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THAIS DE OLIVEIRA WATANABE

TÍTULO: GESTÃO DE RISCOS EM SERVIÇOS DE LIMPEZA


- ESTUDO DE CASO -

Trabalho apresentado ao curso Engenharia de Segurança


do Trabalho, Pós-Graduação lato sensu, da Universidade
Cruzeiro do Sul.

ORIENTADOR: Prof. Uerley Franchi

Jundiaí
Outubro/2017
RESUMO
Este artigo tem o objetivo de levantar hipóteses e discussões da gestão de riscos com foco no segmento
de limpeza, com o estudo de caso de uma organização nesta área específica de atuação, com objetivo de traçar
novas perspectivas na conceituação orientativa de base para implantação do sistema, bem como no possível
suporte para reproduções e aplicações em casos similares.
O método de pesquisa possui fundamento na pesquisa bibliográfica no segmento de interesse,
exposição das ferramentas de gestão de riscos, riscos ocupacionais, compilação de dados e discussão sobre
soluções possíveis para implantação.
Ciente de que este trabalho não tem o intuito de esgotar o assunto, mas possibilitar abertura para
discussões metodológicas e estratégicas na gestão e qualificação da segurança do ambiente corporativo.

ABSTRACT
This article aims to raise hypotheses and discussions of risk management focused on the cleaning
segment, with the case study of an organization in this specific area of action, aiming to draw new perspectives
in the basic guiding concept for system implementation , as well as possible support for reproductions and
applications in similar cases.
The research method is based on bibliographic research in the interest segment, exposure of risk
management tools, occupational risks, data compilation and discussion of possible solutions for implementation.
Aware that this work is not intended to exhaust the subject, but to allow open methodological and
strategic discussions in the management and qualification of the security of the corporate environment.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 1
1.1. HISTÓRICO.................................................................................................................................................. 1
1.2. OBJETIVOS.................................................................................................................................................. 2
1.3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................................. 2
1.4. METODOLOGIA ............................................................................................................................................ 3

2. A SEGURANÇA DO TRABALHO.................................................................................................................... 3
2.1. BENEFÍCIOS DO INVESTIMENTO NA HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO .......................................................... 3
2.2. MEDIDAS PREVENTIVAS ................................................................................................................................ 4
2.3. A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO ................................................................................................................. 4

3. RISCOS OCUPACIONAIS DO SEGMENTO DE LIMPEZA ........................................................................... 5


3.1. ANÁLISE DE RISCOS DO SEGMENTO PROPOSTO .............................................................................................. 6

4. GESTÃO DE RISCOS..................................................................................................................................... 8

5. A ORGANIZAÇÃO ALVO DO ESTUDO........................................................................................................ 10


5.1. INSTALAÇÕES............................................................................................................................................ 10
5.2. SERVIÇOS PRESTADOS PELA EMPRESA ........................................................................................................ 10
5.1. EQUIPE ..................................................................................................................................................... 11

6. SISTEMAS PROPOSTOS ............................................................................................................................ 12


6.1. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS ....................................................................................... 12
6.2. DIVISÃO EM FASES ..................................................................................................................................... 12
6.3. RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................... 13

