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Pilares do SUS

- uma revisão da legislação do SUS -


A Saúde no Brasil

Júlia Cunha Dutra


Enfermeira
Contexto histórico
Paim, J et al. (2011, p. 16-17)
É importante conhecer a legislação do SUS!

A legislação do SUS é extensa, mas nos ajuda a compreender como um sistema


nacional se organiza.
Os princípios e diretrizes do SUS pautam todas as legislações posteriores à CF
88. No entanto, é preciso compreender o cenário anterior de serviços
existentes, e saber que é preciso um grande esforço de organização para
conseguir garantir que o sistema funcione de acordo com o pretendido.

Para isso, leis, portarias, decretos e normas são necessárias!


Vamos estudar o conteúdo da legislação para compreender como o SUS tem
funcionado nestas últimas décadas!
LINHA DO TEMPO: COMO ERA O SISTEMA DE SAÚDE ANTES DO SUS?

DÉCADA DE 80 A 90
•Movimentos sociais
•Reorganização da sociedade em prol de um Estado democrático
• Agravamento da crise financeira

VIII Conferência
Nacional de
Saúde Constituição
Federal de 1988
General Figueiredo

1981 1984 1986 1990 Collor


Sarney

Diretas Já

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


Lei 8080 (19 de Setembro de 1990)
Lei 8142 (28 de Dezembro de 1990)
Sistema Único de Saúde
Aspectos Legais
• Constituição Federal;
• Lei 8.080/90; (Lei Orgânica da Saúde)
• Lei 8.142/90; (Participação da comunidade e
financiamento)
• Norma Operacional Básica (NOB) SUS 01/93 e
01/96; (Municipalização)
• Normas Operacionais de Atenção à Saúde (NOAS)
01/01 e /02; (Regionalização)
Constituição Federal de 1988

Artigo 6º da CF 88 – DIREITOS SOCIAIS: Os direitos que o Estado deve prover ao povo


(Saúde, Educação, Segurança Pública, Moradia, Trabalho, Alimentação, Moradia...)

Seção II
Da Saúde
Artigos 196 a 200

Art. 196 = A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.

{UNIVERSALIDADE, INTEGRALIDADE, EQUIDADE}

Art. 197 = É o poder público que deve regulamentar, fiscalizar e controlar as ações e serviços de saúde. A execução
dos serviços pode ser feita através de órgãos públicos ou de terceiros (pessoa física [profissionais autônomos],
pessoa jurídica de direito privado [hospitais particulares])
Art. 198 = As ações e serviços de saúde devem ser organizadas em uma rede descentralizada, regionalizada e
hierarquizada, com participação da comunidade; o atendimento deve ser integral com prioridade para a prevenção
em saúde. O financiamento do SUS será feito com recursos do orçamento da seguridade social e de outras fontes.
{INTEGRALIDADE, DESCENTRALIZAÇÃO, HIERARQUIZAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO SOCIAL}

Art. 199 = A iniciativa privada pode participar de forma complementar ao SUS.

Art. 200 = Estabelece as demais atribuições do SUS (vigilância sanitária, epidemiológica, controle e fiscalização de
produtos relacionados à saúde e alimentos, saúde do trabalhador, participar e colaborar com ações relacionadas a
saneamento básico e proteção do meio ambiente)

Emendas Constitucionais

EC 29/2000
Quanto que União (o valor investido no ano anterior corrigido pela variação do PIB),
Estados (12%) e Municípios (15%) aplicam de recursos no SUS.
• Lei 141/2012
• PEC Fim do Mundo (congelou investimentos)
VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=3TyvxsUqAYs
Lei 8080 (19 de Setembro de 1990) = PRINCÍPIOS DO SUS

•Regulamenta quais e como serão as ações e serviços de saúde em todo o território nacional.
Especifica os princípios do SUS e a maioria das colocações dos artigos da CF 88.

•Trata dos objetivos do SUS (identificar determinantes da saúde, formular políticas de saúde, realizar
atividades assistenciais e de prevenção) e de suas atribuições (além da assistência à saúde individual,
ações de vigilância, de regulamentação, de fiscalização, etc).

