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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA COMUNICAÇÃO - CCHC


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
CURSO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: PRÁTICA DE PESQUISA HISTÓRICA I
ACADÊMICA: TUANE LONGEN
ANO/SEMESTRE: 2018/01

RESENHA

CHARTIER, Roger. Introdução/A história entre narrativa e conhecimento. In: ______.


À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 7-18; p. 81-100.

1. Introdução

Roger Chartier tem como objetivo da obra fazer um debate sobre as mudanças
historiográficas a partir da década de 60. O objetivo desta resenha é fazer uma discussão
entre a Introdução geral e o capítulo 3 da obra de Chartier e um tema de pesquisa, que
neste caso é a Indumentária no início da colônia Blumenau, desta forma os temas
trazidos por Chartier serão de alguma forma utilizados como conexão a pesquisa em
questão.
O autor é um historiador francês, que atua na área da história da cultura, com
destaque para a história do livro e da leitura na Europa. Formou-se em história na
Escola Normal Superior de Saint Cloud e na Universidade de Sorbonne. 1
Os capítulos aqui trabalhados comentam sobre teoria histórica, bem como sobre
a história, narração e conhecimento. Dando ênfase para os desafios enfrentados pelo
historiador, suas “lutas de representações e violências simbólicas”, como também com o
problema de ficção, ou seja, confundir um trabalho histórico com literatura. Segundo o
próprio autor a primeira parte “demarca, por meio de uma série de reflexões
historiográficas e metodológicas, os deslocamentos que transformam os modos de
pensar e de escrever a história nos últimos vinte anos”2

2. Introdução Geral

1
Fronteiras do pensamento, <https://www.fronteiras.com/conferencistas/roger-chartier> acessado em
07/05/2018.
2
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 7-18
Nesta parte Roger Chartier trabalha com a crise dos paradigmas dos anos 60, e
como esta influenciou as novas pesquisas históricas. Ao lermos esta parte do livro de
Chartier, podemos notar que ele faz um parâmetro de o que mudou, o que continuou e o
que foi recuperado nos estudos referente a história. Desta forma, na página 08 (oito), o
autor começa a debater a volta do historiador aos arquivos, e seus problemas e
benefícios. Um dos pontos apontados por Chartier sobre a volta ao arquivo, é o
“recopiar o real”, ou seja, dar um sentido novo ao documento, pois “pelas escolhas que
faz e pelas relações que estabelece, o historiador atribui um sentido inédito às palavras
que arranca do silêncio dos arquivos”3.
Ao trabalhar com fontes, temos que ter em mente, que não será utilizado, na
pesquisa em questão, somente fontes escritas, mas sim, em grande parte, utilizado
imagens, pois é nestas que se encontra os maiores registros relacionados a moda.
Daniela Calanca, aponta que ao estudar a história da moda “a primeira fonte original e
direta são as próprias roupas”, porém estas roupas muitas vezes não são devidamente
conservadas, deixando assim lacunas na história, e as roupas conservadas são, em
grande maioria, da aristocracia ou das camadas mais abastadas, desta forma “as roupas
conservadas nos museus se, por um lado, permitem conhecer a combinação dos tecidos,
dos ornamentos, dos diferentes cortes, por outro não permite uma pesquisa social
completa”4 porque não é informado os hábitos de gente comum.
As imagens caberiam para preencher as lacunas deixadas pela seleção e descarte
das roupas, estas imagens seriam as pinturas, esculturas, moedas, gravuras, entre outras;
mas na pesquisa aqui apresentada as fotografias serão utilizadas em sua grande maioria,
pois é a partir destas que será possível analisar as vestes, e assim fazer um comparativo
com as tendências europeias que estavam em voga no momento, Paula Consoni e Mara
Rúbia Sant’Anna, apontam que “as mulheres de Blumenau seguiam, mesmo que
tardiamente, as tendências de moda europeias e com certa redução no luxo e na
quantidade de tecido e ornamentos usados”5. E será a partir das fotografias que
poderemos notar essas características, as mudanças e adaptações feitas pelas colonas em
Blumenau.

