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LICENCIATURA EM ECONOMIA

CONTABILIDADE II

Contabilidade II (LEC110)

IV. Consolidação
de contas

III. Consolidação de Contas

 1. Perímetro de consolidação
 2. Métodos de consolidação
 3. Alguns ajustamentos

1º ANO ANO LECTIVO 2007/2008


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CONTABILIDADE II

1. Perímetro de Consolidação

 A definição do perímetro de consolidação

 Deve-se considerar apenas, no conjunto consolidado, as empresas


sobre as quais a sociedade-mãe, exerce unicamente uma influência
forte e desempenha, portanto, um papel na sua gestão.

 Esta questão está ligada à da definição de controlo. É preciso


determinar o grau de influência que exerce a empresa-mãe sobre as
empresas em causa.

 Na maioria dos casos existe a percepção que o poder de controlo


depende directa e proporcionalmente da percentagem de capital detida.
No entanto, convém distinguir:
 Percentagem de controlo;
 Percentagem de participação.

1. Perímetro de Consolidação

 Percentagem de controlo
 Exprime o grau de dependência das sociedades participadas
relativamente à sociedade-mãe. Representa a % de capital que a
empresa participante (sociedade-mãe) consegue controlar (directa ou
indirectamente).

 Percentagem de participação
 Exprime a fracção de capital detida directa ou indirectamente na
sociedade dependente. Na prática representa a % do património da
sociedade detida que é pertença da sociedade-mãe.

1º ANO ANO LECTIVO 2007/2008


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1. Perímetro de Consolidação

 Alguns exemplos
 Exemplo A 60% 25%
B

20%
A D

70% 20%
C

 Percentagem de participação de A em D
 Directa 20%
 Por intermédio de B (60%x25%) 15%
 Por intermédio de C (70%x20%) 14% 49%
 Percentagem de controlo de A em D
 Directa 20%
 Por intermédio de B 25%
 Por intermédio de C 20% 65%

1. Perímetro de Consolidação

 Exemplo B
B C
30% 40%
20%
70% 10%
A Y Z
60%
40% 30%
X D

Nota: As acções de X detidas por D detém um direito de voto duplo


Sociedade % participação em X % controlo de X
A 70% x 40% = 28 % 40% / 130 % = 31 %
B 20% +30% x 40% = 32 % 20% / 130 % = 15 %
C 40% x 10% =4%
D 30% + 60% x 10% = 36 % (2x30% + 10%) / 130 % = 54%
Total 100% 100%

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1. Perímetro de Consolidação

 Por fim convém referir que:

 A determinação da percentagem de controlo deveria efectuar-se tendo


em conta o grau de dispersão das acções e do grau de presença, de
coesão e de participação dos pequenos accionistas.

 No entanto, por uma questão de prudência (que não deve ser


aplicada sistematicamente) os cálculos são efectuados supondo que
as acções não detidas pela empresa-mãe se encontram todas reunidas
numa “só mão”.

 A escolha do método de consolidação a adoptar vai depender do tipo


de controlo que se exerce sobre as entidades consolidadas.

III. Consolidação de Contas

 1. Per
Períímetro de consolidação
consolidaç
 2. Métodos de consolidação
 3. Alguns ajustamentos

1º ANO ANO LECTIVO 2007/2008


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CONTABILIDADE II

2. Métodos de consolidação

 A Consolidação tem por finalidade elaborar as DF de um grupo de


sociedades, como se de uma única sociedade se tratasse.

 Não se pretende que as contas consolidadas venham substituir as


contas individuais, mas que sejam um complemento.

 Métodos de consolidação:
 Método de consolidação integral – utilizado para situações em que se
verifique uma relação de domínio sobre a sociedade a consolidar
(normalmente participações superiores a 50%);
 Método de equivalência patrimonial (MEP) – utilizado para situações
em que exista uma influência notável sobre a gestão da sociedade a
consolidar (por exemplo, uma participação que permita eleger 1 ou 2
administradores da sociedade);
 Método de consolidação proporcional – utilizado para situações em que
existe um controlo conjunto com outras sociedades (por exemplo joint-
ventures).

2. Métodos de consolidação

 Consolidação integral

 Consiste em integrar, em substituição das participações financeiras


inscritas no balanço da sociedade-mãe, todos os elementos dos activos
e passivos das sociedades participadas, após eventuais correcções.