•Trata dos princípios e diretrizes do SUS (universalidade, integralidade, equidade / descentralização,


regionalização e hierarquização)

•Trata das atribuições e competências de cada órgão federativo (com destaque para o papel da União
de formulação de políticas e diretrizes e do Município como planejador e executor dos serviços na
sua área de abrangência)

*Participação da Iniciativa Privada, Saúde Indígena, Financiamento e Recursos


Lei n.8080 de 1990

• Institui o Sistema Único de Saúde;


• Define a organização, a direção e a gestão do SUS;
• Competências e as atribuições das três esferas de
governo;
• Participação complementar dos serviços privados de
assistência à saúde;
• Recursos financeiros, gestão financeira, planejamento e
orçamento
Lei n.8080 de 1990
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos
de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência;
II - Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e
moral;
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie;
Lei n.8080 de 1990
V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
sua saúde;
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial
dos serviços de saúde e a sua utilização pelo
usuário;
VII - Utilização da epidemiologia para o
estabelecimento de prioridades, a alocação de
recursos e a orientação programática;
Lei n.8080 de 1990
• Competência da União:
• Coordenar ações de vigilância epidemiológica, sanitária,
alimentação e nutrição;
• Formular políticas sanitárias e de meio ambiente;
• Elaborar o planejamento estratégico nacional e coordenar a
avaliação financeira em cooperação com estados, municípios
e Distrito Federal;
• Competência do Estado:
• Promover a descentralização para os municípios por meio da
organização de uma rede regionalizada e hierarquizada;
• Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios;
• Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir
sistemas públicos de alta complexidade, de referência
estadual e regional;
• Divulgar os indicadores de morbidade e mortalidade no
âmbito da UF.
Lei n.8080 de 1990
• Competência do município:
• Gerir, planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e
serviços de saúde;
• Executar serviços de vigilância epidemiológica, sanitária,
alimentação e nutrição;
• Formar consórcios administrativos intermunicipais;
• Celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde
Lei 8142 (28 de Dezembro de 1990) =
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E RECURSOS PARA O SUS
Conferências de Saúde (Nacionais, Estaduais e Municipais) = conferências convocadas a 4 anos para avaliação da
situação de saúde e proposição de diretrizes com participação de vários segmentos sociais

Conselho de Saúde = órgão deliberativo composto por representantes do governo, prestadores de serviço (25%),
profissionais de saúde (25%) e usuários (50%) que atua na formulação de estratégias e no controle da execução
das políticas de saúde

Conselho Municipal / Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e o Conselho Nacional
de Secretários em Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Saúde

Recursos = Estados e Municípios recebem o recurso para a saúde por meio de um Fundo de Saúde. Para receber o
recurso estas unidades federativas, devem, obrigatoriamente, ter um Conselho de Saúde, ter um Plano de Saúde,
ter Plano de Cargos e Carreira e apresentar os relatórios de gestão.
Lei 8.142 de 1990
• Cria as seguintes instâncias colegiadas:
• Conferência de Saúde que reunir-se-á a cada quatro anos com
a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a
situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes;
• Conselho de Saúde composto por representantes do governo,
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários,
atua na formulação de estratégias e no controle da execução
da política de saúde na instância correspondente, inclusive
nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em
cada esfera do governo.
Lei 8.142 de 1990
• Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
alocados como:
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde,
seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa
do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do
Ministério da Saúde;
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste
artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à
cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais
ações de saúde.
Lei 8.142 de 1990
• Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2°
desta lei serão repassados de forma regular e
automática para os Municípios, Estados e Distrito
Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35
da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
• § 2° Os recursos referidos neste artigo serão
destinados, pelo menos setenta por cento, aos
Municípios, afetando-se o restante aos Estados.
• § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
execução de ações e serviços de saúde, remanejando,
entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do
art. 2° desta lei.
Normas Operacionais Básicas (1991, 1993, 1996)

Instrumentos que ajudaram (?) a organizar os serviços de saúde de forma


descentralizada. Momento de transição entre a antiga estrutura do INAMPS para o
novo formato do SUS como estabelecido em lei.
* As NOBs são criticadas pelo seu caráter normativo e pela rigidez na relação entre os
entes federativos. Houve avanços ao longo de todo o período na descentralização e
municipalização, no entanto, outros princípios se mantinham estacionados.