3
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 7-18
4
CALANCA, Daniela. História Social da moda. Tradução de Renato Ambrosio. São Paulo: Editora
Senac São Paulo, 2 edição, 2011. p. 27
5
CONSONI, P. ; SANT'ANNA, M. R. . Sistema de Moda na Blumenau de 1850-1890: Confrontos e
Relações. DAPesquisa , v. 1, p. 1-22, 2008
É na introdução geral, que Chartier também comenta sobre a história fazer um
diálogo com outras áreas e outros questionamentos, pois para ele é “somente através
desses encontros a disciplina pode inventar questões novas e forjar instrumentos de
compreensão mais rigorosos”6. Desta forma, com novos diálogos a história sempre
estará se inovando, acontecendo um processo parecido com o descrito acima ao se
trabalhar com fontes, pois o historiador aqui também, de certa forma irá fazer um
trabalho inédito. Sandra Pesavento utiliza o termo “novos parceiros da História”, para
ela com o surgimento da História Cultural, “novos parceiros surgem, em função das
questões formuladas, das temáticas e objetos novos, das também renovadas fontes com
as quais o historiador passa a trabalhar”7.
O diálogo feito neste trabalho será com a moda. A moda assim como a história
também tem um caráter interdisciplinar, trabalhando assim com outras áreas. Para Gilda
de Mello e Souza, a moda é um conceito com variações constantes e é empregado pelos
estudiosos da sociologia, psicologia social ou da estética, em dois sentidos. O primeiro,
seria uma forma de moda política, científicas, religiosas e estéticas, etc. estaria assim
ligada aos setores da atividade social. O segundo sentido é “reservado às mudanças
periódicas nos estilos de vestimentas e nos demais detalhes da ornamentação pessoal”8.
Desta forma, estudar a história da moda, seria estudar as mudanças apresentadas nas
roupas, no caso da pesquisa aqui trabalhada, as roupas utilizadas na Colônia Blumenau.

3. A história entre narrativa e conhecimento

Nessa parte do texto Chartier se dedica a falar sobre os temas que marcaram os
diagnósticos feitos nos últimos anos sobre a história, estes seria: o tempo de incertezas,
crise epistemológica e a reviravolta crítica. A crise epistemológica tem uma grande
influência no tema aqui proposto, pois ao estudar a moda, já comentamos a importância
das imagens, e com esta crise, as imagens começaram a serem utilizadas nos trabalhos
historiográficos, sendo mais que meras ilustrações, estas começaram a compor a parte
explicativa do trabalho, apresentando assim uma análise, e está compondo juntamente a
parte teórica dos trabalhos historiográficos. Elas ainda são consideradas como um
campo novo no âmbito da História. As imagens são representações do mundo

6
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 18
7
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica. 2004.
p.107
8
SOUZA, Gilda de Mello e. O Espírito das Roupas: A Moda no Século XIX. São Paulo: Companhia das
letras, 1987. p. 19
elaboradas para serem vistas. A imagem assim como os textos são formas de representar
o mundo, elas “são construídas para passar uma dada representação, que expressa
relações sociais, políticas e ideológicas. Para entendê-las, é sempre necessário
compreender o contexto: por quem e por que foram produzidas.”9.
Desta forma podemos notar que as imagens vão além de uma mera ilustração, e
aqui ela apresenta um papel fundamental na elaboração da pesquisa, pois como ja
mencionado será nas imagens que conseguiremos analisar as roupas utilizadas pelas
mulheres moradoras da Colônia Blumenau. Gilda de Mello e Souza comenta que a
moda e a fotografia fornece, a partir do século XIX, uma nova forma de estudar a
história, pois se a moda “revela aos nossos olhos a estrutura básica do modelo e é guia
orientando a costureira” a fotografia “reflete a maneira por que o mesmo foi adotado e
qual o aspecto que assumia sobre o corpo portador”10. Ou seja, as duas juntas
demonstram as transformações do corpo, e como este se constitui na sociedade em que
vivia.
É na parte reservada para o debate sobre As certezas abaladas que Chartier
comenta que uma nova forma de história social e cultural afirmou-se, onde, “o olhar
deslocou-se das regras impostas a seus usos inventivos, das condutas obrigatórias às
decisões permitidas pelos recursos próprios de cada um: seu poder social, seu poder
econômico, seu acesso à informação.”11. Assim, a moda se encaixa nesses novos
olhares, pois a história do vestuário, aborda todos os recursos ali citados: as matérias-
primas, os procedimentos de produção, os custos, as mobilidades culturais, as modas, as
hierarquias sociais; todos os poderes aqui mencionados se encontram explícitos ou
camuflados na história do vestuário. Desta forma o “vestuário remete sempre às
estruturas e aos conflitos sociais. Isso significa analisar como o vestir-se se relaciona
com os vários componentes sociais”12.Assim sendo, na pesquisa será possível notar
alguns desses aspectos, pois esses afetaram direta ou indiretamente a moda na Colônia
Blumenau, pois as “pessoas dispunham de poucos recursos e, mesmo que quisessem ser
diferentes, pelas circunstâncias do seu cotidiano esta atitude não correspondia com a sua
realidade”13. Consequentemente as condições de vida na colônia influenciavam as

