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BIOGRAFIA

São Tomás de Aquino nasceu na Itália, no condado de Aquino, no Reino da


Sicília , em 1225. Pertencente a uma família de nobres, iniciou seus estudos no
Castelo de Roccasecca, em 1239, e aos 14 anos, estudou Artes Liberais na cidade de
Nápoles, seguindo de seu ingresso na Ordem dos Dominicanos em 1244.
Dentre os irmãos, Tomás foi o único a não seguir carreira militar, causando
certa revolta o que levou a seu sequestro praticado pelos familiares, no caminho que
fazia de Nápoles a Paris, com a companhia Geral da Ordem, na tentativa de fazê-lo
desistir da vacação. Apesar de tal contratempo, o Santo chegou a seu destino, onde
conheceu Alberto Magno, também um Santo Católico, filósofo e importante pensador
da Idade Média, do qual tornou-se discípulo e amigo, contribuindo com estudos
teológicos na Colômbia e aprofundou-se na filosofia Aristotélica .
Aristóteles é um grande influenciador das teses de São Tomás, e bebendo da
filosofia grega fundou-se sua própria teoria que veio a se tornar principal pensamento
filosófico medieval. O Tomismo possui a visão cristã do Aristotelismo como uma
forma de aproximar-se da verdade, ou seja, de Deus. A razão tornou-se um caminho
possível para chegar a uma vida reta, e a teologia é entendida como a ciência suprema
onde a filosofia era um instrumento para seu estudo, caso o final não resultasse na
verdade (Vontade de Deus), o processo, mesmo que racional, estava errado.
São Tomás, retorna a Itália, onde torna-se professor na cúria pontifical de
Roma, em 1259 já em Nápoles novamente, exerce um papel de formação de Frades
sem acesso à informação. Pregador oficial, professor e consultor da Ordem
dominicana, escreveu uma de suas principais obras, onde demonstra a existência de
Deus, entitulada “Summa theologiae” (Suma Teológica), entre os anos de 1261 a
1265, a pedido do Papa Urbano IV, escreveu também textos litúrgicos para a festa de
Corpus Christi.
Em 1274, São Tomás de Aquino, já adoecido, durante uma viagem para
participar do Concílio em Lion, a pedido do Papa Gregório X, veio a falecer na
abadia de Fossanova aos 49 anos. Sua canonização foi feita pelo Papa João XXII, em
18 de julho de 1323, e em 28 de janeiro de 1567 o Papa Pio V, concedeu a ele o título
de Doutor da Igreja, passando a ser chamado de Doutor Angélico pelos clérigos.
PROBLEMA
- Com base na obra de São Tomás de Aquino, como a dicotomia de bem e mal está
presente e até fundamenta a concepção dos pecados capitais?

Nos momentos iniciais da obra “Sobre o Ensino (De Magistro) e Os Sete


Pecados Capitais”, São Tomás de Aquino, traz uma reflexão sobre como se conjectura
o pecado, suas derivações e o que vem a torná-lo Capital. Ele traz o bem, como uma
busca natural do ser humano, assim como é natural também a fuga do mal, mas como
essa essência se perverte e torna-se pecado?
“Deus é”, assim São Tomás apresenta uma definição de Deus, Ele é a virtude,
a perfeição em essência, sendo assim o Bem supremo é o próprio Deus, e
consequentemente o mal é a sua ausência. A busca de entender a criação do mundo
perante a perfeição e bondade de Deus, depara-se com a “existência” do pecado, que
consiste na perversão da vontade, o mal não é uma substância, mas sim a privação
(ausência) do Bem. (CALLEGARO, 2010)
A diferença entre o bem e o mal possibilita uma adequada distinção entre os
pecados capitais (AQUINO, 2001). Dentro da filosofia Tomista há os graus de
perfeição, e essa visão hierárquica também aplica-se aos vícios humanos, algumas
características que afastam a alma significamente da reta razão, são os chamados
Pecados Capitais. A alma humana busca incessantemente a Deus, pois a procura do
bem está presente na natureza humana, sendo próprio da razão direcionar esse desejo,
que iluminado pela lei divina, será virtuoso, porém ao afastar-se, ausentar-se do Bem
(Deus) essa vontade é pecaminosa, como diz Santo Agostinho em Confissões (II, 6,
14) “A alma fornica - isto é, peca - quando se afasta de Ti e procura fora de Ti aquelas
coisas puras e limpas que só encontra quando retorna a Ti.”. Os Pecados Capitais, que
dirigem a fins próprios, são raízes que direcionam a alma mais longe de Deus e se
ramificam nos demais vícios possíveis resultantes do desvirtuamento da vontade
humana.
AGOSTINHO, Santo Bispo de Hipona. Tradução: Maria Luiza Jardim Amarante. Confissões.
São Paulo: Paulus, 1997.

CALLEGARO, Ronaldo. A doutrina do mal em Santo Tomás de Aquino. 5º


Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da Unesp. Marilia, SP, v. 3, n. 10, p.
66-75, 2010.

CANÇÃO NOVA. São Tomás de Aquino. Canção Nova, [online]. Disponível em:
https://santo.cancaonova.com/santo/sao-tomas-de-aquino/. Acesso em: 26 jun. 2023.

Franca, B., Silveira, L., Souza, R., & Guerreño, S. SANTO TOMÁS DE AQUINO.

Tomás de Aquino – Sobre o Ensino (De Magistro) & Os Sete Pecados Capitais, São
Paulo, Martins Fontes, 2001.

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