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QUEM SOU EU?


Caso você não me conheça, eu me chamo Luciana Farias, sou Assistente
Social atuei no Setor Público durante 5 anos e apesar de muita gente
me falar que eu poderia estar buscando novas aprovações em
Concursos, eu descobri no decorrer da minha jornada que o meu
propósito era muito mais do que passar em concurso público.

A propósito, quando eu consegui passar, a minha primeira filha já tinha


três anos. Então eu sei muito bem como é desafiador manter o foco
nesse propósito, sem contar que existe outro fator muito mais sério que
pouquíssima gente sabe. Na verdade, foi exatamente através dele que
eu descobri que a minha missão era muito maior do que eu podia
imaginar: em 2019 eu fui diagnosticada com um uma doença
autoimune.

Por causa da Artrite Reumatoide eu quase fiquei sem andar e, apesar


de estar me recuperando bem, a notícia que eu recebi dos especialistas
é que o tratamento simplesmente é para a vida toda.

Bom, eu descobri nessa fase da minha vida que eu tinha um chamado


maior... um propósito maior. Eu passei a me sentir na obrigação de
ajudar Assistentes Sociais que optaram por seguir carreira no serviço
público a não cometerem os mesmos erros de pensamentos e de
comportamento que eu também já cometi:

- Por não saber estudar corretamente;


- Por viver procrastinando;
- Por não ter foco;
- Por muitas vezes pensar em jogar tudo para o ar e desistir;
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- Por viver estudando para um monte de área aleatória e não ter um


planejamento realista de estudo;
- Por achar que passar em concurso público não era pra mim;
- Por achar que todo concurso se trata de cartas marcadas;
- Por não ter tempo e ânimo para me dedicar ao aprendizado;
- Por ter passado dificuldades financeiras;
- Por às vezes ter perdido o equilíbrio emocional e xingar gente que não
tinha nada a ver com meu sentimento de fracasso profissional;
- Por ficar perdida sem saber o que fazer da minha vida.

Foi aí que encontrei uma forma de dar a minha contribuição. Foi


através da elaboração de materiais esquematizados para concursos
públicos de Serviço Social.

Então, quero te convidar a estudar comigo e vencer os desafios desta


caminhada e chegar na tão sonhada aprovação em concurso público.

Eu não poderia deixar de ter disponível para você uma apostila


completa de português, por isso convidei a Profª Milena que é
referência nesse assunto. Bons estudos

Autora: Milena Araújo Marães


Professora de Língua Portuguesa para Concursos
Instagram: @professoramilenamaraes
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Sumário da apostila
1) Compreensão e Interpretação de Textos
1.1O Que é Texto
1.2Texto Formal x Texto Informal
1.3Texto Literário x Texto Não Literário
1.4Tipos de Textos
1.5Exercícios

2) Domínio dos Mecanismos de Coesão Textual


2.1 Coesão Textual
2.2 Coerência Textual
2.3 Incoerência Textual
2.4 Exercícios
2.5 Tipos de Coesão Textual
2.6 Exercícios
2.7 Tipos de Coerência Textual
2.8 Exercícios

3) Acentuação Gráfica
3.1 Fonética e Fonologia
3.2 Consoantes
3.3 Vogais
3.4 Semivogais
3.5 Encontro Consonantal
3.6 Encontro Vocálico
3.7 Dígrafo
3.8 Sílaba
3.9 Regras de Acentuação Gráfica
3.10 Exercícios

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4) Conjunções e Suas Particularidades

4.1 Conjunções Coordenativas


4.2 Conjunções Subordinativas
4.3 Exercícios

5) Domínio da Estrutura Morfossintática do Período


Simples

5.1 O que é Período


5.2 Divisão do Período
5.3 Elementos Essenciais da Oração
5.3.1 Sujeito
5.3.2 Predicado
5.3.3 Exercícios
5.5 Elementos Integrantes da Oração
5.5.1 Complemento Verbal
5.5.2 Complemento Nominal
5.5.3 Agente da Passiva
5.5.4 Exercícios
5.6 Elementos Acessórios da Oração
5.6.1 Adjunto Adnominal
5.6.2 Adjunto Adverbial
5.6.3 Aposto
5.6.4 Extra: Vocativo
5.6.5 Exercícios

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6) Domínio da Estrutura Morfossintática do Período


Composto

6.1 Orações Coordenadas


6.1.1 Orações Coordenadas Assindéticas
6.1.2 Orações Coordenadas Sindéticas
6. 2 Orações Subordinadas
6.2.1 Orações Subordinadas Substantivas
6.2.2 Orações Subordinadas Adjetivas
6.2.3 Orações Subordinadas Adverbiais
6.2.4 Orações Subordinadas Reduzidas
6.2.5 Orações Intercaladas
6.2.6 Período Misto
6.2.7 Exercícios

7) Crase

7.1 Casos Proibidos


7. 2 Casos Obrigatórios
7. 3 Casos Facultativos
7. 4 Exercícios
8) Reescritura de Frases e Parágrafos
8.1 Alguns conceitos
8.2 Exercícios
8. 3 Tipos de Reescritura
8.4 Exercícios
8. 5 Alteração de significado
8. 6 Outros Tipos de Paráfrase
8.7 Exercícios
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Compreensão e Interpretação Textual


de Gêneros Variados

Antes de mergulhar nas especificidades da Compreensão


e da Interpretação Textual, é necessário que você entenda
três conceitos: Texto, Tipos Textuais e Gêneros Textuais.

TEXTO
A base de tudo é você, primeiro, entender o que é texto.
De acordo com a linguista e professora da UFMG Maria
da Graça Costa Val, antigamente, texto só era texto
quando tinha uma linguagem cuidada, clara e objetiva.
Hoje, já não se pensa assim, falando apenas de texto
verbal, pode-se definir texto como qualquer produção
linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que
possa fazer sentido numa situação de interlocução, isto
é, numa situação de comunicação. Exemplos: Aula é um
texto, WhatsApp é um texto, abreviações - VC, TBM - são
um texto, até a fala de uma criança que diz “té”
dirigindo-se à mãe e apontado para o brinquedo é um
texto. Você pode achar um absurdo essas últimas
afirmações, mas a verdade é que se essas produções
linguísticas têm sentido em uma determinada situação
de comunicação, então são textos.

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A Uma coisa importante a dizer: nenhum texto faz


sentido por si mesmo. Ele faz sentido numa
determinada situação, para determinados
interlocutores.

Informação extra: O texto não verbal é composto apenas


de imagens e/ou símbolos, ou seja, não há a linguagem
verbal escrita. Claro, há textos que mesclam as imagens
e/ou símbolos com a linguagem verbal escrita. Nesse caso,
o texto é chamado de misto.

Esclarecido isso, avancemos.


É necessário que você compreenda a diferença entre o
texto literário e o texto não literário, texto formal e
informal. Para facilitar seu entendimento, vou mostrar
as características em uma tabela:

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TEXTO TEXTO
LITERÁRIO NÃO LITERÁRIO

A linguagem é conotativa; linguagem é denotativa;

Os fatos fazem parte da


Subjetiva realidade e são
e repleta de significados; apresentados de forma
objetiva;

Não há
Uso de figuras
uso de figuras
de linguagem;
de linguagem;

Emprego de rimas Não há emprego


(em caso de poemas). de rimas.

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Observe os textos abaixo:

Ciclone causa destruição e morte em


Moçambique e Zimbábue

O ciclone Idai, formado no Oceano Índico, está


deixando um rastro de destruição e morte no
continente africano.
Ele chegou a Moçambique na quinta-feira. Os fortes
ventos e enchentes ajudaram a destruir estradas, casas,
escolas, hospitais e até uma represa.
Equipes de resgaste estão nas áreas atingidas e o
número de mortos, estimado em centenas, deve
aumentar.
Apesar de autoridades contabilizarem até o momento
84 mortes em Moçambique, o presidente do país, Filipe
Nyusi, disse a uma rádio estatal que o número de
vítimas pode chegar a mil.
Imagens aéreas mostram que Beira, a segunda maior
cidade moçambicana, teve destruição de 90%. Adultos e
crianças foram resgatados por socorristas.
O governo de Zimbábue, onde pelo menos 98 pessoas
morreram 217 estão desaparecidas, declarou estado de
calamidade em áreas afetadas pela tempestade. O
ciclone se dirigia ao Malauí. (Globo, 18/03/2019)

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Nesse texto, a linguagem é denotativa, os fatos são


apresentados de forma objetiva e fazem parte da
realidade, não há uso de figuras de linguagem, não há
rimas.

Cântico do Calvário

Eras na vida a pomba predileta


Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. – Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pergureiro.

(Fragmento do poema Cântico do Calvário, de Fagundes Varela)

Fagundes Valera, poeta brasileiro, escreveu esse poema


em memória de seu filho morto no dia 11 de dezembro
de 1863. Nesse texto, a linguagem é conotativa, pois
pomba predileta, mar de angústia, ramo da esperança,
névoas do inverno e cintilava não estão no seu sentido
real. Tais termos trazem repletos significados. A figura
de linguagem presente é a metáfora. Por ser um poema,
apresenta rimas.

Observação: Nem todo poema apresenta rimas.

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TEXTO TEXTO
FORMAL INFORMAL


Não há uso da
Uso da norma culta; norma culta;

Usamos com quem não  Usamos com quem


temos proximidade; temos proximidade;

A linguagem é A linguagem é mais


mais elaborada. solta e simples.

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Observe os textos abaixo:

Cuitelinho

Cheguei na beira do porto


Onde as onda se espaia
As garça dá meia-volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia

(Trecho da canção Cuitelinho- nome de beija-flor em algumas regiões do


Brasil-, recolhida pelo compositor e pesquisador Paulo Vanzolini)

Nesse texto, não há uso da norma culta; é possível


perceber pelo emprego inadequado de regência verbal
(Cheguei na beira do porto), pela falta de concordância
nominal (as onda, as garça), de concordância entre
sujeito e predicado (as onda se espaia), de crase na
locução adverbial feminina “à beira da praia”, pelo erro
ortográfico da palavra “espaia”. A linguagem é mais solta
e simples.

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Ronda
Ah, se eu tivesse
Quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, essa boca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar, hei de encontrar
(Trecho do samba-canção Ronda, do compositor e pesquisador Paulo Vanzolini)

Nesse texto, embora esteja apresentado em versos, há


uso da norma culta; é possível perceber pelo o uso da
vírgula depois da interjeição “Ah”, entre a oração
intercalada “com perfeita paciência Volto a te buscar”,
pela conjugação dos verbos. É uma linguagem mais
elaborada.

Agora, observe exemplos de dois e-mails (um texto


formal e o outro informal) de um mesmo remetente em
situações diferentes:

Prezados Senhores:
Envio meu curriculum vitae, candidatando-me a um
eventual cargo de direção pedagógica que venha surgir
em sua instituição.

