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Você encontrará nos próximos capítulos, questões comentadas e atualizadas dos concur-
sos de Residência Médica em 2019!
Sugerimos que você utilize esta área de treinamento fazendo sua autoavaliação a cada
10 (dez) questões. Dessa forma, você poderá traçar um perfil de rendimento ao final de
cada treinamento e obter um diagnóstico preciso de seu desempenho.
Estude! E deixe para responder as questões após domínio dos temas. Fazê-las imediatamente
pode causar falsa impressão.
Atenciosamente,
Equipe SJT-MED
Sumário
1 Questões para treinamento – Obstetrícia.......................................................................................5
2 Gabarito comentado....................................................................................................................................33
1
QUESTÕES PARA TREINAMENTO
Obstetrícia
fecções para o feto. M.D.A. concorda em rea- d) ela passa a ter direito à redução de 30% da
lizar os testes e, após 10 minutos, é chamada jornada de trabalho, mantendo a mesma re-
pela enfermeira que informa que o teste para muneração, além do fornecimento do EPI
sífilis foi negativo, mas o teste para HIV foi (equipamento de proteção individual)
reagente, indicando que ela pode estar infec- e) deve-se solicitar a transferência de função,
tada pelo vírus. A enfermeira explica sobre pois é assegurada a toda e qualquer em-
o resultado e informa que terá que lhe enca- pregada gestante a transferência de função
minhar para o obstetra, no pré-natal de alto quando a atividade normalmente prestada for
risco, e para o serviço especializado com o prejudicial à gestação
infectologista, médicos que irão acompanhar
a gravidez e prescrever o tratamento para a UFSC – 2019
infecção. Finaliza a consulta solicitando 7. Gestante de 18 semanas, sem antecedentes
os demais exames de rotina do pré-natal e médicos significativos e sorologias de rotina
orientando sobre onde será a consulta com no pré-natal negativas, apresenta tosse seca
o obstetra. Nesse caso, o médico deve iniciar há dois meses, acompanhada de suores no-
TARV: turnos e mal-estar. O teste cutâneo de tuber-
a) após confirmação da infecção por Western- culina (TCT) é negativo e uma das amostras
-Blot, se sintomática e se LT- CD4+ maior que do exame de escarro induzido mostrou o tes-
350 céls/mm3 te de amplificação do ácido nucleico de Myco-
b) imediatamente após confirmação da infec-
bacterium tuberculosis positivo. De acordo
ção por Western-Blot, se sintomática e se LT-
com o Ministério da Saúde (Manual de Reco-
CD4+ menor que 350 céls/mm3
mendações para Controle da Tuberculose no
c) imediatamente apenas considerando o teste
Brasil), é correto afirmar:
rápido reagente em qualquer gestante
a) a isoniazida não deve ser usada nesse caso,
d) após confirmação da infecção por Western-
pois o risco de hepatite e neutoxicidade na
-Blot, preferencialmente após o primeiro tri-
gestação ultrapassa o eventual benefício
mestre em qualquer gestante
b) inicia-se o tratamento apenas com a rifampici-
na (categoria B), reservando o esquema com
UFSC – 2019
5. Assinale a alternativa que contém vacinas se- múltiplas drogas para o período após o parto
guras e indicadas rotineiramente durante a c) indicam-se na fase inicial a rifampicina, isonia-
gestação: zida, pirazinamida e o etambutol (RHZE) por
a) difteria e HPV dois meses, seguidos de rifampicina e isonia-
b) sarampo e gripe zida por mais quatro meses (RH)
c) hepatite B e varicela d) nesse caso, devemos orientar a gestante que
d) febre amarela e tétano após parto deve evitar a amamentação, devido
e) influenza e coqueluche ao risco de transmissão aérea e das medica-
ções utilizadas
UFSC – 2019 e) como o quadro é latente (tosse seca e TCT
6. Uma gestante refere que trabalha como opera- negativo), indica-se apenas a Isoniazida e a
dora de bomba de combustível. Considerando rifampicina, que devem ser mantidas por, pelo
a legislação trabalhista brasileira, assinale a menos, seis meses
afirmação CORRETA:
a) deve-se fornecer atestado médico afastando- UNCISAL – 2019
-a do trabalho durante o primeiro trimestre da 8. A imunização antitetânica é recomendada
gravidez e recomendar o uso de EPI (equipa- para as gestantes para a prevenção do téta-
mento de proteção individual) durante o res- no neonatal. Para gestantes sem história de
tante da gravidez vacinação, iniciar o esquema o mais preco-
b) é garantia da empregada a manutenção do cemente possível em qualquer fase da gesta-
pagamento do adicional de insalubridade e ção, com intervalos de 30-60 dias. Pelo geral,
periculosidade, nos valores anteriores à ges- estas vacinas estão proscritas na gravidez,
tação, caso ela seja afastada de sua função EXCETO:
c) orientar o uso de EPI (equipamento de pro- a) hepatite A e B; vacina contra influenza (inclusive
teção individual) e atestar a gestação, pois a H1N1)
empregada passa a ter um aumento no per- b) rubéola; sarampo
centual de insalubridade c) caxumba
UFG – 2019
21. Na ilustração, o feto encontra-se em:
a)
UNITAU – 2019
23. Durante o exame obstétrico, em gestante de
terceiro trimestre na consulta de pré-natal, a
palpação do abdome foi feita através da mano-
d) bra de Leopold-Zweifel. No primeiro tempo da
manobra, foi observado polo fetal volumoso,
de superfície amolecida e móvel. O segundo
tempo da manobra revelou presença de pe-
quenas partes orientadas para o lado direito
materno, com maior eixo fetal coincidindo
com maior eixo uterino, e, no terceiro tempo,
foi apreendido um polo mais endurecido do
que o inicial, liso e consistente. Considerando
esses achados, quais relações útero-fetais es-
tão CORRETAS?
a) apresentação pélvica, situação transversa, po- Na apresentação fetal cefálica defletida de pri-
sição inferior meiro grau, o número que mostra o ponto de
b) situação oblíqua, apresentação pélvica e posi- referência fetal é:
ção direita a) 1
c) posição direita, situação longitudinal e apre- b) 4
sentação cefálica c) 3
d) situação transversa, posição superior e apre- d) 2
sentação córmica e) 5
e) situação longitudinal, posição esquerda e
apresentação cefálica UFRN – 2019
27. Uma apresentação cefálica de fronte ou defle-
UNITAU – 2019 tida de segundo grau demonstra:
24. Os diagramas abaixo representam variedades a) extensão parcial da cabeça e ponto de referên-
de posição do polo cefálico fletido durante a cia fetal: naso ou raiz do nariz
evolução do trabalho de parto. b) flexão parcial da cabeça e ponto de referência
fetal: bregma ou grande fontanela
A B C c) extensão total da cabeça e ponto de referência
fetal: mento
d) flexão total da cabeça e ponto de referência:
occipício ou pequena fontanela
UFRN – 2019
Qual das alternativas abaixo define CORRETA-
28. Primigesta de 19 anos de idade com 30 semanas
MENTE a nomenclatura obstétrica de cada um
de gravidez fez consulta de pré-natal queixando-
deles e a ordem da rotação interna fisiológica
-se de letargia e discreta dispneia. O exame físi-
desde a insinuação até o desprendimento do
co geral revelou: PA: 90 × 60 mmHg, presença de
polo cefálico?
edema pré-tibial e nevos hiperpigmentados em
a) OS, OEA, OET e A, B, C
região abdominal supra umbilical. O exame obs-
b) OS, ODA, ODT e B, C, A
tétrico constatou altura uterina de 30 cm e aus-
c) OP, OEA, OET e C, A, B
culta fetal com 128 bpm. Os exames laboratoriais
d) OP, ODA, ODT e C, B, A
mostrados revelavam dosagem de plaquetas
e) OS, OEA, ODT e B, A, C
125.000/mm3, EAS com proteinúria negativa e
glicosúria 2+. Levando-se em consideração os
SUS-SP – 2019
resultados apresentados pela paciente no exa-
25. A nomenclatura obstétrica permite descrever
me físico geral e obstétrico, a queixa de dispneia
com exatidão as relações entre o feto e a mãe.
deve ser considerada:
Nos fetos em situação longitudinal, as 3 letras
empregadas (exemplo: ODA, ODP, OEA, OEP) a) incompatível com a normalidade, explicado
se referem, respectivamente, a: pela presença de edema de membros inferio-
a) posição, apresentação e variedade de posição res que não deve ser encontrado em gravidez
b) apresentação, variedade de posição e posição normal
c) variedade de posição, posição e apresentação b) compatível com as modificações fisiológicas
d) apresentação, posição e variedade de posição do organismo materno devido ao nível da altu-
e) posição, variedade de posição e apresentação ra uterina
c) compatível com as modificações do organis-
SUS-SP – 2019 mo materno devido ao nível baixo da pressão
26. Considere a imagem a seguir: arterial
d) incompatível com a normalidade, explicado
2 pelos níveis de pressão arterial inferiores aos
1 encontrados na gravidez normal
3
UFRN – 2019
29. Quanto aos resultados dos exames laborato-
4
riais mostrados pela paciente, constata-se:
a) a glicosúria está alterada e os outros estão
5 normais
b) todos são alterados
UNICAMP – 2019
35. Mulher, 25a, primigesta, idade gestacional de 39 semanas, apresentou evolução do trabalho de parto
e parto de acordo com o partograma:
UNITAU – 2019
36. Observe o traçado da cardiotocografia registrado durante o trabalho de parto de primigesta, condu-
zido com ocitocina.
D
a) sínfise púbica
b) linha íleo pectínea
c) espinha isquiática
d) forame obturatório
USP-SP – 2019
USP-SP – 2019
43. Em uma paciente sem doenças, submetida a
40. Gestante com 29 semanas é diagnosticada
parto vaginal de termo, 10 minutos após o nas-
com pré-eclâmpsia grave, restrição de cres-
cimento, não ocorreu a dequitação. Qual é a
cimento fetal, insuficiência placentária grave
conduta indicada para o caso?
e centralização fetal, com perfil biofísico fetal
a) aguardar pelo menos mais 20 minutos para
10. Qual dos parâmetros do perfil biofísico fe-
manobras
tal tem maior dependência da oxigenação do
b) extração manual da placenta com antibiotico-
sistema nervoso central?
profilaxia
a) movimento respiratório
c) administração de derivados do ERGOT intra-
b) tônus corpóreo fetal
muscular
c) movimento corpóreo
d) laparotomia por suspeita de acretismo placen-
d) índice de líquido amniótico
tário
UNIFESP – 2019
44. Primigesta, 41 semanas, foi submetida a preparo de colo e indução do parto. Analise o partograma
apresentado na figura. Nesse caso, as características importantes do partograma, para o prognósti-
co de sucesso do parto por via vaginal, são:
UNIFESP – 2019
45. Primigesta, 28 anos de idade, encontra-se na fase ativa do trabalho de parto, apresenta cardiotoco-
grafia conforme a figura. A dilatação cervical é de 5 cm, bolsa rota, líquido claro. Nesse caso, o tipo
de desacelerações da frequência cardíaca fetal e o próximo passo para o melhor cuidado, respecti-
vamente, são:
SUS-SP – 2019
48. Considere o partograma a seguir:
a) deve-se realizar a curva glicêmica imediata- a) não há modificação do fluxo renal ou da taxa
mente de filtração glomerular
b) trata-se de diabete mellitus prévio à gestação b) a plaquetopenia, quando presente, ocorre de-
c) devemos solicitar a hemoglobina glicosilada vido aumento da destruição destas células
para definir o diagnóstico pelo baço
d) o diagnóstico de diabete mellitus gestacional c) a lesão hepática é secundária ao vasoespas-
já está estabelecido mo intenso neste órgão que leva a hemorragia
e) deve-se realizar a curva glicêmica entre 24-28 e necrose periportais. O aumento dos níveis de
semanas bilirrubinas é a principal expressão desta lesão
d) em pacientes com edema, os diuréticos são as
UFSC – 2019 medicações hipotensoras de primeira escolha
57. Mulher iniciando seu pré-natal, refere que na e) a ausência de modificações fisiológicas nor-
sua gestação anterior teve um parto induzido mais das arteríolas espiraladas, causada por
com 31 semanas, devido a um quadro de pré- invasão inadequada do trofoblasto, leva à di-
-eclâmpsia grave. Nega outros antecedentes minuição do fluxo uteroplacentário com conse-
médicos significativos. Exames laboratoriais quente baixa oxigenação fetal
normais. Mora em região urbana e refere ali-
UNESC – 2019
mentação adequada. Quais medidas devem
60. aciente de 40 anos, primigesta, foi diagnos-
ser realizadas na tentativa de prevenir um
ticado com diabetes mellitus gestacional
novo quadro de pré-eclâmpsia?
com 27 semanas de gravidez. Chega ao
a) prescrição de Ácido acetilsalicílico, na dose de
final da gestação em uso de insulina NPH
100-150 mg, iniciando antes de 16 semanas
40 unidades/dia e insulina regular 18 unida-
b) prescrição de Heparina não fracionada ou de
des/dia para controle das glicemias. Sobre
baixo peso molecular em dose profilática, ini-
o tratamento do diabetes nesta paciente,
ciando no segundo trimestre
imediatamente após a realização do parto,
c) suplementação de Cálcio (1 g/dia) e vitamina
é correto afirmar:
C (500 mg/dia), iniciando com 12 semanas
a) a insulina deve ser suspensa por completo e
d) prescrição de ácido fólico (5 mg/dia), restrição substituída por hipoglicemiante oral
moderada da ingesta de sódio e orientação b) a insulina deve ser mantida, reduzindo-se a
para ganho adequado de peso dose pela metade
e) controle rigoroso da pressão arterial e ganho de c) apenas a insulina NPH deve ser mantida e de-
peso, pois não há evidências claras que alguma vemos associar hipoglicemiante oral
medicação pode prevenir a pré-eclâmpsia d) a insulina deve ser mantida por completo
e) a insulina deve ser suspensa por completo, não
Santa Casa-SP – 2019 há necessidade de usar hipoglicemiante oral
58. Uma gestante de 26 semanas foi diagnostica-
da com diabetes gestacional após apresentar UNICAMP – 2019
glicemia de jejum de 84 mg/dL no primeiro tri- 61. Mulher, 35a, G4P3C0A0, na 29ª semana de ida-
mestre. Esse diagnóstico baseou‐se em um de gestacional, procura atendimento em uma
teste oral de tolerância à glicose. Com base maternidade sem qualquer retaguarda para ca-
nessa situação hipotética, assinale a alternati- sos graves de gestações de alto risco, queixan-
va que apresenta o resultado do teste: do-se de cefaleia occipital há 6 horas. Antece-
a) 85‐147‐101 (mg/dL) dentes pessoais: hipertensão arterial sistêmica
b) 89‐176‐152 (mg/dL) crônica. Exame físico: PA = 160 × 100 mmHg,
c) 90‐165‐126 (mg/dL) FC = 90 bpm, AU = 27 cm, DU= ausente, BCF
d) 91‐179‐152 (mg/dL) = 136 bpm; neurológico: reflexos osteotendino-
e) 92‐181‐151 (mg/dL) sos profundos exaltados com aumento de área
reflexógena. A conduta é administrar:
UNESC – 2019 a) duas ampolas de sulfato de magnésio a 50%
59. Paciente de 27 anos, primigesta, 35 semanas intravenoso e transferir a gestante imediata-
de gestação, pré-natal até então sem anormali- mente para o hospital de referência
dade. Apresentou na última semana valores de b) um comprimido de 25 mg de hidralazina via
pressão arterial acima de 140 × 90 mmHg, mo- oral, uma ampola de sulfato de magnésio a
tivo pelo qual realizou uma proteinúria de 24h 50% e uma ampola de diazepam de 10 mg in-
com achado de 455 mg/24hs. Sobre a patologia travenosos e solicitar transferência após esta-
que acomete esta paciente, é correto afirmar: bilização
c) quatro ampolas de sulfato de magnésio a 10% xando-se de cefaleia, dor de estômago e vi-
intravenosa, duas ampolas de sulfato de mag- sualização de pontos brilhantes há 2 horas.
nésio 50% intramuscular profunda e transfe- Exame físico: PA = 180 × 120 mmHg, edema de
rência para hospital de referência membros inferiores, altura uterina de 31 cm,
d) um comprimido de 25 mg de hidralazina e 10 FCF = 140 bpm, apresentação cefálica, ausên-
mg de diazepam via oral, observação no pron- cia de contrações, toque colo grosso, amo-
to-atendimento e transferência se não houver lecido, medianizado, pérvio para 2 cm, bolsa
melhora após observação íntegra. Cardiotocografia normal. Nesse caso,
a conduta é:
UNICAMP – 2019 a) nifedipina, sulfato de magnésio para neuropro-
62. Mulher, 28a, G1P0C0A0, grávida de 14 sema- teção fetal e indução do parto
nas. Antecedentes pessoais: diabetes mellitus b) nifedipina, corticoterapia para maturação pul-
tipo I há 15 anos, sobrepeso e hipertensão monar fetal e cesárea
arterial sistêmica crônica controlada, em uso c) hidralazina, profilaxia para streptococo B e in-
de insulina, metformina e captopril. Fundo dução do parto
de olho: retinopatia diabética. Proteinúria = 2 d) hidralazina, sulfato de magnésio para preven-
g/24horas. A conduta é: ção de eclâmpsia e cesárea
a) internar para perfil glicêmico com dieta; manter e) hidralazina, corticoterapia, gluconato de cálcio
captopril; suspender metformina; ajustar insuli- e cesárea
na de acordo com perfil glicêmico
b) suspender metformina e captopril; iniciar me- USP-SP – 2019
tildopa, ácido acetilsalicílico e carbonato de 65. Qual dos mecanismos abaixo melhor se corre-
cálcio; ajustar dose de insulina segundo perfil laciona com a fisiopatologia da pré-eclâmpsia
glicêmico; recomendar dieta grave?
