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FACULDADE DE ENSINO REGIONAL ALTERNATIVA – FERA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

A EDUCAÇÃO COMO FORMADORA DO CIDADÃO ATRAVÉS DA GESTÃO

JITAÚNA – BA
2022

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FACULDADE DE ENSINO REGIONAL ALTERNATIVA – FERA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

Maria da Conceição Pecorelli Passos1


Diusiane Lopes de Andrade2

Trabalho para a conclusão de curso de Pós-


graduação em Gestão Escolar para a Faculdade
de Ensino Regional Alternativo - FERA

JITAÚNA – BA
2022

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Graduada em pedagogia pela UNEB – Universidade do Estado da Bahia; Pós – graduada em
Educação infantil pela FCE – Faculdade de Ciências Educacionais; Curso de Formação
Continuada do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC – Bahia); PROFA –
Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – MEC.
2Graduada e História pela FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências; Pós – graduada em
Educação Incluisva, Especial e Politicas de Inclusão pela Universidade Candido Mendes; Pós –
graduada em Psicopedagogia Intitucional pela Faculdade de Ciências Contabéis de Jequié;
Curso de Aperfeiçoamento Pedagógico EAD pela UFBA – Universidade Federal da Bahia.

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AGRADECIMENTO – MARIA CONCEIÇÃO

Primeiramente à Deus, pelas oportunidades, força de vontade e coragem para


superar todos os desafios.
À minha família, pelo carinho, apoio, paciência e compreensão. Aos meus
colegas de curso, aos professores e a coordenadora Janei Barbosa, por compartilharem
momentos de saberes proveitosos à minha formação como profissional e cidadã.
À secretária de educação do município de Jitaúna, Daiana Ramos, por incentivar
e demonstrar tanto carinho. Enfim, a todos que contribuíram para a realização deste
trabalho, seja de forma direta ou indireta, muito obrigada.

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AGRADECIMENTOS – DIUSIANE LOPES

Agradeço a Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de sempre caminhar em


busca de conhecimento.
À minha família, meu alicerce que sempre me apoiou em tudo que eu quis fazer
até hoje.
Ao meu esposo Reinan, pela compreensão da ausência e da correria neste tempo.
Aos meus filhos Saulo e Maria Rita que me impulsiona a superar os desafios
diários.
Aos colegas pela parceria e incentivo para a conclusão deste trabalho.
Aos professores por colaborarem para meu crescimento pessoal e profissional.

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RESUMO

O presente artigo busca resgatar um pouco da cidadania na escola de hoje,


trazendo valores morais, éticos e humanos para o cotidiano do ensino atual.
Aprender a ser cidadão, aprender a agir com respeito, solidariedade,
responsabilidade, justiça, não-violência; aprender a usar os diálogos nas mais
diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da
comunidade e do País. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidas e
desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola
de forma gerencial.

Palavra-Chave: Educação – Formação – Cidadania.

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ABSTRACT

The present article looks for to rescue a little of the citizenship in the school today,
bringing values moral, ethical and humans for the daily of the current teaching. To
learn to be citizen, among other things, to learn to act with respect, solidarity,
responsibility, justice, no-violence; to learn to use the dialogues in the most different
situations and to commit with what happens in the community's collective life and of
the Country. Those values and those attitudes need to be learned and developed by
the students and, therefore, they can and they should be taught at the school.

KEY WORDS: Education - Formation - Citizenship.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------08

FORMAÇÃO DA CIDADANIA---------------------------------------------------09

DA EDUCAÇÃO POPULAR À EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA----10


O PAPEL DA ESCOLA-------------------------------------------------------------13
CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------15
REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------16

