e como emiti-la
A nota fiscal eletrônica, conhecida também como NF-e, é uma nota fiscal em formato
digital, considerada um documento de natureza fiscal, com os mesmos efeitos legais
que a nota fiscal convencional.
A NF-e é emitida e armazenada ele-

tronicamente, com a opção de cópia
impressa disponível para controle
(arquivamento documental) do con-
sumidor ou cliente. Tem o intuito de
documentar ou comprovar, para fins
fiscais, a fabricação, a circulação de
mercadorias e/ou a prestação de
serviços, ocorridas entre as partes.
A validade jurídica da NF-e é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia

de autoria e de integridade) e pela recepção, pela administração tributária, dos dados
relacionados ao documento eletrônico, durante a ocorrência do fato gerador.
Segundo a própria Receita Federal do Brasil, a NF-e tem como objetivo a implantação
de um modelo nacional de documento fiscal eletrônico que substitua o sistema ante-
rior, de emissão do documento fiscal em papel, com validade jurídica, pela assinatura

digital do remetente, simplifique as obrigações acessórias dos contribuintes e permita,
ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo
Fisco.
Oficialmente, a NF-e brasileira foi criada em 2006, mas a primeira emissão com vali-
dade jurídica ocorreu em 2007. O Projeto NF-e está enquadrado no Sistema Público de
Escrituração Digital (Sped), com suas principais características definidas por instrução
normativa da Receita Federal do Brasil, e, segundo o próprio órgão público, vai trazer
benefícios e vantagens às partes envolvidas nas atividades de produção e prestação de
serviços, ao contribuinte, cliente ou consumidor, e ao próprio Fisco.
5.3 Benefícios da NF-e
Os benefícios da NF-e são amplos e se estendem para vários contextos, que incluem:
• Redução de custos de impressão;
• redução de custos de aquisição de papel;
• redução de custos de envio do documento fiscal;
• redução de custos de armazenagem de documentos fis-

CONTRIBUINTE cais;
VENDEDOR • simplificação de obrigações acessórias, como dispensa
(EMISSOR DA NF-e) de Autorização para Impressão de Documento Fiscal
(AIDF);
• redução de tempo de parada de caminhões em Postos

Fiscais de Fronteira; e
• incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com

clientes (B2B).
• Eliminação da digitação de notas fiscais na recepção de

mercadorias;
• planejamento de logística de entrega permitida pela re-

CONTRIBUINTE cepção antecipada da informação da NF-e;
COMPRADOR
• redução de erros de escrituração devido a erros de digi-
(RECEPTOR DA NF-e)
tação de notas fiscais; e
• incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com

fornecedores (B2B).
• Redução do consumo de papel, com impacto positivo no

meio ambiente;
• incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tec-

nologias;
SOCIEDADE
• padronização dos relacionamentos eletrônicos entre
empresas; e
• surgimento de oportunidades de negócios e empregos

decorrentes da prestação de serviços ligados à NF-e.

• Aumento na confiabilidade da nota fiscal;
• melhoria no processo de controle fiscal, o que possibili-

ta melhor intercâmbio e compartilhamento de informa-
ções entre os fiscos;
ADMINISTRAÇÕES • redução de custos no processo de controle das notas

fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em
TRIBUTÁRIAS trânsito;
• diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; e
• suporte aos projetos de escrituração eletrônica contá-

bil e fiscal da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(Sped).
Perceba que a implantação da NF-e constitui, obviamente, grande avanço para facilitar
e agilizar a vida das empresas, já que os dados podem ser armazenados e protegidos
por meio de backups, além de facilitar o processo de fiscalização, não apenas por parte
do governo, mas também do sistema interno de auditoria das empresas.
Saiba mais
Para emitir a NF-e, é preciso acessar o site: http://www.nfe.
fazenda.gov.br/.
5.4 Controle de faturamento por meio das informações das notas fiscais
Gerenciar as NFs-e emitidas e recebidas pela empresa é um processo que exige muito
cuidado e dedicação. Por mais que esse trabalho seja árduo, é fundamental para ter
uma visão completa e abrangente das notas da empresa. Isso também evita multas,
que podem gerar problemas financeiros para os empreendimentos.
O detalhe é que, quando o controle das notas fiscais é feito na cabeça ou no papel, fica
difícil administrar a empresa. Um exemplo simples é saber a data exata em que uma
NF-e foi emitida ou recebida e qual a sua origem, para, assim, saber qual é o fatura-
mento da empresa.
Como visto, o sistema de cálculo do faturamento é bastante

simples, pois considera a quantidade de unidades vendidas,
em determinado período, multiplicada pelo valor unitário de
venda. Nesse caso, é o faturamento bruto, pois ainda não
houve incidência de impostos.

As notas fiscais contam com todas essas informações, que podem ser registradas em
uma planilha. Ou seja, o controle mais simples pode ser realizado até em sistemas
mais fortes, os quais podem até fazer a emissão das notas fiscais e armazenar as in-
formações, para gerar, futuramente, o relatório de faturamento.
Veja, na sequência, como criar uma planilha para gestão das notas fiscais de modo a
obter o faturamento de acordo com o período desejado. Antes de tudo, você precisa
criar um documento no Excel com as seguintes colunas:
Coluna A: nessa coluna, coloque o código ou o número de controle de cada nota

fiscal, como 1, 2, 3, 4 etc. Isso facilitará e agilizará bastante o processo de busca de
uma determinada NF-e, sem desperdício de tempo.
Coluna B: essa coluna serve para você adicionar a data em que cada nota fiscal foi
lançada no seu sistema de gestão.
Coluna C: registre o nome do fornecedor que emitiu a nota fiscal de entrada ou do

cliente que recebeu a nota fiscal de saída.
Coluna D: coloque o nome do produto contido na nota fiscal.
Coluna E: informe a natureza da operação de cada nota fiscal, como compra, ven-
da, remessa (nota fiscal que acompanha a mercadoria no processo de transporte) ou
consumo (nota fiscal de mercadorias utilizadas ou consumidas pelo próprio estabele-
cimento).
Coluna F: adicione o valor total de cada nota fiscal.
Coluna G: nessa coluna, deve ser descrito o tipo de nota fiscal. Existem dois tipos:
entrada (nota fiscal emitida pelo fornecedor) e saída (nota fiscal emitida pela empresa
para o consumidor).
Concluída e com todas as colunas devidamente inseridas, essa planilha tornará mais
fácil os processos de busca e de controle das notas fiscais de sua empresa. Ela também
agilizará a verificação do faturamento e poupará tempo para obter essa informação.

Antes de encerrar este tema, faça a atividade proposta a seguir para fixar seu apren-
dizado.
1. Leia com atenção o seguinte trecho:
A nota fiscal _________________ e serve para que _________________

ocorra com base nas informações nela contidas. A sua não utilização para
comercialização de produtos e serviços é considerada _________________.
Agora, selecione a alternativa que completa as lacunas corretamente:
a) registra os dados – a venda – sonegação fiscal.
b) registra os custos – o faturamento – venda ilegal.
c) documenta os custos – o imposto pago – normal.
d) registra as transações realizadas – o faturamento – normal.
e) documenta as transações realizadas – o recolhimento de impostos – sonegação

fiscal.
Você encerrou o tema Faturamento, assunto importante para a gestão financeira e
contábil de empresas e propriedades rurais. Por meio das noções aqui aprendidas, é
possível interpretar o desempenho de vendas e de produção, assim como verificar a
capacidade de geração de lucro do negócio.
Dica
Lembre-se de que o faturamento é o montante que resulta da
soma de tudo o que foi vendido ou arrecadado. Ou ainda, no
jargão contábil, tudo o que foi “realizado” por uma empresa,
em determinado período, com vendas, prestações de serviços
ou diferentes formas de recebimentos. É tudo o que envolve a
atividade comercial.
Adicionalmente, você compreendeu a importância do uso e do controle dos registros

fiscais por meio das notas fiscais, para que toda atividade esteja devidamente regis-
trada e tributada pelos órgãos responsáveis.

04
Gestão de
resíduos
Tema 4: Gestão de resíduos
O tema de aula Gestão de resíduos trará noções básicas de gestão associadas aos
resíduos gerados pela atividade da fruticultura. Trata-se de um assunto fundamental
para as empresas e os pequenos negócios do ramo rural.
Gestão é o ato no qual o responsável por determinado processo conduz os acon-

tecimentos de um ponto de partida até seu objetivo. Ou seja, é o ato de administrar
processos.
A gestão pode ser definida como o conjunto de ações

aplicadas no decorrer de um processo até que se atinja o
resultado esperado.
Há alguns elementos essenciais para que a gestão possa existir. O primeiro deles é o
planejamento, que leva ao segundo elemento, os objetivos ou as metas. O terceiro ele-
mento da gestão é a forma como o caminho deve ser percorrido entre o planejamento
e a meta, que se materializa nas diretrizes ou nos procedimentos operacionais. Por fim,
o quarto elemento é composto pelo controle de indicadores, que aponta se as ações
estão conduzindo o projeto em direção à meta e permite haver correções dos desvios.

Veja o esquema:
Diretrizes ou
Planejamento Objetivos Controle dos
procedimentos
ou metas indicadores
operacionais
Portanto, neste tema, serão apresentados conceitos básicos e importantes para aplica-
ção na gestão dos resíduos gerados pela fruticultura, bem como todo o embasamento
e as ferramentas necessárias para que tal gestão seja eficiente.
Nesse contexto, os seguintes assuntos serão abordados:

• bases legais e normativas;
• impacto ambiental e mitigação de resíduos;
• ferramentas gerenciais para qualidade ambiental e redução de resíduos na fruti-

cultura;
• gestão ambiental com enfoque nos resíduos;
• novas tecnologias e suas implicações na geração e no tratamento de resíduos; e
• educação ambiental.
• identificar os tipos de resíduos;
• conhecer e cumprir a legislação ambiental vigente;
• selecionar os resíduos de acordo com os procedimentos

operacionais;
• separar os resíduos de acordo com os riscos de segurança

alimentar e sanitários;
• providenciar o destino dos resíduos de acordo com os pro-

cedimentos operacionais; e
• prever a limpeza e a desinfecção da área.

Tópico 1: Bases legais e normativas
Gerenciar resíduos é ato obrigató-

rio em qualquer empreendimento,
e não é diferente na fruticultura.
A base da gestão de resíduos deve levar em consideração que processos eficientes

devem gerar o mínimo possível de resíduos e que aqueles que forem gerados devem
ter tratamento e/ou destino adequado.
Diz a lei
Para se aplicar uma boa gestão nesse sentido, o conhecimento
do alicerce legal é importante. É necessário, àqueles que vão
gerir os resíduos, o conhecimento da Lei n.º 12.305, que tra-
ta da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
1.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei n.º 12.305/2010
A Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
indica seus princípios, objetivos e instrumentos e, ainda, as diretrizes relativas à gestão
integrada, ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, e às responsa-
bilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
Diz a lei
“Estão sujeitas à observância desta lei as pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta
ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que
desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao ge-
renciamento de resíduos sólidos.”

Os objetivos da lei são:
I. proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II. não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sóli-
dos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III. estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e

serviços;
IV. adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de

minimizar impactos ambientais;
V. redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI. incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-

-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII. gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII. articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor
empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada
de resíduos sólidos;
IX. capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X. regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção
de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos
dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e
financeira, observada a Lei 11.445, de 2007;
XI. prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de con-
sumo social e ambientalmente sustentáveis;
XII. integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XIII. estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
XIV. incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial

voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resí-
duos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; e
XV. estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
1.2 Classificação dos resíduos
A Lei n.º 12.305 classifica os resíduos quanto à origem e à periculosidade.

Diz a lei
No primeiro caso (origem), conforme o art. 13, eles são divi-
didos em:
a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades do-

mésticas em residências urbanas;
b) Resíduos de limpeza urbana: os originários de varrição,

limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de
limpeza urbana;
c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a”

e “b”;
d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e presta-

dores de serviços: os gerados nessas atividades, excetu-
ados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento bási-

co: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos
na alínea “c”;
f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produti-

vos e nas instalações industriais;
g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços

de saúde, conforme definido em regulamento ou em nor-
mas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) Resíduos da construção civil: os gerados em constru-

ções, reformas, reparos e demolições de obras de constru-
ção civil, incluídos os resultantes da preparação e escava-
ção de terrenos para obras civis;
i) Resíduos agrossilvipastoris: os gerados nas atividades

agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
insumos utilizados nessas atividades;
j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de

portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e
ferroviários e passagens de fronteira; e
k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pes-

quisa, extração ou beneficiamento de minérios.

No item “i” (resíduos agrossilvipastoris) é que se enquadram os resíduos gerados na
fruticultura. Cabe ressaltar que, para esse tipo de atividade e de resíduos, a lei não
obriga a aplicação do Plano de Gestão Ambiental (PGA), mas o produtor não está de-
sobrigado do tratamento e da destinação de seus resíduos. Além disso, o item V do
art. 20 indica que haverá obrigatoriedade de implantação do PGA aos responsáveis por
atividades agrossilvipastoris se assim exigido pelo órgão competente do Sisnama (Sis-
tema Nacional de Meio Ambiente), do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária)
ou do Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária).
Quanto à periculosidade, os resíduos podem ser:
Perigosos: aqueles que, em razão de suas características

de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mu-
tagenicidade apresentam significativo risco à saúde pública
ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento
ou norma técnica; e
Não perigosos: aqueles não enquadrados no item anterior.
1.3 Regulamentação dos defensivos agrícolas (Decreto n.º 4.074/2002)
Para o gestor ambiental de projetos de fruticultura, é imprescindível conhecer as nor-

mativas que cercam a problemática dos defensivos agrícolas, descritas no Decreto n.º
4.074, de 4 de janeiro de 2002, do qual podem ser destacados alguns pontos impor-
tantes:
Defensivos agrícolas e afins
Produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao

uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrí-
colas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros
ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja
alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de
seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos empregados
como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.
Centro ou central de recolhimento
Estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais fabricantes e registran-

tes, ou conjuntamente a comerciantes, destinado ao recebimento e armazena-
mento provisório de embalagens vazias de defensivos agrícolas e afins provenien-
tes dos estabelecimentos comerciais, dos postos de recebimento ou diretamente
dos usuários.

Intervalo de reentrada
Intervalo de tempo entre a aplicação de defensivos ou afins e a entrada de pesso-

as na área tratada sem a necessidade de uso de equipamento de proteção indivi-
dual (EPI).
Intervalo de segurança
Também chamado de período de carência, deve ser considerado na aplicação de

defensivos ou afins:
• antes da colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a colheita;
• pós-colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a comercialização

do produto tratado;
• em pastagens: intervalo de tempo entre a última aplicação e o consumo do

pasto;
• em ambientes hídricos: intervalo de tempo entre a última aplicação e o rei-

nício das atividades de irrigação, dessedentação de animais, balneabilidade,
consumo de alimentos provenientes do local e captação para abastecimento
público; e
• em relação a culturas subsequentes: intervalo de tempo transcorrido entre

a última aplicação e o plantio consecutivo de outra cultura.
Limite Máximo de Resíduo (LMR)
Quantidade máxima de resíduo de defensivo agrícola ou afim oficialmente aceita

no alimento, em decorrência da aplicação adequada em uma fase específica, desde
sua produção até o consumo, expressa em partes (em peso) do defensivo, afim ou
dos seus resíduos por milhão de partes de alimento (em peso) (ppm ou mg/kg).
Posto de recebimento
Estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais estabelecimentos co-

merciais ou conjuntamente aos fabricantes, destinado a receber e armazenar, pro-
visoriamente, embalagens vazias de defensivos e afins devolvidas pelos usuários.
Resíduo
Substância ou mistura de substâncias remanescente ou existente em alimentos

ou no meio ambiente decorrente do uso ou da presença de defensivos e afins,
inclusive quaisquer derivados específicos, tais como produtos de conversão e de
degradação, metabólitos, produtos de reação e impurezas, considerados toxicoló-
gica e ambientalmente importantes.

Sobre destinação final e sobras de embalagens, o Decreto n.º 4.074 traz os se-
guintes pontos:
Determina que a destinação de embalagens vazias e sobras

ARTIGO 52 de defensivos agrícolas deverá atender ao especificado em
bula ou folheto complementar.
Define que as embalagens vazias de defensivos e suas

respectivas tampas deverão ser devolvidas aos estabeleci-
ARTIGO 53 mentos comerciais onde foram adquiridas (logística rever-
sa), observadas as indicações das bulas e dos rótulos, no
prazo de até 1 ano a partir da data de compra.
Saiba mais
No site do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias (Inpev - www.inpev.org.br), é possível encontrar de-
talhes quanto ao processo de logística reversa de embalagens
de defensivos agrícolas.
Ao usuário de defensivo agrícola, fica facultada a devolução das embalagens vazias

também em postos de recebimento ou centros de recolhimento devidamente licencia-
dos pelos órgãos ambientais competentes.
Atenção
O local de recebimento das embalagens deverá emitir recibo
ao usuário, a fim de comprovar a operação de recebimento.
O Decreto também institui a obrigatoriedade da tríplice lavagem antes da devolução

das embalagens rígidas. O processo consiste em esvaziar totalmente a embalagem,
encher o recipiente com aproximadamente ¼ de seu volume com água limpa, agitar
vigorosamente por 30 segundos e descartar o líquido no tanque em que normalmente
se procede à aplicação. Deve-se repetir essa operação mais duas vezes e depois per-
furar o fundo da embalagem três vezes a fim de inutilizá-la.

Veja, a seguir, o passo a passo do processo:
Repita este processo 3x
1 2 3 4 5
Fonte: Adaptado de www.adita.org.br.
1) Esvazie totalmente o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador.
2) Adicione água limpa à embalagem até ¼ do seu volume.
3) Tampe bem a embalagem e agite-a por 30 segundos.
4) Despeje a água de lavagem no tanque do pulverizador.
5) Inutilize a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo.
Saiba mais
Na biblioteca do AVA, assista ao vídeo inpEV - Lave e Devolva,
que explica, brevemente, o processo da tríplice lavagem.
1. Acerca da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - Lei n.º 12.305/2010,
analise as seguintes afirmativas:
I. Estão sujeitas à observância dessa lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito

público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resí-
duos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos.

II. São alguns objetivos dessa lei: proteção da saúde pública e da qualidade am-
biental, estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de
bens e serviços.
III. A Lei n.º 12.305 classifica os resíduos quanto à origem e à periculosidade.
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
Tópico 2: Resíduos e poluição: impacto ambiental e

mitigação
A destinação e o tratamento inadequado dos resíduos gerados impactam diretamente
o meio ambiente, onde quer que sejam despejados. Os resíduos de qualquer origem
devem ser considerados corpos estranhos àquele ambiente, ou seja, elementos que
perturbam de alguma forma o equilíbrio ecológico.

De um ponto de vista mais amplo, não é correto tratar o ambiente em seções distintas,
como ar, água e solo, pois os três elementos estão intimamente interligados pelas re-
lações ecológicas. Dessa forma, o que afeta um, afeta também os outros. Para efeitos
didáticos, apenas, tais elementos serão tratados em separado a seguir.
2.1 Impactos no solo
Para entender o que acontece com os resíduos no solo, é preciso conceituar antes o
termo “biodegradação”, que trata da decomposição, de forma natural, por elemen-
tos biológicos (fungos, bactérias) até a redução de sua estrutura em moléculas meno-
res e elementares no ambiente.
Os resíduos orgânicos lançados

ao solo apresentam uma degra-
dação muito mais rápida do que
plástico e vidro, por exemplo, mas
podem servir também de meio de
cultura para agentes patogênicos,
como fungos e bactérias, que po-
dem ser disseminadas ao vento,
por meio de animais e insetos, es-
palharem doenças e impactarem a
saúde pública.
Os resíduos inorgânicos, em es-

pecial os plásticos, demoram muito
mais tempo para a total degradação
e, consequentemente, durante mui-
to tempo lançam elementos nocivos
ao solo. Considere, ainda, que re-
cipientes plásticos podem acumular
água, nos quais podem se proliferar
mosquitos transmissores de doen-
ças, e resíduos de produtos, como
defensivos, por exemplo.

Na sequência, veja alguns resíduos e seus tempos de decomposição (degradação), de
acordo com Carneiro (2012):
Tecido
Papel 6 meses a 1 ano Filtro de cigarro
3 a 6 meses Mais de 5 anos
Nylon
Madeira pintada Mais de 20 anos Metal
Mais de 13 anos Mais de 100 anos
Plástico
Alumínio Mais de 400 anos Vidro
Mais de 200 anos Mais de 1.000 anos
Borracha
Tempo indeterminado
Fonte: Adaptado de Carneiro (2012).

2.2 Impactos nos recursos hídricos
Os corpos hídricos devem receber atenção especial na gestão de resíduos da fruticultu-

ra. O ciclo da água detém características que permitem o carregamento de substâncias
pelo meio ambiente. Isso significa que ela representa um elemento de ligação entre
solo, ar atmosférico, ambiente marítimo e corpos de água doce.
O fato de a água ser um “solvente universal” permite que trafeguem, pelo meio ambien-
te, diversas outras substâncias, que, muitas vezes, podem ser nocivas ou patogênicas.
A água é um elemento essencial à vida. Assim, a importância

da sua preservação não se limita a uma questão estético-
ambiental, mas também à garantia de suporte para toda a
vida no planeta.

Para exemplificar o impacto dos resíduos sólidos na água, que assume níveis preocu-
pantes e merece atenção dos gestores ambientais, leia, a seguir, um trecho da notícia
veiculada no site da revista Exame em junho de 2018:
“Nem as regiões mais remotas e pristinas da Terra estão a salvo da poluição por plás-
ticos. Um novo estudo produzido pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, em
parceria com a ONG ambientalista Greenpeace, relata a contaminação de amostras de
neve e água da Antártica por micropartículas de polímeros sintéticos.
Medindo menos de 5 milímetros de

diâmetro, as micropartículas plásti-
cas são uma das maiores ameaças
ambientais emergentes da atuali-
dade, segundo a ONU. Sua ampla
dispersão pelos ecossistemas ma-
rinhos e dificuldade de degradação
põem em risco a saúde dos orga-
nismos que habitam os oceanos, e
afetam toda a cadeia alimentar.”
A poluição e a contaminação das águas não se restringem à contaminação por resí-

duos sólidos. Quando se trata de fruticultura, o gestor deve pensar nos impactos e na
contaminação, em especial, por fertilizantes e defensivos agrícolas que vão parar nos
corpos hídricos.
Dentre as formas de impacto que a fruticultura pode causar

nos corpos hídricos, destacam-se a erosão e o carregamento
das partículas do solo, e a contaminação por aplicação de
fertilizantes e defensivos.