c) internar para perfil glicêmico com dieta; sus- a) transformação inadequada do cito para o sin-
pender metformina; prescrever metildopa, áci- ciciotrofoblasto
do acetilsalicílico e heparina de baixo peso b) invasão inadequada da muscular média das
d) suspender captopril; manter metformina ape- arteríolas espiraladas
nas se houver necessidade de dose total de c) alterações na morfologia do crescimento dos
insulina acima de 100 UI/dia; recomendar die- sistemas tambores
ta e atividade física aeróbica d) dificuldade de transformação de vilos secun-
dários em terciários
UNIFESP – 2019
63. Gestante, 31 anos de idade, 2G 1P (natimorto
USP-SP – 2019
de termo) com diagnóstico de diabetes melli-
66. Gestante, com seis semanas, procura pronto
tus gestacional estabelecido com 34 sema-
nas, foi orientada a realizar atividade física atendimento com queixa de dispneia aos mí-
diária e dieta para diabetes. A gestante, pouco nimos esforços de início súbito após retorno
aderente ao tratamento, não seguiu as orien- de viagem aérea há dois dias. Paciente nega
tações e retornou com 36 semanas, quando febre e tosse no período. Ao exame clínico
foi constatado, à ultrassonografia, que o feto apresenta edema assimétrico em membro in-
apresentava peso no percentil 99, polidrâmnio ferior direito. Realizado o eletrocardiograma
e diminuição da movimentação fetal. Nessa si- a seguir. Considerando a principal hipótese
tuação, a conduta é: diagnóstica, qual é a terapêutica indicada?
a) orientação dietética com nutricionista e avalia- a) heparina não fracionada 5.000 UI a cada 12
ção semanal horas, subcutâneo
b) internação para corticoterapia e insulinização b) antagonista de vitamina K 5 mg/dia, por via oral
c) internação e resolução da gestação c) antifator X ativado 10 mg/dia, por via oral
d) avaliação da vitalidade fetal, insulinização e d) heparina de baixo peso molecular 2 mg/kg/dia,
retorno em 1 semana subcutâneo.
e) internação para corticoterapia e resolução da
gestação UFT – 2019
67. O DMG decorre do aumento do nível de açúcar
UNIFESP – 2019 no sangue (hiperglicemia) causado por fatores
64. Tercigesta, secundípara (1 cesárea), 28 anos e ocorre quando o pâncreas não produz insu-
de idade, 34 semanas, com diagnóstico de lina suficiente ou quando a insulina produzida,
pré-eclâmpsia. Procurou pronto socorro quei- por algum motivo, não atua como deveria. Os
fatores de risco para o seu aparecimento são c) o quadro de plaquetas < 50.000/dL, indica
obesidade, idade, engordar muito durante a transfusão de qualquer hemoderivado, poden-
gravidez, histórico familiar, já ter tido diabetes do não ter necessidade de interrupção da ges-
gestacional, entre outros. Sobre o a condução tação
diagnóstica pré-natal do diabetes mellitus ges- d) a pressão sistólica persistente maior ou igual
tacional, assinale a alternativa INCORRETA: 140 mmHg e pressão diastólica persisten-
a) a utilização de fatores clínicos de risco como te maior ou igual 90 mmHg já indica pré-
forma de rastrear gestantes que devem ser eclâmpsia grave
submetidas a testes diagnósticos para DMG e) creatinina sérica maior ou igual 1,5 mg/dL ou
não é ideal, pois apresenta alta sensibilidade oligúria (< 500 mL/mL/24h) são indicações
b) teste com melhor sensibilidade/especificidade: maternas de interrupção da gestação em fetos
considera-se que o teste com melhor sensibi- com menos de 34 semanas.
lidade e especificidade com o diagnóstico de
DMG é o TOTG com 75 g (análise de glicemia UFRN – 2019
JEJUM, 1h e 2h) 71. A pré-eclâmpsia (PE) é definida pelo sur-
c) deve-se proporcionar a todas as gestantes a gimento de hipertensão, pressão arterial ≥
possibilidade de diagnóstico de DMG 140/90 mmHg em duas avaliações com inter-
d) viabilidade financeira e disponibilidade técnica valo de, pelo menos, 4h, a partir de 20 sema-
do teste proposto: o método diagnóstico a ser nas associada com proteinúria. Entretanto,
utilizado deve ser o melhor possível dentro da atualmente, na ausência de proteinúria, o diag-
capacidade da região nóstico de PE pode ser baseado na associa-
e) a glicemia de jejum na primeira consulta de ção da hipertensão com exames laboratoriais
pré-natal, também é utilizada como meio diag- e complementares alterados. Nesse contexto,
nóstico para a diabetes gestacional considere os valores de testes de laboratório
e os resultados de exames complementares
FAMERP – 2019 apresentados a seguir:
68. Primigesta, 25 anos, portadora de hipertensão
I. Creatinina = 1,4 mg/dL.
arterial crônica controlada, encontra-se na 24ª
II. AST = 92 U/L.
semana de gestação. A ocorrência de toxemia
III. Plaquetas = 320.000/ mm3
super ajuntada à hipertensão será diagnosti-
cada se ocorrer: IV. Crescimento intrauterino restrito (CIUR) na
a) edema ultrassonografia.
b) elevação sérica das transaminases São considerados como critérios para se diag-
c) proteinúria nosticar PE na ausência de proteinúria, os re-
d) hemólise sultados presentes nos itens:
a) I, II e IV
UNICISAL – 2019 b) I, II, III
69. A situação que se associa à pré-eclâmpsia de c) I, III e IV
repetição e descolamento prematuro de pla- d) II, III e IV
centa é:
a) trombofilias UFPR –2 019
b) diabetes gestacional 72. Gestante de alto risco, 35 anos, com parceiro
c) primopaternidade sucessivas fixo há 10 anos, na 28a semana de gestação,
d) obesidade materna realizando pré-natal especializado. Compa-
receu às 10 consultas regularmente desde o
e) extremos de idade
1o trimestre. Confirmado diagnóstico de lú-
pus eritematoso sistêmico há 18 anos, pelos
UFT – 2019
critérios ACR-1997, apresentou insuficiência
70. Conceitualmente, o diagnóstico de pré-
renal aguda e hipertensão arterial (AP = glo-
-eclâmpsia é quando ocorre hipertensão arte-
merulonefrite proliferativa focal, há 17 anos).
rial após 20 semanas de gestação, associada
Secundigesta, com um parto transpélvico
a quadro de proteinúria, ou podendo estar so-
induzido, há 6 anos, na 26ª semana por óbi-
breposta a outro estado hipertensivo:
to fetal (G2 – P1 natimorto = 570 g), com pré-
a) os níveis de proteinúria devem ser considera- -eclâmpsia complicada por síndrome HELLP.
dos como critério de gravidade Anticoncepção, a seguir, com acetato de me-
b) pode ocorrer doença neurológica irreversível, droxiprogesterona 150 mg por via IM a cada
resultando em crises convulsivas motoras ge- 90 dias por 5 anos. Apresentou remissão da
neralizadas atividade lúpica há 1 ano e foi liberada pela
Assinale a alternativa que apresenta a sequên- nuto, febre e hipersensibilidade uterina. Nesse
cia correta, de cima para baixo. caso, qual é a principal hipótese diagnóstica?
a) V – V – F – F – F a) descolamento prematuro de placenta e cho-
b) F – V – F –V – V que hemorrágico
c) V – F – V – V – F b) pielonefrite e choque séptico
d) F – F – V – V – V c) rotura uterina e choque hemorrágico
e) V – F – F – F – V d) corioamnionite e choque séptico
e 6 dias com base na data da última mens- 1 dedo, apresentação cefálica, bolsa íntegra.
truação e em resultado de ultrassonografia. Nesse caso, a melhor conduta é:
Verifica, no cartão do pré-natal, que a gestan- a) ampliar período de observação para melhor
te realizou 5 consultas até a presente data e caracterizar como verdadeiro trabalho de par-
que todos os exames realizados foram nor- to prematuro
mais, incluindo cultura para Estreptococo do b) inibição do trabalho de parto prematuro utili-
grupo B (GBS) realizada com 35 semanas, zando atosiban ou nifedipina
que foi negativa. Ao exame físico, a paciente c) inibição do trabalho de parto prematuro utili-
apresenta bom estado geral, está afebril, com zando nifedipina ou terbutalina
PA 90 × 60 mmHg, normocorada, sem contra- d) corticoterapia para amadurecimento do pul-
ções, feto em apresentação cefálica e com mão fetal e inibição do trabalho de parto pre-
136 batimentos por minuto. No especular o maturo com nifedipina, terbutalina ouatosiban
médico confirma a amniorrexe prematura ao e) corticoterapia para amadurecimento do pul-
visualizar líquido claro e realizar teste com mão fetal e sulfato de magnésio para neuro-
papel de Nitrazina, constatando ainda que proteção fetal
o colo do útero está fechado. Nesse caso, o
médico resolve internar a gestante e: UFPA – 2019
a) prescrever profilaxia para GBS e aguardar 95. Tercigesta, com 32 semanas de gestação,
evolução espontânea para o trabalho de parto apresentando perda líquida via vaginal, febre e
b) avaliar a vitalidade fetal e induzir trabalho de dor em baixo ventre persistente tipo ardência.
parto com misoprostol por via vaginal Exame físico: normocorada, frequência respi-
c) prescrever profilaxia para GBS e induzir traba- ratória = 32 inspirações por minuto, pressão
arterial = 80 × 50 mmHg, pulso filiforme = 112
lho de parto com misoprostol por via vaginal
ppm, temperatura axilar = 38,2 °C; dinâmica
d) avaliar a presença de infecção e induzir traba-
uterina ausente, colo grosso, posterior, im-
lho de parto apenas se a infecção for confir-
pérvio, perda de líquido amarelado via canal
mada cervical com grumos finos; Giordano negati-
vo bilateralmente; batimentos cardíacos fetais
UNIFESP – 2019 ausentes. As seguintes impressões diagnósti-
93. Considerando a predição ou prevenção do cas são compatíveis com este quadro clínico:
parto pré-termo, é correto afirmar: a) amniorrexe prematura, corioamnionite, sepse
a) em gestantes com dor em baixo ventre o uso materna e óbito fetal
da progesterona natural micronizada por via b) candidíase vaginal, infecção urinária, sepse
vaginal reduz o risco de nascimento prematuro materna e sofrimento fetal
b) a ultrassonografia do colo por via endovaginal c) amniorrexe prematura, trabalho de parto pre-
entre 20 e 24 semanas é contraindicada em maturo, sepse materna e sofrimento fetal
gestantes com sangramento vaginal d) fístula vesicouterina materna, infecção uriná-
c) o repouso no leito em gestantes com compri- ria, sepse materna e óbito fetal
e) amniorrexe prematura, trabalho de parto pre-
mento do colo uterino curto entre 20 e 24 se-
maturo, sepse materna e óbito fetal.
manas aumenta o risco de eventos tromboem-
bólicos e não reduz a prematuridade UNITAU – 2019
d) o uso da progesterona natural micronizada via 96. Sobre amniorrexe prematura, assinale a alter-
oral reduz o risco de parto prematuro em ges- nativa CORRETA:
tantes com antecedente de prematuridade a) por definição, é aquela que ocorre em gesta-
e) a maioria das gestantes com comprimento do ções abaixo de 37 semanas
colo ≤ 25 mm tem parto espontâneo com me- b) quanto menor a idade gestacional da sua
nos de 37 semanas ocorrência maior o período de latência para o
início do trabalho de parto
UNIFESP – 2019 c) pode-se afirmar que mulher com 32 semanas
94. Gestante de 29 semanas, secundigesta, primí- de idade gestacional, cuja bolsa rompe ape-
para (parto normal de termo), procura pronto nas 2 horas depois do início do trabalho de
atendimento com queixa de dores no baixo parto, apresentou amniorrexe prematura
ventre há 2 dias. Exame físico: afebril, FC = 88 d) a conduta em amniorrexe prematura em ges-
bpm, PA = 100 × 60 mmHg, altura uterina 26 cm, tante de 31 semanas sem corioamnionite é a
FCF = 144 bpm, detecta-se 1 contração uterina indução do parto
em 10 minutos, com duração de 20 segundos, e) sua ocorrência acima de 37 semanas é cha-
toque com colo amolecido, longo, pérvio para mada de amniorrexe oportuna.
UFT – 2019
97. Com incidência aproximada de 12% das ges-
tações, a RUPREMA (Ruptura prematura de
membranas amnióticas) é entidade relativa-
mente comum na assistência obstétrica. Em
relação à RUPREMA (Ruptura prematura de
membranas amnióticas), trata-se de complica-
ção materna mais frequente:
a) prematuridadefetal
b) pré-eclâmpsia
c) diabetes gestacional
d) corioamnionite Qual é a conduta para esta paciente?
e) hipoplasia pulmonar fetal a) novo beta-HCG em 15 dias para confirmar
abortamento completo
FAMERP – 2019
b) curva de beta-HCG por suspeita de gestação
98. Paciente com gestação de 12 semanas ainda
ectópica
não iniciou consultas de pré-natal, refere san-
gramento via vaginal indolor, progressivo há c) aspiração uterina por abortamento incompleto
1 semana. Ao exame obstétrico, é observado d) novo beta-HCG em uma semana por ser ges-
ausência de batimento cardíaco fetal, sangra- tação incipiente
mento uterino em moderada quantidade, colo
pérvio a 1 polpa digital e volume uterino maior UNITAU – 2019
que o esperado para a idade gestacional. De 100. Paciente com beta-HCG positivo (3.300 UI),
acordo com esses dados, o diagnóstico foi de dosado há 2 dias, em amenorreia de 7 sema-
mola hidatiforme. O acompanhamento desta nas, sem cólicas ou sangramento vaginal, vem
paciente após o esvaziamento molar é realiza- para a primeira consulta pré-natal de rotina e
do por meio de:
apresenta para seu obstetra do posto de saú-
a) não há necessidade de seguimento em mola
de municipal uma ultrassonografia transvagi-
completa
b) dosagem de gonadotrofina coriônica humana nal realizada no dia anterior. O laudo mostra
c) ultrassom e tomografia seriadas útero de tamanho normal, endométrio de 8
d) ressonância magnética seriada mm, sem sinais de gestação. Imagem do ová-
rio direito sugestiva de corpo lúteo. Ausência
USP-SP – 2019 de líquido livre na pelve. Após exame clínico
99. Mulher, 19 anos de idade, queixa-se de sangra- e físico, encaminha a paciente para o pronto
mento genital intenso há um dia, acompanha- atendimento para avaliação e conduta. Com
do por cólica leve em hipogástrio. Apresenta base no exposto, assinale a alternativa que
atraso menstrual de 10 dias e realizou beta-
apresenta, respectivamente, a principal hipó-
-HCG há 4 dias com valor de 1.250 UI/L. Ao
tese diagnóstica e a conduta mais adequada:
exame clínico apresenta pouca dor na palpa-
ção do abdome, sangramento coletado em pe- a) abortamento completo – introdução do DIU
quena quantidade ao exame especular e colo puerperal
grosso posterior e impérvio ao toque, com b) abortamento incompleto – dilatação e cureta-
útero levemente aumentado e anexos pouco gem
dolorosos. O ultrassom transvaginal revela c) moléstia trofoblástica gestacional – dilatação e
pequena quantidade de líquido livre na cavi- curetagem
dade abdominal, com útero em posição ante- d) gravidez ectópica íntegra – ultrassonografia
versofletida, eco endometrial hiperecogenico para tentar identificar o saco gestacional
de 13,5 mm e imagem para-ovariana de 15 × 13
e) gestação inicial em curso – exame físico e re-
mm demonstrada a seguir:
torno ao pré-natal
FAMERP – 2019
101. Paciente de 18 anos dá entrada na Emergên-
cia Obstétrica referindo atraso menstrual de
7 dias e dor tipo cólica no baixo ventre. Re-
fere não fazer uso de método contraceptivo.