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INTRODUÇÃO

O processo educativo é muito complexo, pois, educar exige muito mais do


que saberes específicos da disciplina que se pretende ministrar. Dentre elas
destacamos: Competência referente ao comprometimento com os valores da
sociedade democrática, Competência referente à compreensão do papel social da
escola, Competência referente ao domínio dos conteúdos a serem socializados e de
seus significados em diferentes contextos, Competência específica de um professor
na formação do cidadão, dentre outras.
Pensar em educação de qualidade hoje é preciso ter em mente que a família
esteja presente na vida escolar de todos os alunos em todos os sentidos. Ou seja, é
preciso uma interação entre escola e família. Nesse sentido, escola e família
possuem uma grande tarefa, pois nelas é que se formam os primeiros grupos sociais
de uma criança. Envolver os familiares na elaboração da proposta pedagógica pode
ser a meta da escola que pretende ter um equilíbrio no que diz respeito à disciplina
de seus educandos. A sociedade moderna vive uma crise de valores éticos e morais
sem precedentes. Essa é uma constatação que norteia os arredores dos setores
educacionais, pois é na escola que essa crise pode aflorar mais, ficando em maior
evidência.
O objetivo deste trabalho é promover uma reflexão sobre a importância da
Educação na formação do indivíduo crítico-reflexivo na busca da melhor formação.
De acordo com o que encontramos, é possível admitir a falta de uma política
educacional com maiores investimentos na educação, principalmente na formação
inicial e continuada de uma educação voltada para a cidadania, pois, é notório que
esta formação interfere diretamente na formação do educando. Por isso, acredita-se
que com algumas medidas, é necessário contribuir mais na formação do educando
de modo a atingir o objetivo amplo da educação: o exercício da cidadania.

Deveria ser um dos objetivos da educação, desenvolver de forma integral o


educando preparando-o para o exercício pleno da cidadania. Mas, o que vemos é
uma discrepância entre o que se objetiva e o que é praticado, tendo em vista que a
escola muitas vezes não possui uma estrutura adequada ou não têm profissionais
qualificados para tal. Isso provoca um prejuízo social porque perdemos a
possibilidade de formar pessoas com grau de criticidade.

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Para tanto esse artigo almeja verificar o papel da escola como uma
instituição que educa e prepara o aluno para o exercício da cidadania, para o
reconhecimento dos direitos associados às suas responsabilidades; procurando
formar pessoas conscientes e críticas, por isso há a necessidade de descrever a
importância de uma educação voltada para a formação de cidadãos com
características necessáriaspara o convívio em sociedade.
É importante salientar que a compreensão e a tomada de decisões diante de
questões políticas e sociais dependem da leitura crítica e de uma melhor
interpretação das informações, muitas vezes contraditórias, que incluem dados
estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação. Ou seja, para exercer
a cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar e tratar
informações de maneira crítica e contextualizada. Portanto uma educação voltada
para a formação do cidadão é de suma importância.
Nesse sentido, a educação para a cidadania e para a vida em uma sociedade
democrática não pode se limitar ao conhecimento das leis e regras, mas sim a
formar pessoas que aprendam a participar da vida coletiva de forma consciente.
Portanto é necessário que o trabalho educativo esteja voltado também para a
construção de valores educativos e morais, de cidadãos e cidadãs autônomos, que
buscam de maneira consciente e virtuosa, a felicidade e o bem-estar pessoal e
coletivo.

FORMAÇÃO DA CIDADANIA

Cidadania é uma condição de cidadão, neste sentido segundo Ximenes


(2000), faz se necessário entender o significado de cidadão. Para Ferreira
(2001), epistemologicamente o termo “cidadão” vem da palavra civis, isto é, o
habitante livre das cidades. Conforme Lellis & Imenses (1994), se recorremos aos
fatos históricos, veremos que a palavra cidadão tem vários significados, por
exemplo: na Grécia Antiga, ainda segundo Ferreira (2001), “a cidadania era
reservada ao ‘homem educado’ que se diferenciava do escravo e essa educação era
ministrada pelo sábio, que criava o próprio conhecimento”. Segundo esse autor esse
‘homem educado’ recebia a sua educação diretamente do criador da ciência, que
também era um cidadão.
Mas, o que ensino-aprendizagem tem a ver com cidadania? A resposta a esta
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pergunta começa com incursões na Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDB), segundo a qual:

Art. 2º - A educação, dever da família e do Estado,


inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.

