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SUMÁRIO

1. Introdução ..................................................................... 3
2. Mecanismo do trauma ............................................. 5
3. Avaliação no trauma abdominal ........................18
4. Diagnósticos específicos.......................................19
Referências bibliográficas .........................................24
TRAUMA ABDOMINAL 3

1. INTRODUÇÃO rimento e a condição hemodinâmi-


ca determinam a prioridade e guiam
O trauma abdominal é o traumatismo
os métodos de avaliação abdomino-
causado diretamente na região ab-
-pélvicas.
dominal ou que repercuta em lesões
de estruturas abdominais. O abdome Antes de explorarmos a avaliação ao
é limitado superiormente pela região paciente com possível trauma abdo-
inferior do tórax; anteriormente, pe- mino-pélvico, vamos relembrar con-
los arcos costais; lateralmente, pelas ceitos da anatomia do abdome essen-
linhas axilares anteriores e, inferior- ciais para o entendimento desse tema.
mente, pelos ligamentos inguinais e O abdome é parcialmente delimita-
sínfise púbica. do superiormente pela parte infe-
Lesões abdominais e pélvicas não rior do tórax. O abdome anterior é
diagnosticadas continuam sendo delimitado pelos arcos costais, supe-
causa importante de mortalidade riormente, e lingamentos inguinais e
no contexto do trauma, sendo ainda sínfise púbica inferiomente. Lateral-
considerada uma causa evitável. Por mente, é delimitado pelas linhas axi-
esse motivo, é indispensável saber lares anteriores.
reconhecer e avaliar um paciente po- A maioria das vísceras ocas podem
litraumatizado para o reconhecimen- ser atingidas diante de um trauma na
to de possíveis lesões abdominais ou região abdominal anterior.
pélvicas. A transição toracoabdominal se lo-
caliza abaixo da linha transmamilar,
SE LIGA! Qualquer paciente que sofreu anteriormente; linha infraescapular,
trauma no tronco, por impacto direto,
desaceleração brusca ou por ferimentos
posteriormente; e arcos costais, su-
penetrantes no tronco, deve ser consi- periormente. Embora essa área tenha
derado portador de lesão vascular, de proteção pelo ossos do tórax, ela in-
víscera abdominal ou víscera pélvica até clui o fígado, o baço, o diafragma e
que se prove o contrário.
o estômago.
Na expiração completa, o diafragma
se eleva ao 4ºespaço intercostal (EIC).
CONCEITO! O trauma abdominal é o Assim, fraturas dos arcos costais ou
traumatismo causado diretamente na
região abdominal ou que repercuta em traumas penetrantes abaixo dos ma-
lesões de estruturas abdominais. milos podem causar lesões a órgãos
abdominais.

Nesse contexto, o mecanismo de O flanco se localiza entre as linhas


trauma, forças de lesão, local do fe- axilares anterior e posterior, infe-
TRAUMA ABDOMINAL 4

riormente ao 6º EIC e superiormente dos cólons ascentente e descenten-


à crista ilíaca. A parede abdominal de, além dos órgãos retroperitoneis
dessa região tem uma musculatura da cavidade pélvica.
mais forte, que dificulta lesões pene- Lesões nestes órgãos frequentemen-
trantes. te são de difícil identificação, devido ao
Já o dorso é a área localizada entre exame físico difícil nessa região. Tam-
as linhas axilares posteriores, infe- bém, nas fases iniciais, essas lesões
riormente às pontas das escápulas podem cursar sem sinais ou sintoma
e superiormente à crista ilíaca. Tam- de peritonite. Por fim, outra dificulda-
bém é protegida por músculos que de é que a LPD (lavagem peritoneal
atuam como barreira para lesões pe- diagnóstica) e o ultrassom FAST não
netrantes. avaliam tão bem essa região devido
O flanco e o dorso contém órgãos às suas particularidades anatômicas.
retroperitoneais – o retroperitôneo é Por mim, a cavidade pélvica é limi-
o espaço posterior ao revestimento tada pelos ossos pélvicos, consistin-
peritoneal abdominal – e nele se lo- do na parte inferior dos espaços in-
calizam estruturas como veia cava tra e retroperitoneais. Nessa região,
inferior, parte do duodeno, pâncreas, encontramos a bexiga, o reto, vasos
rins, ureteres e segmento posterior ilíacos e, nas mulheres, os órgãos do
trato genital superior.

Figura 1. Anatomia do abdome – ATLS, 9ª edição.


