Você está na página 1de 9

FILOSOFIA 

 
CRER TAMBÉM É PENSAR 
 
l I​ ntrodução 
 
  Para  melhor  compreensão,  uma  dica  de  leitura  é  o  livro  de  John  Stott,  "​Crer 
Também  é  Pensar",  d ​ e  leitura  agradável  que  nos convida a entender que fé não 
é  uma  questão  simplesmente  subjetiva,  mas  para  usar  a  nossa  fé  também 
temos que pensar.   
 
  Crente  precisa  usar  a  cabeça,  crente  precisa  ser  alguém  que  pensa,  crente 
precisa  ser  alguém  que  leva  a  sério  as  coisas  da  razão.  Não  pode  simplesmente 
abandonar  a  nossa  racionalidade,  como  estamos acostumados, de colocar razão 
e  fé  como se fossem inimigos mortais, muito pelo contrário, a razão pode ser um 
grande aliado a nossa fé.   
 
  Muitas  vezes  temos  essa  referência de antagonismo, de inimizade entre razão e 
fé.  Na  realidade  a  fé  é aquele árbitro da nossa razão, e da nossa emoção, porque, 
às  vezes,  iremos  pensar  errado  e  quem  irá  me  corrigir  será  a  minha  fé,  às  vezes 
eu  sinto  errado  e  a  minha  fé  dirá  que  estou  sentindo  errado.  Gosto  sempre  de 
pensar  que  o  céu  é  um  lugar  para  quem  usa  a  cabeça,  ninguém  que  não  usa  a 
cabeça  irá  para  o  céu,  ou  seja,  racionalidade  não  pode  ser  excluída  da  fé,  elas 
caminham juntas 
 
l​ Filosofias que Entraram na Igreja 
 
  Faço  esses  levantamentos  como  incentivo  para  que  nos  acostumemos,  como 
líderes  cristãos,  a  levar  esse  tema  mais  a  sério,  do  nosso  pensamento,  da  nossa 
reflexão  de  olhar  para  a  igreja,  de  olhar  para  a  sociedade,  de  olhar  para  cultura, 
de  olhar  para  o  mundo  e  de  olhar  para  dentro  da  igreja  e  saber  que  não  somos 
reféns dos pensamentos de outras pessoas.   
 
  A  intenção  é  provar  que  as  quatro  filosofias  que  discutiremos  a  seguir,  estão 
permeando  dentro  da  igreja,  que  muitas  vezes,  quando  as  pessoas  sobem  no 
púlpito  para  falar  sobre  evangelho,  em  vez  de  falar  do  Evangelho,  falam  dessas 
quatro filosofias.   
 
 
 
 

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


l​ Dualismo 
 
  Como  já  conversamos,  o  dualismo  fala  de criar contornos, a vida só cabe dentro 
deste  pequeno  mundo  separado  do  outro.  A  ideia  de  que  tudo  que  tem  a  ver 
com corpo é ruim.  
 
  Já  presenciei  em  nosso  portal  de  alunos  uma  discussão  sobre  isso.  Foi  visível 
perceber  que  existia  um  pensamento  dualista  empregado  na  ideia  de  que  a 
sexualidade  é  uma  coisa  ruim, porque o sexo é no corpo e tudo que é do corpo é 
ruim.  Somente  é  possível  viver  coisas  boas  dentro  desse  limite  criado  no 
dualismo.  
 
  Evangelismo:  uma  pessoa  que  tem  essa  ideia  de  dualismo  na  cabeça,  irá 
evangelizar  alguém  afirmando  que  esta  pessoa  está  no  lugar  errado,  pois  o 
único  lugar  seguro  é  dentre  estas  paredes  que  acostumamos  a  chamar  de 
igreja.  O  Evangelismo  é  mais  geográfico  do  que  espiritual.  Imagine  uma  pessoa 
passando  por  depressão  e  um  pastor,  um  líder  dualista,  ao consolar essa pessoa 
deprimida,  dirá:  “Querido,  você  está  depressivo  porque  você  está  no  lugar 
errado,  se  você  entrar  de  novo  nesse  território  seguro,  os  seus  problemas 
emocionais  irão  acabar,  você  está  deprimido  porque  você  está  longe  deste 
lugar.”  
 