Ao exame físico, apresenta sangramento via
vaginal discreto, colo fechado, fundo de útero
não delimitado pelo toque, devido quadro do-
UFRN – 2019
102. Secundigesta com abortamento espontâneo
anterior comparece à maternidade com queixa
Considerando a história clínica e a imagem
de sangramento vivo após queda da própria
ecográfica, assinale a alternativa CORRETA:
altura. O médico calcula a idade gestacional
a) o tratamento é o esvaziamento intrauterino, sen-
em 21 semanas e 1 dia com base na data da
do a curetagem o método primário de eleição
última menstruação e no resultado da ultras-
b) provavelmente, se trata de mola hidatiforme
sonografia (USG) de primeiro trimestre regis-
completa, sendo que os valores de beta-hCG,
trada no cartão pré-natal. Ao exame físico,
geralmente, estão acima de 100.000 mUI/mL
apresenta bom estado geral, normocorada,
c) o diagnóstico de mola hidatiforme incompleta
afebril, PA 110 × 80 mmHg. Na avaliação obs-
não pode ser descartado, sendo que a con-
tétrica, AU = 20 cm, batimentos cardiofetais
firmação diagnóstica se faz pelo achado ana-
não detectados com sonar, colo fechado ao
tomopatológico de degeneração hidrópica e
toque vaginal e presença de sangramento
edema viloso difuso.
ativo e intenso. Solicitada ultrassonografia na
d) em caso de mola hidatiforme completa, o risco
urgência que revelou feto único, apresentação
de progressão para formas malignas é menor
cefálica, peso fetal estimado em 420 g, sem
que 5%
batimentos cardiofetais detectáveis, placenta
e) o esvaziamento molar é prioridade frente às
grau 0, líquido amniótico normal e idade ges-
complicações clínicas associadas à mola,
tacional estimada em 20 semanas. Após a ava-
como a tireotoxicose ou a hipertensão arterial
liação da USG, o diagnóstico e a melhor con-
duta a ser adotada, são respectivamente: UFPR – 2019
a) abortamento incompleto e aspiração manual 104. Paciente com 26 anos de idade, casada, gesta
intrauterina (AMIU) 2, cesárea 1, aborto 1, procura pronto-atendi-
b) abortamento retido e dilatação do colo com mento de ginecologia com queixa de atraso
vela seguida de curetagem menstrual (não sabe precisar a data da última
c) abortamento retido e misoprostol por via vagi- menstruação), dor no baixo ventre há 2 sema-
nal seguido de curetagem nas, acompanhada de sangramento genital
d) abortamento incompleto e misoprostol por via há 3 semanas. Tem ciclos menstruais irregu-
vaginal seguido de AMIU lares, utiliza como contracepção preservati-
vo e às vezes progestogênio isolado. Exame
UFPR – 2019 especular: saída de pequena quantidade de
103. Gestante primigesta, 21 anos, dá entrada no sangue escuro pelo orifício cervical. Toque
Pronto-Atendimento da Maternidade do Hospi- vaginal: útero em AVF (anteversoflexão), pou-
tal de Clínicas da UFPR referindo dor abdomi- co aumentado de tamanho, dor na palpação
nal, vômitos intensos e sangramento vaginal do anexo esquerdo. PA: 110 × 70 mmHg. Pul-
em moderada quantidade. Nega comorbida- so: 104 bpm. Mucosas um pouco descoradas.
des, tabagismo ou uso de entorpecentes. Re- Hemograma coletado no dia: hemoglobina
fere seguimento pré-natal em UBS, no entanto 9,6 g/dL, hematócrito 28%, leucócitos 7200/
não trouxe o cartão de pré-natal. Idade gesta- mm3. Transaminase glutâmica oxalacética: 25
cional pelo tempo de amenorreia de 12 sema- U/L. Transaminase glutâmica pirúvica: 30 U/L.
nas. O exame físico demonstrou altura uterina Creatinina: 0,9 mg/dL. Beta-hCG: 1800 mU/mL.
na cicatriz umbilical, batimentos cardíacos Ecografia pélvica endovaginal: útero em AVF,
inaudíveis e eliminação de vesículas douradas volume de 115 cm3, endométrio 8 mm, massa
pelo orifício cervical interno ao exame especu- em anexo esquerdo amorfa medindo 30 × 34
lar. Na ecografia não foi visualizado embrião mm. Anexo direito sem alterações, fundo de
e foi observada a seguinte imagem ocupando saco livre. A respeito do assunto, considere
toda a cavidade uterina: as seguintes ações:
UFG – 2019
109. P.M. de 35 anos, idade gestacional de 38 sema-
nas, hipertensa crônica, comparece ao pronto-
-socorro obstétrico apresentando dor abdomi-
Com base na figura acima, é correto afirmar nal intensa, hipertonia uterina e sangramento
que o(a): vaginal. Nesse caso, qual é o diagnóstico?
a) ausência de fluxo durante a diástole indica a) trabalho de parto
quadro grave de insuficiência placentária b) descolamento prematuro da placenta
b) exame demonstra boa velocidade de pico c) abortamento
diastólico, sem comprometimento da circula- d) rotura uterina
ção placentária
c) aumento da resistência no território placentá- SUS-SP – 2019
rio é a causa mais provável da diástole zero, 110. Primigesta, 22 semanas, refere desconforto
no presente caso abdominal e saída de secreção gelatinosa há
d) diástole zero na artéria umbilical associa-se a uma hora. Nega dor, perda de líquido ou san-
elevados índices de morbidade e mortalidade gramento. Ao exame observa-se colo pérvio
perinatais para 6 cm, cefálico, em OP. O diagnóstico é de:
e) diástole zero na artéria umbilical associa-se a a) insuficiência istmocervical
uma boa vitalidade e baixo risco para o feto
b) amniorexe prematura
sas camadas. A camada que está localizada e) o direito à escolha pela cesariana é restrito a mu-
entre o citotrofoblasto e o endotélio do lado lheres com ao menos uma cesariana anterior
fetal denomina-se:
a) mesênquima extraembrionário FAMERP – 2019
b) sinciciotrofoblasto 120. Paciente com 28 anos de idade encontra-se
c) endomísio na 6ª gestação, hipertensa, diabética, tabagis-
d) alantoide ta, 3 partos cesáreos anteriores com fetos de
e) decídua basal termo e 2 abortos espontâneos onde não foi
necessária a realização de curetagem uterina.
Santa Casa-SP – 2019 O principal fator de risco para a ocorrência de
118. Uma gestante secundigesta com parto nor- acretismo placentário nesse caso é:
mal anterior realizou pré-natal, detectando, na a) abortamentos
rotina de exames iniciais, uma tipagem san- b) cesáreas prévias
guínea B negativo, Du negativo. Seu obstetra c) tabagismo e diabetes
verificou a tipagem sanguínea do pai, que é A d) hipertensão arterial
positivo. Assim, solicitou Coombs indireto no
sangue materno, que se demonstrou positivo UNCISAL – 2019
para anti-D, motivo que lhe fez manter solicita- 121. Diante de um diagnóstico de placenta increta,
ção mensal desse exame. Na 28.a semana de qual a melhor conduta terapêutica?
gravidez, o resultado do Coombs era de 1:32. a) massagem uterina
Foi, então, avaliado, por meio de USG Doppler, b) metilergonovina via endovenosa
o pico sistólico da artéria cerebral média e o c) extração manual da placenta e metotrexate
resultado foi de 1,1 múltiplo de mediana. Nes- d) curetagem uterina após extração manual da
se caso hipotético, a próxima etapa será: placenta
a) resolver a gestação e) histerectomia
b) solicitar Coombs indireto em quinze dias
c) realizar avaliação semanal do pico sistólico da UFT – 2019
artéria cerebral média 122. A hemorragia puerperal ocorre entre 4-8% dos
d) realizar cordocentese para verificar a necessi- partos vaginais, sendo causa de alta morbi-
dade de transfusão intrauterina mortalidade materna.
e) administrar imunoglobulina anti‐D
UFG – 2019
130. Durante a gestação, no exame da mama con-
siderado normal são esperadas as seguintes
modificações:
a) crostas em aréola e edema de pele
b) aumento da vascularização da pele e hiperpig-
mentação da aréola
c) edema de pele e glândulas sebáceas aumen-
tadas ao redor da aréola
d) descarga mamilar cristalina unilateral e hiper-
pigmentação da aréola
1. A altura uterina pode nos fornecer informações a Em casos de vacinação incompleta com apenas uma
respeito da idade gestacional aproximada. De 20-32 dose prévia de dupla dT (toxoide tetânico e difteria),
semanas, a medida do fundo uterino se correlaciona recomenda-se uma dose de dT após o primeiro trimes-
diretamente com a idade gestacional. A curva abaixo tre e a dTpa após 20 semanas. Nos casos de vacina-
pode ser utilizada para tal correlação. Em uma gesta- ção não realizada ou desconhecida, recomendam-se
ção de 34 semanas, 42 cm de altura uterina está acima duas doses dT (primeira dose no início da gestação e
do esperado (acima do p90), sendo necessário pensar segunda após 4 semanas) e a terceira dose deve ser
em causas de sobredistensão, como macrossomia e realizada com a vacina combinada dTpa. Sendo assim,
polidrâmnio. Sendo assim, a alternativa “A” está correta. a alternativa “C” está correta. Resposta c.
Resposta a.
4. O teste rápido de HIV é um exame com alta sen-
2. Por alternativa: sibilidade, usado principalmente para triagem das pa-
Alternativa “A” está correta. No Brasil, o rastreio soroló- cientes. Para o diagnóstico de HIV, é necessária con-
gico de Citomegalovírus não é recomendado, pois não firmação com exame de segunda geração, que possui
há imunidade permanente contra essa infecção, não é maior especificidade. O tratamento na gestação deve
ser prescrito no momento do diagnóstico para reduzir
possível diferenciar a infecção primária da secundária
o risco de transmissão vertical, independente de sin-
e não existe terapia indicada na gestação.
tomas ou valor do CD4. Sendo assim, a alternativa “D”
Alternativa “B” está correta, pois infecções secundárias
está correta. Resposta d.
podem ocorrer após reativação de infecção latente ou
exposição a cepas diferentes do CMV. Os anticorpos
5. As recomendações nacionais para imunização ma-
maternos contra CMV não previnem reativação ou terna incluem a vacina influenza inativada, vacina tri-
reinfecção por uma nova cepa, não impedindo o risco pla combinada difteria-tétano-coqueluche acelular do
de infecção congênita. adulto (dTpa) e hepatite B. As vacinas contraindicadas
Alternativa “C” está incorreta, pois o risco de transmis- são: febre amarela, tríplice viral, varicela, dengue e
são vertical é maior no terceiro trimestre. As taxas de HPV. Tratam-se de vacinas atenuadas (exceto HPV),
transmissão são de 30% no primeiro trimestre, 34-38% ou seja, compostas a partir de bactérias ou vírus enfra-
no segundo trimestre e 40-72% no terceiro trimestre. quecidos, representando risco teórico de contamina-
Alternativa “D” está correta, pois a transmissão pode ção fetal. Portanto, a alternativa “E” possui as vacinas
ser transplacentária ou através da exposição a secre- seguras e indicadas na gravidez. Resposta e.
ções do trato genital inferior no momento do parto.
Alternativa “E” está correta, pois o Citomegalovírus são 6. Os direitos no trabalho estão garantidos pelas leis
vírus DNA de cadeia dupla, da família Herperviridae. trabalhistas (CLT). A gestante tem o direito de mudar
Resposta c. de função no seu trabalho, caso o desempenho de sua
função possa provocar problemas para sua saúde ou
3. A vacina tripla dTpa é recomenda para toda ges- do feto. Para isso, a gestante deve apresentar um ates-
tante, independente de vacinação prévia, devendo ser tado médico comprovando que necessita de mudança
administrada a partir de 20 semanas. Ela é suficien- de função. Sendo assim, a alternativa E está correta,
te para proteção contra tétano neonatal e difteria em tendo em vista os riscos do trabalho (operadora de
gestantes com história prévia de vacinação completa. bomba de combustível). Resposta e.
34 R1 Extensivo | Gabarito comentado
7. A gravidez não agrava nem tampouco melhora a evo- 11. A bacteriúria assintomática é definida como cres-
lução da tuberculose. A tuberculose adequadamente cimento na cultura de urina de uma contagem de co-
tratada tem evolução idêntica em mulheres grávidas e lônias de pelo menos 100.000 UFC/mL, em amostra
não grávidas. de jato médio de urina de pacientes assintomáticas. O
O esquema tuberculostático deve ser o mesmo e a micro-organismo mais frequente é a Escherichia coli,
duração do tratamento também, sendo indicado rifam- identificado em até 80% dos casos. Em gestantes, deve
picina, isoniazida, pirazinamida e etambutol por 2 me- ser pesquisada e tratada, pois aproximadamente 25%
ses, seguidos de rifampicina e isoniazida por mais 4 dos casos evoluem para infecções sintomáticas ou pie-
meses. Não foram comprovados efeitos teratogênicos lonefrite, além de possuir associação com abortamen-
nos conceptos de mães tratadas por tuberculose com to, parto pré-termo e baixo peso ao nascer. O achado
esquema preconizado. de bacteriúria assintomática em urocultura não requer
O parto da mulher com tuberculose tratada ou em tra- confirmação com outro exame, sendo que seu diag-
tamento deve ser conduzido da mesma forma que em nóstico impõe indicação de tratamento com antibiótico
uma paciente comum, seguindo as indicações obsté- e realização de urocultura controle após tratamento.
tricas. Resposta c. Sendo assim, em gestantes, é indicado o tratamento
de bacteriúria assintomática, sendo que a cefalospori-
8. As recomendações nacionais para imunização ma- na é uma das opções terapêuticas. Resposta e.
terna incluem a vacina influenza inativada, vacina tri-
pla combinada difteria-tétano-coqueluche acelular do 12. Gestação monozigótica refere-se à origem dos gê-
adulto (dTpa) e hepatite B. A vacina influenza é reco- meos de um mesmo ovo, resultante da fertilização de
mendada para toda gestante e pode ser administrada um óvulo por um único espermatozoide. A corionici-
em qualquer idade gestacional. A dTpa é recomenda- dade da gestação monozigótica pode ser de qualquer
da para toda gestante, independente de vacinação pré- tipo e depende do momento que ocorreu a divisão do
via, devendo ser administrada a partir de 20 semanas. zigoto. Se a divisão do ovo ocorrer até 72 horas de-
O esquema vacinal para hepatite B é composto por 3 pois da fertilização, será uma gestação dicoriônica e
doses, podendo ser iniciado no primeiro trimestre de diamniótica. Se a divisão ocorrer entre o quarto e o
gestação, não sendo necessário reforço vacinal nos oitavo dia, onde o cório já está formado, mas antes da
casos de vacinação prévia completa. Sendo assim, a formação do âmnio, será monocoriônica e diamniótica.
alternativa A contém as vacinais indicadas e permiti- E se a divisão ocorrer entre os dias 8 e 12 após a fertili-
das na gestação. zação, monocoriônica e monoamniótica. Sendo assim,
As vacinas contraindicadas são: febre amarela, trípli- a alternativa “A” está correta.
ce viral, varicela, dengue e HPV. Tratam-se de vacinas A alternativa “B” está incorreta, pois a gestação mono-
atenuadas (exceto HPV), ou seja, compostas a partir zigótica sempre resulta da fecundação de apenas um
de bactérias ou vírus enfraquecidos, representando óvulo e um espermatozoide.
risco teórico de contaminação fetal. A alternativa “C” está incorreta, pois a característica
A vacina de febre amarela, apesar de ser contraindica- fundamental da gestação monozigótica é a origem de
da, deverá ser considerada quando o risco de adquirir um mesmo ovo, independente da placenta.
a doença for maior que o risco potencial de vacinação. A alternativa “D” está incorreta, pois dizigótica corres-
Resposta a. ponde à origem dos gêmeos de ovos diferentes.
A alternativa “E” está incorreta, pois o diagnóstico de
9. A detecção do hormônio gonadotrófico humano gestação dizigótica pode ser realizado pelo achado de
(HCG) no plasma e na urina maternos constitui a base sexos discordantes, por exemplo. Porém em alguns ca-
do diagnóstico laboratorial na gravidez. O beta-HCG sos, não é possível determinar a zigotia antes do parto,
pode ser detectado no sangue periférico da mulher sobretudo em gestações dicoriônicas (que podem ser
grávida entre 8-11 dias após a concepção. Os níveis monozigóticas ou dizigóticas), sendo necessário tes-
plasmáticos aumentam rapidamente até atingir um tes genéticos. Resposta e.
pico entre 60 e 90 dias de gestação. Resposta d.
13. A bacteriúria assintomática é definida como cresci-
10. A avidez de IgG avalia a afinidade entre o anticor- mento na cultura de urina de uma contagem de colô-
po da classe IgG e o antígeno. Esse teste auxilia na nias de pelo menos 100.000 UFC/mL, em amostra de
diferenciação de uma infecção recente de outra antiga, jato médio de urina de pacientes assintomáticas. Em
uma vez que a afinidade do anticorpo pelo antígeno gestantes, deve ser pesquisada e tratada, pois apro-
tende a aumentar com o intervalo de tempo. Dessa for- ximadamente 25% dos casos evoluem para infecções
ma, a presença de alta avidez permite definir que a sintomáticas ou pielonefrite, além de possuir associa-
infecção ocorreu há mais de 12-16 semanas, e a baixa ção com abortamento, parto pré-termo e baixo peso
avidez que a infecção ocorreu nos 3 meses anteriores. ao nascer.
No caso acima, uma gestante de 12 semanas, com IgG O achado de bacteriúria assintomática em urocultura
e IgM positivos para toxoplasmose e alta avidez, é pos- não requer confirmação com outro exame, sendo que
sível concluir que a infecção ocorreu antes da gestação seu diagnóstico impõe indicação de tratamento com
com indicação de suspender a medicação. Resposta d. antibiótico via oral, sem necessidade de internação
hospitalar – se ausências de complicações –. Deve ser 16. Na gestação normal, o saco gestacional intrauteri-
realizado controle de cura, com urocultura 7 dias após no deve ser visualizado com níveis de beta-HCG acima
o tratamento. Sendo assim, alternativa “B” está correta. de 1500 mUI/mL. O saco gestacional pode ser visua-
As indicações de profilaxia de infecção do trato urinário lizado com 4 semanas pelo ultrassom transvaginal, a
na gravidez são: um episódio de pielonefrite ou cistites vesícula vitelínica a partir de 5 semanas e o embrião
recorrentes (duas ou mais durante a gestação). Não com 6-7 semanas.
há indicação de profilaxia na bacteriúria assintomática. No caso descrito, a paciente com atraso menstrual de
Resposta b. apenas 10 dias e beta-HCG baixo, além ultrassono-
grafia demonstrando espessamento endometrial com
14. As recomendações nacionais para imunização ma- corpo lúteo em ovário esquerdo, é realizado o diagnós-
terna incluem a vacina influenza inativada, vacina tri- tico de gestação incipiente. A conduta é repetição da
pla combinada difteria-tétano-coqueluche acelular do ultrassonografia em 15 dias para confirmar diagnóstico
adulto (dTpa) e hepatite B. e evolução. Resposta b.