Em relação à erosão, partículas do solo
são deslocadas para os corpos hídricos
que, em geral, ficam em áreas mais bai-
xas e podem causar assoreamento, que
é o acúmulo de material nas calhas dos
rios, e alterar toda a relação físico-quími-
ca do corpo de água.
Já para os fertilizantes e defen-

sivos, além do evidente problema
da inserção de moléculas tóxicas no
ecossistema, adentrando na cadeia
alimentar, é de se notar a presença
em especial do nitrogênio e do fós-
foro, que são os macronutrientes, e
dos micronutrientes com metais po-
tencialmente tóxicos, como o chum-
bo (OLIVEIRA-FILHO E LIMA, 2002).
2.3 Impactos no ar
Para analisar os impactos da fruticultura no ar, é preciso considerar as emissões de

gases à atmosfera. De imediato, duas são as formas mais comuns de emissão:
a) Queima de biomassa
Pode acontecer quando é executada a limpeza do terreno por meio do fogo ou para a
geração de energia em caldeiras e secadores, por exemplo.
Atenção
A queima de resíduos no campo é nociva para o solo e só deve
ser executada em situações com indicação de um profissional
habilitado, seguindo todos os requisitos legais e com as licen-
ças necessárias.

Para a queima de combustível oriundo de biomassa, é preciso se certificar de que ele
é de base sustentável, como de florestas manejadas para esse fim ou de resíduos de
origem legal.
b) Emissões de veículos e máquinas
Outra fonte de emissão de gases à atmosfera são os veículos e as máquinas. Nesse

âmbito, o gestor deve se preocupar em estabelecer uma boa manutenção, de forma
que as emissões desses motores estejam dentro dos limites estabelecidos por lei.
Sustentando ideias
A utilização de veículos e máquinas híbridos ou elétricos pode
ser uma alternativa para minimizar o impacto da emissão de
gases na atmosfera.
2.4 Ações para mitigação
Algumas ações podem contribuir significativamente para reduzir o impacto ambiental

de resíduos gerados pela fruticultura. São elas:
Consumo consciente: consumir produtos certificados por

ISO 14.000, FSC ou outras certificações; consumir produ-
tos biodegradáveis, a granel, menos embalagens plásticas
e realizar compostagem são ações que podem amenizar o
impacto dos resíduos no solo.
Aplicação dos 3 Rs: os 3 Rs são de Reduzir, Reutilizar e

Reciclar. Ou seja, reduzir o consumo de bens e serviços, com
ganhos em eficiência no uso de recursos; reutilizar emba-
3 Rs lagens e equipamentos, e praticar a reciclagem, a fim de
reintroduzir o material do resíduo em um novo ciclo de vida.
Essas são práticas importantes para a sustentabilidade am-
biental no que tange ao assunto resíduos.

Educação ambiental: é uma estratégia importante e efi-
ciente na consolidação de uma cultura e na transformação
comportamental, na qual os cidadãos atentem para a impor-
tância da sustentabilidade e, acima disso, a pratiquem.
Gestão ambiental: em especial para as corporações, a ela-

boração e a prática da gestão ambiental, embasada em uma
política ambiental preestabelecida, colaboram com a redu-
ção dos resíduos, uma vez que os processos estabelecidos
e adotados por esse sistema visam à otimização do uso de
recursos, como matérias-primas, insumos e equipamentos.
Por outro lado, a gestão ambiental também contempla ações
que preveem a redução dos resíduos no sistema, sempre em
conformidade com a lei.
A ISO 14.000, por exemplo, é um conjunto de normas aceito internacionalmente que

auxilia na implantação de um sistema de gestão ambiental com vistas à melhoria con-
tínua.
Remediação: diz o ditado: “prevenir é melhor que reme-

diar” e, no tocante ao meio ambiente, isso é uma máxi-
ma também. Do ponto de vista de eficiência, as ações de
prevenção para evitar que os resíduos cheguem de forma
inadequada ao meio ambiente devem ser prioritárias a qual-
quer ação para mitigar danos. A remediação consiste em
ações que revertam ou minimizem um impacto já causado
pelos resíduos, como coleta de resíduos, inertização, criação
de barreiras, monitoramento e tratamento.
Agricultura sustentável: práticas como agricultura or-

gânica, cultivo mínimo, plantio direto e manejo integrado
de pragas podem diminuir ou mitigar os impactos causados
pelo inadequado manejo do solo e pela aplicação de agro-
químicos.
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar seus conhecimentos? Faça a atividade pro-
posta a seguir.

1. Algumas ações podem contribuir significativamente para reduzir o impacto am-
biental de resíduos gerados na fruticultura. Uma delas é a aplicação dos 3 Rs, que
significam:
a) reduzir, retornar e reciclar.
b) reutilizar, reciclar e repensar.
c) reutilizar, reduzir e retomar.
d) reduzir, reutilizar e reciclar.
e) ressignificar, reutilizar e reduzir.
Tópico 3: Ferramentas gerenciais para qualidade ambiental

e redução de resíduos na fruticultura
Para alcançar a qualidade ambiental e, consequentemente, reduzir os resíduos gerados
na fruticultura, você pode lançar mão de algumas ferramentas.
3.1 Os 3 Rs
Os 3 Rs da sustentabilidade consistem em uma maneira de atuar sobre o problema da

produção de resíduos e seus impactos ao ambiente. Podem ser adotados como filoso-
fia de trabalho pelo gestor de projetos de fruticultura. Basicamente, seus conceitos se
resumem em:
2 Reutilizar
É o ato de aproveitar um
Reduzir
Reduzir o consumo
1 produto para uma nova
função e, assim, postergar
sua transformação em
significa alterar hábitos, resíduo.
consumir menos e optar
por produtos que tenham
um ciclo de vida maior
(vida útil do produto).
3 Reciclar
Consiste em reaproveitar o
resíduo como matéria-prima
de um novo produto.

Sustentando ideias
Na reutilização, potes de sorvete podem virar recipientes para
alimentos ou objetos; pallets podem virar móveis e decks de
madeira etc.
Na reciclagem, o papel usado pode ser reciclado; latas de alumí-

nio e garrafas de vidro podem se tornar novas; cinzas de caldeira
podem se transformar em agregado para cimento e concreto etc.
Mas, lembre-se: para isso, é muito importante que, no sistema

de gestão do projeto, haja rigorosa classificação e separação
dos resíduos recicláveis dos não recicláveis.
3.2 O Programa 5S
O Programa 5S surgiu no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, como muitos outros
programas de qualidade, no intuito de auxiliar na organização e na limpeza dos am-
bientes.
É inspirado na correta filosofia japonesa de que um ambiente

limpo e organizado possibilita maiores produtividade e
qualidade.
Recebe o nome de 5S porque é baseado na letra inicial de cinco palavras que repre-
sentam a filosofia contida em cada uma delas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shit-
suke. O programa deve ser implantado obedecendo a cada etapa, ou a cada “S”, que
devem coexistir e serem mantidas após a implantação (MELLO, 2011).
Seiri – Senso de utilização ou organização
Essa etapa consiste em separar aquilo que é necessário e útil daquilo que é desneces-
sário e inútil. Para isso, o gestor deve estabelecer critérios do tipo:
• o que não se utiliza há mais de dois anos é inútil; ou
• aquilo que estiver danificado e sem possibilidade de conserto é inútil.

Após isso, o material que não será aproveitado deve ser recondicionado, recuperado,
comercializado ou descartado corretamente.
Sustentando ideias
Por exemplo, na oficina, peças de equipamentos que não mais
existem podem se tornar sucata para reciclagem.
Seiton – Senso de arrumação
A arrumação implica ter um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. Ou seja,
sistematicamente, os objetos e materiais devem ser identificados e organizados. Essa
etapa, em geral, permite um ganho de tempo na busca por materiais e evita o acúmulo
dos desnecessários, o que impacta, inclusive, nos custos e otimiza os recursos.
Dica
Por exemplo, as ferramentas de uma oficina, em vez de ficarem
jogadas em uma caixa, podem ficar em um painel organizador.
Seiso – Senso de limpeza
Um ambiente limpo é motivador e estimula a produtividade, mas muito além disso: a

limpeza das máquinas e ferramentas permite melhor desempenho, reduz a manuten-
ção e possibilita maior disponibilidade.
Essa etapa envolve manter o am-

biente livre de lixo (o que reduz
consideravelmente os resíduos),
poeiras e resíduos, o que garante
maior salubridade e menor risco la-
boral.

É possível imaginar a oficina dos Ss anteriores limpa e asseada? Segundo o 5S, sim!
Seiketsu – Senso de manutenção da ordem ou higiene
Significa manter as conquistas anteriores, ou seja, garantir a ordem, a arrumação e

a limpeza antes implantadas, e estender as ações a todos os envolvidos. Para o 5S, o
conceito de higiene não se limita ao asseio pessoal, mas envolve também:
• a higiene de todo o ambiente;
• a eliminação de ruídos;
• a aplicação de placas e cartazes de sinalização;
• o uso de EPIs; e
• as condições ergonômicas.
O objetivo é, portanto, manter o ambiente de trabalho saudável e harmonioso.
Dica
No caso da oficina, o gestor deverá envolver os funcionários
e trabalhar para que a equipe entenda a filosofia e apoie a
implantação do 4º S.
Shitsuke – Senso de disciplina
Esse talvez seja o passo que imprima o maior desafio. Está ligado à cultura da organi-
zação, do não desperdício, do descarte correto e da manutenção do sistema.
Para que essa etapa, que deve ser

perene, se concretize, é importante
que haja padronização dos pro-
cessos descritos e que a gestão es-
teja comprometida e atuante todo
o tempo, com treinamento, capaci-
tações, programas de conscientiza-
ção e, principalmente, com exem-
plo.

3.3 Lean Production (Toyota) – reduzindo desperdícios
O conceito de Lean Production, ou produção enxuta, é baseado em adotar estratégias

de operações, processos, tecnologia, qualidade e métodos de produção que privilegiem
a redução de desperdícios, estoques e processos desnecessários.
Esse sistema surge naquele que talvez seja seu maior ícone, a automotiva japonesa
Toyota, que, após a Segunda Guerra Mundial, precisou desenvolver técnicas de pro-
dução altamente eficientes para atravessar o cenário de mercado deficiente, crédito
escasso e mão de obra desqualificada. Dessa forma, a Toyota criou a Lean Production.
O sistema é baseado em duas filosofias:
Consiste em um conceito de estoque mínimo e considera

JUST IN TIME que tudo deve estar no lugar certo, na hora certa e com
o devido preparo.
Traz o conceito de “pare a produção para não ter que

parar a produção”. Ou seja, a qualquer sinal de falha no
JIDOKA
processo, ele deve ser reestudado até que a falha seja
detectada e o sistema rode novamente.
Fica claro, então, que o sistema Lean exige um alto grau de conhecimento dos proces-
sos, que devem estar mapeados por parte dos envolvidos (DENNIS, 2008).
Esse conceito pode ser aplicado na agricultura – há, ao redor do mundo, casos que
solidificam o sistema no agronegócio e criam um novo termo: Lean Agriculture ou Lean
Farming.

Saiba mais
Na biblioteca do AVA, leia uma entrevista do Lean Institute
Brasil com o fazendeiro norte-americano Ben Hartman, um dos
principais entusiastas da Lean Farming, e veja como ele con-
segue aplicar a metodologia Lean em sua propriedade, para,
assim, reduzir os desperdícios, a manipulação dos alimentos e
obter uma produção mais sustentável.
3.4 Kaizen e o PDCA na fruticultura
Kaizen é uma palavra japonesa que significa, de forma mais ampla, “melhoria contí-
nua”. Estabelece o conceito de que é necessário que todo e qualquer ato produtivo,
a cada ciclo, ganhe eficiência e qualidade, em uma proposta de evolução contínua. A
melhor representação da filosofia Kaizen está no chamado ciclo PDCA.
JAR
NE FA
O ciclo PDCA é um método gerencial
A
ZE
PL
composto de quatro fases representadas
R
pelas letras P, D, C e A, iniciais de pala-
vras em inglês: Plan (planejar), Do (fazer
PDCA
ou executar), Check (checar ou contro-
R
CH
GI
lar) e Act (agir). A EC

AR
Fonte: Adaptado de Shutterstock.
A seguir, será abordada cada etapa do ciclo e como o gestor deve implementá-la para
que obtenha sucesso.
Atenção
Lembre-se de que o PDCA é bastante versátil e pode ser aplica-
do em qualquer setor ou ambiente, incluindo a gestão ambien-
tal, com vistas a um eficiente controle dos resíduos.

1ª fase (P) – Plan (planejamento)
O ciclo se inicia com a etapa do planejamento, quando o gestor deverá estabelecer

os objetivos e as metas a serem alcançadas. Uma boa forma de se providenciar
metas e objetivos é por meio do brainstorming, uma reunião direcionada a várias
pessoas envolvidas com o problema abordado, ou do benchmarking, que é a busca
de melhores práticas.
Com as metas estabelecidas, é importante que se desenhe os processos que de-

verão ser seguidos para atingi-las, materializando-os em instruções de trabalho
ou normas (MARSHALL JUNIOR et al., 2008). Assim que os processos estiverem
determinados, é importante que sejam concretizados em um plano de ação, como
um 5W2H, no qual serão definidas as ações, os responsáveis e os prazos.
2ª fase (D) – Do (execução)
A segunda etapa do ciclo é a da execução, quando todas as ações planejadas se-

rão postas em prática pelos responsáveis, conforme o plano e dentro dos prazos
estabelecidos. Nessa fase, o elemento-chave para o sucesso é a comunicação,
ou seja, todos os envolvidos devem conhecer a forma de atuar. Para isso, devem
ser comunicados sobre as ações e as normas e, concomitantemente, capacitados
e treinados para executá-las.
3ª fase (C) – Check (verificação)
A etapa C consiste na verificação, por meio dos KPIs ou Key Performance Indica-
tors, ou ainda indicadores de performance. Os indicadores mensuram os resulta-
dos apresentados na execução da ação e verificam se estão de acordo com as me-
tas estabelecidas. Para tal, nas etapas mais relevantes e estratégicas do processo,
deve haver medições coletadas de forma organizada e sistemática, que gerarão
dados a serem comparados com a meta.
4ª fase (A) – Act (ação corretiva)
Finalmente, na última fase, deve-se tomar as ações corretivas que podem seguir
dois padrões:
• a meta não é atingida: os KPIs indicam um “desvio”, então, é necessário
retomar o planejamento e redesenhar os processos para atuar na origem do
desvio.
• a meta é atingida: procede-se à padronização daquele processo para garantir

a continuidade da condição para se atingir a meta. Periodicamente, deve-se
estabelecer metas mais ousadas e também voltar ao planejamento para que os
processos sejam melhorados e, assim, obter evolução contínua na qualidade e
incorporar a filosofia Kaizen.

Ao fim, retorna-se para a fase de planejamento, o que configura um ciclo virtuoso de
melhoria.
Saiba mais
Na biblioteca do AVA, você encontra o link para o site do Se-
brae, onde poderá baixar um modelo de 5W2H.
3.5 Benchmarking
Uma das formas de estabelecer as melhores práticas na fruticultura é a aplicação da

técnica do benchmarking, que traz o conceito de avaliar os melhores exemplos daquilo
que se pretende produzir.
O benchmarking não é simples-

mente uma visita, e sim um proces-
so estruturado, que deve ter metas
e objetivos, e pode ser aplicado em
empresas da mesma ou de outra
atividade, mas que, de forma indi-
reta, possam fornecer informações
importantes a uma autoavaliação.
Para que se tenha um benchmarking de sucesso, o gestor deverá perseguir algumas

etapas, tais como:
No nosso caso, por exemplo, trata-se da gestão de

IDENTIFICAR O TEMA
resíduos.
IDENTIFICAR EMPRESAS Nessa etapa, faça a pergunta: qual é a empresa que

COMPARÁVEIS tem as melhores práticas na gestão de resíduos da
E PARCEIROS fruticultura?
IDENTIFICAR O MÉTODO Tudo vai depender do grau de abertura que a empre-

sa visitada lhe concederá. Você poderá fazer registros
DE COLETA DE DADOS E
fotográficos, tomar anotações, conversar com os co-
COLETAR DADOS laboradores e ter acesso a dados e documentos.

DETERMINAR A Outra pergunta se torna chave nessa etapa: qual é a
DEFASAGEM DO diferença de desempenho entre o modelo escolhido e
DESEMPENHO minha empresa (fazenda)?
PROJETAR DESEMPENHO Estabeleça metas, como reduzir em 30% o resíduo

FUTURO orgânico na fazenda.
ESTUDAR AS PRÁTICAS Trata-se de conhecer as práticas da empresa visitada,

UTILIZADAS comparar com as próprias práticas e tirar conclusões.
A partir da adaptação das melhores práticas à sua

realidade, estabeleça as metas que deverão ser al-
ESTABELECER METAS E
cançadas e as formas de atingi-las. Uma boa suges-
PLANOS DE AÇÃO (P) tão é a utilização da ferramenta 5W2H. Essa etapa
corresponde ao P do PDCA.
IMPLEMENTAR PLANO É a etapa de execução do que foi planejado, que cor-

DE AÇÃO (D) responde à letra ou etapa D do PDCA.
MONITORAR O Por meio de indicadores que são comparados às me-

DESENVOLVIMENTO tas, verifique se elas estão sendo atingidas. É a letra
DO TRABALHO (C) ou etapa C do PDCA.
De acordo com os resultados, o plano deve ser man-

REAVALIAR TODO O
tido ou ajustado, o que corresponde à etapa A do
PROCESSO (A) PDCA.
A partir do conhecimento sobre as ferramentas utilizadas para alcançar a qualidade

ambiental, faça a atividade proposta a seguir.
1. Ferramentas como PDCA e 5S são imprescindíveis na organização de um projeto
de fruticultura. A primeira é um modelo processual, que imprime uma lógica à ges-
tão e permite a busca pela melhoria contínua. Já a segunda auxilia os atores de
um processo a organizar e perpetuar a organização. Do ponto de vista gerencial,
explique o que são PDCA e 5S, como eles podem interagir e cite exemplos de apli-
cação em propriedades voltadas à fruticultura.

Tópico 4: Gestão ambiental com enfoque nos resíduos
O termo sustentabilidade carrega em si três vertentes que definem o chamado “tripé
da sustentabilidade”, que engloba os aspectos econômicos, sociais e ambientais.
4.1 Sustentabilidade na fruticultura
Na administração de projetos de fruticultura, o gestor deve, constantemente, avaliar

se seu projeto está sustentado por essas três vertentes. A verificação, para ser posi-
tiva, deve chegar a indicadores que representem um projeto economicamente viável,
socialmente justo e ecologicamente correto.
No tocante à viabilidade econô-

mica, a análise de indicadores de
viabilidade, como a taxa interna de
retorno (TIR), o valor presente lí-
quido (VPL), o índice de lucrativi-
dade líquida (ILL) e o payback po-
dem expor a condição do projeto.
Caso o gestor não tenha afinidade com esses indicadores, pode
dispor de serviços de consultores especializados ou alocar em
sua equipe alguém com essa habilidade.
Em relação ao que é socialmente justo, deve-se verificar se o projeto atende mini-

mamente aos requisitos e às normas legais, no que diz respeito a relações de trabalho,
licença social e relações com a comunidade.

Dica
Uma ferramenta que pode auxiliar na conquista e manutenção
da justiça social é a certificação pela norma ISO 26.000.
Não se pode falar de um projeto ecologicamente correto sem falar da gestão ambien-
tal, a qual, obviamente, está permeada pela questão dos resíduos. Ela garante que
os recursos naturais serão utilizados da melhor forma, que a geração de resíduos será
mínima e que o ambiente permanecerá saudável.
Dica
A certificação pela norma ISO 14.000, além de garantir um
processo mais controlado, pode ser uma excelente forma de
atestar a adequação ambiental e comprovar que o projeto é
ecologicamente correto.
4.2 Plano de Gestão Ambiental Rural (PGAR)
Apesar de nem todos os projetos do setor do agronegócio estarem obrigados a ela-

borar um plano de gestão ambiental, ele pode constituir uma poderosa ferramenta de
planificação e posterior execução, para que o tratamento dos resíduos seja conduzido
de forma eficiente e sustentável.
Saiba mais
O documento Procedimentos para a elaboração do Plano de
Gestão Ambiental Rural – PGAR, no âmbito Gestar, é um bom
roteiro para a elaboração desse plano, que considera as etapas
a serem percorridas para a aplicação do plano nos projetos
e abrange vários dos conceitos já discutidos, inclusive PDCA,
estabelecimento de metas, KPIs etc. Você encontra esse docu-
mento na biblioteca do AVA. Aproveite a leitura!

1. Cada tipo de resíduo, em função de suas características, está classificado em ca-
tegorias e, a despeito de sua classificação, deve ter um destino adequado. Quanto
maior for o risco de contaminação ao ambiente, mais restritos são seus tratamen-
tos e maiores deverão ser os cuidados no descarte.
A seguir, estão elencados, em um primeiro momento, os resíduos originados na

fruticultura. Em seguida, estão listados possíveis destinos para eles. Faça a rela-
ção entre eles:
I. Resíduos de material lenhoso da reforma de plantios.
II. Frutas em bom estado, mas impróprias para “mesa”, devido a deformidades ou
tamanho.
III. Mudas atacadas por fungos ou bactérias.
IV. Material vegetal fino (folhas e galhos finos) oriundos da poda.
( ) Processamento para consumo em forma de doces, geleias, polpa etc.
( ) Queima para geração de energia.
( ) Compostagem.
( ) Incineração.
Agora, assinale a alternativa com a sequência correta de preenchimento das lacunas:
a) I, II, III e IV.
b) IV, III, II e I.
c) II, I, IV e III.
d) III, IV, I e II.
e) II, I, III e IV.