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................... 15

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 15


1. INTRODUÇÃO

1.1. Histórico
Toda empresa, independente do porte ou do segmento de atuação tem como premissa de
funcionamento e operacionalidade, a necessidade da limpeza. A limpeza do local de trabalho, dos processos
internos, e também dos possíveis locais de atuação.
Se procurarmos no dicionário, iremos encontrar: “Limpeza: 1. Ato ou efeito de limpar(-se). 2. Qualidade
de limpo, de asseado. 3. Esmero, apuro”.
No local de trabalho, a limpeza trata-se de obrigação para manutenção da saúde e segurança dos
usuários. Em um escritório, em uma fábrica, em um depósito ou em um hospital. Em todos os ambientes
frequentados pelos funcionários, clientes e/ou acompanhantes, há exposição às condições sanitárias
oferecidas pelo próprio local, portanto é quesito indispensável para funcionamento empresarial
Processos internos empresariais limpos, são processos asseados, organizados, higienizados. Que
ocorrem por exemplo em locais de atendimento médico onde todo procedimento é meticulosamente estudado
para que nenhuma etapa passe despercebida sem higienização, e o mesmo deve ocorrer em empresas que
prestam serviços de limpeza para locais de contaminação de riscos biológicos.
Quando algumas empresas fazem a prestação de serviços fora da sua base física, além do trabalho
em si, a limpeza pós-serviço não é mais diferencial competitivo e sim obrigação para as organizações que
querem manter-se no mercado, para tanto tal tarefa também merece a devida atenção e treinamento dos
envolvidos.
Algumas organizações possuem recursos para atuação interna da limpeza, outras optam pela
subcontratação dos serviços, e algumas outras são as próprias empresas que atuam no mercado de limpeza e
conservação.
A necessidade da higienização e manutenção dos ambientes de trabalho culminou ao surgimento de
empresas especializadas em segmentos específicos do setor de limpeza, havendo portando sub-
especializações neste tipo de prestação de serviços, como por exemplo: limpeza ecológica, predial, técnica,
médico-hospitalar, urbana, industrial, limpeza de fachada, limpeza pós-obra.
Com o surgimento destas sub-especializações, bem como novas tecnologias, equipamentos e produtos
otimizadores para prestações de serviços deste segmento, o mercado urge em profissionais qualificados e bem
treinados, pois tão importante quanto uma boa prestação de serviço e o ambiente higienizado em si, também é
tratar da segurança e saúde dos colaboradores desta área de atuação.
A atividade dos profissionais de limpeza é identificada junto a CBO, que é a Classificação Brasileira de
Ocupações pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), regulamentada, enquadrada e reconhecida
nacional ou internacionalmente.
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Cada segmento de atividade possui certo grau de risco, dependendo da área de atuação e porte da
organização.
Quando falamos em terceirização na prestação de serviços de limpeza tanto a empresa prestadora de
serviços quanto a que está contratando, são corresponsáveis pela segurança dos colaboradores em questão,
ponto revelador da atenção na importância do controle da exposição dos trabalhadores aos riscos das
atividades laborais, a fim de evitar acidentes e doenças.

1.2. Objetivos
Esta pesquisa iniciou-se com o objetivo de levantar novas hipóteses e discussões relacionadas ao
gerenciamento de riscos ocupacionais nos serviços de limpeza, tomando como base para implantação das
propostas apresentadas, uma empresa operando no segmento estudado.
O tema possui abordagem focada na visão estratégica da gestão de riscos para desta maneira criar
alicerces sólidos, contribuindo na estruturação e consolidação planejada, com a finalidade de otimização de
recursos e aperfeiçoamento de resultados para a eficácia operacional.
Este projeto visa traçar novas perspectivas na conceituação orientativa de base, no possível suporte
para reproduções e aplicações em casos similares

1.3. Justificativas
Os serviços de limpeza fazem parte de um ciclo obrigatório na operacionalidade de qualquer
organização, independentemente do porte ou segmento, porém ocasionalmente não faz parte das priorizações
organizacionais em se tratando de segurança e saúde dos trabalhadores.
Percebe-se portando oportunidade para expansão sobre o tema a fim de contribuir como suporte para
evitar exposição desnecessária a riscos ocupacionais no segmento de limpeza.
1.4. Metodologia
O método de pesquisa possui fundamento na pesquisa bibliográfica no segmento de interesse,
exposição das ferramentas de gestão de riscos, exposição dos riscos ocupacionais no setor de limpeza,
exposição da empresa alvo de estudo, análise contextual dos dados compilados, discussão sobre soluções
possíveis e proposta para implantação.

2. A SEGURANÇA DO TRABALHO
A percepção da necessidade de haver controle nos locais de trabalho com intuito de minimizar
acidentes teve os primeiros movimentos pós-revolução industrial, com estudos relacionando perdas financeiras
a processos desorganizados e inseguros. Porém o processo do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia
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de Segurança e Medicina do Trabalho) só tomou corpo no Brasil na década de 60 com a reformulação da CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas), tornando a implantação obrigatória.
A Segurança do Trabalho trata-se da ciência que opera com foco na promoção e preservação dos
colaboradores nos locais de trabalho, atuando na prevenção e controle de riscos.
Um local de trabalho seguro possui inúmeros benefícios, tornando-se relevante a atenção apurada para
implantação e manutenção da segurança laboral.