A vacina influenza é recomendada para toda gestante
e pode ser administrada em qualquer idade gestacio- 17. Por alternativa:
nal. Geralmente é realizada em campanhas antes ou Alternativa “A” está incorreta, pois gestantes com es-
durante o inverno. quema vacinal completo para hepatite B (3 doses) com
A dTpa é recomendada para toda gestante, indepen- anti-HbsAg positivo são consideradas protegidas e não
dente de vacinação prévia, devendo ser administrada necessitam de reforço vacinal.
a partir de 20 semanas. Nos casos de vacinação não Alternativa “B” está incorreta, pois a vacina tríplice vi-
realizada ou desconhecida, recomendam-se duas do- ral é contraindicada na gravidez, sendo composta por
ses dT (primeira dose no início da gestação e segunda vírus atenuados e representando risco teórico de con-
após 4 semanas) e a terceira dose deve ser realizada taminação fetal.
com a vacina combinada dTpa. Alternativa “C” está incorreta, pois a vacina recomen-
O esquema vacinal para hepatite B é composto por 3 do- dada é a tríplice bacteriana acelular (dTpa), devendo
ses, podendo ser iniciado no primeiro trimestre de gesta- ser administrada a partir de 20 semanas de gestação,
ção, não sendo necessário reforço vacinal nos casos de independente de vacinação prévia.
vacinação prévia completa ou anti-HbsAg positivo. Alternativa “D” está incorreta, pois a vacina Influenza é
As vacinas contraindicadas são: febre amarela, trípli- recomendada para toda gestante e pode ser adminis-
ce viral, varicela, dengue e HPV. Tratam-se de vacinas trada em qualquer idade gestacional
atenuadas (exceto HPV), ou seja, compostas a partir Alternativa “E” está correta, pois a vacina de febre ama-
de bactérias ou vírus enfraquecidos, representando rela, apesar de ser contraindicada, deverá ser conside-
risco teórico de contaminação fetal. Apesar do surto rada quando o risco de adquirir a doença for maior que
recente de caxumba no local de trabalho da paciente, o risco potencial de vacinação, por exemplo em mora-
não há indicação de vacinação. Resposta d. doras ou viajantes de áreas endêmicas. Resposta e.
19. Na gestação, ocorre redução global do volume re- conjugata anatômica: linha que une a borda supe-
sidual pulmonar, devido elevação do diafragma e dimi- rior da sínfise púbica e o promontório;
nuição da complacência da parede torácica. O meca- conjugata obstétrica: distância entre o promontório
nismo de dispneia fisiológico referido pelas gestantes e a face interna da sínfise púbica, representando o
decorre dos efeitos da progesterona no centro respira- espaço real do trajeto da cabeça fetal;
tório do SNC e da percepção da paciente à hiperven-
tilação, que culmina com aumento do volume corrente conjugata diagonal: linha que une o promontório
e redução da paO2 e resulta em alcalose respiratória até a borda inferior do osso púbico. Na avaliação
compensada. do toque vaginal, esta é a medida empregada para
A síndrome hipercinética define o sistema cardiovascu- estimativa do diâmetro da conjugata obstétrica.
lar da gestante, com alterações expressivas no débito Resposta e.
cardíaco e na redistribuição de fluxos regionais. A fre-
quência cardíaca materna aumenta em 10-15 bpm e a 23. A manobra de Leopold-Zweifel é uma forma de pal-
presença de sopros sistólicos é frequente. pação abdominal com objetivo de avaliar os pontos da
O útero em crescimento comprime as veias pélvicas estática fetal. No primeiro tempo, delimita-se o fundo
e a veia cava inferior, o que dificulta o retorno venoso uterino e o polo em tal localização. Na maior parte das
dos membros inferiores, o que é responsável pelo sur- vezes, percebe-se aí o polo pélvico, que se caracteriza
gimento de edema e varicosidades. Resposta c. por ser mais volumoso e menos rígido. No segundo
tempo, procura-se sentir o dorso fetal e a região das
20. A melhor fase para diagnóstico ultrassonográfico pequenas partes, para determinar a posição. No ter-
da corionia é entre 6 e 9 semanas, quando o achado ceiro tempo, o polo fetal que se apresenta no estrei-
de saco gestacional duplo identifica a placentação di- to superior e sua mobilidade são diagnosticados. No
coriônica. Entre 11 e 14 semanas, o diagnóstico tam- quarto tempo, o examinador procurar sentir o grau de
bém pode ser realizado. Nesta fase, o achado de duas insinuação da apresentação na pelve.
placentas ou sexos discordantes são sinais de dicorio- No caso descrito, foi observado que o maior eixo fetal
nia. O sinal do Twin-Peak (sinal do lambda ou sinal do coincide com maior eixo uterino, revelando a situação
Y) define uma gestação dicoriônica, com espessura do longitudinal. O segundo tempo demonstrou as pe-
septo maior que 1,5 mm. Na variedade monocoriônica, quenas partes fetais orientadas para a direita, sendo
a inserção do septo na placenta corresponde ao sinal assim o dorso está à esquerda (posição esquerda).
do T e sua espessura é menor que 1,5 mm. Na figura No terceiro tempo, foi apreendido polo endurecido e
acima, temos uma gestação dicoriônica, representada consistente no estreito superior da bacia, concluindo
pela alternativa “C”. Resposta c. a apresentação cefálica. Portanto, alternativa “E” está
correta. Resposta e.
21. Situação fetal é a relação entre os eixos longitudi-
nais do feto e do útero, sendo possível três situações: 24. Os tempos principais e acessórios do mecanismo
longitudinal, transversa ou oblíqua. A situação longitu- de parto são: insinuação (flexão), descida (rotação
dinal é encontrada em mais de 99% das gestações a interna), desprendimento (deflexão), restituição (des-
termo, pois o feto procurar acomodar seu maior eixo prendimento dos ombros).
ao maior eixo uterino. A situação oblíqua é instável, de A rotação interna da apresentação levará a sutura sa-
transição, sendo que em algum momento torna-se lon- gital a se orientar no sentido anteroposterior, sendo
gitudinal ou transversa. que na maioria das vezes o desprendimento ocorre na
A apresentação fetal define a região do concepto que variedade occipitopúbica (OP). Isso ocorre, pois, a de-
se relaciona com o estreito superior da bacia, onde se flexão da cabeça na variedade OP facilita o despren-
insinua e possui papel fundamental nos mecanismos dimento fetal. Para isso, o feto irá realizar movimento
de parto. Na situação longitudinal, podem ocorrer duas de rotação sempre pelo caminho mais curto. Se estiver
apresentações: cefálica e pélvica. Na situação trans- em OEA irá rodar 45 graus em sentido anti-horário. Se
versa, a apresentação será obrigatoriamente córmica. estiver em ODP, irá roda rodar 135 graus em sentido
Sendo assim, na figura, o feto possui situação longitu- horário. Se estiver em ODT, irá rodar 90 graus em sen-
dinal e apresentação pélvica (alternativa “B” correta). tido horário. Sendo assim, alternativa “D” está correta.
Resposta b. Resposta d.
22. O estreito superior é delimitado anteriormente pelo 25. As variedades de posição nomeiam-se pelo em-
pube, lateralmente pela linha terminal (ou inominada) prego de três alternativas. A primeira refere-se ao feto
e, posteriormente, pela saliência do promontório e pela e ao ponto de referência apresentado. As demais, ao
asa do sacro. Esse estreito possui três diâmetros im- ponto de referência materno. A letra “O” (de occipital)
portantes: anteroposterior (menor distância entre o pro- representa a apresentação cefálica fletida, que possui
montório e a sínfise púbica), oblíquo (das eminências lambda como ponto de referência. As letras “D” (direita)
iliopectíneas até articulação sacroilíaca) e transverso e “E” (esquerda) caracterizam a posição (relação entre
(da linha inominada de um lado até o outro lado da pel- o dorso fetal e o abdome materno). As últimas letras “A”
ve). O diâmetro anteroposterior pode ser dividido em: e P são traduzidas pela variedade de posição anterior-
mente ou posteriormente. Sendo assim, a alternativa 31. O parto é induzido quando iniciado artificialmente
“D” está correta. Resposta d. por meios farmacológicos ou mecânicos que produ-
zem metrossístoles eficientes para desencadear o tra-
26. Na apresentação cefálica fletida, o ponto de re- balho de parto. A indução do trabalho de parto é consi-
ferência é o lambda (fontanela posterior). Nas apre- derada terapêutica quando for necessária interrupção
sentações cefálicas defletidas, podem ser: bregma da gravidez.
(fontanela anterior), glabela (raiz do nariz) ou mento, As principais indicações são: pós datismo, amniorrexe
dependendo do grau da deflexão. Na apresentação prematura com sinais de infecção ovular, comorbidades
defeltida de primeiro grau, o ponto de referência é a maternas como hipertensão e diabetes, entre outros.
fontanela anterior ou bregma, sendo representado pelo As principais contraindicações são: gestação múltipla,
número 2 da figura. Resposta d. desproporção cefalopélvica absoluta, placenta prévia,
obstrução do canal de parto, macrossomia fetal, sofri-
27. Na apresentação cefálica fletida, o ponto de referên- mento fetal, malformações uterinas, etc. Sendo assim,
cia é o lambda (fontanela posterior). As apresentações a alternativa “A” não representa indicação de indução
cefálicas defletidas, podem ser: primeiro grau (exten- do trabalho de parto. Resposta a.
são parcial, com ponto de referência na fontanela ante-
rior ou bregma), segundo grau (extensão parcial, com 32. O partograma é a representação gráfica da evolu-
ponto de referência na glabela ou raiz do nariz) e ter- ção do trabalho de parto. As distócias são identificadas
ceiro grau (extensão total do polo cefálico, com ponto pela observação das curvas de dilatação cervical e de
de referência no mento). Sendo assim, alternativa “A” descida da apresentação fetal.
está correta. Resposta a. O parto taquitócico é diagnosticado quando a dilatação
cervical, a descida e expulsão do feto ocorrem em um
período de 4 horas ou menos. O padrão de contratilida-
28. Na gestação, ocorre redução global do volume resi-
de uterina geralmente é de taquissistolia e hipersistolia.
dual pulmonar, devido elevação do diafragma e diminui-
Portanto, alternativa “A” está incorreta.
ção da complacência da parede torácica. O mecanismo O período pélvico prolongado manifesta-se no parto-
de dispneia fisiológico referido pelas gestantes decorre grama com a descida progressiva, porém lenta, após
dos efeitos da progesterona no centro respiratório do dilatação total, o que não corresponde ao caso da pa-
SNC e da percepção da paciente à hiperventilação, que ciente acima. Portanto, alternativa “B” está incorreta.
culmina com aumento do volume corrente e redução da A parada secundária da descida é diagnosticada por
paO2 e resulta em alcalose respiratória compensada. dois toques sucessivos, com intervalo de 1 hora ou
A síndrome hipercinética define o sistema cardiovascu- mais, desde que a dilatação do colo uterino esteja
lar da gestante, com alterações expressivas no débito completa. No caso acima, observa-se que na hora 13,
cardíaco e na redistribuição de fluxos regionais. A pres- a apresentação manteve-se na altura -2 após dois to-
são arterial sofre ação das mudanças hormonais da ques sucessivos. Portanto, alternativa “C” está correta.
gestação, como a vasodilatação e certa refratariedade A parada secundária da dilatação é diagnosticada pela
permanência da dilatação cervical por dois toques su-
aos vasoconsctrictores circulantes.
cessivos, com intervalo de 2 horas ou mais. Portanto,
O útero em crescimento comprime as veias pélvicas
alternativa “D” está incorreta.
e a veia cava inferior, o que dificulta o retorno venoso
O terceiro período prolongado relaciona-se ao secun-
dos membros inferiores, o que é responsável pelo sur- damento ou dequitação placentária, que não é repre-
gimento de edema e varicosidades. sentada no partograma. Portanto, alternativa “E” está
Resposta b. incorreta.
Resposta c.
29. Na gestação, a contagem de plaquetas encontra-
-se relativamente inalterada, sendo que pode ocorrer 33. Por alternativa:
trombocitopenia gestacional leve, que na maioria das Alternativa “A” está correta, pois o partograma é uma re-
vezes, é apenas variação da normalidade (após ex- presentação gráfica da evolução do trabalho de parto,
clusão de outras causas). A glicosúria é fisiológica na utilizado para registrar, observar e conduzir este.
gestação, devido aumento da taxa de filtração glome- Alternativas “B” e “C” estão corretas, pois o partograma
rular e redução da capacidade de reabsorção tubular é utilizado para registrar e acompanhar a dilatação cer-
de glicose. Sendo assim, os exames laboratoriais do vical. A curva de dilatação assume um aspecto sigmoi-
caso acima estão normais. Resposta c. de e se divide em duas fases: fase latente e fase ativa
do trabalho de parto. Friedeman propôs as curvas de
30. O índice de Bishop é o sistema utilizado para alerta e ação para avaliação da dilatação no partogra-
avaliar a maturação do colo uterino. O quadro abaixo ma e intervenções necessárias.
mostra os parâmetros avaliados e os pontos atribuí- Alternativa “D” está correta, pois o partograma melhora
dos. A idade gestacional não é avaliada por esse ín- o acompanhamento do trabalho de parto, sendo se tor-
dice. Resposta e. nou obrigatório nas maternidades desde 1994 (OMS).
Alternativa “E” está incorreta, pois o partograma per- Sempre devem ser oferecidas estratégias não farmaco-
mite o seguimento do trabalho de parto com auscul- lógicas de alívio da dor, como imersão em água, mas-
ta intermitente do BCF, reduzindo as taxas de morte sagem, técnicas de relaxamento, acupuntura (se dispo-
intraparto. Além disso, quando corretamente utilizado, nível e profissional habilitado), músicas e aromaterapia.
reduz o número de intervenções desnecessárias. Se a paciente não apresentar melhora com as estra-
Resposta e. tégias não farmacológicas, é direito a requisição de
analgesia, independente da fase do trabalho de parto.
34. O parto vaginal é contraindicado nos seguintes A analgesia regional é a principal escolha, sendo que
casos: desproporção cefalopélvica absoluta, cicatriz deve ser orientado os riscos e benefícios no pré-natal.
uterina corporal prévia, placenta prévia total, situação Ela pode ser peridural ou combinada (raqui + peridu-
transversa, herpes genital ativo, condilomatose vulvar ral); pode causar redução da mobilidade; necessita de
extensa com obstrução ao canal de parto e HIV positi- nível mais elevado de monitorização fetal; não está as-
vo com alta carga viral. Nesses casos, há indicação de sociada a aumento do primeiro e segundo períodos do
resolução via alta. A circular de cordão, com vitalidade trabalho de parto; e não está associada ao aumento de
fetal preservada, não contraindica a realização de par- chance de cesariana. Resposta b.
to vaginal. Resposta e.
38. Por alternativa:
35. O partograma acima representa um parto taquitóci- Alternativa “A” está incorreta, pois o doppler da artéria
co. Este é diagnosticado quando a dilatação cervical, a umbilical consiste em uma forma indireta de avaliar a
descida e expulsão do feto ocorrem em um período de função placentária.
4 horas ou menos. O padrão de contratilidade uterina Alternativa “B” está incorreta, pois o DIP umbilical tra-
geralmente é de taquissistolia e hipersistolia. Caso a duz ação vagal em resposta à compressão funicular,
placenta esteja no limite de sua função, pode ocorrer sendo que as repercussões fetais dependem da inten-
sofrimento fetal agudo. As distócia de ombro podem sidade e duração da contração. Pode ser favorável ou
ocorrer, devido rápida evolução do trabalho de parto. desfavorável.
Lacerações do trajeto também são mais frequentes, Alternativa “C” está correta. O centro de reatividade da
pois não há tempo para acomodação dos tecidos pél- frequência cardíaca fetal, localizado no hipotálamo e
vicos, ocorrendo descida e expulsão de modo abrupto. bulbo, é o mais sensível à hipóxia e, por consequên-
A hipotonia uterina com sangramento aumentado no cia, o primeiro a evidenciar alterações. Sendo assim, a
quarto período pode ser uma complicação, devido a ta- cardiotocografia avalia o nível de oxigenação do SNC.
quissistolia e hipersistolia durante o trabalho de parto. Alternativa “D” está incorreta, pois o doppler da arté-
Sendo assim, alternativa “B” está correta. Resposta b. ria uterina não possui valor na avaliação de sofrimento
fetal, sendo reservado para avaliação de risco de pré-
36. O fluxo sanguíneo que chega no espaço interviloso -eclâmpsia e restrição do crescimento intrauterino. O
é diretamente proporcional à diferença entre a pressão achado de incisura na artéria uterina após o segundo
arterial média materna e a pressão intramiometrial. trimestre evidencia risco elevado. A sensibilidade para
Assim, as alterações do fluxo uteroplacentário podem predição de pré-eclâmpsia é de cerca de 60% e para
ser decorrentes da hiperatividade uterina, hipovolemia RCIU de 65%.
materna ou hipotensão materna. A taquissistolia, au- Alternativa “E” está incorreta, pois a CTG intraparto
mento da frequência das contrações uterinas, reduz o não é indicada em gestações de baixo risco, sendo
tempo que o sangue dispõe para circular. Sendo as- que não apresenta vantagens sobre a ausculta intermi-
sim, no caso acima é necessária correção da taquis- tente do BCF e pode levar a intervenções obstétricas
sistolia para reversão das desacelerações registradas. desnecessárias.