Assim também fez um dos amigos de Jó, trabalhando essa ideia:  
“Jó,  você  está  assim  porque  pecou.  Volta  para  aqui  para  dentro.”  Mas  a  pessoa 
pode  argumentar  com  você  que  nunca  saiu  da  Igreja,  mesmo  assim  o  dualista 
continuará  a  afirmar  que  ela  saiu  do  lugar  que  deveria  estar.  O  evangelismo, 
para  esse  tipo  de  raciocínio, tem a ver com você estar no lugar errado, volte para 
o  aprisco,  volte  para  dentro  dessa  região  de  domínio,  que  as  coisas  vão  ficar 
bem.   
 
  Reino:  Reino  aqui é uma ideia de clausura, é quase como se fosse um aquário. A 
vida  somente  é  possível  no  reino  de  Deus,  que  é  esse  muro  e  não  tem  nada  de 
Deus  lá  fora.  Então,  quando  uma  pessoa  irá  pregar  ou anunciar o reino de Deus, 
está  simplesmente  falando  de  dentro  das  quatro  paredes.  O  reino  aqui  é  uma 
coisa muito pequena.  
 
  Santidade:  Temos  o  péssimo  hábito  de,  ao  falar  sobre  santidade,  pensar  que 
todo  mundo  está  entendendo igual essa palavra. Dentro desse sistema filosófico 
chamado  dualismo,  a  santidade  significa  isolar.  Você  não  conseguirá  ser  santo 
se você não se isolar de tudo.   
 
 
 
 

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


l​ Gnosticismo 
 
  No  gnosticismo,  existe  uma  necessidade  de conhecer os mistérios, os segredos. 
Nele,  é  como  se  houvessem  esferas,  subníveis.  Você  que  já  jogou  videogame 
sabe  que,  em  cada  nível  tem  um  "Chefão"  que  você  precisa  vencer.  O  mesmo 
ocorre  no  gnosticismo,  dentro  dessas  esferas  você  precisa  achar  uma  chave  ou 
um  conhecimento  e  quando  você  derrotá-lo,  terá  o  conhecimento  para  ir  ao 
nível  acima.  No  pensamento  gnóstico,  as  pessoas  estão  sempre  evoluindo  de 
fase,  e  para  evoluir você precisa de uma nova revelação, de um novo segredo, de 
um  novo  conhecimento  oculto  e  sem  aquele  conhecimento  oculto  você  não  irá 
para o próximo nível.  
 
  Santidade:  Tudo  é  muito  oculto,  as  pessoas  mais  santas  são  aquelas  que 
descobrem  segredos  que  ninguém  mais  sabe.  Como  a vida é dividida em níveis, 
você  sempre  tem  que  passar  por  esses  mediadores.  Não  se  tem  um  acesso 
direto  com  Deus,  a  sua  relação  é  uma  relação  que  precisa  ser  sempre  mediada 
de degrau a degrau.   
 
  Evangelismo​:  Aqui  se  trabalha  numa  dimensão  muito  estranha  o  evangelho, 
porque  o  gnóstico  está  falando  em  atiçar  a  curiosidade  das  pessoas.  Ele  afirma 
para  a  pessoa  que  existe  um  segredo  para  prosperar,  ele  sabe  esse  segredo  e 
você  não  sabe.  Ao  evangelizar,  o  gnóstico  tenta  demonstrar  que  é  portador  de 
um  conhecimento  que  ninguém  mais  tem,  conversando  com  pessoa  de  tal 
forma  que  ela  fique  muito  curiosa,  que  ela  fique  muito  atiçada,  para  que  ela 
venha  para  o seu lado e aprenda com o líder espiritual que sabe mais do que ela. 
A  pessoa  sente  essa  necessidade  de  conhecer  esses  segredos,  criando  uma 
relação  que  se  estabelece  de  dependência  emocional  espiritual,  porque  esse 
Líder  é  alguém  que  vai  trazer  um  conhecimento  sobrenatural,  que  libertará  a 
vida  dessa  pessoa.  O  evangelho  trata  uma  coisa  muito  diferente,  fala  da relação 
pessoal com Jesus Cristo.   
 
