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Vez e voz às crianças!
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Antônio Pereira da Costa Neto, 8 anos

E D IT O R IA L
ORALIDADE E ESCRITA NA ARENA
Por Dagoberto Buim Arena

As relações entre oralidade e escrita, entre partida para a recriação dos sentidos em uma
textos orais e textos escritos, entre as unidades distinta construção, a da sintaxe da escrita. Ambos
da oralidade e as da escrita, permanecem como trocam sentidos, léxicos, posições sintáticas de
foco de preocupações dos professores alfabeti- palavras, entonações e pontuações, sem que
zadores indecisos a respeito de quais relações percam suas características próprias.
devem destacar entre os aspectos de uma e de Na seção Eu faço assim, alunas de peda-
outra linguagem. gogia da Universidade Federal de Uberlândia
A cultura escolar europeia, desde o século narram suas experiências com uma mesma
XIX, prioriza o ensino da linguagem escrita como proposta de criação de textos orais, em distintas
registro de marcas gráficas que correspondam a regiões do país, e a sua recriação na modalidade
elementos da pronúncia. A cultura escolar brasi- escrita de linguagem.
leira, parte dessa correia de transmissão, incor- Os textos orais fornecem material lexical,
porou e recomendou essa conduta ao longo do semântico e sintático para a criação do texto
século XX. escrito, diferentes todos uns dos outros na elabo-
Criadas ao longo dos anos, as raízes meto- ração, nas escolhas e na disposição de palavras,
dológicas dificilmente se deixam ser arrancadas mas cada um preserva os traços próprios de varie-
para que os ventos frescos tragam outras novas e dades linguísticas regionais encontrados na orali-
promissoras sementes. Mas semear é necessário dade e na escrita.
para a colheita de melhores frutos. As leitoras e leitores deste boletim encon-
Nessa trilha, avançam os temas debatidos trarão na seção dedicada a metodologias boas
neste boletim nas duas seções dirigidas direta- pistas para uma prática metodológica que pode
mente aos professores. O texto oralmente criado levar as crianças a entenderem a autonomia entre
pela boca de brasileiras e de brasileiros, de regiões uma e outra modalidade e as trocas feitas entre
diferentes do país, com traços próprios de seus uma e outra, sem que percam a sua identidade,
falares, ao ganharem outra vida pelos caracteres uma no mundo da oralidade, em que o ouvido é
registrados em um suporte, ganham outra exis- o alvo, e a outra no mundo da escrita, em que os
tência ou apenas transcrevem o ouvido? olhos ocupam o lugar de destaque.
Os textos orais criados por falares distintos,
com sua sintaxe e léxico próprios, são ponto de
NÃO SE ESCREVE COMO SE FALA, NEM TAMPOUCO SE FALA E SE ESCREVE
SEMPRE DA MESMA MANEIRA
Por Adriana Pastorello Buim Arena

Por ser professora, sei que a vida escolar empurra também é possível, embora tenham configurações muito
a gente para lados que não queremos ir. Às vezes nem diferentes.
temos certeza de que lado estamos. Na batalha do dia a Um grupo que se coloca na defesa de uma alfa-
dia também me sinto perdida diante das classes lotadas, betização construída com base nas produções textuais
da imposição dos parâmetros da BNCC que nos limitam, das crianças, que sejam realmente significativas para
do espaço físico inadequado, da escassez de material, elas, porque cheias de vida, precisa preparar aulas e
de bons livros. Como se diz em bom mineirez, falar de nelas ensinar que os autores de textos, que já não estão
minha segunda terra amada, “Num sei ondi cô tô, nem nos bancos escolares, não obedecem à consciência
pra ondi cô vô!” Na verdade, somente me reencontro fonológica ao produzi-los.
quando saio do cotidiano alienante e pego o prumo A maneira como o ensino e a aprendizagem acon-
novamente com a ajuda das reuniões de estudo e de tecem na área da linguagem escrita está diretamente
trocas com minhas parceiras de trabalho. Para mim, o ligada à natureza do objeto de ensino. Por isso, é preciso
coletivo importa, e muito!!! Sem ele somos nada. compreender relações entre a linguagem escrita e a
A primeira discussão que precisamos enfren- linguagem falada para, então, pensar práticas pedagó-
tar para tomar um outro rumo, diferente daquele que gicas adequadas.