 Da mesma forma, a demonstração dos resultados incluirá, após


correcções, o total dos encargos e proveitos das sociedades
participadas.

 A consolidação integral é o método mais representativo da


consolidação, pois permite dar uma imagem do património, da situação
financeira e do resultado de um grupo de sociedades como se estas
formassem uma só empresa.

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 A operação de consolidação comporta, em princípio, as seguintes fases:


 1. homogeneização de critérios entre as empresas a consolidar;
 2. acumulação dos valores das diferentes rubricas das DF;
 3. eliminação dos reflexos de operações recíprocas;
 4. repartição dos capitais próprios entre a parte detida pela sociedade-mãe e
pelos outros accionistas (interesse minoritários);
 5. evidência da diferença entre o valor da participação financeira
contabilizada no activo e a correspondente fracção que lhe corresponde dos
capitais próprios (diferenças de consolidação);
 6. eliminação do valor da participação financeira com a eliminação
simultânea da situação líquida (no momento de aquisição) da empresa
consolidada.

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1

a) Balanços de M e F em 1 de Janeiro de 2005


Balanço de M Balanço de F
Disponibilidade 300 Capital 100 Activos diversos 250 Capital 100
Reservas 200 Reservas 150

300 300 250 250

b) Balanços de M e F em 1 Janeiro de 2005, após aquisição de 100% de


F por M
Balanço de M Balanço de F
Disponibilidade 50 Capital 100 Activos diversos 250 Capital 100
Inv. Financeiros 250 Reservas 200 Reservas 150

300 300 250 250

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1 (continuação)
c) Balanço consolidado em 1 de Janeiro de 2005

1. Homogeneização de critérios - Já efectuada (pressuposto);


2. Acumulação das diferentes rubricas do Balanço:
Balanço (totais) de M + F
Disponibilidade 50 Capital-M 100
Inv. Financeiros 250 Reservas-M 200
Activos diversos 250 Capital-F 100
Reservas-F 150
550 550

3. Eliminação do reflexo das operações recíprocas – Inexistentes


(pressuposto);
4. Repartição dos capitais próprios entre a parte detida pela
sociedade-mãe e pelos outros accionistas - Não há interesses
minoritários, aquisição a 100%;
5. Evidência das diferenças de consolidação - Não existem;
6. Eliminação do valor da participação financeira e da situação
líquida (no momento da aquisição) da empresa consolidada.

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1 (continuação)
c) Balanço consolidado em 1 de Janeiro de 2005

Balanço consolidado de M e F
Disponibilidade 50 Capital 100
Activos diversos 250 Reservas 200

300 300

d) Balanços de M e F em 31 de Dezembro de 2005

Balanço de M Balanço de F
Disponibilidade 50 Capital 100 Activos diversos 250 Capital 100
Inv. Financeiros 250 Reservas 200 Reservas 150
Res Líquido 40
300 300 290 290

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1 (continuação)
e) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2005
1. Homogeneização de critérios - Já efectuada (pressuposto);
2. Acumulação da diferentes rubricas do Balanço:
Balanço (totais) de M + F
Disponibilidade 50 Capital-M 100
Inv. Financeiros 250 Reservas-M 200
Activos diversos 290 Capital-F 100
Reservas-F 150
R. Líquido-F 40
590 590

3. Eliminação da operações recíprocas – Inexistentes (pressuposto);


4. Repartição dos capitais próprios entre a parte detida pela sociedade-
mãe e pelos outros accionistas - Não há interesse minoritários.
5. Evidência das diferenças de consolidação - Não existem;
6. Eliminação do valor da participação financeira e da situação
líquida (no momento de aquisição) da empresa consolidada.