9
FERREIRA, M. M.; FRANCO, R. . Aprendendo História: Reflexão e Ensino. 2. ed. Editora FGV, 2013
10
SOUZA, Gilda de Mello e. O Espírito das Roupas: A Moda no Século XIX. São Paulo: Companhia
das letras, 1987. p. 24
11
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 84
12
CALANCA, Daniela. História Social da moda. Tradução de Renato Ambrosio. São Paulo: Editora
Senac São Paulo, 2 edição, 2011. p. 24
13
PETRY, Sueli Maria Vanzuita. Na trama do cotidiano: a indumentária oitocentista em Blumenau
(1850-1880). Blumenau em Cadernos, v. 48, p. 104, 2007.
condições sociais em que se encontravam os moradores bem como as condições em que
a vestimenta dentro desta sociedade.

3.1. Desafios invertidos

Nesta parte do texto Chartier tem como objetivo trabalhar com a questão da
história e a ciência social. O autor aponta que “a história compreendida como uma
ciência social lembra que os indivíduos estão sempre ligados por dependências
recíprocas, percebidas ou invisíveis, que modelam e estruturam sua personalidade”14, ou
seja, os indivíduos apresentam características, e que estas são construídas a partir das
relações dos grupos sociais.
A moda assim como a história pode ser analisada pela ciência social, pois ela
“serve à estrutura social, acentuando a divisão em classes; reconcilia o conflito entre o
impulso individualizador de cada um de nós (necessidade de afirmação como pessoa) e
o socializador (necessidade de afirmação como membro do grupo)”15 expõem
sentimentos e ideias, por que é vista como uma linguagem que traduz fins artísticos.
Portanto, tanto a moda quanto a história se encontram na ciência social, e esta é
fundamental para o estudo de ambas, estas estão diretamente relacionadas com o ser
humano e suas relações entre indivíduos.

3.2 Lutas de representação e violências simbólicas

Para explicar as violências simbólicas Roger Chartier utiliza como exemplo a


mulher, pois ao estudar a história das mulheres, pois “como escreve Pierre Bourdieu, ‘só
tem êxito na medida que aquele que a sofre contribui para a sua eficácia’”16. Ou seja, a
construção da identidade feminina se encontra em alguns momentos a interiorização,
pelas mulheres, de conceitos e normas feitas pelo discurso masculino. As próprias
mulheres apresentavam uma incorporação aos discursos que lhe eram impostos, ou seja,
elas viam a necessidade de serem submissas, e não percebiam a necessidade de se
rebelarem, porém não podemos tratar isso como algo generalizado.