*** Extinção do INAMPS = 1993


NOB 01/91
•Foi editada ainda pelo INAMPS, e reproduz vários elementos da CF
88 e das Leis Orgânicas.

•Tem como foco à normalização dos mecanismos de financiamento


do SUS, estabelecendo um incentivo à municipalização de serviços
e modificando a forma de transferência dos recursos, que antes era
automática e agora passa a ser negociada.

•No entanto, o município ainda tem pouca autonomia de gestão e a


NOB ainda valoriza atividades de assistência médica individual em
detrimento à ações coletivas e preventivas.

•Cria o AIH (autorização de internação hospitalar) e o SIH (sistema


de internação hospitalar).
NOB 01/93

•Editada pelo Ministério da Saúde, aumenta as condições


de autonomia dos municípios os quais poderiam receber
recursos por meio de transferência fundo a fundo e
assumir parte da gestão de seu sistema de saúde local (a
chamada gestão semi-plena).

•Estabelece as Comissões Intergestoras Bipartite (Estados


e Municípios) e Tripartite (União, Estados e Municípios)
que são instâncias de formulação e decisão de políticas
públicas em saúde

•Cria o SIA (Sistema de Informação Ambulatorial)


NOB 01/96
•Aperfeiçoa as atribuições de Municípios e Estados, permitindo que estes
organizem seus serviços com maior adequação às suas necessidades.

•Determina a gestão plena da Atenção Básica e Plena do Sistema para os


municípios; e um piso assistencial básico de transferência de recursos, o Piso da
Atenção Básica (PAB), que é um valor per capita para os municípios financiarem
suas ações de assistência básica.

•Implanta os Programas de Agentes Comunitários de Saúde e o Programa Saúde


da Família e um incentivo para a sua implantação (um acréscimo de recursos ao
PAB) como estratégias de reorganização do modelo assistencial.

•Define o PPI (Programação Pactuada Integrada), que define a responsabilidade


do município em garantir acesso ao cidadão aos serviços de saúde. Se o
município não conta com determinado serviço, abre-se a possibilidade de
encaminhamento a outras cidades. O PPI estabelece que deve haver colaboração
entre gestores municipais e a intermediação de serviços deve contar com a
participação do gestor estadual.
Normas Operacionais de Assistência à Saúde (2001 e 2002)

Nesta época, o SUS ainda enfrentava inúmeros desafios, com


dificuldades à gestão eficaz, o incremento dos custos de
administração, as barreiras de acesso aos serviços vivenciados
pelos usuários e a baixa qualidade dos serviços.

As NOAS foram editadas com o


objetivo promover maior
equidade na alocação de recursos
e no acesso da população às ações
e serviços de saúde em todos os
níveis de atenção.
No entanto, também mantinham
um caráter normativo.
NOAS 01/2001 e 01/2002
Tiveram como objetivo fortalecer a regionalização com a criação de
instrumentos de gestão (Plano Diretor de Regionalização para estruturar e
financiar a organização de serviços em regiões).

Estabeleceram que uma rede regionalizada deve ter módulos assistenciais,


microrregiões, macrorregiões e regiões. Essas regiões devem se basear
em territórios autossuficientes (ou seja, que garantam a seus cidadãos
atenção básica à saúde, atenção mínima de média complexidade, atenção de
média complexidade e atenção de alta complexidade). Quando um local não
é autossuficiente, ele se organiza com outros locais para encaminhar seus
cidadãos

{ENFOQUE NA ESTRUTURA PIRAMIDAL DOS SERVIÇOS e dificuldade de


estabelecer responsabilidades entre municípios e Estados}
PACTO pela SAÚDE
Comando Único = Responsabilidade ÚNICA

Ou

Responsabilidade Compartilhada para uma Gestão em Rede?

Sugestões de Vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=PXNPF5vOemI

https://www.youtube.com/watch?v=cRtqixwU7I4
Pacto pela Saúde
(Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006)

1-) Pacto pela Vida = conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos e


metas, derivados da análise da situação de saúde e das prioridades definidas pelos
governos federal, estaduais e municipais. Os municípios se comprometem a alcançar
as metas por meio de um Termo de Compromisso de Gestão e explicitar os recursos
utilizados.