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1 (continuação)
f) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2005

Balanço consolidado de M e F
Disponibilidade 50 Capital 100
Activos diversos 290 Reservas 200
R. Líquido 40
340 340

g) Balanços de M e F em 31 de Dezembro de 2006

Balanço de M Balanço de F
Disponibilidade 50 Capital 100 Activos diversos 335 Capital 100
Inv. Financeiros 250 Reservas 200 Reservas 190
Res Líquido 45
300 300 335 335

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1 (continuação)
h) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006
1. Homogeneização de critérios - Já efectuada (pressuposto);
2. Acumulação da diferentes rubricas do Balanço:
Balanço (totais) de M + F
Disponibilidade 50 Capital-M 100
Inv. Financeiros 250 Reservas-M 200
Activos diversos 335 Capital-F 100
Reservas-F 190
R. Líquido-F 45
635 635

3. Eliminação da operações recíprocas – Inexistentes (pressuposto);


4. Repartição dos capitais próprios entre a parte detida pela sociedade-
mãe e pelos outros accionistas - Não há interesse minoritários;
5. Evidência das diferenças de consolidação - Não existem;
6. Eliminação do valor da participação financeira e da situação líquida
(no momento da aquisição) empresa consolidada.

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 1 (continuação)
h) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006

Balanço consolidado de M e F
Disponibilidade 50 Capital 100
Activos diversos 335 Reservas 240 *
Res Líquido 45
395 395

* 240 = 200 + 40 (reservas, de F, acumuladas após aquisição)

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 2
a) Balanços de M e F em 31 de Dezembro de 2006

Nota: a sociedade M possui 90% do capital da sociedade F, que


adquiriu aquando da constituição desta sociedade.

Balanço de M Balanço de F
Inv. Financeiros 900 Capital 1200 Activos diversos 2750 Capital 1000
Outros activos 2100 Reservas 300 Reservas 500
R. Líquido 200 R. Líquido 150
Débitos 1300 Débitos 1100
3000 3000 2750 2750

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 2 (continuação)
b) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006
1. Homogeneização de critérios - Já efectuada (pressuposto);
2. Acumulação da diferentes rubricas do Balanço:
Balanço (totais) de M + F
Inv. Financeiros 900 Capital-M 1200
Int. Maioritários (90%)
Outro activo-M 2100 Reservas-M 300
Capital-F 900
Activos de F 2750 ResultadoM 200
Reservas-F 450
Capital-F 1000
Resultado-F 135
Reservas-F 500
Int. Minoritários (10%)
Resultado-F 150
Capital-F 100
3350
Reservas-F 50
Débitos-M 1300
Resultado-F 15
Débitos-F 1100
5750 5750
4. Repartição dos capitais próprios
3. Eliminação da operações recíprocas
entre a parte detida pela sociedade-
– Inexistentes (pressuposto);
mãe e pelos outros accionistas;

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 2 (continuação)
b) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006

Balanço (totais) de M + F
Inv. Financeiros 900 Capital-M 1200
5. Evidência das diferenças de
Outro activo-M 2100 Reservas-M 300 consolidação - Não existem:
Activos de F 2750 ResultadoM 200 A empresa M adquiriu por 900,
Int. Maioritários 90% de uma empresa que tinha
na data de aquisição uma
Capital-F 900
Situação Líquida de 1 000.
Reservas-F 450
ResultadoF 135 6. Eliminação do valor da
Int. Minorit. 165 participação financeira com a
Débitos-M 1300 eliminação simultânea da
Débitos-F 1100 situação líquida da empresa
5750 5750 consolidada.

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 2 (continuação)
b) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006

Balanço consolidado
Activos diversos 4850 Capital Próprio
Capital 1200
Reservas Cons. 750 a)
Resultado Cons. 335 b)
2285

Int. Minoritários 165 c)

Débitos 2400
4850 4850

a) 300+450 = 750
b) 200+135 = 335
c) 10% x (1000+500+150) = 165

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2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 A construção da demonstração dos resultados em consolidação


integral segue uma lógica semelhante:
 acumulam-se os valores das diferentes rubricas de custos e proveitos (após
correcções) das sociedades consolidante e consolidadas.

 Exemplo 2 (continuação)

c) Demonstração de Resultados de M e F em 31 de Dezembro de 2006

Sociedade M Sociedade F
Vendas 3000 2500
Custos 2600 2200
Imposto sobre o rendimento 200 150
Resultado líquido 200 150

2. Métodos de consolidação
Consolidação integral

 Exemplo 2 (continuação)
c) Demonstração de Resultados Consolidada em 31 de Dezembro de 2006

Consolidado
Vendas 5500
Custos de Exploração 4800
Imposto sobre o rendimento 350
Resultado líquido 350
Interesse Minoritários 15
Resultado líquido após Interesses Minoritários 335

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2. Métodos de consolidação

 Equivalência patrimonial
 Deve ser aplicada:
 nas sociedades sobre as quais a sociedade-mãe exerce unicamente uma
influência notável;
 sociedades onde seria aplicável os outros dois métodos, mas que por
apresentarem estruturas de contas diferentes a sua consolidação por
aqueles métodos mostra-se imprópria.