TRAUMA ABDOMINAL 5

MAPA MENTAL ANATOMIA ABDOMINAL

Ligamentos
Linha axilar
Arcos costais inguinais e sínfise
anterior
púbica

Linha transmamilar

Abdome anterior
Linha
infraescapular

Transição
Arcos costais Cavidade pélvica Ossos pélvicos
toracoabdominal ANATOMIA
PÉLVICO-
ABDOMINAL

6º EIC Flanco Dorso Cristas ilíacas

Pontas das
Linha axilar anterior
escápulas

Linha axilar Linhas axilares


posterior posteriores

Crista ilíaca

do corpo envolvida no trauma. Pode


2. MECANISMO DO TRAUMA
causar esmagamento ou compressão
A compreensão do mecanismo do de vísceras abdominais e pélvicas,
trauma facilita a identificação e o tra- com eventual deformação dos órgãos
tamento das lesões. Logo, convém e ruptura – causando hemorragias, e
perguntar ao paciente ou, se não for contaminação com conteúdo intesti-
possível, aos acompanhantes, pa- nal – gerando peritonite.
ramédicos ou pessoas presentes na No trauma fechado, os órgãos mais
cena sobre como ocorreu o trauma. acometidos são o baço (40% a 55%),
o fígado (35% a 45%) e o intestino
delgado (5 a 10%). Em 15%, há he-
Trauma fechado
matoma retroperitoneal.
O trauma fechado ocorre sem que
O cisalhamento é um tipo de esma-
haja penetração ou abertura da parte
gamento causada quando um dispo-
TRAUMA ABDOMINAL 6

sitivo de segurança é usado inade-


quadamente, causando estiramento
de estruturas orgânicas. Há ainda as
lesões decorrentes das forças cau-
sadas por desaceleração brusca,
gerando movimentos em sentidos
opostos de vísceras. Na prática, ocor-
rem em quedas de alturas significati- Figura 2. Sinal do cinto de segurança. Fonte: dispo-
vas, batidas de carro, acidentes com nível em http://www.saudedireta.com.br/docsuploa-
d/1332281789cap_16_trauma_abdome.pdf. Último
moto, bicicletas, e nos quais há ejeção acesso em 17 fev. 2020.
da vítima do carro

Trauma penetrante
NA PRÁTICA!
Paciente LMO, 28 anos. Encontrado in- O trauma penetrante é causado
consciente, preso nas ferragens do car- quando há corte e laceração da pele
ro após colisão frontal com poste. Após e tecidos subjacentes. Ferimentos por
estabilização inicial no hospital, foi rea-
lizado tomografia computadorizada que arma branca e projéteis de arma de
evidenciou edema cerebral importantes, fogo (PAF) são exemplos principais.
com lesão axonal difusa e he-
morragia subaracnoidea.

No Brasil, existe alta mo-


bimortalidade associada
a acidentes de trânsito, e
é comum a ocorrência de
traumas fechados nes-
sas situações. Acidentes
em que há desaceleração
brusca, como em batidas,
podem gerar trauma cau-
sado pelo cinto de segu-
rança. Ainda, principalmen-
te quando o cinto não está
em uso, há a possibilidade
de a vítima ser arremessa-
da para fora do carro, cau-
sando uma forte ejeção.
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SAIBA MAIS!
Projéteis de arma de fogo vão aumentando o nível de lesão à medida que penetram o tecido.
Parece contraintuitivo, afinal ele está “diminuindo sua velocidade até se alojar em algum te-
cido”, mas o efeito da cavitação e a possível fragmentação do projétil devem ser levados em
consideração.

Em lesões por arma branca, as es- por diferentes mecanismos, tanto por
truturas mais atingidas são o fígado fragmentos que penetram a vítima
(40%), intestino delgado (30%), o como por lesões contusas resultantes
diafragma (20%) e o cólon (15%). do impacto ou da ejeção. Ainda po-
Já ferimentos por PAF mais frequen- dem apresentar lesões pulmonares
temente atingem o intestino delga- ou de vísceras ocas devido à onda de
do (50%), o cólon (40%), o fígado choque. Por esses motivos, pacientes
(30%) e vasos abdominais (25%). vítimas de explosão devem manter o
Já as explosões podem causar trauma médico alerta para traumas contusos
e penetrantes.

SAIBA MAIS!
Em 6 de setembro de 2018, o então candidato às
eleições presidenciais, Jair Bolsonaro, fazia cam-
panha eleitoral em Juiz de Fora (MG) quando so-
freu um golpe à facada na região do abdome. Você
com certeza deve se lembrar disso.
O então candidato foi levado para a Santa Casa
da Misericórdia de Juiz de Fora, onde foi realiza-
da uma laparotomia, chegando a entrar em cho-
que hipovolêmico e sendo necessária internação
na UTI - tendo havido uma perda de 2,5 litros de
sangue. Inicialmente, suspeitava-se de lesão he-
pática; posteriormente, no entanto, constatou-se
lesão no cólon transverso. Foi ainda necessária
uma colostomia temporária, para que o intestino
pudesse cicatrizar e evitar possíveis infecções.

