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GUIA DO SUPLEMENTO

4 benefícios da coenzima Q10


e principais alimentos ricos
nessa substância

Imagem: iStock

Amanda Cruz
Colaboração para o VivaBem
08/10/2019 04h00

Resumo da notícia
A coenzima Q10 está presente em
todas as células do organismo,
ajudando na produção de energia
Estudos demonstram seus benefícios
para o controle do colesterol, do
triglicérides e dos sintomas da
depressão
Essa substância não atua
diretamente no processo de
emagrecimento

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Bastante divulgada como um suplemento,


a coenzima Q10 é uma substância
produzida naturalmente pelo nosso corpo
e também é encontrada em alguns
alimentos. Ela é uma importante peça na
geração de energia no organismo, mas
sua presença pode ser prejudicada por
alguns tipos de medicamentos e até pela
idade avançada. Abaixo, entenda mais
sobre essa substância, para que ela
serve, como ela atua no nosso corpo e
quando realmente é necessário usar a
suplementação de coenzima Q10.

O que é coenzima Q10 e para


que ela serve?

A coenzima Q10 é uma substância


presente em todas as células do nosso
organismo, participando dos processos de
produção de energia. Ela foi descoberta
em 1957,na Universidade de Wisconsin-
Madison, nos Estados Unidos, e é
lipossolúvel, ou seja, é solúvel em
gordura. Ela também é conhecida pelo
nome de ubiquinona. Apesar de ser
produzida pelo organismo, ela também é
encontrada em alimentos e pode ser
suplementada.

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benefícios

Benefícios em estudo da
coenzima Q10

Abaixo, confira alguns benefícios da


coenzima Q10, que estiveram em estudo
no último ano:

1. Controle do colesterol e triglicérides

Em 2018, um estudo feito com 80


mulheres iranianas, todas com diabetes
tipo 2, analisou os efeitos da coenzima
Q10. Durante 12 semanas, foram
administradas 100 mg por dia da
substância para 36 participantes e as
outras 44 mulheres receberam placebo. A
pesquisa identificou que, no grupo que
recebeu o nutriente, houve uma redução
na resistência à insulina, na ferritina, no
colesterol total e no colesterol LDL, ao
mesmo tempo que o colesterol HDL
aumentou significativamente. Além disso,
o nível dos triglicerídeos no sangue
também reduziu no grupo que recebeu o
suplemento.

2. Redução dos radicais livres

Um outro estudo, também realizado em


2018, feito na Itália, analisou 21 homens
atletas e jovens, que receberam
suplementação com coenzima Q10 (200
mg/dia) durante 1 mês. Esses
participantes foram comparados com um
outro grupo que recebeu placebo. Antes e
após uma sessão de exercício intenso (40
minutos de corrida) foi feita a coleta de
sangue dos participantes. Os resultados
mostraram que a suplementação causou
resistência à privação de coenzima Q10,
induzida pelo exercício. Além disso, a
substância foi associada à redução de
radicais livres e preservação da
integridade do DNA. Entretanto, vale
destacar que a suplementação não foi
capaz de melhorar o desempenho físico
ou reduzir o dano muscular nos atletas.

3. Melhora nos sintomas da depressão


em quem tem transtorno bipolar

O transtorno bipolar também foi objeto de


análise entre os estudos com coenzima
Q10. De acordo com o trabalho realizado
no Irã, houve melhora nos sintomas de
depressão após oito semanas de
tratamento com coenzima Q10 (200 mg
ao dia). A análise foi feita com 69
pacientes com transtorno bipolar,
associado a episódio depressivo. A grau
de depressão dos participantes foi
avaliado com base na escala de
classificação de depressão (Montgomery-
Asberg) logo no início do estudo, depois
quarta semana e, por fim, na oitava
semana do estudo.

4. Ação antioxidante

Em 2019, pesquisadores investigaram os


efeitos da suplementação com coenzima
Q10 sobre o estresse oxidativo e a
atividade de enzimas antioxidantes. O
trabalho foi realizado com voluntários
expostos ao cádmio tóxico, um tipo de
metal prejudicial à nossa saúde. A
suplementação com 120 mg diárias de
coenzima Q10, quando comparado ao
placebo, indicou uma redução significativa
no estresse oxidativo e no aumento na
atividade das enzimas antioxidantes,
como superóxido dismutase e glutationa
peroxidase.

Como a coenzima Q10 age no


organismo?