  Reino​:  É  completamente subjetivo, esse reino não tem coisas concretas, porque 
simplesmente  basta  as  sensações,  que  são  experiências,  são  revelações  que 
você  tem  que  ter,  são  conhecimentos  Sobrenaturais  que  você  precisa  ter  para 
chegar a esse conhecimento superior.  
 
l​ Como esses Pensamentos afetam as Pessoas 
 
  O  dualismo  é  uma tentativa de responder o problema do medo, então ele diz: já 
que  nenhum  lugar  é  seguro,  vamos  tentar  criar  um  lugar seguro aqui para você 
ficar.  Então,  pense  que  você  está  com  alguém  passando  por  um  problema 
seríssimo  e,  em  vez  de  falar  sobre  Jesus  Cristo,  em  vez  de  falar  sobre  a  verdade 
do  evangelho  que  é  Libertador,  você  trabalha  com  o  medo das pessoas, falando 
que o mundo é isso, o mundo é aquilo.  

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


  Cuidado!  a  pessoa  com  medo  é  um  alvo  fácil  do  dualismo,  e  essa  pessoa  com 
medo,  ao encontrar a filosofia do dualismo, se torna uma pessoa preconceituosa. 
Preconceituosa  porque  o  medo  encontrou um sistema filosófico pagão, que não 
evangélico  e  a  pessoa  irá  se  isolar,  pois  tem  medo  de  tudo  que  está  lá  fora  e, 
toda  vez  que  ela  vê  alguma  coisa  diferente,  que  não  está no seu mundo seguro, 
ela  segrega.  Ela  é  acostumada  a  se  isolar  porque  essa  é  uma  santidade  de 
isolamento.  
 
  Isso  cria  naturalmente,  ao  longo  dos  anos,  um  sentimento  de  preconceito  com 
tudo  que  não  tem  a  ver  com  esse  quadradinho  criado  no  dualismo. Esse sujeito 
está  dentro  da  igreja,  mas é um sujeito cheio de preconceito e cheio de medo. O 
evangelho  era  para  responder  essas  questões,  mas  essa  pessoa  agora  está  pior 
do  que  entrou,  porque,  em  vez  de  ter  acesso  ao  evangelho,  ela  teve  acesso  ao 
dualismo.  
 
  No  gnosticismo,  a  pessoa tem o desejo de conhecer, porque ela olha para a vida 
e  sabe  que  não  tem  muita  coisa,  que  não  tem  resposta,  há  essa necessidade de 
conhecer  as  coisas.  Cheio  de  perguntas  sobre  como  é  a  vida,  sobre  como  as 
coisas  são  e  sobre  como  as  coisas  deveriam  ser,  a  pessoa,  ao  se  deparar  com  o 
gnosticismo,  é  atiçada  pela  curiosidade  e  com  passar  do  tempo  se  transforma 
praticamente  num  Feiticeiro,  porque  agora,  a  fé  dessa  pessoa  é  uma  fé 
incrivelmente  Mística,  cheio  de rituais que permitem te levar para um novo nível 
de fé.  
 
  Então  ela  começou  cheia  de  necessidade,  de  conhecimento,  de  coisas 
importantes  e  termina  como  especialista  em  rituais.  Não  conhece  sobre  a  vida, 
mas  conhece  sobre  todos  os  rituais  possíveis,  e vemos isso de forma muito clara 
na igreja.   
 
l​ Pragmatismo 
 
  O  pragmatismo  tem  a  ver  com  fazer  tudo  de  maneira  prática,  essa  relação  de 
causa  e  efeito,  de  ter  que  bater  meta,  o  resultado  que  é  importante.  Chamo  a 
sua  atenção,  o  Evangelho  não  é  pragmatismo,  e  sabe  por  que  eu  posso  afirmar 
com  tanta  certeza?  Porque  para  Jesus  sair  do  céu,  cheio  da  sua  glória  e  descer 
na  terra,  não  foi  nada  prático.  Jesus  subiu numa cruz e o prático era ficar fora da 
Cruz.  Isso  significa  que  o  evangelho  irá  te  desafiar  a  fazer  coisas  que  não  são 
práticas.  
 
  O  filósofo  Cortella  diz  que:  trabalhar  é  muito  menos  prático  de  roubar.  Roubar 
um  banco  é  muito  mais  prático,  bastando  planejar,  mas  se  quiser  a  mesma 
quantia  trabalhando,  precisará  trabalhar  10  anos.  Trabalhar  10  anos  é  muito 
menos prático do que roubar um banco.   
 