Figura 3: Fonte: “6 de setembro de 2018: um dia para


entrar na história”, revista Veja. Disponível em: https://
veja.abril.com.br/politica/facada-bolsonaro-um-ano/.
Acesso em 18 dez 2020.
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Agora vamos a uma situação hipoté- to dos passageiros, os dispositivos


tica de um politraumatizado em cho- de contenção, acionamento de air-
que. Como sabemos que a lesão é bags, a posição do doente no veícu-
causada por trauma abdominal ou lo e suas condições são informações
pélvico? que contribuem para a compreensão
A história e o exame físico dão as do mecanismo do trauma ocorrido. Se
pistas para esse diagnóstico e, quan- o paciente tiver sofrido uma queda, a
do for recorrer a exames comple- altura é uma ótima informação para
mentares, estes precisam ser rápi- estimar a velocidade de desacelera-
dos devido à instabilidade do doente. ção. Sinais vitais, lesões aparentes
Se o paciente estiver estável e sem e resposta ao tratamento pré-hos-
peritonite, pode-se lançar mão de pitalar também podem ser forneci-
exames complementares repetidos das pela equipe de resgate.
para identificação mais precisa das Em caso de trauma penetrante, a
lesões. distância entre a vítima e o agres-
sor, o tipo de arma, o tempo decor-
rido, número de facadas ou tiros e a
História quantidade de sangue perdida são
A história deve incluir relatos que pontos importantes a serem explo-
ajudem a identificar o mecanismo do rados na história. Semelhantemen-
trauma. Em acidentes de trânsito, a te, quando a lesão foi causada por
velocidade, a forma da colisão dos explosão, a distância da vítima ao
veículos envolvidos, a intrusão de local à explosão prediz a intensidade
partes do veículo no compartimen- do dano causado e idealmente deve
constar na história do paciente.
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MAPA MENTAL HISTÓRIA

Intrusão do Intrusão do Acionamento


Velocidade Forma de colisão Posição da vítima
veículo veículo de airbags

Acidente de
trânsito

Condições do
Sinais vitais
paciente
HISTÓRIA
Comorbidades Lesões aparentes

Queda

Altura Forma de impacto

Exame físico perineo e escroto devem ser exa-


minados à procura de sangue no
O exame físico abdominal deve ser
meato uretral, edemas, hemato-
minucioso e bastante detalhado, se-
mas ou lacerações, que sugerem
guido de forma sistemática em inspe-
fratura pélvica exposta.
ção, ausculta, percussão e palpação –
nesta ordem. Seguidamente, analisar Após a inspeção, cobrir o paciente
estruturas pélvicas como a estabilida- com cobertores para evitar a hipo-
de pélvica, bem como examinar a ure- termia, que contribui para coagulo-
tra, períneo, reto, vagina ou glúteos. patia e hemorragia.
• Inspeção: o doente deve estar, em • Ausculta: buscar minuciosamente
condições ideais, totalmente des- os ruídos hidroaéreos, que podem
pido. Inspecionar o tronco e o estar ausentes quando há sangue
períneo em busca de contusões ou conteúdo gastrintestinais livre
e abrasões causados por disposi- intraperitoneais. No entanto, esse
tivos de conteção – como o cinto significado não é específico, e é
de segurança. Lacerações, feridas mais útil quando está ausente no
penetrantes ou corpos estranhos início e se torna presente quando
empalados, eviscerações e se há se examina outra vez posterior-
evidência de gravidez. O flanco, mente.
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• Percussão e palpação: a percus- achados que indicam fratura pél-


são abdominal pode demonstrar vica incluem evidência de ruptura
sinais de irritação peritoneal, por da uretra (sangue no meato ure-
gerar movimento no peritôneo. tral, hematoma escrotal e desloca-
Mas o importante é: se houver mento cranial da próstata), de dis-
sinal de irritação peritoneal, ne- crepância entre o comprimento
nhuma outra manobra para iden- dos membros inferiores, ou de-
tificar irritação deve ser executa- formidade rotacional da perna
da, para evitar dor desnecessária. sem fratura óssea. Nesses do-
A defesa abdominal involuntária entes, manipular manualmente a
pode dificultar o exame, mas é um pelve pode ser prejudicial e desen-
sinal confiável de irritação peri- cadear o desprendimento de um
toneal. coágulo, ocasionando hemorragia
A palpação auxilia a diferenciar dor adicional. Caso haja necessidade,
superficial da dor profunda. Além pode-se manipular a pelve apenas
disso, pode identificar presença de uma vez no exame físico. Mas fique
útero gravídico e estimar a idade ges- atento, não faremos essa manobra
tacional. no caso de hipotensão, choque ou
fratura exposta óbvia. A hemipél-
Em homens, é de extrema importân- ve instável migra cranialmente e
cia fazer a palpação da próstata. O apresenta rotação externa, devi-
deslocamento cranial dessa sinaliza do às forças da musculatura e ao
uma fratura pélvica importante! efeito da gravidade. Nesses casos,
• Avaliação da estabilidade da pel- o bom senso é sempre necessário.
ve: pelo fato de a hemorragia pél-
vica grave ocorrer rapidamente,
sua identificação precoce é muito
importante para o desfecho. Hipo-
tensão inexplicável pode ocorrer
como único sinal de ruptura grave
de pelve, com instabilidade pélvi-
ca no complexo posterior dos liga-
mentos. A instabilidade do anel Figura 4. avaliação da estabilidade pélvica. Fonte:
ATLS, 9ª ed.
pélvico deve ser considerada em
caso de vítimas com fratura pél-
vica e hipotensão, se não hou- Ao manipular, observamos se as cris-
ver outra fonte de sangramento tas ilíacas são pegas e a hemipelve
explicável. Ao exame físico, os instável é rotacionada para dentro (in-
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ternamente) e, posteriormente, para ra uretral) e identificamos fraturas