14
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 92
15
SOUZA, Gilda de Mello e. O Espírito das Roupas: A Moda no Século XIX. São Paulo: Companhia das
letras, 1987. p. 29
16
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 95
Na questão da Colônia Blumenau ao longo da sua história podemos notar que os
diferentes papéis atribuídos às mulheres dentro da sociedade. “na divisão sexual das
tarefas, cabia às mulheres de Blumenau não só o trabalho doméstico, mas também boa
parte do trabalho considerado produtivo”, ou seja, a mulher era importante,
economicamente, para a família. Essa característica da mulher e da família como
fundamental para um colono, aparece em inúmeros relatos, “a manutenção dos hábitos e
dos costumes alemães dependiam das mulheres, as quais, através das ‘prendas
domésticas’, oferecem um conforto difícil de ser mantido sem a presença feminina”17.
Ou seja, a mulher era vista como essencial para o lar, mas ainda sobre a sombra do
homem, desta forma elas se viam sobre o discurso de que eram submissas ao homem.
A mulher como um componente econômico era já visto não somente em
Blumenau, mas também em desterro, “as mulheres da cidade, por força da própria busca
de sobrevivência, mantiveram formas costumeiras de ganho, extrapolando os papéis de
esposa e mão destinados a elas”18. O discurso que as mulheres eram impostas nas
colônias, era diferentes ao que eram submetidas em seu país natal, pois as condições que
estes dois se encontravam são distintos, notamos assim que os discursos “se encontram
em posições e interesses sociais que, no caso, devem garantir o assujeitamento de umas
e a dominação dos outros”19. Mesmo que as mulheres apresentam uma importância
econômica “o que se observa é que somente os homens são considerados responsáveis
pelo desenvolvimento da região”20, sendo assim as mulheres eram somente um
acréscimo à renda do homem, e não eram vistas como uma renda própria, ou seja ainda
estavam sujeitas a um discurso que as colocava como uma importância para o
desenvolvimento, mas mascarada atrás do homem.

3.3 Ficção e falsificações

Neste subcapítulo Roger Chartier tem como ponto principal fazer um debate
entre a história e a literatura, e demonstrar que as duas não são as mesmas coisas. O
autor coloca que toda história é uma narrativa, mas que nem por isso é ficção, e desta
forma literatura. O historiador se depara com procedimento específicos da sua própria

17
PEDRO, J. M. . Mulheres do Sul. In: Mary Del Priore. (Org.). História das Mulheres do Brasil.
2ed.SÃO PAULO: Contexto; Unesp, 1997, v. , p. 288.
18
PEDRO, J. M. . Mulheres honestas e mulheres faladas: uma questão de classe. 2. ed. Florianópolis:
UFSC, 1994. p. 115
19
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 97
20
PEDRO, J. M. . Mulheres do Sul. In: Mary Del Priore. (Org.). História das Mulheres do Brasil.
2ed.SÃO PAULO: Contexto; Unesp, 1997, v. , p. 288.
disciplina, desta forma “mesmo que escreva de forma ‘literária’, o historiador não faz
literatura, e isso devido à sua dupla dependência”21. A primeira dependência seria a
dependência em relação ao arquivo, ou seja, o historiador tem uma relação com o
passado, ou seja, “os historiadores trabalham com fontes. Nós nos apropriamos delas
por meio de abordagens específicas, métodos diferentes, técnicas variadas” 22 e a
trabalharmos com fontes, nos distinguimos dos literatos, pois nossos métodos são
distintos.
Na pesquisa aqui mencionada, a Indumentária no início da Colônia Blumenau,
terá uma fonte principal o arquivo, pois como já dito no começo desta resenha, será ali
que será encontrado as principais fontes a serem analisadas para esta pesquisa se
concretizar. A princípio serão analisadas imagens e alguns relatos de moradores da
colônia, pois será a partir deste que conseguimos notar as características da
indumentária que era utilizada.
As imagens sozinhas muitas vezes não podem disponibilizar todo o tipo de
informação necessária para uma análise historiográfica, “diante de fontes fotográficas, o
historiador não pode prescindir de métodos de análise que partam das especificidades da
imagem, mas que devem alcançar sempre uma perspectiva plural, quer dizer,
relacionando-a com outra”23. Desta forma a imagem precisa de complementos e estes
seriam os relatos dos moradores da colônia, outra coisa importante para a análise de
imagens é a problemática histórica, ou seja, saber relacionar as imagens com a pesquisa,
a partir de perguntas a serem respondidas para o desenvolvimento da pesquisa.
A segunda dependência citada por Chartier, é a dependência “em relação aos
critérios de cientificidade e às operações técnicas próprias a seu ‘ofício’”24, desta
maneira, compreender normas de cientificidade próprias do historiador. Assim sendo o
historiador precisa afirmar o seu trabalho, e fará isso a partir de bibliografias que irão
embasar sua pesquisa. Na pesquisa em questão, serão utilizados trabalhos voltados para:
a história da moda, indumentária e do vestuário; a história da Colônia Blumenau,
história de Santa Catarina e a história das mulheres. Desta forma ao juntar estes temas e
as fontes, será possível criar debates com embasamento teórico, que conseguiria ser

