Acadêmica: Emanuela da S.

Vitor

Pro.º Raphael São Pedro

Senhor do Bonfim, 14 de Abril de 2023.

Após os ataques as torres gêmeas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos se via
sedento por justiça, encontrar e punir seus algozes.

O filme ‘O Mauritano’, aborda com clareza o quão chocante e imensurável o desvio da

normalidade pode ser instaurado.

Tirado da sua terra natal Mauritânia, nordeste da África, levado pela policia local,
Mohamedou, fica desaparecido por três anos, sem nenhuma noticia de sua localização, ou
até mesmo, se estaria ainda com vida. Inicialmente acusado de ser o recrutador chefe dos
terroristas do atentado, mas não de forma legal, apenas suspeitas nunca comprovadas.

Sua história é baseada em fatos reais, o direito em análise é americano, pautado no direito
consuetudinário, mas podemos trazer para ótica do direito brasileiro e pontuar as infrações
e crimes cometidos contra Mohamedou.

Levado para a conhecida prisão de Guantanamo, que fica em Cuba, Mohamedou, é

acometido das mais diversas formas de tortura que o caro leitor possa imaginar.

 Privação de sono;
 Baixas temperaturas nos dormitórios;
 Abuso psicológico;
 Abuso sexual;
 Tortura física;
 Abuso de poder;
 3 anos sem acusação formal, ou julgamento;
 Interrogado sem a presença de um advogado;
 Coação a confessar

Art. 1º Constitui crime de tortura

Art. 344 CP, Constitui crime de coação
Art. 1º Lei 13.869, Constitui abuso de poder
Art. 215 CP Constitui crime de abuso sexual

Pontuados alguns dos crimes cometidos, vamos dar prosseguimento à história a ser
descrita.

Mohamedou será levado a julgamento, onde os Estados Unidos pedirá pena máxima,
de morte. Uma famosa advogada se interessa pelo seu caso e começa a conhecê-lo.
Após identificar todas as irregularidades no inquérito, na prisão e nas acusações
infundadas, ela consegue habeas corpus, infelizmente a acusação recorre e
Mohamedou continua preso por mais sete anos. Passados 14 anos de uma prisão
injusta, sem ao menos uma acusação formal, ele enfim ganha liberdade em 2016.
Escreve um livro o qual foi editado pelo governo americano, que mesmo passando
por essa edição não deixa de ser chocante pelo terror que lhe foi empregado durante
todos esses anos de reclusão, se torna Best seller, traduzido para várias línguas.

O filme nos deixa a reflexão de como a justiça pode ser vil e abusadora,
ultrapassando todos os limites de dignidade.