fora (externamente). Essa é a ma- nos ossos pélvicos. No trauma pe-
nobra de distração e compressão. netrante, o exame retal avalia o tô-
Se há rompimento de ligamentos nus esfincteriano retal e busca le-
posteriores, a hemipelve também sões penetrantes no intestino.
pode ser empurrada cranialmente
• Exame vaginal: lacerações podem
ou puxada caudalmente. Por fim,
ocorrer tanto por ferimentos cau-
anormalidades neurológicas ou feri-
sados por ossos fraturados como
das abertas no flanco, no períneo e
por traumas penetrantes. O exame
no reto podem evidenciar instabili-
só deve ser realizado na suspeita
dade do anel pélvico. Se apropriado,
de lesão.
é bom valer-se de uma radiografia
na incidência antero-posterior (AP). • Exame dos glúteos: essa região se
estende da crista ilíaca às pre-
• Exame da uretra, do períneo e do
gas glúteas. Lesões penetrantes
reto: sangue no meato uretral,
nessa região se associam a lesões
equimose ou hematoma no es-
intra-abdominais importantes em
croto e períneo sugerem forte-
até 50% dos casos. Ferimentos
mente uma lesão na uretra. No
por arma branca ou PAF se asso-
trauma fechado, avaliamos o tô-
ciam a ferimentos intra-abdomi-
nus esfincteriano e a integridade
nais, os quais devem ser buscados
da mucosa retal, determinamos a
e reconhecidos.
localização da próstata (seu des-
locamento cranial sugere ruptu-
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MAPA MENTAL EXAME FÍSICO

Eviscerações

Contusão
Ruídos hidroaéreos

Abrasões

Laceração
Ausculta

Feridas penetrantes

Corpos estranhos

Exame Dor superficial x dor


Inspeção Percussão
Fratura pélvica físico profunda

Flanco, períneo, escroto

Sangue no meato uretral


Palpação

Edema
Homens: palpar
Hematoma próstata

Laceração Buscar sinais de


irritação peritoneal

Deformidade rotacional

Discrepância de
comprimento entre MMII
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Medidas auxiliares no exame físico O FAST é um dos dois exames diag-


nósticos mais rápidos para identificar
Sondas gástricas e urinárias fre-
hemorragia. No FAST, detecta-se a
quentemente são inseridas na avalia-
presença de hemoperitônio. O USG
ção inicial. Devendo atentar-se para
tem especificidade, sensibilidade e
não inserir sonda de Foley em caso de
acurácia na detecção de líquido in-
hematoma perineal e deslocamento
tra-abdominal comparável à LPD.
cranial da prostata. Evitar também in-
Assim, o ultrassom é rápido, não-in-
serir sonda nasogástrica em doentes
vasivo, preciso e barato para diag-
com fratura na porção média da face,
nosticar essa condição, podendo ain-
preferir a orogástrica.
da ser repetido.
A sondagem vesical alivia a retenção
As indicações do FAST são as mes-
urinária, auxilia na descompressão da
mas do LPD.
bexiga para realizar o LPD e é usa-
da para monitorar o débito urinário As imagens devem se obtidas do: 1.
como um índice de perfusão tecidu- Saco pericardial, 2. Espaço hepa-
al. Hematúria macroscópica sinaliza torrenal, 3. Espaço esplenorrenal e
trauma no trato urinário ou genital e 4. Da pelve ou do fundo de saco de
de órgãos intra-abdominais não re- Douglas.
nais. Contudo, a ausência de hema-
túria não descarta a existência dessa
lesão. Logo, incapacidade de micção
espontânea, fratura pélvica instável
presente, sangue no meatro uretral,
hematoma escrotal, equimose peri-
toneal ou próstata deslocada cranial-
mente obrigam o médico a realizar
um uretrograma retrógado para
confirmar a integridade da uretra
antes da inserção da sonda.
Outros estudos
USG FAST e LPD: Pacientes hemo-
Figura 5: Ultassom FAST. Em 1, avalia-se o saco pe-
dinamicamente instáveis devem ser ricárdico; em 2, o espaço hepatorrenal; no 3, o espaço
rapidamente avaliados, e isso pode esplenorrenal e, o 4, a pelve ou o fundo de saco de
Douglas. Fonte: ATLS, 9ª ed.
ser feito ou pelo ultrassom FAST ou
pelo LPD. A única coisa que contrain-
dica realizar esses exames é se o pa- Uma vez realizado o primeiro exame,
ciente já for realizar uma laparotomia. pode-se repetir novamente em 30
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minutos, o que permite detectar he- sibilidade (lesão potencial da coluna