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


 
➔ O  pragmatismo  hoje:  Vivemos  numa  sociedade  onde  as  coisas  práticas  são 
santificadas,  tudo  que  é  prático  é  melhor  e  confundimos  o  Evangelho  com  isso, 
por  exemplo:  amar  um  esposo,  uma esposa não é tão prático, apesar de você ter 
necessidade  de  fazer  coisas  concretas,  você  precisa  lavar  louça,  você  precisa 
arrumar  a  casa,  é  claro  que  coisas  práticas  são  indispensáveis,  mas  o 
relacionamento  ele  vai  muito  além de questões práticas. Nem sempre o amor te 
levará por um caminho tão prático. 
 
  O  pragmatismo  ilude,  nos fazendo pensar que o evangelho vem, simplesmente, 
para  tornar  nossa  vida  mais  prática.  Não!  O  evangelho  vem  para  tornar  nossa 
vida  mais  cheia  de  significado  e,  às  vezes,  o  significado  será  encontrado  nos 
lugares  mais  improváveis  possíveis.  Precisamos  ser  práticos,  precisamos  ser 
lógicos, mas a vida vai além do que é prático.  
 
  Santidade​:  Falamos  aqui  de  resultado.  Ser  santo  é  oferecer  o  resultado  que  se 
espera  de  você,  que  o  seu Líder espera de você. O sujeito Santo na igreja é o que 
mais traz resultado para igreja.  
 
  Evangelismo​:  Se  reduz  a  métodos  e  modelos.  Evangelizar  é  conhecer  todos  os 
métodos possíveis.  
 
  Cuidado  com  essa  relação.  Nós,  como  cristãos,  precisamos  ser  práticos,  se  uma 
pessoa  está  com  fome,  levamos  um  prato  de  comida  para  ela,  não  adianta 
evangelizar  essa pessoa de barriga vazia. Perceba que não é uma luta para que o 
evangelismo  vire  abstrato,  até  porque,  a  perfeita  abstração  pende  para  o 
gnosticismo,  que  é  uma  coisa  totalmente  subjetiva.  Assim  como  corremos  o 
risco  de  ir  para o universo como um todo subjetivo, também corremos o risco de 
ir  fundo  a  um  universo  que  se  perdem  somente  em  questões  práticas.  A  vida 
tem  coisas  práticas  e  coisas  não  práticas,  conhecer  métodos  são  importantes 
mas o evangelho não é um método.   
 
  Reino​:  O  reino  então  tem  relação  a  bater  metas,  ser  cidadão  do  reino  é  ser 
prático.   
 
l​ Liberalismo 
 
 Talvez desses quatro grupos, é o menos presente no Brasil, mas é muito comum 
na  Europa  e  Estados  Unidos.  O  liberalismo  teológico  trabalha  com  um  olhar  de 
desconfiança  para  Deus,  um  olhar  de  desconfiança  para  a  Bíblia,  um  olhar  de 
desconfiança, para tudo que é sobrenatural e espiritual.  
 

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


  Santidade​:  é  muito  pessoal,  cada um desenvolve o seu tipo de santidade. Como 
é  impossível  ter  certeza  de  tudo,  não  tem  tanta  certeza  na  Bíblia,  a  santidade, 
aqui, é uma questão particular e individual, cada um desenvolve um conceito.   
Perceba  que  existe  um  pêndulo  entre  subjetividade  e  objetividade:  ou  você 
amarrar  toda  a  fé  numa  esfera  subjetiva  ou  se  amarra  toda  a  fé  numa  esfera 
objetiva, não existe o equilíbrio.   
 
  Evangelizar​:  é  simplesmente  compartilhar  teorias,  não  existe  o  evangelismo,  já 
que ninguém quer converter ninguém.   
 
Reino​: a razão é o reino dessas pessoas   
 
l​ Como esses Pensamentos afetam as Pessoas 
 
  Quando  uma  pessoa  entra  no  pragmatismo,  ela  também  tem  uma 
preocupação  muito  real,  porque  está  pensando  em  que  há  coisas  precisam  ser 
feitas  e  essa  necessidade  as  leva  a  agir.  Ação  é  muito  bom,  mas  quando  essa 
pessoa,  que  percebe  a  realidade  necessitando  de  coisas  perfeitas,  encontra  o 
pragmatismo,  reduz  o  evangelho  a  metas  e,  no  final  das  contas,  ela  vai  estar 
mais sensível para padrões, para modelos do que para pessoas.  
 