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Havendo interesse da parte dos senhores, coloco-me à


inteira disposição para fornecer referências sobre meu
trabalho e para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,
Roberto Oswaldo de Souza

(Português: ideias e linguagens, de Dileta Delmanto e Maria da Conceição Castro,


p. 49)

Má:
Filhooootaaaaaaaaaaaaaaaaaa, vc desapareceu? Cadê
seu cel? dá notícias no cel, email, fax, carta... qualquer
coisa, tá? Bj
Roberto Oswaldo

(Português: ideias e linguagens, de Dileta Delmanto e Maria da Conceição


Castro, p. 49)

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GÊNERO TEXTUAL
Marcuschi (edição 2008) define Gênero Textual como
textos materializados que encontramos em nossa vida
diária e que apresentam características
sociocomunicativas definidas por conteúdo,
propriedades funcionais, estilo e composição
característica.
Isso quer dizer que o E-mail é um Gênero Textual, o
Twitter é um Gênero Textual, o Jornal é um Gênero
Textual. Por quê? Porque são textos materializados que
encontramos diariamente em nossas vidas e todos eles
apresentam características sociocomunicativas, isto é,
têm uma função social. O E-mail serve para enviar
mensagem. O Twitter serve como microblog. O Jornal
serve para informar. Além disso, eles se apresentam em
uma estrutura textual (tipologia textual). Um Gênero
Textual pode conter mais de uma Tipologia Textual.
Confundiu tudo?
Acompanhe o seguinte raciocínio:
O Gênero Textual Jornal se apresenta na Tipologia
Textual Expositiva. O E-mail pode se apresentar na
Tipologia Textual Narrativa, assim como o Twitter. Por
que eu digo que o Twitter e o E-mail podem se
apresentar e não se apresentam na Tipologia Textual
Narrativa? Porque hoje as redes sociais têm diversas

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finalidades, ora para narrar, ora para argumentar, ora


para expor/informar, ora para descrever. Muitas vezes,
essas tipologias se misturam.

TIPOS TEXTUAIS/TIPOLOGIAS TEXTUAIS

De acordo com o linguista Antônio Luiz Marcuschi


(edição 2008),Tipo Textual é uma composição linguística
definida por aspectos lexicais, sintáticos, tempos e
modos verbais, classes gramaticais e relações lógicas.
Essa conceituação ficou difícil? Deixa-me simplificar para
você: Tipo Textual é a forma como o texto se apresenta,
essa forma será definida por aspectos lexicais,
sintáticos, tempos e modos verbais, classes gramaticais
e relações lógicas; por exemplo, o Tipo Textual
Descritivo é uma forma em que um texto se apresenta;
esse tipo textual é definido por descrever,
subjetivamente ou objetivamente, coisas, pessoas,
situações, animais, por conter adjetivos ou locuções
adjetivas caracterizando os substantivos, geralmente, há
muitos verbos de ligação, logo, muitos predicados
nominais.

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OS TIPOS TEXTUAIS

1)Narrativo: Conta uma história, real ou fictícia. Essa


história é situada em um tempo e espaço, tem
personagens, foco narrativo, clímax e desfecho.
Aprofundamento: De acordo com William Cereja (2004),
professor e escritor brasileiro, foco narrativo é o ponto de
vista, estabelecido pelo narrador (quem conta a história), a
partir do qual a história será contada. Pode ser: o
narrador-protagonista (1ª pessoa)- aquele que protagoniza
a história que conta; o narrador-testemunha (1ª pessoa)- é
um dos personagens e presencia todos os acontecimentos;
o narrador-onisciente (3ª pessoa)- além de presenciar todos
os acontecimentos externos, penetra no íntimo dos
personagens e descreve o que estão pensando ou sentindo;
por fim, o narrador-observador (3ª pessoa)- como um
observador distante, narra os acontecimentos.
Exemplo:
Uma Vela para Dario

Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo.


Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar,
encosta-se a uma parede. Por ela escorrega, senta-se na
calçada, ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o
cachimbo.

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Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está


bem. Dario abre a boca, move os lábios, não se ouve
resposta. O senhor gordo, de branco, diz que deve
sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na
calçada, e o cachimbo apagou. O rapaz de bigode pede
aos outros que se afastem e o deixem respirar. Abre-lhe
o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe
tiram os sapatos, Dario ronqueja feio, bolhas de espuma
surgem no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés,
não o pode ver. Os moradores da rua conversam de
uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à
janela. O senhor gordo repete que Dario sentou-se na
calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o
guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva
ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está
morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da esquina. Já
no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem
pagará a corrida? Concordam chamar a ambulância.
Dario conduzido de volta e recostado à parede não tem
os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não
carregam Dario além da esquina; a farmácia no fim

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e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma


peixaria. Enxame de moscas lhe cobrem o rosto, sem
que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o
incidente e, agora , comendo e bebendo, gozam as
delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da
peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere que lhe examinem os papéis,
retirados com vários objetos de seus bolsos e alinhados
sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome,
idade, sinal de nascença. O endereço na carteira é de
outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a
essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas: é a polícia.
O carro negro investe a multidão. Várias pessoas
tropeçam no corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-
lo, os bolsos vazios. Resta na mão esquerda a aliança de
ouro, que ele próprio, quando vivo, só destacava
molhando no sabonete. A polícia decide chamar o
rabecão.
A última boca repete: Ele morreu, ele morreu/ E a gente
começa a se dispersar. Dario levou duas horas para
morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos
que alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.

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Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe


apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não consegue
fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas
um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do
café ficam vazias. Na janela alguns moradores com
almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço vem com uma vela, que
acende ao lado do cadáver. Dario parece morto há
muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado
pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá
está Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na
pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de
vela apaga-se às primeiras gotas da chuva, que volta a
cair.
(Conto de Dalton Trevisan)

Nesse texto, uma história é contada (morte de Dario),


por ser um conto, é fictícia; está sendo narrada por um
narrador-observador (3ª pessoa), há personagens,
espaços e tempo, clímax e um desfecho.
2)Descritivo: Descreve, de forma objetiva ou subjetiva,
coisas, pessoas, animais e situações. Essa descrição é
realizada por meio dos adjetivos ou das locuções
adjetivas caracterizando os substantivos.

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Aprofundamento: Para os autores Leila Lauar Sarmento


e Douglas Tufano, a descrição objetiva é aquela em que o
observador apresenta o tema de maneira impessoal,
fazendo a representação fiel do aspecto exterior. Já a
subjetiva é aquela em que o observador apresenta o tema
de maneira pessoal, empregando a imaginação e
externando suas impressões pessoais.

Exemplo:
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu
roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache,
com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um
pouco desmanchado, com um tom seco do calor do
travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça
pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura
tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à
mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave
dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam
cintilações escarlates.”
(O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, p.3)
Nesse texto, Luísa (personagem) está sendo descrita. Ela
estava sentada à mesma a fim de ler o Diário de Notícias,
com roupão de manhã de fazenda, bordado a sutache, com
largos botões e madrepérola e assim por diante.

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Importante: A descrição sempre aparecerá na narração,


ora para descrever os personagens, ora para descrever o
lugar, ora para descrever as situações ou os objetos.

3)Injuntivo: Instrui e orienta o leitor. Para isso, utiliza


verbos no imperativo, no infinitivo ou presente do
indicativo.
Exemplo:
Manual de Instruções Brastemp
Instalação: Prefira sempre os serviços da Rede de
Assistência Técnica Brastemp para realizar desde a
instalação até a manutenção de seus produtos com
tranquilidade e segurança.
1° passo: Veja se a tomada onde o produto será
instalado tem o novo padrão plugue, segundo o
INMETRO.
2° passo: Verifique se a tensão da rede elétrica no local
de instalação é a mesma indicada na etiqueta do plugue
da sua lavadora.
3° passo: Nunca altere ou use o cabo de força de
maneira diferente da recomendada. Se o cabo de força
estiver danificado, chame a Rede de Serviços Brastemp
para substituí-lo.

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4° passo: Verifique se o local de instalação possui as


condições adequadas indicadas no Manual do
Consumidor: A pressão da água para abastecimento
deve corresponder a um nível de 2 a 80 m acima do
nível da torneira. Recomenda-se que haja uma torneira
exclusiva para a correta instalação da mangueira de
entrada.

Nesse texto, por ser um manual de instruções, a


Brastemp está instruindo e orientando o comprador a
instalar o produtor, nesse caso, a lavadora. Veja que há
utilização de verbos no imperativo.

4)Expositivo: Apresenta informações e fatos sobre


determinado tema ou situação, explica, analisa e discute
de forma objetiva, pode até apresentar um ponto de
vista, mas não tenta convencer o leitor.

Exemplo:

História da Comunicação Humana

A história da comunicação humana permeia a história


da própria humanidade e do processo evolutivo de
todos nós. Antes mesmo da falar ser criada, nossos

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ancestrais mais primitivos, os homens das cavernas, já


se comunicavam por meio da linguagem rudimentar
desenvolvida por meio de gestos, sons, expressões e
grunhidos.
Com o passar do tempo, a linguagem evoluiu um pouco
mais e, por volta de oito mil anos atrás, o povo sumério
criou os primeiros escritos e desenhos rupestres, feitos
com tintas naturais, pintadas nas paredes de suas
cavernas. Por meio destas ilustrações eles
demonstravam como pensavam e como era o seu dia a
dia numa época bastante remota.
Imagens de rituais sagrados, de animais, dos momentos
de caça, dos utensílios criados e usados por eles, entre
outros, ficaram marcados nas paredes da história e hoje
servem para nos mostrar como mesmo sem palavras,
seu comunicar, naquela época, já se dava claramente.
(Blog do JRM, 14/04/2016)

Nesse texto, o tema é “História da Comunicação


Humana”; são apresentados, explicados e discutidos
fatos e informações a respeito desse tema de forma
objetiva. Não tenta convencer o leitor com seus
argumentos.

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5)Dissertativo: Também apresenta informações e fatos


sobre determinado tema. A diferença entre ele e o
expositivo, é que aqui, usam-se as informações e os
fatos para justificar o ponto de vista de quem escreveu a
fim de convencer o leitor sobre o que está sendo
afirmado.

Exemplo:
Indivíduo Vulnerável
No livro “Ensaio Sobre a Cegueira”, o autor José
Saramago afirma que a “cegueira branca” representa a
raiva, o egoísmo, o medo e todos os outros sentimentos
que cegam o ser humano. Logo, o livre porte de armas
em uma sociedade incapaz de compreender o próximo
se torna perigoso.
De acordo com o Ministério Público, o número de
crimes por motivos banais como brigas de trânsito,
ciúmes, vinganças ou conflitos entre vizinhos ultrapassa
dos 80% nos estados São Paulo e Santa Catarina. Sendo
assim, com esse distanciamento existente entre as
pessoas nas sociedades modernas, o porte de armas
põe em risco a vida de todos.
Outrossim, andar com uma arma torna o indivíduo
mais vulnerável, mesmo que ele tenha o preparo ideal,

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Destarte, o Ministério da Educação tem que investir em


palestras de conscientização nas escolas, buscando
debater sobre as relações sociais e cultivar a tolerância,
o respeito e a empatia na sociedade.
(Texto de Laura Beatriz, minha aluna de redação)
A proposta era de que os alunos escrevessem a
respeito de seu posicionamento sobre o livre porte de
armas no Brasil. Laura, nesse texto, apresentou fatos e
informações para sustentar os seus argumentos a fim
de convencer o seu leitor do seguinte: o livre porte de
armas no Brasil não é a melhor escolha. Por se tratar de
uma redação do ENEM, faz-se necessário uma proposta
de intervenção.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


Por que você precisa dessas informações? Porque, na
hora da prova, poderá aparecer qualquer Gênero
Textual. Dessa forma, é imprescindível que você saiba
quais são as características deles para que entenda a
questão num todo.
Suponhamos que a banca coloque o Gênero Poema e
pergunte: de acordo com o texto, autor afirma o quê?
1.É importante, por exemplo, ter ciência de que as
palavras, no Gênero Poema, não estão, muitas vezes, no
sentido literal, ou seja, voltam-se para a Conotação;

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2.O Gênero Poema pode utilizar o tipo textual


narrativo, ou o dissertativo, ou o injuntivo;
3.Resumindo: Como você poderá marcar a alternativa
correta se não entende como tal Gênero funciona?
Agora que você já “pegou” as informações essenciais,
partiremos para a Compreensão e Interpretação
Textual. É normal que as pessoas pensem que ambas
têm o mesmo significado, isto é, signifiquem a mesma
coisa.