Ao se falar em construção da cidadania se pode dizer, baseando-se em Lellis


& Imenses (1994, p. 10) que, antes de tudo é preciso perguntar, em que condições a
cidadania se efetiva. Ainda de acordo com esses autores, na presença da
informação e da educação. Pois, a primeira delas possibilita escolha e decisão. E, a
segunda, porque, toda informação prescinde de interpretação e para isso é
fundamental certo nível de educação. Nestes termos, os dois pressupostos acima
estabelecidos constituem condições necessárias para o exercício da cidadania.
Ainda na perspectiva dos mesmos autores para o efetivo exercício da
cidadania ainda se faz necessário acrescentar mais um elemento, a autonomia, pois,
esta permite aos indivíduos pensarem por si mesmo, tomarem as suas próprias
decisões, e de não serem enganados pelas diversas propagandas.

DA EDUCAÇÃO POPULAR À EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

Nos últimos anos, a educação em direitos humanos ou para a cidadania vem


ampliando seu âmbito de ação no Brasil, constituindo-se num campo específico
de pesquisa e de intervenção com conteúdos, bibliografia, métodos próprios e um
amplo e articulado movimento nacional (e internacional) de educadores tanto no
setor público como no terceiro setor.
Este movimento obviamente não nasce de improviso, mas encontra suas
raízes na longa tradição da educação popular que, no Brasil, remonta aos anos
sessenta e que perpassa toda a ditadura, vindo a florescer nas últimas décadas
durante o processo de redemocratização. A educação para os direitos humanos e a
cidadania democrática surge inicialmente na educação não formal, como prática de
educação popular, constituindo-se como estratégia de mobilização, organização e
formação de uma cultura cidadã na construção de sujeitos históricos em processos

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de lutas pelas conquistas dos seus direitos civis, políticos, econômicos, sociais e
culturais. Nesse sentido, é possível afirmar que a educação em direitos humanos foi
substituindo o que, nas décadas de setenta e oitenta, era chamada de “educação
popular” ou “educação libertadora”.
A continuidade entre os educadores populares dos anos 70/80 e os
educadores aos direitos humanos da década de 90 é profunda e se refere
substancialmente à mesma preocupação com a “libertação” das classes populares e
oprimidas, dos excluídos e marginalizados da sociedade, propondo uma concepção
educativa participativa e transformadora inspirada na “Pedagogia do Oprimido” de
Paulo Freire, e, em geral, numa proposta educativa que se coloque na
perspectiva de um projeto mais amplo de transformação política da sociedade: em
busca de umasociedade mais justa, mais humana e mais fraterna.
O conjunto de experiências de educação em direitos humanos,
implementadas por órgãos da sociedade civil em toda a América Latina significou o
início de um movimento cultural em prol de uma cultura promotora dos direitos
humanos. O público da educação em direitos humanos nesse contexto foi sendo
construído com os setores subalternizados e excluídos, vítimas de injustiças sociais
e/ou violências e violações dos direitos humanos.
Tudo isso permanece como horizonte comum; o que significa que a maioria
das questões, dos temas, das metodologias próprias da educação popular passam
para o movimento de educação aos direitos humanos, ainda que expressos numa
linguagem diferente. Pensamos, por exemplo, a ênfase na necessidade de não
tutelar somente os direitos civis e políticos, mas também os econômicos, sociais e
culturais como condição indispensável para efetivação integral dos direitos.
Ao adotar o enfoque dos direitos humanos ocorre, porém, uma mudança na
pauta das questões enfrentadas, na linguagem utilizada e nos conceitos enfocados.
Os temas vinculados às condições de vida das classes populares e a cidadania
coletiva não são abandonados, porém surgem outros temas, tais como o da
segurança, que não faziam parte da agenda da educação popular e que hoje
ocupam uma parte significativa do trabalho de educação aos direitos humanos.
Foi somente após a instalação dos governos democráticos na América
Latina que o Congresso e o Governo Federal ratificaram importantes instrumento
de defesa, como a convenção contra a tortura, a convenção dos direitos da criança e
do adolescente, a convenção sobre a violência contra a mulher, os pactos