✓Saúde do idoso
✓Câncer de Colo de Útero e de Mama
✓Mortalidade Infantil e Materna
✓Doenças emergentes e reemergentes (Hanseníase, Dengue, Tuberculose, Malária,
Influenza)
✓Promoção da Saúde
✓Atenção Básica à Saúde

Qual a cobertura de ESF no seus Municípios? Vocês sabem?


2-) Pacto de Gestão = estabelece as responsabilidades de cada
ente federado, e assim fortalecer a gestão compartilhada e
solidária do SUS. Aperfeiçoar as diretrizes de descentralização,
regionalização, financiamento, planejamento, regulação,
participação social, gestão do trabalho e educação na saúde.
Cria blocos de financiamento, ampliando as possibilidades
para financiamento dos serviços:

Blocos de financiamento

✓Atenção básica (PAB fixo e PAB variável)


✓Atenção de média e alta complexidade
✓Vigilância em Saúde
✓Assistência Farmacêutica
✓Gestão do SUS
3-) Pacto em Defesa do SUS

O SUS como política de Estado


e não de Governo
Implementar um projeto de
mobilização social em defesa do
SUS,
Garantir, no longo prazo, o
incremento dos recursos
orçamentários e financeiros
para a saúde,
Elaborar e divulgar a carta de
direitos dos usuários do SUS.
Decreto 7508 de 28 de Junho de 2011
Para aprimorar o acesso da população e estabelecer as Redes de Atenção à Saúde, o
decreto define regiões de saúde e propõe a construção de mapas de saúde.

Fortalece a atuação das Comissões Intergestoras

Esclarece quais são as portas de entrada do SUS (APS, Urgência e Emergência e


Psicossociais) e quais são os Serviços Especiais de Acesso Aberto

Estabelece que devem existir Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para


aperfeiçoar as condutas terapêuticas e fortalecer a prática baseada em evidências

Cria a Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES que compreende todas
as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário e a Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais - RENAME que compreende a seleção e a padronização de medicamentos
indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS
CIB e CIT
• A CIT é a Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua
na direção nacional do SUS, integrada por gestores do SUS das três
esferas de governo - União, estados, DF e municípios. Tem composição
paritária formada por 15 membros, sendo cinco indicados pelo
Ministério da Saúde (MS), cinco pelo Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Saúde (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional de
Secretários Municipais de Saúde (Conasems). A representação de
estados e municípios nessa Comissão é regional, sendo um
representante para cada uma das cinco regiões no País. Nesse espaço,
as decisões são tomadas por consenso e não por votação.
• A Comissão Intergestores Bipartite - CIB é uma instância colegiada de
decisão do Sistema Único de Saúde - SUS estadual, integrada
paritariamente pela Secretaria Estadual de Saúde e por representantes
dos Secretários Municipais de Saúde do Estado ou DF. Objetivam
orientar, regulamentar e avaliar os aspectos operacionais do processo
de descentralização das ações de saúde.
NOAS 01/01 e 01/02
• Estabelecer o processo de regionalização
como estratégia de hierarquização dos serviços de
saúde e de busca de maior eqüidade.
• Constituição de redes funcionais de serviços de
saúde, de forma regionalizada, buscando superar a
visão autárquica da municipalização da saúde,
ampliando as responsabilidades dos municípios na
Atenção Básica
Estrutura de Processos e Tomada de
decisão

Fleury, 2011
LINHA DO TEMPO: AO LONGO DO SUS... O QUE MUDOU?