2.1. Benefícios do investimento na Higiene e Segurança do trabalho:


A implantação de um sistema de Higiene e Segurança no ambiente laboral possui inúmeras vantagens,
destacando-se entre estas:
- Promoção e ambiente seguro e saudável;
- Prevenção de acidentes, ausências e licenças de colaboradores;
- Prevenção de processos judiciais, ocasionando redução de custos em indenizações;
- Disciplina e organização administrativa, impactando na redução de custos;
- Melhora da imagem organizacional e consequente aumento da credibilidade;
- Atua como ponto motivacional na proporção do bem estar físico, mental e social dos colaboradores,
otimizando a produtividade, a qualidade e consequente aumento da lucratividade.

2.2. Medidas preventivas


O ideal para um ambiente de trabalho é a eliminação de quaisquer riscos na tentativa de garantir a
integridade física e mental do trabalhador. Como bem sabemos este cenário nem sempre é possível, e por esta
razão o compromisso da organização deve ser em trabalhar com as ferramentas disponíveis reunindo esforços
para minimizar possíveis exposições dos colaboradores.
Tornando-se portanto as medidas administrativas, elementos fundamentais visando priorizar a proteção
dos colaboradores. Diligências de planejamento, bem como implantação de programas prevencionistas em SST
e treinamentos fundamentalmente e, em algumas situações específicas de exposição: escalas de trabalho,
rodízios de equipes e reduções de carga horária.
Outros parâmetros prevencionistas como os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC´s (sendo estes
relacionados ao ambiente) e os Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s (sendo este relacionados ao
colaborador), sendo elementos indispensáveis e prioritários como critérios preventivos, e quando ignorados ou
desrespeitados cabem penalidades, destacando que para ambos o tipo de risco deve ser considerado no
planejamento.
Pode-se também considerar como medidas relevantes, aspectos ergonômicos tais como ergonomia de
conscientização e ergonomia de participação, conceitos estes que segundo estudos divulgados pela ABERGO
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(Associação Brasileira de Ergonomia), ocasionam efeitos positivos aos colaboradores, contribuindo na
integridade psicofisiológicas do ambiente de trabalho.
Os diversos métodos e instrumentos disponíveis de caráter profilático quando aplicados de forma aliada
e conciliada, potencializam resultados na implantação.

2.3. A importância do treinamento

“cabe ao empregador a obrigação de informar aos trabalhadores, os riscos profissionais que possam originar-
se nos locais de trabalho, bem como os meios para prevenção, formas de limitar e ações empresariais
adotadas.” - NR1, item 1.7. (Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr1.htm)

Muito além da obrigatoriedade para fins legais, a educação e conscientização dos colaboradores deve fazer
parte dos princípios sustentáveis organizacionais.
Ao compartilhar conhecimentos, procedimentos internos da organização, procedimentos para executar
um determinado trabalho e conceitos de segurança, ocorre a formação da cultura focada na manutenção da
saúde e segurança do colaborador, gerando a confiança mútua na execução dos processos laborais.
Pelos resultados alcançados, é possível visualizar o retorno do investimento. Ganhos em aumento do
empenho do colaborador, produtividade, qualidade, capacitação, bem-estar, ambiente seguro, redução riscos
e de acidentes, itens que ocasional a redução de custos operacionais.

3. RISCOS OCUPACIONAIS DO SEGMENTO DE LIMPEZA


A evolução dos serviços de limpeza e conservação levou à sub-especializações específicas do
segmento como por exemplo: limpeza ecológica, predial, técnica, médico-hospitalar, urbana, industrial, limpeza
de fachada, limpeza pós-obra.
Com estas sub-especializações, amplia-se a indispensabilidade do estudo direcionado das informações
relevantes na tentativa de redução dos riscos aos quais os colaboradores se expõem, bem como aumentar a
segurança na realização das atividades laborais.
Independente se a empresa conta a própria equipe de limpeza ou se a prestação de esta prestação de
serviços é terceirizada, em ambos os casos os empregadores são responsáveis e/ou corresponsáveis pela
integridade do colaborador, e devem estar atentos e informados à diversidade dos tipos de riscos aos quais os
trabalhadores se expõem durante as jornadas, bem como atuar de forma incisiva na redução e minimização da
ocorrência de acidentes.