tivemos nos bancos escolares quando éramos crianças, Tomo como referência, para a continuidade desta
é pensar: “O que esperamos da escola? Queremos que reflexão, Calvet (2011) e Marcuschi (2004). Não os repro-
ela seja como o bom forno, que deixa os pãezinhos duzo, apenas me inspiro nos livros citados. Eles me
assados na medida certa, uniformizados na textura e fizeram pensar o que aqui escrevo. Quero com este
crocantes, prontos para o consumo? Ou que seja a porta texto, e com a proposta pedagógica apresentada por
de entrada para o mundo da cultura escrita, onde a minhas alunas na seção Eu faço assim, demonstrar
história nunca termina, e precisa de novas mãos para que é possível ensinar para as crianças do ensino fun-
continuar sua infinita construção, pela qual são produ- damental as diferenças entre as duas modalidades da
zidos os bens maiores da humanidade?” Integrar-se à linguagem, a falada e a escrita, em atividades de refle-
cultura é participar da produção dela. xão sobre diferentes falares brasileiros anunciando o
Os alunos não saem prontos, dessa escola mesmo evento, e também a atividade de retextualização
que lhes oferecemos, para construir cultura, porque o (Marcuschi, 2004), ou seja, a atividade de transformar
processo de aprendizagem da linguagem escrita não um texto oral em um escrito.
é como o de osmose na biologia, em que a água se Neste espaço me ocuparei apenas em demonstrar
move, sem gasto de energia pela célula, do meio menos o processo de retextualização proposto por Marcuschi.
concentrado para o mais concentrado, por uma mem- Para tanto, é preciso refletir sobre algumas premissas
brana permeável. Os alunos não sairão do lugar em que que embasam essa ação pedagógica. 1. Não se prioriza
se encontram na aprendizagem da linguagem escrita, o o ensino da escrita pela escrita, sem considerar sua
de não saber produzir um enunciado, para o lugar de relação com os sentidos criados na oralidade. 2. As
autor de textos significativos sem que haja muito gasto diferenças decorrem, no processamento da linguagem
de energia por parte dos professores e deles mesmos. escrita, da intenção do autor de incorporar traços da ora-
Ou melhor dizendo, uma criança que fala fluentemente lidade dos falares, tal como a sintaxe e léxico próprios.
na sociedade em que vive não chega na escola com 3. As atividades pedagógicas devem proporcionar aos
o conhecimento de que os sentidos da linguagem oral alunos o entendimento de como se realizam, se cons-
podem ser representados na escrita e que o contrário troem e se formulam os textos escritos tendo como
referência os orais e suas particularidades de falares. para mim”. Essas orientações docentes, com o intuito
4. O aluno está na escola para refletir sobre a linguagem de ajudar o pequeno aprendiz da linguagem escrita,
em suas duas modalidades, mas prioritariamente para podem limitar seu processo de aprendizagem, já que
aprender a modalidade escrita. não é possível escrever da forma como se pronuncia,
Passemos a analisar um exemplo de como a e muito menos transcrever um texto falado e acreditar
retextualização é um importante meio para o processo que haverá sua versão escrita.
de compreensão de que não escrevemos do jeito que
falamos. O contexto da produção dos dados foi o de Texto escrito - processo de retextualização
uma situação discursiva informal, em que P é uma jovem
de 25 anos, graduanda do curso de Pedagogia e C é Eu fui ao Camaru com minha família. Nós fomos
uma criança de 9 anos, que atualmente cursa o 4° ano passear e ver as vacas, algumas tinham chifres e outras
do Ensino Fundamental I. não. Eu me lembro de ter vacas grandes e uma delas
Para que a reflexão sobre as diferentes formas de quase deu um coice em um homem. Passei a mão em
organização dos enunciados falados e escritos se mate- um boi pela primeira vez. Depois de ver as vacas, nós
rializassem para a criança, a estudante gravou o diálogo vimos os cavalos, as cabras e pôneis. Minha mãe ficou
que teve com C. Eles conversaram sobre um passeio apaixonada por uma égua que se chamava Bolinha.
da criança em um parque de exposições, Camaru, na Quando estávamos indo embora, a mamãe comprou
cidade de Uberlândia, MG. Dois dias depois da grava- pastel para mim e maçã do amor para meu irmão.
ção, a transcrição do áudio foi a ela apresentada.