Não, concurseiro! Não significam a mesma coisa.


A Compreensão Textual está para o texto, já a
Interpretação Textual está para além do texto.

“Calma, Milena, não entendi nada. ”

Primeiramente, preciso deixar claro: Se a gente pensar


em Linguística Textual, entenderemos que há muitos
fatores que influenciam na Compreensão e na
Interpretação Textual, por exemplo, contexto, seu
repertório sociocultural e linguístico... Como, neste caso,
você precisa apenas entender uma coisa e outra para
“matar” uma questão, é nesse caminho que seguirei, irei
simplificar tudo.

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Voltando ao que eu estava falando: A Compreensão


Textual está para o texto. Isso quer dizer que ela faz
uma análise do que realmente está escrito no texto,
melhor, em cada linha do texto.
Quando você se deparar com uma questão de
Compreensão Textual, a resposta certa terá as mesmas
letras e palavras que estão lá no texto, não vai mudar
nada.
Afinal, como saberei se é uma questão de
Compreensão?
Pelos comandos:
Segundo o texto...
De acordo com o texto...
O autor do texto...
O texto informa que....
No texto...
Em relação ao texto...
Com base nas ideias do texto...
Tendo em vista o texto...
Segundo as palavras do autor...

A Interpretação Textual está para além do texto. Isso


quer dizer que a ela está relacionada à conclusão/às
conclusões a que você chega a partir do que leu no
texto.

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Quando você se deparar com uma questão de


Interpretação Textual, a resposta certa não estará lá
escrita no texto, ou seja, você não encontrará no texto
as mesmas letras e palavras da alternativa. A resposta
certa te apresentará uma conclusão a respeito do que o
texto, de fato, falou e isso foi percebido por você no
decorrer da leitura.

Mas como saberei se é uma questão de


Interpretação?
Pelos comandos:

A partir do texto infere-se que...


Depreende-se do texto que...
Pode-se deduzir que...
Conclui-se do que texto...
O texto permite deduzir/concluir/ depreender...
O texto possibilita o entendimento de que...
O texto encaminha o/possibilita ao leitor para...

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MINHAS ORIENTAÇÕES

Como fazer uma boa leitura em questões de


Compreensão e/ou de Interpretação Textual?
Eu sei que o tempo é apertado, não há somente a prova
de português para resolver, mas você precisa seguir
este passo a passo para “matar corretamente” a
questão. É um passo a passo que desenvolvi quando eu
era um concursanda. Claro, se há outro método de
leitura ao qual você já se habituou e consegue “matar
corretamente” a questão, perfeito, use-o.

1.Leia o comando da questão;


2.Verifique se este comando está exigindo apenas
Gramática Normativa ou apenas Compreensão ou
Interpretação Textual;
3.Se for apenas Gramática, não precisando voltar ao
texto, “mate” a questão ali mesmo;
Agora, se está exigindo Compreensão ou Interpretação
Textual, continue o passo a passo.
4.Faça uma primeira leitura atenta e sem marcar nada.
Ao final dessa leitura, você precisa responder: a) É de
que Gênero Textual? b) O texto trata/fala do quê?;
5.Volte ao texto. Releia, fazendo marcações, a fim de
obter a resposta para a questão;

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6.Depois, vá para as alternativas.

Importante: Há questões que pedem para você voltar a


alguma linha do texto. Depois da primeira leitura atenta,
volte à linha/parte do texto que o item (questão) está
indicando, releia o fragmento, faça marcações nele.
Existem casos em que você precisa reler todo o texto.

MÃOS À OBRA!

Observemos as questões a seguir e vamos analisá-las:

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1. (CESPE/ASSISTENTE JUDICIÁRIO-PROGRAMADOR/TJ-AM/2019)

Com base nas ideias do texto CB3A1-I, julgue o item a


seguir.
A terceira onda renovatória restringe tipos de acesso à
justiça garantidos na segunda onda renovatória.
( ) CERTO ( ) ERRADO
COMENTÁRIOS: 30
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a)Questão de Gramática Normativa, ou de


Compreensão, ou de Interpretação? De Compreensão,
veja o comando: Com base nas ideias do texto;

b)Qual o Gênero Textual? Do que trata o texto? Gênero


Artigo, nesse caso, está utilizando o Tipo Textual
Expositivo. Então, já sabe que ele (o Gênero) apresenta
informações sobre um assunto, de forma objetiva, isto
é, não tenta convencer ninguém. O texto fala sobre o
acesso das pessoas ao Poder Judiciário;

c)A parte que diz sobre a terceira onda renovatória está


no 4º parágrafo. Opa! Lá afirma que a terceira onda
encorajou uma ampla variedade de reformas na
estrutura e na organização dos tribunais, o que
possibilitou a simplificação de procedimentos e,
consequentemente, do processo;

d)Logo, item ERRADO, pois a terceira onda renovatória


NÃO restringiu tipos de acesso à justiça garantida na
segunda onda renovatória, mas encorajou uma ampla
variedade de reformas na estrutura e na organização
dos tribunais.

31
32
2. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO-ANALISTA DE
SISTEMAS/ TJ-AM/2019)
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Tendo como referência as ideias do texto CB1A1-I,


julgue o item a seguir.
Infere-se do texto que Nick Szabo somente concretizou
sua proposta de contratos inteligentes em 2014.
( ) CERTO ( ) ERRADO
COMENTÁRIOS:
a)Questão de Gramática Normativa, ou de
Compreensão, ou de Intepretação? De Interpretação,
veja o comando: Infere-se do texto;

b)Qual o Gênero Textual? Do que trata o texto? Gênero


Artigo, nesse caso, está utilizando o Tipo Textual
Expositivo. Então, já sabe que ele (o Gênero) apresenta
informações sobre um assunto, de forma objetiva, isto
é, não tenta convencer ninguém. O texto fala sobre
como a internet pode ajudar na criação de contratos
inteligentes, evitando muitos problemas de
ambiguidade no meio judiciário;

c)A parte que diz sobre contratos inteligentes em 2014


está 4º parágrafo. Opa! Lá afirma que Szabo propôs
contratos inteligentes nos anos 90 do século passado.
Mas, durante muito tempo, a proposta ficou só na ideia.
Até que, em 2014, um jovem russo-canadense de 19
anos de idade, Vitalik Buterin, lançou a Ethereum, uma
legaltech que mantém registro compartilhar com a rede
bitcoin, mas tem linguagem de programação mais
sofisticada que permite a gravação de contratos
inteligentes; 33
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a) Item ERRADO, pois é possível concluir que a


proposta de Szabo só ficou na ideia mesmo, visto que,
em 2014, foi o jovem russo-canadense que teve a ideia
de contratos inteligentes e criou uma legaltech. A partir
desse jovem que os contratos inteligentes ganharam
espaço.Além disso, em nenhum momento fala sobre a
proposta de Szabo se concretizar.
Veja que questão interessante esta da FGV (dentro do
assunto “Noções de Compreensão e Interpretação
Textual”). É uma banca maliciosa, porque: a) usa
comandos um tanto diferentes e b) faz uma coisa
parecer outra:
3.FGV/ANALISTA DE ENGENHARIA CIVIL/ PREFEITURA
DE SALVADOR-BA/2019
“O Papa Francisco lamentou neste domingo que ‘os
poucos ricos’ aproveitam aquilo que ‘em justiça,
pertence a todos’. Ele afirmou que cristãos não podem
permanecer indiferentes ao crescimento de
preocupações com os explorados e os indigentes,
incluindo imigrantes.
O Papa chamou atenção para a causa dos idosos
abandonados e para ‘o grito de todos aqueles levados a
deixar suas casas e sua terra natal por um futuro
incerto’. Ele acrescentou: ‘é o grito de populações
inteiras, privadas inclusive de todos os recursos naturais
a sua disposição.’”
(Tribuna da Bahia, 19/11/2018)
34
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O discurso do Papa Francisco tem caráter


predominantemente
a)político-religioso
b)socioeconômico
c)político-social
d)religioso-social
e)religioso-econômico

COMENTÁRIOS:
a)Questão de Gramática Normativa, ou de
Compreensão, ou de Intepretação? De Compreensão,
veja o comando: tem caráter predominantemente,
isso é o mesmo que dizer: o texto é;

b)Qual o Gênero Textual? Do que trata o texto? Gênero


Discurso, nesse caso, está utilizando o Tipo Textual
Argumentativo. Então, já sabe que ele (o Gênero)
apresenta informações com o objetivo de convencer
alguém. O texto fala sobre a situação precária de
algumas pessoas;

c)O detalhe: Por ser o Papa falando, todos creem que é


um discurso religioso, mas não é. Embora cite os
cristãos, ele não faz apelo religioso nem usa elementos
sagrados para fazer isso. Ele fala de aspectos sociais
(social) e usa isso para convencer as pessoas em prol de
uma situação que se estende a todos (político); 35
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a) Logo, a alternativa correta é C (político-social);


b) Perceba que, nessa questão, precisou-se dominar
conceitos de Gênero Textual e Tipo Textual com o
propósito de analisá-la melhor.
1. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/ SESACRE/2019)
Leia com atenção um trecho de uma reportagem sobre
“Mães solo” para responder à questão a seguir.
(Adaptado)
É muito comum escutarmos por aí as pessoas utilizando
a expressão “mãe solteira” para se referir àquelas
mulheres que criam sozinhas os seus filhos. E por que
não é adequado utilizarmos essa expressão?
O termo “mãe solo” surgiu como uma forma de dar
enfoque ao compromisso assumido pela mãe em se
responsabilizar pelos cuidados da criança por ela gerada
ou adotada. Mas é importante entendermos a
maternidade como algo muito complexo, que se dá para
além do estado civil da mulher.
Se o pai não divide a criação com a mãe igualitariamente,
50 a 50% do tempo, ela ainda será considerada uma mãe
solo – mesmo que ele coloque seu nome na certidão do
filho(a), pague a pensão que deve e veja a criança
algumas vezes durante a semana. (...) Infelizmente ainda
existe uma cultura que viabiliza esse comportamento
masculino de isenção perante a paternidade, mas o
contrário parece impensável para as mulheres, que ainda
são alvo de críticas, caso não cumpram suas funções
maternas de maneira esperada. 36
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Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística), em 2005, 10,5 milhões de famílias
já eram compostas por mulheres sem cônjuge e com
filhos, sendo elas as principais responsáveis pela criação
dos mesmos. Nos últimos 10 anos, o número de “mães
solo” no Brasil aumentou em mais de um milhão. Ao
mesmo tempo, a taxa de fecundidade caiu de 2,38 filhos
por mulher para 1,9, em 2010. Esse decréscimo está
ligado ao aumento da escolaridade feminina, que teve
sua presença intensificada tanto no ensino médio como
nas universidades, superando os números masculinos
neste mesmo processo.