  No  final  desse  processo,  ao  longo  dos  anos,  essa  pessoa  que  entrou  na  filosofia 
do  pragmatismo,  desenvolverá  insensibilidade em relação as pessoas, porque os 
métodos dominarão o seu coração.  
 
  No  liberalismo,  essa  pessoa  tem  dúvidas  e,  com  o  passar  do  tempo,  essas 
dúvidas  se  tornam  cada  vez  mais  perigosas,  no  sentido  de  que  desafiam  e 
enfraquecem a fé.   
 
  A  filosofia  do  liberalismo  está  principalmente  presente  em  seminários 
teológicos.  Imagina  o  pastor  da  sua  igreja,  ao  ir  para  um  seminário  onde  existe 
esse  liberalismo  teológico.  Ele  aprende  no  seminário  a  duvidar  de  tudo  e  ele sai 
de  lá,  em  vez  de  ter  uma  fé  mais  robusta,  saem  cheios  de  dúvidas,  cheios  de 
minhocas  na  cabeça.  Pode  ocorrer  que  este  pastor  congregue  numa  igreja,  às 
vezes,  cheio  de  dualismo,  cheio  de  gnosticismo.  Essa  igreja  não  tem  como  ser 
saudável,  porque  existe  uma  mistura  de  filosofias  tão grande que o Evangelho é 
confundido com filosofia.   
 
Nesses  quatro  modelos  apresentados,  podemos  ver  que  existe  uma  tentativa 
humana de tentar resolver os problemas humanos.  

● O dualismo tenta resolver o medo de alguma forma.  


● O gnosticismo tenta resolver a necessidade que temos em conhecer as 
coisas que estão à nossa volta, de conhecer as coisas que são espirituais.  

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


● O pragmatismo traz essa necessidade de que a vida é repleta de 
necessidade, de coisas que precisam ser feitas. O liberalismo se dá conta de 
que temos dúvidas.  

  São  coisas  reais,  são  coisas  que  cada  um  de  nós  temos,  mas  quando  usamos 
qualquer  uma dessas filosofias, trazendo respostas humanas para esses padrões, 
acabamos por deixar as pessoas cada vez mais mergulhadas no problema.   
 
➔ O  que  fazer:  Para  resolver  cada  uma  dessas  questões,  o  evangelho  apresenta 
Jesus  Cristo.  Por  isso,  insisto  tanto  com  você,  estude  melhor  a  filosofia,  para 
perceber  nas  igrejas  ou  na  igreja  que  você  congrega,  ou  entre  amigos  que  são 
evangélicos,  que  se  dizem  cristãos,  quando  o  cristianismo  é  confundido.  Você 
precisa  ser  alguém  que  se  levanta  como  profeta,  como  Arauto,  para  dizer  que 
cristianismo não é isso, não prega essas filosofias. 
 
l​ Adoração nas Filosofias 
 
  Ao  presenciar  a  adoração  dentro  de  uma  igreja  que  é  dualista,  perceba  que  a 
adoração  dessa  igreja  é  simplesmente  um  momento  onde  se  maquia  o  medo, 
não  é  uma  conexão  profunda,  um  ato  de  serviço  a  Deus,  um  ato de consciência 
de  quem  Deus  é,  mas  é  um  movimento  de  combater  e  maquiar  como  se  fosse 
uma morfina.  
 
  Dentro  do  gnosticismo  adoração  é  completamente subjetiva, não tem nenhum 
elemento  prático  nessa  adoração.  É  simplesmente  o  movimento  de  se  perder 
em  sensações  incrivelmente  subjetivas,  sem  nenhum  corte  para realidade. Uma 
igreja  que  adoração é gnóstica, carece de realidade, precisando se conectar com 
a corrupção, com a necessidade do vizinho.   
 
  Na  igreja  tomada  pelo  pragmatismo,  há  adoração  simplesmente  as  obras  essa 
igreja  faz.  Isso  é  bom,  pois  a  igreja  precisa  de  obras  e  eles  estão  certos  porque 
não  existe  adorador  que  não  toque  na  realidade  sensível,  adorar  é  tocar  na 
realidade,  mas  também  é  conhecer  um  Deus  e  ser  transformado  por  esse 
conhecimento. É como se os pragmáticos entendessem um lado da moeda, mas 
falta conhecer o outro lado.  
 