moperitônio progressivo. vertebral); lesão de estruturas adja-
A obesidade, presença de enfisema centes; exame físico duvidoso; previ-
subcutâneo e cirurgias abdominais são de perda prolongada de contato
prévias dificultam a visualização. com o paciente, como anestesia geral
ou exames de imagem ou com sinal
Já a Lavagem Peritoneal Diagnósti- do cinto de segurança (contusão da
ca também é rápida em identificar a parede abdominal) com suspeita de
hemorragia. Apesar de invasiva, pode lesão intestinal.
diagnosticar eventual lesão em vísce-
ra oca. Radiografias para trauma abdomi-
nal: radiografia AP do tórax é reco-
Tem sensibilidade alta para detec- mendada em todo doente com trau-
ção de sangue intraperitoneal. ma fechado multissistêmico. Casos
Em relação às indicações da USG hemodinamicamente instáveis com
FAST e do LPD, deves ser realiza- trauma penetrante não necessitam
dos no doente com instabilidade de triagem radiográfica na sala de
hemodinâmica e trauma fechado, emergência. Já o doente hemodina-
podendo ainda ser útil no trauma pe- micamente estável com trauma pe-
netrante. O LPD também é indicado netrante acima da cicatriz umbilical
no hemodinamicamente estável ou lesão toracoabdominal suspeita, o
com trauma fechado quando a To- raio-X de tórax pode ajudar a des-
mografia Computadorizada (TC) e cartar hemotórax, pneumotórax ou
o FAST não estiverem disponíveis. ainda, pneumoperitôneo.
Caso um destes esteja disponível, ra- Pacientes estáveis com trauma pe-
ramente utilizaremos a LPD nesses netrante podem ter seus orifícios
casos, por ser mais invasiva. de entrada e saída marcados com
Contraindicações relativas incluem objetos metálicos, para que a ra-
cirurgias abdominais prévias, obe- diografia de abdome em posição
sidade mórbida, cirrose avançada e supina permita visualizar o trajeto do
coagulopatia pré-existente. objeto ou a presença de pneumope-
Já pacientes hemodinamicamente ritôneo.
estáveis requerem exames comple- Radiografia AP pélvica: pode escla-
mentares na presença de quais- recer a origem da perda de sangue
quer dos seguintes sinais: altera- em doentes instáveis e naqueles
ção do sensório (potencial de lesão com dor pélvica. O doente desper-
cerebral, intoxicação alcoolica ou uso to, alerta e sem dor não precisa de
de drogas ilícitas); mudança na sen- radiografia pélvica.
TRAUMA ABDOMINAL 15

Figura 6: Tipos de fraturas da pelve. Fonte: ATLS – 9ª ed.

A fácil aspiração de sangue, conteú- ferior e da pelve. Como leva um tempo,


do gastrointestinal, fibras vegetais é necessária a estabilidade hemodi-
ou bile através do cateter em doen- nâmica do paciente e que não haja in-
tes hemodinamicamente instáveis dicação de laparotomia de urgência.
indica laparotomia. A TC evidencia lesões de órgãos es-
Se não houver grande quantidade pecíficos e sua extensão. Detecta le-
de sangue (< 10 mL) ou conteúdo sões de órgãos retroperitoneais e pél-
gastrintestinal aspirados, faz-se vicos, cuja avaliação por exame físico,
uma lavagem com 1000 mL de so- FAST ou LPD é díficil.
lução cristaloide isotônica aquecida. Contraindicações relativas incluem de-
Faz-se uma mistura adequada do mora para obter tomógrafo, doente
conteúdo peritoneal com a solução, pouco colaborativo e que não pode
movimentando o paciente, e colhe- ser sedado com segurança e aqueles
-se o líquido e envia para análise. O alérgicos a contraste iodado, se con-
teste é considerado positivo se vier traste iônico não estiver disponível.
mais de 100.000 glóbulos verme-
lhos por mm³, 500 ou mais glóbu- Pode deixar passar certas lesões gas-
los brancos por mm³ ou detecção trintestinais, diafragmáticas e pan-
de bactérias pelo método de gram. creáticas. Logo, exame com norma-
Se positivo, a laparotomia é indicada. lidade nessas estruturas mas com
líquido livre na cavidade abdominal
Quanto à tomografia computadori- sugere presença de lesões do trato
zada, há necessidade de transporte gastrintestinal ou mesentério. Mui-
do doente. É necessário contraste en- tos consideram indicação de laparo-
dovenoso e requer o exame do abdo- tomia.
me superior e inferior, além do tórax in-
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Alguns exames contrastados podem radiográfica dos cálices deve ocorrer