Resposta c. Resposta c.
37. Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas 39. A figura acima demonstra a realização do bloqueio
com respeito, com acesso às informações baseadas de pudendo, utilizado para analgesia durante o traba-
em evidências e inclusão na tomada de decisões. Os lho de parto avançado e realização de procedimentos
profissionais devem estabelecer uma relação de con- como episiotomia.
fiança com as mesmas, perguntando sobre os desejos Na abordagem transvaginal, a espinha isquiática é o
e expectativas. ponto de referência. Para realizar o bloqueio, a espinha
Durante o pré-natal, as pacientes devem ser informadas isquiática é palpada com o dedo indicador e a agulha
sobre diversos assuntos: riscos e benefícios de diversas é guiada em direção à espinha isquiática. O ligamento
práticas e intervenções, necessidade de escolha de um sacroespinhoso situa-se 1 cm medial e posterior à es-
acompanhante, estratégias de controle da dor, diferen- pinha. A agulha atravessa o ligamento cerca de 1 cm,
tes estágios do trabalho de parto, entre outros. até que se sinta perda de resistência, atingindo a sua
As mulheres em trabalho de parto podem ingerir líqui- extremidade o local do nervo pudendo. Resposta c.
dos, como soluções isotônicas. Se não estiverem sob
efeito de opioides ou risco iminente de anestesia geral, 40. O perfil biofísico fetal avalia parâmetros fisiológi-
podem ingerir dieta livre. cos fetais agudos e crônicos através da associação da
cardiotocografia com 4 marcadores ultrassonográficos: que 60 bpm, recuperação lenta e perda de oscilação).
tônus fetal, movimentação fetal, movimento respiratório A mudança de decúbito pode melhorar o padrão. Res-
e volume de líquido amniótico (parâmetro crônico). Du- posta d.
rante a instalação da hipoxemia, observa-se uma per-
da progressiva das atividades reflexas fetais de forma 46. As principais causas de hemorragia no quarto pe-
inversa à ordem de desenvolvimento do concepto, uma ríodo são: atonia uterina, laceração do trajeto de parto
vez que os centros mais precocemente formados na e retenção de restos placentários. No caso acima, a
organogênese seriam também os mais resistentes à paciente teve diagnóstico de atonia uterina, após ex-
hipóxia. O centro da reatividade da frequência cardíaca cluídos outros fatores através da revisão do canal de
fetal, seguido do movimento respiratório, são os mais parto e curagem de restos. Sendo assim, deve ser rea-
sensíveis à hipóxia. Sendo assim, alternativa A está lizada estabilização hemodinâmica e expansão volêmi-
correta. Resposta a. ca. Para correção da atonia uterina, o protocolo indica
realização de 20 UI de ocitocina EV, seguida de ergo-
41. Por alternativa: tamina IM e ácido tranexâmico EV. Se paciente manter
Alternativa “A” está incorreta, pois o ducto venoso re- sangramento, opta-se pelo uso de misoprostol via retal.
presenta uma comunicação entre a veia umbilical e a Procedimentos cirúrgicos são indicados nos casos de
cava inferior. refratariedade ao tratamento clínico. Resposta c.
Alternativa “B” está incorreta, pois o canal arterial é a
comunicação entre a artéria pulmonar e a aorta. 47. Por alternativa:
Alternativa “C” está incorreta, pois o canal arterial per- Alternativa “A” está incorreta. A pelvimetria externa é re-
mite a passagem de sangue da artéria pulmonar para alizada por meio de instrumentos que visam medir as
a aorta. dimensões externas da bacia. Possui importância his-
Alternativa “D” está incorreta, pois o forame oval comu- tórica e praticamente foi abolida da prática obstétrica
nica o átrio direito com esquerdo. atual. Já a pelvimetria interna faz parte do exame co-
Alternativa “E” está correta, pois o ducto venoso repre- tidiano do obstetra, a partir da avaliação dos estreitos
senta uma comunicação entre a veia umbilical e a cava (superior, médio e inferior) pelo toque vaginal. Porém,
inferior. Resposta e. esse exame não define via de parto.
Alternativa “B” está incorreta. Estudos mostram que
42. O ducto venoso representa uma comunicação en- progressões mais lentas nem sempre se associam
tre a veia umbilical e a cava inferior. Ele reflete a função a aumento da morbidade neonatal e materna, sendo
cardíaca fetal, sendo utilizado para avaliar fetos prema- permitido seguir o período expulsivo prolongado, des-
turos que já apresentam alterações do doppler arterial. de que não haja sinais de infecção, exaustão materna
Sabe-se que há uma boa correlação entre o grau de ou comprometimento da vitalidade fetal. O tempo de
acidemia fetal e os índices de pulsatilidade do ducto período expulsivo depende da paridade, da realização
venoso. Resposta c. de analgesia, entre outros fatores.
Alternativa “C” está incorreta, pois não existe indicação
43. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde reco- de realizar antibiótico profilático em partos vaginais.
menda um manejo ativo do terceiro período do parto, Alternativa “D” está correta. Atualmente, a Organiza-
com a prescrição de ocitocina profilática (10 UI) de for- ção Mundial de Saúde recomenda um manejo ativo do
ma rotineira, clampeamento tardio e tração controla- terceiro período do parto, com a prescrição de ocitoci-
do do cordão. Deve-se evitar trações intempestivas da na profilática (10UI) de forma rotineira, clampeamento
placenta, sob risco de rotura do cordão, inversão uteri- tardio e tração controlado do cordão. Deve-se evitar
na ou retenção de restos placentários. É preconizado trações intempestivas da placenta, sob risco de rotura
aguardar aproximadamente 30 minutos para dequita- do cordão, inversão uterina ou retenção de restos pla-
ção espontânea. Após esse período, pode ser indica- centários.
do extração manual, preferencialmente sob anestesia Alternativa “E” está incorreta, pois segundo a OMS é
com antibioticoprofilaxia. Sendo assim, alternativa “A” recomendado a realização rotineira de vitamina K em
está correta. Resposta a. recém-nascidos.
Resposta d.
44. A paciente descrita apresenta fatores que favorecem
o parto vaginal, como: contrações eficazes, dilatação > 48. No partograma acima, a paciente evoluiu com fase
1 cm/hora, descida da apresentação em variedade fa- ativa eutócica, com dilatação maior que 1cm/hora, as-
vorável (OP – occipitopúbica). Segundo o partograma, a sociado a contrações efetivas, sem ultrapassar as li-
paciente mantém bolsa íntegra. Resposta b. nhas de alerta ou ação. Não foi diagnosticada parada
secundária da dilatação (dois toques sucessivos com
45. A cardiotocografia acima demonstra desacele- mesma dilatação, no intervalo de 2 horas) ou distocia
rações variáveis, que não se relacionam obrigatoria- funcional (fase ativa prolongada, com dilatação menor
mente com as contrações e são causadas pela ação que 1 cm/hora, devido contratilidade uterina ineficaz).
vagal em resposta à compressão do cordão umbilical. Ao atingir a dilatação total, a paciente apresentou três
Podem ser favoráveis ou desfavoráveis (queda maior toques sucessivos com apresentação na mesma al-
tura, configurando o quadro de parada secundária Alternativa “C” está incorreta. A fase latente do traba-
da descida. Sendo assim, alternativa “B” está correta. lho de parto se inicia com aparecimento de contrações
Resposta b. dolorosas e regulares, com dilatação inferior a 3-4 cm
e com velocidade de dilatação lenta (< 1,2 cm/hora).
49. No caso acima, a gestante com dilatação total, Pode ter duração de até 20 horas em primigestas e até
variedade de apresentação OEA (occípito-esquerdo- 14 horas em multíparas.
-anterior) e altura em +2 De Lee, apresenta bradicardia Alternativa “D” está incorreta, pois às sete horas, a li-
fetal persistente, sendo necessário ultimar o parto. A nha de alerta (primeira linha) foi ultrapassada, sem ul-
forma mais rápida seria aplicação do fórcipe de Simp- trapassar a linha de ação (segunda linha).
son com rotação anti-horária de 45 graus para OP. Resposta a.
O fórcipe de Simpson pode ser aplicado em qualquer
variedade de posição, exceto na transversal. Em varie- 53. A gestante acima possui diagnóstico de eclampsia.
dade transversa indica-se o fórcipe de Kielland. A pe- A hidralazina, um vasodilatador periférico, é ampla-
gada ideal é biparietomalomentoniana. As condições mente utilizada para o tratamento agudo da hiperten-
de aplicabilidade são: cabeça insinuada, dilatação to- são grave. A ação máxima da droga ocorre em vinte
tal, membranas rotas, diagnóstico preciso da varieda- minutos. O monitoramento da pressão arterial deve ser
de de posição, canal de parto sem obstáculos, reto e rigoroso, uma vez que há riscos de hipotensão, que
bexiga vazios e operador habilitado. Resposta a. deve ser prontamente corrigida.
O sulfato de magnésio e a droga de escolha para o
50. Para definição da via de parto na gestação gemelar, tratamento da iminência de eclâmpsia e eclâmpsia. Re-
é necessário avaliação da viabilidade e apresentação visões sistemáticas indicam que o sulfato de magnésio
dos fetos. Deve-se atentar para presença de diferença é mais seguro e eficaz do que fenitoína, diazepam ou
significativa entre os pesos estimados dos conceptos. cocktail lítico (clorpromazina, prometazina e petidina)
No caso de um segundo gemelar 25% maior do que o para prevenção de convulsões recorrentes em eclâmp-
primeiro, é recomendado parto cesariana. sia, além de ter baixo custo, facilidade de administra-
No caso de apresentação cefálica/não cefálica, é re- ção e não causar sedação. Ademais, recentemente a
comendado o parto via vaginal. O parto do segundo exposição fetal à terapia com sulfato de magnésio se
gemelar requer frequentemente manobras obstétricas, mostrou como importante arma na redução dos ca-
que podem aumentar a incidência de complicações sos de paralisia cerebral e disfunção motora grave em
como sofrimento fetal agudo, descolamento de placen- recém-nascidos prematuros (< 32 semanas de gesta-
ta ou prolapso de cordão. O delivramento do segundo ção). Sendo assim, a utilização do sulfato de magnésio
gemelar não cefálico pode se dar através de parto pél- é altamente recomendada para os casos de: iminência
vico espontâneo assistido (se correção espontânea da de eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome HELLP (15% des-
apresentação) ou extração pélvica total com ou sem sas pacientes evoluem com eclâmpsia) e pré-eclâmp-
versão podálica interna. Sendo assim, alternativa “B’ sia com deterioração clínica e/ou laboratorial.
correta. Resposta b. Na escala de coma de Glasgow, é avaliado os se-
guintes parâmetros: abertura ocular, resposta verbal e
51. No partograma descrito, observa-se fase ativa do resposta motora. A paciente perde apenas um ponto
trabalho de parto com dilatação > 1,2 cm/hora, sem devido à confusão, sendo classificada como Glasgow
ultrapassar linha de alerta ou ação. Em nenhum horá-
14. Resposta d.
rio, foi registrado parada secundária da dilatação (di-
latação cervical mantida por dois toques sucessivos,
54. Por alternativa:
com intervalo de duas horas). Após a dilatação total,
observa-se descida progressiva da apresentação, não Alternativa “A” está correta, pois a gestante possui si-
sendo caracterizado período pélvico prolongado ou nais de descompensação, não atingindo as meta di-
parada secundária da descida (parada da descida por ária de glicemia média (que deverá se manter abaixo
dois toques sucessivos, com intervalo de uma hora). de 110) e com complicações fetais como macrossomia
Além disso, não representa um parto taquitócico (dila- e polidrâmnio. Sendo assim, é necessário internação
tação, descida e expulsão em um período de 4 horas para controle dos níveis glicêmicos, ajuste de doses da
ou menos). Sendo assim, o partograma representa um insulinoterapia e avaliação de vitalidade fetal.
parto eutócico, sendo necessário acompanhamento e Alternativa “B” está incorreta, pois a descompensação
orientação dos eventos fisiológicos. Resposta e. do diabetes não é indicação de resolução da gestação
com 34 semanas, se vitalidade fetal preservada.
52. Por alternativa: Alternativa “C” está incorreta, pois não é recomendável
Alternativa “A” está correta. No partograma acima, que a gestação ultrapasse 40 semanas em pacientes
observa-se uma fase ativa prolongada, ou seja, a di- controladas com dieta e 39 semanas nas pacientes que
latação do colo uterino ocorreu lentamente, em uma utilizam insulina. A indução deve ser planejada, se a pa-
velocidade menor que 1 cm/hora. ciente não entrar em trabalho de parto espontâneo.
Alternativa “B” está incorreta, pois às cinco horas ape- Alternativas “D” e “E” estão incorretas, pois não existe
nas a linha de alerta (primeira linha) foi ultrapassada, recomendação formal de realização de corticoide para
sem ultrapassar a linha de ação (segunda linha). maturação pulmonar com idade gestacional acima de
34 semanas. Além disso, o diabetes não é indicação Na pré-eclampsia, a segunda onda de migração tro-
para cesariana e a via de parto deve seguir as indi- foblástica e invasão das arteríolas espiraladas não
cações obstétricas. A resolução via alta só deve ser ocorrem. Assim, a resistência arterial não cai adequa-
indicada de forma eletiva se o peso fetal estimado pelo damente, os vasos permanecem estreitos e ocorre is-
USG for superior a 4.000-4.500 gramas. quemia da placenta, com redução do fluxo uteropla-
Resposta a. centário. Resposta e.
55. Na gestação próximo ao termo, há uma tendência à 60. Após o parto, as necessidades insulínicas caem
estabilização do diabetes e, por vezes, ocorre hipoglice- consideravelmente. Se a paciente teve diagnóstico de
mia, o que, segundo algumas referências, representaria diabetes gestacional e iniciou insulina na gestação,
um sinal de insuficiência placentária, visto que a resis- é indicado a suspensão da medicação, avaliação da
tência elevada à insulina é decorrente principalmente da glicemia capilar e reclassificação do diabetes 6 sema-
produção placentária do hormônio lactogênio placentário. nas após o parto com teste oral de tolerância a glicose
Sendo assim, a alternativa “B” está correta. Resposta b. (TOTG 75 g). Se este rastreio pós parto for normal, é
orientado reavaliação a cada 3 anos, porque 50% das
56. O diagnóstico de diabetes gestacional pode ser re- pacientes que desenvolvem diabetes gestacional de-
alizado com glicemia de jejum maior ou igual que 92 na senvolverão diabetes mellitus dentro de 20 anos. Sen-
primeira consulta ou teste oral de tolerância a glicose do assim, a alternativa “E” está correta, sendo que não
(TOTG 75 g) com, pelo menos, um valor alterado entre possui indicação de manter a insulina ou prescrever
24 e 28 semanas (GJ ≥ 92 mg/dL, 1 hora ≥ 180 mg/dL, hipoglicemiante oral. Resposta e.
2 horas ≥ 153 mg/dL).
O diagnóstico de diabetes mellitus prévio pode ser rea- 61. A paciente do caso acima demonstra sinais de imi-
lizado com: GJ ≥ 126 na primeira consulta, hemoglogi- nência de eclâmpsia, que é representado pelo compro-
na glicada ≥ 6,5%, glicemia ≥ 200 mg/dL após 2 horas metimento do sistema nervoso central. Os principais
do teste oral de tolerância a glicose ou glicemia ≥ 200 sintomas de iminência de eclâmpsia são: cefaleia occi-
mg/dL com sintomas. Sendo assim, a alternativa “D” pital, escotomas visuais, fotofobia, hiper-reflexia e dor
está correta. Resposta d. epigástrica.
Revisões indicam que o sulfato de magnésio é segu-
57. Os principais fatores de riscos para ocorrência de ro e eficaz na prevenção e tratamento de eclâmpsia,
pré-eclâmpsia são: hipertensão arterial crônica, idade sendo superior à fenitoína ou diazepam Sendo assim,
> 40 anos, IMC > 30 na primeira consulta de pré-natal, é altamente recomendado para os casos de: iminên-
história familiar de pré-eclâmpsia, história pregressa cia de eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome HELLP e pré-
de pré-eclâmpsia, gestação múltipla, diabetes mellitus -eclâmpsia com deterioração clínica e/ou laboratorial.
pré-existente e SAAF (síndrome do anticorpo antifos- Os principais esquemas de uso do sulfato de magnésio
folípide). são: Pritchard (intravenoso e intramuscular) e Zuspan
As intervenções recomendadas que reduzem o risco (intravenoso exclusivo, com necessidade de bomba de
de pré-eclâmpsia nessas pacientes são: uso de AAS infusão). O esquema de Pritchard é composto por: dose
(ácido acetilsalicílico) e suplementação de cálcio. Am- de ataque com 4 g EV em bólus + 10g IM; seguido de
bos devem ser iniciados antes de 16 semanas para dose de manutenção com 5 g IM a cada 4 horas. Este
melhores resultados. esquema é utilizado em maternidades de baixo risco
As seguintes medidas não reduzem o risco de pré- para posterior transferência da paciente, pois confere
-eclâmpsia e não devem ser recomendadas de rotina: maior segurança para o transporte. Resposta c.
repouso, restrição de sal na dieta, uso de antioxidantes
(vitaminas C e E), vitamina D, ômega-3 ou enoxapari- 62. Os inibidores da enzima conversora da angioten-
na. Resposta a. sina (por exemplo, captopril) são contraindicados na
gestação. Sendo assim, preconiza-se suspensão do
58. O diagnóstico de diabetes gestacional pode ser re- mesmo e prescrição de metildopa (droga de escolha
alizado com glicemia de jejum maior ou igual que 92 na para controle pressórico em gestantes).
primeira consulta ou teste oral de tolerância a glicose Em pacientes com diabetes tipo I, é preconizado trata-
(TOTG 75 g) com, pelo menos, um valor alterado entre mento com insulina e ajuste de doses após curva glicê-
24 e 28 semanas (GJ ≥ 92 mg/dL, 1 hora ≥ 180 mg/dL, mica. Não é recomendado o uso de metformina. Além
2 horas ≥ 153 mg/dL). Sendo assim, a alternativa “E” disso, orientação de dieta adequada, com seguimento
está correta, com dois valores alterados. Resposta e. de equipe multidisciplinar.