Tópico 5: Novas tecnologias e suas implicações na geração
e no tratamento dos resíduos
No século XXI, explodiram e se

popularizaram novas tecnologias
em todos os setores da sociedade
e também na agricultura. De for-
ma bastante evidente, a chamada
agricultura de precisão se consoli-
dou e vem sendo substituída pela
agricultura 4.0.
O termo agricultura 4.0 se refere à Quarta Revolução e introduz conceitos como inte-
ligência artificial, big data, Internet das Coisas e outras tecnologias.
Para recordar: a Primeira Revolução foi a Industrial, que abran-
ge o surgimento da máquina a vapor e da produção em escala.
A Segunda Revolução está atrelada à introdução da energia
elétrica. Por fim, a Terceira Revolução se refere à era digital e
à automação.
5.1 Agricultura de precisão (AP)
Na agricultura de precisão (AP), o princípio é o de otimização dos recursos, por meio

de controle bastante efetivo de todos os recursos e suas aplicações.
Consiste no uso de GPS para garantir espaçamentos e ali-

nhamentos de plantio, controle de aplicação de herbicidas
e fertilizantes, e otimização das máquinas com melhoria de
desempenho. Enfim, a máxima de se produzir mais com me-
nos.

5.2 Uso de drones na fruticultura
O monitoramento da fazenda é o processo no qual o produtor rural verifica e acompa-

nha o que acontece na sua área. Ao mesmo tempo em que sempre foi uma operação
bastante complexa, era, também, uma atividade crucial para o sucesso da produção.
É por meio do monitoramento que se identifica pragas, do-

enças, níveis de produtividade, excesso ou falta de água,
mortalidade de plantas, massa foliar etc.
O ambiente onde ocorre a produção agrícola é bastante dinâmico, e o modelo de mo-

nitoramento baseado em rondas com veículos ou a pé permite apenas a observação
de parte da área. Além disso, a velocidade com que determinadas situações descritas
anteriormente podem evoluir exige que o diagnóstico seja feito de forma muito mais
rápida. Para isso, existem os veículos aéreos não tripulados (Vants), popularmente
conhecidos como drones.
Fonte: Shutterstock.
A vantagem do monitoramento de áreas por drones reside no fato de eles sobrevoarem

uma área muito maior do que a que se poderia fazer a pé ou com auxílio de um veículo.
Outra vantagem do drone é a sua condição de sobrevoo. Ou seja, ele verifica a lavoura
de cima, o que permite olhar as plantas quase que individualmente.

O fato de estar equipado com câ-
meras de alta resolução permite
filmar ou fotografar em detalhes
muito maiores do que aqueles per-
cebidos a olho nu. Um drone pode
também estar equipado com câme-
ras e sensores infravermelhos e a
laser, entre outros.
5.3 Inteligência artificial, machine learning e big data
A inteligência artificial é composta de um algoritmo que “aprende”. De forma geral, o

algoritmo é um programa que se utiliza de comparações para “tirar conclusões”.
Exemplo prático
Um exemplo interessante é o de reconhecimento facial: a partir
da imagem de uma pessoa previamente inserida no algoritmo,
o programa faz a leitura de um rosto pelo formato, pelos olhos,
pelo nariz, pela boca, pela cabeça etc. e compara informações,
tais como distância entre os olhos, cor do cabelo, cor dos olhos,
ângulo da sobrancelha e mais dezenas de características. Se
houver alto grau de coincidência entre as informações medidas
e as armazenadas no algoritmo, o sistema conclui que A é igual
ou diferente de B.
Na agricultura e, em especial, na fruticultura, o sobrevoo de um drone capta imagens

aéreas de um plantio e as envia via internet para um provedor munido de uma inteli-
gência artificial. A partir das imagens, a inteligência pode detectar, por exemplo:
Padrão de cor: plantas doentes, plantas secas ou mortas,

ataques de insetos, plantas jovens x plantas adultas e ma-
turidade dos frutos.

Forma: plantas em produção ou em estado vegetativo, área
de plantio, área queimada, plantas invasoras etc.
Temperatura (infravermelho): umidade do solo, sanida-

de do plantio, presença de gado ou outros animais etc.
Laser (LiDAR): relevo, forma das plantas (árvores) e cor-

pos estranhos no plantio.
A análise em conjunto dessas informações agrega conhecimento ao sistema que, com

o tempo, fica mais inteligente, o que resulta no chamado aprendizado de máquina
ou machine learning.
Se o sistema sabe as condições at-

mosféricas locais por meio da inter-
ligação com um sistema meteoro-
lógico, e há histórico de geadas na
área, conforme seu banco de dados
aumenta, ele pode prever geadas,
incêndios ou vendavais e avisar ao
produtor antecipadamente.

O banco de dados que alimenta a inteligência artificial, que em geral está na nuvem e
tem seu tamanho ilimitado, chama-se big data, um grande banco de dados composto
de todas as informações do produtor somadas a tudo o que se encontra na internet.
5.4 IoT (Internet of Things)
À inteligência artificial ainda podem ser somados sensores que indicam as mais diver-
sas características e permitem um aperfeiçoamento ainda maior da agricultura 4.0. Es-
ses sensores, em geral, estão ligados ao sistema de inteligência artificial por internet,
wi-fi, satélite ou Bluetooth e podem, por exemplo, estar inseridos no solo, para indicar
umidade e teor de determinados nutrientes, ou colocados em troncos de árvores, para
medir seu diâmetro, e nas máquinas, para indicar produtividade.
Todas essas informações alimentam o big data e dão robustez à inteligência artificial.
Ao sistema delimitado por esses sensores, dá-se o nome de Internet das Coisas ou
Internet of Things (IoT).
Enfim, com a aplicação da agricultura 4.0 no campo, a tendência é a de que a otimiza-

ção dos processos e o seu alto grau de precisão propiciem uma utilização racional de
insumos e a redução da geração de resíduos.

A aplicação da tecnologia é muito positiva na fruticultura, mas
com o cuidado para não haver precipitações e aplicações mo-
tivadas apenas por “modismos”. Muitas vezes, a forma mais
simples de produção pode resolver o problema de maneira
mais rápida e barata. É de suma importância uma profunda
análise técnica antes da adoção de qualquer tecnologia que
pode ser muito boa, mas que requer grandes investimentos e
alto grau de especialização.
Com os conhecimentos adquiridos até aqui, teste sua aprendizagem com a atividade
proposta.
1. O monitoramento da fazenda é o processo pelo qual o produtor rural verifica e
acompanha o que acontece na sua área. A “nova tecnologia” que aperfeiçoou esse
processo na fruticultura é:
a) a inteligência artificial.
b) o aprendizado de máquina (machine learning).
c) o big data.
d) o drone.
e) a Internet das Coisas (IoT).
Tópico 6: Educação ambiental

A educação ambiental é uma ferramenta primordial para o gestor de um projeto de
fruticultura que pretende conduzir as questões ambientais de sua área.

Para isso, é preciso enxergar a educação ambiental como uma ação não restrita aos
bancos das escolas (o que é importante), mas a todos os envolvidos na cadeia produ-
tiva.
Para refletir
Educar ambientalmente é criar a consciência coletiva ou a cul-
tura baseada na percepção de que um ambiente equilibrado,
onde os resíduos não perturbem o suporte que deve ser dado
à vida saudável, é elementar para todos e beneficia a comuni-
dade.
Gerar resíduos é algo que existe até no simples ato de respirar, quando inspiramos
o oxigênio e expiramos o gás carbônico. Em um ato de reciclagem, as plantas fazem
o contrário na fotossíntese – elas reciclam nossos resíduos. Com a matéria orgânica
ocorre o mesmo: os átomos de carbono e minerais que compõem nosso corpo já per-
tenciam, provavelmente, a dinossauros e, antes disso, a alguma forma de vida unice-
lular nos primórdios da vida.
6.1 O indivíduo como ator elementar da sustentabilidade
Você sabe qual deve ser a atuação do gestor ambiental de um processo de educação
ambiental, em um projeto de fruticultura que vise às melhores práticas ambientais, de
acordo com o conceito de sustentabilidade?

Para responder a essa pergunta,
primeiro há de se considerar que a
manutenção de um projeto susten-
tável depende da implantação da
sustentabilidade na rotina, portan-
to, uma mudança cultural.
Uma mudança cultural não se altera ou se implanta com pouco tempo ou pouco esfor-
ço; ela exige do gestor insistência e perseverança na aplicação de ações educativas e
constante monitoramento dos resultados. Além disso, é preciso compreender que as
ações, ainda que coletivas, devem ter foco no indivíduo.
O que significa ter foco no indivíduo? Cada pessoa é uma peça do quebra-cabeça cha-
mado sociedade, e a atuação nessa célula, com respeito às suas particularidades, pode
surtir efeitos positivos na mudança de cultura.
Gestão de pessoas
Criar um programa de educação ambiental para cada funcioná-
rio de uma fazenda ou de uma empresa é tarefa desnecessária,
mas criar programas baseados nas características do grupo e
na sua implantação, bem como perceber as reações individuais
e tratá-las separadamente, pode trazer bons resultados.
6.2 A gestão de pessoas no agronegócio da fruticultura como elemento

de otimização de processos e redução de resíduos
Para entender como a gestão de pessoas e a implantação da educação ambiental po-

dem ser aplicadas, acompanhe o exemplo apresentado a seguir.

Exemplo prático
O gerente de uma grande fazenda de mamão precisava reduzir
a quantidade de resíduos no projeto. Para tanto, resolveu usar
a educação ambiental como uma das ferramentas, decidido de
que o descarte correto dos resíduos poderia levá-lo a atingir o
seu objetivo.
Nesse caso, são ações que podem ser adotadas:

• diagnóstico do público-alvo, com a verificação, por exemplo, do grau de instrução
dos funcionários;
• elaboração de padrões, normas e material educativo, como cartilhas, cartazes e

vídeos;
• verificação da possibilidade de uso de mídias sociais;
• treinamento de multiplicadores, a exemplo dos encarregados de área;
• palestras iniciais e lançamento do programa;
• reuniões rápidas diárias do tipo DDS (diálogo diário de segurança);
• implantação de indicadores de controle para verificar a mudança comportamental

individual e coletiva; e
• atuação na família e na comunidade, a fim de envolver escolas, igrejas e associa-

ções comunitárias.
saiba mais sobre a gestão de pessoas na fruticultura.
6.3 O impacto da educação na eficiência dos processos para redução dos

resíduos
Um bom exemplo de como a educação pode impactar a sustentabilidade das cadeias

produtivas do agronegócio, e de envolvimento da comunidade na geração de uma
cultura sustentável no campo, é o programa Agrinho, capitaneado pela Federação da
Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar), que já ultrapassa as fronteiras daquele Estado.

Saiba mais
O programa está detalhado em seu site (www.agrinho.com.
br), e, na biblioteca do AVA, você encontra o vídeo Projeto
Agrinho Solos, em Castro (PR), que busca inspirar aqueles que
já adotaram a sustentabilidade como algo essencial à qualida-
de de vida.
Antes de encerrar este tema, fixe seu aprendizado com a atividade proposta.
1. A educação ambiental é uma ferramenta primordial para o gestor de um projeto
de fruticultura que pretende conduzir as questões ambientais de sua área. Sobre
a temática, analise as seguintes afirmativas:
I. Educar ambientalmente é criar uma cultura baseada na percepção de que um

ambiente equilibrado é elementar para todos e beneficia a comunidade.
II. A educação ambiental pode impactar a sustentabilidade das cadeias produtivas

do agronegócio e o envolvimento da comunidade na geração de uma cultura sus-
tentável no campo.
III. A educação ambiental representa um setor específico do negócio, e não está

relacionada à gestão de pessoas.
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e II apenas.
e) I e III apenas.

Você encerrou o tema Gestão de resíduos. Nele, você conheceu diversas ferramen-
tas que podem ser aplicadas em um projeto de fruticultura e adquiriu conhecimentos
importantes sobre a gestão dos resíduos, o que inclui seus impactos no solo, na água
e no ar, bem como ações para mitigá-los, além do alicerce legal (Lei n.º 12.305). Você
também estudou novas tecnologias e seus impactos na geração e no tratamento dos
resíduos, entre outros assuntos.
Este tema não se esgota aqui e deve ser tratado com serieda-
de. Algo inerente à vida, mas com equilíbrio, em que a geração
dos resíduos não supere a capacidade do meio de manter essa
mesma vida.

05
Auditoria
de estoque
Tema 5: Auditoria de estoque
Você chegou a mais um tema muito importante dos seus estudos, que é Auditoria de
estoque. A fase de estocagem/armazenamento representa uma etapa essencial para
as várias empresas, e é ainda mais delicada para sua área, a fruticultura.
Ter um controle e um registro dos estoques dos negócios

rurais é um requisito para que boas vendas sejam feitas,
desperdícios sejam evitados e, claro, os resultados previstos
sejam alcançados.
Neste tema, serão apresentados os controles de entrada e saída de mercadoria. Você

conhecerá a importância de verificar se as atividades estão sendo seguidas e quais
registros e controles estão sendo elaborados e atualizados conforme o planejamento
original e as normas da empresa.

Nele, você encontrará os seguintes assuntos:
• controles de entrada e saída de mercadoria;
• rastreabilidade e sua importância;
• controle de entrada e saída de embalagem;
• rendimentos e perdas; e
• balanço de estoque (inventário físico).
• emitir documento/registro de entrada e de saída de todos
os produtos;
• emitir relatórios de controle de entrada e saída de merca-

dorias;
• acompanhar o andamento do carregamento;
• organizar os arquivos conforme os procedimentos de segu-

rança alimentar e rastreabilidade;
• confrontar os relatórios de estoque com o estoque físico e

verificar erros;
• elaborar e interpretar planilhas;
• verificar e testar os processos de entrada e saída de emba-

lagens;
• verificar as perdas e suas causas;
• efetuar frequentes simulações de rastreabilidade para ava-

liar o sistema na prática; e
• verificar e testar todos os processos de registro e rastrea-

bilidade.

Tópico 1: Controles de entrada e saída
1.1 Auditorias: conceito e importância
A auditoria é uma técnica de verificação usada para realizar um exame sistemático das
atividades desenvolvidas na empresa.
Sua finalidade é verificar se atividades e processos, bem

como normas e procedimentos, planejados previamente, es-
tão sendo executados e seguidos de forma adequada e em
conformidade com os objetivos para os quais foram criados.
E qual a diferença entre norma e procedimento? Veja:
NORMA PROCEDIMENTO
Modo como algo é executado, ou seja,

Termo que vem do latim e significa esqua-
como é conduzido um processo. Esse ter-
dro. Uma norma é uma regra que deve ser
mo também pode ser usado para se referir
respeitada e que permite ajustar determi-
à maneira como alguém deve agir em uma
nadas condutas ou atividades.
situação específica.
A auditoria realiza a verificação em registros, demonstrações financeiras, relatórios e

controles gerenciais com o objetivo de apresentar opiniões e conclusões, fazer críticas,

dar orientações e propor soluções para problemas ou falhas que sejam detectados du-
rante a execução das atividades e procedimentos da empresa.
Atenção
As auditorias buscam proteger a empresa contra situações de
risco no setor de produção, fraudes e desfalques na área fi-
nanceira, dentre outros fins. Por isso, é importante que sejam
feitas periodicamente.
Tais verificações permitem obter uma visão do que aconteceu ou está acontecendo e
avaliar o funcionamento e os controles de todos os setores da empresa.
Uma característica das auditorias é

a de que são específicas ou focadas
em determinado setor ou departa-
mento da empresa. Assim, existem
auditorias para a área de produção,
para departamentos administra-
tivos ou para o setor de recursos
humanos.
Isso não impede que uma auditoria possa solicitar informações de determinado setor
que, de alguma forma, está interligado com o departamento específico onde está sen-
do realizada.
Cabe mencionar que as auditorias, no geral, não são feitas na
empresa como um todo, devido à complexidade de sua execu-
ção.
Perceba, então, que a auditoria contribui, de forma clara e objetiva, para a administra-
ção da empresa e traz informações importantes sobre os processos que estão sendo
executados, eventuais irregularidades e onde problemas podem surgir.

A sua grande contribuição, no entanto, é a elaboração de um Relatório Final de Au-

ditoria, que auxilia na tomada de decisões gerenciais, na orientação da empresa como
um todo, e ainda pode apresentar soluções. Dessa forma, a gestão se torna mais ágil
e eficiente.
1.2 Auditoria no estoque e na movimentação de mercadorias (matérias-

primas e insumos)
O estoque representa um setor bastante sensível na empresa, devido ao fluxo de

mercadorias e ao valor dos bens estocados. Isso faz com que ele precise de constante
atenção.
No setor de fruticultura, devido à

sua durabilidade e necessidades
específicas de armazenamento, os
elementos do estoque, seus con-
troles e cuidados, precisam ser
monitorados ainda mais de perto.

leia um texto que detalha a execução da auditoria interna no
estoque e acesse o link para um vídeo que ressalta a importân-
cia desse processo.
Como mencionado no tema Estocagem, um inventário para controle da posição físi-

co-financeira deve ser feito com certa periodicidade e pode ser uma ferramenta valiosa
para a auditoria.
Glossário
Inventário: Ação prática para identificar, verificar e contar os
produtos que fazem parte do estoque.
Se o inventário se propõe a fazer uma verificação, qual é a diferença entre inventário

e auditoria de estoques, já que o procedimento da auditoria também se propõe a isso?
Veja:
O inventário tem como foco a contagem e a verificação das

quantidades dos produtos no estoque. Essa prática é reali-
zada, no geral, por pessoal interno da empresa, que verifica
e monitora o estoque.
A auditoria é uma prática consideravelmente mais ampla e,

para ser mais confiável e ter maior efetividade, o certo é que
seja realizada por um terceiro ou por empresa terceirizada,
especializada em auditorias.
No caso das auditorias, o escopo de trabalho é mais abrangente do que o do inventário.

Além disso, é necessário verificar os procedimentos definidos para a movimentação do
estoque, verificar com detalhes os registros e os controles e fazer uma simulação de
entradas e saídas, com o intuito de confirmar se o pessoal envolvido domina e segue
os procedimentos estabelecidos.

A seguir, veja os itens que uma auditoria de estoque se propõe a verificar:
Controle de etiquetas ou fichas de produtos.
Movimentação externa e interna de produtos.
Identificação e codificação de produtos.
Registros da auditoria anterior, para observar os

problemas detectados e comparar com o resultado
atual.
Levantamento do estoque e contagem de alguns

itens, a fim de verificar as informações que constam
no inventário.
Realização de contagens, principalmente dos itens de

maior valor, a fim de comparar com os registros que
constam nos inventários.
Visitação dos locais de consumo de matéria-prima e

observação de seu uso e de possíveis desperdícios.
Documentos que controlam a entrada e a saída de

materiais.
Existência de estoques em poder de terceiros e, em

caso positivo, levantamento do quanto isso
representa em valores.
Quaisquer anormalidades do estoque, comparando

os registros anteriores com os atuais.
Itens verificados na auditoria de estoque.

A partir disso, fica claro que, com a auditoria de estoque, é possível aperfeiçoar técni-
cas de estocagem, armazenamento, controles de saídas e entradas etc.

Atenção
Um negócio que não passa por auditoria aumenta os seus ris-
cos de desperdício pela falta de controle, o que pode acarretar
perdas financeiras ao produtor ou à empresa.
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar seus conhecimentos? Faça as atividades
propostas a seguir.
1. Com base no conteúdo estudado, explique o conceito de auditoria e seu objetivo.
2. Agora, descreva a importância das auditorias e cite uma de suas principais carac-
terísticas para as empresas.

3. Para averiguar a situação do estoque, a técnica de verificação utilizada é chamada
de:
a) perícia extrajudicial.
b) atualização tecnológica.
c) auditoria de estoques.
d) inventário de estoques.
e) averiguação de entradas e saídas.
4. A regra que deve ser respeitada e que permite ajustar determinadas condutas ou
atividades é intitulada como:
a) auditoria.
b) procedimento.
c) norma.
d) receita.
e) inventário.
Tópico 2: Rastreabilidade
Imagine o seguinte cenário: Marília

é produtora de manga, atividade
da qual vivem ela e sua família. No
processo de produção, ela utiliza
insumos no pomar e sabe de cabe-
ça o que precisa ser feito – não se
utiliza de nenhum registro sobre o
que aplica e quando aplicou.
Marília costuma comprar insumos de diferentes fornecedores, sempre em busca do

melhor preço. Associado a isso, não tem os devidos controles do fluxo de produção, o
que a impossibilita de ter acesso ao histórico de cada etapa da produção.

A produtora entrega parte de sua
produção a José, que, além de
comprar dela, também tem outros
produtores como fornecedores.
Ele, por sua vez, vende a um su-
permercado, que também compra
as frutas de vários outros fornece-
dores.
Certo dia, o Mapa e a Vigilância Sanitária decidem fazer um levantamento das frutas
vendidas, tomam uma amostra de manga e, na caixa, observam o rótulo, que indica o
nome de Marília. Dessa forma, eles enviam a amostra para uma análise de resíduos.
O resultado da análise indica que existe um resíduo proibi-

do para uso em manga. Porém, a produtora nunca adquiriu
esse produto ou pensa que nunca utilizou.
E agora? Como será possível verificar em que momento dessas transações ocorreu
esse problema? Isso pode ser feito por meio da rastreabilidade.
A rastreabilidade nada mais é do

que a capacidade de poder rastre-
ar o histórico de um produto, des-
de sua produção, o que inclui suas
etapas, até o consumo final.

