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Diarreias………………………………………………39
Profa. Regina Marchy
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Introdução à Pediatria
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o Teste do reflexo vermelho: ilumi- o Uso de cigarros, álcool e drogas
nação do fundo de olho da cri- pela família.
ança. o Presença de animais de estima-
o Triagem Auditiva (teste da orelhi- ção.
nha). • Revisão de Sistemas:
o Duração de internação e alta. o Diurese e aspecto da urina.
o Teste do pezinho: fenilcetonúri- o Hábito intestinal.
cos, hipotireoidismo e anemia
DICAS
falciforme.
• História Fisiológica: • Não fale com crianças de forma condes-
o Assinalar com que idade sorriu, cendente, mas como médico.
sustentou a cabeça, sentou, enga- • Não transmita a criança pensamentos de
tinhou, falou, andou. Importante que os sentimentos, preocupações ou
prestar atenção à opinião da ideias dela são infantis.
mãe/pai sobre a existência de • Não ria do que a criança diz a menos que
atraso no desenvolvimento. você tenha certeza que a criança quer ser
o Quantidade e qualidade do sono: engraçada.
DRGE, problemas respiratórios. • Não tente sempre ser engraçado ou diver-
o Controle de esfíncteres: a partir de tido – faça conhecimento, contato prévio.
1-2 anos. • Com lactentes pequenos, em encontros
o Sociabilidade. iniciais, estabeleça contato olho-olho, a
o Escolaridade e aproveitamento es- meia distância, com voz sussurrada.
colar.
• História Alimentar: Obs.: no adolescente, é importante atentar para os
o Amamentação: se foi amamen- marcos da maturação sexual.
tado exclusivamente e por quanto
Esquema de consultas recomendadas pelo
tempo.
Ministério da Saúde: 1ª semana → 1º mês →
o Idade do desmame e condições
2º mês → 4º mês → 6º mês → 9º mês → 18º mês
o Qualidade, quantidade e modo de
→ 24º mês → Consultas anuais.
preparo dos alimentos ofertados
o Número de refeições: relato do dia EXAME FÍSICO
anterior, por exemplo.
• História Vacinal: verificar vacinação na Inspeção Geral
Caderneta da Criança, verificar sinal de
• Nível de consciência.
BCG, obter informações sobre reações va-
• Condições de higiene.
cinais.
• Ativo ou hipoativo.
• História Familiar:
• Postura: cócoras, antálgicas, contraturais
o Idade e estado de saúde dos pais.
(opistótonos).
o Uso de álcool, fumo e drogas.
• Marcha: atáxica, escarvante, em foice, an-
o Idade, sexo e estado de saúde dos
serina, claudicante.
irmãos.
• Biotipo: longilíneo, brevilíneo, normolíneo.
o Pesquisar doenças na família:
• Expressão fisionômica.
grau de parentesco mais impor-
• Fala: disfonia, afonia, disfasia, dislalia, dis-
tante → avós, pai, mãe e irmãos.
lexia.
• História Social:
• Psiquismo.
o Quem mora na casa: número de
• Estado Nutricional.
residentes e grau de parentesco.
• Caráter da respiração.
o Tipo de união, escolaridade e ocu-
• Ruídos respiratórios.
pação dos pais.
• Tipo de choro.
o Renda familiar: não precisa ser tão
• Percepção de odores característicos.
direto, pode ser uma questão sen-
• Fácies:
sível.
o Vivacidade/euforia.
o Condições de habitação.
o Consciente ou inconsciente.
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o Obnubilada ou alerta. • Inspeção de crânio: simetria, formato, pro-
o Prostração. porção craniofacial, presença de abaula-
o Sorriso x choro x gemência. mentos, implantação de cabelos.
o Assimetria facial • Palpação de crânio: consistência óssea,
o Hidrocefalia junção das suturas, abaulamentos, pal-
pam-se fontanelas (sutura bregmática/an-
Sequência de Potter: refere-se ao fenótipo de
terior, sutura lambdoide/posterior)
um feto ou RN causado por oligodramnia (diminui- • Orelhas: implantação, formato, presença
ção do líquido amniótico por etiologias diversas as-
de conduto auditivo, alterações peri-aucu-
sociadas a insuficiência da função renal) in utero.
lares.
→ (1) pé torto congênito, (2) hipoplasia pulmonar
• Olhos: forma, distância entre eles, sime-
e (3) anomalias cranianas associadas ao oligo-
tria, movimentos, capacidade de acompa-
drâmnio.
nhar luz ou objeto, cor de conjuntivas e
Síndromes genéticas: Síndrome de Lange, Sín- escleras, tamanho e cor de pupilas, brilho
drome de Down, Síndrome de Turner, Síndrome de e transparência das córneas, aspecto das
Edwards, Síndrome de Patau, Síndrome de Hidro- pálpebras, presença de secreções.
cefalia, Síndrome de Mucopolissacaridose. • Nariz:
o Crianças menores: forma, perme-
Sinais Vitais abilidade das narinas, presença de
secreções.
• Temperatura: axilar, auricular e retal.
o Crianças maiores: rinoscopia ante-
• Frequência Cardíaca:
rior – cor e brilho da mucosa, pre-
Até 1 mês 70 a 190 bpm sença e aspecto das secreções,
1 a 11 meses 80 a 160 bpm corpo estranho.
2 anos 80 a 130 bpm • Boca: aspecto e coloração dos lábios e re-
6 anos 75 a 115 bpm gião perioral, exame da orofaringe ao final,
10 anos 70 a 110 bpm aspecto e cor da mucosa, condição dos
14 anos 60 a 105 bpm dentes, exame da língua, papilas, machas
18 anos 50 95 bpm e lesões, visualização de palato mole, en-
tre outros.
• Otoscopia: inicia-se por observação do
• Pulsos Arteriais: radial, femoral, carotídeo.
conduto auditivo externo (secreções, cerú-
• Frequência Respiratória:
men, traumatismos, corpo estranho) e vi-
0 a 2 meses até 60 irpm sualização de membrana timpânica.
2 meses a 11 meses 50 irpm • Pescoço: inspeção, palpação, mobilidade
1 a 4 anos até 40 irpm (ativa/passiva), palpação da tireoide.
Adolescentes 20 Rpm
Avaliação de Tórax
• Pressão Arterial. • Inspeção do Tórax:
o Forma/Simetria.
Medidas Antropométricas
o Padrão respiratório.
• Peso: balanças próprias até 16kg e, depois o Frequência respiratória.
disso, balança para adultos. o Ritmo.
• Estatura. o Amplitude.
• Perímetro cefálico: fita métrica, deve pas- • Palpação do Tórax:
sar pela glabela, sem abranger as orelhas. o Aquecer as mãos.
• Perímetro torácico: fita métrica. o Buscar pontos dolorosos.
• Perímetro abdominal: fita métrica. o Tumorações.
o Nódulos.
Avaliação de Cabeça e Pescoço o FTV: choro/gemido.
o Expansibilidade: simetria.
• Exame das cadeias ganglionares.
• Ausculta:
o Toda região torácica.
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o Pesquisa de MV. o Mãos aquecidas e a mão espalma-
o Pesquisa de ruídos adventícios. das sobre o abdome – utiliza as
• Percussão: toda região torácica de ma- polpas digitais.
neira suave. o Aproveitar a inspiração, maior re-
laxamento muscular.
Exame do Aparelho Cardiovascular o Inicia-se com palpação superficial
deslizando a mão sobre o abdome,
• Palpação: com o dedo indicador, pesquisa- observando se há dor.
se o Ictus Cordis – extensão, intensidade, o Pesquisa-se presença de massas
ritmo dos batimentos cardíacos. Mão es- ou visceromegalias.
palmada verificar presença de frêmitos. o No lactente, fígado é palpado 2 a
• Localização do Ictus: 3 cm abaixo do rebordo costal di-
o Até 3 meses: entre o 3º e 4º es- reito.
paço intercostal esquerdo para • Palpação da loja renal: com a mão E apoi-
fora da linha hemiclavicular es- ada sob o ângulo costovertebral e palpa-
querda; se c a mão direita, normalmente os rins
o Aos 3 meses: 4º EICE para fora da não são palpáveis.
linha hemiclavicular esquerda • Percussão: todo abdome, som timpânico
o Aos 9 meses: 5º EICE para fora da devido à presença de vísceras ocas, hepa-
linha hemiclavicular esquerda; timetria, pesquisa de esplenomegalia.
o Aos 7 anos: 5º EICE na linha he- • Exame da região inguinal: pesquisa-se a
miclavicular esquerda. presença de linfonodomegalias, hérnias e
• Ausculta: pulso femoral.
o Inicia-se pelo ictus que corres- o Meninos: aspecto e tamanho de
ponde a área mitral. pênis e bolsa escrotal, exposição
o Área tricúspide. da glande, localização do orifício
o Área pulmonar. uretral, presença de aderências,
o Área aórtica. palpa-se testículos: tópicos, retrá-
o Frequência Cardíaca. teis, presença de tumorações ou
o Ritmo das bulhas cardíacas. líquidos.
o Intensidade das bulhas o Meninas: simetria de grandes lá-
o Presença de outros ruídos: atritos bios, presença de pilificação ou tu-
ou sopros sistólico, diastólico e moração, coloração de mucosa da
contínuos. vulva e introito vaginal, caracterís-
• Palpação dos pulsos: 2 e 3 dedos, forma ticas gerais e presença de secre-
comparativa. Avalia-se intensidade, ritmo, ções.
simetria. Mais verificados são radiais, fe- • Região Anal: malformações de perfuração,
morais e pediosos. fissura anal.
• Aferição de PAS.
Avaliação Osteoarticular: posição, proporciona-
Avaliação do Abdome lidade entre segmentos, relevo muscular, aspecto
das articulações, amplitude dos movimentos,
• Inspeção: forma, simetria, cicatriz umbili- palpa-se músculo esternocleidomastoideo, clavícu-
cal, presença de movimentos peristálticos, las (principalmente em RN, para ver se não houve
abaulamentos, circulação colateral. fratura durante o parto), gradil costal, coluna ver-
• Ausculta: deve proceder a palpação e a tebral.
percussão, inicia-se pela fossa ilíaca es-
querda. Pesquisar ruídos hidroaéreos. Avaliação da Pele: discromias, tumorações, des-
o Aumentados: diarreia, fase inicial camações, lesões eritematovesiculares, sinais de
da peritonite. infecção.
o Redução ou abolidos: íleo paralí-
tico e peritonite.
• Palpação: evitar manobras bruscas.
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Semiologia do Recém-Nascido
INTRODUÇÃO
O termo recém-nascido (RN) consiste no período de vida que se estende desde o nascimento até o
28º dia de vida, após esse período (e até 1 ano de idade), a criança passa a ser chamada de lactente.
IDENTIFICAÇÃO: importante ser feita assim que o bebê nasce, para evitar trocar na maternidade.
HISTÓRIA MATERNA
• Idade.
• Tipo sanguíneo.
• Hemotransfusões.
• Doença materna crônica: DM, HAD, doença renal, doença cardíaca, DST, infecções.
o DM materna: bebe grande e hiperglicêmico.
HISTÓRIA GESTACIONAL
• Antecedentes Obstétricos: números de gestações, abortos, morte fetal, mortos no período neonatal,
prematuridade, pós-maturidade, malformações.
• Gestação Atual: data da última menstruação, idade gestacional provável, data provável do parto
(Regra de Naegele: dia da última menstruação + 7/ mês da última menstruação - 3 meses ou + 9
meses), número de consultas de pré-natal, resultados de exames, pré-eclâmpsia, sangramento,
trauma, infecção, cirurgia, uso de ATB, alteração no líquido amniótico, uso de inibidores de contração
uterina.
• Trabalho de Parto: apresentação (cefálico ou pélvico), início do trabalho, ruptura de membranas,
febre, duração do trabalho de parto, líquido amniótico, método do parto, anestesia, analgésico.
HISTÓRIA FAMILIAR: buscar doenças hereditárias como distúrbios metabólicos, hemofilia, história de óbitos
perinatais, fibrose cística.
• Minuto de Ouro: a atitude do médico pediatra durante o primeiro minuto de vida é determinante para
o resto da vida da criança.
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• Cordão Umbilical: ligadura precoce (praticada imediatamente, quando é necessária intervenção mé-
dica para sobrevivência da criança; além disso, menor chance de icterícia neonatal) e ligadura tardia
(após 1 minuto de quando cessarem os batimentos, importante para prevenção da anemia fisiológica,
que ocorre ao redor do 2º mês de vida, em consequência da insuficiência da medula óssea).
o Possui duas artérias e uma veia.
• Líquido Amniótico: aspecto (claro, meconial ou sanguinolento), odor e quantidade. Presença de gru-
mos no líquido amniótico são indícios de parto a termo.