 Este método corresponde à substituição no balanço da empresa-mãe do


valor contabilístico da participação pelo valor proporcional que lhe
corresponde do Capital Próprio da empresa participante.

 Não se trata propriamente dum verdadeiro procedimento de


consolidação, mas sim de um processo de substituição do valor
(histórico) da participação financeira pelo valor contabilístico da
empresa detida.

2. Métodos de consolidação
Equivalência Patrimonial

 A aplicação do método consiste no seguinte:


 Balanço:
 Determinação da diferença entre o valor contabilístico da participação
financeira, i.e., o custo de aquisição e o valor que proporcionalmente lhe
corresponde nos Capitais Próprios da empresa participada, no momento se
aplica este método pela primeira vez ou na data de aquisição.

 Contabilização da diferença, afectando o montante das participações


financeiras em contrapartida da conta “Diferenças de Consolidação”, se
positiva ou em contrapartida do Capital Próprio, se for negativa.

 Contabilização na proporção dos capitais detidos de todos os movimentos


ocorridos na empresa detida que afectam o seu valor.

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2. Métodos de consolidação
Equivalência Patrimonial

 A aplicação do método consiste no seguinte:


 Demonstração de Resultados
 Resume-se à inclusão naquela peça contabilística da quota-parte do
resultado da consolidada que cabe à sociedade consolidante.

2. Métodos de consolidação
Equivalência Patrimonial

 Exemplo 3
a) Balanços de M e F em 31 de Dezembro de 2006

Nota: a sociedade M possui 25% do capital da sociedade F, que


adquiriu aquando da constituição desta sociedade

Balanço de M Balanço de F
Inv. Financeiros 250 Capital 2000 Activos diversos 3400 Capital 1000
Outros activos 5750 Reservas 2500 Reservas 1400
R. Líquido 500 R. Líquido 200
Débitos 1000 Débitos 800
6000 6000 3400 3400

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2. Métodos de consolidação
Equivalência Patrimonial

 Exemplo 3 (continuação)
 1. Não existe diferença entre o valor contabilístico da participação
financeira e o valor que proporcionalmente lhe corresponde nos Capitais
Próprios da empresa participada (participação adquirida na constituição);
 2. O aumento do capital próprio da empresa F resulta de resultados
obtidos no corrente ano e em anos anteriores pelo que o valor da
participação terá que ser acrescido em 400 [25% x (1400+200)]:
 Quota-parte dos resultados (25% x 200 = 50), deverá ser adicionada ao
resultado da empresa participante;
 Quota-parte das reservas acumuladas após aquisição dos títulos (25% x 400
= 350) deverá ser adicionada às reservas da empresa participante.

b) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006

Balanço consolidado de M e F
Inv. Financeiros 650 Capital 2000
Outros activos 5750 Reservas 2850
Res Líquido 550
6400 6400

2. Métodos de consolidação
Equivalência Patrimonial

 Exemplo 3 (continuação)
c) Demonstração de Resultados de M e F em 31 de Dezembro de 2006

Sociedade M Sociedade F
Vendas 8000 2500
Custos de exploração 7000 2100
Imposto sobre o rendimento 500 200
Resultado líquido 500 200

d) Demonstração de Resultados Consolidada em 31 de Dezembro de 2006


Consolidado
Vendas 8000
Custos de Exploração 7000
Imposto sobre o rendimento 500
Resultado líquido 500
Quota-parte do resultado (25%x200) 50
Resultado líquido consolidado 550

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2. Métodos de consolidação
Equivalência Patrimonial

 Exemplo 3 (continuação)
c) Demonstração de Resultados de M e F em 31 de Dezembro de 2004

Sociedade M Sociedade F
Vendas 8000 2500
Custos de exploração 7000 2100
Imposto sobre o rendimento 500 200
Resultado líquido 500 200

d) Demonstração de Resultados Consolidada em 31 de Dezembro de 2004


Consolidado
Vendas 8000
Custos de Exploração 7000
Imposto sobre o rendimento 500
Resultado líquido 500
Quota-parte do resultado (25%x200) 50
Resultado líquido consolidado 550

2. Métodos de consolidação

 Consolidação proporcional
 Utilizado em situações em que existe um controlo conjunto com outras
sociedades.