21
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 98
22
PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2005. v. 1.
p.8.
23
LIMA, Solange Ferraz de ; CARVALHO, Vânia Carneiro de . Fotografias: usos sociais e
historiográficos. In: LUCA, Tânia Regina de; PINSKY, Carla Bassenezi. (Org.). O historiador e suas
fontes. São Paulo: Editora Contexto, 2009, v. 01, p. 45.
24
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2002. p. 98
fundamentado por uma bibliografia e não só por fontes, pois história não se faz só com
fontes, mas sim com fontes e bibliografia adequada.

4. Conclusão

Podemos concluir assim, que esta pequena parte da obra de Roger Chartier é
útil, assim como o trabalho de Sandra Pesavento, para uma pesquisa histórica. Os temas
trabalhados por Chartier nos capítulos aqui apresentados, podem ser utilizados em
diversas pesquisas, mas como já dito, no caso em questão será utilizado para a pesquisa
sobre a Indumentaria no início da Colônia Blumenau, desta forma as ligações e relações
aqui estabelecidas entre os temas tratados pelo autor e a pesquisa, são essências para o
desenvolvimento da mesma.
Ao complementar as partes aqui selecionadas do livro de Chartir, se tinha como
objetivo, compreender e entender mais detalhadamente a pesquisa, sendo assim, as
obras utilizadas têm de alguma forma relação tanto com o tema como com texto do
autor, seja em um referencial de teoria ou até de conceitos. A obra ajuda assim a
encaixar o objeto estudado nos campos teóricos e nas temáticas, seguindo como meio
norteador para o seu desenvolvimento.
Referências

CALANCA, Daniela. História Social da moda. Tradução de Renato Ambrosio. São


Paulo: Editora Senac São Paulo, 2 edição, 2011.

CHARTIER, Roger. Introdução/A história entre narrativa e conhecimento. In:


______. À beira da falésia: a história entre certeza e inquietude. Porto Alegre: Editora
da UFRGS, 2002. p. 7-18; p. 81-100.

CONSONI, P. ; SANT'ANNA, M. R.. Sistema de Moda na Blumenau de 1850-1890:


Confrontos e Relações. DAPesquisa , v. 1, p. 1-22, 2008.

FERREIRA, M. M.; FRANCO, R.. Aprendendo História: Reflexão e Ensino. 2. ed.


Editora FGV, 2013.

LIMA, Solange Ferraz de ; CARVALHO, Vânia Carneiro de. Fotografias: usos sociais
e historiográficos. In: LUCA, Tânia Regina de; PINSKY, Carla Bassenezi. (Org.). O
historiador e suas fontes. São Paulo: Editora Contexto, 2009, v. 01, p. 29-60.

PEDRO, J. M. . Mulheres do Sul. In: Mary Del Priore. (Org.). História das mulheres
do Brasil. 2. ed.São Paulo: Contexto; Unesp, 1997, v. , p. 278-321.

PEDRO, J. M.. Mulheres honestas e mulheres faladas: uma questão de classe. 2. ed.
Florianópolis: UFSC, p. 115 - 162, 1994.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2. Ed. Belo Horizonte:


Autêntica. 2004.

PETRY, Sueli Maria Vanzuita. Na trama do cotidiano: a indumentária oitocentista em


Blumenau (1850-1880). Blumenau em Cadernos, v. 48, p. 95-114, 2007.

PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. 1. ed. São Paulo: Editora
Contexto, 2005. v. 1. p. 8 - 9.

SOUZA, Gilda de Mello e. O Espírito das Roupas: A Moda no Século XIX. São
Paulo: Companhia das letras, 1987.

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