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Segundo portaria nº 24 de 1994, Tabela I, anexo 04, os riscos são classificados em: físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes. Estes são agrupados e padronizados com as cores correspondentes,
conforme tabela apresentada a seguir:

3.1. Análise de riscos do segmento proposto:


Investigando o segmento em questão, levantaram-se possíveis riscos, listados a seguir:
Risco: Físico
Agente: Ruído (lavadora de alta pressão, equipamentos de limpeza, ruído de fundo em serviços
externos, ruído de serviços em fábricas, indústrias e academias, outros)
Agente: Vibrações (manuseio de lavadora de alta pressão, lavadora de piso e equipamentos de
limpeza)
Agente: Umidade (lavagem de piso, sanitários, cozinhas, manuseio de panos úmidos, mangueiras,
mop´s, entre outros)
Agente: Exposição calor / Frio (limpeza pós-obra e de fachada por estarem expostos às intempéries,
limpeza de empresas frigoríficas, alternância entre local quente e frio, entre outras)
Risco: Químico
Agente: Poeiras (ao tirar o pó, varrer, manuseio de aspiradores e sopradores)
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Agente: Vapor (no manuseio de substâncias químicas tais como hipoclorito de sódio)
Agente: Substâncias químicas (manuseio ordinário de saneantes)
Risco: Biológico
Agente: Possíveis microrganismos patogênicos (na limpeza de sanitários, cozinhas, manuseio de lixo,
limpeza no segmento médico-hospitalar, limpeza no segmento de abate)
Risco: Ergonômico
Agente: Esforço físico intenso (nas atividades ordinárias)
Agente: LER / DORT (lesão por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho)
Agente: Levantamento e transporte manual de cargas (no transporte manual de produtos e
equipamentos de limpeza)
Agente: Exigência de postura inadequada (nos diversos tipos de serviços como: varrição, passagem
de pano, etc)
Agente: Outras situações causadora de ´stress´ físico e emocional (ausência de treinamento, ausência
de política organizacional clara, ausência de integração)
Risco: Acidente
Agente: Esforço físico inadequado
Agente: Queda, queda de objetos
Agente: Projeção de partículas
Agente: Máquinas e equipamentos sem proteção
Agente: Ferramentas inadequadas ou defeituosas
Agente: Iluminação inadequada
Agente: Probabilidade de incêndio ou explosão
Agente: Animais peçonhentos
Agente: Eletricidade
Agente: Serviço em altura
Independente do procedimento empregado as técnicas de limpeza e conservação utilizam de energia
química dos produtos utilizados, térmica no aquecimento da água, e mecânica na força manual e/ou no uso de
equipamentos. E estes também devem ser consideradas no mapeamento e planejamento do gerenciamento
de riscos.
Esta análise, trata-se de uma análise geral, e em atividades muito específicos, deverá ser revista, pois
o risco ao qual o colaborador é exposto está diretamente ligado com o tipo de serviço executado.

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4. GESTÃO DE RISCOS

Risco é a probabilidade ou possibilidade de perigo. Os riscos possuem basicamente 3 componentes,


sendo: a probabilidade, o evento em si e o impacto. Resumidamente significa que, se as ações forem tomadas
na causa do risco, estamos mexendo na probabilidade do evento acontecer, e se as ações forem tomadas
sobre o efeito, mexemos no impacto.
Gestão de riscos, é a maneira como devemos lidar com estas incertezas com a finalidade de minimizar
o surgimento de problemas, adoção de medidas preventivas, dar resposta imediatas e eficazes em momentos
de crises, identificação e previsão de acontecimentos, bem como a redução de impactos nas ocorrências.
Segundo o PMBOK, que é um guia onde são reunidos conjuntos de conhecimentos, ferramentas e
técnicas para a Gestão de Projetos, a Gestão de riscos em um projeto segue os seguintes processos:
11.1 Planejar o gerenciamento dos riscos
11.2 Identificar os riscos
11.3 Realizar a análise qualitativa dos riscos
11.4 Realizar a análise quantitativa dos riscos
11.5 Planejar as respostas aos riscos
11.6 Monitorar e controlar os riscos
A gestão de riscos trata-se de quesito fundamental para o êxito na gestão da segurança e saúde dos
trabalhadores, auxiliando na identificação da necessidade de centralização dos cuidados para implantação
profilática contra acidentes, contribuindo positivamente na elaboração de programas e documentos
relacionados à SST.
A análise e gestão de riscos deve ser monitorada ininterruptamente, porém notadamente em momentos
de início de novo negócio, alteração de processos internos, aquisição de equipamentos, replanejamento
organizacional, milestones alcançadas e incidentes.
Existem atualmente inúmeras ferramentas para a gestão de
riscos, porém a mais frequentemente utilizada na gestão de riscos em
saúde e segurança do trabalho trata-se do ciclo PDCA.
O ciclo PDCA busca promover através das ações de P= Planejar,
D= Fazer, C= Checar, A= Agir, ciclo ininterrupto com foco na melhoria
contínua de processos.