 Consiste em integrar, nas contas da sociedade participante, a fracção


representativa das suas participações nos elementos da conta de
resultados e do balanço da sociedade consolidante, após eventuais
correcções, e eliminando as operações e contas recíprocas.

 A operação de consolidação comporta, em princípio, as mesmas fases


da consolidação integral (com excepção dos interesses minoritários),
mas só se acumulam os valores das diferentes rubricas correspondentes
às fracções de capital detidas pela empresa consolidante.

 Dos três é o menos utilizado, pois não faz muito sentido somar
“fracções” de balanços ou de contas de resultados quando, na
realidade, muitos desses elementos não são fraccionáveis, ou ao sê-lo
perdem todo o seu significado.

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CONTABILIDADE II

2. Métodos de consolidação
Consolidação proporcional

 Exemplo 4
a) Balanços de M e F em 31 de Dezembro de 2006

Nota: a sociedade F foi constituída com o capital de 1500, subscrito em


partes iguais pelos grupos M, X e Y

Balanço de M Balanço de F
Inv. Financeiros 500 Capital 1000 Activos diversos 3000 Capital 1500
Outros activos 1500 Reservas 300 Reservas 900
R. Líquido 200 R. Líquido 300
Débitos 500 Débitos 300
2000 2000 3000 3000

2. Métodos de consolidação
Consolidação proporcional

 Exemplo 4 (continuação)
b) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006
1. Homogeneização de critérios - Já efectuada (pressuposto);
2. Acumulação da diferentes rubricas do Balanço:
Balanço de M + F
Inv. Financeiros 500 Capital-M 1000 3. Eliminação da operações
Outro activo-M 1500 Reservas-M 300 recíprocas – Inexistentes
(pressuposto);
Activos de F 1000 ResultadoM 200
4. NÃO HÁ INTERESSES
Capital-F 500
MINORITÁRIOS;
Reservas-F 300
5. Evidência das diferenças de
ResultadoF 100 consolidação - Não existem;
Débitos-M 500 6. Eliminação do valor da
Débitos-F 100 participação financeira com a
3000 3000 eliminação simultânea da
situação líquida da empresa
consolidada.

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CONTABILIDADE II

2. Métodos de consolidação
Consolidação proporcional

 Exemplo 4 (continuação)
b) Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2006

Balanço consolidado
Activos diversos 2500 Capital Próprio
Capital 1000
Reservas Cons. 600 a)
Resultado Cons. 300 b)
1900

Débitos 600
2500 2500

a) 300+300 = 600
b) 200+100 = 300

2. Métodos de consolidação
Consolidação proporcional

 Exemplo 4 (continuação)
c) Demonstrações de Resultados de M e F em 31 de Dezembro de 2006

DR de M DR de F
Custos de expl. 4400 Vendas 4800 Custos de expl. 5400 Vendas 6000
C.P.Extraord. 100 C.P.Extraord. 150
Imposto s/rend 100 Imposto s/rend 150
Resultado 200 Resultado 300
4800 4800 6000 6000

d) Demonstração de Resultados consolidado em 31 de Dezembro de 2006

DR Consolidada
Custos de expl. 6200 Vendas 6800
C.P.Extraord. 150
Imposto s/rend 150
Resultado 300
6800 6800

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CONTABILIDADE II

III. Consolidação de Contas

 1. Per
Períímetro de consolida
consolidaçção
 2. M
Méétodos de consolida ção
consolidaç
 3. Alguns ajustamentos

3. Alguns ajustamentos
 As contas consolidadas devem fornecer uma representação da situação
patrimonial e dos resultados do grupo de empresas como se de uma só
entidade jurídica se tratasse.
 As DF deverão, portanto, reflectir unicamente as relações das empresas
do grupo com terceiros.
 Mas as contas individuais fazem aparecer, entre outras, as posições e
fluxos relativas às operações realizadas entre as unidades consolidadas
 É necessário, portanto, eliminar os reflexos contabilísticos dessas
operações – Ajustamentos de consolidação (exemplos):
 A) Eliminação de resultados internos decorrentes de operações com
elementos do activo de exploração;
 B) Eliminação de resultados internos de operações com elementos do activo
imobilizado;
 C) Distribuição de dividendos;
 D) Diferenças de consolidação.