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NEW BALLARD
CLASSIFICAÇÃO DO RN
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o AIG: adequado para IG. RN situado entre os percentis 10 e 90 na curva de crescimento intrau-
terino.
o GIG: grande para IG. Superior ao percentil 90 na curva de crescimento intrauterino.
EXAME FÍSICO
• Objetivo: detectar a presença de quaisquer anomalias congênitas; se o bebe efetuou uma transição
bem-sucedida da respiração placentária para pulmonar; se apresenta qualquer sinal de infecção ou
doença metabólica; o exame físico deve ser realizado com a criança despira e em condições técnicas
satisfatórias.
• Observação Geral: avaliar postura, atividade espontânea, tônus muscular, tipo respiratório, fácies,
estado de hidratação, estado de consciência.
PELE
CABEÇA
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da bossa pelo seu rebordo periférico palpável e pelo fato de não ultrapassar a sutura). Sua regressão
é espontânea e pode demorar algumas semanas, pode ser bilateral ou volumoso.
• Perímetro cefálico: do RN a termo é em média de 33 a 38cm. Essa medição tem a função de inves-
tigar a presença de macro ou microcefalia.
• Fontanelas: possuem dimensões variáveis. A fontaneala anterior em forma de losango mede 2cm nos
dois sentidos (variação normal de 1 a 5cm); posterior, triangular é do tamanho de uma polpa digital.
• Craniotabes: um efeito mole em bola de pingue-pongue dos ossos do crânio (em geral os parietais).
É mais comum em neonatos pós-termo, é um achado casual que desaparece em semanas após o
nascimento.
• Sutura: após o parto, o afastamento das suturas pode estar diminuindo devido ao cavalgamento dos
ossos do crânio, sem significado patológico, e deve ser diferenciado da cranioestenose que é a solda-
dura precoce de uma ou mais suturas cranianas provocando deformações do crânio com hipertensão
intracraniana.
OLHOS
• Devem ser examinados para verificar a presença de hemorragias da esclerose, icterícia, exsudato con-
juntival, etc.
• O reflexo vermelho deve ser obtido e as cataratas congênitas devem ser investigados.
• O glaucoma manifesta-se por meio de uma córnea grande e nebulosa.
ORELHAS
• Verificar tamanho, formato, posição e presença de condutos auditivos, bem como do seio ou fossa pré-
auricular.
• Realizar o teste da orelhinha, a Triagem Auditiva Neonatal (TANU), com objetivo de detectar perdas
auditivas congênitas e intervir precocemente.
NARIZ
BOCA
• A boca deve ser examinada para se assegurar que não haja quaisquer fendas nos palatos duro ou mole
(fenda palatina) e na gengiva (lábio leporino), nem quaisquer dentes descíduos. Raramente aparecem
cistos na gengiva ou sob a língua.
• Observar o desvio da comissura labial que pode estar associada a paralisia facial por traumatismo de
parto; hipoplasia (micrognatia) e posição da mandíbula (retrognatia).
• Avaliar o frênulo lingual, conhecido como teste da linguinha.
PESCOÇO
• Deve ser examinado para verificar o grau de mobilidade, bócio e a presença de canais tireoglossos ou
seios de arcos branquiais.
• Torcicolo congênito: é uma deformidade do pescoço que envolve o encurtamento do músculo esterno-
cleidomastóideo provocando rotação cervical e flexão lateral limitados.
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• Fratura de clavícula: pode acontecer quando ocorre extração do RN com dificuldade do útero.
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
ABDOME
• Inspeção:
o A distensão abdominal pode ser devida à presença de líquido, visceromegalia, obstrução ou
perfuração intestinal. O abdome escavado associado a dificuldade respiratória severa, sugere
diagnóstico de hérnia diafragmática.
o Observar agenesia de musculatura abdominal, extrofia de bexiga e hérnia inguinal e umbilical.
o Identificar no cordão umbilical duas artérias e uma veia e a presença de onfalocele.
o A presença de secreção fétida na base do coto umbilical, edema e hiperemia de parede abdo-
minal indica onfalite.
o Visualizar sistematicamente o orifício anal, em caso de dúvida quanto à permeabilidade usar
uma pequena sonda.
• Palpação:
o O fígado é palpável normalmente até dois centímetros de rebordo costal. Uma ponta de baço
pode ser palpável na primeira semana. Na presença de aumento destas duas vísceras, a causa
deverá ser investigada.
o Os rins podem ser palpados principalmente o esquerdo. Detectar a presença de massas abdo-
minais.
GENITÁLIA
• Masculina:
o A palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença ou ausência dos testículos, que podem
encontrar-se também nos canais inguinais. Denomina-se criptorquidia a ausência de testículos
na bolsa escrotal ou canal inguinal. A hidrocele é frequente e a menos que seja comunicante,
se reabsorverá com o tempo.
o A fimose é fisiológica ao nascimento.
o Deve-se observar a localização do meato urinário: ventral (hipospádia) ou dorsal (epispádia).
o A presença de hispospádia associado à criptorquidia, indica a pesquisa de cromatina sexual e
cariótipo.
• Feminina:
o Os pequenos lábios e clitóris estão proeminentes. Pode aparecer nos primeiros dias uma se-
creção esbranquiçada mais ou menos abundante e às vezes hemorrágica. Pesquisar imperfu-
ração himenal, hidrocolpos, aderência de pequenos lábios. Fusão posterior dos grandes lábios
e hipertrofia clitoriana indica a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo.
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EXTREMIDADES
COLUNA VERTEBRAL
• A coluna será examinada, especialmente na área sacrolombar, percorrendo com os dedos a linha média
em busca de espinha bífida, mielomeningocele e outros defeitos, como dimple sacral.
EXAME NEUROLÓGICO
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Aleitamento Materno
INTRODUÇÃO
Além de alimentar a criança, o aleitamento materno protege mãe e criança contra algumas doenças além
de promover o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e bem-estar físico e psíquico mãe-filho. Apesar
de todas as evidências científicas provando a superioridade da amamentação sobre as outras formas de ali-
mentar nos primeiros 6 meses de vida, a prevalência do aleitamento no Brasil, em especial o aleitamento
materno exclusivo está aquém das recomendações mundiais de saúde.
DEFINIÇÕES
• Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente o leite materno, direto da mama
ou ordenhado, leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos.
• Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água ou
bebidas à base de água (água adocicada, chás) e sucos de frutas.
• Aleitamento materno complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer
alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementar o leite materno.
• Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe, além do leite materno, outros
tipos de leite.
RECOMENDAÇÕES DA OMS
• A OMS, endossado pelo Ministério da Saúde do Brasil e a SBP recomendam aleitamento materno por 2
anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.
• Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos 6 meses, podendo inclusive
haver prejuízos à saúde, pois a introdução precoce de outros alimentos está associada a:
o Maior número de episódios de diarreia;
o Aumento do número de hospitalizações por doenças respiratórias;
o Riscos de desnutrição;
o Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como ferro e zinco;
o Menor eficácia na amamentação como método anticoncepcional.
• No segundo ano de vida, o leite materno continua sendo importante fonte de nutrientes (como Vitamina
C, Vitamina A, proteínas) e suprir parte de sua necessidade energética diária, além de continuar prote-
gendo de doenças infecciosas.
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ANATOMIA DA MAMA
• Lactogênese fase I: Na gravidez, a mama é preparada para lactação sob a ação de diferentes hor-
mônios. Os mais importantes são: estrogênio, responsável pela ramificação dos ductos lactíferos e o
progestogênio, pela formação dos lóbulos. Outros hormônios também envolvidos na aceleração do
crescimento mamário são o lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. Apesar da
secreção de prolactina estar muito aumentada na gestação, a mama não secreta leite durante a gravi-
dez graças a inibição pelo lactogênio placentário.
• Lactogênese fase II: se dá no início da secreção do leite, que ocorre com a queda acentuada nos
níveis sanguíneos de progestogênio, após o nascimento da criança e expulsão da placenta, com con-
sequente liberação de prolactina pela hipófise anterior. Há também a liberação de ocitocina durante a
sucção, hormônio produzido pela hipófise posterior, que tem a capacidade de contrair as células mioe-
piteliais que envolvem os alvéolos, expulsando o leite neles contido.
• Lactogênese fase III: também denominada galactopoiese, se mantém por toda a lactação e depende
principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. Qualquer fator materno ou da criança
que limite o esvaziamento das mamas, pode causar diminuição na produção do leite. Grande parte do
leite de uma mamada, é produzido enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina. A ocitocina,
é liberada principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança, também em resposta a
estímulos condicionados, tais como: visão, cheiro e choro da criança e a fatores de ordem emocional,
como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a
ansiedade, o medo, a insegurança podem inibir a liberação da ocitocina.
A produção do leite vai aumentando gradativamente: cerca de 40 a 50ml no primeiro dia, 300 a 400ml
no terceiro dia, 500 a 800ml no quinto dia, em média (CASEY, 1986). Em média, a produção do leite de uma
mulher que amamenta exclusivamente chega a 800ml por dia.
• O leite maduro só é secretado por volta do 10º dia do pós-parto. Nos primeiros dias, a secreção láctea
é chamada de colostro, que contém mais proteínas e imunoglobulinas, em especial a IgA, quando
comparado ao leite maduro. Além disso, possui menos lipídeos do que o leite maduro.
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• Diferenças: o leite materno de mãe de recém-nascidos prematuros, são diferentes de bebês a termo,
sendo o primeiro tipo mais calórico. Existe diferença também entre o leite materno e o leite de vaca.
O leite de vaca tem mais proteínas que o leite humano, porém essas proteínas são diferentes do leite
materno. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e o leite de vaca é a caseína, que é
de difícil digestão para a espécie humana.
• A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da
mamada, chamado de leite posterior, é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança. Daí
a importância de a criança esvaziar bem a mama.
• O leite humano é muito especial, possui fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções
IgA, que atua contra microorganismos presentes nas superfícies mucosas. A concentração de IgA di-
minui ao longo do primeiro mês, permanecendo constante a partir de então.
• O leite materno possui outros fatores de proteção: anticorpos IgM e IgG, neutrófilos, linfócitos B e T,
(matam microorganismos), lactoferrina e lisosima (atuam sobre bactérias, vírus e fungos), oligossaca-
rídeos e fator bífido. Esse favorece o crescimento do Lactobacillus bifidus, uma bactéria não pato-
gênica (saprófita) que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreias,
tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO
• Durante as mamadas, é importante que mãe e bebê estejam em posição confortável, que não haja
obstáculos para o bebê abocanhar o tecido mamário suficiente, retirar o leite efetivamente e deglutir e
respirar livremente.
• Pega correta:
o Grande parte da aréola na boca do bebê e não apenas no mamilo.
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o Queixo encostado no seio, mas o nariz não encosta no seio para bebê respirar livremente.
o Lábios virados para fora.
o Barriga e tronco do bebê voltados para a mãe.
ORIENTAÇÕES BÁSICAS
• Início da amamentação:
o A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto possível após o parto.
o A OMS e MS recomendam contato pele a pele na primeira hora de vida, sempre que as condi-
ções de saúde mãe e bebê permitirem.
o Sugar na primeira hora de vida, reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar a ocitocina
e de icterícia no recém-nascido por aumentar a motilidade gastrointestinal.
• Frequência das mamadas: o recém-nascido mama com frequência sem regularidade quanto a ho-
rários (sob livre demanda).
• Duração das mamadas: independentemente do tempo necessário, é importante que a criança esva-
zie a mama, pois o leite do final da mamada contém mais calorias e sacia a criança.
• Uso de suplementos:
o Água, chás e sobretudo uso de outros leites deverão ser evitados.
o A mamadeira além de ser fonte de contaminação, algumas crianças podem desenvolver a pre-
ferência por bicos de mamadeiras, apresentando dificuldade para amamentar ao seio, alguns
autores atribuem esse comportamento à “confusão de bicos”.
o Uso de chupetas afeta negativamente a formação do palato entre outras coisas.
DESMAME
• Considerando o desmame uma fase do desenvolvimento da criança, o ideal seria que ele ocorresse
naturalmente. O desmame natural pode ocorrer em diferentes idades, em média, entre 2 a 4 anos e
raramente antes do 1º ano.
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• Cabe a cada dupla, mãe-bebê e sua família a decisão de manter a amamentação até o desmame natural
ou interrompê-la em determinado momento. A decisão, principalmente da mãe, deve ser respeitada e
apoiada.
CONTRAINDICAÇÕES: Na imensa maioria das vezes, não há nenhuma contraindicação para uma mãe ama-
mentar seu bebê, se esse for o seu desejo. As restrições, quando existem, podem ser definitivas ou temporárias.