  E  no  liberalismo  não  existe  espaço  para  adoração,  porque  esse  coração  está 
completamente  recheado  por  dúvidas.  Se  queremos  uma  igreja  mais  saudável 
nos  próximos  anos,  precisamos  saber  identificar  se as filosofias que entraram na 
igreja.   
 
 
 
 

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


  Creio  que  se  você  está  sentado  aí,  lendo  esta  apostila,  essa  responsabilidade 
também  a  sua.  Te  desafio  a  pensar,  gastar  algum  tempo  meditando  se  você 
consegue  reconhecer  alguma  dessas  filosofias  ou  se  você  intui,  porque  intuir 
também  é  uma  forma  de  conhecimento,  que  existe  alguma  coisa  errada  no 
evangelho que se tem pregado nas nossas igrejas.  
 
  Muitas vezes, queremos ser espirituais, e devemos ser, mas percebo este fato: as 
pessoas  que mais dizem querer ser espiritual, às vezes, são as mesmas que estão 
trazendo  essas  filosofias.  É  muito  comum,  na  minha  prática, as pessoas dizerem 
que  as  coisas  do  mundo  não  podem  entrar  na  igreja.  Essa  frase  é  verdadeira, 
mas  essas  filosofias  é  que  são  a  própria  essência  do  mundo  entrando  na  igreja, 
são elas que não podem entrar.  
 
  Tem  muita  gente  que  quer  entrar  na  igreja  e  chega  na  porta,  começa  a  se 
relacionar  com  os  membros  e,  em  vez  de  ver  o  evangelho  vivo,  vibrante,  que 
transforma  a  realidade  e  que  transforma  o  caráter  das  pessoas,  encontra 
dualismo  e  percebe,  mesmo  não  sendo  Cristã,  que  dentro  do  dualismo  não 
existe  uma  resposta  profunda  para  o  medo  dela.  Ela  não  fica  nessa  igreja,  não 
cria  raízes  nessa  igreja,  porque  sente  que  o  medo  dela  precisa  de  uma  resposta 
mais profunda. E isso vale para qualquer uma dessas categorias filosóficas.  
 
➔ Desafio  Pastoral:  O  meu  desafio  é:  você  precisa  ter  um  discernimento  de  quais 
filosofias  entraram  na  sua  própria  igreja,  para  que  você saiba se posicionar, para 
que você saiba defender o grupo de fé congrega. 
 
  Quando  somos  chamados  a  ser  Profetas,  somos  convocados a ser um grupo de 
pessoas  que  tem  um  compromisso  com  a  verdade,  que  não  quer  trocar  o 
evangelho por qualquer outra coisa. 
 
  O  próprio  Paulo  fala  no  livro  de  Gálatas:  se  mesmo um anjo trouxe algum outro 
evangelho,  que  seja  anátema  -  e  esses  Evangelhos  são  anátemas,  e  tem  muita 
gente  dentro  da  sua  igreja  que  talvez  conheço  um  desses  quatro  falsos 
Evangelhos  -  e  o  seu  dever,  como  diz  em  ​II  Timóteo  Capítulo  4:  “pregar  a 
palavra  há  tempo  oportuno,  há  tempo  que  não  seja  tão  oportuno,  pregar  de 
tal  forma  que  você  corrige,  repreende  e  exorta”​.  A  palavra  exortação  tem  um 
sentido  de  incentivar,  e  apoiar,  não  é  empurrar  para  baixo  e  sim  puxar  essa 
pessoa  para  que  agora  seja  motivada.  E  existe  um  modo  para  fazer  isso:  com 
toda  a  doutrina,  ou  seja,  com  conhecimento  da  Bíblia  de  fato  e  com  toda 
longanimidade, porque aquele que prega precisa ser paciente.   
 
  Se  existe  uma pregação com impaciência, existe um erro sério que tem entrado 
em  nossas  igrejas.  Isso  precisa  ser  combatido,  precisa  da  sua  consciência  para 
ser  alcançada  pelo  evangelho,  mas  você  precisa  fazer  isso  em  amor e paciência. 
A  filosofia  é  importante  para  você  porque  existe  muita  gente  precisando 
conhecer o verdadeiro evangelho.  

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79


 
 
 

Conteúdo licenciado para Thiago Silva Monteiro - 134.859.497-79

Você também pode gostar