Fonte: https://www.napratica.org.br/o-que-e-e-como-funciona-o-metodo-pdca/

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Para cada uma das fases do PDCA existem outras técnicas e ferramentas para auxiliar na gestão de
riscos. Esta ferramenta técnica pode ser implantada em qualquer tipo ou tamanho de organização, auxiliando
em direcionamento e aprimoramento de processos.

P – PLAN – Planejamento: Identificação de riscos (ambiente, equipamentos, materiais, processos, atividades, colaboradores)
D – DO – Execução: Eliminar ou minimizar riscos (análise de gravidade, medidas de controle e ações)
C – CHECK – Verificação: Monitorar medidas de controle (inspeções, reuniões, checklists, auditorias)
A – ACT – Ação: Revisar, otimizar, padronizar e documentar (efetividade do sistema proposto, correções dos desvios, identificação
de novos riscos)

Salientando a importância relevante ao documentar todas as fases do processo para auxiliar na


identificação de correções necessárias, servir de material base para implantação de procedimentos de
segurança e comprovação de efetividade em casos de litígio.

5. A ORGANIZAÇÃO ALVO DO ESTUDO


A empresa estudada denominada SERVMAIS, fundada no ano de 2006 é uma empresa com foco em
serviços de limpeza e conservação.
A organização e tem como valores organizacionais o compromisso de transparência, inovação,
parceria, responsabilidade e confiabilidade. Com a visão empresarial, de ser referência em serviços de limpeza,
gerando satisfação e sustentabilidade através de melhores relacionamentos, crenças e ações. A empresa
encara como missão utilizar regras e procedimentos para melhoria contínua dos serviços diferenciando-nos
pela qualidade, agilidade e compromisso no atendimento à demanda de clientes, colaboradores, parceiros e
poder público.
A empresa possui PPRA e PCMSO dentro da validade, efetuados em Fevereiro de 2017.

5.1. Instalações
A empresa opera em instalações com espaços de escritório administrativo e depósito para
armazenamento de produtos e equipamentos. Em caso de reuniões de equipe, a empresa conta com a locação
de auditório nas imediações da base física.
Como os serviços são sempre terceirizados, os colaboradores utilizam as instalações de refeitório,
vestiário e área de descanso do local a serem executadas as prestações de serviços.

5.2. Serviços prestados pela empresa

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1- Limpeza pós-obra: limpeza específica voltada a retirar todo acúmulo de rejuntes, pingos de tinta,
silicone e poeira que ficaram acumulados, principalmente dos cantos, após o fim das obras.
2- Terceirização dos serviços de limpeza profissional: locação de mão de obra especializada, que
realiza de maneira efetiva as atividades básicas necessárias à manutenção da limpeza.
3- Limpeza de terrenos, toldos e vidros:
Terrenos: retirada de entulho e poda do mato proporcionando melhora apresentação e prevenindo
riscos à saúde, como epidemias e manifestações.
Toldos: Utilização de produtos e equipamentos específicos que não agridam os materiais que compõem
os toldos.
Vidros: restabelecimento da transparência e brilho dos vidros com utilização e técnicas adequadas a
delicadeza deste serviço.
4- Tratamento de pisos e pedras: produtos desenvolvidos para esta finalidade são aplicados de maneira
sistemática gerando maior vida útil, brilho e facilitando a manutenção e limpeza habitual.
5- Zeladoria: voltado à condomínios, o colaborador é alocado dentro do perfil de atendimento
necessário às características de cada cliente.
6- Treinamentos para serviços domésticos: os profissionais recebem treinamento com relação às
inúmeras situações de trabalho.
7- Consultoria e treinamento na gestão de serviços de limpeza: treinamento, acompanhamento e
suporte operacional para empresas.
8- Implantação de coleta seletiva: reeducação de usuários, e treinamento de colaboradores quanto aos
métodos e procedimentos adequados.