Os principais fatores de riscos para ocorrência de pré-
59. A placenta desenvolve-se primariamente de célu- -eclâmpsia são: hipertensão arterial crônica, idade >
las chamadas trofoblastos, que se diferenciam em cito- 40 anos, IMC > 30 na primeira consulta de pré-natal,
trofoblasto e sinciciotrofoblasto. A invasão das artérias história familiar de pré-eclâmpsia, história pregressa
espiraladas pelo sinciciotrofoblasto leva a um alarga- de pré-eclâmpsia, gestação múltipla, diabetes mellitus
mento do diâmetro do vaso, que resulta no aumento do pré-existente e SAAF (síndrome do anticorpo antifosfo-
fluxo sanguíneo. lípide). As intervenções recomendadas que reduzem o
risco de pré-eclâmpsia nessas pacientes são: uso de 65. A etiologia da pré-eclâmpsia ainda é desconhe-
AAS (ácido acetilsalicílico) e suplementação de cálcio. cida, sendo propostas teorias para explicar o seu
Sendo assim, alternativa “B” correta. Resposta b. desenvolvimento. A mais aceita delas é a teoria da
placentação anormal.
63. Por alternativa: A placenta desenvolve-se primariamente de células
Alternativa “A” está incorreta, pois a paciente possui chamadas trofoblastos, que se diferenciam em citotro-
sinais de descompensação do diabetes gestacional foblasto e sinciciotrofoblasto (responsável pela invasão
(macrossomia fetal e polidramnio), não sendo possível da decídua e das artérias espiraladas). A invasão das
manter o tratamento apenas com dieta. artérias espiraladas leva ao alargamento do diâmetro
Alternativa “B” está incorreta, pois não existe indicação do vaso, com aumento do fluxo sanguíneo.
formal de realização de corticoide para maturação pul- Em gestantes com pré-eclâmpsia, a segunda onda de mi-
monar com idade gestacional superior a 34 semanas. gração trofoblástica não ocorre, com invasão inadequada
Alternativa “C” está correta, pois a paciente, próximo ao das arteríolas espiraladas. Sendo assim, os vasos per-
termo, com má história obstétrica prévia, demonstra si- manecem estreitos, a resistência arterial não cai adequa-
nais de descompensação do diabetes gestacional com damente e desenvolve-se isquemia placentária. O endo-
alteração de vitalidade fetal, sendo indicado resolução télio lesado devido isquemia, promove vasoconstricção,
da gestação. agregação placentária e sensibilização dos vasos à ação
Alternativa “D” está incorreta. A cardiotocografia é um da angiotensina e noradrenalina. Como consequência de
exame que avalia as alterações da freqüência cardía- todo processo, temos o espasmo arteriolar placentário e
ca fetal decorrentes de alterações de seu pH, porém sistêmico como evento básico na fisiopatologia dos dis-
possui baixo valor preditivo negativo, ou seja, testes túrbios hipertensivos da gestação. Resposta b.
normais não excluem a possibilidade de morbimorta-
lidade fetal. Sendo assim, nesse caso há indicação de 66. Gestantes apresentam um estado de hipercoagula-
resolução da gestação e não retorno em 1 semana. bilidade, que pode ser exacerbado após viagens aére-
Alternativa “E” está incorreta, pois não existe indicação as prolongadas. No caso acima, a paciente apresenta
formal de realização de corticóide para maturação pul- edema assimétrico de membro inferior direito, que pode
monar com idade gestacional superior a 34 semanas. indicar trombose venosa profunda, e dispneia súbita
Resposta c. aos mínimos esforços. O diagnóstico mais provável é
tromboembolismo pulmonar. No eletrocardiograma de
64. A paciente do caso acima possui pré-eclâmpsia TEP pode ser observada taquicardia sinusal, padrão
com sinais de iminência de eclâmpsia, que é represen- S1Q3T3 ou outras arritmias. O tratamento é anticoa-
tado pelo comprometimento do sistema nervoso cen- gulação plena com heparina de baixo peso molecular.
tral. Os principais sintomas de iminência de eclâmpsia Resposta d.
são: cefaleia occipital, escotomas visuais, fotofobia,
hiper-reflexia e dor epigástrica. 67. O diagnóstico correto de diabetes gestacional, pos-
Revisões indicam que o sulfato de magnésio é segu- sui grande importância, para condução adequada do
ro e eficaz na prevenção e tratamento de eclâmpsia, pré-natal, incluindo orientação dietética, tratamento
sendo a droga de escolha. É altamente recomendado medicamentoso (se necessário) e monitoramento de
para os casos de: iminência de eclâmpsia, eclâmpsia, possíveis complicações. Sendo assim, todas as ges-
síndrome HELLP e pré-eclâmpsia com deterioração tantes devem possuir acesso aos testes diagnósticos.
clínica e/ou laboratorial. Os principais esquemas de A utilização de fatores de riscos como forma de rastre-
uso do sulfato de magnésio são: Pritchard (intravenoso ar gestantes que devem ser submetidas a testes diag-
e intramuscular) e Zuspan (intravenoso exclusivo, com nósticos para DMG possui boa sensibilidade, sendo
necessidade de bomba de infusão). indicado pelo Ministério da Saúde.
A hidralazina, um vasodilatador periférico, é ampla- A glicemia de jejum na primeira consulta de pré-natal
mente utilizada para o tratamento agudo da hiperten- é uma forma de diagnóstico, porém o teste com maior
são grave. Sua prescrição é geralmente recomenda especificidade e o TOTG. Resposta a.
quando pressão arterial superior a 160 × 110 mmHg.
Em relação a conduta obstétrica, a resolução da ges- 68. O diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta à hi-
tação deve ser discutida em idade gestacional acima pertensão arterial crônica pode ser estabelecido nas
de 34 semanas, devido pré-eclâmpsia com sinais de seguintes situações:
deterioração clínica. Sendo assim, alternativa “D” está aparecimento ou piora da proteinúria, após 20 se-
correta. manas de gestação;
As demais alternativas estão incorretas. O corticoide
gestantes hipertensas crônicas necessitando de
para maturação pulmonar está indicado em gestações
associação de anti-hipertensivos ou incremento
de 24-34 semanas. Em casos de crise hipertensiva
das doses terapêuticas iniciais;
aguda e grave, é preferível hidralazina endovenosa do
que nifedipino via oral, devido maior eficácia. O gluco- ocorrência de disfunção de órgãos alvos.
nato de cálcio é indicado apenas nos casos de intoxi- Sendo assim, alternativa “C” está correta. Resposta c.
cação pelo sulfato de magnésio. Resposta d.
de hipertensão arterial com sinais de comprometi- materna, taquicardia materna, taquicardia fetal, sen-
mento placentário, como restrição de crescimento sibilidade uterina e líquido amniótico com odor fétido.
fetal e/ou alterações dopplevelocimétricas também Na presença de infecção, a conduta é interrupção da
deve chamar atenção para o diagnóstico de pré- gravidez, independentemente da idade gestacional.
-eclâmpsia mesmo na ausência de proteinúria. Resposta d.
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial
crônica: esse diagnóstico deve ser estabelecido em 77. O trabalho de parto pré-termo é aquele que ocorre
algumas situações específicas: 1) quando, após 20 entre a partir de 20 semanas e antes de 37 semanas.
semanas de gestação, ocorre o aparecimento ou Os principais fatores de riscos são: baixo status socio-
piora da proteinúria já detectada na primeira meta- econômico, depressão, fadiga ocupacional, gestação
de da gravidez (sugere-se atenção se o aumento for múltipla, polidramnia, anomalias uterinas, colo curto,
> 3 vezes o valor inicial); 2) quando, gestantes por- história de partos pré-termos ou abortos de segundo
tadoras de hipertensão arterial crônica necessitam trimestre prévios, infecções (DST, doença periodontal,
de associação de anti-hipertensivos ou incremento infecção do trato urinário, vaginose), placenta prévia,
das doses terapêuticas iniciais; 3) na ocorrência de uso de drogas, anemia, entre outros. Sendo assim, a
disfunção de clamp alvos. alternativa D está correta. As outras alternativas não
possuem relação com trabalho de parto pré-termo.
Hipertensão gestacional: refere-se à identificação Resposta d.
de hipertensão arterial, em gestante previamente
normotensa, porém, sem proteinúria ou manifesta- 78. Uma revisão da Cochrane avaliou os efeitos neu-
ção de outros sinais/sintomas relacionados a pré- roprotetores do sulfato de magnésio em mulheres com
-eclâmpsia. Essa forma de hipertensão deve desa- risco de parto prematuro, com diminuição significativa
parecer até 12 semanas após o parto. Assim, diante do risco de paralisia cerebral e de disfunção motora
da persistência dos níveis pressóricos elevados, grave. Sendo assim, indica-se sulfato de magnésio
deve ser reclassificada como hipertensão arterial em todas gestantes entre 24 e 32 semanas em tra-
crônica, que foi mascarada pelas alterações fisioló- balho de parto ativo (acima de 4 cm de dilatação com
gicas da primeira metade da gestação. contrações) ou em parto pré-termo eletivo indicado
Pré-eclâmpsia com sinais e/ou sintomas de deterio- por razões maternas ou fetais. Devido ao risco de to-
ração clínica: por muito tempo a paciente com pré- xicidade pela hipermagnesemia, devem ser avaliados
-eclâmpsia foi classificada em leve ou grave, base- periodicamente os níveis séricos de magnésio ou, na
ando-se na presença de manifestações clínicas e/ indisponibilidade deste, os seguintes parâmetros: re-
ou laboratoriais que demonstrem comprometimento flexo patelar, frequência respiratória e débito urinário.
importante de órgãos alvos. Resposta e.
Eclâmpsia: desenvolvimento de convulsões tonico-
79. Por alternativa:
clônicas em pacientes com o diagnóstico de pré-
Alternativa “A” está incorreta. A ocitocina é um método
-eclâmpsia. Lembra-se que em uma parcela dos
difundido para indução do trabalho de parto ou corre-
casos, a eclâmpsia se apresenta como quadro ini-
ção de distócias funcionais, pois inicia ou aumenta as
cial, principalmente em pacientes cujo diagnóstico
contrações uterinas. Por isso, não é indicada para tocó-
de pré-eclâmpsia não foi considerado apropriada-
lise (inibição do trabalho de parto).
mente.
Alternativa “B” está incorreta. Colo curto é caracteriza-
Síndrome HELLP: o termo HELLP deriva do inglês da como colo menor que 2,5 cm, com maior risco de
e refere-se a associação de intensa hemólise (He- parto prematuro.
molysis), comprometimento hepático (Elevated Li- Alternativa “C” está incorreta. A fibronectina é uma glico-
ver) e consumo de plaquetas (Low Platelets), em proteína encontrada no plasma e no fluido extracelular,
pacientes com pré-eclâmpsia. que promove adesão celular na interface uteroplacentá-
Sendo assim, no caso acima o diagnóstico é eclamp- ria e membrana fetal-decídua. Ela é liberada pela ma-
sia, pois a paciente evoluiu com crise convulsiva toni- triz extracelular nas secreções cervicovaginais quando
coclônica, portanto, alternativa “C”. ocorre ruptura destas interfaces, o que justifica sua me-
dição como marcador preditivo de trabalho de parto pré
76. A paciente do caso acima possui história sugestiva termo. Uma concentração maior que 50 ng/mL está as-
de corioamnionite prematura com exame apresentan- sociada a parto em 7 dias em 30% dos casos.
do febre, hipotensão, taquicardia e hipersensibilidade Alternativa “D” está correta. A corticoterapia materna
uterina. Sendo assim, realiza-se o diagnóstico de co- antenatal com objetivo de maturação pulmonar pro-
rioamnionite e choque séptico (alternativa “D” correta). move redução significativa da mortalidade neonatal e
Uma das principais complicações da rotura prematura da incidência da doença da membrana hialina, hemor-
de membranas ovulares é a infecção. O quadro clínico ragia intraventricular e enterocolite necrotizante. Não
de corioamnionite pode ser caracterizado pela presen- possui objetivo de tocólise.
ça de febre materna e pelo menos dois dos seguintes Alternativa “E” está incorreta. As contraindicações ab-
critérios (segundo Ministério da Saúde): leucocitose solutas da tocólise são: corioamnionite, malformações
fetais incompatíveis com a vida e sofrimento fetal agu- em trabalho de parto ativo (acima de 4 cm de dilatação
do. As contraindicações relativas são: ruptura prematu- com contrações) ou em parto pré-termo eletivo indica-
ra de membranas ovulares e placenta prévia. do por razões maternas ou fetais. Resposta b.
Resposta d.
84. Polidrâmnio é definido como líquido amniótico aci-
80. As causas de gestação prolongada são desconhe- ma do valor da normalidade. As principais causas são:
cidas, podendo ser atribuida a erros de cálculo da ida- anomalias congênitas do SNC, nas quais o feto não
de gestacional. deglute (como anencefalia, meningocele, espinha bífi-
Os principais fatores de risco são: primiparidade, ges- da, hidrocefalia), atresias do tubo digestivo, displasias
tação prolongada anterior, malformações fetais como esqueléticas, diabetes mellitus, gemelaridade, infec-
anencefalia, trissomias do 16 e 18, hipoplasia adrenal ções congênitas, patologias placentárias (como pla-
fetal, ausência de pituitária fetal. centa circunvalada, hemangiomas e nós de cordão).
As principais complicações do pós-datismo são: cresci- Achados ecográficos de polidramnio e o “sinal da dupla
mento fetal anormal (macrossomia e síndrome de dis- bolha” são sugestivos da atresia duodenal. O “sinal da
maturidade), oligodrâmnio (e possível compressão fu- dupla bolha” é produzido por um estômago distendi-
nicular), eliminação de mecônio associado a síndrome do no quadrante superior esquerdo, ligado a um bulbo
respiratória de aspiração, sofrimento fetal, distocia do duodenal aumentado de volume à direita. Resposta d.
trabalho de parto e hemorragia pós-parto. Resposta c.
85. A ruptura uterina é uma das causas de morte ma-
81. As principais complicações de polidrâmnio são: terna, sendo que ocorre principalmente durante o tra-
parto prematuro, amniorrexe prematura, prolapso de balho de parto. Os principais fatores de riscos são: ci-
cordão, apresentações distócicas, descolamento pre- rurgia miometrial prévia (como cesárea, miomectomia
maturo de placenta e hemorragias no quarto período e e metroplastia), trauma uterino, malformação congê-
no pós-parto. A atonia uterina é causa principal de san- nita (como corno rudimentar), sobredistensão uterina
gramento no após parto imediato, devido a sobredis- (gemelaridade ou polidramnia), parto obstruído, uso
tensão uterina causada pelo polidramnio. Resposta c. de ocitócitos e prostaglandinas na indução do trabalho
de parto, entre outros. O sinal de iminência de rotura,
82. A corioamniorrexe pré-termo é definida como ruptu- denominado de BandL-Frommel, é caracterizado pela
ra espontânea das membranas amnióticas antes de 37 distensão segmentária e formação de um anel que se-
semanas de gestação. Ela pode ser prematura (antes para corpo uterino do segmento uterino. Os sinais de
do início do trabalho de parto), precoce (no início do rotura consumada são: dor lacinante e súbita na região
trabalho de parto), oportuna (no fim do período de dila- hipogástrica, palpação de partes fetais (se rotura com-
tação) ou tardia (quando ocorre concomitante à expul- pleta), sangramento vaginal, ascensão da apresenta-
são fetal). Na corioamniorrexe, em idade gestacional ção (sinal de Reasens) e sofrimento fetal agudo. Sendo
acima de 34 semanas, é recomendado conduta ativa e assim, alternativa D corresponde ao diagnóstico mais
interrupção da gestação. A via de parto deve seguir cri- provável do caso acima. Resposta d.
térios obstétricos. Não está indicado uso de tocolíticos
ou corticoide. No caso acima, como a paciente está 86. Uma das principais complicações da rotura prema-
fora do trabalho de parto, indica-se indução do mesmo. tura de membranas ovulares é a infecção. O quadro
As recomendações para profilaxia de Estreptococo do clínico de corioamnionite pode ser caracterizado pela
grupo B são: gestante com cultura vaginal ou retal posi- presença de febre materna e pelo menos dois dos se-
tiva entre 35 e 37 semanas; gestante, que não realizou guintes critérios (segundo Ministério da Saúde): leuco-
cultura retovaginal, com fatores de risco no momento citose materna, taquicardia materna, taquicardia fetal,
do parto (trabalho de parto com menos de 37 sema- sensibilidade uterina e líquido amniótico com odor féti-
nas, febre intraparto, corioamniorrexe há mais de 18 do. Na presença de infecção, a conduta é interrupção
horas); gestante com crescimento de GBS em urocul- da gravidez, independentemente da idade gestacional.
tura em qualquer fase da gravidez; gestante com filho Sendo assim, no caso descrito fecha-se o diagnósti-
anterior acometido por sepse por GBS. Sendo assim, co de corioamnionite, sendo necessário prescrição de
indica-se profilaxia no caso acima. Resposta b. antibiótico e resolução da gravidez. Como vitalidade
aguda preservada pela cardiotocografia, pode-se optar
83. Uma revisão da Cochrane avaliou os efeitos neu- pela indução do trabalho de parto. Resposta e.
roprotetores do sulfato de magnésio em mulheres com
risco de parto prematuro, com diminuição significativa 87. Polidrâmnio é definido como líquido amniótico aci-
do risco de paralisia cerebral e de disfunção motora ma do valor da normalidade. As principais causas são:
grave. Porém, não foi capaz de evidenciar efeito signi- anomalias congênitas do SNC, nas quais o feto não
ficativo sobre mortalidade pediátrica, assim como índi- deglute (como anencefalia, meningocele, espinha bífi-
ces de Apgar abaixo de 7, hemorragia intraventricular, da, hidrocefalia), atresias do tubo digestivo, displasias
leucomalácia, convulsões neonatais e necessidade de esqueléticas, diabetes mellitus, gemelaridade, infec-
suporte respiratório. Sendo assim, indica-se sulfato de ções congênitas, patologias placentárias (como pla-
magnésio em todas gestantes entre 24 e 32 semanas centa circunvalada, hemangiomas e nós de cordão).