A substância atua nas mitocôndrias,


organelas presentes nas células do corpo,
participando do transporte de elétrons
durante a cadeia respiratória. O
nutricionista Felipe Cardoso, doutor em
Ciências Nutricionais pela UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro)
e professor da Faculdade Bezerra de
Araújo, explica que isso significa que a
coenzima Q10 controla essa passagem
dos elétrons, evitando oxidação, danos
nas membranas celulares e promovendo
uma boa concentração de água nas
células. Por causa da sua localização
intracelular (dentro das mitocôndrias),
tecidos e órgãos com maior necessidade
energética —neurônios, músculos, fígado
e rins — se beneficiam mais da sua
presença.

A coenzima Q10 emagrece?

Não necessariamente. "Pelo fato dela


participar de vias de produção de energia,
quanto mais energia um indivíduo tem
para fazer atividade física, mais perda de
peso ele pode alcançar, caso seja esse o
objetivo", explica o nutricionista Wagner
Alessandro dos Reis, professor de pós-
graduação em Nutrição Esportiva
Funcional, Nutrição Clínica Funcional e
Fitoterapia Funcional da Universidade
Cruzeiro do Sul. Ou seja, a coenzima Q10
pode contribuir para o emagrecimento,
mas não podemos afirmar que ela,
sozinha, leva a esse resultado.

A coenzima Q10, por fazer parte do grupo


de substâncias envolvidas na geração de
energia, é colocada como um suplemento
importante para o emagrecimento.
Entretanto, Cardoso ressalta que, se
analisarmos estudos sobre o assunto, não
existe nada que comprove essa
correlação direta.

Alimentos ricos em Coenzima


Q10

Abacate

Amendoim

Brócolis

Centeio

Cogumelos frescos

Damasco

Espinafre

Feijão azuki

Gergelim

Laranja

Maçã

Morango

Nozes

Pistache

Sardinha

Trigo

Quem precisa suplementar

A recomendação mais comum é para


pessoas que usam estatina e pessoas
com doenças genéticas que alteram o
metabolismo mitocondrial. A nutricionista
Daniela Seixas, professora do curso de
Especialização em Nutrição Esportiva da
USP (Universidade de São Paulo), explica
ainda que idosos também podem ser um
grupo a receber a suplementação, uma
vez que a produção endógena diminui
com o envelhecimento.

Sintomas de deficiência

Analisar uma possível falta de coenzima


Q10 ainda é algo que precisa de mais
estudos e comprovações científicas.
Entretanto, Cardoso destaca que, no
geral, os sintomas são correlacionados
com a falta de energia. O problema é que
esses sintomas podem indicar outras
carências e condições clínicas,
independentes da coenzima Q10,
portanto, é preciso consultar um médico
para entender essas possibilidades.

Entre os fatores que podem contribuir


para a redução na produção de coenzima
Q10 pelo organismo, estão: "uso de
estatinas, deficiência nos aminoácidos
tirosina ou fenilalanina (que são
precursores da Q10), deficiência de
vitamina B6 (ela é um cofator no caminho
da biossíntese da Q10), além de
mutações genéticas em proteínas
envolvidas com a sua síntese", diz Reis.

Quantidade recomendada de
coenzima Q10 por dia

Existem poucos estudos científicos em


relação a isso e, até o momento, as
indicações gerais são de doses diárias
variando entre 30 e 400 mg, para
demandas médicas específicas. Porém, o
ideal é procurar orientação de um
nutricionista.

Como tomar a coenzima Q10?

A dose de consumo do suplemento pode


chegar até 400 mg, mas o valor exato só
poderá ser definido por um especialista,
dependendo do organismo e das
necessidades de cada pessoa. Além
disso, o melhor horário para ingestão da
coenzima Q10 também precisa ser
avaliado por um médico. "No caso de uso
de suplementos, o ideal é ingerir junto
com as refeições, pois a gordura auxilia
na sua absorção", completa Seixas.
Atenção: não faça o uso de suplementos
sem orientação.

Contraindicações

Estudos fornecem evidências de que a


suplementação oral é segura e bem
tolerada, de acordo com Reis. Por outro
lado, Seixas ressalta, apesar de a
coenzima Q10 praticamente não ter
toxicidade, é importante observar que
pode existir interação com medicamentos.
Há alguns relatos na literatura nos quais o
uso da Q10 junto com o anticoagulante
varfarina reduziu a eficácia do
medicamento.

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