A estudante agiu como professora, conduziu o
Transcrição do texto falado olhar de C. para a eliminação de marcas estritamente
orais e o ajudou a incluir pontuação. Ponderou com ele
(P) Fiquei sabendo que você foi no Camaru o apagamento de repetições, redundâncias, autocor-
ontem:: O que você fez de bom lá? reções e sugeriu substituições. Organizaram em pará-
(C) Eu fui no Camaru e:: fui lá vê as vaquinha... grafos os turnos da fala. Brincaram com o léxico: u::ma
fui lá... fui vê... algumas tinha chifre:: é algumas tinha quase deu u::ma pernada num homem / e uma delas
chifre, algumas não; umas era gra::nde; u::ma quase quase deu um coice em um homem; e com a estrutura
deu u::ma pernada num homem e:: também quando nóis sintática: e eu passei a primeira vez num boi a mão
foi embora a mamãe deu quer dizer comprou pastel... cabeça... não perai... ai... não lembro, mas passei a mão
e nóis viu os cavalinho, adivinha o que tinha? Ca::bra... num boi. / Passei a mão em um boi pela primeira vez.
(P) Que legal né? É cabra Davi então:: Não podemos medir quantitativamente o que ensi-
(C) É. Meu irmão não quis, então minha mãe namos e o que o aluno aprendeu. A complexidade do
comprou uma maçã:: do amor entendeu? E:: eu vi um:: universo da linguagem escrita está em sua natureza de
um brinquedo gigante lá no:: Camaru... e também:: tinha enunciado irrepetível, mas podemos promover o envolvi-
um cavalinho pônei lá.. tinha né, tinha. Minha mãe ficou mento da criança na participação da criação da cultura
apaixonada na bolinha e eu passei a primeira vez num escrita, provocando sua curiosidade, seu interesse e sua
boi a mão cabeça... não perai... ai... não lembro, mas expectativa de produção. É preciso pensarmos juntos;
passei a mão num boi. fazermos juntos.

Entregar a transcrição impressa do seu texto Referências


oral tinha como propósito levar o aluno a pensar sobre
as duas modalidades da linguagem: a oral e a escrita. CALVET, L. J. Tradição oral e tradição escrita. São
Assim, a criança entenderia que o texto oral se orga- Paulo: Parábola, 2011.
niza diferentemente do texto escrito. Essa atividade foi
planejada com o intuito de provocar o aluno para que MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades
rompesse uma ordem escolar que nele já estava incor- de retextualização. São Paulo: Cortez, 2004.
porada - “escreva do jeitinho que você está contando
O ENUNCIADO IRREPETÍVEL NA LINGUAGEM FALADA
Por Bianca de Sousa Cardoso, Lívia Vasconcelos Melo e Patrícia Fernanda Rodrigues Manuel

Somos alunas do curso de Pedagogia da de sua origem. Obtivemos três áudios de diferen-
Universidade Federal de Uberlândia – UFU, por- tes regiões do país: Xingó - AL, Santa Luz - BA e
tanto em processo de formação inicial. Na disci- Laranjeiras do Sul - PR. Transcrevemos as falas de
plina Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa, cada uma, identificadas como A, B e C e inserimos
ministrada pela professora Adriana Pastorello Buim o link correspondente para cada áudio.
Arena, não lemos apenas textos acadêmicos, mas
colocamos em prática propostas e pressupostos O encontro-aula
estudados, debatidos e refletidos. Queremos com-
partilhar com vocês o passo a passo de uma ati- Os alunos têm o direito de saber o objetivo
vidade que desenvolvemos com um menino de 8 de cada aula da qual participarão como pessoas
anos ao qual nomearemos P. para preservar sua ativas e, além disso, as mais interessadas no pro-
identidade. cesso. Então, comecemos pelo começo! Não faz
Tínhamos como objetivo mostrar diferentes sentido deixar as crianças às cegas fazendo uma
falares regionais para suscitar a reflexão sobre sequência de atividades, até então sem sentido,
como se dá a construção de um enunciado falado para descobrir por si só, ao final dela, o que se
sobre um mesmo evento, por diferentes pessoas, pretendia. Se isso acontece com adultos, logo
tanto em sua composição sintática, quanto no uso reclamamos: Ora, porque não nos foi avisado de
de vocabulário específico de cada cultura regional. que assim seria?! Se o adulto não gosta, a criança
Desta forma, demonstraríamos como a linguagem também não!