• Mães com HIV ou HTLV podem amamentar? Mulheres infectadas com os vírus HIV (vírus da AIDS)
ou HTLV (vírus que afeta a imunidade das pessoas) NÃO devem amamentar, pois existe o risco desses
vírus serem transmitidos para a criança pelo leite materno.
• E em relação às vacinas? Somente a vacina de febre amarela, em mães que estejam amamen-
tando crianças abaixo de 6 meses de vida, tem como recomendação a suspensão temporária do alei-
tamento materno por 10 dias.
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• Uso de medicamentos contraindicam a amamentação? São poucos os medicamentos usados
pela mãe que impedem a amamentação, entre eles, por exemplo, os usados na quimioterapia. Mas
para a maioria dos remédios, não há problema, mesmo para os antibióticos e os antidepressivos.
A mulher deve consultar um profissional de saúde sempre que precisar ser medicada. Dentre as diversas
opções para um tratamento, o profissional poderá escolher aquele que seja mais seguro para ser usado
durante a amamentação. Às vezes, poderá ser necessário suspender temporariamente o aleitamento
durante o tratamento.
• Mães usuárias de drogas ilícitas podem amamentar? Mães que sejam usuárias regulares de
drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, anfetamina, ecstasy e outras) NÃO devem amamentar seus
filhos enquanto estiverem fazendo uso dessas substâncias.
• Tem alguma outra situação de risco? Em algumas outras situações (algumas infecções, exame
com radiofármacos, consumo eventual de álcool, etc.) é recomendado que se suspenda o aleitamento
materno temporariamente, sempre sob a orientação de profissionais de saúde. O tempo sem amamen-
tação varia de acordo com cada situação. A mulher precisa ser orientada como proceder para manter
a produção de leite durante o período em que ela não pode amamentar.
• Existe alguma forma de manter a amamentação, mesmo nesses casos? Quando a suspensão
da amamentação for transitória, se for possível programar, a mulher pode tentar retirar o leite antes
da suspensão, para ser oferecido à criança durante o período em que ela não puder amamentar. Esse
leite pode ser mantido 12 horas na geladeira e até 15 dias congelado. Enquanto isso, é importante que
a mãe continue estimulando a produção do seu leite, com retiradas de leite regulares, nos horários em
que a criança costumava mamar. Assim, quando ela puder voltar a amamentar, terá leite suficiente
para alimentar o seu filho.
Prebióticos: elementos que servem de alimento para os microrganismos residentes do trato gastrintestinal.
Ajuda no desenvolvimento da microbiota intestinal e imunidade.
Probióticos: leveduras e bactérias que são ingeridos com finalidade de auxiliar o bom funcionamento do
microbioma.
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Bases Nutricionais em Pediatria
INTRODUÇÃO
Nessas fases, a adequada determinação das necessidades nutricionais visa garantir a oferta de macro e
micronutrientes, fibras e líquidos em quantidade suficientes para:
Os alimentos suprem o organismo de energia por meio dos macronutrientes – carboidratos, proteínas e
lipídios. Além disso, micronutrientes (sais minerais e vitaminas) e fibras também são supridos pela alimentação.
A tabela brasileira de composição de alimentos apresenta composição nutricional de alimentos consumidos no
Brasil.
NECESSIDADE ENERGÉTICA
Os requerimentos energéticos de crianças e adolescentes são maiores que os de adultos, não conside-
rando gestantes e lactentes. A taxa metabólica basal representa cerca de metade das necessidades energéticas,
a outra metade provém do gasto com atividades físicas.
MACRONUTRIENTES: devem ser ingeridos em proporções adequadas para que cumpram suas funções no
organismo, promovendo a saúde e prevenindo doenças.
• Embora as proteínas, presentes nos alimentos de origem animal, sejam nutrientes essenciais na ali-
mentação por garantir oferta de aminoácidos essenciais, são os carboidratos que devem representar
a maior fonte calórica da dieta uma vez que são a principal doente de energia para as células, sobretudo
para o cérebro. Quanto aos lipídios, sua oferta deve ser suficiente para permitir o crescimento e
desenvolvimento da criança, evitar carência de ácidos graxos essenciais e prevenir doenças crônicas,
como as cardiovasculares.
• Fibras não são nutrientes essenciais e sua ausência na alimentação não resulta em sintomas clínicos
de deficiência, mas sabe-se que seu consumo regular estimula o trânsito intestinal. Um estudo em
adultos, na prevenção de doenças cardiovasculares preconiza 14g de fibras a cada mil de calorias da
dieta.
• Atenção sobretudo ao fitato, que pode alterar a biodisponibilidade dos nutrientes e pode reduzir a
absorção de cálcio, zinco e ferro podendo causar prejuízo à saúde. Está presente no feijão, por isso, é
importante deixar o feijão de molho por cerca de 12h.
20
MICRONUTRIENTES
• São vitaminas e minerais, nutrientes necessários para a manutenção do organismo, embora sejam
requeridos em pequenas quantidades de miligramas a microgramas.
• A maioria das vitaminas não é sintetizada pelo organismo ou não existe em quantidade suficiente.
• Minerais não são sintetizados pelo organismo, por isso, esses nutrientes devem ser ingeridos por meio
da alimentação ou suplementação quando for necessário.
• Embora as necessidades diárias de vitaminas e minerais sejam pequenas, sua presença no organismo
é fundamental para os processos metabólicos e fisiológicos.
A promoção da alimentação saudável tem como base a formação precoce de hábitos alimentares saudá-
veis, que se inicia com o incentivo ao aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar em
tempo oportuno e de qualidade, respeitando a identidade cultural e alimentar das diversas regiões brasileiras.
1. Dar somente leite materno até os seis meses de idade, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros
alimentos.
21
2. A partir de seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno
até os dois anos de idade ou mais.
3. Após os seis meses, oferecer alimentação complementar (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas,
frutas e legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver
desmamada.
4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a
vontade da criança.
5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com
consistência pastosa (papas, purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimen-
tação da família.
6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação
colorida.
7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos pri-
meiros anos de vida. Usar sal com moderação.
9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação
adequados.
10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo a sua alimentação habitual e
seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
CRIANÇAS NÃO-AMAMENTADAS
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• Diante de impossibilidade do aleitamento materno, deve-se utilizar uma fórmula infantil que satisfaça
as necessidades do lactente conforme as normas científicas nacionais e internacionais.
• Antes do 6º mês, deve-se utilizar uma fórmula infantil para lactentes (1º semestre ou de partida).
• A partir do 6º mês recomenda-se uma fórmula infantil de segmento para lactentes.
• Mesmo para as crianças que usam fórmulas infantis, a introdução alimentar deve-se iniciar a partir do
6º mês.
• Nessa faixa etária, a amamentação deve prosseguir e as refeições devem assemelhar-se a dos adultos.
O consumo de alimentos ultra processados deve ser desencorajado e ressaltar a importância da ali-
mentação artesanal. Nesta fase, é importante que a criança manuseie os alimentos.
ANEMIAS
No Brasil, a deficiência de ferro é a principal causa de anemia em crianças menores de dois anos. O ferro
se apresenta nos alimentos sob duas formas, a heme e a não-heme. O ferro heme das carnes e vísceras, tem
maior biodisponibilidade, não sofrendo influência de fatores inibidores. O ferro não-heme, contidos em alimen-
tos de origem vegetal, é pouco absorvido pelo indivíduo, cerca de 2 a 10%. Ele pode ser melhor absorvido na
presença de agentes facilitadores como a vitamina C.
• FERRO: administração de ferro profilático deve ocorrer para todos os lactentes quando acontece a
interrupção do aleitamento materno.
• VITAMINA K: todo recém-nascido deve receber ao nascimento, para diminuir o risco de hemorragias,
resultantes da carência dos fatores de coagulação dependentes de Vitamina K (fatores II, VII, IX, X).
• VITAMINA D: a suplementação profilática de vitamina D é de 400UI/dia a partir da 1ª semana de
vida até 12 meses de idade e de 600UI/dia de 12 aos 24 meses, incluindo as crianças de aleitamento
materno exclusivo.
ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR
• Compreende a faixa etária de 2 a 6 anos, sendo esse período crítico na vida da criança. Essa etapa
caracteriza-se por um período de diminuição do ritmo de crescimento em comparação até os primeiros
2 anos de vida.
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ALIMENTAÇÃO DO ESCOLAR
ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE
Necessidades nutricionais:
• Energia: As necessidades energéticas médias diárias para meninas são de 1.400 a 2.200kcal entre 9
e 13 anos, e 1.800 a 2.400kcal entre 14 e 18 anos. Meninos de 1.600 a 2.600kcal entre 9 e 13 anos e
entre 2.000 a 3.200kcal entre 14 e 18 anos.
• Proteínas: Uma dieta para atender esse período de rápido crescimento, que seria a adolescência, pode
requerer cerca de 10 a 14% da ingestão total de energia em proteína de alta qualidade.
• Vitaminas: As vitaminas hidrossolúveis, como tiamina (B1), niacina (B3) e riboflavina (B2) tem rele-
vantes funções no metabolismo energético.
o Alguns adolescentes, principalmente os fumantes e as adolescentes que utilizam contraceptivos
orais podem apresentar deficiência de vitamina C.
o As necessidades de vitamina B12 também são elevadas e o risco de carência ocorre nas dietas
radicais ou vegetarianos estritos.
o O ácido fólico é importante durante os períodos de grande replicação celular e crescimento. A
dose recomendada tanto para menino ou menina é de 300 a 400mcg/dia.
o A vitamina D está envolvida no metabolismo do cálcio, fósforo e na mineralização óssea.
• Minerais: A dieta de minerais é importante para o funcionamento de numerosos sistemas enzimáticos.
• Cálcio: As necessidades de cálcio são maiores durante a puberdade e adolescência. Grande parte dos
adolescentes tem dieta pobre em cálcio, recomenda-se que 60% da necessidade de cálcio sejam for-
necidos pela forma de produto lácteo. Estudos sugerem que o alto consumo de refrigerantes pelos
adolescentes, tem risco direto para alteração da mineralização óssea.
• Ferro: As recomendações de ferro são de 8mg/dia para ambos os sexos nas idades entre 9 e 13 anos
e 11 a 15mg/dia respectivamente para meninos e meninas. È importante lembrar, a maior biodisponi-
bilidade do ferro heme que se encontra nos alimentos de origem animal.
• Zinco: É importante para o crescimento e a maturação sexual. A deficiência de zinco pode gerar atraso
de crescimento e hipogonadismo. A recomendação diária é de 8 a 11mg.
COLINA: É um micronutriente essencial, faz parte do complexo de vitamina B, importante para formação de
neurotransmissor acetilcolina, que regulariza de maneira indireta a memória e a cognição. Muito comum nos
alimentos de origem animal, como fígado, ovos, carne, peixes, camarão e vegetal, brócolis, couve-flor, farelo
de aveia. Por ser precursora do neurotransmissor acetilcolina é essencial para o desenvolvimento do cérebro e
função normal da memória. No sistema nervoso central é fundamental na neurogênese e sinaptogênese, por
ser precursora de fosfolipídios e da esfingomielina.
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Imunizações
OBJETIVOS
VACINAÇÃO
TIPOS DE IMUNIZAÇÃO
• Passiva:
o Natural: placenta e amamentação.
o Artificial: administração imunoglobulinas/anticorpos.
• Ativa:
o Natural: aquisição da doença.
o Artificial: vacinação.
TIPOS DE VACINAS
• Atenuadas: organismos vivos ou cepas naturais atenuadas. São capazes de se replicar após inocula-
ção, sendo muito imunogênicas. Única dose já produz boa resposta. Contraindicada em gestantes e
imunodeprimidos. Ex.: BCG, Triviral, pólio oral, varicela, rotavírus, herpes zóster.
• Inativadas: organismos não-vivos ou suas frações. São menos imunogênicas e, com isso, mais segu-
ras, entretanto, haverá necessidade de um maior número de doses. Vários métodos de obtenção. Ex.:
DTP, Hepatites A e B, meningites C, ACWY, pneumo.
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Calendário Vacinal
BACILO DE CALMETTE-GUERIN:
PENTAVALENTE: DTP/Hib/HB
• DTP: 2, 4 e 6 meses.
o Reforços: 15 meses e 4 anos.
• Hepatite tipo B: 0, 2, 4 e 6 meses.
• Hib: 2, 4 e 6 meses.
POLIOMIELITE
• VOP/Sabin: organismo vivo, replicação intestinal, possibilidade de reversão para linhagem mais agres-
siva. Dissemina vírus vacinal, por isso, ainda é tão importante nos países subdesenvolvidos. Explicando
melhor, esse vírus vacinal compete com o vírus selvagem na população. O maior risco de desenvolver
a doença pela vacina é na primeira dose. → Oral: 15 meses e campanhas
• VIP/Salk: organismo inativado, menor imunogenicidade, mais seguro. → Intramuscular: 2, 4 e 6
meses.
