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Cantiga de amigo
Lê a cantiga de João Airas de Santiago. Caso seja necessário, consulta as notas.
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miscrar: introduzir a discórdia (por intrigas); 6
tam gram sabor há: tem tanta vontade, gosto;
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fazer pesar: desagradar, causar sofrimento; assaca: imputa caluniosamente alguma coisa a alguém, atribui
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pesa-lh'end': isso custa-lhe; injustamente ou sem fundamento;
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al: (frases negativas) mais nada; al: tudo o resto;
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lum': luz; 9
quant'i há: o que se passa.
3. Com base na globalidade da cantiga, enuncia as razões que, na perspetiva do sujeito poético,
estão na base da denúncia que foi feita. Ilustra a resposta através de transcrições textuais.
Na perspetiva do sujeito poético, esta denúncia foi feita por alguém que queria fragilizar a sua relação com o amigo: «por
mi miscrar convosco» (v. 2). Com efeito, a donzela acusa esta figura de sofrer pelo facto de esta ser amada pelo seu amigo
e de não encontrar alternativa a não ser contar mentiras sobre ela: «Alguém sabe que mi queredes bem / e pesa-lh'end' e
nom pod'al fazer / senom que mi quer mentira põer» (vv. 7-9).
4. Tendo em conta a terceira cobla, aponta as características que a donzela atribui à figura que a
caluniou. Fundamenta a resposta através de uma transcrição textual.
Na terceira cobla, a donzela afirma saber exatamente quem a caluniou, descrevendo essa figura como alguém que
tem prazer em mentir e que não não teme Deus: «E bem sei de quem tam gram sabor há / de mentir e nom teme
Deus nem al» (vv. 13-14).