De 1990 a 2014
•Reorganização do sistema para atender a conformação do SUS
•Lançamento de diversas normas e portarias (NOBs e NOAS), planos e decretos (Pacto e Decreto
7508)
•Mudanças nas políticas nacionais e na situação de vida do brasileiro

Políticas Neoliberais

1990 1993 1995 2002 2006 2011 2014


Collor FHC

Itamar Franco Dilma


NOB 1991/92 Lula
NOB 1993 NOAS 2002
NOB 1996 REDES

PACTO pela Vida, em


Defesa do SUS, pela
Gestão / Política
Nacional de
Humanização
Desafios e perspectivas
do SUS
Mendes; Bittar (2014)
Desafios e perspectivas do SUS
• Envelhecimento da população e tendência de queda da
taxa de fecundidade têm gerado modificações nos
padrões epidemiológicos de morbi-mortalidade
(ampliação das doenças crônico-degenerativas e suas
complicações);
• Mudanças na tecnologia médica, com novos tipos de
exames, medicamentos e procedimentos, que
aumentam a expectativa e qualidade de vida e o custo
das intervenções
• Os gestores públicos do SUS dispõem de menos da
metade dos recursos destinados à saúde no Brasil, no
entanto, deve atender a mais de 75% da população que
não tem plano de saúde ou que opta por não usá-lo
Desafios e perspectivas do SUS
• Dificuldades na elaboração de planos de saúde
adequados, seja pela falta de recursos humanos
qualificados (em especial nos pequenos municípios) ou
de metodologia adequada, complicada com sistemas
de informação desintegrados, falta de bons parâmetros
assistenciais que permitam adequada programação,
ausência de metas e processos de avaliação realistas;
• Inadequações na infraestrutura das unidades de
atenção primária, déficits de recursos humanos, falta
de priorização de riscos, de definição de protocolos e
de implantação de linhas ou guias de cuidado,
acompanhamento deficiente das condições crônicas;
Desafios e perspectivas do SUS
• Grande quantidade de pequenos hospitais o que
propicia uma baixa eficiência, qualidade de
assistência precária e difícil sustentabilidade
econômica;
• Outros.
Revisão:
• Da década de 20 até 1988 prevalece um modelo de proteção
social performático, ou seja, com foco exclusivo no contribuinte
(trabalhador), pois, segundo a visão meritocrática vigente, apenas
esse merecia receber benefícios por parte do Estado dada sua
contribuição para a riqueza nacional;
• A partir de 1988, o Brasil, na contra-mão da política internacional
que adotava uma redução do estado de bem-estar social, institui,
inspirado no National Health Service da Inglaterra, um sistema de
saúde no qual o Estado assume um papel social na minimização
das desigualdades produzidas pelo sistema capitalista;
• O SUS baseia-se na saúde como um direito do cidadão e um
dever do Estado. Pautado pelos princípios de universalidade,
equidade, integralidade e organizado de maneira descentralizada,
hierarquizada e com participação da população em todos os
níveis de governo;
Referências
• BRASIL. Constituição, 1988.
• BRASIL. Lei 8.080/90 de 19 de setembro de 1990;
• BRASIL. Lei 8.142/90 28 de dezembro de 1990;
• BRASIL. Norma Operacional Básica (NOB) SUS 01/93;
• BRASIL. Norma Operacional Básica (NOB) SUS 01/96;
• BRASIL. Normas Operacionais de Atenção à Saúde
(NOAS) 01/01;
• BRASIL. Normas Operacionais de Atenção à Saúde
(NOAS) 01/02;
Referências
• MENDES, J. D. V; BITTAR, J. N. V. Perspectivas e
desafios da gestão pública no SUS. Fac. Ciênc. Méd.
Sorocaba, v.1 N.1,p.35-39,2014
• PAIM, J; TRAVASSOS, C; ALMEIDA, C; BAHIA, L;
MACINKO, J. O sistema de saúde brasileiro: história,
avanços e desafios. In: THE LANCENET: Saúde no
Brasil. Maio 2013. Disponível em: <
http://www.cpgss.pucgoias.edu.br/ArquivosUpload
/31/file/O%20SISTEMA%20DE%20SAUDE%20BRASI
LEIRO.pdf >
Como melhorar o acesso dos
brasileiros à uma saúde
eficiente e resolutiva?

DECRETO 7508 que regulamenta as leis orgânicas

https://www.youtube.com/watch?v=Pd16QhK0lnE

VÍDEO DO MINISTÉRIO SOBRE O DECRETO 7508/2011 (cerca de 10 minutos de duração)


Atividade para Próxima Aula
Realizar um levantamento
sobre os Sistemas de
Trazer pra
Informação em Saúde e suas
discussão e definições.
entrega.

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