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internacionais de direitos humanos e outros instrumentos. Com esse passo jurídico-


político-institucional o Estado brasileiro passou a assumir responsabilidades
públicas em relação à promoção, à proteção e à defesa dos direitos humanos.
A necessidade de mudança de uma cultura advinda dos processos
autoritários para uma cultura promotora de paz e de cidadania democrática frente à
Constituição de 1988 e às novas responsabilidades internacionais em defesa dos
direitos humanos fez com que fosse ampliado o leque de atores e de público
atingidos pelos educadores em direitos humanos.
A educação em direitos humanos caminha na estrada das lutas sociais pela
construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Inicia-se como educação não
formal com os trabalhadores rurais e urbanos e os segmentos populares, e amplia-
se para a educação formal com outros públicos, sendo então introduzida em
âmbitos antes “proibidos”, tais como as academias de polícias e penitenciárias;
ações culturais essas, promovidas no circuito nacional e internacional com o
apoio de órgãos nacionais e internacionais como a Secretaria Nacional de Direitos
Humanos, a ONU, a UNESCO, e outros.
A internacionalização da responsabilidade com a promoção dos direitos
humanos oportunizou também o reconhecimento internacional e nacional dos
direitos humanos dos distintos segmentos sociais. Começa, assim, a se afirmar uma
linguagem que alcança um amplo leque de questões; temas como o meio ambiente,
os direitos dos homossexuais e das profissionais do sexo, e de outras minorias
entram a fazer parte das preocupações dos educadores.
Uma política democrática precisa de um amplo processo de construção
ouvindo todos os segmentos. Sabemos como grande parte dessa estratégia
governamental seja ainda constituída de boas intenções e utopias; por outro lado, a
história dos direitos humanos no Brasil é testemunha do quanto essa estrada é
longa e árdua, pois implica em redefinições dos processos de lutas, em
convergência das forças sociais que congregam o movimento pelos direitos
humanos.
Sabemos que essas novas posturas diante dos direitos humanos são
relativas, porque continua existindo um forte preconceito tanto nos aparelhos do
Estado como na sociedade civil contra os direitos humanos e os seus defensores.
Apesar disso, é preciso reconhecer a existência de avanços numa compreensão mais
abrangente dos direitos humanos e uma sempre maior penetração da linguagem e

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da cultura da cidadania na nossa sociedade: devemos sempre relembrar que a


trajetória democrática brasileira é recente e que uma cultura democrática requer
tempo e persistência para ser implementada.

O PAPEL DA ESCOLA

As escolas são as incubadoras dos cidadãos e têm um papel inestimável e


imprescindível na formação dos mesmos. Nunes (1989, p.36) afirma que:
Não tenho dúvida de que cabe a escola um lugar
de destaque no alargamento das condições de
exercício da cidadania e o domínio da 'norma culta'
(no plano da linguagem) e dos conhecimentos,
hábitos e comportamentos mais valorizados
socialmente (dos quais, uma boa parcela é
veiculada pela escola).

Então a escola é o lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, e tem por uma
das finalidades o desenvolvimento pleno do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o mundo, estimulando o desenvolvimento
virtudes necessárias para a vida em sociedade.
A Constituição de 1988 postulou, no seu art. 205, que a "educação, direito de
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania". Como se vê, é também papel da escola o preparo
para o exercício da cidadania, portanto a tarefa de implementar cidadania através da
educação é, assim, dever de todos – cidadãos, escola, família e governo.
Diante de uma falta de tradição da sociedade e da desestruturação familiar, a
escola recebe um encargo ainda mais importante de desenvolver a cidadania e a
responsabilidade social.