5.3. Equipe: Atualmente a empresa conta com 16 colaboradores.

Cargo: Servente Descrição da função: Responsável por executar a limpeza dos móveis,
paredes, pisos, sanitários, vidraças. Elabora lista de material.
Cargo: Auxiliar de limpeza Descrição da função: Responsável por executar a limpeza dos móveis,
paredes, pisos, sanitários, vidraças. Elabora lista de material.
Cargo: Líder de limpeza Descrição da função: Responsável por ferir a equipe junto ao posto de trabalho, para
que esteja de acordo com os padrões de qualidade, segurança e meio ambiente. Supervisionar e executar
rotinas operacionais do posto de trabalho, acompanhamento a equipe de auxiliares de limpeza. Elaborar a lista
de produtos necessários à realização dos serviços bem como comunicar a empresa em caso de mudança na
rotina do posto de trabalho. Responsável pelo transporte de equipamentos e produtos até o local da prestação
de serviço.
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6. SISTEMAS PROPOSTOS
Analisando as informações compiladas, bem como a empresa foco do estudo de caso, a autora
propõem a implantação do sistema de Gestão de Riscos, conforme etapas e considerações detalhadas em
sequência.
Na implementação de novos sistemas, deve-se considerar que toda mudança gera resistência, portanto
salienta-se a relevância dos treinamentos para auxílio da conscientização geral dos colaboradores.

6.1. Implantação do Sistema de Gestão de Riscos


Para iniciar o planejamento, propõe-se inicialmente considerações relevantes a fim de fazer uma
transição tranquila para todos os colaboradores
1. Levantar segmentos de atuação com maiores riscos ocupacionais, onde os maiores fatores de riscos
deverão ser também implantados nos demais segmentos;
2. Fazer planejamento para implantação, por amostragem. Sugere-se para o porte da empresa o emprego
em 25% da equipe por um período inicial de 30 dias;
3. Após os 30 dias, compilação de dados considerando como fator crítico de sucesso o feedback dos
colaboradores;
4. Replanejamento conforme análise de dados;
5. Reimplantação da metodologia ajustada nos 25% da equipe, e também em mais 25% de
colaboradores;
6. Sucessão de eventos até completar a implantação cos 100% dos colaboradores.

6.2. Divisão em fases


Fase 01: Planejar o gerenciamento dos riscos
Ferramentas e técnicas: Análises e reuniões de planejamento
Fase 02: Identificar os riscos
Ferramentas e técnicas: Revisões da documentação, técnicas de coleta de informações, análise da lista de
verificação, análise de premissas, técnicas com diagramas. Como por exemplo: processos por analogia, EAR /
RBS, brainstorming e brainwriting, técnica delphi, análise SWOT, lista e categorização.
Fase 03: Realizar a análise qualitativa dos riscos
Ferramentas e técnicas: Avaliação de probabilidade e impacto de riscos, matriz de probabilidade e impacto,
avaliação da qualidade dos dados sobre riscos, categorização de riscos, avaliação da urgência de risco.

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Exemplo: reuniões de avaliação, levantamento de informações, compilação de dados e representação em
planilhas e gráficos.
Fase 04: Realizar a análise quantitativa dos riscos
Ferramentas e técnicas: Técnicas de representação e coleta de dados, análise quantitativa de riscos e técnicas
de modelagem. Exemplo: reuniões de avaliação, levantamento de informações, compilação de dados e
representação em planilhas e gráficos.
Fase 05: Planejar as respostas aos riscos
Ferramentas e técnicas: Estratégias para riscos negativos ou ameaças, estratégias para riscos positivos ou
oportunidades, estratégias para ameaças e oportunidades, estratégias para respostas contingenciadas.
Exemplo: Árvores de decisão, simulação de Monte Carlo (programa).
Riscos de ameaças: prevenir, transferir, mitigar, aceitar.
Riscos de oportunidades: explorar, provocar, compartilhar, melhorar, alavancar, aceitar.
Fase 06: Monitorar e controlar os riscos – Diferencial competitivo
Ferramentas e técnicas: Reavaliação de riscos, auditorias de riscos, análise das tendências e da variação,
medição do desempenho técnico, análise das reservas, reuniões de andamento. Exemplo: Tabelas de
acompanhamento, relatórios de desempenho, análise EVA, documentação, lições aprendidas.