é irrepetível na construção dos dizeres. Sendo assim, foi explicado o objetivo e o con-
Para que isso realmente acontecesse seria teúdo que trabalharíamos. Primeiramente, o aluno
necessário que tivéssemos a possibilidade de tra- ouviu os três áudios, depois apresentamos suas
balhar mais tempo com ela, mas isso seria apenas transcrições correspondentes. Repetimos o áudio
possível no contexto da sala de aula. Entretanto, com a transcrição em mãos. Pedimos que você,
mesmo sendo uma atividade exploratória de alunas leitor, faça o mesmo processo ao ler este boletim:
em formação inicial, julgamos que as atividades clique no link e ouça o áudio, e em seguida faça a
contribuíram muito para o desenvolvimento de P. leitura da transcriação.
Esperamos que elas sirvam de inspiração para
professoras que estão nessa lida diária. A - Laranjeiras do Sul–PR:
https://drive.google.com/file/d/1TKAM-
Planejamento e construção do material boRlq6FucE_8Is_ysPLHyP69GptL/
view?usp=sharing
Iniciamos a construção dos materiais que uti- “Paty, você lembra daquele piá? O João, filho
lizaríamos no encontro com a criança. Para tanto, da Maria? Esses dias eles foram pro sítio, aí che-
foi preciso pensar em uma estratégia que envol- garam lá o piá resolve de trepar num pé de ber-
vesse variações linguísticas regionais para que o gamota, tava lá em cima, resvalou, caiu no chão,
tema da organização do texto falado viesse à tona deu um taio no joelho. A mãe dele saiu lá fora pra
durante a discussão. Então, criamos o seguinte ver onde que ele tava, ele vinha berrando que deu
enunciado: “O João, levado como é, subiu no pé um taio no joelho e que foi feio de ver.”
de mexerica. Caiu no chão e esfolou o joelho. Saiu
chorando e foi para casa”. B - Santa Luz–BA:
Pedimos que três pessoas conhecidas https://drive.google.com/file/d/1KxPk-
fizessem a narração deste mesmo fato, de acordo 6F4kiC17tYIxHxDExHUvHLnBetXg/
com o sotaque e as escolhas lexicais da região view?usp=sharing
“Paty, bom dia, tudo bom? Tu lembra de João, filho que o texto falado se constrói face a face com
de Josefa? Aquele menino danadinho que eu falei o outro-ouvinte, por isso ele tem características
que tava olhando? Então, ele inventou de vim aqui distintas do texto escrito, que pressupõe também
pra cada de vó, subiu num pé de tangerina, a pois uma outra pessoa-leitora, mas em um lugar e um
caiu e lascou o joelho todinho, rasgou o joelho, tempo distantes daquele em que se escreve.
machucou o joelho todinho. Aí, o menino deixa
de ficar aqui comigo, saiu correndo no meio da
rua chorando, foi pra casa dele. Agora tu viu um “É preciso colocar em
negócio desse, o menino sobe no pé de pau, cai e
sai correndo, os povo vai achar o que? A pois eu evidência e em comparação
falei com a mãe dele que não quero cuidar dele
mais não, olha um menino vei doido vei ta me... Ah
as condições de produção
pois eu falei com a mãe dele que não quero cuidar da linguagem falada e
dele mais não, olha um menino vei doido vei ta me
deixando doida já também, quero mais não.” da escrita.”
C - Xingó–AL: E foi exatamente para chegar a isso que esta
https://drive.google.com/file/d/1fHVML_ atividade foi preparada. O planejamento foi essen-
UWyXaDxc3sk9OPB9jdAXnYaL4l/ cial, porque nenhum livro didático traz esse riquís-
view?usp=sharing simo material falado. P. chegou à conclusão, com
nossa ajuda, de que a produção do texto falado é
“Mulher, sabe João, o filho de Maria? Aquele coletiva e imediata, que existe a possibilidade de
menino danado foi subir num pé de tangerina aí reformulação do dito tanto pelo falante como pelo
levou uma queda, arralou o joelho todinho, saiu ouvinte, que não há consultas a outros textos ou
gritando, se esgoelando pra casa. Tu acha? Menino suportes, que o planejamento do que se pretende
danado da gota.” falar é simultâneo à fala, que não existe possibi-
lidade de apagamento do dito, que se pode redi-
Apresentados os áudios e as transcrições, mensionar o entendimento do texto falado a partir
conversamos sobre os três textos falados, suas das reações do falante ou do interlocutor. (Fávero;
diferenças e semelhanças. P. conseguiu identifi- Andrade; Aquino, 2005).