MENINGOCÓGICA CONJUGADA
FEBRE AMARELA
TRIVIRAL
INFLUENZA
• Inativada.
• Influenza trivalente.
• Gestantes e puérperas e outros grupos considerados de risco como a população carcerária e indígena.
• Contraindicada abaixo de 6 meses de idade
Falsas contraindicações
• Doenças benignas comuns.
• Desnutrição, baixo peso, prematuridade.
• Doença neurológica estável.
• Tratamento sistêmico com corticoides em doses diárias não elevadas durante o período inferior a duas
semanas ou tratamento prolongado com doses baixas ou moderadas em dias alternados.
• Alergias, exceto as relacionadas com componentes de determinadas vacinas.
o Sarampo, Febre Amarela e Gripe: podem conter traços de ovo, mas não se contraindicam as
vacinas.
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Desenvolvimento Neuropsicomotor
• Alguns processos do desenvolvimento são finalizados intrautero e alguns continuam após o nascimento.
• O período intrauterino ocorre em três estágios: pré-embrionário, embrionário e fetal.
NEUROPLASTICIDADE
• São eventos plásticos do SN que decorrem da expressão gênica e podem levar a modificações fenotí-
picas moleculares, celulares, sistêmicas e comportamentais. É finita, daí a importância da intervenção
precoce diante de sinais de alerta pode amenizar o impacto da carga genética.
PRECEITOS
• A criança é um ser em desenvolvimento e o exame neurológico deve ser específico para cada momento
evolutivo e para o nível sociocultural.
• Há evidencias de que, quanto mais precoce for o diagnóstico e a intervenção no atraso do desenvolvi-
mento, menor serão os impactos na vida das crianças;
• Nas últimas décadas, ocorreu um aumento nas crianças com atraso do desenvolvimento.
DESENVOLVIMENTO
28
29
EXAME NEUROLÓGICO: se o bebe nasce pré-termo, o exame neurológico muda a cada estágio do desenvol-
vimento.
Tônus/ Funções
Reflexos Equilíbrio Equilíbrio Coordenação
Fase Reflexos Cerebrais
Primitivos Estático Dinâmico Apendicular
Profundos Superiores
Hipertonia fle- Segue objetos
xora dos 4 Todos presen- com os olhos;
membros; Hi- tes, marca de Modulação sen-
RN Ausente Ausente Ausente
potonia axial; funcionamento sitivo-sensorial;
Hiperreflexia subcortical. Iniciando a cor-
profunda ticalização.
Presentes:
sucção, Moro,
mão-boca,
preensão, Fixa o olhar;
Movimenta-
Iniciando hipo- palmo-plantar. Sorriso social;
Tônus Cer- ção do seg- Junta as mãos
3m tonia fisioló- Ausentes: Localiza o som;
vical mento ce- na linha média.
gica Reflexo de Gorjeio.
fálico
marcha auto-
mática, tônico-
cervical assi-
métrico
Presentes:
Hipotonia fisio- preensão pal- Atende pelo
lógica impor- mar. nome; Senta com
Muda de Retira preensão
6m tante, RP se- Desapare- Estranha tercei- apoio, inicia
decúbito. voluntária.
melhantes a cem: sucção, ros; sem apoio.
adultos Moro, mão- Lalação.
boca.
Senta sem Troca objetos
Hipotonia Fisi- Balbucio; Engatinha,
Em desapare- apoio, fica de mão;
9m ológica em de- Palavras com fica em pé
cimento. sobre 4 Preensão ma-
clínio. significado. com apoio.
apoios. nual de pinça.
Localiza som;
Nomeia familia-
res;
Solicita verbal-
mente o que de- Iniciando
Semelhante ao Somente pre- Fica de pé Pinça individua-
12m seja; marcha
do adulto. ensão plantar. com apoio. lizada.
Apresenta jar- sem apoio.
gão;
No mínimo, 5
palavras em seu
vocabulário.
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SINAIS DE DESENVOLVIMENTO PATOLÓGICO
ETIOLOGIA
• Genética.
• Pré-natal.
• Perinatal.
• Pós-natal.
TIPO
• Predomínio motor.
• Predomínio cognitivo/linguagem.
• Global.
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Crescimento e Desenvolvimento
CRESCIMENTO LONGITUDINAL
FATORES DETERMINANTES
CRESCIMENTO NORMAL
Pré-Natal:
• Fatores intrínsecos: genética e sistema endócrino – IGF-1, insulina endógena e exógena (a exógena é
associada aos bebes maiores de mães diabéticas).
• Fatores extrínsecos: saúde materna, fatores uterinos e placentários.
• VC x peso fetal:
o Primeiro trimestre: hiperplasia → 5 cm/mês.
o Segundo trimestre: hiperplasia + hipertrofia → 10 cm/mês.
o Terceiro trimestre: hipertrofia > hiperplasia → 2-3 cm/mês.
o VC total: 66 cm/ano. Como a gestação não dura um ano, aplica-se uma regra de proporção.
o Valor normal de crescimento:
Pós-Natal:
• Fatores intrínsecos: genética e sistema endócrino (IGF-1, GH, hormônios tireoidianos e sexuais).
• Fatores extrínsecos: influencias nutricionais, ambiente psicossocial, acesso a medidas de saúde.
Período Pré-Puberal:
• VC estável → 4-8cm/ano.
• Nadir, menor velocidade de crescimento na infância ou parada pré-puberal, logo antes do início da
puberdade.
Período Puberal:
• Estirão puberal: 10-14 cm/ano.
o Meninas: estirão mais longo com VC menor.
o Meninos: estirão com VC maior.
• Final da puberdade: 1-1,5 cm/ano (média de 3 anos).
32
PUBERDADE
• Primeiro sinal: telarca nas meninas e aumento dos testículos nos meninos.
• Estadiamento de Tanner: avalia crescimento de genitália (telarca nas mulheres; testículos nos homens)
e crescimento de pelos pubianos.
33
GANHO PONDERAL E PERÍMETRO CEFÁLICO
34
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
o Velocidade de Crescimento: quanto a criança cresce, em cm, num período de 1 ano. Ob-
servar durante um período mínimo de 6 meses.
IDADE ÓSSEA
• RX de punho e mão E.
• Avalia os núcleos de ossificação do carpo e das falanges.
• Previsão de ED.
• Avaliações:
o Idade óssea: inferida através do Rx.
o IC: idade real do paciente.
o IE: idade correspondente ao p50 para altura do pa-
ciente.
ANAMNESE
EXAME FÍSICO
• Ectoscopia: estigmas
• Sinais de doenças crônicas
• Medidas antropométricas
• Proporções corpóreas: SS/SI/envergadura – dis-
tância entre os dois braços esticados.
o BE proporcional
o BE desproporcional
• Maturação sexual: estadiamento de Tanner
EXAMES COMPLEMENTARES
• Triagem inicial:
o Hemograma, VHS
o Glicose, lipidograma
o Sódio, potássio
o Ureia, creatinina
o Hepatograma
o FA, cálcio, fósforo
o EAS, urinocultura, EPF
o Pesquisa para doença celíaca
o Radiografia de mãos e pinhos
o Cariótipo: meninas.
36
• Avaliação específica:
o Hormônios: T4 livre, TSH, IGF-1, IGFBP-3
o Testes de estímulo de secreção de GH
o Inventário ósseo
o RM ou TC de crânio e sela túrsica.
Baixa Estatura
CAUSAS PATOLÓGICAS
• Idiopáticas:
o Altura < 2 DP para idade cronológica
o Peso e altura de nascimento adequado.
o Proporções corporais normais
o Sem evidencia de qualquer patologia crônica
o Ausência de patologia endócrina
o Sem evidencia de problema psicossocial
o Ingesta alimentar adequada
o Velocidade de crescimento normal.
• Esclarecimentos e orientação.
• Indicações atuais para tratamento com rhGH:
o Deficiência de GH
o Doença renal crônica
o Síndrome de Turner
o Síndrome de Prader-Willi
o PIG sem crescimento de recuperação
o BE idiopática
o Deficiência do gene SHOX
o Síndrome de Noonan.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Diarreias
INTRODUÇÃO
• Ainda é considerada uma das causas de mortalidade na infância pela OMS e traz riscos de desnutrição,
deficiência de micronutrientes e déficits significativos no desenvolvimento psicomotor e cognitivo. O
manejo terapêutico com ênfase na terapia de reidratação desde a década de setenta é um marco na
medicina do século XX.
• Leite materno exclusivo: lactentes podem apresentar fezes semiformadas-líquidas 7x por dia
• Evacuação saudável também é considerada normal quando apresenta em 3x/dia e com restos de ali-
mentos.
• Consistência e frequência evoluem durante a infância.
CONCEITO
• É o termo que define a perda excessiva de água e eletrólitos através das fezes, resultando em aumento
do volume e frequência das evacuações e diminuição na consistência das fezes, de forma direta do
padrão habitual.
ESCALA DE BRISTOL
CLASSIFICAÇÃO
DIARREIA OSMÓTICA
• Retenção de líquidos dentro do lúmen intestinal devido a presença de solutos somaticamente ativos
não absorvidos, que carreiam a água para dentro do lúmen intestinal.
o Solutos: magnésio, fosfato, lactulose, sorbitol.
• Secundária a processo infeccioso.
• Os carboidratos não absorvidos que ficam no lúmen intestinal puxam líquido para dentro da alça. No
cólon, as bactérias intestinais fermentam esse açúcar presente na luz, formando ácidos orgânicos e
gases, que irritam a mucosa e deixam pH fecal ácido.
• A diminuição do pH fecal é responsável pela produção do eritema perianal. Os gases produzidos deter-
minam distensão abdominal, cólicas e fezes explosivas.
• Exemplos:
o Deficiência de lactase.
o Rotavírus: destruição das vilosidades intestinais, dificultando a absorção dos carboidratos.
o Uso de laxantes: entra no lúmen, não consegue ser absorvido pela vilosidade, puxa a água e
causa diarreia.
DIARREIA SECRETORA
DIARREIA INVASIVA
• É uma diarreia inflamatória ocasionada por algumas bactérias que causam lesão da célula epitelial do
intestino, impedindo absorção de nutrientes.
• Liberação de citocinas e mediadores inflamatórios
• Inflamação: efeito secretor e estimulante da motilidade.
• Diarreia, sangue e muco nas fezes assim como leucócitos, pois as bactérias invadem a mucosa e podem
chegar a submucosa.
DISENTERIA
• Caracterizada pela presença de sangue nas dezes e muco em pequeno volume, associada a tenesmo e
urgência para defecar.
• Representa lesão na mucosa intestinal.
• Pode associar-se com infecção sistêmica, além de desidratação.
• Principais causas:
o Vírus: rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial, o norovírus)e astrovírus
o Bactérias: E. coli enteropatogênica, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, E. coli
enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa, Salmonella, Shigella, Campulobacter jejuni, Yersinia
o Parasitos: E. histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isospora.
ANAMNESE
• Duração da diarreia.
• Início.
• Número de evacuações ao dia.
40
• Volume das fezes: grande → intestino delgado x pequeno → cólon.
• Consistência.
• Sangue nas fezes, fissuras anais.
• Alergia alimentar.
• Defecação dolorosa.
• Sintomas associados: febre, êmese, dor abdominal, erupção cutânea, envolvimento articular.
• Presença de diarreia em jejum e durante o sono.
• Viagens.
• Cirurgias anteriores.
• História Familiar de doenças gastrintestinais.
• Imunocomprometimento.
• Ingestão alimentar: suco de frutas e leite.
• Contato com pessoas com diarreia.
• Antibióticos.
• Tenesmo.
• Sinais de desidratação: estado de hidratação, estado nutricional, estado de alerta, capacidade de beber
e diurese.
• Sinais de doença sistêmica.
• Peso atual e anterior: perda de peso de até 5% representa desidratação leve, entre 5 e 10% desidra-
tação moderada e perda de mais de 10% traduz desidratação grave.
• Avaliar gráfico de crescimento.
• Presença de palidez, icterícia, petéquias, erupção cutânea.
• Sensibilidade abdominal.
• Abdome distendido.
• Exame retal: fissuras e fístulas.
• Artrite, uveíte, derrame pleural, eritema nodoso, pioderma gangrenoso.
• Raquitismo, cegueira noturna, hematomas, neuropatia periférica.
41
SORO CASEIRO
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• Acrescente duas medidas grandes e rasas de açúcar.
• Mexa bem e dê para criança.
• Deve ser menos salgado que uma lágrima.