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CONTABILIDADE II

3. Alguns ajustamentos
 A) Eliminação de resultados internos decorrentes de operações com
elementos do activo de exploração

Exemplo A.1 – Compra e venda de mercadorias

Duas empresas - A e B – integradas no mesmo grupo, que, num


determinado período, realizaram entre si as transacções de mercadorias
constantes do esquema seguinte:

1000 @ 2,4 1000 @ 3 1000 @ 4


A B

Se se pretendem peças contabilísticas consolidadas, temos de conceber o


conjunto das duas empresas como de uma só se tratasse. Deste modo
temos que eliminar os reflexos, na informação contabilística, da operação
de venda de A a B

3. Alguns ajustamentos
Exemplo A.1 – Compra e venda de mercadorias (continuação)

O quadro seguinte sistematiza a situação e as correcções necessárias:

A B Acumulado Correcção Consolidado


RESULTADOS
Vendas 3 000 4 000 7 000 D 3 000 4 000
C.M.V. = Compras 2 400 3 000 5 400 C 3 000 2 400
Resultado Líquido 600 1 000 1 600 0 1 600

BALANÇO
Clientes 3 000 4 000 7 000 C 3 000 4 000
Fornecedores 2 400 3 000 5 400 D 3 000 2 400
Mercadorias . - - - .

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LICENCIATURA EM ECONOMIA
CONTABILIDADE II

3. Alguns ajustamentos

Exemplo A.2 – Compra e venda de mercadorias com variação de existências

1000 @ 2,4 1000 @ 3 900 @ 4


A B

3. Alguns ajustamentos

Exemplo A.2 – Compra e venda de mercadorias com variação de existências

O quadro seguinte sistematiza a situação e as correcções necessárias:

A B Acumulado Correcção Consolidado


RESULTADOS
Vendas 3 000 3 600 6 600 D 3 000 3 600
C.M.V. 2 400 2 700 5 100 C 2 940 a) 2 160
Resultado Líquido 600 900 1 500 (60) 1 440

BALANÇO
Clientes 3 000 3 600 6 600 C 3 000 3 600
Fornecedores 2 400 3 000 5 400 D 3 000 2 400
Mercadorias - 300 300 C 60 b) 240

a) 2 160 = 900 x 2,4


b) 240 = 100 x 2,4

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CONTABILIDADE II

3. Alguns ajustamentos
 B) Eliminação de resultados internos decorrentes de operações com
elementos do activo imobilizado

Exemplo B.1 – Venda de um terreno

Venda de um terreno, de A a B, por 1 200 que tinha custado 1 000

A B Acumulado Correcção Consolidado


RESULTADOS
P.G.Extra. – MV 200 - 200 D 200 -
Resultado Líquido 200 - 200 (200) -
BALANÇO
Imob. Corpóreo - 1 200 1 200 C 200 1 000

Nota: No caso de menos-valias, se o preço de venda (transacção)


corresponder ao valor actual do imobilizado, o princípio da prudência, diz-
nos que devemos manter a perda de valor, total ou parcialmente, ou seja,
não existe correcção ou a correcção é parcial.

3. Alguns ajustamentos
Exemplo B.2 – Venda de uma máquina (o problema das amortizações)

Venda, em 2005, de uma máquina, de A a B, por 1200 que custou 1 400


(a máquina foi adquirida em 2003 e é amortizada pelo método de quotas
constante - n = 7)

No final de 2005
A B Acumulado Correcção Consolidado
RESULTADOS
Am. do Exercício - a) 240 240 C 40 b) 200
P.G.Extra. – MV 200 - 200 D 200 -
Resultado Líquido 200 (240) (40) (160) (200)

BALANÇO
Imob. Corpóreo - 1 200 1 200 D 200 1 400
Am. Acumuladas - 240 240 C 360 600

a) 1 200 / 5 = 240 b) 1 400 / 7 = 200

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3. Alguns ajustamentos
Exemplo B.2 – Venda de uma máquina (o problema das amortizações)

No final de 2006
A B Acumulado Correcção Consolidado
RESULTADOS
Am. do Exercício - 240 240 C 40 200
P.G.Extra. – MV - - - - -
Resultado Líquido - (240) (240) 40 (200)