6.3. Recomendações
Através da análise da organização em questão, a autora recomenda algumas ações imediatas a serem
implantadas mesmo antes da operacionalização do sistema de gestão de riscos, para desta forma mitigar
possíveis ocorrências.

Treinamentos
A educação e a conscientização do colaborador é de suma importância no processo de controle dos
riscos ocupacionais, além de obrigatoriedade legal corporativa. Beneficiam com a motivação, aumento de
produtividade, redução de sinistros, capacitação do colaborador, bem-estar no ambiente corporativo,
envolvimento, integração e consequentemente a redução dos custos operacionais.
Os treinamentos são essenciais desde a admissão do colaborador, na conscientização, no treinamento
da atividade, na mudança de cargo ou de procedimentos e quando há o acréscimo de ocorrências.

Outras recomendações
- Implantação de sistema de treinamento e conscientização da equipe;
- Implementar programa de reeducação postural;
- Implementar programa de capacitação para uso de produtos e ferramentas;
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- Implementar programa de prevenção a LER / DORT;
- Realização de palestras internas sobre os temas de SST;
- Providenciar informações na rotulagem relativas ao transporte, manuseio, armazenamento e descarte dos
itens utilizados;
- Fiscalizar os EPC´s (Equipamentos de proteção coletiva) dos locais aonde haverá as prestações de serviços;
- Manter postura ativa, em conjunto com as empresas aonde serão efetuadas as prestações de serviços, bem
como controle rigoroso de informações, feedback, relatórios e documentos para proteção das organizações
envolvidas e principalmente dos prestadores de serviços;
- Checar o uso adequado dos EPI´S;
- Utilizar tabela de distribuição e coleta de EPI´s;
- Coletar e registrar informações dos EPI´s, bem como garantias e prazos de validade;
- Assegurar-se de que todas as normas trabalhistas estejam sendo colocadas em prática, bem como restringir
atividades monótonas e repetitivas, inserir frequência de intervalos para descanso, realizar rodízios de tarefas,
limitar trabalho acelerado;
- Oferecer uniformes, equipamentos e Epi´s adequados ao posto e ao colaborador;
- Inclusão de riscos ergonômicos;
- Implantar o uso de carrinhos para auxiliar o transporte manual.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando nos propomos a planejar os riscos de um projeto, estamos antecipando possíveis variáveis
para garantir o controle na redução de incertezas, redução de ocorrências e melhoria em desempenho
acarretando em maiores chances de sucesso.
A implantação de novos processos organizacionais, trata-se de grande desafio para os profissionais
que se propõem a executa-los pois muito além do planejamento no papel a vivência das realidades e rotinas
organizacionais requerem replanejamento contínuo, até encontrar o ponto adequado ao qual o projeto
consegue fluir.
Ao se implementar novos sistemas dentro de organizações com a cultura já consolidadas, é necessário
abertismo colaborativo tanto da alta direção quando dos trabalhadores na inserção de novos conceitos e rotinas,
pois toda mudança pode gerar algum tipo de crise, resistência, desmotivação e algumas frustrações. Porém
quando já se deram os primeiros passos rumo ao processo de melhoria, a visão holística possibilita o vislumbre
da conquista bem sucedida do objetivo.
Consciente do fato de que lacunas aparecerão nesta proposta, as quais poderão ser complementadas,
pois este trabalho não tem o objetivo específico de esgotar todos os aspectos do tema, mas traçar novas
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perspectivas na conceituação orientativa de base, na compreensão da apresentação proposta, possibilitando
abertura em organizações que desejam implantar o sistema de gestão de riscos como metodologia estratégica
para gerir e qualificar a segurança do trabalho no ambiente corporativo.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABEPRO. Situações de risco na percepção dos trabalhadores de um setor de serviço de limpeza. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep 2011_tn_sto_138_873_17959.pdf>. Acesso em: 09 set. 2017.

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ALGRANTI, Eduardo; MAÇAIRA, Elayne De Fátima; MENDONÇA, Elizabete Medina Coeli. Você, trabalhador de
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28, out. 2015. Disponível em: <http://www.siemaco.com.br/upload/publicacao/img2-cartilha-seguranca-e-saude-do-
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DNPST. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho: um instrumento para uma melhoria contínua.
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<http://falandodeprotecao.com.br/treinamentos-de-seguranca-importancia/>. Acesso em: 30 set. 2017.

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