IMPORTANTE
ANTIEMÉTICOS
• Podem causar manifestações extrapiramidais ou são depressores do SNC. Podem dificultar ou impedir
a criança de ingerir o soro.
• Porém a correção da desidratação também tem efeito sobre a êmese.
• Não se recomenda o uso para vômitos esporádicos. O risco aumentado de efeitos
colaterais na presença de desidratação ou distúrbios eletrolíticos. Não há evidências de
benefício no uso de metoclopramina e dimenidrato na doença diarreia aguda. Indica-se
o uso de ondansetrona que se demonstrou eficaz em reduzir risco de desidratação e
hospitalização nos casos de vômitos persistentes. Porém, a correção da desidratação
também tem efeito sobre a êmese, já que a desidratação, mesmo que subclínica, pode
causar vômitos.
PROBIÓTICOS
ANTIBIÓTICOS
• Não são indicados mesmo se a etiologia for bacteriana, pelo curso autolimitado
da diarreia aguda e pelo seu efeito deletério sobre a microbiota protetora.
• Reservada para os casos de disenteria com febre, cólera, na infecção aguda comprovada por Giardia
lamblia ou Entamoebahyslolitica, em imunossuprimidos, nos pacientes com anemia falciforme, nos por-
tadores de prótese e nas crianças com sinais de disseminação bacteriana extraintestinal. Assumindo a
provável etiologia relacionada à Shigella:
o Ciprofloxacina: 15mg/kg, 12h/12h por 3 dias
o Azitromicina: 10 a 12mg/kg no primeiro dia e 5 a 6mg/kg por mais de 4 dias
o Ceftriaxona: 50-100mg/kg IV, 24h/24h, por 3 a 5 dias nos casos graves
MEDIDAS DE CONTROLE
43
Infecções de Vias Aéreas Superiores
INTRODUÇÃO
• As Infecções Respiratórias Agudas são uma das causas mais comuns de morte na infância nos
países em desenvolvimento.
• Infecções de vias aéreas superiores:
o São as causas mais comuns de IRA
o Baixa mortalidade; alta morbidade
o Otite média: complicação comum da infecção de via aérea superior e também principal causa
prevenível de surdez, leva a problemas de desenvolvimento e aprendizado.
FATORES DE RISCO
• Desnutrição;
• Baixo peso ao nascer;
• Tabagismo no domicílio;
• Ausência do aleitamento materno;
• Baixo nível socioeconômico.
Rinossinusites
• Definição: são processos inflamatórios da mucosa nasal e sinusal (sinos frontais, esfenoidais, maxilar).
• Epidemiologia: afeta 13% da população nos EUA, tendo um grande impacto na qualidade de vida, além
de onerar bastante os gastos públicos. Além disso, 1 em cada 5 pacientes com RS recebem prescrição
de ATB.
• Classificação de acordo com tempo de evolução da doença:
o Aguda: até 12 semanas.
o Crônica: acima de 12 semanas.
• Classificação de acordo com gravidade do quadro:
o Leve
o Moderada
o Grave
• Escala EVA: pontua de acordo com os sinais e sintomas do paciente, classificando a gravidade da
rinossinusite de acordo com a média de pontos.
44
Rinossinusites Agudas
• Os seios são cavidades pertencentes a 4 estruturas ósseas:
o Maxilar e etmoidal:
▪ Presentes desde o nascimento.
▪ Tamanho reduzido nos primeiros dois anos.
▪ Comunica-se com fossas nasais (óstios).
o Frontal e esfenoidal:
▪ Desenvolvem-se após os quatro anos de idade.
• Diagnóstico na infância normalmente é clínico, devido ao perfil de desenvolvimento dos seios.
• Conceito: a rinossinusite aguda é um processo inflamatório da mucosa rinossinusal de início súbito e
duração de até 12 semanas. Pode ocorrer uma ou mais vezes num determinado período de tempo, mas
sempre com remissão completa dos sinais e sintomas entre os episódios.
• Divisão das RSA:
RSA VIRAL
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o Vacina Influenza para pacientes de risco
o Retirada da creche temporariamente, se possível
RSA PÓS-VIRAL
• Definida quando há piora relativa dos sintomas após 5 dias de doença ou quando os sintomas persistem
por um tempo mais prolongado do que 10 dias e menos prolongado que 12 semanas.
• Fisiopatologia: infecção nasal e sinusal → obstrução ostiometal e redução clearence conciliarar. Anor-
malidade anatômicas também podem favorecer o desenvolvimento das rinossinusites assim como para
agravamento de seus sintomas e complicações.
RSA BACTERIANA
• Apenas uma pequena porcentagem (0,5 a 2%) dos pacientes com RSA pós-viral evolui com RSA bac-
teriana.
• Independentemente do tempo de duração, a presença de pelo menos três dos sintomas/sinais a se-
quem podem sugerir RSA bacteriana
o Secreção nasal com predominância unilateral
o Secreção purulenta na rinofaringe
o Dor intensa local com predominância unilateral
o Febre > 38ºC
o Velocidade de hemossedimentação ou proteína C reativa elevadas
o Dupla piora dos sinais e sintomas: reagudização ou deterioração após a fase inicial.
Rinossinusites Crônicas
• Caracterizada pela inflamação crônica da mucosa nasal e sinusal com sinais e sintomas maiores que 12
semanas.
• Divisão:
o Com polipose nasal: hiposmia
o Sem polipose nasal: drenagem mucopurulenta e obstrução nasal.
• A endoscopia nasal e tomografia computadorizada ajudam na melhor avaliação e confirmação do diag-
nóstico.
RINITE ALÉRGICA
• É clinicamente definida como um distúrbio sintomático do nariz induzido após a exposição ao alérgeno
por uma inflamação mediada por IgE das membranas nasais.
• Os sintomas incluem rinorreia (anterior ou posterior), congestão nasal, prurido nasal ou ocular além de
espirros. Sendo esse o fenótipo de rinite mais bem caracterizado.
• A rinite existe isoladamente, mas a sinusite sem a rinite é de ocorrência rara. Elas geralmente coexis-
tem. A rinite é apontada como um fator predisponente na RS.
Sistêmicos
Locais
Externos
47
• Microrganismos: viroses da infância e patogenicidade dos diferentes agentes etiológicos.
• Poluição: ambiental e domiciliar (fumo, outros irritantes da mucosa)
• Medicamentos: rinite medicamentosa.
E/ou alterações de mucosa do complexo óstio-meatal ou dos seios paranasais visualizadas na tomografia com-
putadorizada.
TRATAMENTO DAS RINOSSINUSITES
OUTRAS RECOMENDAÇÕES
• A vacina pneumocócica pode diminuir a incidência de Infecções associadas (pneumonias e otites mé-
dias)
• Evitar exposição a fontes de infecção, como evitar freqüentar a creche e escolas
• Tratamento de doenças subjacentes:
o Adenoidectomia diminui os sintomas em 70% das crianças com SRC
• Antibiótico profilaxia pode ser consideradas na RSC (Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa)
• Corticóides orais podem ser considerados nas RSC com polipose nasal
48
Faringoamigdalite Aguda
• Infecção aguda da orofaringe, mais comum acima dos três anos de idade e principalmente no final do
outono, inverno e primavera.
• Período de Incubação: 2 a 5 dias.
• Etiologia:
o Streptococcus β-hemolítico do grupo A
o Viral
o Micoplasma e Clamídia
o Epstein Baar
o Citomegalovírus
o Difteria
o Haemophilus
• Complicações:
o Complicações Supurativas: abcesso periamigdaliano
o Reações Não-supurativas Tardias: glomerulonefrite aguda e febre reumática.
• Manifestações clínicas:
o Início súbito
o Febre alta
o Dor de garganta
o Prostração
o Cefaleia
o Calafrios
o Dor abdominal
o Vômitos
• EF:
o Orofaringe: hiperemia, aumento de amigdalas, exsudatos amígdalas, petéquias no palato
(Streptococcus)
o Adenite cervical bilateral
• Manifestações Clínicas:
o Escarlatina:
▪ Exantema macular, áspero e puntiforme
▪ Dobras flexoras avermelhadas: Sinal de Pastia
▪ Palidez perioral: Sinal de Filatov
• Diagnóstico clínico
o DD: virais em crianças menores, coriza, tosse, rouquidão, vesículas e ulcerações na orofaringe.
• Complicações:
o Adenite cervical
o Abcesso periamigdaliano
o Sepse
o Choque tóxico
o Otite média aguda
o Artrite reacional
o Febre reumática
o GNDA
• Tratamento:
o Medidas gerais
o ATB: encurtam a fase aguda e reduzem complicações → penicilinas, eritromicina.
49
• Inflamação da porção subglótica da laringe, comum em lactentes e pré-escolares, com pico de incidên-
cia aos 2 anos.
• Congestão e edema desta região, com graus variados de obstrução.
• Duração 3-5 dias de evolução.
• Etiologia:
o Vírus parainfluenza I e II
o Vírus sincicial respiratório
o Adenovírus
o Influenza
• Manifestações clínicas:
o Pródromas de IVAS: coriza, obstrução nasal, tosse seca, febre baixa.
o Evolução: tosse rouca, disfonia, afonia ou choro rouco, estridor respiratório.
• DD: laringite espasmódica ou estridulosa, epiglotite aguda, mal-formação congênita de via aérea (la-
ringomalácia, traqueomalácia, estenose subglótica), laringite diftérica, laringoedema alérgico, DRGE,
abcesso retrofaríngeo.
• Tratamento:
o Casos leves: hidratação e umidificação do ambiente (controverso).
o Casos graves: nebulização com adrenalina e corticoide sistêmico.
Nas infecções de vias aéreas superiores, o diagnóstico é clínico, sem necessidade de solicitar exames
complementares na maioria dos casos. Tendo isso em vista, deve-se evitar tratamentos desnecessários como
antitussígenos, mucolíticos e antiinflamatórios não-hormonais. Apenas nos casos em que a etiologia bacteriana
é a mais provável, utilizar antimicrobianos, sempre pensando no processo de geração de resistência bacteriana.
50
Doença do Refluxo Gastroesofágico
REFLUXO GASTROESIOFÁGICO
O Refluxo Gastroesofágico consiste na passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, podendo esse
conteúdo ser líquido, gasoso ou misto. A manifestação sintomática depende do pH refluído, tempo do
evento e resistência do epitélio esofágico. É um processo que ocorre muitas vezes por dia, sendo detec-
tada especialmente no período pós-alimentar tanto em lactentes, crianças maiores ou adultos. O RGE fisiológico
pode determinar sintomas leves ou transitórios que não alteram qualidade de vida e estado de saúde do paci-
ente.
PATOGENIA DO RGE
• Definição: caracterizada pela ocorrência de eventos de refluxo que provocam sintomas digestivos ou
extraesofágicos de maior magnitude, acarretando alterações na qualidade de vida ou quando se detecta
a presença de esofagite péptica.
• Patogenia: quando há presença do RGE e ocorre um desequilíbrio entre os mecanismos de agressão
(frequência e composição do RGE) e defesa (resistência tecidual e clareamento esofágico).
• Grupos de risco:
o Comprometimento neurológico.
o Prematuros.
o Obesidade.
o Fibrose Cística.
o Displasia Pulmonar.
o História familiar de DRGE.
o Malformação congênita do TGI alto (hérnia de hiato, hérnia diafragmática, atrésia esofágica,
fístula traqueoesofágica).
RGE RN/LACTENTES
EXAMES COMPLEMENTARES: depende do que o médico quer procurar. Além disso, vale ressaltar que todos
esses exames possuem falhas.
Obs.: a USG não é mais tão solicitada, mas é boa para avaliar estenose hipertrófica de piloro.
CINTILOGRAFIA NO RGE
ULTRASSONOGRAFIA
PHMETRIA ESOFÁGICA
52
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
TRATAMENTO
Recém-Nascido
• Orientação Postural: conduta inicial para RNs que não estão perdendo peso.
• Tratamento Nutricional:
o Nos casos em que há quadro sintomatológico nos primeiros meses de vida, em lactentes ali-
mentados com fórmula a base de LV, regurgitações excessivas, vômitos ocasionais, choro ex-
cessivo e arqueamento de tronco, algum grau de desaceleração de ganho ponderal → não
realizar medicamentos, iniciar fórmula AR, observar resposta em 2 a 4 semanas.
o Nos casos em que há quadro sintomatológico nos primeiros meses de vida, lactentes em alei-
tamento natural, regurgitações excessivas, vômitos ocasionais, choro excessivo e arqueamento
de tronco, algum grau de desaceleração de ganho ponderal → correção de erros na técnica
alimentar, retirar leite de vaca da dieta materna, observar resposta em 2 a 4 semanas.
o Lactentes que não responderam às fórmulas AR: realizar fórmula extensamente hidrolisada de
proteína durante 2 semanas. Se ocorrer falha na resposta, encaminhar ao gastropediatra.