Em outras palavras, trata-se de poder identificar e localizar um produto, as partes que
o compõem, as etapas de produção, o que foi necessário para produzi-lo, assim como
por quem e em que condições o produto foi transportado até o local em que ele será
consumido ou utilizado.
2.1 A importância da rastreabilidade
Como se viu no caso anterior, a rastreabilidade permite que se tenha o controle do

histórico do produto. Com o controle apurado, evitam-se perdas de informações e as-
segura-se a procedência, o que proporciona, portanto, segurança para o produtor e os
consumidores.
Dica
A rastreabilidade é fundamental para as auditorias. Por meio
da elaboração, da manutenção de controles e do registro cor-
reto e regular das atividades, é possível manter todos os con-
troles do estoque atualizados e garantir a rastreabilidade dos
produtos e das atividades executadas. Isso garante uma boa
gestão da empresa e oferece segurança sobre a possibilidade
de executar os recalls, quando necessário.
Glossário
Recall: Do inglês “chamar de volta”, expressa a necessidade
de recolher um material do mercado quando um problema for
identificado (ex.: recall de carros) ou fazer o caminho inverso
para identificar a causa do problema (ex.: recall de frutas ou
qualquer alimento) e em que etapa ele ocorreu.
Estabelecer um bom sistema de rastreabilidade é a forma mais eficaz de agir diante

de problemas que podem ocorrer, principalmente, no exterior de uma empresa, onde
o produtor não tem nenhum controle.

Um produtor que, em seu sistema
de gestão, utiliza controles que per-
mitem a rastreabilidade, para auxi-
liar nos processos internos, garante
a segurança da atividade, das infor-
mações e da reputação comercial
do produto, independentemente do
tamanho ou do volume da produ-
ção.
A rastreabilidade, quando bem projetada, serve como base eficiente para a identifica-
ção de documentos, responsabilidades, recursos, processos e produtos. Além disso,
permite que qualquer risco à saúde dos consumidores seja identificado e corrigido
com rapidez, o que garante que empresas e/ou autoridades retirem os produtos com
eficiência e rapidez do mercado e, ainda, seja possível isolar ou restringir a área de
atuação de qualquer problema.
2.2 Otimizando os processos por meio da rastreabilidade
Como a rastreabilidade está ligada às demandas dos clientes, os produtores são obri-
gados a seguir a legislação e devem avaliar, de forma permanente, seus processos.
O monitoramento de um processo permite otimizá-lo e busca

torná-lo mais eficiente e, ao mesmo tempo, mais seguro do
ponto de vista de saúde alimentar.
Alguns benefícios que a rastreabilidade pode trazer na otimização dos processos pro-
dutivos são:
• minimização de custos, o que torna o processo mais eficaz;
• possibilidade de ação orientada para prevenir a recorrência;

• auxílio ao diagnóstico do problema, com identificação e notificação do responsá-
vel, quando pertinente;
• otimização da eficiência da produção e do controle de qualidade; e
• melhor gestão do controle de estoque.
Saiba mais
Na biblioteca do AVA, acesse a Instrução Normativa n.º 2, de
7 de fevereiro de 2018, que trata da rastreabilidade em frutas.
Com isso, fica evidente a importância da rastreabilidade para as auditorias, assim como
das auditorias para a rastreabilidade. Os dois processos se complementam e trabalham
em sintonia, visto que atuam na verificação de registros e controles dos processos,
assim como na movimentação das mercadorias no estoque e, assim, ampliam, juntas,
a eficiência dos resultados.
A partir do conhecimento sobre rastreabilidade, faça a atividade proposta a seguir.

1. Com o objetivo de fixar o aprendizado e com base no conteúdo estudado, respon-
da: o que é rastreabilidade?
Tópico 3: Controle de entrada e saída de embalagem

Outro elemento importante a ser considerado no momento da auditoria de estoque, e
na sua composição, são as embalagens.
Na sequência, conheça as contribuições da auditoria de estoque para o controle de

embalagens.

3.1 Definição de processo para entrada e saída de embalagem (produto
acabado)
Quando se fala em controle de en-

trada e saída da embalagem, o foco
está em todas as etapas envolvidas
no processo de embalamento. Ele é
iniciado com a entrada da produção,
que vem do campo, e concluído com
a expedição para comercialização.
Antes de abordar o processo de entrada e saída de embalagem, é importante conhecer

o conceito de “produto acabado”, que é um produto que não requer modificações ou
preparações para ser comercializado, em função de já ter passado por todas as etapas
do processo de produção e estar pronto para ser comercializado – pode chegar ao con-
sumidor final nas condições de embalamento em que se encontra.
O produto acabado nada mais é do que o resultado do

processo de produção.
Do mesmo modo que, no estoque de materiais e insumos, os controles são fundamen-

tais, pois permitem uma gestão adequada dos fluxos de movimentação do estoque, os
controles de entrada e saída do embalamento têm elevado grau de importância.

A auditoria desempenha um papel importante nesse processo, já que garante que os

controles estejam atualizados, além de verificar, no processo de embalamento, que
os registros estejam corretos. No caso de problema com um produto comercializado,
esses são os primeiros controles a serem verificados.
A seguir, veja um fluxograma de embalamento e as etapas envolvidas:
Colheita Produto
acabado
Transporte
Armazenagem
Recepção
Comercialização
Processamento
Processamento
Fluxograma de embalamento e etapas.


O processo descrito ocorre quando o produtor realiza todas as etapas da produção. Em
muitos casos, os produtores não colhem ou embalam sua fruta – apenas vendem sua
produção. Assim, o processo fica restrito ao controle de quantas caixas foram colhidas
e comercializadas e, da mesma forma, ao controle que se pode ter da produção.
Dica
Quando o produtor assume o controle de seu embalamento,
mesmo que realizado por terceiros, ele deve seguir os controles
de movimentação da sua produção, como descrito a seguir.
3.2 Pontos de controle para verificar e reduzir problemas na

movimentação do estoque de embalagem
Como você viu no processo anterior, existe uma série de etapas entre o processo de
colheita e a expedição da fruta para comercialização.
Na tabela a seguir, veja quais controles de entrada e de saída devem existir no proces-
so de embalamento como forma de monitorar os pontos mais críticos e que permitem
realizar auditorias de forma permanente ou periódica.
ETAPA CONTROLES FUNÇÃO
Registro de
produção por Controla a produtividade individual.
pessoa
Colheita
Controla a quantidade de contentores ou
Controle de
caixas que foram colhidas e ajuda a calcu-
produção por
lar a produção total e a produtividade da
talhão ou parcela
parcela.
Transporte Verifica a quantidade de produto que se

Controle de
para o local de está transportando entre a parcela e o local
transporte
processamento de embalagem.
Verifica a chegada da fruta ao local de pro-

cessamento, ou packing house, e, assim,
Controle de
Recepção controla a quantidade colhida, de modo a
entrega
evitar que faltem produtos ou ultrapasse a
capacidade de processamento.
A depender de como o processo foi definido,

Controle de devem ser criados controles com o objetivo
Processamento
produção individual de monitorar a produtividade das pessoas
que executam determinada atividade.

ETAPA CONTROLES FUNÇÃO
Pretende controlar o que está sendo pro-

cessado, com registro de quantas caixas
Controle de foram produzidas. Representa o controle
Processamento
produção geral de entrada da fruta no armazém de esto-
cagem, que pode ser na propriedade ou em
um terceiro.
Indica a quantidade de cada produto exis-

Controle da tente no armazém. Devido à perecibilidade,
Comercialização posição física do esse controle deve indicar a data de pro-
armazém cessamento e por quantos dias se encontra
estocada a fruta.
Serve para saber o que foi carregado. Deve

Controle de indicar o tipo de produto que está sendo
Expedição
romaneio carregado, a quantidade, o cliente a que se
destina e a data em que foi carregado.
Controles de entrada e saída no processo de embalamento.

1. De acordo com o que foi estudado neste tópico, assinale a alternativa que apre-
senta corretamente o fluxograma de embalamento e as etapas envolvidas:
a) Colheita; transporte; recepção; processamento; produto acabado; reutilização;

comercialização; e entrega.
b) Colheita; transporte; recepção; processamento; produto acabado; armazenagem;

comercialização; e processamento.
c) Recepção; colheita; transporte; produto acabado; armazenagem; entrega; e pro-

cessamento.
d) Recepção; colheita; transporte; produto acabado; armazenagem; e comercializa-

ção.
e) Recepção; colheita; transporte; produto acabado; armazenagem; venda; entrega;

e processamento.
Tópico 4: Rendimentos e perdas

Quando se fala em avaliação de rendimentos, refere-se aos controles que devem exis-
tir para medir a produção e a produtividade, tanto das parcelas quanto dos colaborado-
res. Nesse cenário, pode acontecer, por exemplo, de as perdas de estoque não recebe-
rem a devida atenção dos gestores, o que resultará em grandes prejuízos financeiros.

4.1 A importância dos registros no controle de rendimentos
A avaliação de rendimentos é essencial para as empresas, pois norteia a eficiência dos

processos internos e indica onde as coisas vão bem e onde precisam de atenção. O
rendimento mede o resultado das atividades executadas nos processos e passa a ser
um termômetro fundamental, tanto para a área de produção quanto para os recursos
humanos.
Medir a eficiência da empresa como um todo indica se o cami-
nho que ela segue está correto. Não basta produzir, é preciso
medir o quão produtiva a empresa é.
4.2 A contabilização das perdas
O controle de estoque e de sua mo-

vimentação exige extrema organi-
zação dentro da empresa. Dentre as
dificuldades do seu gerenciamento,
está o controle de perdas.
As perdas de estoque podem acontecer em qualquer momento da operação, no

processo de recebimento de produtos, no manuseio, no armazenamento, na área de
vendas e na frente de caixa. Além disso, podem se relacionar a diversos fatores, como
deficiências na política de controle de inventário da empresa, práticas incorretas no
recebimento, no armazenamento ou até mesmo no manuseio dos produtos.
Glossário
Perdas de estoque: Diferença entre o estoque apresentado
no sistema e o que realmente está estocado na loja.

Prevenir esse tipo de cenário é algo que pode ser facilmente solucionado com gestão e
comunicação efetivas dentro da organização.
Além de garantir lojas bem abastecidas, uma gestão

voltada à redução de possíveis perdas de estoque assegura
a rentabilidade, garante que a empresa elimine prejuízos
e obtenha sempre os melhores resultados sobre o
investimento.
Basicamente, existem dois motivos pelos quais as perdas acontecem:
Perdas por danos, também conhecidas como operacionais, de-

rivam de erros em processos do dia a dia. Ocorrem quando as
mercadorias sofrem algum tipo de dano, como quando mo-
lhadas, amassadas, vencidas, entre outros que impossibilitam
seu uso. São exemplos:
POR DANOS • dano causado pela manipulação, resultado de quebras;
• produto vencido;
• deterioração da embalagem; e
• problemas de perecibilidade.
Furtos podem ser cometidos, tanto por uma pessoa da equipe

quanto por terceiros (parceiros que tenham acesso ao am-
biente de depósito e intrusos), e ocorrem quando há vulnera-
bilidade de segurança e pouco controle de entrada e saída de
POR FURTO
mercadorias. As perdas por roubo, principalmente por serem
geradas por membros da equipe, são de difícil identificação e
a única forma de serem detectadas é por meio de auditorias
ou inventário.
4.3 O impacto das perdas no custo
As perdas causam impacto direto no custo de produção ou comercialização da empre-

sa. Produtos que foram adquiridos e não utilizados geram prejuízo direto, e o produtor
não tem como recuperar esse tipo de perda.

Para refletir
Toda perda, contabilizada ou não, implica que o produtor ar-
que com ela, o que justifica a necessidade de se manter um
controle da movimentação dos estoques: “o que não se mede,
não se controla” e “o que não se tem controle sobre, não se
pode gerenciar”.
Se as perdas dentro do estoque de matérias chegarem a 10%, esse será o impacto no

custo de produção. Ou seja, haverá um aumento de 10% no custo, simplesmente pelo
mau gerenciamento do estoque.
Se a perda for na produção, no processo de embalamento,

ou mesmo no produto acabado, por perecibilidade, afetará
o rendimento da parcela ou das parcelas de origem da pro-
dução.
Tanto a perda material quanto a de produção afetam diretamente o capital de giro da

empresa, assim como o lucro. Dessa forma, atuar com a prevenção de perdas é funda-
mental e, ao contrário do que muitos pensam, essa prevenção não se refere somente
à perda de recursos materiais, mas também de pessoas e de tempo.
Glossário
Capital de giro: Dinheiro necessário para bancar a continui-
dade do funcionamento da empresa (SEBRAE, 2013).
Logo, a prevenção de perdas é importante porque:

• reduz o desperdício de matéria-prima e de produtos acabados;
• ajuda a padronizar os processos e faz com que funcionem melhor;
• permite o melhor aproveitamento do tempo e, como consequência, melhora a

produtividade;
• aproveita melhor a mão de obra disponível no lugar mais adequado;

• ajuda a melhorar os indicadores; e
• possibilita que a empresa faça investimentos e aumente o lucro devido à diminui-

ção do desperdício de recursos financeiros.
Para fixar os conhecimentos desenvolvidos neste tópico, faça as atividades propostas

a seguir.
1. Quando se fala em avaliação de rendimentos, refere-se ___________ que devem
existir para ___________ e a produtividade, tanto das parcelas quanto dos cola-
boradores.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:
a) às prevenções – executar a produção.
b) aos controles – medir a produção.
c) às estatísticas – solucionar o produto.
d) aos contratos – definir o produto.
e) aos monitoramentos – checar os produtos.
2. O controle de perdas está entre as dificuldades do gerenciamento de estoque. Nes-

se contexto, é possível afirmar que as perdas podem ocorrer:
I. No processo de recebimento do produto.
II. No manuseio.
III. No armazenamento.
a) III apenas.
b) I e II apenas.
c) II e III apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II e III.

Tópico 5: Balanço de estoque (inventário físico)
O balanço de estoque é uma atividade executada na empresa, em determinados perí-
odos, em que todos os itens do estoque são contados, de modo a comparar as quan-
tidades entre o estoque físico e os registros, que podem ser virtuais, dentro de um
sistema.
5.1 A importância da execução do balanço
Por meio do balanço do estoque, é possível saber exatamente o que se tem. De outra
forma, não há como conferir se o que consta nos registros está realmente no almo-
xarifado. O balanço permite traçar estratégias de compras e entregas e verificar se os
procedimentos de movimentação do estoque estão certos.
Atenção
Um grande risco, caso você não faça o balanço de estoque, é a
quebra e a perda de produtos, ou até mesmo roubos ou extra-
vios, tanto de entrada como de saída.
Ao alinhar o balanço de estoque com uma ferramenta de controle eficiente, você ganha
vantagem na sua empresa, reduz erros e melhora o controle e o monitoramento das
entradas e saídas.

5.2 Quando realizar o balanço (inventário) do estoque
Essa tarefa é muito importante e deve ser feita, pelo menos, uma vez ao ano. Porém,
se a empresa o considerar prudente, pode reduzir esse tempo a um mínimo de três
meses.
Se não for possível realizar o ba-

lanço total do estoque devido ao
tamanho, recomenda-se fazer um
balanço dos produtos de maior mo-
vimentação com uma periodicidade
maior e, daqueles de menor movi-
mento, com um tempo maior entre
os balanços.
No encerramento do período, que pode coincidir com o fim do ano, deve ser feito um
balanço geral.
No caso de balanços com períodos curtos, definir a data cer-

ta para efetivar o balanço é importante. O mais indicado é
realizá-lo no último domingo do mês ou em feriados, quando
as atividades da empresa estiverem paradas, pois será pre-
ciso mobilizar um número considerável de funcionários.
No caso de períodos longos, que podem ser a cada seis meses ou um ano, o balanço
deve ser feito nos dois ou três dias finais, para encerramento do período.
Atenção
É importante que não haja movimentação de estoque quando
é realizado o balanço, para que a relação de mercadorias seja
elaborada tranquilamente.

Você encerrou o tema Auditoria de estoque. Nele, você teve a oportunidade de co-
nhecer a importância da auditoria para os procedimentos e controles da empresa, com
foco, principalmente, no estoque.
Dica
Lembre-se: a auditoria tem como objetivo a confirmação de
que as atividades estão sendo executadas e que os registros
e controles estão sendo elaborados e atualizados conforme o
planejamento original e de acordo com as normas da empresa.
Na gestão do negócio e no controle das mercadorias, você viu que as auditorias, assim
como a rastreabilidade, são ferramentas essenciais, já que são capazes de aperfeiçoar
os processos associados aos estoques em todas as suas etapas produtivas e comer-
ciais.

06
Auditoria de
controles e
registros
Tema 6: Auditoria de controles e
registros
No tema de aula Auditoria de controles e registros, você vai conhecer a definição
e a aplicação da auditoria de controles e registros, sua importância na gestão das or-
ganizações e atividades rurais, e como os controles nos registros podem auxiliar nas
melhorias dos processos internos dos negócios e propriedades.
Além disso, você vai conhecer o conceito de planilha e seu uso para ajudar no desen-
volvimento de controles internos, a importância das fichas de registros dos estoques,
dos diferentes modelos que podem ser utilizados e da elaboração de relatórios de au-
ditorias para tomada de decisão dentro da realidade empresarial/produtiva.
Neste tema, os assuntos que você vai encontrar são:

• planilhas para registro e controle das informações;
• fichas de controle;
• relatórios de auditoria;
• metodologias de rastreabilidade;
• auditoria de registros de faturamento;
• auditoria do processo de venda;
• análise e auditoria de registros; e
• melhoria dos processos.

• coletar e verificar as informações referentes a todos os pro-
cessos de produção (quantitativos e qualitativos);
• preencher os registros dos processos;
• emitir relatórios;
• identificar erros;
• organizar os arquivos conforme os procedimentos de segu-

rança alimentar e rastreabilidade;
• emitir relatórios de controle de entrada e de saída de mer-

cadorias;
• elaborar e interpretar planilhas;
• avaliar e propor melhorias;
• executar ações corretivas em função dos resultados;
• verificar e testar todos os processos de registro e rastrea-

bilidade;
• identificar a legislação fitossanitária e ambiental para a co-

lheita; e
• identificar a legislação de saúde e segurança para a colheita.
Tópico 1: Planilhas
As planilhas são estruturas de registro de dados que permitem armazená-los de forma
organizada, para fácil localização e interpretação, desde que bem elaborada. Concei-
tualmente, são compostas de linhas e colunas, com diferentes tipos de registro que
podem ser preservados.

Para que sejam eficientes, as planilhas que controlam os
registros no estoque devem ser objetivas, pois buscam
acompanhar o movimento de entrada e saída de materiais.
Devido ao grande volume de infor-

mação gerado pela movimentação,
mantê-las atualizadas é fundamen-
tal, pois as informações podem ser
facilmente perdidas.
1.1 A importância do uso de planilhas
A criação e o desenvolvimento de um software de mercado para manipulação de plani-

lhas eletrônicas datam de 1979 e tem como precursores os americanos Daniel Bricklin
e Robert Franckston.
Soares (2015) explica que eles identificaram a necessidade de desenvolver planilhas

eletrônicas ao verificarem que a manipulação e o controle manual de todos os valores
que circulavam diariamente nas empresas eram muito dispendiosos e pouco práticos.
Desde então, vários softwares semelhantes foram desenvolvidos. O autor ainda desta-
ca a importância desse aperfeiçoamento das planilhas, já que elas auxiliam na realiza-
ção rápida e eficiente de vários cálculos matemáticos.

As planilhas eletrônicas organizam
os dados para que seja possível ter
uma compreensão mais clara deles
e os apresentam de diversas ma-
neiras, inclusive em gráficos. Além
disso, podem ser configuradas de
modo que a mudança de um úni-
co dado altere automaticamen-
te todos os outros dependentes
dele.
Capazes de processar equações matemáticas, armazenar e organizar dados de manei-

ra prática e gerenciável, as planilhas eletrônicas se tornaram ferramentas importantes
na gestão do estoque. Além disso, elas facilitam a preparação de relatórios que podem
fornecer informações importantes, em tempo real, sobre a situação dos estoques.
1.2 Como as planilhas auxiliam o trabalho de registro e o controle das

informações
No seu estudo, o foco será nas pla-

nilhas eletrônicas, pois, na atuali-
dade, com os recursos eletrônicos
disponíveis, as planilhas no papel
estão cada vez mais obsoletas e
ineficientes. A comunicação por
meio da informática e as possibi-
lidades de compartilhamento são
mais imediatas e, também, mais
seguras.
A disponibilidade de recursos oferecidos pelos sistemas eletrônicos, como o softwa-

re Excel, que é parte do pacote Office, da Microsoft, proporciona o lançamento de
registros de forma rápida, armazenamento da informação e eficiente elaboração de
planilhas, o que causa uma transformação no sistema de gerenciamento de dados nas
empresas.

Os programas de planilhas eletrônicas são estruturados para
desenvolver diversas soluções. A ideia é permitir que as pes-
soas possam encontrar respostas e soluções para problemas
que imaginam serem impossíveis de resolver, pelo menos
em um curto espaço de tempo.
O uso de planilhas admite a inserção de informações para

registros e possibilita que o usuário construa formulários
mesmo que não seja um programador experiente.
O registro das informações provenientes de uma nota fiscal é um bom exemplo de

como se pode desenvolver um formulário criado no Excel sem a necessidade de vastos
conhecimentos em programação. Para isso, foi selecionada a primeira linha da planilha
e, em cada coluna, definida a informação que precisa ser incluída.
Modelo de registro das informações provenientes de uma nota fiscal.


Dica
O registro nessa planilha é bastante simples. Porém, o Excel
tem ferramentas que podem simplificar ainda mais o processo
e torná-lo mais eficiente, a partir de uma configuração para
criar um formulário de entrada de dados.
Outra forma de utilizar as planilhas nas organizações é para a apuração de resultados

(lucro ou prejuízo). Nesse caso, é possível elaborar controles financeiros, nos quais
são inseridas informações referentes às entradas de dinheiro (receitas) e aos gastos
incorridos (custos e despesas). Ao confrontar essas informações, você terá o resultado.
No quesito auditoria, as planilhas facilitam a criação de relatórios para verificar se as

informações dos registros estão de acordo com os documentos, o que permite obter as
informações em menor tempo.
O objetivo aqui não é ofertar um curso sobre elaboração de
planilhas eletrônicas, mas despertar a curiosidade e a neces-
sidade de conhecimentos adicionais sobre a utilização e a efi-
ciência dessas ferramentas no uso diário para a manutenção
dos registros. Se você julgar necessário, realize um curso de
aperfeiçoamento em informática – um conhecimento essencial
para atuação profissional na atualidade.
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar seus conhecimentos? Faça a atividade pro-
posta a seguir.
1. Você viu que, para que sejam eficientes, as planilhas que controlam os registros
no estoque devem ser objetivas. A partir disso, podemos definir as planilhas como:
a) estruturas de sistemas.
b) estruturas de registro de dados.
c) estruturas de auditorias.
d) estruturas de gestão.
e) estruturas de comunicação.