As causas são variadas, entretanto em 50% dos casos 92. A gestante acima possui diagnóstico de corioam-
não é possível identificar um fator etiológico (idiopati- niorrexe pré-termo (antes de 37 semanas) e prematura
co). Sendo assim, alternativa “D” não corresponde a (antes do início do trabalho de parto). Na corioamnior-
causa fetal de polidrâmnio. Resposta d. rexe, em idade gestacional acima de 34 semanas, é
recomendado conduta ativa e interrupção da gestação.
88. O ducto venoso representa uma comunicação en- A via de parto deve seguir critérios obstétricos. Não
tre a veia umbilical e a cava inferior. Ele reflete a fun- está indicado uso de tocolíticos ou corticoide. No caso
ção cardíaca fetal, sendo utilizado para avaliar fetos acima, como a paciente está fora do trabalho de parto,
prematuros que já apresentam alterações do doppler se vitalidade fetal preservada, indica-se indução do tra-
arterial. Sabe-se que há uma boa correlação entre o balho de parto. Como índice de Bishop desfavorável, o
grau de acidemia fetal e os índices de pulsatilidade misoprostol é a droga de escolha para indução.
do ducto venoso. O fluxo reverso do ducto venoso no As recomendações para profilaxia de estreptococo
momento da contração atrial (onda A negativa ou re- do grupo B são: gestante com cultura vaginal ou re-
versa) é sinal de grave condição fetal com risco imi- tal (SWAB) positiva entre 35 e 37 semanas; gestante,
nente de morte, o que implica em resolução imediata que não realizou SWAB retovaginal no pré-natal, com
da gravidez. Em prematuros extremos, indica-se re- fatores de risco no momento do parto (como trabalho
alizado de sulfato de magnésio para neuroproteção de parto com menos de 37 semanas, febre intraparto,
fetal. Resposta e. corioamniorrexe há mais de 18 horas); gestante com
crescimento de GBS em urocultura em qualquer fase
89. As recomendações para profilaxia de Estreptococo da gravidez; gestante com filho anterior acometido por
do grupo B são: gestante com cultura vaginal ou re- sepse por GBS. A gestante acima possui SWAB reali-
tal (SWAB) positiva entre 35 e 37 semanas; gestante, zado no pré-natal negativo, sem fatores de riscos, não
que não realizou SWAB retovaginal no pré-natal, com sendo indicado profilaxia para GBS no momento. Sen-
fatores de risco no momento do parto (como trabalho do assim, alternativa “B” está correta. Resposta b.
de parto com menos de 37 semanas, febre intraparto,
corioamniorrexe há mais de 18 horas); gestante com 93. Por alternativa:
crescimento de GBS em urocultura em qualquer fase Alternativa “A” incorreta. A progesterona é indicada em
da gravidez; gestante com filho anterior acometido por pacientes com parto prematuro anterior ou colo curto
sepse por GBS. Sendo assim, alternativa “B” está cor- em USG entre 20 e 24 semanas (colo < 25 mm).
reta. Resposta b. Alternativa “B” incorreta. O USG transvaginal não é
contraindicado entre 20 e 24 semanas, sendo reco-
90. As recomendações para profilaxia de estreptococo mendado para medida do colo uterino.
do grupo B são: gestante com cultura vaginal ou retal Alternativa “C” correta. Não existe associação eviden-
(SWAB) positiva entre 35 e 37 semanas; gestante, que ciada entre atividade física e trabalho de parto prema-
não realizou SWAB retovaginal no pré-natal, com fato- turo. Uma revisão da Cochrane periodicamente atua-
res de risco no momento do parto (como trabalho de lizada não encontrou evidências a favor ou contra a
parto com menos de 37 semanas, febre intraparto ou prescrição de repouso no leito na diminuição de taxas
corioamniorrexe há mais de 18 horas); gestante com de parto prematuro em mulheres de alto risco.
crescimento de GBS em urocultura em qualquer fase Alternativa “D” incorreta. A suplementação com pro-
da gravidez; gestante com filho anterior acometido por gesterona, via vaginal, reduz as taxas de parto prema-
sepse por GBS. Sendo assim, a paciente acima possui turo em paciente com história de prematuridade prévia.
indicação de antibiótico, sendo a primeira escolha pe- Alternativa “E” incorreta. A medida do colo é utilizada
nicilina G. Resposta c. como ferramenta para predição de parto pré-termo em
duas situações: mulheres sintomáticas com ameaça
de parto prematuro e mulheres assintomáticas com
91. Através da data da última menstruação (DUM), cal-
alto risco (por exemplo, parto prematuro prévio).
cula-se a idade gestacional (38 semanas e 4 dias no
Resposta c.
dia da consulta). Para avaliação da data provável do
parto pode ser utilizado a regra de Nagele. Ela consiste
94. O ACOG define trabalho de parto pré-termo franco
na soma de 9 meses e sete dias à DUM. Nos meses
como: 4 contrações em 20 minutos ou 8 em 60 minu-
posteriores a março, deve-se subtrair 3 meses. No caso
tos associadas à alteração do colo uterino, com dila-
acima, se a DUM é 02/03/2018, soma-se 2+7 = 9 e 3 tação cervical maior que 2 cm ou apagamento maior
+ 9 = 12. Logo, a data provável do parto é 09/12/2018 que 80%. No caso descrito, a paciente apresenta ame-
(idade que completa 40 semanas). aça de trabalho de parto pré-termo, com contrações
A corioamniorrexe pode ser prematura (antes do início frustas e dilatação cervical de 1 polpa. Sendo assim,
do trabalho de parto), precoce (no início do trabalho indica-se ampliar o período de observação para me-
de parto), oportuna (no fim do período de dilatação) lhor caracterização. Se confirmado trabalho de parto
ou tardia (quando ocorre concomitante à expulsão fe- pré-termo, é indicado inibição e prescrição de corticoi-
tal). No caso acima, é considerada prematura, pois a de para maturação pulmonar. O sulfato de magnésio é
paciente está fora de trabalho de parto. Sendo assim, recomendado para neuroproteção fetal, se iminência
alternativa “A” está correta. Resposta a. de nascimento. Resposta a.
95. A paciente acima possui diagnóstico de corioa- doença. Ele deve cair progressivamente até negativar,
mniorrexe pré-termo (antes de 37 semanas de ges- o que geralmente ocorre após 8-10 semanas. Uma vez
tação). Uma das principais complicações da rotura obtidas três dosagens negativas consecutivas, a repe-
prematura de membranas ovulares é a infecção. O tição do exame pode ser quinzenal e, posteriormente,
quadro clínico de corioamnionite pode ser caracteri- mensal até se completarem 6 meses. Resposta b.
zado pela presença de febre materna e pelo menos
dois dos seguintes critérios (segundo Ministério da 99. O diagnóstico de gravidez ectópica deve ser sus-
Saúde): leucocitose materna, taquicardia materna, peitado em toda paciente que apresente dor pélvica
taquicardia fetal, sensibilidade uterina e líquido am- aguda com atraso menstrual, com ou sem sangra-
niótico com odor fétido. Além desses parâmetros, a mento. A ultrassonografia deve visualizar saco ges-
gestante apresenta sinais de sepse (taquipneia, ta- tacional intrauterino com beta-HCG a partir de 1500
quicardia e hipotensão). Resposta e. mUI/mL (valor discutido na literatura). Caso isso não
ocorra, suspeita-se de prenhez ectópica. O diagnósti-
96. A corioamniorrexe pré-termo é definida como rup- co é reforçado pela presença anexial de anel tubário,
tura espontânea das membranas amnióticas antes de massa complexa anexial com líquido livre em cavi-
37 semanas de gestação. Ela pode ser prematura (an- dade ou pelo sinal do halo. O anel tubário pode ser
tes do início do trabalho de parto), precoce (no início percebido em 70% dos casos e consiste em um anel
do trabalho de parto), oportuna (no fim do período de apresentando centro anecoico e periferia com eco-
dilatação) ou tardia (quando ocorre concomitante à ex- genicidade aumentada (como na figura acima). No
pulsão fetal). endométrio, pode ser percebida a chamada reação
Alternativa “A” está incorreta, pois amniorrexe prematu- de Arias-Stella, consequente a hipertrofia das glându-
ra é aquela que ocorre antes do início do trabalho de las endometriais. O tratamento pode ser expectante,
parto. medicamentoso ou cirúrgico, sendo que depende da
Alternativa “B” está correta, pois em idades gestacio- estabilidade hemodinâmica da paciente, valores de
nais menores, o período de latência para o início do beta-HCG e tamanho do saco gestacional, entre ou-
trabalho de parto é maior. tros fatores. A conduta expectante é reservada para
Alternativa “C” está incorreta, pois é considerada corio- pacientes estáveis, com beta-HCG entre 1000 e 1500
amniorrexe precoce. mUI/mL, como no caso acima. Sendo assim, alterna-
Alternativa “D” está incorreta, pois em idade gestacio- tiva “B” correta. Resposta b.
nal entre 24 e 34 semanas, sem sinais de sofrimento
fetal ou infecção, deve-se adotar conduta expectante, 100. A ultrassonografia deve visualizar saco gestacio-
visando amadurecimento pulmonar fetal. nal intrauterino com beta-HCG a partir de 1500 mUI/
Alternativa “E” está incorreta, pois corioamniorrexe mL (valor discutido na literatura). Caso isso não ocor-
oportuna é aquela que ocorre no fim do período da ra, suspeita-se de prenhez ectópica. O diagnóstico é
dilatação. reforçado pela presença anexial de anel tubário, mas-
Resposta b. sa complexa anexial com líquido livre em cavidade ou
pelo sinal do halo. Se ectópica íntegra, o quadro clíni-
97. Uma das principais complicações da rotura prema- co pode ser assintomático. No caso acima, a pacien-
tura de membranas ovulares é a infecção. O quadro te deve ser encaminhada para o pronto atendimento,
clínico de corioamnionite pode ser caracterizado pela para tentativa de identificar o saco gestacional. Sendo
presença de febre materna e pelo menos dois dos se- assim, alternativa “D” está correta. Resposta d.
guintes critérios (segundo Ministério da Saúde): leuco-
citose materna, taquicardia materna, taquicardia fetal, 101. A paciente acima, além de atraso menstrual, apre-
sensibilidade uterina e líquido amniótico com odor fé- senta os seguintes sinais de gravidez: Jacquemier
tido. Outras complicações são: prematuridade, maior (coloração violácea da mucosa vulvar, do vestíbulo e
frequência de apresentações distócicas, compressão meato urinário) e Kluge (tonalidade violácea da mu-
de cordão umbilical (pela oligoidramnia), sofrimento fe- cosa vaginal, resultante da congestão). O diagnóstico
tal, entre outras. Resposta d. é ameaça de aborto, caracterizado por sangramento
vaginal discreto, cólica leve e colo uterino fechado.
98. A doença trofoblástica gestacional ocorre em cer- Resposta a.
ca de 1 para cada 10.000 gestações engloba o grupo
de lesões caracterizadas por proliferação anormal do 102. O quadro acima corresponde a abortamento reti-
trofoblasto. O quadro clássico é o sangramento vagi- do, que consiste na interrupção da gravidez com reten-
nal, útero amolecido, geralmente indolor e maior do ção do embrião morto. O colo uterino está fechado e a
que esperado para idade gestacional, como descrito paciente pode ou não apresentar sangramento vaginal.
no caso acima. Além disso, náuseas e vômitos inten- Em idade gestacional acima de 12 semanas, é reco-
sos devido os altos valores de beta-HCG. O tratamento mendado o uso de misoprostol para amolecimento e
de eleição é o esvaziamento uterino. Após este, é ne- dilatação cervical com objetivo de expulsão fetal. Em
cessário acompanhamento com dosagem semanal de seguida, realizar curetagem para retirada dos restos
beta-HCG, devido a possibilidade de malignização da placentários.
Abortamento incompleto consiste na expulsão parcial Na insuficiência placentária, o feto apresenta uma
do feto e membranas ovulares, restando material in- resposta à hipoxemia, que é conhecida como centra-
trauterino, o que não corresponde ao caso descrito aci- lização, para priorizar órgãos nobres, como coração,
ma. Resposta c. cérebro e glândula suprarrenal. Assim, a artéria umbili-
cal sofre vasoconstricção e há aumento da resistência
103. O caso acima descreve um quadro clássico de vascular neste vaso, o que se expressa pela redução
mola hidatiforme, com sangramento vaginal, útero do fluxo diastólico. Isso pode culminar com a ausência
maior do que esperado para idade gestacional, náu- de fluxo diastólico (diástole zero) ou até mesmo fluxo
seas e vômitos (devido altos níveis de beta-HCG) e a reverso (diástole reversa). Resposta b.
presença de vesículas no exame físico e ultrassono-
gráfico. 106. O quadro clássico de descolamento prematuro de
A mola completa é caracterizada pela eliminação de placenta é sangramento escuro em quantidade variável
grandes vesículas e pela ausência de feto e/ou âmnio, na segunda metade da gestação, associado a hiperto-
sendo que decorre da degeneração hidrópica de todas nia uterina e sofrimento fetal (que se relaciona à região e
as vilosidades coriais. O risco de evolução para tumo- grau de descolamento). O diagnóstico é iminentemente
res mais agressivos pode chegar a 20% clínico, sem necessidade de exames complementares.
A mola parcial é o cariótipo mais encontrado, com Em relação às demais causas de sangramento na se-
dois genomas paternos e um materno, com tecido fe- gunda metade da gestação, a dor abdominal é quase
tal sempre presente (mesmo que não seja visualizado exclusiva dos casos de DPP (pode ocorrer também na
macroscopicamente). iminência de rotura uterina). Resposta e.
A conduta é sempre o esvazimento intra-uterino com
envio do material para anatomopatológico. Pode ser 107. O descolamento prematuro da placenta é a sepa-
realizado pela vacuoaspiração (menor risco de perfu- ração intempestiva da placenta, antes da expulsão fe-
ração uterina), aspiração manual intrauterina ou cure- tal, em gestação acima de 20 semanas. O processo de
tagem. Antes do esvaziamento, é necessário avaliar descolamento tem início com uma lesão tecidual, que
as complicações como anemia, hipertireoidismo, pré- acarreta liberação de tromboplastina e a formação de
-eclâmpsia e insuficiência respiratória. Resposta a. coágulo retroplacentário. A tromboplastina passa para
circulação materna, estimula a liberação da cascata de
104. A paciente acima possui diagnóstico de gravidez coagulação no capilares materno. A CIVD (coagulação
ectópica, devido beta-HCG acima de 1500 mUI/mL intravascular disseminada) promove a formação de coá-
com ausência de saco gestacional intrauterino e pre- gulos na rede vascular, que resulta em repercussões he-
sença de massa anexial. modinâmicas. Tanto o coágulo retroplacentário, quanto a
O tratamento pode ser expectante, medicamentoso ou CIVD consomem os fatores de coagulação. O quadro re-
cirúrgico. O tratamento cirúrgico está indicado nos casos sultante é de incoagulabilidade sanguínea, pelo consu-
de instabilidade hemodinâmica ou rotura tubária. A con- mo dos fatores de coagulação e ativação da fibrinólise.
duta expectante está reservada para um grupo seleto de Por conseguinte, ocorre aumento da hemorragia. Sendo
pacientes com quadro clínico estável, beta-HCG decli- assim, alternativa “A” está correta. As demais condições
nante e com nível incial de 1.000-1.500 mUI/mL. não causam coagulopatia de consumo. Resposta a.
O tratamento medicamentoso está associado a me-
lhores resultados quando: saco gestacional menor que 108. Por alternativa:
3,5cm, feto sem atividade cardíaca e beta-HCG menor Alternativa “A” está correta, pois a alfaproteína pode es-
que 5000 mUI/mL. A droga de escolha é o metotrexate, tar elevada.
sendo que existem diversos esquemas de aplicação Alternativa “B” está correta, pois a suspeita de DPP é
como: intramuscular dose única na dose de 50 mg/ uma emergência obstétrica, devido os riscos maternos
m2 ou intramuscular em dias alternados na dose de e fetais. Sendo assim, a gestante deve ser imediata-
1 mg/kg. Em todos esquemas o beta-HCG deve ser mente internada para controle hemodinâmico e condu-
monitorado. Sendo assim, alternativa “B” está correta. ta obstétrica (que depende da vitalidade fetal).