53
Imunomediadas Não-Imunomediadas Reações Tóxicas
• Alergia alimentar: não- Intolerâncias alimentares: • Toxinas bacterianas.
IgE mediada, IgE medi- • Cafeína, tiramina. • Envenenamento.
ada, mista. • Deficiência enzimática
• Doença celíaca. • Intestino irritável, desordens funcionais
do intestino, fatores psicológicos.
ALERGIA ALIMENTAR
INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
54
Dermatoses Comuns à Infância
DIVISÃO: podem ser infecciosas (parasitárias, bacterianas e virais), inflamatórias ou tumorais. Essa aula
aborda as principais dermatoses infecciosas e inflamatórias.
ESCABIOSE
IMPETIGO CONTAGIOSO
ECTIMA
FOLICULITE
55
• Causada por Staphylococcus.
• Quadro Clínico: afeta áreas foliculares associadas à oclusão de pele.
• Lesões: vesico-pústulas em base eritematosa em tronco, nádegas e axilas, principalmente.
PITIRÍASE VERSICOLOR
TINEA CAPITIS
56
CANDIDÍASE DE MUCOSA
ESPOROTRICOSE
MOLUSCO CONTAGIOSO
• Ancilostoma brasiliens.
• Larvas de vermes que parasitam cães, gatos, sendo o ser humano
um hospedeiro acidental.
• QP: prurido, lesão cutânea vesiculosa linear, que se estende em mi-
límetros ao dia, localiza-se em geral em regiões de contrato com
terrenos arenosos contaminados com fezes de animais parasitados.
• Mãos, pés, nádegas.
• Autolimitada.
VARICELA
• Incubação: 10 a 21 dias.
• Mácula, vesícula elíptica, umbilicada, com halo eritematoso, pruriginosa, que evolui para crosta. Podem
ocorrer cicatrizes.
• Atenção para casos com imunodepressão.
• Reativação: herpes-zóster → mais comum em adultos, se estende pelo dermátomos acometido, acom-
panhada de muita dor.
HERPES SIMPLES
58
• Quadro clínico: primo infecção herpética, herpes recidivante, erupção variceliforme de Kaposi.
VERRUGAS VIRAIS
TUNGÍASE
MÍIASE
59
PSORÍASE
DERMATITE ATÓPICA
• Causa desconhecida, frequentemente associada a atopia pessoal ou familiar. Grande influencia gené-
tica.
• Multifatorial: falhas na regulação imune, disfunção da barreira epidérmica, anormalidades farmacofisi-
ológicas.
• Fatores agravantes: clima, vestuário, produtos de higiene, contactantes irritantes, colonização, infecção
da pele.
• Subaguda, aguda, crônica, podendo haver superposição das formas.
• Tratamento de acordo com a forma clínica.
• Dermatose eritemato descamativa, surge lesão inicial em medalhão; em uma semana, evolui com le-
sões em tronco, pouco prurido, por vezes, imitam outras dermatoses como psoríase.
• Autolimitada, duração de até 6 semanas.
60
Resumo da Nathalia, da XV:
OUTRAS DOENÇAS
• Alopécia Areata.
• Prurigo Estrófulo.
• Vitiligo.
61
Bronquiolite e Asma
INTRODUÇÃO
• Tosse e sibilância são sintomas respiratórios muito comuns em crianças e podem ser a expressão clínica
de uma grande variedade de problemas localizados nas vias respiratórias, mas também podem estar
associadas a patologias não-respiratórias.
• Embora a asma seja sua causa mais comum, deve ser sempre diagnóstico de exclusão, pois muitas
crianças apresentam sibilância sem estar necessariamente relacionada à asma e bronquiolite, principal-
mente nos primeiros anos de vida, podendo ter diversas outras causas, até mesmo não-respiratórias
como DRGE e fibrose cística.
• Dito isso, é extremamente importante que se atue sobre o processo inflamatório crônico que gera
sibilância, a fim de evitar o remodelamento definitivo das vias aéreas. Principalmente porque, depois
da febre, a sibilância é o principal sintoma isolado de procura por atendimento médico nos serviços
de urgência.
• Crianças abaixo de 2 anos e que manifestam pelo menos 3 três episódios de sibilância, em espaço de
6 meses são denominados lactentes sibilantes. Essa criança é um possível candidato a desenvolver
uma doença asmática.
• Pelo menos 20% das crianças abaixo de dois anos de idade apresentam sibilância transitória, que pode
estar associada com:
o Tamanho das vias aéreas, predeterminado geneticamente. Além da influência de sua imaturi-
dade.
o Coexistência de infecções virais das vias aéreas superiores.
o Exposição passiva ao tabagismo materno.
o Fatores genéticos.
• A mãe, quando gestante, cria um ambiente intra-uterino de perfil Th2, pois o ambiente Th1 é respon-
sável pela rejeição. Por isso, a tendência das crianças muito pequenas é ter um perfil linfocitário mais
do eixo Th2 pela influência das citocinas maternas. Até por essa sobreposição de eixo linfocitário, essas
crianças tendem a ser mais suscetíveis à hipersensibilidade.
• 30 a 60% dos lactentes apresentam sibilância nos três primeiros anos de vida. As infecções virais,
sobretudo pelo vSR, têm sido os principais fatores infecciosos relacionados ao aparecimento de sibilân-
cia em crianças, sobretudo não-atópicas.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS
ASMA BRONQUIOLITE
1. Inicia-se após exposição ao alérgeno. 1. Inflamação aguda do trato respiratório infe-
2. Infiltrado celular composto por eosinófilos, rior → bronquíolos.
mastócitos, linfócitos T e mononucleares. 2. Pródromo de IVAS.
3. Moléculas de adesão e mediadores inflama- 3. Predomínio abaixo de 2 anos de idade.
tórios também possuem importante papel no 4. Precedido por IVAS.
infiltrado celular. 5. Graus variados de obstrução.
4. Associado com a expressão de CD54 (ICAM-
1), principal receptor para rinovírus.
• A asma pode ser piorada por infecção viral, entretanto, a bronquiolite é precedida pela IVAS.
CASO I
62
• HDA: deu entrada na emergência com quadro respiratório com broncoespasmo severo, antecedido de
sinais de infecção viral anterior (coriza hialina e congestão nasal 48h antes da piora clínica).
• EC: apresentava tosse seca e esforço respiratório evidente com TSC, TIC, RFE, BAN, cianose de extre-
midades e de lábios. Mãe relatava nos últimos dias recusa alimentar e irritabilidade.
• HF: criança nascida de parto cesárea, pré-termo de 35 semanas, sem intercorrências durante a gesta-
ção e período perinatal. Aleitamento materno por dois meses, complementado. Peso de nascimento
normal, estatura normal, Apgar 6/9, calendário vacinal atualizado, DNPM normal.
• HPP: nega internação hospitalar, cirurgias, traumas, hemotransfusões e alergias.
3 meses de idade: principais infecções nessa faixa são as infecções virais → indicador de Bronquiolite.
• É uma doença infecciosa e inflamatória aguda do trato respiratório superior e inferior que resulta em
obstrução das vias aéreas de pequeno calibre → Pela destruição do epitélio pulmonar a partir da infec-
ção, a mucosa se torna hiper-reativa.
• Embora ocorra em qualquer faixa etária, o maior calibre das vias aéreas de crianças mais velhas e
adultos torna essa doença mais importante nas crianças menores, pois eles não acomodam tão bem o
edema da mucosa. Assim, há maior frequência e gravidade em menores de 1 anos, sendo significati-
vamente mais importante em prematuros e abaixo de 6 meses de idade.
• Pico da doença: entre 2 e 6 meses de idade.
• Sazonalidade: associada a épocas de gripe, final de outono e durante o inverno.
• É a maior causa de internação em lactentes previamente hígidos.
• Transmissão: entre membros da família e entre crianças. Pode ocorrer por auto-inoculação de fômites
(contato direto), pois o VSR pode sobreviver várias horas em mãos e superfícies. A partir disso, há
colonização nas mucosas da nasofaringe e ocular.
• Prevenção: lavar as mãos criteriosamente, utilizar luvas descartáveis e máscaras.
• Etiologia: Vírus Sincicial Respiratório (75 a 85% dos casos; subtipos A e B são identificados, sendo
o A responsável pelas infecções mais severas), parainfluenza, adenovírus, influenza (6%), rinovírus
(10-30%), Mycoplasma pneumoniae.
• VSR: reduz a mobilização de precursores das células dendríticas na medula óssea, produção de IFN-1
um pelas células T CD4 com tendência ao eixo Th2, diminuição da citotoxicidade das células T CD8,
diminuição da neutralização dos antígenos do VSR pelos anticorpos maternos, produção intensa de
citocinas pró-inflamatórias.
• Inflamação neurogênica pulmonar e extrapulmonar com ação parassimpática estimulada com aumento
de permeabilidade e contração muscular.
• Diagnóstico: clínico. Num primeiro episódio de sibilância em lactente com pródromos de infecção viral,
independente da condição atópica, podemos fazer esse diagnóstico.
• Tratamento:
o Oxigenoterapia: o oxigênio é de fundamental importância na terapêutica da BVA, pois trata
a hipoxemia e reduz o sofrimento respiratório. Administrado aquecido e umidificado, por cateter
nasal, máscara, campânula ou oxitenda para manter uma PaO2 de 70-90 mmHg ou
SatO2>93%.
o Broncodilatadores: emprego não é recomendado pela maioria dos estudos realizados por
não serem capazes de demonstrar alterações nas taxas de internação ou na saturação de oxi-
gênio. Uso inicial da terapêutica envolve avaliar padrão respiratório, SV, atividade, tolerabili-
dade ao procedimento e níveis de saturação. Se resposta positiva, ou seja, se ele responder à
terapia, manter terapêutica. Do contrário, suspender.
o Corticoesteroides: bases lógicas compreendem a importância da inflamação na gênese do
processo. O uso é frequente e muitos pacientes melhoram com a administração. Ainda assim,
estudos não demonstraram benefícios (redução da hospitalização, duração da oxigenoterapia,
prevalência da sibilância).
63
BVA LEVE
• Alimenta-se normalmente.
• Pouca dificuldade respiratória.
• SatO2>95%.
• Conduta: Rx de tórax e teste com broncodilatador → Se houver boa resposta, orientar família para
tratar em domicílio, com revisão em 2 ou 3 dias + BD se houver resposta.
BVA MODERADA
BVA GRAVE
• Incapaz de se alimentar.
• Dispneia grave: tiragem e BAN intensos, gemido.
• SatO2<91%, não se corrigindo com oxigenoterapia.
• Episódios longos e frequentes de apneia.
• Conduta: Rx de tórax, teste com BD, exames virológicos, monitorização clínica, laboratorial e cardíaca,
gasometria. → hospitalizar, líquidos EV, corticoesteroide (?) + BD se houver resposta.
• Tratamento: nebulização com adrenalina pode ser realizada com segurança, avaliando resposta após
1 hora. Hoje em dia, faz-se mais intramuscular. Metanálises com eficácia duvidosa.
CASO II
ASMA
• Doença inflamatória crônica potencialmente reversível das vias aéreas inferiores, marcada pela hiper-
reatividade da árvore traqueobrônquica.
• Fatores de risco: predisposição genética, atopia (rinite alérgica/dermatite atópica), vida urbana, baixas
condições socioeconômicas.
• Fatores desencadeantes: viroses respiratórias, alérgenos, mudanças climáticas, agentes químicos/fár-
macos, estresse emocional.
• Fisiopatogenia: eixo Th2.
• Manifestações Inflamatórias:
o Boncoconstrição pela ação do músculo liso.
o Edema.
64
o Hipersecreção de muco.
o Infiltração de células inflamatórias.
o Hiperresponsividade das vias aéreas.
• Diagnóstico: GINA guidelines.
65
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Asma x BVA
DETERMINANTES DA ASMA
• Fatores genéticos.
• Ambiente e estilo de vida: indutores da asma.
• Infecção, cigarro, nutrição.
• Poluentes, irritantes, exercício, mudança climática, stress.
66
• Controle ambiental.
• Uso escalonado de medicação: step up e step down.
• Uso de múltiplos medicamentos:
o Corticoides: oral e inalatório.
o β2 de ação prolongada: Salmeterol, Formoterol.
o β2 de alívio.
o Antileucotrieno.
• Imunoterapia.
MANEJO DA ASMA
67
Parcialmente controlada
Características Controlada (pelo menos 1 em qualquer Não controlada
semana)
Nenhum ou
Sintomas diurnos 2 ou mais/semana
mínimo*
1 em qualquer se-
Exacerbação Nenhuma 1 ou mais por ano
mana
68
CORTICOESTEROIDES: doses baixas para crianças ≤ 5 anos.