De acordo com o texto e com a Gramática Normativa


da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta.

a)O texto é um gênero em que predomina a sequência


tipológica injuntiva já que incentiva a compra de
contraceptivos que evitariam o aumento do número de
mães solo no Brasil.
b)A sequência textual predominante no texto acima é a
narrativa, pois explora detalhes e informações
caracterizando singularmente os raros casos de
maternidade solo no Brasil.
c)A reportagem pode ser lida como um texto informativo
que além de atualizar a nomenclatura sobre maternidade
solo, faz uso de dados numéricos que contextualizam a
realidade das mães no Brasil. 37
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a)O trecho é prioritariamente argumentativo ao defender


de modo enfático pontos de vista sobre a necessidade de
planejamento familiar para evitar assim que crianças
cresçam sem a presença do pai.

COMENTÁRIOS:
a)Questão de Gramática Normativa, ou de Compreensão,
ou de Intepretação? De Compreensão, veja o comando: de
acordo com o texto;
b)Qual o Gênero Textual? Do que trata o texto? Gênero
Reportagem, nesse caso, está utilizando o Tipo Textual
Expositivo. Então, já sabe que ele (o Gênero) apresenta
informações sobre um assunto, de forma objetiva, isto é,
não tenta convencer ninguém. O texto a questão da mãe
solo;
c)Logo, a alternativa correta é C, pois a reportagem fala
sobre o porquê não usar o termo mãe solteira e, sim, mãe
solo; além de abordar a realidade das mães no Brasil,
embasando com dados numéricos do IBGE.

1.(FCC/ TÉCNICO EM WEB DESIGN DA FAZENDA


MUNICIPAL/ SEMEF MANAUS/2019)

Os sons de antigamente
Conta-se na família que quando meu pai comprou nossa
casa em Cachoeiro do Itapemirim esse relógio já estava na
parede da sala e que o vendedor o deixou lá, porque
naquele tempo não ficava bem levar. 38
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Há poucos anos trouxe o relógio para minha casa em


Ipanema. Mais velho do que eu, não é de admirar que ele
tresande um pouco. Há uma corda para fazer andar os
ponteiros e outra para fazer bater as horas. A primeira é
forte, e faz o relógio se adiantar; de vez em quando alguém
me chama a atenção para isso. Eu digo que essa é a hora de
Cachoeiro. É comum o relógio marcar, digamos, duas e
meia, e bater solenemente nove horas.
Na verdade, essa defasagem não me aborrece nada: há muito
desanimei de querer as coisas deste mundo todas certinhas, e
prefiro deixar que o velho relógio badale a seu bel-prazer. Sua
batida é suave, como costumam ser as desses senhores
antigos; e esse som me carrega para as noites mais antigas da
infância. Às vezes tenho a ilusão de ouvir, no fundo, o
murmúrio distante e querido do meu Itapemirim.
Pois me satisfaz a batida desse velho relógio, que marcou a
morte de meu pai e, vinte anos depois, a de minha mãe; e
que eu morra às quatro e quarenta da manhã, com ele
marcando cinco e batendo onze, não faz mal nenhum; até é
capaz de me cair bem.
(Adaptado de BRAGA, Rubem. Casa dos Braga. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 115/117)
Ao tratar do velho relógio de família que está com ele,
o cronista considera
a)A afetividade que manteve com essa lucrativa herança
familiar, por conta do luxo que ela representa.
b)Um compartilhamento possível entre sua personalidade
humana e o comportamento irregular do relógio herdado.

39
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a)As diferenças irreparáveis que se estabeleceram entre o


funcionamento dos velhos relógios de corda e o dos
relógios modernos.
b)Sua nostalgia de um tempo em que as experiências
humanas não eram marcadas pela exatidão mecânica dos
relógios.
c)Sua aproximação cada vez mais afetiva com esse relógio,
devido ao apego crescente aos bons tempos que ele
soube marcar.
COMENTÁRIOS:
a)Questão de Gramática Normativa, ou de Compreensão,
ou de Intepretação? De Compreensão, veja o comando: o
cronista considera, isso é o mesmo que o autor do texto...;
b)Qual o Gênero Textual? Do que trata o texto? Gênero
Crônica, nesse caso, está utilizando os Tipos Textuais
Narrativo e Descritivo. Então, já sabe que ele (o Gênero)
narra uma história e faz a descrição de algo. O texto fala
sobre um relógio e a relação entre ele e o autor;
c)Logo, a alternativa correta é B, pois o texto atesta isso:
“(...) essa defasagem não me aborrece nada: há muito
desanimei de querer as coisas deste mundo todas
certinhas, e prefiro deixar que o velho relógio badale a seu
bel-prazer (...).”
Importante: Precisa-se ter muito cuidado com a FCC, ela
afirma algo que é idêntico ao texto, mas muda uma
palavra ou outra. Se você não estiver atento (a), marca a
alternativa incorreta. Releia as alternativas e confirme o
que estou falando. 40
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Referências:Banco de questões: https://www.qconcursos.com/


MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de Gêneros e
Compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Domínio dos mecanismos de Coesão Textual


Para este conteúdo fazer sentido na sua vida, é


necessário que você entenda estes conceitos: Coesão
Textual, Coerência Textual e Incoerência Textual.
A Coesão Textual é entendida como “o fenômeno que
diz respeito ao modo como os elementos linguísticos
presentes na superfície textual encontram-se
interligados, por meio de recursos também linguísticos,
formando sequências veiculadoras de sentido” (Koch,
1997, p.41).
Falando no “português claro”: a Coesão é a forma como
o texto se articula, isto é, como uma frase se liga à
outra, uma palavra à outra, um parágrafo a outro a fim
de que haja um sentido. Essa articulação acontece por
meio de elementos linguísticos como pronomes,
sinônimos, conjunções, homônimos, hiperônimos etc.
Veja este texto:
No livro “Ensaio Sobre a Cegueira”, o autor José
Saramago afirma que a “cegueira branca” representa a
raiva, o egoísmo, o medo e todos os outros sentimentos
que cegam o ser humano. Logo, o livre porte de armas
em uma sociedade incapaz de compreender o próximo
se torna perigoso. 41
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De acordo com o Ministério Público, o número de crimes


por motivos banais como brigas de trânsito, ciúmes,
vinganças ou conflitos entre vizinhos ultrapassa dos 80%
nos estados São Paulo e Santa Catarina. Sendo assim, com
esse distanciamento existente entre as pessoas nas
sociedades modernas, o porte de armas põe em risco a
vida de todos.
Outrossim, andar com uma arma torna o indivíduo mais
vulnerável, mesmo que ele tenha o preparo ideal, as
chances de se tornar uma vítima são grandes. É o caso de
um policial, em São Paulo, que estava à paisana, reagiu a
um assalto e foi baleado. Portanto, segundo uma pesquisa
do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), uma
pessoa armada corre o risco 56% maior de morrer que uma
pessoa desarmada.
Destarte, o Ministério da Educação tem que investir em
palestras de conscientização nas escolas, buscando debater
sobre as relações sociais e cultivar a tolerância, o respeito e
a empatia na sociedade.
(Texto de Laura Beatriz, minha ex-aluna de redação)
Vamos aos detalhes:
No primeiro parágrafo, há o logo: uma conjunção que
indica ideia de conclusão a respeito do que foi dito.
No segundo parágrafo, há o de acordo com: uma locução
prepositiva que equivale à conformidade a fim de trazer
um novo argumento e avançar na temática - “Porte de
Armas”. Ainda no mesmo parágrafo, há o sendo assim: uma
locução adverbial que indica ideia de conclusão a respeito
do que foi dito. Além disso, há o esse distanciamento: o
primeiro é um pronome 42
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demonstrativo, e o segundo é um substantivo (este


funciona como uma palavra-síntese) com o propósito de
retomar o que foi abordado para concluir que o porte de
armas põe em risco a vida de todos.
No terceiro parágrafo, há o outrossim: um advérbio de
modo que indica “do mesmo modo ou igualmente”. Veja
que, nesse contexto, ele traz ideia aditiva para introduzir
um novo argumento. Há também o ele: um pronome
pessoal de caso reto, o qual tem o intuito de retomar o
substantivo indivíduo. Ademais, há o que: um pronome
relativo que retoma o substantivo policial. Por fim, há o
portanto: uma conjunção que introduz ideia de conclusão.
No último parágrafo, há o destarte: uma conjunção que
introduz ideia de conclusão. Também, há a forma verbal
buscando (elipse), a qual retoma Ministério da Educação.
Perceba que esses elementos em destaque “costuram”
todo o texto. Assim, ele tem sentido e não fica “uma coisa
travada ou solta”. A esses elementos, dá-se o nome de
elementos coesivos; a essa “costura”, dá-se o nome de
Coesão Textual.
Quanto à Coerência Textual, leia estas duas definições:

"É a relação semântica que se estabelece entre as diversas


partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está
ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação
daquilo que se ouve ou lê.” (PESTANA, 2019, p. 910)

43
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“Diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à


superfície textual vêm a constituir, na mente dos
interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos.”
(KOCH, 1997, p.35)
A Coerência Textual está relacionada ao entendimento que
se pode ter do texto. Falando no “português claro”: quando
você lê o texto, você precisa entendê-lo.
No que tange à Incoerência Textual, leia isto:
“Texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou
ouvinte) não consegue descobrir qualquer continuidade de
sentido.” (KOCH, 1997, p. 32)
Falando no “português claro”: quando você lê o texto, você
não entende nada; ele parece algo ilógico.
Um “babado” aqui:
As bancas têm trabalhado com três aspectos: coesão
textual, coerência textual e sentido. Ah! Além da correção
gramatical. Por exemplo, a banca CESPE tem um
entendimento diferenciado a respeito deles.
Veja:
(CESPE/ANALISTA DE CIÊNCIA DE DADOS/SERPRO/2021)
A coerência e a correção gramatical do texto seriam
mantidas caso o período “Os pesticidas aparentam ser mais
eficientes a curto prazo, mas hoje é fato bastante
consolidado que estávamos o tempo todo olhando para os
nossos pés quando pensávamos em um futuro longínquo”
fosse reescrito da seguinte maneira: Mesmo que os
pesticidas pareçam mais eficientes a curto prazo, hoje é fato
bastante consolidado que estávamos o tempo todo olhando
para os nossos pés quando pensávamos em um futuro
longínquo. 44
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( ) CERTO ( ) ERRADO

Altera o sentido do texto, pois troca-se o MAS


(adversativo) por MESMO QUE (concessivo). Não se altera a
correção (regras gramaticais), já que há o ajuste do tempo e
modo verbal para concordar com a conjunção concessiva,
assim como a vírgula está bem empregada (há uma oração
subordinada adverbial concessiva deslocada). Não traz
prejuízo à coerência, visto que não há uma construção
ilógica/ sem pé nem cabeça. Como tudo foi devidamente
ajustado, deu certo.
Perceba que a banca Cespe entende o seguinte:
Correção Gramatical: respeito às regras da Gramática
Normativa.
Sentido: é o sentido que o texto dá (risos).
Coerência: é a lógica do texto.
E o que tem a ver isso, professora?
T-U-D-O!
Porque, na reescritura, pode haver a alteração de sentido,
mas não a incoerência textual, é o caso da questão.
Sendo assim, diante da banca CESPE, não confunda
sentido com coerência, pois a “pessoinha” diferencia as
coisas. N-Ã-O S-Ã-O AM-E-S-M-A C-O-I-S-A!
Agora que você já sabe os conceitos-base, voltemos à
Coesão Textual. Ela pode ocorrer por meio de duas formas:
1)Anáfora: é o processo utilizado para retomar algo já dito,
por exemplo: Milena estudou muito, mas ela não passou na
prova.
45
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Observe que o ELA (pronome pessoal de caso reto) retoma


um termo já dito: MILENA.
A esse elemento que retoma um termo já expresso, dá-se
o nome de elemento anafórico.
1)Catáfora: é o processo utilizado para introduzir o que
ainda será dito, por exemplo: Esta moça teve a coragem de
dizer-me isto: “Você é um professor ruim”.
Observe que o ISTO (pronome demonstrativo) adianta o
que ainda será dito: “Você é um professor ruim”.
A esse elemento que introduz o que ainda será dito, dá-se
o nome de elemento catafórico.