Resposta b. Alternativa “C” está correta. O diagnóstico é eminen-
temente clínico, não sendo necessária realização de
105. O doppler da artéria umbilical consiste em uma exames laboratoriais. O quadro clínico é caracterizado
forma indireta de avaliar a função placentária. Durante por dor abdominal, sangramento vaginal em quantida-
uma gestação normal, a artéria umbilical é um vaso de de variável, hipertonia uterina e sofrimento fetal.
baixa resistência, que continua a cair no decorrer da Alternativa “D” está incorreta. O sangramento no des-
gravidez. O pico de velocidade da diastólica aumen- colamento prematuro de placenta pode se manifestar
ta com a evolução da gravidez, decorrente da queda das seguintes maneiras: hemorragia exteriorizada, he-
da resistência do fluxo fetoplacentário, o que se reflete moâmnio e sangramento retroplacentário. Até 20% dos
por uma queda de todos índices de resistência (S/D, sangramentos são ocultos, sendo que o sangue fica
IP, IR). O exame acima demonstra boa velocidade do retido entre a placenta descolada e o útero, com forma-
pico diastólico, com circulação placentária adequada ção de coágulo retroplacentário e infiltração sanguínea
(alternativa “B” correta). intramiometrial.
Alternativa “E” está correta, pois DPP é uma das cau- não há necessidade de administração de misoprostol.
sas de sangramento da segunda metade da gestação, O esvaziamento pode ser realizado pelo AMIU ou cure-
assim como placenta prévia e vasa prévia. tagem, porém opta-se pela cureta em idade gestacio-
Resposta d. nal acima de 12 semanas. Resposta a.
109. O quadro clássico de descolamento prematuro de 114. A gestação causa um estado de hipercoagulabi-
placenta é sangramento escuro em quantidade variável lidade, sendo que ocorre aumento na incidência de
na segunda metade da gestação, associado a hiperto- eventos tromboembólicos em até cinco vezes. No caso
nia uterina e sofrimento fetal (que se relaciona à região acima, a paciente apresenta edema assimétrico de
e grau de descolamento). A hipertensão arterial é o fa- membros inferiores e sinal de Homans (dor na pantur-
tor etiológico mais importante relacionado ao DPP, sen- rilha à dorsiflexão do pé), sendo necessário realização
do que responde por até 50% dos casos de DPP não de ultrassonografia de membros inferiores para diag-
traumático. O diagnóstico é iminentemente clínico, sem nóstico de trombose venosa profunda. Resposta c.
necessidade de exames complementares. Em relação
às demais alternativas: o trabalho de parto fisiológico 115. A presença de translucência nucal aumentada,
geralmente não causa hipertonia uterina; o abortamen- ausência de osso nasal e alteração do ducto venoso
to refere-se a gestações com menos de 20 semanas; a demonstra alto risco para aneuploidias, principalmente
rotura uterina possui quadro clínico diferente com sinais síndrome de Down. Os exames não invasivos são mé-
de iminência e consumação da rotura. Resposta b. todos de rastreio e, na presença de alterações, sempre
deve ser oferecido o exame invasivo para confirmação
110. A incompetência istmocervical ocorre quando o diagnóstica.
útero não consegue manter o feto em seu interior até o A biópsia de vilo corial consiste na obtenção de amos-
termo, quer seja por falha estrutural, anatômica ou fun- tra do tecido trofoblástico para análise genética entre 10
cional do colo uterino. O diagnóstico pode ser alcançado e 13 semanas, com a vantagem de oferecer resultados
pela história clínica típica de perda fetal no segundo tri- mais precoces na gravidez. A amniocentese consiste
mestre de gravidez, de forma indolor, com pouca ou ne- na obtenção de líquido amniótico contendo células fe-
nhuma contração uterina. Tende a se repetir nas gesta- tais para estudo cromossômico e análise de DNA, que
ções subsequentes, geralmente evoluindo para perdas deve ser realizada entre 14 e 16 semanas. A colheita
com idade gestacional mais precoce. Resposta a. percutânea de sangue de cordão umbilical pode ser
realizada a partir de 18 semanas e está indicada para
111. O diagnóstico de incompentência istmocervical análise genética, quando amniocentese ou biópsia do
pode ser alcançado pela história clínica típica de perda vilo corial são inconclusivos. Resposta c.
fetal no segundo trimestre de gravidez, de forma indo-
lor, com pouca ou nenhuma contração uterina. Tende 116. Em uma paciente com gestação intrauterina con-
a se repetir nas gestações subsequentes, geralmen- firmada por ultrassonografia, com sangramento vagi-
te evoluindo para perdas com idade gestacional mais nal e sinais de infecção, o diagnóstico mais provável
precoce. Nesses casos, o tratamento preconizado é a é abortamento infectado. Este é uma complicação do
cerclagem eletiva (sutura do orífico interno do colo ute- abortamento incompleto, associado frequentemente
rino), que deve ser realizada preferencialmente entre à manipulação da cavidade uterina. O quadro clínico
12 e 16 semanas. Pode ser realizada excepcionalmen- varia de acordo com a extensão da doença. Quando
te fora deste período (entre 16 e 24 semanas) quando a infecção é limitada à cavidade uterina e miométrio,
detectadas alterações cervicais (cerclagem de emer- a febre normalmente é baixa, com paciente em bom
gência). Sendo assim, a alternativa “A” está correta. estado geral e dor leve. Quando a infecção atinge mio-
As indicações de progesterona vaginal são: história de métrio, paramétrio e anexos, o sangramento está asso-
parto prematuro anterior e colo curto (< 25 mm) na ul- ciado a líquido de dor fétido, a febre geralmente é mais
trassonografia entre 20 e 24 semanas. alta, com piora do estado geral, além de dor pélvica
Revisões sistemáticas não econtraram evidências a fa- intensa, útero amolecido, colo entreaberto e doloroso à
vor ou contra a prescrição de repouso no leito na dimi- mobilização. O tratamento é antibioticoterapia e esva-
nuição das taxas de parto prematuro em mulheres de ziamento uterino. Resposta c.
alto risco. Resposta a.
117. Na segunda semana após fecundação, o embrião
112. Toda gestante com exantema febril, deve ser testa- é didérmico, sendo constituído por duas camadas: epi-
da para Zika vírus e dengue. O tratamento consiste em blasto e hipoblasto. As células do hipoblasto migram e
sintomáticos, hidratação e avaliação de possíveis com- revestem a blastocele, originando a membrana de Heu-
plicações. Para diagnóstico de Zika, o exame preconi- ser (ou endoderma extraembrionário), que é o revesti-
zado é a reação em cadeia da polimerase. Resposta b. mento interno do saco vitelino. As células do epiblasto
originam a membrana amniótica (âmnio ou ectoderma
113. A paciente acima possui o diagnóstico de abor- extraembrionário). Entre o endoderma extraembrioná-
tamento incompleto, sendo que a conduta é sempre o rio e o citotrofoblasto, é depositada matriz extracelular,
esvaziamento uterino. Como já ocorreu expulsão fetal, o retículo extraembrionário.
Células oriundas do epiblasto migram sobre o re- 120. O termo acretismo placentário é empregado para
tículo extraembrionário e originam o mesoderma descrever qualquer implantação placentária na qual há
extraembrionário somático, adjacente ao citotrofo- aderência anormalmente firme à parede uterina, que
blasto e ao saco amniótico, e o mesoderma extra- impede a dequitação. A implantação placentária anor-
embrionário esplâncnico, adjacente ao saco vitelino. mal ocorre mais frequentemente em circunstâncias
O sinciciotrofoblasto, o citotrofoblasto e o mesoder- onde a formação decidual foi pertubada. Os principais
ma extraembrionário somático constituem o córion. fatores de riscos são: placenta prévia, incisões uteri-
Resposta a. nas prévias, curetagens uterinas prévias, cesáreas pré-
vias, idade materna maior que 35 anos, multiparidade,
118. Na primeira consulta de pré-natal, procede-se à defeitos endometriais e leiomiomatose. Mulheres que
determinação do tipo sanguíneo materno e a triagem apresentam duas ou mais cesarianas com placenta
de anticorpos. O Coombs indireto positivo para anti- prévia anterior possuem 40% de risco de desenvolver
-D reflete aloimunização. A conduta na gestante com placenta acreta. Sendo assim, alternativa “B” está cor-
aloimunização deve ser individualizada, incluindo vigi- reta. Resposta b.
lância sobre os títulos de anticorpos (até o valor crítico)
e monitoramento ultrassonográfico da velocidade sis- 121. O termo acretismo placentário é empregado para
tólica máxima da ACM (artéria cerebral média) do feto. descrever qualquer implantação placentária na qual há
Na maioria dos centros especializados, as medições aderência anormalmente firme à parede uterina, que
seriadas da velocidade sistólica máxima da ACM fetal impede a dequitação. Placenta increta é definida pela
substituíram a amniocentese na detecção de anemia penetração das vilosidades até o miométrio, sem plano
fetal. O feto anêmico desvia sangue preferencialmente de clivagem para descolamento manual. Sendo assim,
para o cérebro, sendo que a velocidade aumenta em a conduta é histerectomia total abdominal. Resposta e.
razão do maior débito cardíaco. Estudos demonstra-
ram sensibilidade de 100% no diagnóstico de anemia 122. Uma das principais causas de hemorragia puer-
peral é a atonia uterina. Após a establização hemodi-
fetal moderada a grave com valores de PVS ACM aci-
nâmica, a primeira manobra a ser realizada é a massa-
ma de 1,5 MoM (múltiplo da média).
gem bimanual (massagem do fundo uterino com mão
A velocidade sistólica máxima na ACM é acompanha-
esquerda associada a toque vaginal com a mão direita
da com exames seriados e os valores são plotados em
que procura realizar elevação e anteversoflexão do úte-
uma curva. Se a velocidade estiver entre 1 e 1,5 MoM
ro), denominada manobra de Hamilton. O tratamento
e a curva for ascendente, a vigilância deve ser sema-
farmacológico consiste em drogas uterotônicas como
nal. Se estiver acima de 1,5 MoM, haverá indicação de ocitocina, metilergotamina e misoprostol. Resposta b.
amostragem de sangue fetal para avaliar necessidade
de transfusão fetal. Sendo assim, na questão acima, é 123. Na primeira consulta de pré-natal, procede-se à
indicado realizar avaliação semanal do pico sistólico da determinação do tipo sanguíneo materno e a triagem
artéria cerebral média. Resposta c. de anticorpos. O Coombs indireto positivo para anti-
-D reflete aloimunização. A conduta na gestante com
119. Segundo a resolução do CFM No 2.144/2016: aloimunização deve ser individualizada, incluindo
É direito da gestante, nas situações eletivas, optar vigilância sobre os títulos de anticorpos (até o valor
pela realização de cesariana, garantida por sua crítico de 1:32) e monitoramento ultrassonográfico da
autonomia, desde que tenha recebido todas as in- velocidade sistólica máxima da ACM (artéria cerebral
formações de forma pormenorizada sobre o parto média) do feto.
vaginal e cesariana, seus respectivos benefícios e Na maioria dos centros especializados, as medições
riscos. seriadas da velocidade sistólica máxima da ACM fetal
A decisão deve ser registrada em termo de consen- substituíram a amniocentese na detecção de anemia
timento livre e esclarecido, elaborado em linguagem fetal. O feto anêmico desvia sangue preferencialmente
de fácil compreensão, respeitando as característi- para o cérebro, sendo que a velocidade aumenta em
cas socioculturais da gestante. razão do maior débito cardíaco. Estudos demonstra-
ram sensibilidade de 100% no diagnóstico de anemia
Para garantir a segurança do feto, a cesariana a
fetal moderada a grave com valores de PVS ACM aci-
pedido da gestante, nas situações de risco habi-
ma de 1,5 MoM (múltiplo da média). Resposta c.
tual, somente poderá ser realizada a partir da 39a
semana de gestação, devendo haver o registro em
124. O ultrassom transvaginal permite a identificação
prontuário.
do saco gestacional intrauterino com 4 semanas de
É ético o médico realizar a cesariana a pedido, e gestação e da vesícula vitelínica em torno de 5 sema-
se houver discordância entre a decisão médica e a nas. Entre 6 e 7 semanas, são observados o eco em-
vontade da gestante, o médico poderá alegar o seu brionário e os batimentos cardioembrionários. Sendo
direito de autonomia profissional e, nesses casos, assim, no caso acima, considera-se como gestação
referenciar a gestante a outro profissional. inviável. Como paciente com sangramento ativo, é indi-
Resposta b. cado o esvaziamento uterino. Resposta b.
125. Nos primeiros três dias de puepério, a tempera- alizada, considerando-se a maior delas para o cálculo
tua corporal pode se encontrar elevada e normalmente do risco. A TN aumenta com o crescimento do compri-
está relacionada à apojadura. Esse fenômeno é consi- mento crânio-nádega, tornando-se essencial levar em
derado fisiológico quando durar menos que 48 horas. consideração a idade gestacional ao se definir se a TN
No caso acima, foram excluídas causas infecciosas está aumentada ou não.
(como pneumonia, mastite e endometrite). Sendo as- Alternativa “B” está incorreta. O risco de aneuploidias
sim, o tratamento é conservador com massagem nas aumenta com idade materna avançada.
mamas e suporte ao aleitamento, sem necessidade de Alternativa “C” está correta. Translucencia nucal, osso
antibioticoterapia. Resposta d. nasal e ducto venoso são marcadores ultrassonográfi-
cos utilizados no rastreio de aneuploidias.
126. Uma das principais complicações da isoimuniza- Alternativa “D” está incorreta, pois a avaliação do DNA
ção RH é a hidropsia. O termo refere-se ao acúmulo fetal livre no sangue materno possui alto custo.
excessivo de líquido, com derrames cavitários, edema Alternativa “E” está incorreta. O rastreio bioquímico de
de subcutâneo e anasarca. Resposta a. aneuploidias pode ser realizado através da avaliação
da fração beta-livre da gonadotrofina coriônica huma-
127. Por alternativa: na e da proteína plasmática-A. As dosagens devem
Alternativa “A” está incorreta, pois a principal causa de ser realizadas entre as 10-13a semanas e seis dias de
RCIU e a insuficiência uteroplacentária. gravidez.
Alternativa “B” está incorreta, pois a diabetes possui O índice de detecção para trissomia do 21, utilizando-
relação com macrossomia fetal. -se como método de rastreio a combinação entre idade
Alternativa “C” está incorreta. Já foram descritas inú- materna e o rastreio bioquímico (beta-hCG livre e PA-
meras tentativas de tratamento intrauterino de RCIU PP-A), está em torno de 60%. Por outro lado, quando
como repouso no leito, infusão de nutrientes por diver- combinados à idade materna, ao rastreio bioquímico
sas vias e uso de drogas vasodilatadoras placentárias. e à transluscência nucal (TN), os índices de detecção
Todas, porém, apresentaram resultados bastante con- passam para 90%. Resposta c.
troversos, sendo o motivo de tal insucesso relacionado
ao fato de não se atuar no que realmente é limitante, ou 129. Vesícula vitelínica e o ANEXO EMBRIONÁ-
seja, a insuficiência vascular uteroplacentária. A única RIO dos vertebrados, formado a partir da endoderme e
terapêutica que, em estudos preliminares, apresentou da mesoderme, que armazena substâncias nutritivas
efeitos benéficos foi a hiperoxigenação materna. Estu- para o embrião, denominadas vitelo.
dos em animais e humanos demonstraram que essa A vesícula vitelínica é detectável por meio da ultrasso-
medida, em fetos hipoxêmicos, restitui a frequência nografia bidimensional antes mesmo do aparecimen-
dos movimentos respiratórios ao normal. to do embrião, por volta da 5ª semana de gestação.
Alternativa “D” está incorreta, pois diástole zero da ar- Durante o crescimento embrionário, o endoderma da
téria umbilical em gestante com mais de 34 semanas e vesícula forma passivamente o intestino embrionário e,
indicação de resolução da gestação. progressivamente, ocorre o fechamento da comunica-
Alternativa “E” está correta. O advento da dopplerve- ção previamente existente entre a vesicul e o embrião.
locimetria tem permitido o melhor entendimento da
A partir da 12ª semana, não se detecta a presença da
hemodinâmica maternoplacentária e fetal, sendo que
vesicular vitelinica, já que esta foi completamente in-
possibilita a diferenciação da RCIU por insuficiência
corporada ao cordão umbilical. No ultrassom, é descri-
placentária do feto pequeno constitucional. Na RCIU,
ta como imagem anecoica regular com halo hiperecoi-
observa-se um aumento progressivo da resistência
co, como a figura acima. Resposta b.
vascular umbilical, representada, no Doppler, por que-
da da velocidade do fluxo sanguíneo durante a diásto-
130. As principais modificações nas mamas são:
le. É o elemento diagnóstico mais precoce do inade-
Mastalgia: em torno da quinta semana de gestação,
quado crescimento fetal. Em situações extremas, pode
ser detectado fluxo diastólico final igual a zero ou, até tem início um processo de congestão das mamas,
mesmo, fluxo reverso. com aumento do volume e dor local;
Resposta e. Tubérculos de Montgomery: surgimento de proje-
ções secundárias representadas por glândulas ma-
128. Por alternativa: márias acessórias e glândulas sebáceas hipertro-
Alternativa “A” está incorreta. A translucência nucal au- fiadas;
mentada infere risco para aneuplodias, porém deve Rede de Haller: aumento da vascularização venosa;
ser realizada com técnica padronizada e adequada.
A idade gestacional ideal para medida da TN é entre Sinal de Hunter: aumento da pigmentação dos ma-
as 11-13a semanas e seis dias de gravidez. Durante a milos e formação da aréola secundária.
realização do exame, mais de uma medida deve ser re- Resposta b.