Tópico 2: Fichas
Após o desenvolvimento de softwares e planilhas eletrônicas, uma das grandes facili-
dades possíveis para o mercado foi a criação de novas ferramentas e instrumentos de
gestão financeira, de estoque, de vendas etc., como, por exemplo, as fichas, que são
extremamente úteis para o controle e o registro de um dos bens mais “circulantes” em
uma empresa: os estoques.
2.1 Fichas de controle na movimentação de produtos do estoque
Um dos métodos mais recomendados para fazer controle de estoque é a utilização de

fichas, conhecido também como Kardex.
Glossário
Kardex: Sistema de controle de fichas criado por uma em-
presa americana, de mesmo nome, em 1898. O método é tão
eficiente que virou sinônimo de gestão de estoques e almoxa-
rifados.
Na atualidade, com a evolução dos sistemas frente à informatização, o Kardex tem

sido adequado à realidade eletrônica e segue extremamente popular, devido à simpli-
cidade e eficiência.

O sistema de fichas serve para controlar a circulação individual de um tipo específico
de produto. Para tanto, é importante que a ficha contenha:
• a descrição do produto;
• sua unidade de controle;
• o estoque mínimo;
• a localização no armazém;
• as datas de entrada e saída com as respectivas quanti-
dades;
• o valor de custo de entrada/saída; e
• o saldo de estoque.
Esse tipo de controle permite uma eficiente gestão de estoque, pois favorece muito
as operações internas, que incluem manter um estoque enxuto (reduzir custos com
compras), evitar a falta de itens, encontrá-los mais rapidamente, visualizar custos de
maneira precisa e realizar o inventário e a verificação nas auditorias com facilidade.
Antes de introduzir um sistema controlado por fichas de estoque, alguns passos devem
ser seguidos. Veja quais são eles:
Ter um Ter um local Registrar as Registrar as

cadastro do que mantenha informações informações
item a ser as informações de compra do de venda ou
controlado. – um software item e data. saída do item
ou uma e data.
caderneta.
Perceba então que, apesar de simples e objetivo, o sistema de fichas precisa ser com-
pleto e eficaz para propiciar um controle eficiente de estoque, melhorar a gestão e
facilitar os processos de auditoria e inventário.
2.2 Modelo de fichas de controle
A partir de agora, você vai conhecer alguns modelos de fichas de controle amplamente
utilizados nos negócios e que podem auxiliar na gestão do estoque, assim como veri-
ficar registros durante a auditoria.

O uso dos modelos de fichas pode ser
aplicado de diversas maneiras – em ca-
derno, planilha ou software específico
(as duas últimas são as mais recomen-
dadas).
Todo sistema de controle de ficha deve ter:
Lista dos itens Registro de Local de Registro

que serão entrada/compra armazenamento de saída/venda
controlados dos itens de cada item dos itens
A seguir, confira uma ficha simples, organizada por grupos de estoque (fertilizantes,
no caso), e que mostra as principais informações que devem constar em um cadastro
de produtos.
CADASTRO DE PRODUTOS
Valor
Estoque Data de
Código Grupo Produto Unidade unitário
mínimo cadastro
inicial
Nitrato de
01.001 Fertilizantes kg 3.000 R$ 2,20 10/01/2021
cálcio
Sulfato de
magnésio
Sulfato de
potássio
01.004 Fertilizantes Ureia kg 5.000 R$ 1,70 10/01/2021
01.005 Fertilizantes Map kg 2.500 R$ 2,00 10/01/2021
Modelo de ficha simples de cadastro de produtos.


Agora, observe uma ficha de registro de produtos, na qual são controladas as informa-
ções mais importantes. Um ponto que merece destaque é o valor unitário de saída, em
que se utiliza o método de Custo Unitário Médio (CUM).
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE

CUSTO UNITÁRIO MÉDIO (CUM)
Quantidade Quantidade
Produto Local
máxima mínima
SULFATO DE Almoxarifado
25.000 kg 5.000 kg
POTÁSSIO de insumos
Detalhe Entradas Saídas Saldo
Custo Custo Custo Custo Custo Custo

Data Histórico Quant. Quant. Quant.
unit. total unit. total unit. total
Compra
01/
fornecedor 100 R$ 1,80 R$ 180,00 100 R$ 1,80 R$ 180,00
fev.
01 - NF 100
02/ Saída
35 R$ 1,80 R$ 63,00 65 R$ 1,80 R$ 117,00
fev. parcela 01
Saída
22 R$ 1,80 R$ 39,60 43 R$ 1,80 R$ 77,40
parcela 02
Saída
25 R$ 1,80 R$ 45,00 18 R$ 1,80 R$ 32,40
parcela 03
Compra
10/
fornecedor 100 R$ 1,75 R$ 175,00 118 R$ 1,76 R$ 207,40
fev.
01 - NF 200
11/ Saída
30 R$ 1,76 R$ 52,73 88 R$ 1,76 R$ 154,67
fev. parcela 01
Saída
25 R$ 1,76 R$ 43,94 63 R$ 1,76 R$ 110,73
parcela 02
Saída
15 R$ 1,76 R$ 26,36 48 R$ 1,76 R$ 84,37
parcela 03
R$ 355,00 R$ 270,63 R$ 84,37
Ficha de registro de produtos para controle de estoque.


Existem outros métodos para definir o valor unitário de saída,
como o Peps e o Ueps. Aprofunde-se mais sobre eles no mate-
rial complementar, disponível na biblioteca do AVA.
As empresas brasileiras utilizam, principalmente, o custo médio, pois, por esse critério,
o valor médio de cada unidade em estoque se altera nas compras posteriores, que têm
preço diferente. Esse método evita o controle de custos por lotes de compras, como no
Peps e no Ueps, mas implica mais cálculos.
Note que, com esse modelo, pode-se identificar com facilidade a movimentação do es-
toque. Isso permite que a auditoria possa cruzar, de forma rápida, as informações dos
controles e os relatórios do inventário.
Dica
Mais uma vez, convém destacar que o uso de planilhas eletrô-
nicas, seus atalhos e fórmulas facilita bastante a organização e
a consulta das informações geradas pelos dados inseridos nas
fichas, principalmente nos cálculos do valor do estoque.
1. O método mais recomendado para fazer o controle de estoque é a utilização de
fichas. Esse método é conhecido como:
a) auditoria.
b) procedimento.
c) Kardex.
d) controle.
e) layout.

Tópico 3: Relatórios de auditoria
A etapa final de auditoria consiste na produção de um relatório. Após a verificação rea-
lizada e as observações levantadas, com o uso de técnicas e procedimentos, o auditor
elabora um documento que demonstra a situação em que se encontram os processos e
controles, a veracidade das informações encontradas, as possíveis falhas em processos
e as necessidades de melhoria.
A correta elaboração do relatório

é de muita importância por parte
do auditor, pois levará para a ad-
ministração os resultados do seu
trabalho, e vai orientar os gestores
quanto à necessidade de mudan-
ças de processo, melhorias e toma-
da de decisões importantes para a
empresa.
O relatório de auditoria deve ter como finalidade proporcionar uma interpretação clara
sobre como andam operações, processos, controles e registros da empresa. Na medida
do possível, deve ser acompanhado de sugestões factíveis para a solução dos proble-
mas encontrados.
Trata-se, portanto, do produto mais importante do processo. Assim, o auditor deve se

preocupar em definir bem o escopo de trabalho que se propõe realizar, verificar in loco
todos os processos e levantar o maior número de informações possíveis para que, no
fim, possa apresentar um resultado que atinja os objetivos propostos.
3.1 Elaboração de relatórios de auditorias
Para elaborar um bom relatório de auditoria, é necessário considerar alguns requisitos

básicos. São eles:
Clareza: o relatório deve ser escrito de forma compreen-

sível. Quando destinado à administração, não deve ter ex-
cesso de termos técnicos, nem expressões que gerem mais
dúvidas que esclarecimentos.

Objetividade: a objetividade na redação do relatório de au-
ditoria é muito importante, pois os gestores vão usá-lo como
ferramenta gerencial e precisam de informações objetivas e
diretas.
Método: a padronização é exigida em todas as fases da au-

ditoria, inclusive na da elaboração dos relatórios. Portanto, a
formatação deve ser desenvolvida dentro de uma linha me-
todológica que conduza a conclusões com maior facilidade.
Habilidade: a habilidade de expressão por meio do relató-

rio é obtida com a experiência do auditor, pois, quanto mais
escrever, certamente, mais bem capacitado estará para ex-
pressar suas ideias e fazer críticas e sugestões.
Imparcialidade: a imparcialidade deve existir em todas as

etapas da auditoria e, principalmente, na redação do relató-
rio. Ao auditor não cabe a função de explicar cansativamente
o erro de determinada área, nem mesmo de justificar o erro.
Precisão: na redação do relatório de auditoria, deve existir

total confiança da pessoa que lê em relação à forma como
foram executados os trabalhos. O relatório deve ser desen-
volvido e fundamentado de maneira que transmita completa
confiança e não permita desconfiança sobre a abrangência
dos trabalhos executados.

Facilidade de leitura: o relatório deve proporcionar ao lei-
tor a compreensão dos textos no menor tempo possível. Isso
é obtido, normalmente, com frases curtas e bem elaboradas,
sem palavras rebuscadas que dificultem a interpretação do
texto.
A partir do conhecimento sobre os relatórios de auditoria, faça as atividades a seguir.
1. Qual é a finalidade da elaboração do relatório de auditoria?
O relatório _________________ deve proporcionar _________________ sobre como

andam as operações, _________________, os controles e os registros da empresa.
a) total – uma visão clara – as irregularidades.
b) final – os relatórios – as situações.
c) geral – os estoques – as atividades.
d) de auditoria – uma interpretação clara – os processos.
e) de auditoria – uma interpretação complexa – os estoques.

Tópico 4: Rastreabilidade
Como visto no tema anterior, rastreabilidade nada mais é do que a capacidade de ras-
trear o histórico de um produto, desde sua produção, que inclui as etapas de produção,
até seu consumo.
Ao longo das atividades desenvolvidas nos processos, diferentes tarefas podem ser
melhoradas por meio da rastreabilidade. O processo de uma compra realizada pela
internet é um bom exemplo. Assim que o pagamento é confirmado pela loja, se inicia
um processo de informações sobre cada etapa realizada.
Você recebe um e-mail que informa (ou verifica pelo siste-

ma) onde o material está e cada passo concluído: saída do
estoque, despacho nos correios, aguardo de coleta da trans-
portadora, produto na central de distribuição dos correios ou
produto entregue.
Tudo isso pode ser acompanhado por meio do sistema de rastreabilidade que permite
a identificação e rápida correção em qualquer falha no processo.
4.1 Metodologias de rastreabilidade
Para rastrear os produtos, diferentes mecanismos podem ser utilizados. Conheça al-
guns deles na sequência.

a) Manufatura automatizada
Algumas indústrias têm optado

pelo método de rastreabilidade co-
nhecido como manufatura automa-
tizada. Por meio de etiquetas do
tipo RFID (Radio-Frequency Iden-
tification), os produtos são rastre-
ados, de modo que sejam enviados
dados a cada nova etapa.
b) Kanban
O Kanban é uma metodologia elaborada para administrar o fluxo de produção, inicial-

mente com a ajuda de cartões de sinalização que indicavam a entrega ou a requisição
de um material em determinado setor de uma fábrica.
Essa forma de controle interno foi

aperfeiçoada e automatizada. Ago-
ra, é conhecida como E-Kanban
ou Kanban eletrônico. Um ponto
positivo desse sistema é a possibi-
lidade de fazer a solicitação de ma-
teriais para equilibrar o inventário
e, assim, evitar a escassez na ca-
deia de suprimentos, bem como o
excesso de material.
c) Gerenciamento de ativos
Outra forma de usar a metodologia de rastreabilidade no seu negócio é apostar no ge-

renciamento de ativos da empresa. Maquinários, ferramentas, meios de transporte e
outros componentes que contribuem para o processo de logística podem e devem ser
rastreados.

Para que isso aconteça, é necessário controlar a vida útil desses ativos por meio da
avaliação de mudanças no estado, depreciações e outros aspectos. Entretanto, esse
processo requer adaptações às necessidades de cada negócio.
d) Etiquetagem de embalagem
Este método de rastreabilidade consiste no uso de códigos de barras para identificar

as caixas. Um exemplo claro é o embalamento de frutas utilizado em muitas empresas
produtoras de uvas e mangas no Vale do São Francisco.
Quando a fruta chega ao local de

recepção, normalmente, é trans-
portada em caixas plásticas e, na
chegada à packing house, recebe
um número de lote. Na medida em
que a fruta é processada, em cada
caixa, é colocada uma ficha ou o
código da pessoa que executou o
processo.
Fonte: Wenderson Araújo – Sistema CNA/Senar.
No final, as caixas recebem um código de barras, que identifica:

• lote ou parcela de produção;
• variedade;
• peso;
• tipo de qualidade;
• data de processamento;
• linhas de produção;
• quem limpou a fruta;
• quem fez a pesagem; e
• quem embalou.
Após o processamento, as caixas formam um pallet, que também receberá um código,

com o qual dará entrada no estoque.

Atenção
Informações de data, hora de entrada e saída do sistema de
resfriamento, armazenagem e temperatura também são adi-
cionadas no sistema e ficam disponíveis para a equipe de ven-
da e de logística.
Assim que a venda é concluída e o carregamento é feito com base no acordado com
os clientes, toda a informação é facilmente rastreada a partir dos códigos de barras.
Atualmente, é difícil atender às exigên-

cias legais e do mercado sem um siste-
ma eficiente de rastreabilidade.
1. Um dos métodos de rastreabilidade é o uso de códigos de barras para identificar o
embalamento de caixas, de forma que possa atender a normas de rastreabilidade
de frutas. Esse sistema é aplicado por meio de:
a) auditoria.
b) gerenciamento de ativos.
c) manufatura.
d) sistema Kanban.
e) etiquetagem das caixas.

Tópico 5: Faturamento
A saúde financeira de uma empresa, fundamental para sua existência, é algo complexo
e absolutamente frágil. Assim, é de suma importância seu monitoramento, o que inclui
acompanhar de perto todas as entradas e saídas de recursos financeiros.
Nesse sentido, o faturamento de um negócio (geração de receita) é talvez um dos pon-

tos mais críticos dessas transações.
5.1 Como auditar os registros de faturamento
A maior parte da entrada de recursos financeiros (receitas) em uma empresa tem sua
origem no faturamento, ou seja, na venda de mercadorias ou produtos que fazem par-
te da atividade principal.
O faturamento é calculado a partir de todos os benefícios

que a empresa conseguiu com sua atividade econômica em
determinado período.
A partir das informações coletadas nas faturas, o empresário ou produtor poderá fazer
as vendas, controlar os custos, conhecer a quantidade e o tipo de mercadoria que saiu
do estoque e conhecer os produtos com mais demanda e a sazonalidade das vendas e
dos preços.

A auditoria contribui para a efici-
ência organizacional das empresas
por meio da avaliação de registros,
atividades e processos. Assim, ve-
rifica-se que a função da auditoria
não se limita à detecção de erros.
Ela age como assessoria da admi-
nistração, analisando o desempe-
nho dos departamentos da empre-
sa mediante os objetivos definidos.
Auditoria e gestão empresarial são dois aspectos que andam

lado a lado e precisam trabalhar juntos, visto que a auditoria
é responsável por analisar as demonstrações e os registros
administrativos.
Os principais pontos em que uma auditoria no processo de faturamento deve focar são:
• verificação das quantidades comercializadas de cada produto, visto que as notas
fiscais registram essa informação, que deve ser comparada com as informações que
vêm do estoque;
• verificação do preço de venda, de modo a comparar vendas em períodos recentes e

por cada produto, assim como com os valores que sites e publicações especializa-
das indicam, no geral, a cada semana;
• verificação das vendas por fornecedor, de modo a comparar vendas dos mesmos
produtos a fornecedores diferentes; e
• verificação dos recolhimentos de impostos.

Saiba mais
O site do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), na opção Esalq (https://www.cepea.esalq.usp.
br/br), fornece informações sobre os mercados agrícolas.
Acesse e confira!
Tópico 6: Venda
A venda pode ser um ato potencial, ou seja, se refere a um produto que está à venda,
mas ainda não foi comprado, ou a uma operação já realizada e que implica, necessa-
riamente, a compra.
Glossário
Venda: Do latim vendĭta, venda é a ação e o efeito de vender,
ou seja, transferir a propriedade de algo para outra pessoa
mediante o pagamento de um preço estipulado. O termo é
usado tanto para fazer referência à operação da transação em
si como à quantidade de coisas que se vendem.
A venda de produtos ou serviços constitui a base das operações das empresas, já que,
por meio dela, elas obtêm seu faturamento.
6.1 Diferença entre venda e faturamento
O processo de faturamento se inicia antes mesmo da concretização da venda, a partir

do planejamento da comercialização e toda a sua dinâmica, que considera épocas,
preços, oferta e demanda.
A venda faz parte do processo de fatura-

mento e tem início a partir do momento
em que a mercadoria está pronta ou em
processo de produção, e a parte comer-
cial pode fazer a prospecção com clientes
para a aquisição dos produtos.

O faturamento engloba tudo o que entra na empresa: receitas financeiras obtidas de
aplicações em bancos, a venda de ferro velho e a própria venda do que é produzido,
que é sua razão de existência.
Para refletir
Um produtor de manga, por exemplo, tem na venda da fruta
sua razão de existir em determinado momento, o que pode
mudar no futuro. Assim, quando se fala de venda, a referência
é ao que a empresa produz e que será comercializado.
6.2 A venda como um processo
A venda do que é produzido por uma empresa comercial, industrial ou do agronegócio,

ou ainda por produtores individuais, deve ser vista como um processo. Ou seja, um
conjunto de etapas que precisa ser observado por aqueles que trabalham na área de
comercialização.
Um bem estruturado processo de vendas facilita a sua

realização e permite que fluam melhor.
Algumas vantagens que esse processo pode dar às empresas, além de evitar erros
durante o fechamento de uma venda, são:
Reduzir o desperdício de Melhorar a comunicação Minimizar as

tempo com os clientes reclamações

Você viu, anteriormente, que as vendas podem ser de dois tipos: ativas e passivas.
Relembre suas diferenças:
São aquelas em que o produtor tem que entrar em contato com os

clientes para convencê-los a adquirir seu produto ou levar sua pro-
VENDAS
dução até os locais de comercialização, a exemplo das Centrais Es-
ATIVAS taduais de Abastecimento (Ceasa). Acontecem quando existe muita
demanda ou quando o produto é novo e pouco conhecido.
Acontecem quando o cliente vai até os produtores devido à baixa

VENDAS oferta de um produto e à alta demanda. É preciso atendê-los por
PASSIVAS uma questão contratual ou para não perder os espaços conquista-
dos no mercado.
Agora, para garantir um processo bem estruturado de vendas, é preciso considerar

três etapas, a saber:
Prospecção
Nesse momento, produtor e cliente entram em
comunicação e iniciam a discussão para a concretização
do negócio. Essa etapa é a de informação ou, como
dizem os vendedores, a “fase do namoro”.
Concretização da venda
Nessa fase, são feitas e acordadas a compra e a venda
entre as partes. Tem início com a separação do pedido
para o cliente, seguida da expedição, do transporte e da
entrega da mercadoria.
Pós-venda
Com a entrega da mercadoria, os produtores devem
entrar em contato com os clientes para se certificar de
que tudo ocorreu bem e que o pedido está de acordo
com o que foi solicitado, a fim de garantir, de certa
forma, vendas futuras.
6.3 Auditando o processo e os controles de vendas
Conforme já destacado até o momento, as auditorias têm a capacidade de localizar

falhas e erros (atuais e potenciais) que podem prejudicar toda a organização. As téc-
nicas de auditoria também podem ser aplicadas nos processos de venda, e, para isso,
é importante que a organização e o responsável da área consigam alimentar o sistema
de vendas com todos os processos e acontecimentos envolvidos.

Para refletir
As empresas que não têm o costume de fazer auditorias colo-
cam em risco a qualidade de seus processos e sua produção.
Nas auditorias, são avaliados os aspectos de controle interno,
os riscos das transações do setor, os registros contábeis e fis-
cais e os processos de informação gerencial.
Na auditoria para vendas, é essencial se atentar à verificação de alguns pontos, tais

como:
• cadastro dos clientes, com indicações dos respectivos produtos adquiridos, compras
anteriores e outras informações julgadas convenientes;
• autorização da venda, a fim de verificar se a pessoa foi autorizada para tal e se os

valores autorizados estão de acordo com o que foi definido;
• confirmação de compra, que deve ser por escrita e ter sido enviada, por e-mail ou
mensagem de texto, pelo celular, para confirmar o que foi acordado;
• aceite do cliente;
• emissão do pedido, mesmo que a confirmação seja feita por mensagem de texto,
pelo celular;
• material carregado, assim como preços, especificações, quantidades, cálculos e so-

mas da nota fiscal, para checar se estão de acordo com o pedido; e
• informações sobre preços e cálculos constantes nas notas fiscais emitidas, para
checar se estão de acordo com o carregado e com a parte fiscal.
A auditoria e o controle no setor de

vendas são de extrema importân-
cia para a garantia do bom funcio-
namento da empresa. Com eles, é
possível prevenir, identificar e cor-
rigir erros que podem interferir no
resultado da produção ou do ser-
viço.