Sabendo disso, vamos entender os tipos de coesão e de


coerência.

Tipos de Coesão

1)Coesão Referencial: nela, utilizam-se as classes


gramaticais para recuperar os elementos dentro do texto.

Segundo Pestana (2019), existem algumas formas de ela


ocorrer:
a)Sinônimos:
A prova de português foi difícil, mas essa avaliação fez com
que eu colocasse toda a teoria em prática;
b)Hiperônimo-Hipônimo:
A professora chamou atenção de todos os alunos, porque
não fizeram as atividades, mas, como não queria prejudicá-
los, Milena passou recuperação. 46
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c)Antonomásia ou Perífrase:
Pelá está presente em nossas lembranças, afinal, o rei do
futebol, nos anos 90, jogou muito.
d)Metonímia:
Milena comeu dois pratos de comida, pois aquele feijão
estava muito bom.
e)Abreviação:
A Polícia Civil do Amazonas é um órgão com a
remuneração muito alta. Por isso, farei o concurso para a
PC-AM.
f)Repetição de parte do nome:
Milena Araújo Marães ingressou no curso de Psicologia da
Universidade Federal do Amazonas. Milena está amando o
curso.
g)Nominalização:
Ela começou a estudar português e está aprendendo
muito. O estudo fará com que ela “mate” as questões de
forma eficaz.
h)Palavra-síntese:
Júlia comprou joias, roupas, livros, perfumes e um novo
celular. Tudo isso a deixou feliz.
i)Elipse:
Os alunos da escola Guerreiros foram aprovados no
concurso público. No dia 20 de agosto, tomaram posse.

(Perceba que, para evitar repetição, o termo foi omitido,


porém é possível percebê-lo pela forma verbal “tomaram”.)

47
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j)Adjetivos:
“Relacionadas ao tabaco, dói imaginar que o Brasil tenha
gastado 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 para
tratar doenças- cerca de 20 bilhões de reais. (perceba que o
adjetivo “relacionadas” faz referência a doenças)” (PESTANA,
2019, p.912)
k)Artigos definidos:
É importante deixar claro: artigos indefinidos tornam a
ideia vaga ou genérica, artigos definidos tornam a ideia
individualizada ou específica.
Então, o que acontece:
Eu fui uma festa beneficente e lá havia várias meninas.
Sorte por eu conhecer a Fernanda.
Perceba que o artigo A dá a ideia de que Fernanda é
conhecida ou próxima de quem produz esse discurso.

Para você entender melhor, olhe isto:

(CESPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2021)


A coerência e os sentidos do texto seriam mantidos caso
fosse suprimido o artigo “os”, no trecho “desenvolveram-se
os vários campos de saber”, no último período do primeiro
parágrafo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Item errado, embora a coerência (lógica) permaneça, o
sentido muda, pois a retirada do artigo faz com que a ideia
fique vaga e genérica, podendo ser qualquer campo de
saber; com a inclusão do artigo, delimitam-se os campos,
tornando-os definidos ou específicos. 48
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l)Pronomes- pessoal, possessivo, indefinido, interrogativo,


demonstrativo e relativo:
Milena estudou muito, mas ela não passou na prova.
m)Numerais:
Juliana e Mateus são excelentes alunos. A primeira foi
aprovada na Polícia Rodoviária, e o segundo foi aprovado
na Polícia Federal.
n)Verbos Vicários- fazer e ser:
É necessário que você comece a estudar. Fazê-lo te trará
aprovação e, consequentemente, posse.
o)Advérbios:
Um lugar para passar as férias é Fernando de Noronha.
Lá, você pode fazer várias atividades turísticas.

2) Coesão Sequencial: nela, as conjunções, locuções


conjuntivas, preposições, locuções prepositivas e pronomes
relativos relacionam os períodos, os parágrafos e, por fim,
o próprio texto. Essas classes 1)gramaticais citadas
funcionam como os famosos conectivos. Eles servem para
que haja avanço na progressão textual e temática do texto.
Veja:
De acordo com o Ministério Público, o número de crimes
por motivos banais como brigas de trânsito, ciúmes,
vinganças ou conflitos entre vizinhos ultrapassa dos 80%
nos estados São Paulo e Santa Catarina. Sendo assim, com
esse distanciamento existente entre as pessoas nas
sociedades modernas, o porte de armas põe em risco a
vida de todos.
(Texto de Laura Beatriz, minha ex-aluna de redação)
49
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Perceba que de acordo com e sendo assim funcionam


como conectivos para que o texto avance. Volte à redação
completa da Laura e veja os demais conectores.

3)Coesão Recorrencial:
Umas das mais frequentes nas provas de concursos é a
paráfrase. É quando você usa outras palavras para dizer a
mesma ideia. Veja:

(IDECAN/INFORMÁTICA/IF-RR/2020)
Assinale a única alternativa em que a reescritura do trecho
fornecido permanece adequada ao que preceitua a norma
culta da língua portuguesa e com o mesmo sentido
presente no texto.
“Levei um choque, e sua fala me fez perceber que todos
enfrentamos turmas que colocam em xeque nossa
habilidade e experiência.” (l. 6-9)
a)Fiquei muito surpreso, sua fala me fez compreender que
todos nos deparamos com turmas que nos fazem
questionar nossa habilidade e experiência.
É a única alternativa que, na reescritura, mantêm a mesma
coesão e o mesmo sentido do trecho entre aspas. As
demais não.
b)Me assustei, e seu sentimento me fez notar que todos
enfrentamos turmas que nos fazem desconfiar da nossa
habilidade e experiência.
c)Levei um susto, mas sua fala me fez desconfiar que todos
somos colocados diante de turmas que nos levam a
perceber que não somos tão competentes quanto
50
pensávamos.
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d)Fiquei perplexo, mas sua fala me fez notar que todos


encaramos grupos que os fazem perceber o quanto somos
habilidosos e experientes.
e)Nossa habilidade e experiência é posta em cheque por
turmas que enfrentamos e sua fala foi onde, assustado,
percebi isso.

A Coerência Textual não se limita apenas à Coesão Textual.


Existem fatores que contribuem para isso. Consoante a
Bentes (2001), são eles:
a)Intertextualidade: ocorre, principalmente, quando há
defesa de um ponto de vista. Se você voltar à redação da
Laura, conseguirá perceber que ela traz vários textos (livro,
dados estatísticos e fato jornalístico) para embasar sua
tese. Tudo que ela trouxe tem a ver com o que foi
argumentado.
b)Informatividade: é o conhecimento de mundo que a
pessoa traz. Isso ajuda a entender determinado texto.
c)Intencionalidade: é o objetivo que o autor tem com
aquele texto. Ele vai pensar em formas para atingi-lo.
d)Situcionalidade: é a adequação do texto à situação de
comunicação. Por exemplo, se a pessoa irá ministrar uma
aula na Universidade Federal do Amazonas, precisará
adequar o seu discurso a esse contexto.

Tipos de Coerência Textual

2)Coerência de Registro: informal ou formal. Isso vai


depender da situação de comunicação.
51
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Veja os textos abaixo.


Informal:
Má:
Filhooootaaaaaaaaaaaaaaaaaa, vc desapareceu? Cadê seu
cel? dá notícias no cel, email, fax, carta... qualquer coisa, tá?
Bj
Roberto Oswaldo
(Português: ideias e linguagens, de Dileta Delmanto e Maria
da Conceição Castro, p. 49)
Formal:
Prezados Senhores:
Envio meu curriculum vitae, candidatando-me a um
eventual cargo de direção pedagógica que venha surgir em
sua instituição.
Havendo interesse da parte dos senhores, coloco-me à
inteira disposição para fornecer referências sobre meu
trabalho e para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente,
Roberto Oswaldo de Souza
(Português: ideias e linguagens, de Dileta Delmanto e Maria da Conceição Castro, p.
49)

2)Coerência Narrativa: ocorre quando um texto narrativo,


segundo Pestana (2019), apresenta harmonia e logicidade.
O leão e o Javali
Num dia muito quente, um leão e um javali chegaram
juntos a um poço. Estavam com muita sede e começaram a
discutir para ver quem beberia primeiro.

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Nenhum cedia a vez ao outro. Já iam atracar-se para


brigar, quando o leão olhou para cima e viu vários
urubus voando.
— Olhe lá! — disse o leão. — Aqueles urubus estão com
fome e esperam para ver qual de nós dois será
derrotado.
— Então, é melhor fazermos as pazes — respondeu o
javali. — Prefiro ser seu amigo a ser comida de urubus.

Perceba que a história tem início, meio e fim.

3)Coerência Argumentativa: ocorre quando um texto


dissertativo, segundo Pestana (2019), apresenta
harmonia e logicidade. Solicito duas coisas: volte ao PDF
ou à aula “Tipos Textuais e Compreensão e
Interpretação Textual” ou à redação da Laura para você
compreender a ideia de um texto dissertativo. Analise
com calma e veja como os argumentos apresentam
harmonia e logicidade em prol de uma temática.

4)Coerência Temporal: Segundo Pestana (2019, p.917),


“quando um texto, normalmente dissertativo e
narrativo, apresenta harmonia e logicidade temporal
entre as partes que o compõem, respeitando-se as leis
da sucessividade dos eventos”.

Perceba isso neste trecho: O trigo nasceu, cresceu,


espigou, amadureceu, colheu-se.

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As bancas dão uma atenção às questões de anáfora e


catáfora, mas a preocupação real delas, principalmente
na reescritura, é as coesões referencial e sequencial.

Extra: Continuidade Textual. É o avanço do texto. Para


isso, são acrescentadas novas informações que tenham
a ver com a temática abordada. Além disso, os
conectivos são importantes para “gerar” esse resultado.
Releia o texto de Laura e veja que há um avanço na
temática e no texto. Ademais, não contradição nem
repetição de ideias.
Agora, leia isto:
De acordo com o Ministério Público, o número de
crimes por motivos banais como brigas de trânsito,
ciúmes, vinganças ou conflitos entre vizinhos ultrapassa
dos 80% nos estados São Paulo e Santa Catarina. Sendo
assim, com esse distanciamento existente entre as
pessoas nas sociedades modernas, o porte de armas
põe em risco a vida de todos.
A lei que foi sancionada em 2018 e define como crime a
importunação sexual, ou seja, quem não obedecer a
legislação, terá de 1 ano a 5 anos de prisão.