10 a 50%
TRATAMENTO NA CRISE
• O2.
• B2 inalado – 10 a 20 gotas – na criança 1 gota para cada 3 Kg.
• Ipratrópio – 20 gts no adulto e 10 gts na criança.
• Aminofilina.
• Corticosteróides sistêmico.
o Predinisona – 1 mg por Kg de peso.
o Hidrocortisona – 200 md dose ou 10 mg por Kg de peso.
o Metilprednisolona – 40 a 80 mg dose.
• Manter o corticóide inalatório.
• Adrenalina – 0,3 ml no adulto e 0,1 ml na criança – SC.
• ATB.
69
Violência e Acidentes
OBJETIVOS
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
• OMS: violência e acidentes correspondem a mais de 950 mil mortes em crianças menores de 18 anos
e mais de 10 milhões de incapacidades. Estima-se que as violências físicas e sexuais causem mais de
200 mil mortes em jovens e crianças.
• As principais causas de morte por faixa etária no Brasil:
• Causas Externas:
70
DEFINIÇÃO
• Define-se o abuso ou maus tratos pela existência um sujeito em condições superiores, seja por idade,
Força, posição social ou econômica, inteligência ou autoridade, que comete um dano físico, psicológico
ou sexual, contrariamente à vontade da vítima ou por consentimento obtido a partir de indução ou
sedução enganosa.
• Violência contra crianças e adolescentes: qualquer ato ou omissão dos pais, parentes, responsá-
veis, instituições e, em última instância, da sociedade que causem ou tenham potencial de causar dano
físico, sexual e/ou moral às vítimas.
TIPOS DE VIOLÊNCIA
• Autoprovocado: suicídio.
• Interpessoal: intra-familiar ou comunitária – física, sexual, psicológica ou negligencia.
• Coletivas: sociais, públicas, econômicas.
• Local de ocorrência:
o Crianças: Residência tem maior incidência, Escola e Via Pública.
o Adolescentes: maior é residência e depois é via pública.
• A maior parte das violências é perpetrada por familiares ou conhecidos da criança ou do adolescente.
Há um pacto de silêncio nos lares por ser um ambiente considerado sacralizado. Muitas vezes não deixa
evidencias físicas, mas causa efeitos sérios a curto e/ou longo prazo.
VIOLÊNCIAS FÍSICAS
• Uso de força física ou atos de omissão intencionais. Não acidentais, cujo objetivo é ferir, lesar, provocar
dor ou destruir a criança ou o adolescente, deixando ou não marcas evidentes.
• Contradições nos relatos.
• Demora na procura de ajuda.
• Sinais típicos:
o Lesões ditas como acidentais não compatíveis com idade ou desenvolvimento psicomotor da
criança.
o Lesões que não podem ser explicadas pelo acidente relatado.
o Lesões em vários estágios de cicatrização ou cura.
o Lesões bilaterais ou simétricas.
o Lesões em áreas habitualmente cobertas ou protegidas do corpo: regiões laterais de tronco,
interna de braços ou coxas, região perineal ou genital, pescoço, axilas.
o Supostos acidentes ocorridos de forma repetitiva e/ou com frequência acima do esperado.
o Dinâmica familiar denotando falta de estrutura estável: mais frequente em lares onde a relação
familiar é precária ou prejudicada pelos sucessivos conflitos.
o Alcoolismo e uso de drogas ilícitas, além disso, problemas maternos associados a gravidez.
o Relato dos pais de ter sofrido violência na infância.
• Locais:
o Pele e mucosas.
o Esqueletos.
o SNC.
o Estruturas torácicas e abdominais.
71
Marcas de mão Marcas de objetos utilizados Múltiplas fraturas
72
• Acidentes: lesões acidentais em áreas de atrito, compatíveis com desenvolvimento da criança e com
história relatada, busca rápida pelo atendimento.
• Exames complementares:
o Coagulograma
o Radiografia
o TC e RM: exploração das lesões intracranianas.
PUNIÇÃO CORPORAL
VIOLÊNCIA SEXUAL
• Todo ato ou jogo sexual com intenção de estimular sexualmente a criança ou adolescente, visando
utilizá-lo para obter satisfação sexual; autores da violência estão em estágio de desenvolvimento psi-
cossexual mais adiantado que vítima e/ou exercem coerção.
• Situações: manipulação de genitália, mamas e ânus, ato sexual com penetração, imposição de intimi-
dades, exibicionismo, jogos sexuais e práticas eróticas não consentidas e impostas, assédio sexual,
exploração sexual, pornografia e voyeurismo.
• Manifestações: alterações comportamentais, relato da criança por verbalização ou desenhos, pode
haver sinais físicos como lesões, sangramentos e gravidez.
• DD:
o Lesões em genitália: traumas em geral, infecções, dermatite de fraldas, oxiuríase, má higieni-
zação.
o Lesões anais: anomalias congênitas, Doença de Chron, constipação.
o Lesóes uretais: hemangiomas, pólipos, prolapso de uretra.
o DST de transmissão por parto vaginal, direta ou auto-inoculação.
73
• Prostituição Infantil.
• Sinal importante: distúrbios miccionais. Criança que já tinha controle da continência e volta a urinar
na cama, por exemplo.
VIOLENCIA PSICOLÓGICA
• Toda ação que coloca em risco ou causa dano a autoestima, a identidade ou ao desenvolvimento da
criança ou do adolescente.
• Pode se manifestar como rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, utilização da criança para
atender as necessidades psicológicas de adultos, falta de receptividade emocional, terrorismo, isola-
mento.
• Caráter subjetivo.
• Ausência de marcas físicas.
• Manifestações inespecíficas, que podem ocorrer em qualquer tipo de transtorno psíquico: enurese,
constipação, dor abdominal.
• Muitas formas são vistas como maneiras legítimas de cuidados: superproteção.
• Dificuldade em determinar intencionalidade.
• Geralmente está presente nos demais tipos de violência.
• Formas:
o Síndrome de Alienação Parental.
o Crianças que testemunham violências.
o Bullying.
NEGLIGÊNCIA
• Caracteriza-se pelas omissões dos adultos ao deixarem de prover as necessidades básicas para o de-
senvolvimento físico, emocional e social de crianças e adolescentes.
• Presença de dois critérios: cronicidade e omissão.
• Formas: cuidados pessoais (higiene, vestuário), atenção médica, alimentação (desnutrição, obesidade),
condições ambientais (promiscuidade, acidentes, tabagismo passivo), educação, lazer, supervisão.
ACIDENTES DE TRANSPORTE
• Do nascimento até 2 anos: assento infantil tipo bebe conforto virado para o banco traseiro.
• 2-4 anos: bebe conforto podendo ser virado para frente.
• 4-8 anos: assento tipo cadeirinha
• 8-12 anos: assento de elevação. Quando ela consegue apoiar os pés no chão do carro, ela já pode usar
o cinto.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
74
DIAGNÓSTICO
75
FATORES DE RISCO: tornam as crianças mais suscetíveis à ocorrência de violências.
• Hiperativas, irritadas.
• Difíceis para se alimentar.
• Com padrões anormais de sono.
• Choram excessivamente.
• Crianças provocativas.
• Prematuras.
• Sindrômicas.
CONDUTA PROFISSIONAL
• Atitude de acolhimento, não julgadora: inclusive do agressor, caso esteja presente na consulta.
• Proporcionar relação de confiança.
• Não provocar reações negativas ou mais sofrimento para a criança e os familiares.
• Medidas clínicas: analgesia, curativos e suturas, exames laboratoriais, prevenção de DST e gravidez
seguindo protocolo do MS pós abuso sexual, avaliação de especialistas.
• Medidas protetivas: notificação ao Conselho Tutelar, internação quando houver risco.
NOTIFICAÇÃO
• É obrigatória. Deve ser feita ao conselho tutelar mais próximo a residência da criança ou a outra auto-
ridade local. Pode ser feita de forma anônima.
• Meios: telefone do CT, Disque 100, pessoalmente, receituário, ficha de notificação.
76
Doenças na Adolescência
QUEM É O ADOLESCENTE?
• OMS: 10 a 20 anos.
• ECA: 12 a 18 anos.
• Programa Nacional de Saúde do Adolescente: 10 a 19 anos.
PATOLOGIAS
PUBERDADE ATRASADA
77
o Estigmas sindrômicos
o Déficits visuais: fundoscopia.
o Olfato.
o Exame neurológico.
• Síndromes:
o Klinefelter: alta estatura, sexo masculino, desproporção corporal (envergadura>altura).
o Kalliman: anosmia.
o Turner: baixa estatura, sexo feminino, implantação baixa dos cabelos, hipertelorismo mamilar.
o Prader Willi: Dismorfias, obesidade, alterações cognitivas e comportamentais.
• Investigação:
o Radiografia de mão e pinho esquerdo: idade óssea.
o Dosagem hormonal: FSH, LH, H. Tireoidianos e Prolactina.
• Causas:
o Mais comum → Atraso constitucional do crescimento e da puberdade: VC normal para padrão
pré-puberal. Pode causar alterações psicológicas e da autoestima.
o Hipogonadismo central: deficiência de gonadotrofinas.
▪ Síndrome de Kallman.
▪ Tumores, infecções, traumas, cirurgias, radioterapia: lesão hipofisária.
o Hipogonadismo primário: lesão gonadal.
▪ Permanente: reposição hormonal com testosterona ou estrogênio/progesterona.
GINECOMASTIA
78
o Doenças crônicas: hepática, por exemplo.
o Neoplasias: testiculares, hipofisárias, adrenais, hepáticas, mama, produtores de gonadotrofina
coriônica, linfomas, leucemias.
o Endocrinopatias.
• Apoio psicológico é necessário em grande parte dos casos.
OBESIDADE
• É uma doença crônica multifatorial com subtipos caracterizada pelo acúmulo de gordura anormal que
apresenta riscos à saúde.
• Entre 1957 e 1997, a prevalência triplicou. Sendo maior em áreas urbanas.
• É fator de risco para doenças cardiovasculares, DM, dislipidemias e câncer.
• Variável preditora de sobrepeso no adulto.
• Causas:
o 5% causa identificável: Síndromes Genéticas como Prader-Willi, Kallman e Carpentes e Endó-
crinas como hipotiroidismo, Cushing e hipogonadismo.
o Exógena: vários membros da família afetados, estatura avançada para idade, estadiamento de
Tanner avançado para idade, coeficiente intelectual normal, idade óssea normal ou avançada,
exame físico normal.
• Diagnóstico:
o Obesidade: IMC>escore Z+2 desvios.
o Sobrepeso: IMC entre escore Z+1 e Z+2.
• Grupos vulneráveis:
o Pais obesos.
o Prematuros.
o PIG.
o GIG associados a interrupção precoce do aleitamento materno.
o Diabetes gestacional.
o História familiar de DM.
o Merenda escolar inadequada.
o Ansiedade materna.
• Repercussões:
o HAS: aferir PA rotineiramente no exame da criança e do adolescente é imprescindível. Tem
uma associação importante com peso e pode ser assintomática, secundária a patologias cardí-
acas, renais, endócrinas, esteroides anabolizantes, anticoncepcionais, álcool, cocaína.
o Dislipidemias: obesidade é critério para triagem e, se houver obesidade visceral, o prognóstico
é pior. IMC normal, redução de colesterol total, LDL e não HDL. Nos meninos, o HDL diminui
na puberdade; nas meninas, fica igual.
o DM tipo II: resistência periférica à insulina.
o Acantose Nigricans: espessamento, hiperpigmentação, acentuação das linhas de pele. As do-
bras e pregas são os locais mais afetados ocorrendo, geralmente, em axilar, pescoço e virilha,
podendo ainda afetas pés, mão e lábios. Forma benigna associada a obesidade, causada por
hiperinsulinismo, DM e resistência a insulina.
• Síndrome Metabólica: preditora de doença cardiovascular no adulto. Necessária presença de três ou
mais fatores.
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• Abordagem Terapêutica: o papel do profissional de saúde é estimular a mudança de estilo de vida.
Medicamentos:
• Fluoxetina: depressão. Uso a partir de 8 anos.
• Sertralina: compulsão. Uso a partir de 6 anos.
• Metformina: melhora a sensibilidade à insulina.
Cirurgia Bariátrica:
• IMC>40kg/m2
• IMC>35kg/m2 + comorbidades → DM, apneia do sono moderada a severa, pseudotumor cerebral,
esteatose hepática.
• Anorexia Nervosa.
• Bulimia Nervosa.
• Transtorno Alimentar Não-Especificado: não preenche critérios nem para AN nem para BN.
• Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica: compulso alimentar sem comportamento compensató-
rio, imagem corporal não tão negativa.