A partir do conhecimento adquirido sobre as vendas e suas etapas, faça a atividade
proposta a seguir.
1. A venda do que é produzido por uma empresa deve ser vista como um processo.
Ou seja, existem etapas da venda que precisam ser observadas por aqueles que
trabalham na área de comercialização. Ciente disso, assinale a alternativa que
descreve corretamente a etapa de “prospecção”:
a) É o momento em que o produtor (vendedor) e o cliente (comprador) entram em

comunicação e iniciam a discussão para concretizar do negócio. Essa etapa é a de
informação acerca do bem ou do serviço vendido.
b) É a fase em que são realizadas e acordadas a compra e a venda entre as partes,

que se inicia com a separação do pedido para o cliente, seguida da expedição, do
transporte e da entrega da mercadoria.
c) Momento em que os produtores devem entrar em contato com os clientes para se

certificar de que tudo ocorreu bem e que o pedido está de acordo com o que foi
solicitado, a fim de garantir, de certa forma, vendas futuras.
d) Etapa em que o produtor tem que levar sua produção até os locais de comerciali-
zação.
e) Momento em que o cliente vai até os produtores devido à baixa oferta de um pro-
duto e à alta demanda. É preciso atendê-los por uma questão contratual ou para
não perder os espaços conquistados no mercado.

Tópico 7: Análise de registros
Fazer e atualizar registros permite que sejam feitas auditorias periódicas e verificar se
o que está sendo executado e os resultados de cada etapa do processo estão de acordo
com o planejado.
Quando os resultados não são atingidos, os registros são a primeira fonte de infor-
mação para entender o porquê de o resultado esperado não ter sido alcançado, assim
como o que está acontecendo e em que parte o processo apresenta falhas. Isso ajuda
a identificar que fatores podem ter influenciado de forma negativa o processo.
Dica
Os registros permitem preparar vários tipos de relatório, que
resumem as atividades realizadas e os resultados obtidos.
Assim, os relatórios mostram as informações obtidas em
registros e expõem, de forma clara e objetiva, o que aconteceu
ou está acontecendo em um processo.
7.1 Como auditar registros
Qualquer atividade de auditoria requer que sejam aplicadas ferramentas de trabalho

que possibilitam ao profissional obter os dados suficientes para formar sua opinião.

Essas ferramentas, chamadas de
técnicas ou procedimentos de au-
ditoria, demandam do auditor a
sensibilidade necessária para iden-
tificar o nível de profundidade e
extensão que cada caso requer e,
assim, aplicar as técnicas corretas
até obter as evidências que com-
provem a afirmação analisada.
A seguir, conheça as técnicas de auditoria utilizadas para a obtenção das provas neces-
sárias para concluir os trabalhos e formar a opinião de um auditor:
É a verificação in loco. Com essa técnica, o auditor pro-

EXAME FÍSICO cura se certificar da existência de um objeto ou item
examinado.
EXAME DOS DOCU- É a análise dos documentos que representam os regis-

MENTOS ORIGINAIS tros e controles das atividades efetuadas pela empresa.
CONFERÊNCIA DOS É a constatação de que as operações aritméticas e finan-

CÁLCULOS ceiras estão corretas.
VERIFICAÇÃO É o procedimento que consiste na verificação dos docu-

MINUCIOSA mentos mais importantes.
EXAME DE REGISTROS É a análise baseada nos registros elaborados como su-

AUXILIARES porte aos registros principais.
Nada mais é do que realizar uma correlação entre as

CORRELAÇÃO DAS IN-
áreas auditadas, a fim de verificar sua harmonia e coe-
FORMAÇÕES OBTIDAS rência.
Para fixar seus conhecimentos sobre a temática, responda à questão proposta a seguir.

1. Qual é a importância dos registros para a auditoria?
Tópico 8: Melhoria dos processos

Processo é a sequência de atividades realizadas por uma organização ou pessoa para
gerar determinado resultado. Você viu, nos temas anteriores, que ele pode ter vários
propósitos (criar, inventar, projetar, transformar etc.) e se utiliza de produtos e siste-
mas para obter um resultado.
Como a auditoria traz, em sua essência, a capacidade de analisar procedimentos, téc-

nicas e resultados dos diferentes setores de uma organização, quando feita, permite
identificar pontos falhos, e, portanto, que precisam de melhorias e aperfeiçoamento.

Parte daí a percepção de que a auditoria contribui para que os
processos sigam sendo aperfeiçoados continuamente.
8.1 Entendendo o que é melhoria de processo

Em resumo, pode-se definir como melhoria de processos a análise do processo atual
para detectar atividades que podem ser melhoradas, com o objetivo de definir suas
metas e seus objetivos, o fluxo de trabalho, controles e integração com outros proces-
sos, para que ele contribua de forma significativa na entrega de valor ao cliente final
(VEYRAT, 2015).
Para refletir
Antes de implementar uma melhoria, é importante entender
os processos atuais e como funcionam. Afinal, como melhorar
algo que não se compreende completamente?
Para entender os processos atuais, uma solução é seguir três etapas. Veja:
1
Estude o fluxo do processo para
compreender cada etapa, inicialmente, sem
um olhar crítico, mas de entendimento.
2
Converse com todas as pessoas envolvidas no processo
com o objetivo de verificar se o fluxo definido é
seguido e, principalmente, para escutar sugestões de
pontos que possam ser fatores limitantes.
3
Analise o fluxo com um olhar crítico e observe as
etapas que são mais fáceis de melhorar, para, em
seguida, partir para as mais complexas
Etapas importantes antes de começar uma melhoria.


Nesse processo de análises e ajustes, é importante evitar práticas que não possibili-
tam a melhoria de um processo. Um trabalho eficiente de melhoria de processos não
tem por objetivo desenhar diagramas de alta complexidade, desenvolver sistemas no-
vos e/ou substituir atividades humanas pela automação.
Esses elementos podem até aparecer durante a busca de so-
luções, mas o verdadeiro objetivo da melhoria de processos é
torná-los adequados e capazes de entregar o melhor resultado,
seja ele um serviço, seja um produto.
8.2 O que é melhoria contínua?
Melhoria contínua é uma prática adotada por diversas empresas que visa atingir, inin-
terruptamente, resultados cada vez melhores, nos produtos e serviços oferecidos ou
nos processos internos.
É um processo cíclico sem fim. Afinal, sempre há novas opor-

tunidades de melhoria para serem identificadas e colocadas
em prática. Lembre-se de que as empresas, as propriedades
e os negócios são organismos vivos e em constante mudan-
ça.
A melhoria contínua pode ser atingida por meio de diversas metodologias e boas práti-
cas organizacionais. Como toda metodologia, ela também compreende fatores básicos
que você precisa entender antes de aplicar:
A melhoria contínua é um processo cíclico sem fim. Você

EXIGE
melhora, analisa, estuda os pontos de melhoria e começa
CONTINUIDADE outro plano de ação.
Não se trata apenas de melhorar processos, mas de mudar

toda a cultura da empresa. É uma filosofia de negócios, ou
É UMA CULTURA
seja, deve estar inserida em todos os níveis da organização,
da alta administração até os operários do chão de fábrica.
A mudança deve trazer benefícios gerais e envolver todas as

TRAZ BENEFÍCIOS áreas, e não apenas uma específica. Todos os processos da
PARA TODOS empresa devem ser englobados, assim como a vida de todos
os colaboradores responsáveis.

8.3 A importância da melhoria contínua nos processos internos
Para aplicar a melhoria contínua nos processos internos, é necessário ter atenção a
alguns princípios que podem ajudar a alcançar os resultados desejados. Em outras
palavras, a melhoria contínua auxilia na definição de uma série de fatores que os pro-
cessos internos devem seguir, como:
Foco: é importante estabelecer pontos focais na hora de

aplicar a melhoria contínua na empresa. Afinal, ao estudar
pontos de melhoria, você encontrará inúmeras atividades
que podem ser melhoradas.
Medição de qualidade: é um conceito que depende do

ponto de vista a ser adotado. Para medir algo, é necessário
avaliar o que se procura. Se você não sabe o que é qualida-
de, como poderá definir indicadores para analisá-la?
Por exemplo: se a ideia é definir qualidade como o número de caixas colhidas e proces-
sadas, e, ao medir, perceber que são produzidas dez caixas de descarte a cada 1 mil
produzidas, pode-se pensar em um projeto de melhoria contínua para diminuir esse
número para sete até alcançar o melhor resultado possível. Qualidade, nesse caso, é
estabelecer indicadores para fazer a medição.
Padronização: sem um padrão, fica impossível controlar os

processos. Padronizar é fundamental para estabelecer me-
lhorias que devem ser acrescentadas, a fim de que os bene-
fícios se mantenham durante os novos processos. Lembre-se
de que mudanças não necessariamente significam melhoria
– podem, inclusive, significar o contrário.
Conhecimento técnico: não adianta focar em um proble-

ma, medir o desempenho e pensar em padronização se você
não sabe o que deve ser feito.

Antes de encerrar este tema, faça a atividade proposta a seguir para fixar seu apren-
dizado.
1. Neste tópico, você estudou a importância da melhoria dos processos. Agora, expli-
que o conceito de melhoria contínua e como é possível aplicá-la.
Você encerrou o tema Auditoria de controles e registros. Nele, você ficou a par de
todos os benefícios que a auditoria agrega para um negócio, seja ele formado por ape-
nas um produtor, seja por uma grande empresa, já que esse processo permite aferir se
os procedimentos de controle e registros de vendas, as práticas de gestão, as rotinas
de estoque e os sistemas utilizados atendem às necessidades reais daquele negócio,
para, assim, identificar pontos de melhoria.
Dica
Lembre-se de que a auditoria de controles e registros precisa
ser uma prática periódica para que os negócios atuem de
maneira otimizada, apliquem bem seus recursos e tomem
decisões acertadas.

07Controles
administrativos e
financeiros
Tema 7: Controles administrativos e
financeiros
No tema de aula Controles administrativos e financeiros, você conhecerá alguns
conceitos-base sobre liderança, formação de equipes e gestão de pessoas, assuntos
essenciais para uma boa gestão de empresas.
Você também verá uma introdução à noção de contabilidade rural, as informações fi-
nanceiras relevantes que ela agrega às organizações e conceitos relacionados à gestão
de custos e à mensuração de desempenho.
Para tanto, os seguintes assuntos serão abordados:

• gestão de pessoas;
• contabilidade rural;
• gestão de custos; e
• mensuração de desempenho.
• conhecer procedimentos de departamento pessoal;
• conhecer procedimentos de contabilidade rural;

• conhecer e realizar controle e análise de custos operacio-
nais;
• conhecer e empregar métodos de avaliação de desempe-
nho;
• aplicar técnicas de relações humanas para gestão de pes-
soas na colheita;
• cumprir os procedimentos contábeis;
• aplicar metodologias voltadas para gestão de pessoas; e
• despertar interesse e motivação.
Tópico 1: Gestão de pessoas

A partir do início do século XX, as organizações começaram a se tornar cada vez mais
complexas, devido a diversas mudanças tecnológicas e às necessidades de produção
que a sociedade demanda.
Frente a essas novas realidades

empresariais, houve a necessidade
da estruturação da gestão de re-
cursos humanos, área focada nos
colaboradores que surge com o ob-
jetivo inicial de modificar o método
de organização laboral, na busca
por melhorar a produção e contri-
buir para que o trabalho fosse divi-
dido em pequenas tarefas.
A gestão de pessoas é um conceito empregado à associação de
vários fatores que têm por objetivo atrair, reter, potencializar e
administrar o capital humano nas empresas. Assim, empresas
que apresentam essa expertise entre suas políticas internas
formam profissionais mais bem qualificados e motivados para
desempenhar suas funções.

Para suprir as novas demandas da sociedade e preocupadas em valorizar, manter e
desenvolver os seus colaboradores, as organizações seguem se aperfeiçoando na área
dos Recursos Humanos e buscam manter seus colaboradores motivados por meio de
técnicas que os ajudam a desenvolver constantemente suas habilidades e capaci-
dades.
Como consequência, essas ações promovem não só

o desenvolvimento dos profissionais, mas também o
crescimento da área e da empresa como um todo.
1.1 A importância da gestão de pessoas
Toda empresa é formada, antes de tudo, por pessoas. Logo, o capital humano se tor-
na a maior riqueza e a principal ferramenta para o sucesso das organizações. No caso
da fruticultura, que depende amplamente de mão de obra, a importância do capital
humano é de destaque.

Com o avanço tecnológico, as empresas começaram a buscar inovações que permitis-
sem uma melhoria na qualidade das tarefas desenvolvidas pelos colaboradores.
Gestão de pessoas
Acreditar na capacidade individual de cada envolvido no pro-
cesso de melhoria da empresa, assim como em meios que
ajudem no desenvolvimento, no aproveitamento e na identi-
ficação dos melhores funcionários, os quais são denominados
“talentos”, é essencial para o sucesso.
Nesse sentido, o objetivo da gestão de pessoas é desenvolver os colaboradores por

meio de ações como:
GESTÃO
DE PESSOAS
Motivação Comunicação
Treinamento Trabalho em
constante para equipe
um bom
desenvolvimento
das atividades
Reconhecimento Reconhecimento
das competências e do esforço por
dos conhecimentos meio de prêmios
Ações de desenvolvimento de colaboradores em gestão de pessoas.

1.2 Equipe e liderança
Com foco nas pessoas e em melhorar a vida delas na organização, por meio do desen-
volvimento pessoal e profissional, as empresas identificaram a importância de organi-
zar o trabalho por meio de lideranças.

Tais lideranças iriam, de maneira
próxima, monitorar suas equipes,
perceber seus desafios, potenciais
e contribuições, a fim de desenvol-
ver nas pessoas a capacidade de
trabalhar em equipe, e não de
forma isolada ou individualista, e
reduzir conflitos.
Liderança é a arte de comandar e coordenar pessoas, bem como atrair e influenciar

de forma positiva mentalidades e comportamentos dos liderados.
Glossário
Liderança: Tem origem no termo em inglês leader, que signi-
fica líder. Na tradução para o inglês, leadership.
Há dois tipos de liderança. Veja:
Esse tipo de liderança surge de forma natural, quando uma

LIDERANÇA
pessoa se destaca no papel de líder sem ter, necessariamen-
INFORMAL te, um cargo de liderança.
Caracteriza um líder que é eleito, ou posicionado formal-

LIDERANÇA
mente por uma organização, e passa a assumir um cargo de
FORMAL gerente ou administrador.
Um líder é uma pessoa que dirige ou aglutina um grupo e pode estar inserida em
diferentes situações. Existem vários tipos de líderes, que mudam em função das ca-
racterísticas do grupo (unidade de combate no exército, equipe de trabalho, grupo de
adolescentes).
Nesse cenário, é importante perceber que liderança tem muito a ver com o desenvol-
vimento de posturas e ações que levam tanto ao desenvolvimento pessoal quanto ao
desenvolvimento da equipe liderada.

Além disso, a liderança pode ser desenvolvida nas diversas áreas da vida, e não neces-
sariamente demanda de um cargo formal.
Para refletir
Você se considera líder?
• Se sim, quais atitudes levam você a pensar assim?
• Se não, quais posturas ou ações você pode desenvolver

para aperfeiçoar suas habilidades de liderança?
Equipe é um conjunto ou grupo

de indivíduos aplicados na rea-
lização de uma mesma tarefa ou
um trabalho. Trabalho em equipe
é um sistema de trabalho em que
um grupo de pessoas se dedica à
realização de uma tarefa ou um ob-
jetivo comum. Geralmente, um dos
membros assume a liderança e a
coordenação do grupo.
O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e a agilidade no cumprimen-

to de metas e objetivos compartilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada pessoa
e, ainda, permite conhecer outros indivíduos e aprender novas tarefas.
Saber trabalhar em equipe é uma característica essencial

para profissionais e estudantes. As empresas valorizam muito
pessoas que não pensam apenas nas próprias tarefas, mas
também nas dos colegas e da empresa.

Um ambiente saudável e agradável é também essencial para o trabalho em equipe.
Dessa forma, cada indivíduo deve colocar a equipe em primeiro lugar, os interesses e
objetivos do grupo como um todo, e não apenas seus interesses pessoais.
Antes de encerrar este tópico, fixe seus conhecimentos com as atividades propostas.
1. Com base no conteúdo estudado, explique o conceito de gestão de pessoas na
atualidade.
2. A arte de coordenar pessoas e influenciá-las de forma positiva para desenvolver

atividades de forma eficiente é chamada de:
a) convencimento.
b) camaradagem.
c) liderança.
d) amizade.
e) gestão de pessoas.
3. Um conjunto ou grupo de indivíduos aplicados na realização de uma mesma tarefa

ou trabalho é denominado de:
a) auditores.
b) equipe.
c) líderes.
d) colaboradores.
e) gestores.

Tópico 2: Contabilidade rural
A contabilidade representa uma área do conhecimento e da gestão que organiza e di-
vulga diferentes informações úteis para proporcionar ao proprietário rural ou ao admi-
nistrador da empresa rural conhecimento de sua situação patrimonial e embasamento
para a tomada de decisões financeiras em seus negócios.
Nas palavras de Ribeiro (2002):
A contabilidade é uma ciência que permite, atra-

vés de suas técnicas, manter um controle perma-
nente do Patrimônio da empresa.
Para ficar por dentro dos conceitos mais importantes no con-
texto da contabilidade rural, consulte o material complemen-
tar, disponível na biblioteca do AVA.

2.1 A importância da contabilidade rural na gestão das empresas rurais
A contabilidade rural é um dos vários ramos específicos da ciência contábil. Ela é apli-
cada ao meio rural, como o próprio nome diz, envolve o registro dos fatos ocorridos
nas atividades rurais em determinados períodos e fornece informações valiosas para
os negócios agropecuários.
Esse ramo da contabilidade estuda

e controla o patrimônio rural, com-
posto pelos bens, direitos e obriga-
ções do negócio rural. Contempla
elementos do patrimônio que são
específicos às empresas rurais,
como, por exemplo, seus ativos,
que costumam englobar tratores,
fertilizantes, sementes, plantas,
defensivos agrícolas, rebanhos etc.
Por meio de técnicas de controle e registro, a contabilidade rural permite que o produ-
tor ou empresa rural conheça e administre o patrimônio da propriedade agropecuária
e consiga munir-se de informações financeiras para a tomada de decisão.
Dica
Essas informações são materializadas pelas demonstrações
contábeis e controles financeiros gerados pela contabili-
dade. Eles revelam configurações, como a composição do pa-
trimônio do negócio, a estrutura de gastos, a capacidade de
vendas e a geração de riqueza.
2.2 Entendendo os conceitos de receitas, vendas, custos e despesas
Para a interpretação das informações contidas nas demonstrações e relatórios emitidos

pela contabilidade do negócio rural, é importante conhecer e identificar os itens que
compõem tais documentos. Veja, a seguir, alguns desses itens, que estão relacionados
com a apuração de resultado das empresas rurais:

Receitas: representam todos os recursos provenientes da
venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Entre-
tanto, nem todas as receitas são oriundas dessas atividades.
Elas podem vir também de aluguéis, rendimentos de uma
aplicação financeira, juros etc.
Vendas: consistem na ação de transferir a propriedade de

um bem para outra pessoa ou empresa por meio de um pre-
ço pactuado. As vendas geram as principais receitas da em-
presa e são essenciais para a geração do lucro do negócio.
Exemplo: vendas de frutas, leite, hortaliças etc.
Custos: são gastos financeiros que a empresa ou o produ-

tor tem ao produzir determinado produto ou bem e deixá-lo
pronto para ser comercializado. Assim, em fruticultura, os
custos representam tudo o que o produtor aplicou desde o
plantio até a produção (incluindo materiais e mão de obra).
Despesas: são todos os gastos de caráter geral relaciona-

dos à administração (gasto com material de escritório, salá-
rios do administrativo), às vendas (comissão de vendedores,
marketing) ou, ainda, gastos financeiros (juros pagos, mul-
tas por atraso de pagamento etc.).
Para refletir
A partir dos conceitos apresentados, você conseguirá respon-
der a questionamentos, como:
• o meu negócio rural está dando lucro?
• quais e quantas são as minhas despesas?
• os custos da minha atividade rural estão muito altos?

2.3 Lucros ou prejuízos
Ao compreender os elementos que ge-

ram entradas (receitas) e saídas (des-
pesas e custos) ao negócio, é possível
identificar o resultado do exercício (ou
do período) da atividade rural.
Após receber todas as receitas e diminuir todos os gastos (custos e despesas), sobra
algo? Tenho lucro ou prejuízo? Essas questões são verificáveis da apuração do exer-
cício.
Glossário
Apuração do exercício: Na apuração do exercício, o prejuízo
ou o lucro resulta da diferença entre as receitas que são ge-
radas pelas vendas dos produtos produzidos (receitas opera-
cionais) e as receitas geradas por outras fontes, como juros e
aplicações financeiras (receitas não operacionais); e os custos
e despesas (e demais valores) que gerarem saída de recurso
da empresa.
Veja, a seguir, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), que é a de-

monstração contábil, cujo objetivo é revelar as várias receitas e gastos que incorreram
no exercício (período) determinado do negócio. É por meio dela que se evidenciam os
conceitos de lucro e prejuízo.
DRE EMPRESA A
Receita Total Líquida R$ 9.900,00
Receitas operacionais R$ 8.700,00
+ Vendas do produto A R$ 4.200,00
+ Vendas do produto B R$ 4.500,00

DRE EMPRESA A
Receitas não operacionais R$ 1.200,00
+ Juros obtidos da poupança R$ 150,00
+ Aplicações financeiras R$ 50,00
+ Venda de sucata R$ 1.000,00
Custos totais de produção - R$ 1.800,00
- Insumos - R$ 500,00
- Máquinas - R$ 200,00
- Ferramentas - R$ 300,00
- Mão de obra - R$ 800,00
Lucro bruto (Receitas - Custos) R$ 8.100,00
Despesas totais - R$ 4.800,00
Despesas comerciais - R$ 1.050,00
- Comissões - R$ 1.000,00
- Despesas com taxas como PTV - R$ 50,00
Despesas administrativas - R$ 3.750,00
- Despesas administrativas - R$ 1.600,00
- Pró-labore - R$ 2.150,00
Resultado do exercício (Lucro bruto - Despesas totais) R$ 3.300,00
Observe que a empresa A, após confrontar suas receitas (entradas) com seus custos
e despesas (saídas), obteve um resultado positivo. Ou seja, mais receitas do que
gastos. Logo, encerrou o exercício com um lucro de R$ 3.300,00.
A DRE utilizada é simplificada e tem como objetivo esclarecer
os conceitos de lucro e prejuízo.