Percebeu que os dois parágrafos não se conversam?


O que tem a ver importunação sexual e porte de
armas?
N-A-D-A!
Então, isso mostra uma descontinuidade textual.

54
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As bancas dão uma atenção às questões de anáfora e


catáfora, mas a preocupação real delas, principalmente na
reescritura, é as coesões referencial e sequencial.

Extra: Continuidade Textual. É o avanço do texto. Para isso,


são acrescentadas novas informações que tenham a ver
com a temática abordada. Além disso, os conectivos são
importantes para “gerar” esse resultado.
Releia o texto de Laura e veja que há um avanço na
temática e no texto. Ademais, não contradição nem
repetição de ideias.
Agora, leia isto:
De acordo com o Ministério Público, o número de crimes
por motivos banais como brigas de trânsito, ciúmes,
vinganças ou conflitos entre vizinhos ultrapassa dos 80%
nos estados São Paulo e Santa Catarina. Sendo assim, com
esse distanciamento existente entre as pessoas nas
sociedades modernas, o porte de armas põe em risco a
vida de todos.
A lei que foi sancionada em 2018 e define como crime a
importunação sexual, ou seja, quem não obedecer a
legislação, terá de 1 ano a 5 anos de prisão.

Percebeu que os dois parágrafos não se conversam?


O que tem a ver importunação sexual e porte de armas?
N-A-D-A!
Então, isso mostra uma descontinuidade textual.
Agora, vamos exercitar!
(IADES/DIPLOMATA/INSTITUTO RIO BRANCO/2021)
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SANT'ANNA, Sérgio. O concerto de João Gilberto no Rio


de Janeiro. Companhia das Letras, 2014.
1) Com base nos aspectos linguísticos e semânticos do
texto, julgue (C ou E) o item a seguir.
Na linha 34, o pronome “o” pode ter como referente
tanto o nome “homem” (linha 31) quanto o sintagma “o
itinerário” (linha 32); em ambos os casos, a coerência do
texto é preservada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: Item errado, pois a mulher, a viagem, a
estória e a História devem escolher o itinerário (o
escolham) em vez de serem escolhidas por ele.

(PREFEITURA DE ITAMBARACÁ/PROFESSOR DE
EDUCAÇÃO/ PREFEITURA DE ITAMBARACÁ /2020)

Leia o texto para responder a questão.

E se a 2ª Guerra Mundial não tivesse acontecido?


Sem a fundação da ONU e a invenção da bomba atômica
para evitar a eclosão de um conflito entre potências, o
mundo seria um lugar mais violento.
Por Fábio Marton
Para que a 2ª Guerra não tivesse acontecido, bastaria uma
traição. E nem seria a primeira: embora França e Reino
Unido fossem aliados da Tchecoslováquia no papel, não
reagiram quando Hitler começou a ocupação do país, em
1938. O estopim do conflito veio só em setembro de 1939,
quando as duas potências fizeram 57
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SANT'ANNA, Sérgio. O concerto de João Gilberto no Rio


de Janeiro. Companhia das Letras, 2014.
1) Com base nos aspectos linguísticos e semânticos do
texto, julgue (C ou E) o item a seguir.
Na linha 34, o pronome “o” pode ter como referente
tanto o nome “homem” (linha 31) quanto o sintagma “o
itinerário” (linha 32); em ambos os casos, a coerência do
texto é preservada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: Item errado, pois a mulher, a viagem, a
estória e a História devem escolher o itinerário (o
escolham) em vez de serem escolhidas por ele.

(PREFEITURA DE ITAMBARACÁ/PROFESSOR DE
EDUCAÇÃO/ PREFEITURA DE ITAMBARACÁ /2020)

Leia o texto para responder a questão.

E se a 2ª Guerra Mundial não tivesse acontecido?


Sem a fundação da ONU e a invenção da bomba atômica
para evitar a eclosão de um conflito entre potências, o
mundo seria um lugar mais violento.
Por Fábio Marton
Para que a 2ª Guerra não tivesse acontecido, bastaria uma
traição. E nem seria a primeira: embora França e Reino
Unido fossem aliados da Tchecoslováquia no papel, não
reagiram quando Hitler começou a ocupação do país, em
1938. O estopim do conflito veio só em setembro de 1939,
quando as duas potências fizeram 58
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valer sua aliança com a Polônia e declararam guerra à


Alemanha – mas não à União Soviética, que fechou com o
Führer para invadir seu quinhão de território polonês pelo
outro lado.
Hitler não tinha muito interesse em avançar rumo ao
Oeste: considerava os britânicos colegas arianos, possíveis
aliados. E não faltavam fãs de Hitler entre os anglo-saxões:
o parlamentar Edward Mosley, na Inglaterra, criou a União
Nacional dos Fascistas, e o herói nacional Charles
Lindenberg, nos EUA, usou sua fama como primeiro
aviador a cruzar o Atlântico para defender pautas de
extrema direita.
Ficaríamos, então, com uma guerra entre alemães e
soviéticos em 1941, quando Hitler rasgou o acordo
MolotovRibbentrop, de 1939, que permitiu a divisão da
Polônia. Quem venceria? Na vida real, a URSS aniquilou a
Alemanha pelo front leste e foi a principal responsável pela
vitória aliada.
A questão é que os soviéticos não teriam conseguido
sozinhos. Eles tiveram acesso a material bélico americano e
britânico, e os nazistas perderam força quando foram
obrigados a lutar em frentes múltiplas após a invasão da
Itália, em 1943, e o Dia D, em 1944. Além disso, os
japoneses deixaram os alemães em desvantagem sem
querer quando dedicaram todas as suas atenções ao
conflito contra os EUA no Pacífico em vez de invadir a URSS
pela Sibéria.
O ataque a Pearl Harbor é considerado pela maioria dos
historiadores um erro estratégico crasso – ao 59
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contrário do que os líderes japoneses cogitaram, os EUA


não pretendiam atacar o Japão. A opinião pública
americana se opunha à guerra, e se oporia ainda mais caso
França e Reino Unido tivessem permanecido neutros.
Outro erro estratégico foi a Alemanha apoiar o Japão
contra os EUA. Ela não era obrigada a fazê-lo, porque sua
aliança com o Japão era defensiva – se os japoneses
começassem a briga, era problema deles. Assim, a guerra
no Pacífico poderia ter se limitado a Japão vs. China e URSS.
Vamos supor, então, que esse conflito terminasse com a
Alemanha dominando o Leste Europeu, e o Japão no
comando de um amplo império na costa leste da Ásia (mas
sem tomar colônias britânicas, francesas, americanas e
holandesas, como fez na vida real). A URSS sobreviveria –
pequena e abalada, mas de pé.
[...]
Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/e-se-a-2a-
guerra-mundial-naotivesse-acontecido-2/

2)No quarto parágrafo, o pronome sublinhado retoma


a)os soviéticos.
b) os alemães.
c)os japoneses.
d) os americanos.

Comentário: A questão é que os soviéticos não teriam


conseguido sozinhos. Eles tiveram acesso (...).

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Esse pronome pessoal de caso reto (ELE) retoma apenas


SOVIÉTICOS. Logo, alternativa correta é A.

(SETA/ASSISTENTE TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA FERRAZ


DE VASCONCELOS-SP/2018)
Observe o trecho abaixo: “As associações são constituídas
pela união de pessoas que seorganizam para fins não
econômicos. Portanto, as associações _______________.
Possuem, porém, patrimônio, formado por contribuições
dos próprios associados e por eles administrado, sem que
isso a descaracterize. (...)”
3)A lacuna, inserida no 2º período do parágrafo, deve
ser preenchida por:
a)têm fins econômicos;
b)não têm fins lucrativos;
c)são instituições financeiras;
d)pertencem à união;
e)são instituições sociais econômicas.

Comentário: Perceba que a questão pede frase sinonímica.


Se elas se organizam para fins não econômicos, portanto
elas não têm fins lucrativos. Alternativa B é a correta.
(FGV/AGENTE E ESCRIVÃO/PC-RN/2021)
“Scotland Yard é o Departamento de Investigações
Criminais da Polícia Metropolitana de Londres. Seu nome
vem do nome da rua onde funcionou seu primeiro quartel
central e onde, por outro lado, localizou-se o palácio que
utilizavam os reis da Escócia
61
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quando visitavam a Inglaterra.” (Atrás das palavras, Charlie


Lopes)
4) A afirmação correta sobre um dos termos
sublinhados é:
a) Seu se refere à Polícia Metropolitana de Londres;
b) a primeira ocorrência de onde se refere à cidade de
Londres;
c) quartel não aparece citada anteriormente, mas se liga a
polícia;
d) a segunda ocorrência de onde se refere a primeiro
quartel central;
e) o relativo que tem por antecedente quartel central.

Comentários:
Perceba que SEU (pronome possessivo) retoma
Departamento de Investigações Criminais da Polícia
Metropolitana.
O primeiro ONDE (pronome relativo) retoma rua.
QUARTEL (substantivo) faz referência Scotland Yard (polícia)
.
O segundo ONDE (pronome relativo) também retoma rua.
QUE (pronome relativo) retoma palácio, e este é seu
antecedente.

Por isso, a única alternativa correta é C.

(FGV/AGENTE E ESCRIVÃO/PC-RN/2021)

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Um escritor americano é autor da seguinte frase: “Não


grite por socorro à noite. Pode acordar os vizinhos.”

5) Tal frase apresenta um problema textual, que é:


a)a falta de coerência;
Comentário: Correta, pois, se você precisa de socorro, você
vai gritar, independentemente se for de dia ou à noite.
Então, não tem coerência (lógica) o indivíduo não gritar
para evitar perturbação alheia.

b)a inadequação vocabular;


Comentário: Errada, pois todas as palavras estão
empregadas corretamente.

c)a pontuação equivocada.


Comentário: Errada; não há equívoco. Esse ponto (.) aí está
separando orações coordenadas assindéticas. De acordo
com as regras de pontuação, está certo isso.

d)a ausência de coesão;

Comentário: Errada, pois a falta de conectivos não traz


problemas à costura do texto. Há coesão, embora haja
incoerência.
Você pode dizer sobre essa alternativa: Professora, acredito
que deveria haver um conectivo aí, sim, como: pois, porque
etc.
- Ok. Concordo com você. De qualquer forma, a incoerência
continuaria. 63
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a)o desrespeito à norma culta.


