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APLICAÇÕES FILOSÓFICAS
ARTIGOS
PREFÁCIO
A pedra bruta é a pedra de cantaria, que é uma pedra própria para ser
esquadrejada e usada nas construções, já que só a pedra esquadrejada cúbica,
ou em forma de paralelepípedo – é que encaixa perfeitamente nas construções,
sem deixar vãos. Os homens que nela trabalhavam eram os canteiros, ou
esquadrejadores da pedra, os quais a transformavam na pedra cúbica. Daí os dos
símbolos em Loja, já que praticamente tudo o que fazemos, hoje, tem sua origem
nas organizações dos franco-maçons de ofício, ou operativos, como a dos
canteiros. (José Castellani)
INTRODUÇÃO
nos Augustos Mistérios da Maçonaria, a apresentação do seu
Para os iniciados
primeiro trabalho é um passo de valor imensurável, por tratar da importância de
pesquisar, comparar obras de mais de um autor, tirar conclusões próprias,
externar o que pôde aprender e o que progrediu com os ensinamentos prestados
pelos irmãos de Loja.
O tema escolhido é palpitante haja vista sua aplicabilidade tanto no meio profano
como na maçonaria simbólica, de vez que podemos verificar desde as mais
antigas civilizações já se faziam menções sobre as pedras, que ao longo do
tempo foram utilizadas das mais diversas formas para expor o pensamento
humano, seja ele religioso como filosófico. Não obstante a maçonaria especulativa
muito sabiamente aproveita esses conceitos retirados das pedras a expressão
marcante e lança ensinamentos para todos seus membros, desde sua iniciação.
DESENVOLVIMENTO
A história da humanidade desde seu inicio tem um vínculo forte com as pedras. O
homem das cavernas descobriu-as como grandes aliadas. A pedra foi utilizada
para vários fins seja como arma ou outra ferramenta qualquer que facilitara a vida
de nossos ancestrais.
O tempo foi passando e o homem evoluía cada vez mais, seus aprendizados
foram aprofundando-se, até que adquiriu o domínio de várias técnicas, as quais
eram vitais para sua sobrevivência. Essas técnicas deram origem a ciência,
produto do intelecto humano, como somatório dos conhecimentos adquiridos.
Ainda em sua primitividade o homem, por seus caracteres que diferem dos outros
animais (corpo, alma e mente), sentia a necessidade de comunicar com o ser
superior, pois percebia em sua espiritualidade que foi criado, logo, desse
sentimento nasceu a religião que era manifestada de forma muito variada
conforme cada região onde habitava.
As pedras dentro da religiosidade têm um valor sem par, elas eram erigidas para
representar seus deuses. E vemos que de simples pedras não-talhadas,
gradativamente os homens foram utilizando pilares lavrados e depois para
colunas talhadas esculturalmente segundo a semelhança de animais ou homens
destinados a tornarem objetos de reverência e culto como representação de
deuses, que por sua solidez e durabilidade servia para sugerir o poder e a
estabilidade de uma divindade.
O culto utilizando pedras tem sido rastreado em quase todas as regiões da terra e
entre quase todos os povos bárbaros. A Bíblia Cristã, desde o livro do Gênese até
o Apocalipse, faz alusões às pedras, vejam alguns exemplos:
Em Gênese, capítulo vinte e oito, versículo dezoito, lemos: “No dia seguinte
pela manhã, tomou Jacó A PEDRA sobre a qual repousara a cabeça e a erigiu
em Estela derramando óleo sobre ela;
Ao passo que Pedro foi chamado CEPHAS, quer dizer PEDRA, pelo próprio
Jesus em Mateus, capítulo vinte e seis, versículo dezoito.
Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos da correlação homem e pedra,
presente na cultura religiosa que é a mais antiga manifestação circundada na vida
humana. Assim também para a maçonaria as pedras têm um valor imensurável,
posto que a própria origem desta instituição tenha muito haver com elas, uma vez
que é herdeira o conhecimento de várias associações de construtores,
principalmente daquelas manifestada durante a Idade Média. A representação
simbólica das pedras está intimamente ligada com a vida de um maçom, desde
sua iniciação, seu primeiro trabalho realizado à frente do irmão primeiro vigilante,
onde ele ainda não percebe a riqueza existente nesse gesto.
Como a perfeição é infinita e seu absoluto é inacessível, o que nos resta fazer é
tão somente aproximar da perfeição ideal, por etapas de progresso,
desenvolvendo-as através de sucessivos graus de perfeição relativa. O próprio
reconhecimento de nossa imperfeição por um lado e de outro um ideal desejado
são as primeiras condições indispensáveis para que possa existir o trabalho de
desbaste. Se o Aprendiz souber relevar, quando algum irmão o aborrecer, estará
retirando uma aresta, se ele usar o exercício da tolerância contra as agressões,
mais arestas caem. O construir, o participar, o contribuir e o atender são atributos
que também retiram arestas.
Esse trabalho deve ser uma contínua rotina em nossas vidas, uma vez que a
necessidade de aprimoramento seja ele intelectual; espiritual ou psíquico faz parte
da natureza humana para atingir novos paradigmas do verdadeiro progresso, a
serviço da própria humanidade que vai adentrando por séculos e séculos
cumprindo seu destino. Pois somos degraus na cadeia da divindade, e cada
degrau sustenta um e é sustentado por outro, o ser evolucionado além de limpar e
polir seu degrau tem também o dever de contribuir para a limpeza dos outros,
para que nada de feio se veja, assim estaremos evoluindo e colaborando para a
evolução do todo, pois “o todo é muito maior que a simples soma das partes”.
CONCLUSÃO:
O valor alegórico inspirado nas pedras, desde os primórdios tempos, é refletido
para toda a existência, que o homem moderno precisa obter os ensinamentos que
elas – as pedras proporcionam, a fim de melhorar sua própria vida, para contribuir
na construção de uma sociedade centrada nos bons costumes. Desta forma, faz-
se necessário buscar incessantemente o aprimoramento individual e coletivo, quer
nos trabalhos das oficinas, nos encontros fraternos, na aplicação da doutrina, no
ensinamento geral a que todos abrangem, nas ocupações do mundo profano, que
o maçom cumpre integralmente sua finalidade na sociedade humana.
Bibliografia:
Constituição
do Grande Oriente do Brasil
Ritual (REAA) 1º Grau – Aprendiz
Enciclopédia Barsa
Bíblia Sagrada
Enciclopédia da
Sociedade de Ciências Antigas