BALANÇO
Imob. Corpóreo - 1 200 1 200 D 200 1 400
Am. Acumuladas - 480 480 C 320 800

R. Transitados - Am. (400) (240) (640) C 40 (600)


R. Transitados - MV 200 - 200 D 200 -

3. Alguns ajustamentos
 C) Eliminação dos reflexos relacionados com a distribuição de dividendos
 Os dividendos recebidos por uma sociedade-mãe no exercício N, aumenta o
seu resultado do exercício N, enquanto que constituem uma parte do resultado
das filiais do exercício N-1 (já foi tido em conta nos resultados consolidados do
exercício N-1).

 Há, pois, que diminuir a conta de "proveitos financeiros" consolidada do


exercício N do montante correspondente, por contrapartida da conta de
reservas consolidadas (ou "resultados transitados").

 Poderá não ter impacto ao nível dos resultados consolidados, mas tê-los-á se
houver retenção na fonte de imposto sobre o rendimento

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3. Alguns ajustamentos

Exemplo C – Distribuição de dividendos

No ano de 2006 a empresa F (detida a 100% pela empresa M) distribuiu


5.000 de dividendos (tributados à taxa liberatória de 20%)

No final de 2006
A B Acumulado Correcção Consolidado
RESULTADOS
Proveito (Custo) Fin. 4 000 - 4 000 D 5 000 (1 000)
Resultado Líquido 4 000 4 000 (5 000) (1 000)

BALANÇO
Estado (credor) - 1 000 1 000 - 1 000
Reservas - RL05 – 5 000 RL05 – 5 000 C 5 000 RL03

3. Alguns ajustamentos
 D) Diferenças de Consolidação
 Quando a aquisição de uma empresa é feita por um valor diferente dos seus
Capitais Próprios, o processo de eliminação dos Inv. Financeiros e da parcela
de Capitais correspondentes já não é possível pois os valores são diferentes.

 Esta diferença - diferença de consolidação:


 Quando positiva deverá ser inscrita no activo, numa rubrica de
“Imobilizações incorpóreas” com a designação de “Diferenças de
consolidação” e amortizada juntamente com o restante imobilizado;
 Quando negativa deverá ser inscrito no “Capital próprio”

 Se os elementos da empresa a consolidar estiverem subavaliadas, serão os


valores reavaliados (auditados por entidades independentes) que devem ser
considerados no processo de consolidação

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3. Alguns ajustamentos
Exemplo D.1 – Diferença de consolidação

A sociedade M adquire todo o capital da sociedade F, por 700

Balanço de M Balanço de F
Inv. Financeiros 700 Capital 750 Activos diversos 500 Capital 300
Outros activos 300 Reservas 250 Reservas 200

1000 1000 500 500

Balanço M+F Balanço Consolidado


Inv. Financeiros 700 Capital 750 Dif Consolidação 200 Capital 750
Outros activos 300 Reservas 250 Outros activos 300 Reservas 250
Act. Diversos-F 500 Capital-F 300 Activos diversos 500
Reservas-F 200
1500 1500 1000 1000

3. Alguns ajustamentos
Exemplo D.2 – Diferença de consolidação (com reavaliação)

A sociedade M adquire todo o capital da sociedade F, por 700. Como


existe, em F, um imóvel subavaliado em 100, o valor contabilístico
reavaliado de F é 600
Balanço (totais) de M + F
Inv. Financeiros 700 Capital 750
Outros activos 300 Reservas 250
Act. Diversos-F 600 Capital-F 300
Reservas-F 200
R. Reaval.-F 100
1600 1600

Balanço Consolidado
Dif Consolidação 100 Capital 750
Outros activos 300 Reservas 250
Activos diversos 600

1000 1000

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3. Alguns ajustamentos

 NOTA FINAL
 Quer no método de equivalência patrimonial (MEP) quer no método de
consolidação integral, o impacto das eliminações deve ser repartido
entre a empresa consolidante e os interesses minoritários, na
proporção devida;

 No entanto, esta diminuição dos interesses minoritários não é


pacífica. Algumas normas prevêem a possibilidade de limitar o
montante de eliminação à parcela referente à sociedade consolidante,
ou de operar uma eliminação imputável em 100% à sociedade
consolidante

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