Errada, pois as duas orações estão de acordo com as regras
gramaticais.
(INSTITUTO AOCP/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/PC-PA/2021)
Bauman: Para que a utopia renasça é preciso confiar no
potencial humano
Dennis de Oliveira
Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos
que mais têm produzido obras que refletem os tempos
contemporâneos. Nascido na Polônia em 1925, o sociólogo
tem um histórico de vida que passa pela ocupação nazista
durante a Segunda Guerra Mundial, pela ativa militância em
prol da construção do socialismo no seu país sob a direta
influência da extinta União Soviética e pela crise e
desmoronamento do regime socialista. Atualmente, vive na
Inglaterra, em tempo de grande mobilidade de populações
na Europa. Professor emérito de sociologia da Universidade
de Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade
líquida” para definir o presente, em vez do já batido termo
“pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um
qualificativo ideológico.
Bauman define modernidade líquida como um momento
em que a sociabilidade humana experimenta uma
transformação que pode ser sintetizada nos seguintes
processos: a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos,
em indivíduo em busca de afirmação no espaço social; a
passagem de estruturas de solidariedade

64
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coletiva para as de disputa e competição; o


enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às
intempéries da vida, gerando um permanente ambiente de
incerteza; a colocação da responsabilidade por eventuais
fracassos no plano individual; o fim da perspectiva do
planejamento a longo prazo; e o divórcio e a iminente
apartação total entre poder e política. A seguir, a íntegra da
entrevista concedida pelo sociólogo à revista CULT.
CULT – Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o
poder está fora da esfera da política e há uma decadência
da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso
como produto da crise das grandes narrativas,
particularmente após a queda dos regimes do Leste
Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um
resgate da utopia?
Zygmunt Bauman – Para que a utopia nasça, é preciso duas
condições. A primeira é a forte sensação (ainda que difusa e
inarticulada) de que o mundo não está funcionando
adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para
que se reajuste. A segunda condição é a existência de uma
confiança no potencial humano à altura da tarefa de
reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos,
podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a
racionalidade capaz de perceber o que está errado com o
mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os
pontos problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-
los. Em suma, potencializar a força do mundo para o

65
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atendimento das necessidades humanas existentes ou que


possam vir a existir.
Adaptado de:
https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-zygmunt-
bauman/>. Acesso em: 14 jan. 2021.

6)Quanto aos mecanismos de coesão textual


empregados no último parágrafo do texto, assinale a
alternativa correta.

a) A utilização das expressões “a primeira” e “a segunda”,


no início do segundo e do terceiro período,
respectivamente, sinaliza que tais períodos apresentam
uma ordenação lógica, não podendo ser invertidos.
Comentário: Alternativa correta. Perceba que a primeira
condição é de que o ser humano sente que há algo errado e
precisa rever seus fundamentos. Depois, crê-se que há uma
condição em que o indivíduo pode reformar o mundo. Se
mudar essa ordem, a coerência ficará comprometida. Por
isso, não podem ser invertidos.
b) A expressão “em suma” é utilizada para adicionar um
novo argumento ao parágrafo, podendo ser substituída por
“além disso”.
Comentário: Errada, pois em suma indica em resumo e não
pode ser substituída por além disso, que indica acréscimo.
c) Em “[...] quais são os pontos problemáticos, e ter força e
coragem para extirpá-los [...]”, o pronome átono retoma a
expressão em destaque, podendo ser substituído
adequadamente por “eles”. 66
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Errada por dois motivos:


1)O ELE não pode ser colocado sozinho como complemento
verbal. Para ele ser complemento verbal, precisa estar
regido por preposição: Falei a ele;
2)EXTIRPAR é verbo transitivo direto. Logo, exige um objeto
direto. ELES “não entra aí de jeito nenhum”.

a)Em “[...] a crença de que ‘nós, seres humanos, podemos


fazê-lo’, crença esta articulada com a racionalidade [...]”, o
pronome em destaque poderia ser substituído por “a qual”,
sem que isso causasse prejuízo sintático ou semântico ao
período.
Comentário: Errada. Olhe só: (...) crença a qual articulada (...)
- quebra toda a sintaxe, a coesão e a semântica do texto.
b) Em “[...] o mundo não está funcionando adequadamente
e deve ter seus fundamentos revistos [...]”, a elipse do
sujeito de “deve ter” causa ambiguidade ao excerto.
Comentário: Errada, a conjunção “e” indica duas situações
no mundo: não está funcionando adequadamente E deve
ter seus fundamentos revistos. A elipse não causa duplo
sentido.
Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. São Paulo: Saraiva, 2017.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2019.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
KOCH, I. G. V. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo: Contexto, 1997.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José
Olympio, 2019.
67
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MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina. Introdução à Linguística:


domínios e fronteiras, v.1. São Paulo: Cortez, 2001.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. São Paulo: Método,
2019.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
É importante deixar claro: Acentuação Gráfica não se limita
a um amontoado de regras a serem decoradas, mas sim ao
entendimento do processo fonético-fonológico da Língua
Portuguesa. Como assim?
Para você entender o porquê, por exemplo, de a palavra
MATEMÁTICA ser acentuada graficamente, é necessário
compreender que, na hora de pronunciá-la, o som do MÁ
sai com mais força do que o som das demais sílabas; depois,
ao fazer a contagem das sílabas, perceber-se-á que ela (MÁ)
é a antepenúltima sílaba, o que a faz receber o nome de
proparoxítona, e toda proparoxítona, segundo as regras de
Acentuação Gráfica, é acentuada. Veja: para chegar à regra
de Acentuação Gráfica, foi indispensável o entendimento do
processo fonético-fonológico da língua.

Resumindo: Quer dominar esse assunto? Estude a


Fonética e Fonologia da Língua Portuguesa.

“Comecemos do começo (risos)!”

Afinal, o que são Fonética e Fonologia?


Segundo Bechara (2019), a Fonética está preocupada com o
modo que o aparelho fonador articula cada som da língua;
enquanto a Fonologia preocupa-se com o fonema (e as
variantes dele) e o impacto que a troca 68
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de um fonema pelo outro traz na significação da palavra.


Exemplo: bata não é a mesma coisa que lata.
Diante disso, é imprescindível entender também: fonema
não é letra e vice-versa, embora recorremos à letra (ou
grafema) para representar o fonema. Como assim?
Observe: MASSA. Você pronuncia MA/SSA ou MAS/SA?
Esses dois S são pronunciados como 1 único som; são
duas letras representando 1 único som (fonema). Fazendo
a contagem: 5 letras; 4 fonemas. Percebeu que letra e
fonema não são a mesma coisa? Mas perceba também que
recorremos à letra (ou grafema) para representar o fonema
/s/.

Sabendo disso, avancemos!

A Língua Portuguesa é composta de consoantes e de


vogais, essa última abre espaço para as semivogais. Unem-
se a fim de formar uma sequência sonora, resultando em
sílabas e, consequentemente, em palavras.

Afinal, o que são consoantes?


Segundo o gramático Nílson Teixeira (2017), as consoantes
são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela
corrente de ar vinda dos pulmões. São assilábicos, porque
não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal. Eu,
Milena, costumo resumir essa ideia assim: são fonemas
que têm um impedimento na hora e pronunciá-los. Faça o
teste: pronuncie F, V, D, B; analise a sua boca e examine a
forma como são pronunciados. Além disso, sem a vogal, 69
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não produzem sentido algum, por isso assilábicos.

Afinal, o que são vogais?


De acordo com o mesmo gramático, são fonemas que
fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a
corrente de ar vinda dos pulmões não encontra
obstáculos. São fonemas silábicos. Eu, Milena, costumo
resumir essa ideia assim: são fonemas que não têm um
impedimento na hora de pronunciá-los. Faça o teste:
pronuncie A, E, U; analise a forma como são
pronunciados. Além disso, quando unidos às
consoantes, produzem algum sentido. Só é colocar as
vogais entre as consoantes e veja o milagre acontecer.
Por isso, são a base da sílaba.

FC- Qual é essa palavra?


Não, não é abreviação de nada. Então, descobriu qual é
a palavra?
São apenas duas consoantes.
Agora, coloquemos vogais:
FACA. Então, viu o milagre acontecer?
Pois é, só testando a teoria mesmo (risos).
Afinal, o que são semivogais?
São fonemas /y/ (representado pela letra i) e /w/
(representado pela letra u), aparecem quando formam
sílabas com uma vogal. Eu, Milena, costumo resumir essa

70
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ideia assim: são fonemas que, embora não tenham


impedimento na hora de pronunciá-los, possuem o som
mais fraco que a vogal.
Dentro desse conceito, é importante que você compreenda
que, embora haja essa mistura de vogais e de consoantes,
em alguns momentos, por motivos da própria natureza da
língua, há encontro de consoante com consoante e há
encontro de vogal com vogal ou semivogal. Ao primeiro dá-
se o nome de Encontro Consonantal; ao segundo, dá-se o
nome de Encontro Vocálico.

Encontro Consonantal
Encontro de duas ou mais consoantes num mesmo
vocábulo. Classificam-se em:
a) Perfeito: são inseparáveis, ou seja, agrupam-se na
mesma sílaba: pra-ga, bra-sa, te-tra.
b) Imperfeito: são separáveis, ou seja, aparecem em sílabas
distintas: rit-mo, pac-to, af-ta.

Encontro Vocálico
É o encontro de fonemas vocálicos na mesma palavra, só
que, na divisão silábica, podem ficar na mesma sílaba ou em
sílabas separadas. Classificam-se em:
a) Ditongo: É a sequência da semivogal e vogal, ou vice-
versa, na mesma sílaba.
De acordo com a posição desses fonemas, o ditongo pode
ser:
1) Crescente- a semivogal figura antes da vogal: sé-rie,
71
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gló-ria, vá-cuo. Perceba que o som começa fraco e,


depois, finaliza forte.
2) Decrescente- a semivogal figura depois da vogal: lei-te,
au-to, boi. Aqui, é o contrário, perceba que o som
começa forte e, depois, finaliza fraco.
Quanto à sonoridade, ou seja, quanto à saída do som (só
pela boca ou pelo nariz e boca juntos), o ditongo pode
ser:
1) Oral- A corrente de ar passa apenas pela cavidade
bucal: rei, má-goa, ou-ro.
2) Nasal- a corrente de ar se divide entre a cavidade
bucal e as fossas nasais: mui-to, mãe, dis-põe, a-mam [ã-
maw].

b) Tritongo: É a sequência de semivogal, vogal e outra


semivogal na mesma sílaba.
Quanto à sonoridade, ou seja, quanto à saída do som
(só pela boca ou pelo nariz e boca juntos), o tritongo
pode ser:
1) Oral- A corrente de ar passa apenas pela cavidade
bucal: Pa-ra-guai, a-ve-ri-guei.
2) Nasal- A corrente de ar se divide entre a cavidade
bucal e as fossas nasais: sa-guão, en-xá-guem [en-xá-
guey].

c) Hiato: caracteriza-se pela sequência de duas vogais


pronunciadas em sílabas separadas. Exemplos: ra-iz, sa-
ú-va, po-e-ta. 72
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Dígrafo
São duas letras que representam apenas um fonema, isto é,
na hora de pronunciá-las (letras), o som é apenas um.
Classificam-se em:
1) Consonantal: ch, lh, nh, sc, sç, xc, xs, rr, ss, qu, gu.
Exemplos: cachorro, colher, ninho, nascimento, nasça,
exceção, passeio, quintal, guitarra, esxudar.
2) Nasal: am ou an, em ou en, im ou in, om ou on, um ou
un. Exemplos: acampamento, temporada, entrada,
impostor, introvertido, ombro, onça, tumba, tunda.