Que tal fixar os conhecimentos desenvolvidos? Faça a atividade proposta a seguir.
1. A ciência que permite, por meio de suas técnicas, manter o controle permanente
do patrimônio da empresa é denominada:
a) contabilidade.
b) administração.
c) engenharia.
d) agricultura rural.
e) agronomia.
Tópico 3: Gestão de custos

Todas as empresas têm custos – comerciais (aquisição da mercadoria), industriais
(fabricação de um produto), de serviços (prestação dos serviços) ou rurais (custos
colheita, produção pecuarista etc.).

Dica
Os custos são todos os gastos que a empresa ou o produtor
realiza para produzir determinado produto ou bem e deixá-lo
pronto para ser comercializado. Esses custos precisam de con-
trole e gestão próxima.
Uma gestão de custos eficiente permite ao empreendedor identificar oportunidades de

investimento, aumentar a margem de lucro e tomar decisões estratégicas mais cons-
cientemente, o que confere mais segurança ao desempenho da empresa.
A gestão de custos é o gerenciamento inteligente dos gastos

de uma empresa.
3.1 A importância da gestão de custos
A gestão de custos auxilia as empresas a obter sucesso financeiro, pois oferece dados
importantes sobre sua lucratividade e seu desempenho e auxilia no planejamento, no
controle e na formatação de suas operações.
O preço final de um produto ou serviço depende

diretamente do quanto se investe para que ele se concretize.
Sem uma boa gestão de custos, a empresa pode cair no risco
de cobrar valores discrepantes, o que prejudica o volume de
vendas, a margem de lucro e o crescimento sustentável do
negócio.

3.2 Formação de preços
A formação de preços é uma das tarefas mais importantes na empresa, para a comer-
cialização de seus produtos, pois garante que o negócio cubra os custos, seja lucrativo
e, ao mesmo tempo, competitivo.
Atenção
Um preço muito baixo pode prejudicar o negócio, assim como
um valor muito elevado pode afastar compradores.
Existem vários métodos para definir o preço, dos quais destacam-se a margem de
contribuição, o markup e a pesquisa de preço.
verifique algumas considerações sobre a gestão eficiente de
custo, que incluem seus objetivos e benefícios.
A partir do conhecimento sobre gestão de custos, faça as atividades propostas a seguir.

1. Quais são os objetivos de uma eficiente gestão de custos?
Uma _________________ eficiente permite ao empreendedor identificar

oportunidades _________________, aumentar a margem de lucro e tomar
decisões _________________.
a) visão – boas – seguras.
b) gestão de custos – de investimento – estratégicas.
c) gestão – de compras – sempre.
d) oportunidade – claras – nos processos.
e) gestão de custos – claras – nos processos.
Tópico 4: Mensuração de desempenho

Desempenho ou performance é um conjunto de características ou capacidades de
comportamento e rendimento de um indivíduo, uma organização, um grupo de
seres humanos, animais ou outros seres vivos, máquinas ou equipamentos, produtos,
sistemas, empreendimentos ou processos, especialmente quando comparados a requi-
sitos, metas ou expectativas previamente definidos.

Veja, a seguir, três exemplos de mensuração:
Trabalhador: pode Máquina: terá um Estado: terá

ter bom ou mau nível de desempenho desempenho
desempenho, de acordo de acordo com os determinado de acordo
com a execução de seu resultados obtidos com a aplicação das
trabalho. diante da razão pela políticas estabelecidas
qual foi criada. pelo governante em
questão etc.
Do mesmo modo, uma empresa pode ter um bom ou mau desempenho conforme a
qualidade de seus serviços, e por meio dos custos trabalhados. Claro que, idealmente,
espera-se que se trabalhe para que haja um bom desempenho. Afinal, é ele que ga-
rante a aceitação e a continuidade da empresa no mercado e na sociedade.
4.1 Por que medir o desempenho?
Medir o desempenho da empresa é fundamental para seu sucesso e sua boa gestão.
Não se trata apenas de uma boa prática gerencial, mas de uma ação necessária para
saber se a organização está trilhando o caminho desejado e o quanto ainda falta para
alcançar os objetivos e realizar os ajustes necessários.
Na maioria das situações, sem muito

esforço, é possível começar a medir o
desempenho a partir das informações e
ferramentas já disponíveis na empresa.
Após o passo inicial, novas políticas e estratégias devem ser tomadas para obter apu-
ração e controle mais próximos do desempenho das atividades rurais.

4.2 Como medir o desempenho?
Medir o desempenho não serve apenas de informação extra para o negócio rural. Mui-
tas empresas medem seu desempenho de forma constante e conseguem saber como
estão se saindo, mês a mês, mas sem que ações de melhoria sejam postas em prática.
A partir das informações obtidas, deve ter início um processo contínuo de melhoria,
em busca de respostas para as seguintes questões:
Quais resultados não Quais resultados Houve oscilação do

foram satisfatórios e são satisfatórios, decorrer do tempo?
devem ser melhorados? mas podem ser
Como fazer isso? impulsionados ainda
mais?
Diferentes análises podem ser feitas, seguidas da ação de correção ou de melhoria.

Portanto, tão importante quanto ter o desempenho medido, é fazer uso dessas infor-
mações para promover melhorias nos processos.
As informações geradas pelos registros, quando exploradas,

revelam muito sobre a situação da empresa e os pontos que
precisam de atenção.
4.3 O que não se mede, não se gerencia
De maneira objetiva, tudo aquilo que pode ser mensurado pode, então, ser medido e
acompanhado. É fundamental, portanto, que as empresas registrem as informações
operacionais e financeiras das suas atividades e tenham facilidade para acessá-las.

Os principais indicadores de desempenho de um negócio agrícola, que um produtor em
fruticultura deve ter para medir o desempenho da sua atividade, são:
Produção total:
a unidade é o
total de quilos
produzidos.
Produtividade geral e
por parcela: a unidade é
o total de quilos/hectare.
Quantidade de fruta
descartada: a unidade é o
total em quilos. Para se
obter a porcentagem de
descarte, divide-se esse Rendimento da mão de obra: a
valor pela produção total. unidade depende da atividade que
está sendo realizada. No geral, se
calcula em plantas, frutas
Processamento: a unidade, no trabalhadas, linhas de produção e
geral, é o total de caixas até metros.
embaladas por dia, mas também
se mede a qualidade embalada,
visto que os preços dependem da
qualidade que será ofertada. Vendas: é o volume de vendas
por período, tendo em vista a
perecibilidade das frutas e os
Custo por unidade: a preços por quilo obtidos.
unidade é o custo de
produção por quilo (ou
unidades), para verificar se o
preço de venda atinge o Faturamento total: é a
custo estipulado. quantidade de unidades
monetárias em reais obtida
com as vendas por mês e por
ano. A informação é fornecida
Custos e despesas totais: pela contabilidade.
representam todos os
custos e as despesas feitas.
A informação é fornecida
pela contabilidade.
Principais indicadores de desempenho de um negócio agrícola.

Existem muitas outras formas de medir o desempenho da empresa, mas as mencio-

nadas são as mais comuns. É importante que toda empresa ou produtor as executem
para, minimamente, medir o seu desempenho.
Antes de encerrar este tema, e com os conhecimentos adquiridos até aqui, responda
à questão a seguir.

1. Medir o desempenho nas propriedades rurais é muito importante para os gestores.
A partir do conteúdo estudado, explique por que devemos medir o desempenho
das operações e atividades.
Você encerrou o tema Controles administrativos e financeiros. Nele, você viu a
importância da gestão de pessoas (administração de recursos humanos) para as em-
presas e compreendeu que administrar pessoas é associar habilidades, metodologias,
políticas, técnicas e práticas definidas com o objetivo de garantir bom comportamento
e postura dos colaboradores, além de potencializar o capital humano nas organizações.
Dica
Para uma gestão de pessoas eficaz, é fundamental que os lí-
deres tenham habilidades para saber organizar e monitorar
equipes de trabalho e levem em conta as características pesso-
ais de cada parceiro, de forma a estimular sinergia de talentos.
Neste tema, você também viu a importância da contabilidade rural, para o registro
dos fatos ocorridos nas atividades da fruticultura, e da gestão de custos, para atingir
o sucesso financeiro. Por fim, conheceu a definição de desempenho, ou performance,
como um conjunto de características ou capacidades de comportamento e rendimen-
to, e, ainda, ficou a par dos principais indicadores de desempenho que o produtor em
fruticultura deve conhecer.

Encerramento da Unidade Curricular
Parabéns! Você chegou ao fim da Unidade Curricular Controle dos Recursos Físicos
e Financeiros da Produção de Frutas!
Aqui, você pôde conhecer os principais sistemas de certificação que orientam os pro-
dutores no desenvolvimento de normas e procedimentos para padronizar os processos
de produção, bem como compreender a importância dos registros nesses processos.
Nesse sentido, aprendeu a elaborar planilhas, relatórios e documentação técnica para
orientar a tomada de decisão e reportar resultados.
Seguindo seus estudos, você aprendeu sobre a importância dos estoques nas organi-
zações e negócios rurais, principalmente no ramo da fruticultura, e viu que controlar e
gerir o estoque de maneira eficiente significa diminuir desperdícios, controlar e identifi-
car custos, garantir que sempre exista o item necessário em estoque para a produção,
maximizar as possibilidades de venda e, logo, de lucro.
Outro assunto abordado nesta Unidade Curricular foi o faturamento. Você compreen-
deu que o sistema de cálculo do faturamento é prático e precisa ser aplicado diaria-
mente nos diversos negócios. As bases legais e normativas relacionadas à gestão de
resíduos foram apresentadas para que você entendesse os procedimentos de legaliza-
ção dos resíduos gerados pela atividade da fruticultura, assim como os impactos que
podem causar ao meio ambiente e como reduzi-los por meio de ferramentas, como 3
Rs, 5S e outras.
Adicionalmente, você conheceu o que são auditorias, os benefícios que elas agregam
para um negócio, pequeno ou grande, e viu que podem ocorrer no estoque, em proces-
sos de faturamento, venda, registros etc. Por fim, você estudou conceitos essenciais
para a gestão de uma empresa, como capital humano, liderança e equipes, além de
contabilidade rural, gestão de custos e da mensuração do desempenho.
Lembre-se de que a fruticultura demanda muitos insumos na produção, de custo con-

siderável, o que justifica a necessidade de uma gestão eficiente de todos os processos.

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lagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e em-
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Gabarito das atividades de aprendizagem
Tema 1: Sistemas de gestão da qualidade
Tópico 1
1) Certificação é um processo no qual uma entidade independente avalia se deter-

minado produto atende às normas e aos procedimentos técnicos. Para isso, a ava-
liação se baseia em auditorias do processo produtivo, na coleta e em ensaios de
amostras dos produtos.
2) A alternativa correta é a C, pois as principais certificações utilizadas pelos produ-

tores na fruticultura são APPCC, PIF e GlobalG.A.P. As demais opções citadas são
inexistentes ou não têm relação com certificações do setor.
3) Os sistemas de certificação garantem produtos de qualidade por meio da padroni-

zação dos processos de produção, do acompanhamento de normas e procedimen-
tos e, ao mesmo tempo, do monitoramento das diferentes etapas que fazem parte
dos processos produtivos, o que garante um produto com as mesmas característi-
cas ao longo do tempo.
4) A alternativa correta é a B, já que apenas a afirmação II é coerente. Um sistema

de certificação, de fato, promove o comprometimento com a qualidade. Essa é a
grande finalidade da certificação: atribuir qualidade e trazer segurança, aperfeiço-
amentos e credibilidade para a fruticultura.
A afirmação I está incorreta, pois um sistema de certificação assegura, sim, a quali-

dade e a garantia de origem do produto. A afirmação III está incorreta, pois um sis-
tema de certificação também permite implementar controles e avaliações internas.
Por fim, a afirmação IV é incoerente, visto que um sistema de certificação ajuda a
reduzir perdas no processo produtivo e melhora a gestão.
5) A alternativa correta é a C: a Produção Integrada tem como estrutura básica as

Boas Práticas Agrícolas previstas nas Normas Técnicas.
As demais alternativas estão incorretas. A Produção Integrada tem como estrutura

básica as Boas Práticas Agrícolas, não “Algumas” Práticas Agrícolas ou simplesmen-
te “Práticas Agrícolas”. Tais práticas são previstas em Normas Técnicas do setor, não
pela ABNT ou por Normas Gerais.
6) A alternativa correta é a A, ou seja, as áreas verificadas no processo de certificação

GlobalG.A.P. são produção, mão de obra e meio ambiente. A administração e o es-
toque não representam áreas verificadas pela certificação.
Tópico 2
1) As planilhas correspondem à forma estruturada na qual se pode inserir os dados

coletados e, assim, facilitar o registro de informações importantes e preservar o

histórico dos registros, além de permitir a análise dos dados para fins gerenciais,
como também comprovações durante fiscalizações e auditorias.
Tópico 5
1) Documentação técnica é o conjunto de todos os documentos que contêm as infor-

mações necessárias para orientar a tomada de decisão e que registra as atividades
desenvolvidas em determinado processo.
2) A alternativa correta é a A, pois a documentação técnica tem, entre seus itens, ma-
nuais, normas e procedimentos internos que orientam como proceder e executar
processos internos, que podem ser de verificação ou de produção.
A alternativa B está incorreta, porque a documentação comercial não representa

manuais ou normas, mas sim documentos comprovantes das transações comerciais
(compra e/ou venda) da organização. A alternativa C está incorreta, pois informação
financeira diz respeito aos dados relativos a resultados, liquidez e demonstrações
contábeis de uma organização. A alternativa D está incorreta, pois a produção seria
uma fase ou um departamento da empresa que tem como atividade operacional a
transformação de insumos em mercadorias. Por fim, a alternativa E está incorreta,
já que a certificação é um processo em que uma entidade independente (3ª parte)
avalia se determinado produto atende às normas e aos procedimentos técnicos.
3) Procedimento é a ação de proceder ou a maneira de executar atividades, geral-

mente de forma sequencial, que permite realizar um trabalho de forma correta,
para obtenção de um resultado e/ou atingir a meta desejada.
4) A alternativa correta é a E: procedimentos representam ações executadas de forma

sequencial, para obtenção de um resultado e/ou atingir um objetivo, e estão des-
critos em um documento.
A alternativa A está incorreta, pois o documento técnico representa o resultado for-

malizado, gerado pelas ações que foram executadas, e não propriamente as ações.
A alternativa B está incorreta, pois as normas representam diretrizes que irão nor-
tear e normatizar os procedimentos a serem efetuados. A alternativa C está incor-
reta, pois as políticas são guias orientadoras que balizam as ações para que sejam
atingidos objetivos e metas estabelecidos para a organização. Por fim, a alternativa
D está incorreta: uma planilha é um tipo de ferramenta de computador que utiliza
tabelas para fazer cálculos. Ou seja, não representa ações para alcance de um ob-
jetivo, e sim uma ferramenta para a execução dessas ações.
Tópico 6
1) A alternativa correta é a B. Disponibilidade, integridade e confiabilidade são fato-

res essenciais à utilização dos documentos e representam a base para um controle.
Durabilidade, perenidade e usabilidade não representam tal base.

Tópico 8
1) A alternativa correta é a E, pois apenas as afirmações II e III são coerentes. A afir-

mativa I está incorreta, pois o treinamento e a capacitação de pessoas devem ser
planejados e executados durante o próprio processo de certificação, e não após.
Tema 2: Estocagem
Tópico 2
1) Ordem de compra é um documento gerado pelo comprador e que deve ser enviado
ao fornecedor para formalizar a transação de compra. O objetivo do envio é confir-
mar com o fornecedor as condições de compra e de entrega.
2) A alternativa correta é a B. O balanço do estoque é uma prática que permite o

acompanhamento do estoque em quantidade e mensuração. Essa prática é feita
com a verificação de tudo que entrou e saiu do estoque em determinado período,
para um produto ou grupos de materiais.
A alternativa A está incorreta, pois o balanço do patrimônio é um procedimento

demonstrado pelo balanço patrimonial, que leva em consideração todos os bens e
obrigações da empresa (imóveis, caixa, contas a pagar, capital social etc.). As al-
ternativas C e D estão incorretas porque não representam uma ferramenta ou um
procedimento de gestão, nem mesmo de controle de estoques. Por fim, a alternati-
va E está incorreta, visto que a nota fiscal é um documento que tem por objetivo o
registro de uma transferência de propriedade sobre um bem ou a comprovação de
prestação de serviço.
3) A alternativa correta é a E. Ao realizar a verificação e a contagem dos produtos

que compõem o estoque em determinado momento, faz-se um inventário, que é a
prática de verificar se a quantidade registrada nos controles é igual à quantidade
presente no estoque.
As alternativas A, B e C estão incorretas, pois os controles de movimentação, entra-

da e saída não contemplam os critérios de verificação – se as quantidades registra-
das nos controles são iguais às quantidades físicas presentes no estoque. A alter-
nativa D também está incorreta: “balanço” é uma expressão muito ampla. Mesmo
que seja balanço de estoque, ele se diferencia do inventário por ser uma prática
de verificação de tudo o que entrou e tudo o que saiu do estoque em determinado
período, ao passo que inventário é a verificação da presença da unidade física no
estoque frente aos lançamentos realizados.
4) Giro do estoque é um índice ou indicador que relaciona quantas vezes o estoque

ou determinado produto foi vendido, consumido ou utilizado, além de informar o
período em que foi reposto.
5) As perdas no estoque acontecem devido à movimentação do estoque, durante a

produção ou, ainda, ao manuseio interno durante o transporte dos produtos. Tam-
bém ocorre por deterioração das embalagens ou obsolescência causada pela falta
de uso.

Tópico 3
1) A alternativa correta é a D. Codificação é o processo de organização de estoque que

permite enumerar e identificar os itens, materiais e objetos estocados.
A alternativa A está incorreta, pois não basta realizar a contagem para enumerar
e identificar os itens do estoque. A alternativa B está incorreta, pois “organização”
é um termo amplo na gestão dos estoques. Por fim, as alternativas C e E também
estão incorretas: movimentação e seleção não representam um processo de orga-
nização de estoque e tampouco buscam enumerar e identificar itens, materiais e/
ou objetos.
Tópico 4
1) A alternativa correta é a C. Lifo é uma estratégia em que o produto mais recente

no estoque (com menor tempo de armazenagem) é despachado primeiro.
A alternativa A está incorreta, pois a definição é referente à metodologia Fifo. As

alternativas B e D estão incorretas, pois a definição que trazem é referente à me-
todologia Fefo. A alternativa E está incorreta, pois a definição apresenta o conceito
de codificação/identificação de materiais.
Tópico 6
1) A alternativa correta é a A, pois a nota fiscal de venda, emitida no momento da

venda da mercadoria, é o documento que permite a saída dos produtos do estoque.
A alternativa B está incorreta: não é necessário que ocorra emissão de nota fiscal
para que produtos sejam transferidos dentro do estoque – essa é uma questão in-
terna de organização. A alternativa C está incorreta, pois a nota fiscal de venda não
é utilizada para dar entrada em produtos adquiridos. Eles serão registrados com
base na nota fiscal de compra do estoque. A alternativa D está incorreta, pois a
nota fiscal de venda não tem a finalidade de identificar ou controlar a quantidade de
produto no estoque. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a nota fiscal, emi-
tida pelos vendedores no momento da venda, não tem relação com o controle ou a
gestão interna do estoque. Isso é relativo à organização da empresa e independe
da relação com o cliente no momento da venda.
Tópico 7
1) A gestão de estoque representa a capacidade da empresa de organizar e controlar

a quantidade de cada produto em determinado momento. Além disso, ela permite
que a companhia entenda seu mix de produtos e suas demandas, que, por sua vez,
vão determinar as necessidades de compra.

Tema 3: Faturamento
Tópico 1
1) Pode-se definir o faturamento como a soma de todas as vendas realizadas, de pro-

dutos ou de serviços, por uma empresa em determinado período. O faturamento é
importante para uma empresa, pois é um indicador do quanto ela obtém em recur-
sos financeiros a partir dos seus produtos.
2) A alternativa correta é a C. O faturamento de uma empresa representa o total de

vendas que ela realizou em determinado período.
A alternativa A está incorreta, pois a soma de todos os custos representa gastos

para a empresa, não seu faturamento (receita de vendas). A alternativa B está in-
correta: os serviços representam os itens ofertados pela empresa, para prestação,
mas não necessariamente são todos vendidos ou prestados e, portanto, não repre-
sentam obrigatoriamente o faturamento. A alternativa D está incorreta, já que as
despesas representam gastos que a empresa tem. Logo, ao somá-los, não encon-
traremos o faturamento. Por fim, a alternativa E está incorreta porque a soma de
custos e serviços não se iguala a faturamento – são conceitos diferentes.
Tópico 2
1) O sistema de cálculo do faturamento considera a quantidade de unidades vendi-

das, em determinado período, pelo valor unitário de venda. Ou seja, o resultado da
multiplicação da quantidade de unidades multiplicado pelo valor unitário de vendas
é o que gera o faturamento.
2) A alternativa correta é a B. O faturamento líquido é obtido quando deduzimos os

impostos do faturamento bruto.
As demais alternativas estão incorretas, pois não são o custo, as despesas, a recei-
ta ou as vendas, mas sim os impostos que devem incidir sob o faturamento bruto
para se obter o faturamento líquido. Lembre-se que a receita é, inclusive, parte do
faturamento, assim como as vendas, e não pode ser deduzida dele.
3) A alternativa correta é a A. Ao se estabelecer o porte de uma empresa, o Fisco

realiza o enquadramento tributário.
A alternativa B está incorreta: não é de responsabilidade da Receita Federal realizar

análises ou projeções sobre a continuidade da empresa no mercado. Isso faz parte
da estratégia interna de cada empresa. A alternativa C está incorreta, pois também
não é de responsabilidade da Receita Federal estabelecer políticas de gestão ou
ações socioambientais nas organizações – isso faz parte da estratégia e da política/
cultura de cada empresa. A alternativa D está incorreta: o Fisco não mede o porte
da empresa com base em seu faturamento líquido, que é o saldo do total de vendas
menos os impostos que incidem sobre elas. Por fim, a alternativa E está incorreta,
pois não é de responsabilidade da Receita Federal decidir se há necessidade de
contratação de pessoal. Essa é uma demanda a ser percebida pelos gestores da
empresa.