também auxiliar no diagnóstico se após 2 minutos da infusão de con-
houver suspeita de lesões específicas, traste e o não funcionamento unila-
mas não podem atrasar o tratamento teral indica ausência de rins, trombo-
de doentes hemodinamicamente ins- se, avulsão da artéria renal ou grave
táveis. São eles: uretrografia, cisto- comprometimento do parênquima re-
grafia, uografia excretora e estudo nal. Assim, perante a ausência de um
contrastado do tubo digestivo. dos cálices, realizar uma TC, arterio-
A uretrografia deve ser realizada an- grafia ou mesmo cirurgia.
tes de inserir a sonda vesical em Lesões retroperitoneais isoladas de
doentes com suspeita de ruptura órgãos gastrintestinais podem não
uretral. Já a ruptura de bexiga in- cursar com peritonite e não serem
tra ou extraperitoneal se avalia me- detectadas pelo LPD. TC com con-
lhor por cistografia ou cistografia traste, exames contrastados do
na TC. Lesões suspeitas no sistema trato gastrintestinal ou exames de
urinário são melhor avaliadas por TC avaliação biliopancreática devem
com contraste e, se não disponível, ser realizados na suspeita de lesão
urografia excretora. A visualização em algum desses órgãos.
MAPA MENTAL ESTRUTURAS MAIS ATINGIDAS

Fígado

Intestino
delgado
Baço

ESTRUTURAS PAF
Fígado Trauma fechado MAIS Trauma
ENVOLVIDAS penetrante
Arma branca
Intestino
delgado
Intestino
delgado

Cólon

Diafragma

Vasos
abdominais
TRAUMA ABDOMINAL 17

LPD FAST TC
Diagnóstico precoce
Diagnóstico precoce
Não invasivo O mais específico para definir a
Realização rápida
Realização rápida lesão
Vantagens Sensibilidade = 98%
Pode ser repetido Sensibilidade 92-98%
Detecta lesão intestinal
Sensibilidade: 86-97% Não é invasivo
Dispensa transporte
xwDispensa transporte
Operador-dependente
Alto custo
Invasivo Gases intestinais e enfise-
Realização demorada
Pouco específico ma subcutâneo atrapalha
Pode não identificar lesões do dia-
Desvantagens Não diagnostica lesões imagens
fragma, intestino e algumas lesões
no diafragma e peritô- Pode não diagnosticar le-
pancreáticas
neo sões do diafragma, intesti-
Necessário transporte
no e pâncreas
Trauma fechado estável
Trauma fechado instável
Indicações Trauma fechado instável Traumas penetrantes de dorso e
Trauma penetrante
flanco

MAPA MENTAL EXAMES PRINCIPAIS

Aberto FECHADO

Instável Estável Instável Estável

LPD/FAST FAST LPD/FAST FAST ou TC

LPD se não
Laparotomia TC Laparotomia
disponíveis

Dispensa RX RX

Tórax se acima do
Abdominal umbigo ou
toracoabdominal
TRAUMA ABDOMINAL 18

3. AVALIAÇÃO NO Caso o paciente com trauma não se


TRAUMA ABDOMINAL enquadre nesses critérios, as opções
incluem exame físico seriado e LPD
A avaliação inicial do trauma abdomi-
se for ferimento toracoabdominal
nal não visa essencialmente identifi-
e da parede anterior. Ferimentos
car o órgão acometido, mas sim se há
toracoabdominais assintomáticos,
indicação de laparotomia.
com possíveis lesões diafragmáticas
De maneira geral, a indicação para e de vísceras superiores podem ser
laparotomia em doentes com trau- tratados com exame físico seriado,
ma abdominal incluem: LPD, toracoscopia, laparoscopia e TC.
• Trauma abdominal fechado com Em ferimentos no flanco e no dor-
hipotensão e FAST positivo, ou so, TC com duplo ou triplo contras-
evidência clínica de hemorragia in- te é útil.
traperitoneal; Vale lembrar que ferimentos tangen-
ciais por PAF frequentemente não são
• Trauma abdominal fechado ou pe-
tangenciais de verdade. Além disso,
netrante com LPD positiva;
concussão ou explosão podem gerar
• Hipotensão associada a ferimento ferimento intraperitoneal mesmo sem
abdominal penetrante; penetração.
• Ferimentos por PAF que atraves- Para doentes relativamente assin-
sam a cavidade peritoneal ou o tomáticos, as opções diagnósticas
compartimento visceral/vascular incluem exame físico seriado por 24
do retroperitônio; horas, LPD ou laparoscopia diag-
nóstica. Apesar de o FAST positivo
• Evisceração;
ser útil, o FAST negativo não exclui a
• Hemorragia do estômago, reto ou possibilidade de lesões com produ-
trato genitourinário por ferimento ção de líquido livre intraperitoneal mí-
penetrante; ninimo. O exame físico acurado é tra-
balhoso, mas tem 94% de acurácia.
• Peritonite;
Já a LPD pode dar diagnóstico preco-
• Ar livre, ar peritoneal ou ruptura do ce em pacientes sem sintomas, e tem
hemidiafragma; acurácia de 96% quando positivo.
• TC com contraste evidenciando le- Em ferimentos do flanco e do dor-
são do TGI, lesão intraperitoneal da so, a espessura protege os órgãos
bexiga, lesão do pedículo renal ou dos ferimentos por PAF, e menos dos
lesão parenquimatosa grave após causados por arma branca. Embora a
trauma contuso ou penetrante. laparotomia seja uma opção razoável
TRAUMA ABDOMINAL 19