car que se tratava do mesmo assunto, identificou Em atividades de retextualização, como foi
palavras diferentes e reconheceu que a organiza- explicado na seção De professor para professor,
ção da estrutura do enunciado se modificava em coloca-se o contexto de produção da linguagem
cada caso. Entretanto, ele dizia algo curioso, e não escrita em evidência, e em comparação com a lin-
esperado por nós, que achava mais certo o áudio guagem falada. As duas atividades apresentadas
C. Chegamos à conclusão de que esse posicio- neste boletim devem caminhar juntas.
namento foi dado porque as escolhas lexicais e o Sabemos que não seria possível ensinar
sotaque dessa pessoa são os que mais se aproxi- tanto em tão pouco tempo, mas julgamos que a
mam da sua maneira de falar. atividade despertou nessa criança um olhar para
A escola e a sociedade estimulam sempre a natureza complexa e irrepetível da linguagem
a cisão entre o certo e o errado. Até mesmo para falada.
adultos que nunca foram levados a pensar sobre
a natureza da linguagem, é difícil abandonar pre-
conceitos que foram instalados em nós desde que
éramos criança. Por meio dessa atividade, emer-
gem temas importantes do contexto do ensino da Referência
linguagem falada que não podem ser ignorados na
prática pedagógica, como o preconceito linguístico, FÁVERO, L. L.; ANDRADE, M. L. C. V. O.; AQUINO,
diferentes sotaques que a mesma palavra tem na Z. G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o
boca do outro e, principalmente, a evidência de ensino de língua materna. São Paulo: Cortez, 2005.
LITER ATUR A NA R ODA mestra e doutoranda do Programa de Pós-Gradua-
ção em Educação da Unesp de Marília – Professo-
A obra “O muro no meio do livro” leva uma ra Gisele Cabral, de elaborarem um livro de contos
mensagem atemporal de combate ao preconceito e de aventura.
à forma como nos enxergamos melhores que o outro. Por meio da adesão à proposta, as crianças
Ao contar a história de se tornaram autoras e ilustradoras de uma obra
um pequeno cavaleiro publicada, pois além dos contos de aventura, as
que está confiante de crianças fizeram as ilustrações do livro e de sua
que o muro o protege dos capa.
muitos perigos do outro
lado, tais como: um tigre
faminto, um rinoceronte
gigante e o do pior perigo
de todos, um ogro terrível
que seria capaz de comê-
-lo com uma mordida, o
livro explica como nem tudo é o que parece ser.
Com sutileza e com muito humor, a obra do autor-
-ilustrador Jon Agee mostra que em vez de muros
é necessário construirmos pontes.

NAHUM, PR ESENTE! A Turma, que obteve uma alfabetização hu-


manizadora por meio da criação de enunciados
No dia 13 de dezembro de 2022, os membros desde o início de sua trajetória nos Anos Iniciais,
fundadores do NAHum – Dagoberto Buim Arena e encerra esse ciclo ao participar de todo o processo
Stela Miller - estiveram presentes no lançamento do de publicação de uma obra – idealização, criação
livro “No meio dos quinze contos de aventura tem de inúmeras versões, criação das ilustrações, re-
um pé de imaginação!”, organizado pela Professora visão final dos contos, publicação, lançamento e
Gisele de Assis Carvalho Cabral e prefaciado pela sessão de autógrafos.
Professora Doutora Érika Kohle, diretora da EMEI Na manhã do dia 13/12/2022, os gestores
“Favo de Mel”. Fábio Borges e Thais Castro, com os funcionários
da escola, organizaram o espaço da biblioteca para
a sessão de autógrafos que contou com a parti-
cipação dos familiares das crianças autoras, de
alguns professores e funcionários da escola e dos
membros do NAHum.
Em diálogo com a equipe do NAHum, a pro-
fessora ressaltou que sua maior alegria se realiza-
va ao ver as crianças felizes. E, ainda, evidenciou
que a publicação do livro foi possível porque teve
total apoio dos familiares, que abraçaram a ideia e
financiaram a compra dos exemplares, e das crian-
A publicação do livro da turma do 5°C da ças, que se engajaram desde o início do processo
EMEF “Professor Antônio Ribeiro”, localizada na de escrita.
Zona Sul de Marília, materializou a proposta da
Expediente e atendimento ao leitor pelo site: https://nahum-lescrever.com.br/
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