Tópico 4
1) Lucro é o resultado positivo da diferença entre o total faturado por uma empresa
ou um produtor menos os custos e as despesas obtidas em determinado período ou
em uma atividade específica. A diferença entre lucro e prejuízo é que o primeiro é
o resultado positivo entre as receitas menos os custos e as despesas, e o segundo
é o resultado negativo, ou seja, quando os custos e as despesas são maiores que
as receitas.
Tópico 5
1) A alternativa correta é a E. A nota fiscal documenta as transações que foram re-

alizadas e serve para que o recolhimento de impostos seja feito com base nas
informações nela contidas. A não utilização da nota fiscal para comercialização de
produtos e serviços é considerada sonegação fiscal, o que é penalizado por lei.
Tema 4: Gestão de resíduos

Tópico 1
1) A alternativa correta é a E, pois, de fato, todas as afirmações sobre a Lei n.º

12.305/2010 são verdadeiras.
Tópico 2
1) A alternativa correta é a D. Os 3 Rs são de Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Ou seja, re-

duzir o consumo de bens e serviços, com ganhos em eficiência no uso de recursos,
reutilizar embalagens e equipamentos, e praticar a reciclagem, a fim de reintroduzir
o material do resíduo em um novo ciclo de vida.
Tópico 3
1) O ciclo PDCA é um método gerencial composto de quatro fases representadas pe-

las letras P (planejar), D (fazer ou executar), C (checar ou controlar) e A (agir). O
ciclo se inicia com a etapa do planejamento, quando o gestor deve estabelecer os
objetivos e as metas a serem alcançadas. A segunda etapa é a da execução, quan-
do todas as ações planejadas são postas em prática pelos responsáveis, conforme
o plano e dentro dos prazos estabelecidos. A etapa C consiste na verificação, por
meio de indicadores, dos resultados apresentados na execução da ação (se estão de
acordo com as metas estabelecidas). Finalmente, na última fase, deve-se colocar
em prática ações corretivas que podem seguir dois padrões: a meta não é atingi-
da (os KPIs indicam um “desvio” e, então, é necessário retomar o planejamento e
redesenhar os processos, a fim de atuar na origem do problema) ou a meta é atin-
gida (procede-se à padronização daquele processo para garantir a continuidade da
condição de se atingir a meta).
O Programa 5S tem o intuito de auxiliar na organização e na limpeza dos ambien-

tes. No 5º Senso, especificamente, o senso de ordem mantida, prevê-se a busca

pela manutenção e melhoria da ordem das coisas e dos processos. Logo, o 5S pode
ser uma das ações incluídas no PDCA.
Na fruticultura, ambas as metodologias podem ser aplicadas em tarefas operacio-

nais. Desde o planejamento: “o que plantar? em que quantidade? quais técnicas?”;
a execução: “definir procedimentos no plantio, colheita, armazenagem”; o controle:
“avaliar qualidade das frutas, corrigir erros e reduzir desperdícios”, até a ação: “re-
alizar melhorias necessárias, aperfeiçoar processos, otimizar gastos”. Todas essas
ações, rente à uma aplicação do 5S, podem garantir manutenção e melhoria das
máquinas, de técnicas da fruticultura etc.
Tópico 4
1) A alternativa correta é a C. Resíduos de material lenhoso proveniente da reforma

de plantios podem ser queimados em caldeiras e fornalhas como uma ótima fonte
de energia térmica. Frutas em bom estado, mas impróprias para “mesa”, devido
a deformidades ou tamanho, podem e devem ser comercializadas como produtos
transformados/processados, tais como polpas, geleias, doces, desidratadas, secas
etc. Mudas atacadas por fungos ou bactérias devem ser incineradas com a finalida-
de de se eliminar foco de dispersão da doença. Material vegetal fino (folhas e galhos
finos) oriundos da poda não apresentam poder calorífico o suficiente para gerar
energia, além de ter alta umidade, o que diminui sua eficiência na queima. Por isso,
devem ser compostados ou mantidos no solo para ciclagem dos seus nutrientes.
Tópico 5
1) A alternativa correta é a D. A vantagem do monitoramento de áreas por drones

reside no fato de eles sobrevoarem uma área muito maior do que a que se poderia
fazer a pé ou com auxílio de um veículo. As demais opções citadas trazem vanta-
gens para outros processos da fruticultura.
Tópico 6
1) A alternativa correta é a D. Apenas as afirmações I e II são coerentes. A afirmativa

III estabelece que a educação ambiental não estaria associada à gestão de pesso-
as, o que é incorreto, visto que uma mudança cultural não se altera ou se implanta
com pouco tempo ou pouco esforço, e exige do gestor insistência e perseverança
na aplicação de ações educativas e constante monitoramento dos resultados. Para
tanto, a gestão de pessoas é essencial.
Tema 5: Auditoria de estoque

Tópico 1
1) A auditoria é uma técnica de verificação usada para realizar um exame sistemático

das atividades desenvolvidas na empresa. Seu objetivo é verificar se atividades
e processos, bem como normas e procedimentos, planejados previamente, estão
sendo executados e seguidos de forma adequada e em conformidade com os obje-
tivos para os quais foram criados.

2) As auditorias são importantes por serem um meio de identificação do que aconte-
ceu ou está acontecendo em determinado setor ou área e avaliação do funciona-
mento e dos controles. Assim, elas buscam proteger as empresas contra situações
de riscos no setor de produção, de fraudes e desfalques no setor financeiro. A prin-
cipal característica do trabalho da auditoria é a ênfase na análise de determinado
departamento ou setor, de modo a apoiar a empresa na tomada de decisão.
3) A alternativa correta é a C. A auditoria de estoques tem o objetivo de averiguar a

situação do estoque, o que possibilita o aperfeiçoamento de técnicas de estocagem,
armazenamento, controle etc.
A alternativa A está incorreta, pois a perícia extrajudicial não tem relação com ve-
rificação ou averiguação do estoque. A alternativa B está incorreta pois, apesar da
atualização tecnológica ser uma demanda importante para as organizações, não
representa uma técnica de verificação do estoque. A alternativa D está incorreta: o
inventário de estoques tem como foco a contagem e a verificação das quantidades
dos produtos. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a opção “averiguação de
entradas e saídas” é bastante ampla e não se aplica ou se direciona ao estoque.
4) A alternativa correta é a C. Norma é uma regra que deve ser respeitada e que per-
mite ajustar determinadas condutas ou atividades.
A alternativa A está incorreta, pois a auditoria realiza a verificação em registros, de-

monstrações financeiras, relatórios e controles gerenciais, com o objetivo de apre-
sentar opiniões e conclusões. A alternativa B está incorreta: procedimento é o modo
como algo é executado, ou seja, como é conduzido o processo. A alternativa D está
incorreta, pois a receita representa a soma de todos os recursos provenientes da
venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Por fim, a alternativa E está
incorreta, pois o inventário é uma ação prática para identificar, verificar e contar os
produtos que fazem parte do estoque.
Tópico 2
1) Rastreabilidade é a capacidade de poder rastrear o histórico de um produto, desde

sua produção, o que inclui as etapas de produção, até seu consumo. Ou seja, iden-
tificar e localizar um produto, as partes que o compõem, as etapas de produção,
o que foi necessário para produzi-lo, assim como por quem e em que condições o
produto foi transportado até o local final para ser utilizado.
Tópico 3
1) A alternativa correta é a B. O fluxograma de embalamento e as etapas envolvidas

são: colheita; transporte; recepção; processamento; produto acabado; armazena-
gem; comercialização; e processamento.
Tópico 4
1) A alternativa correta é a B. Quando se fala em avaliação de rendimentos, refere-se

aos controles que devem existir para medir a produção e a produtividade, tanto das
parcelas quanto dos colaboradores.

2) A alternativa correta é a E. As perdas podem ocorrer em qualquer uma das etapas
do gerenciamento do estoque: no processo de recebimento do produto, no manu-
seio ou no armazenamento.
Tema 6: Auditoria de controles e registros

Tópico 1
1) A alternativa correta é a B. Planilhas são estruturas de registro de dados que per-

mitem armazená-los de forma organizada, para fácil localização e interpretação,
desde que bem elaboradas. As demais alternativas estão incorretas, pois as plani-
lhas não são estruturas de sistemas, de auditorias, de gestão ou de comunicação.
Tópico 2
1) A alternativa correta é a C. O Kardex é um método de controle de estoque, que faz

uso de fichas de estoque.
A alternativa A está incorreta, pois a auditoria não representa um método de con-

trole de estoques, mas sim um conjunto de procedimentos para verificação e averi-
guação de práticas, documentos, estoques etc. A alternativa B está incorreta: pro-
cedimento é a ação de proceder ou a maneira de executar atividades, geralmente
de forma sequencial, que permite executar um trabalho de forma correta para obter
um resultado e/ou atingir uma meta desejada. A alternativa D está incorreta, pois
o controle é uma ação de monitorar de perto procedimentos, rotinas e setores da
empresa. Por fim, a alternativa E está incorreta: layout está relacionado à maneira
como máquinas, equipamentos e pessoas são distribuídos em um espaço físico.
Tópico 3
1) O relatório de auditoria tem por finalidade proporcionar uma interpretação clara

sobre como as operações, os processos, os controles e os registros da empresa es-
tão sendo executados, na medida do possível, sempre acompanhada por sugestões
factíveis para a solução dos problemas encontrados.
2) A alternativa correta é a D. O relatório de auditoria deve proporcionar uma inter-

pretação clara sobre como andam as operações, os processos, os controles e os
registros da empresa.
Tópico 4
1) A alternativa correta é a E. A etiquetagem das caixas é um método de rastreabili-

dade que se utiliza de códigos de barras para identificar o embalamento de caixas,
de forma que possa atender a normas de rastreabilidade de frutas. As demais al-
ternativas estão incorretas, pois se referem a outros métodos de rastreabilidade,
com exceção da auditoria, que não representa um método de rastreabilidade, mas
sim um conjunto de procedimentos para verificação e averiguação de controles,
documentos, estoques etc.

Tópico 6
1) A alternativa correta é a A. É na fase da prospecção que o produtor e o cliente en-

tram em comunicação e iniciam a discussão para concretizar o negócio. Essa etapa
é a de informação ou, como dizem os vendedores, a “fase do namoro”.
A fase descrita na alternativa B é a concretização da venda. A fase descrita na alter-

nativa C é a pós-venda. A definição presente na alternativa D não é uma etapa da
venda, e sim a definição de venda ativa. A definição presente na alternativa E não
é uma etapa da venda, e sim a definição de venda passiva.
Tópico 7
1) Os registros, desde que atualizados, permitem que sejam feitas auditorias perió-
dicas. Assim, pode ser verificado o que está sendo executado e se os resultados
dos processos estão de acordo com o planejado. Quando os resultados não são
atingidos, os registros são a primeira fonte de informação para entender por que
o resultado esperado não foi alcançado. Com isso, pode-se identificar fatores que
influenciam de forma negativa os processos.
Tópico 8
1) Melhoria contínua é uma prática adotada por diversas empresas que visam atingir
resultados cada vez melhores, nos produtos e serviços ou em seus processos in-
ternos. É um processo cíclico sem fim. Afinal, sempre há novas oportunidades de
melhoria para serem identificadas e colocadas em prática. Ela pode ser atingida
por meio de diversas metodologias e boas práticas organizacionais. Para aplicá-la,
é necessário ter atenção a alguns princípios, como foco, qualidade, padronização e
conhecimento técnico.
Tema 7: Controles administrativos e financeiros

Tópico 1
1) Toda empresa é feita por pessoas. Dessa forma, o capital humano se torna a maior
riqueza e a principal ferramenta para seu sucesso, principalmente em setores onde
a atividade demanda muita mão de obra, como é o caso da fruticultura.
2) A alternativa correta é a C. Conforme estudado, a liderança é a arte de comandar

e coordenar pessoas, atrai-las e influenciá-las de forma positiva.
As alternativas A, B e D estão incorretas, pois não representam uma “arte de coor-

denar pessoas”. A alternativa E está incorreta, pois a gestão de pessoas representa
todo um ramo da administração, que engloba, mas não se limita a coordenar pes-
soas.
3) A alternativa correta é a B, já que uma equipe é um conjunto ou grupo de indivíduos

aplicados na realização de uma mesma tarefa ou um trabalho.

A alternativa A está incorreta, pois auditores são profissionais da auditoria, que re-
alizam exames sistemáticos das atividades desenvolvidas em determinada empresa
para averiguar se elas estão de acordo com a legislação, as normas técnicas ou os
objetivos traçados. A alternativa C está incorreta, pois o líder é a pessoa que dirige
o grupo de indivíduos (equipe) de determinada empresa, setor ou outro ambiente.
O líder pode ser identificado em diferentes situações. A alternativa D está incorreta,
porque os colaboradores são os funcionários em determinada empresa, que não
necessariamente trabalham em um mesmo projeto ou setor. Por fim, a alternativa E
está incorreta, pois os gestores são líderes formalizados em determinada empresa
ou setor e dirigem o grupo de indivíduos (equipe).
Tópico 2
1) A alternativa correta é a A. A contabilidade é a ciência/área do conhecimento que

tem como objeto de estudo o patrimônio das organizações. Por meio das técnicas
de identificação, mensuração e divulgação, é possível controlá-lo.
A alternativa B está incorreta, pois a administração é responsável por gerir os re-

cursos humanos e materiais das empresas, a fim de atingir seus objetivos organi-
zacionais. A alternativa C está incorreta, pois a engenharia pode ser lida como a
utilização de habilidades técnicas e conceitos teóricos para desenvolver máquinas,
edificações ou quaisquer outros similares. A alternativa D está incorreta: a agri-
cultura rural se refere ao cultivo do solo, por meio de procedimentos, métodos e
técnicas próprias, que buscam produzir alimentos para consumo humano ou uso na
indústria. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a agronomia é uma ciência
agrária que se apropria de diversas áreas do conhecimento com o objetivo de atuar
na agropecuária e no agronegócio.
Tópico 3
1) A gestão de custos, para toda empresa, é de vital importância e se propõe a uma

serie de objetivos, como melhorar o nível das informações sobre desempenho das
atividades e o resultado dos rendimentos que a empresa está obtendo nas suas
operações; melhorar e otimizar o desenvolvimento das atividades e das operações;
com mais e melhores informações, poder realizar tomadas de decisão de forma
mais apurada; e conseguir definir a margem de lucro com melhor eficiência.
2) A alternativa correta é a B. Uma gestão de custos eficiente permite ao empreen-

dedor identificar oportunidades de investimento, aumentar a margem de lucro e
tomar decisões estratégicas.
Tópico 4
1) Medir o desempenho da empresa é fundamental para o sucesso de uma boa gestão,

pois permite saber se a empresa está atingindo as metas e o planejamento definido,
assim como identificar falhas que podem estar acontecendo nas atividades e ope-
rações, para, dessa forma, fazer os ajustes necessários e corrigi-las nos processos.

SGAN 601 MÓDULO K - EDIFÍCIO ANTÔNIO
ERNESTO DE SALVO - 1º ANDAR - BRASÍLIA
DISTRITO FEDERAL - CEP: 70830-021
FONE: + 55 61 2109 1300
ETEC.SENAR.ORG.BR
SENAR.ORG.BR

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MÓDULO ESPECÍFICO II

CONTROLE DA PRODUÇÃO DE FRUTAS

Curso Técnico EaD Senar

SENAR - Brasília, 2021

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Tema 1: Sistemas de gestão da qualidade �������������������������� 17

Tópico 1: Certificações/sistemas de qualidade �������������������� 18

1.1 Objetivos dos sistemas de certificação––––––––––––––––––––––––––– 19

1.2 Conceito de certificação––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 21

1.3 O que é necessário para obter uma certificação?––––––––––––––––––– 21

1.4 Benefícios da certificação–––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 22

1.5 Principais certificações para produtores e

Atividades de aprendizagem ����������������������������������� 32

Tópico 2: O uso de planilhas como ferramentas

2.1 As planilhas como sistemas de controle de registros–––––––––––––––– 34

2.2 A importância do preenchimento e da atualização das planilhas–––––––– 35

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 36

Tópico 3: Registros de processo ������������������������������� 36

3.1 A importância dos registros no processo–––––––––––––––––––––––––– 37

Tópico 4: Conceito de relatório �������������������������������� 37

4.1 Elaboração de relatórios–––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 38

Tópico 5: Identificação e elaboração de documentação técnica ������� 40

5.1 O que são procedimentos?–––––––––––––––––––––––––––––––––––– 41

5.2 Como elaborar uma norma ou um procedimento?–––––––––––––––––– 41

Atividades de aprendizagem ����������������������������������� 43

Tópico 6: Identificação e organização de documentos para a certificação 44

6.1 Introdução ao controle de documentos––––––––––––––––––––––––––– 45

6.2 Como organizar e arquivar os documentos da certificação–––––––––––– 45

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 47

7.1 Banco de dados como forma de gerenciamento dos registros––––––––– 48

Tópico 8: Treinamento e capacitação de pessoas na gestão da qualidade  49

8.1 A importância do treinamento e da capacitação

8.2 Principais treinamentos que todo funcionário

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 53

Encerramento do tema ��������������������������������������� 54

Tema 2: Estocagem ������������������������������������������� 56

Tópico 1: Controle de estoque: técnicas e normas ������������������ 58

1.1 Conceito e importância––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 58

1.2 Controles de estoque––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 59

Tópico 2: Procedimentos e práticas em gestão de estoques

2.1 Práticas de gestão e definição de procedimentos

2.2 Fluxo de entrada e saída de materiais ––––––––––––––––––––––––––– 62

2.3 Controle da movimentação do estoque––––––––––––––––––––––––––– 66

2.4 Balanço do estoque e posição físico-financeira––––––––––––––––––––– 67

2.5 Inventário do estoque–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 70

Atividades de aprendizagem ����������������������������������� 71

Tópico 3: Codificação/identificação de materiais ������������������� 73

3.1 Como fazer uma codificação de forma prática e

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 76

Tópico 4: Organização de estoque (layout Fifo/Lifo) ���������������� 76

4.1 A importância do layout e da separação por tipo de produto–––––––––– 77

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 79

Tópico 5: Elaboração de relatórios gerenciais ��������������������� 80

5.1 Os principais relatórios que um sistema de

6.1 Tipos de documentos importantes no controle de estoque–––––––––––– 82

6.2 Quando esses documentos devem ser emitidos?––––––––––––––––––– 84

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 84

Tópico 7: Influências da certificação no estoque ������������������� 85

7.1 Exigências da certificação no estoque–––––––––––––––––––––––––––– 86

Atividade de aprendizagem ������������������������������������ 87

Encerramento do tema ��������������������������������������� 87

Tema 3: Faturamento ����������������������������������������� 89

Tema 1: Sistemas de gestão da qualidade �� 17

Tópico 1: Certificações/sistemas de qualidade �� 18

Atividades de aprendizagem �� 32

Atividade de aprendizagem �� 36

Tópico 3: Registros de processo �� 36

Tópico 4: Conceito de relatório �� 37

Tópico 5: Identificação e elaboração de documentação técnica �� 40

Atividades de aprendizagem �� 43

Atividade de aprendizagem �� 47

Tópico 8: Treinamento e capacitação de pessoas na gestão da qualidade 49

Atividade de aprendizagem �� 53

Encerramento do tema �� 54

Tema 2: Estocagem �� 56

Tópico 1: Controle de estoque: técnicas e normas �� 58

Atividades de aprendizagem �� 71

Tópico 3: Codificação/identificação de materiais �� 73

Atividade de aprendizagem �� 76

Tópico 4: Organização de estoque (layout Fifo/Lifo) �� 76

Atividade de aprendizagem �� 79

Tópico 5: Elaboração de relatórios gerenciais �� 80

Atividade de aprendizagem �� 84

Tópico 7: Influências da certificação no estoque �� 85

Atividade de aprendizagem �� 87

Encerramento do tema �� 87

Tema 3: Faturamento �� 89

Tópico 1: Conceito e importância �� 90

Atividades de aprendizagem �� 92

Tópico 2: Como se calcula o faturamento? �� 93

Atividades de aprendizagem �� 98

Tópico 3: O faturamento como um processo �� 99

Tópico 4: Faturamento e lucro �� 101

Atividade de aprendizagem �� 105

Tópico 5: O que é nota fiscal e para que serve? �� 106

Atividade de aprendizagem �� 114

Encerramento do tema �� 114

Tema 4: Gestão de resíduos �� 116

Tópico 1: Bases legais e normativas �� 118

Atividade de aprendizagem �� 124

Tópico 2: Resíduos e poluição: impacto ambiental e mitigação �� 125

Atividade de aprendizagem �� 133

Atividade de aprendizagem �� 141

Tópico 4: Gestão ambiental com enfoque nos resíduos �� 142

Atividade de aprendizagem �� 144

Atividade de aprendizagem �� 150

Tópico 6: Educação ambiental �� 150

Atividade de aprendizagem �� 154

Encerramento do tema �� 155

Tema 5: Auditoria de estoque �� 157

Tópico 1: Controles de entrada e saída �� 159

Atividades de aprendizagem �� 164

Tópico 2: Rastreabilidade �� 165

Atividade de aprendizagem �� 170

Tópico 3: Controle de entrada e saída de embalagem �� 170

Atividade de aprendizagem �� 174

Tópico 4: Rendimentos e perdas �� 174

Atividades de aprendizagem �� 178

Tópico 5: Balanço de estoque (inventário físico) �� 179

Encerramento do tema �� 181