para todos estes doentes, exame físi- Em casos raros, lesões retroperito-
co seriado, LPD e TC com duplo ou neais são deixadas passar por exa-
triplo contraste são opções menos me físico seriado e TC. Por isso, após
invasivas. Naqueles com ferimen- 24h de observação, deve-se fazer
to posterior à linha axilar anterior, um acompanhamento ambulatorial
que começam assintomático e cur- precoce.
sam com sintomas, o exame físico Se houver evidência de que o doente
seriado é muito preciso em identificar vai ser transferido para outra unidade,
lesões retro e intraperitoneais. exames demorados – incluindo a TC –
não devem ser realizados.

MAPA MENTAL EXAMES PRINCIPAIS

Toracoabdominal Exame físico seriado ou


ou parede anterior LPD

TRAUMA Exame físico seriado, LPD,


Indica
ABDOMINAL Toracoabdominal toracospcopia, laparoscopia
laparotomia?
ou TC.

Exame físico seriado, TC


Flanco e dorso
com duplo ou triplo
contraste

4. DIAGNÓSTICOS por substância gasosa ou presen-


ESPECÍFICOS ça de sombra gástrica no tórax. Em
uma parcela pequena, no entanto, o
Lesões diafragmáticas: o hemidia-
raio x pode estar normal.
fragma esquerdo é o mais comu-
mente atingido, tipicamente a região Lesões duodenais: classicamente a
posterolateral. O diagnóstico deve ruptura duodenal é encontrada em
ser suspeitado em qualquer feri- pacientes sem cinto de segurança
mento toracoabdominal e avalia- que sofreram lesão frontal, ou golpe
do pela radiografia inicial do tórax, direto no abdome – como guidom de
podendo ser confirmado com lapa- bicicleta. Sangue no aspirado gás-
roscopia, laparotomia e toracoscopia. trico ou de ar retroperitoneal na ra-
Anormalidades no raio-x inicial in- diografia ou na TC abdominal deve
cluem elevação ou borramento do levantar a suspeita. Se o paciente for
hemidiafragma, hemotórax, apa- de alto risco para essa lesão, estudo
gamento da imagem do diafragma com exames do sistema digestivo
TRAUMA ABDOMINAL 20

são necessários: estudo radiográfi- ausente e o paciente apresentar inten-


co contrastado do tubo digestivo sa dor abdominal. A urografia excreto-
alto ou TC com duplo contraste. ra, TC e arteriografia renal pode auxiliar
Lesões pancreáticas: resultam geral- no diagnóstico de ambas. Uma fratura
mente de golpe direto no epigástrio, pélvica anterior geralmente está pre-
que comprime o pâncreas contra a co- sente quando há lesão na uretra. Em
luna vertebral. A amilase sérica pode relação a esta, sua ruptura pode ser su-
não estar aumentada, assim como perior (posterior) ou inferior (anterior).
amilase elevada pode traduzir lesão Lesões na uretra posterior se associa
extra-pancreática. No entanto, amila- a traumas multi-sistêmicos, já em re-
se sérica seriada que aumenta pro- lação à uretra anterior, pode ocorrer
gressivamente deve gerar investiga- isoladamente.
ção adicional. O TC duplo contraste Lesão de vísceras ocas: lesões contusas
pode ser usado mas pode não identifi- de intestino acontecem geralmente com
car o trauma imediatamente – nas pri- desaceleração brusca, especialmente
meiras 8h, portanto, deve ser repetido nos casos de uso incorreto do cinto de
posteriormente se houver suspeita segurança. Deve-se suspeitar dessas
de lesão pancreática. Em caso de dú- lesões quando houver hematomas ou
vida, indica-se laparotomia. equimoses lineares ou transversos (si-
Lesões genitourinárias: a avaliação nal do sinto de segurança) ou uma fra-
do trato urinário com TC deve ser re- tura lombar com desvio detectada na
alizada em casos de trauma no dorso radiografia (fratura de Chance). Pode
ou flancos que cursem com equimo- haver queixa de dor abdominal, mas em
se ou hematoma, e em casos de he- alguns casos o diagnóstico é difícil, espe-
matúria macro ou microscópica em cialmente porque tais ferimentos intesti-
doentes com: trauma abdominal pe- nais podem gerar hemorragia interna.
netrante, trauma abdominal fechado Lesões de órgãos sólidos: lesões
com episódio de hipotensão e lesões no fígado, rins e baços que cursem
intra-abdominais associadas em pa- com choque, instabilidade hemo-
ciente com trauma abdominal fecha- dinâmica ou evidência de hemor-
do. Hematúria micro e macroscópica ragia ativa indicam laparotomia de
com episódio de choque sugerem urgência. Se o paciente estiver he-
trauma abdominal não-renal. TC com modinamicamente bem, pode ser
contraste endovenoso pode identificar tratado clinicamente. Internam-se
e documentar a extensão da lesão re- esses doentes para avaliação por ci-
nal por trauma fechado. Trombose de rugião e observação.
artéria renal ou ruptura do pedículo se- Fraturas pélvicas e lesões associadas:
cundária a desaceleração brusca são fraturas pélvicas acompanhadas de
raras, nas quais a hematúria pode estar
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hemorragia sugerem ruptura dos li- ca. Ocorrem muito em quedas.