Sabe-se que a família e a comunidade são agentes importantes na formação


do cidadão, porém, nos últimos anos essa tarefa ficou entregue, quase
exclusivamente, às escolas. Baseado no autor, ultimamente as instituições não tem
investido muito na formação do cidadão, portanto a escola tem que exercer mais
esse papel. A escola não é o único lugar onde se dá a formação do cidadão, mas
parte dessa formação se dá dentro do ambiente escolar, por isso existe a
necessidade de se ensinar mais do que conteúdos para os alunos. Sendo assim,

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caberá às instituições de ensino a missão de ensinar valores para o


desenvolvimento da moral dos educandos, através da seleção de conteúdos e
metodologias que o favoreça.
Para Turra (1998, p.87):

Todos os educadores reconhecem a necessidade


de estimular atitudes positivas, desenvolver
apreciações e fortalecer valores, mas o sucesso do
aluno é geralmente determinado pelas aprovações
obtidas em exames tradicionais ou provas objetivas
ou pelas colocações conseguidas através da
apresentação de diplomas. Os sistemas
educacionais, na realidade, concedem prioridade
aodomínio cognitivo.

Em algumas comunidades ainda vigora a visão conservadora de que as


escolas de qualidade são as que enchem as cabeças dos alunos com datas, fórmulas
e conceitos, e que um aluno é bom se ele tirar notas boas. Esse ensino supervaloriza
o conteúdo acadêmico em todos os seus níveis. Uma escola distingue-se desse
modelo quando oferece um ensino de qualidade, capaz de formar pessoas nos
padrões requeridos por uma sociedade mais humanitária, dando ênfase em valores
básicos na formação de cidadãos, tais como, liberdade, competência,
responsabilidade e disciplina. A aprendizagem não é centrada apenas em um ou
outro, mas sim, ora destacando o lógico ora os aspectos social e afetivo dos alunos.
E, além disso, é na escola que se deve informar os alunos sobre temas como
drogas, violência e sexo. Por isso os PCN’s - temas transversais (1998, p. 17)
afirmam que:
O compromisso com a construção da cidadania
pede
necessariamente uma prática educacional voltada
para a compreensão da realidade social e dos
direitos e responsabilidades em relação à vida
pessoal e coletiva e a afirmação do princípio da
participação política.

A escola é aquela instituição que dá conscientização a respeito da destruição


do meio ambiente, desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente.
Deve-se falar sobre amizade, sobre a importância do grupo social, sobre questões
afetivas. Ela também deve ser uma instituição motivadora, que trabalhe a auto-
estima dos alunos, conscientizadora e formadora de valores cidadãos.

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Fica evidenciada a necessidade de se preparar os alunos não apenas para o


futuro, mas sim para a vida. Portanto as escolas devem ser espaços educativos de
construção de personalidades humanas autônomas, nos quais os alunos aprendam a
ser pessoas de bem.

A maioria dos professores concorda que a escola tem um papel de


formadora de cidadãos, um cidadão crítico, com força de vontade e ciente que pode
ajudar a transformar a realidade vigente.
Já na visão do aluno, a escola não trabalha diretamente problemas da vida,
mas ensina a pensar no futuro profissional.

CONCLUSÃO

Para falar em Educação como instrumento de ação reflexiva é preciso falar


da importância da escola na Educação do cidadão. Importante porque é um
instrumento que proporciona melhoria da condição social e humana, o ato
educacional é uma das operações mais significativas, realizadas pelo ser humano e,
no processo de manutenção da educação, é imprescindível que se reconheça que, a
parceria entre a instituição escolar mostra-se multifacetada, intensamente carente
de discussões e melhorias adequadas ao seu desenvolvimento.
Se quisermos uma sociedade mais justa, solidária e humana, e é este o nosso
objetivo, resta-nos investir na formação de alunos críticos, capazes de nortear sua
vida, sua história, decidirem, discernir, participar e transformar o meio em que vive.
Por tanto deve-se trabalhar uma educação que possibilite o
desenvolvimento, nos alunos, de competências para a cidadania, princípios
fundamentais requeridos para o funcionamento correto e harmônico de uma
sociedade, tais como justiça, tolerância, responsabilidade social, honestidade,
pontualidade, cumprimento do dever e caridade.
Sendo assim, o desafio de formar alunos críticos, torna-se mais agravante,
principalmente quando há índices de indisciplina; que reflete a desmotivação, a
desvalorização, o desleixo e a desconfiança no processo de aprendizagem de si e
dos demais.
Deve-se dizer que a construção de uma escola competente, democrática e de
qualidade é uma exigência social.

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REFERÊNCIAS

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