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Parte 2 Enterobactérias

Salmonella sp. ● Leptospira: tem haver com o

● Gênero de maior relevância formato da bactéria.


na família ● Salmonelas são bastonetes

Enterobacteriaceae, embora Gram negativos, geralmente

sua relação filogenética móveis, capaz de formar

seja, de certo modo, ácido e, na maioria das

conjuntural. vezes, gás a partir da

● Dependendo do método glicose.

empregado, a S. entérica é ● Fermentam arabinose,


mais relacionada com a maltose, manitol, manose,
Citrobacter spp. do que com ramnose, sorbitol, trealose,
a Escherichia coli. xilose e dulcitol.
● Acredita-se que a ● A maioria das Salmonelas de
Salmonella e E. coli interesse clínico não
descendem de um ancestral fermentam lactose, contudo,
comum há 160-180 milhões de muitas cepas podem adquirir
anos. essa característica por meio
● O contato do bezerro com a da transferência plasmidial.
mama é o primeiro contato ● Altamente adaptadas ao homem:
com a bactéria.
incluindo S. Typhi e S.
● Sorovares: um sorovar (ou
Paratyphi A, B e C, agentes
variante sorológica) da febre entérica (febres
corresponde a um grupo de
tifoide e paratifoide).
leptospiras com reatividade
● Altamente adaptadas aos animais:
a anticorpos semelhantes,
com base no carboidrato da S. dublin (bovinos), S.
membrana externa, ou seja, Choleraesuis e S. Typhisuis
sorovares embora de (suínos) S. Abortusequi
espécies diferentes podem (equinos), S. Pullorum e S
morrer pelo mesmo
Gallinarum (aves),
anticorpo.
responsáveis pelo paratifo ● No homem: os microrganismos
dos animais.
penetram por via oral,
● A Salmonella spp. é eliminada
invadindo a mucosa
em grande número pelas
intestinal, com disseminação
fezes, contaminando a água
para a submucosa,
e o solo.
resultando em enterocolite
● Pode permanecer viável no
aguda.
material fecal por longo
● Nos animais: fator
período (anos),
epidemiológico de destaque
particularmente em fezes
é o estado de portador, no
secas. 28 meses nas fezes
qual a falta de sintomas e as
das aves, 30 meses no
dificuldades técnicas para a
estrume bovino, 280 dias no
sua detecção antes ou
solo cultivado e 120 dias na
durante a inspeção dos
pastagem.
produtos de origem animal
● Efluentes de água de
os convertem em fonte
esgoto, como resultado de
contínua de contaminação
contaminação fecal.
do meio ambiente e,
● Adaptabilidade fisiológica:
portanto, dos alimentos.
habilidade para proliferar
Yersinia
em valores de pH entre 7,0 a
7,5 (extremos 3,8 e 9,5), ● Yersinia enterocolitica: bactéria
temperatura de 35ºC e 43ºC gram-negativa com
(extremos 5º a 46ºC). potencial zoonótico, que já
● Inativação: ocorre foi isolada em diversas

rapidamente em espécies animais, incluíndo

temperaturas de mamíferos, aves e répteis.

pasteurização em ● Infecção: via oral através da


alimentos com atividade ingestão de comida ou água
de água ≥ 0,95 a qual, contaminada.
quando inferior, aumenta ● Doença entérica levando
a termorresistência. danos no epitélio do íleo,
ceco e cólon resultando em
lesões hemorrágicas e humanos, animais e em
ulcerativas na mucosa alimentos (poucos dados);
intestinal de animais ● O agente provoca infecções
acometidos. restritas ao intestino e
● Também pode ser linfonodos mesentéricos,
observada hiperplasia porém a infecção pode se
linfoide em placas de Peyer tornar sistêmica
e linfonodos mesentéricos. ocasionando lesões em
● A temperatura ótima de outros órgãos como fígado e
crescimento é entre 25 a baço.
28ºC, porém a capacidade de ● Os suínos podem albergar
multiplicar-se em esse patógeno por longos

temperaturas variando de 0 períodos de tempo na

a 44ºC, além de resistir bem orofaringe (tonsilas) e no

ao congelamento, podendo trato intestinal, sem

sobreviver em alimentos quaisquer sinais clínicos,

congelados. levando a uma prevalência

● Pode se multiplicar até de 35% a 70% em rebanhos.

mesmo em carne embalada ❖ Consequências: os surtos


a vácuo mantida sob de Yersinoses são
refrigeração. principalmente
● Brasil, nos últimos anos, associados ao
houve um aumento consumo de carne de
significativo da incidência de suíno e derivados.
Y. enterocolitica nos seres
● Tratamento Yersinia Pestis: carrapatos aos animais e/ou
ao homem.
iniciado após o surgimento
dos primeiros sintomas, já ● Espiroquetose aviária:
que a bactéria pode causar determinada por B. anserina,
morte em menos de 24 cujo os vetores são
horas. carrapatos do gênero Argas
Borreliose em diferentes aves.

● Enfermidades infecciosas ● Borrelia recurrentis no


determinadas por homem.
espiroquetas do gênero ● Borreliose bovina: causada
Borrelia.
pelo B theileri, infecta ovinos.
● Agentes transmissíveis,
● Transmitida por carrapatos
principalmente, por
ixodídeos, principalmente
Boophilus microplus.
● Aborto epizoótico bovino: B. Borreliose em animais silvestres
coriaceae ● As aves silvestres têm papel
● Artrópodes: Carrapatos, relevante na epidemiologia
desenvolvem-se como da borreliose de Lyme.
simbiontes nos artrópodes e ● A participação maior é das
atuam como parasitas em aves migratórias que
animais e homem. transportam carrapatos
● Embora o principal modo de infectados de uma região
transmissão da Borrelia seja para outra.
por carrapatos, pode ● Não há registros de doença
ocorrer pela urina entre nas aves ocasionada por
roedores, transfusão esta espiroqueta.
sanguínea, transplante de ● Cervídeos (raramente
tecido, por contato ou adoecem, o veado da cauda
congenitamente em cães. branca (Odocoileus
Borreliose em animais domésticos virginianus) é o principal
● Síndrome reservatório e roedores.
musculoesquelética,
invariável quanto a idade,
raça ou sexo do animal,
compromentimento das
articulações (carpiana e
tarsiana), artrite
progressiva, febre, letargia,
inapetência e dor articular.
● Há relatos de vômito, dor
abdominal e aborto (não
comum).
● Podem ocorrer cardiopatias
com bloqueio com trio
ventricular e alteração no
ritmo cardíaco.

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