ANOREXIA NERVOSA
• Critérios:
o Recusa em manter peso pelo menos no valor mínimo normal para idade.
o Peso menor que 85% do esperado. Perda ou ausência do ganho esperado pelo crescimento
puberal.
o Exagerado medo de ganhar peso.
o Distorção da imagem corporal.
o Amenorreia: três ciclos consecutivos após menarca.
• Sinais e sintomas: constipação, hipotensão postural, isolamento social ou depressão, perda de cabe-
los, pele amarelada por hipercarotenenia, intolerância ao frio, dor epigástrica, náuseas, vômitos, fadiga,
fraqueza muscular, câimbras, lanugem, sopro sistólico por prolapso mitral, comprometimento do cres-
cimento.
• Complicações: hiponatremia, anormalidades no ECG pelas alterações no potássio – principal causa
de morte súbita por arritmia na anorexia nervosa –, derrame pericárdico possibilidade de consumo de
gordura pericárdica com preenchimento deste espaço com líquido pericárdico, IC, constipação, estea-
tose hepática, pancreatite aguda, litíase biliar, síndrome do T3 baixo, hipocortisolismo, osteopenia,
fraturas, pancitopenia, convulsões, atrofia cortical.
• Diagnóstico Diferencial: tuberculose, malignidade, doença inflamatória intestinal.
• Tratamento:
o Quadros iniciais: atenção primária.
o Instalada: equipe multidisciplinar com clínico ou hebiatra, nutricionista e profissionais da saúde
mental.
o Muitas vezes é indicada a internação: Desnutrição grave; Distúrbios eletrolíticos; Arritmia car-
díaca; Bradicardia <50bpm de dia ou <45 de noite; Hipotensão: PA<80:50; Hipotermia;
80
Interrupção do crescimento; Falha em tratamento ambulatorial; Recusa alimentar aguda; Com-
plicações agudas da desnutrição; Emergências psiquiátricas: ideação suicida, psicose aguda;
Comorbidades: depressão grave, TOC, disfunção familiar grave.
BULIMIA NERVOSA
81
Doenças Exantemáticas
Varicela
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Exantema Prevenção e Tratamento
Prevenção: vacina com o ví-
Via aérea e/ou con-
rus atenuado.
tato direto com le-
Lesões vesículo-cros-
sões desde 2 dias
Vírus Vari- Bom estado tosas, em vários es- Tratamento: medidas de su-
antes do exantema
cela-Zós- geral, febre tágios numa mesma porte, higiene, manter as
até as lesões se tor-
ter (IB: baixa ou au- área, sentido céfalo- unhas aparadas devido ao pru-
narem crostosas.
10-20 sente, anore- caudal (7 a 14 dias rido. Em caso de infecção se-
Pico de incidência 5 a
dias) xia, prurido. de duração); Lesão cundária por Strepto ou Sta-
9 anos; principal-
em gota de orvalho. phylo, antibioticoterapia. Para
mente na
imunossuprimidos, anti-viral é
Primavera.
indicado (Aciclovir)
Sarampo
Prevenção e Trata-
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Exantema
mento
Prevenção: Vacina
Período Prodrômico: sinais
Tríplice Viral, com 1
catarrais, febre alta, fotofobia,
ano e reforço aos 5
queda importante do estado Maculo-papular,
anos.
Via aérea ou geral; Manchas de Koplik (man- crânio-caudal,
Paramixoví- contato com se- chas esbranquiçadas na mu- pico de intensi-
Tratamento: su-
rus (IB: 10- creções conta- cosa da cavidade oral, sinal pa- dade no 3º dia e
porte, sintomáticos e
12 dias) minadas com o tognomônico de sarampo); Fá- acastanhado no
das complicações.
vírus. cies Sarampenta. 4º dia.
Notificação compulsó-
Complicações: otite média
ria e investigação ime-
aguda, pneumonia.
diata.
82
Rubéola
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Exantema Prevenção e Tratamento
2-3 dias, febre baixa,
Prevenção: vacina Trivi-
astenia, adenopatia (re-
ral com 12 meses e re-
troauricular, cervical e
Máculo-papular forço aos 15 meses.
occipital).
Togavírus de cor rósea, iní-
(IB: 2-3 se- Via aérea. cio retroauricular, Tratamento: sintomáti-
Adolescentes e adul-
manas) confluente, desa- cos.
tos jovens: artralgia.
parece em 3 dias.
Notificação compulsória e
Alto risco de malforma-
investigação imediata.
ções fetais na gravidez.
Escarlatina
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Exantema Tratamento
Início abrupto, febre alta, cefaleia,
dor abdominal, amigdalite com hiper-
trofia, hiperemia, exsudato e peté- Tratamento:
quias no palato e linfadenomegalia Micropapular antibioticotera-
Hipersensibili- cervical dolorosa. difuso, aspecto pia com Penici-
dade à toxina de pele em lina Benzatina
Gotícula e con-
eritrogênica do Sinais específicos: lixa, inicia-se IM em dose
tato c/ pico de
Streptoccocus • Descamação laminar: inicia pelo no pescoço e única ou Amoxi-
incidência aos
do Grupo A tronco e termina em mãos e pés. tronco, sendo cilina oral por 10
5 a 15 anos.
(IB: 2 a 5 • Sinal de Filatov: eritema forte em mais intenso dias ou Eritromi-
dias). face com área mais clara ao redor nas axilas e re- cina ou Clinda-
da boca. gião inguinal. micina para os
• Sinal de Pastia: realce em dobras. alérgicos à Peni-
• Língua em Framboesa. cilina.
Enteroviroses
Transmis-
Etiologia Quadro Clínico Exantema Tratamento
são
Infecção primária no TGI, tropismo
Vírus Coxsakie A pelo SNC e meninges, manifestações Enantema na
Fecal-oral
(Herpangina) e B, clínicas variadas incluindo febre, alte- Herpangina e
(IB: 3-6 Tratamento:
Exhovírus e Ente- rações respiratórias, neurológicas, síndrome mão-
dias) sintomáticos
rovírus ppd cardíacas, gastrintestinais, Orquite e pé-boca.
conjuntivite hemorrágica.
Doença Meningocócica
Etiologia Quadro Clínico Exantema Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico: punção lombar e hemocultu-
Início súbito c/ febre, irritabili-
ras.
dade, letargia, convulsões. Em
lactentes, apneia e abaulamento
Neisseria Petequial Tratameno: antibioticoterapia com ampici-
de fontanelas.
meningiti- e/ou purpú- lina e aminoglicosídeo/ceftriaxone (menores
Rigidez de nuca (pesquisa por
dis rico. de 2 meses), ampicilina e cloranfeni-
sinal de Kernig e Brudzinski) e
col/ceftriaxone (2 meses a 5 anos) ou am-
alterações da consciência em
picilina/ceftriaxone para maiores de 5 anos.
menos de metade dos casos.
Eritema Infeccioso
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Etiologia Quadro Clínico Exantema Tratamento
1) Exantema em face, mais intenso
Fase Prodrômica: febre baixa, ce- Imunocompe-
nas regiões maxilares → face esbofe-
faleia, sintomas de IVAS, linfade- tentes: não
teada (bom estado geral).
nopatia. existe terapia
2) Disseminação do rash eritematoso
antiviral especí-
para tronco, extremidades proximais
Parvovírus Fase Exantemmática: o exantema fica.
e superfície extensora. Há clarea-
B19 é o dado semiológico mais impor-
mento do centro das máculas, dando
tante e evolui em três estágios de Imunossuprimi-
aspecto rendilhado.
1 a 3 semanas, principalmente dos: imunoglo-
3) Pode haver recidiva em 1-3 sema-
após exposição ao sol, calor, es- bulina IV.
nas se houver reexposição aos fato-
tresse e exercício.
res desencadeantes.
Mononucleose Infecciosa
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Exantema Tratamento
Febre prolongada, mal-estar, cefa-
leia, calafrios, dor de garganta. Ao Repouso por
Vírus Eps- Contato direto com Predominante
exame físico, pode cursar c/ espleno- três semanas,
tein-Baar saliva de indivíduos em tronco,
megalia, hepatomegalia, petéquias corticoesteroides
(IB: 10 a contaminados (“Do- maculo-papu-
no palato, faringe com eritema exsu- e antibióticos
50 dias). ença do beijo”) lar róseo.
dativo branco acinzentado e micropo- em caso de
liadenopatia. complicações.
Herpes Simples
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Exantema Tratamento
Infecção primária é assintomática e
Contato direto com Aciclovir tópico
benigna; na forma grave, gera febre,
saliva de indivíduos Agrupamentos ou CO. Antibióti-
mal-estar, gengivo-estomatite, lesões
Vírus Her- contaminados ou de pequenas cos sistêmicos
vesiculares na orofaringe, vulvovagi-
pes homi- através de contato vesículas pre- ou tópicos em
nite e meningoencefalite. A reativa-
nis. IB: sexual. Lesões pré- enchidas com caso de infecção
ção resulta em herpes labial, oral ou
até 2 se- existentes no re- líquido claro, secundária. Cui-
genital, sob a forma de vesícular cla-
manas. ceptor favorecem a em base infla- dados de higi-
ras, com base eritematosa em lábios
penetração do ví- matória. ene e controle
ou mucosas, que formam crostas e
rus. de temperatura.
curam em alguns dias.
Herpes Zóster
Etiologia Definição Quadro Clínico Tratamento
Analgésicos, banho e
Doença infecciosa Vesículas com base eritematosa limitadas as
compressas com perman-
Vírus Va- do SNC que aco- zonas cutâneas inervadas por nervos sensiti-
ganato de sódio, higiene
ricela- mete primeiro os vos associados a gânglios dorsais. Podem
corporal, manutenção de
Zóster, gânglios da raiz produzir crostas. As lesões são mais profun-
ambiente arejado, sem
após la- dorsal e se caracte- das que na varicela e bem mais compactas.
correntes de ar e sempre
tência. riza por erupção Associação com dor intensa, parestesia, hi-
realizando mudança de
vesicular. pertermia e cefaleia.
decúbito.
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Impetigo
Etiologia Transmissão Quadro Clínico Tratamento
Tópico com uso de permanganato de
Crostas melicéricas ou bo-
potássio e cremes à base de antibióti-
Staphylo- Comum em crian- lhas/restos de bolhas de conte-
cos; quanto extenso, tratamento sistê-
coccus ças com idade pré- údo turvo, aumentam em nú-
mico com antibióticos. A área afetada
aureus e escolar e escolar, mero se não tratadas. Acomete
deve ser mantida seca e as roupas uti-
Strepto- principalmente, no face, mãos, pescoço e extremi-
lizadas pelo paciente devem ser fervi-
coccus. verão. dades. Pode complicar com glo-
das antes de utilizadas novamente.
merulonefrite.
Evitar coçadura.
Doença de Kawasaki
Etiologia Quadro Clínico Exantema Diagnóstico
Pródromos: febre alta e prolongada por até 5 dias.
Vasculite (6 Eritematoso, Laboratorial com
meses a 5 Edema palmo-plantar, conjuntivite, linfadenopatia, polimorfo, ma- VHS e proteína C
anos). artrite, alterações cardiovasculares (principalmente culo-papular. elevados.
aneurisma de coronária), trombocitose.
Urticária
Etiologia Quadro Clínico Exantema
Reação imuno- Prurido e sensação Vergões avermelhados, de bordas definidas e tamanhos variáveis.
alérgica. de queimação. Comprometimento geral só em casos como edema de glote.
Púrpura de Henoch-Schonlein
Etiologia Quadro Clínico Exantema
É a vasculite sistêmica mais Vasculites levando a lesões purpúricas não-trom-
Púrpuras palpáveis
comum na infância, sendo bocitopênicas, em pele e órgãos internos.
(elevadas), principal-
mais prevalente em escolares.
mente em membros
Tem etiologia desconhecida, Acompanhada de artrite e/ou artralgia, dor abdo-
inferiores (padrão gra-
mas pode estar associada a in- minal, hemorragia gastrintestinal e/ou nefrite
vitacional) e nádegas.
fecções prévias. (comprometimento renal leva a pior prognóstico).
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Púrpura Trombocitopênica Idiopática
Etiologia Quadro Clínico Exantema Diagnóstico
Causa autoimune. Plaquetas são opsoni- Benigna e auto-limi- Laboratorial por
zadas por auto-anticorpos e destruídas. tada. Bom estado ge- plaquetopenia e Co-
Comumente ocorre após infecção viral ral, epistaxe, gengi- agulograma nor-
Purpúrico.
ou vacinação. vorragia, hemorragia mal. É necessário
gastrintestinal e rara- excluir outras pato-
Pico entre 4 e 8 anos de idade. mente cerebral. logias.
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