gamentos ósseos posteriores por fra- O tratamento da fratura pélvica grave
tura e/ou luxação sacral. A ruptura do com hemorragia deve incluir o con-
anel pélvico pode romper o plexo venoso trole da hemorragia e a reanimação
pélvico e ramos da artéria ilíaca interna. com líquidos. O controle hemorrági-
Além disso, o deslocamento vertical da co pode ser feito através da estabili-
sacroilíaca pode também romper a vas- zação mecânica com anel pélvico,
cularização ilíaca e causar sangramen- o que não requer muitos recursos e
to extenso. A mortalidade de pacientes pode ser feito mesmo em hospitais
com fratura de anel pélvico chega a 1 mais simples, devendo preceder a
em cada 6 pessoas, logo essas lesões eventual transferência do paciente. A
precisam ser rapidamente identificadas tração longitudinal é considerada um
e tratadas. Em fraturas pélvicas abertas, método de primeira linha. A rotação in-
a mortalidade atinge 50%. terna de membros inferiores também
Ainda em relação às fraturas pélvicas, ajuda podendo reduzir o volume pél-
os quatro padrões de força são: com- vico, já que nessas lesões há rotação
pressão anteroposterior, compres- externa da hemipelve. Um lençol, cinta
são lateral, cisalhamento vertical ou pélvica ou outros dispositivos podem
uma combinação destes. Compres- ser utilizados e aplicados no nível dos
são anteroposterior pode ser causada trocânteres maiores dos fêmures para
por colisões de moto, atropelamento, estabilização pélvica. Atentar para dis-
esmagamento direto e queda de al- positivos muito apertados, que podem
turas superiores a 3,6 metros. Além causar lesões na pele e úlceras em
do “descolamento” da sínfise púbica, proeminências ósseas.
rompem-se ligamentos ósseos poste- Para o tratamento definitivo do do-
riores, causando fratura e/ou luxação ente com alterações hemodinâmicas,
sacroilíaca ou fratura sacral. A aber- é necessário cirurgiões do trauma e
tura do anel pélvico pode causar san- ortopédicos, além de um radiologista
gramento pelo complexo venoso pél- intervencionista. A embolização ra-
vico posterior. Já lesões traumáticas diográfica é a melhor opção na he-
por compressão lateral ocorrem geral- morragia ativa secundária a fraturas
mente em acidentes automobilísticos pélvicas.
causando rotação interna da pelve e
comprimindo o volume pélvico. Ge- Por fim, como para o tratamento des-
ralmente não ameaçam a vida. Já um ses doentes são necessários muitos
cisalhamento vertical pode romper li- recursos, é necessária a transferência
gamentos sacroespinhosos e sacrotu- para um centro de trauma.
berosos, causando instabilidade pélvi-
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MAPA MENTAL LESÕES ESPECÍFICAS

Aumento progressivo
da amilase sérica

Sangue no TC duplo contraste


aspirado gástrico

Ar retroperitoneal Pancreáticas Uretra posterior -> trauma


(TC ou RX) multi-sistêmico

Uretra anterior =
Suspeitar em trauma Duodenais Genitourinárias
pode ser isolado
toracoabdominal
LESÕES
ESPECÍFICAS
Lesões de Sinal do cinto de segurança
Hemidiafragma E Diafragmáticas
vísceras ocas ou Fratura de Chance

Raio-x = exame inicial Desaceleração brusca


Lesões de
Fraturas pélvicas
órgãos sólidos

Reanimação
Instabilidade
indica laparotomia
de urgência
Controle da hemorragia -
estabilização

Embolização radiográfica
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MAPA MENTAL RESUMO

Baço Fígado Intestino delgado Fígado

Intestino delgado
Transição toracoabdominal
Trauma fechado
Abdome anterior
PAF
Dorso
Anatomia
Penetrante Arma branca
Pelve abdominopélvica
TRAUMA
ABDOMINAL
TC Vasos abdominais
Principais exames Exame físico

Laparotomia
Inspeção -> Ausculta -> Diafragma
Percussão -> Palpação
FAST
História
LPD Intestino delgado
Homens: palpar próstata

RX
Mecanismo Atentar para Cólon
do trauma fratura pélvica

Altura da queda Desaceleração Esmagamento Atropelamento

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