Desdobramentos
Primeiro desdobramento: em AMA, por exemplo, não há
dígrafo, apesar de haver um AM. Por quê?
Porque o M constitui sílaba com o A que vem depois e não
com o que vem antes (A-MA).
Se você prestar bastante atenção, “pegará este toque”: os
dígrafos nasais só acontecem quando há uma consoante em
seguida e não uma vogal: AMA/TAMPA.
Segundo desdobramento: em ONTEM, por exemplo, há
dígrafo em ON, porém não há dígrafo em EM, pois ele é
pronunciado assim [õtey] - como ditongo.
Essas análises minuciosas são imprescindíveis para não
generalizar o conceito.

SÍLABA
É o conjunto de fonemas emitidos num só impulso (BA-BE-
BI-BO-BU). O seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela
não pode haver sílaba.
73
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Antes de prosseguirmos, é imprescindível que você


compreenda isto:
Sílaba tônica: é a sílaba forte.
Sílaba átona: não é a sílaba forte.
Observe:
Em PA-RE-DE, o RE é a sílaba tônica, as demais são a sílaba
átona.

Isso é base para entender: um monossílabo tônico e um


monossílabo átono:
Monossílabo tônico: são fortes e produzem sentido: há, fé,
mão.
Monossílabo átono: não são fortes e não produzem
sentido: a, de, em.

A depender de quantas sílabas há na palavra, classificam-se


assim:
a) Monossílabas: palavra constituída por 1 sílaba apenas –
fé, mãe.
b) Dissílabas: palavra constituída por 2 sílabas apenas –
casa, café.
c) Trissílabas: palavra constituída por 3 sílabas apenas-
verdade, parede.
d) Polissílabas: palavra constituída por 4 sílabas ou mais-
matemática, sociedade.
Quanto à posição da sílaba tônica, classificam-se assim:
a) Oxítonas: a última sílaba é a forte- café, parabéns.
b) Paroxítonas: a penúltima sílaba é a forte- série, parede.

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c) Proparoxítonas: a antepenúltima sílaba é a forte-


matemática, lâmpada.
Agora, sim, as regras (as quais, acredito, são mais
importantes) de ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

Quebrando uma ideia cristalizada por aí:

• TIL (~) NÃOOOO é acento! É apenas uma marcação


gráfica que indica que o som é nasal: BÊNÇÃO/ MÃO/
ÓRGÃO/ ÓRFÃO.

•Há três tipos de acento: agudo (´), circunflexo (^) e grave


(`):
a) O primeiro serve para indicar que o som é aberto;
b) O segundo serve para indicar que o som é fechado;
c) O terceiro serve para indicar que houve uma fusão de
dois A. Ele aparece nos assuntos de regências nominal e
verbal.
Simboraaaa!

São acentuados graficamente:


• Monossílabos tônicos terminados em A, E, O (seguidos
ou não de S) – pá, fé, pé, pó, tô;
• Hiatos: I e U tônicos que formam hiato - seguidos de S
ou sozinhos –saúde, juízo, saída, saúdo, egoísmo. Se
seguidos de NH, não recebem acento - rainha;
Jogo uma “brasa” no seu colo, pense aí: por que, em JUIZ e
RUIM, os hiatos não são acentuados graficamente?
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Desdobramentos:
Existem hiatos que são acentuados não por serem hiatos
tônicos, mas por serem outra coisa (risos). Veja:
Po-é-ti-co – é acentuado não por ser hiato tônico, mas por
ser uma proparoxítona;
Bo-ê-mio - é acentuado não por ser hiato tônico, mas por
ser uma paroxítona terminada em ditongo oral;
Já-ó - é acentuado não por ser hiato tônio, mas por ser uma
oxítona terminada em O.

Sendo assim, meu conselho é: “Tenha cuidado na hora das


análises para não generalizar o conceito!”
• Todas as proparoxítonas (ANTEPENÚLTIMA) - lâmpada,
matemática, pêssego;
• As oxítonas (ÚLTIMA) terminadas em A, E, O
(acompanhadas ou não de S), EM, ENS - sofá (s), jacaré (s),
paletó (s), ninguém, parabéns;
• As oxítonas (ÚLTIMA) terminadas em ditongos abertos
ÉU (s), ÉI (s), ÓI (s), acompanhados ou não de S - anéis,
papéis, troféu (s), herói, constrói;
• As paroxítonas terminadas em L, N, R, PS, X, US, I, IS, OM,
ONS, UM, UNS, Ã(S), ÃO(S), ditongos orais (seguidos ou não
de S): fácil, pólen, cadáver, bíceps, tórax, vírus, júri, lápis,
iândom, íons, álbum, álbuns, órfã, órfãs, órfão, órfãos.
Lembrando que til (~) não é acento, é apenas uma marcação
gráfica que indica nasalização;
• As formas verbais TER e VIR conjugadas na terceira
pessoa do plural no presente do indicativo - Ele/Ela tem
picolé para vender. Eles/Elas têm picolé para vender. Ele/Ela
vem sempre aqui. Eles/Elas vêm sempre aqui; 76
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• As formas verbais derivadas de TER e VIR. Detalhe: se


conjugadas na terceira pessoa do singular no presente do
indicativo, é com acento agudo - Ele/Ela provém a casa.
Agora, se conjugadas na terceira pessoa do plural no
presente do indicativo, é com acento circunflexo: Eles/Elas
provêm a casa;
• O verbo PÔR, pois precisa ser diferenciado da
preposição POR - Ele vai pôr chocolate na vasilha (verbo)./
Ele espera por você no carro (preposição);
• O verbo PODER: se conjugado no passado, é acentuado
com o acento circunflexo, pois precisa se diferenciar da
forma conjugada no presente- Como ela pôde me trair
assim (passado)? / Ela pode fazer esse exercício, sim
(presente).
Não são acentuados graficamente:
Ditongos abertos OI e EI em paroxítonas (PENÚLTIMA)-
assembleia, jiboia, joia, plateia, paranoico, heroico;
O I e U tônicos, das paroxítonas, que vierem depois de
ditongo: feiura, Sauipe;
·Os encontros vocálicos EE e OO – creem, leem, voo, enjoo,
perdoo;
·Os homógrafos para (verbo) e para (preposição); pelo
(verbo pelar), pelo (substantivo) e pelo (preposição); pera
(substantivo) e pera (preposição); polo (substantivo) e polo
(preposição arcaica).

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O trema
Não é mais empregado nas palavras portuguesas ou
aportuguesadas.
Era empregado na letra U, a qual é pronunciada, nas
sílabas gue, gui, que, qui.
Hoje, grafa-se assim: cinquenta, aguentar, linguiça,
tranquilamente.
Segundo Bechara (2019), o trema ocorre em palavras
derivadas de nomes próprios estrangeiros que o
possuem: Hübneriano, de Hübner.
Mãos à obra!
1) (CESPE/ ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/
PGE-PE/2019)

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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto


precedente, julgue o item que se segue.
O emprego de acento agudo nas palavras “juízo”,
“extraídos” e “período” justifica-se pela mesma regra de
acentuação gráfica.
( ) CERTO () ERRADO
Item errado. Veja:
As palavras juízo e extraídos recebem acento, porque há
hiato e o I é tônico (sozinho)- ju-Í-zo/ ex-tra-Í-dos. Agora, a
palavra período não segue a mesma regra; ela recebe
acento, apesar de haver hiato, porque é uma proparoxítona
– pe-RÍ-o-do.
2) (FGV/ANALISTA LEGISLATIVO/ALO-RO/2018)

Assinale a opção que apresenta a frase em que a forma


verbal sublinhada está corretamente acentuada.

a) “Nas grandes coisas, os homens se mostram como lhes


convém se mostrar; nas pequenas mostram-se como são”.
Essa alternativa é um pouco complicada de entender (risos),
mas é a correta. Vamos lá!
Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de CONVIR,
recebem o acento agudo (´) quando conjugados no singular
e o acento circunflexo (^) quando conjugados no plural.
Então, CONVÉM está acentuado de forma incorreta, pois a
construção é assim: Os homens se mostram como o SE
MOSTRAR lhes convém. Isso seria o mesmo que dizer: Os
homens se mostram como O MOSTRAR lhes convém ou Os
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homens se mostram como ISSO (substituindo e


retomando o MOSTRAR para que não seja repetido) lhes
convém. Sendo um sujeito oracional ou não, é singular,
logo o verbo concorda com tal: CONVÉM.
A FGV ama colocar questões como essa, as quais
complicam nossa vida (risos).

b) “Dêem-nos as coisas supérfluas da vida e


dispensaremos o necessário”.
O encontro vocálico EE não é mais acentuado. Logo, não
está corretamente acentuada graficamente.

c) O envelhecimento ocorre apenas dos 25 aos 30 anos.


O que se obtêm até esse momento é o que se
conservará para sempre”.

Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de OBTER,


recebem o acento agudo (´) quando conjugados no
singular e o acento circunflexo (^) quando conjugados no
plural. Então, OBTÊM está acentuado de forma incorreta,
pois O QUE SE é singular, portanto o verbo deveria
concordar com tal: OBTÉM.

d) “Quase todos os jovens mantém a própria opinião


em situações polêmicas”.
Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de MANTER,
recebem o acento agudo (´) quando conjugados no
singular e o acento circunflexo (^) quando

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conjugados no plural. Então, MANTÉM está acentuado de


forma incorreta, pois OS JOVENS é plural. Sendo assim, o
verbo deveria concordar com tal: MANTÊM.

e) “O velho detêm a sabedoria de gerações”.


Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de DETER, recebem
o acento agudo (´) quando conjugados no singular e o
acento circunflexo (^) quando conjugados no plural. Então,
DETÊM está acentuado de forma incorreta, pois O VELHO é
singular. Dessa forma, o verbo deveria concordar com tal:
DETÉM.

1) (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TC-


DF/2021)

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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto


precedente, julgue o item que se segue.
O emprego de acento agudo nas palavras “juízo”,
“extraídos” e “período” justifica-se pela mesma regra de
acentuação gráfica.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Item errado. Veja:
As palavras juízo e extraídos recebem acento, porque há
hiato e o I é tônico (sozinho)- ju-Í-zo/ ex-tra-Í-dos. Agora, a
palavra período não segue a mesma regra; ela recebe
acento, apesar de haver hiato, porque é uma proparoxítona
– pe-RÍ-o-do.

2) (FGV/ANALISTA LEGISLATIVO/ALO-RO/2018)
Assinale a opção que apresenta a frase em que a forma
verbal sublinhada está corretamente acentuada.

a) “Nas grandes coisas, os homens se mostram como lhes


convém se mostrar; nas pequenas mostram-se como são”.
Essa alternativa é um pouco complicada de entender (risos),
mas é a correta. Vamos lá!
Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de CONVIR,
recebem o acento agudo (´) quando conjugados no singular
e o acento circunflexo (^) quando conjugados no plural.
Então, CONVÉM está acentuado de forma incorreta, pois a
construção é assim: Os homens se mostram como o SE
MOSTRAR lhes convém. Isso seria o mesmo que dizer: Os
homens se mostram como O MOSTRAR lhes convém ou Os
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homens se mostram como ISSO (substituindo e retomando


o MOSTRAR para que não seja repetido) lhes convém.
Sendo um sujeito oracional ou não, é singular, logo o verbo
concorda com tal: CONVÉM.
A FGV ama colocar questões como essa, as quais
complicam nossa vida (risos).
b) “Dêem-nos as coisas supérfluas da vida e
dispensaremos o necessário”.
O encontro vocálico EE não é mais acentuado. Logo, não
está corretamente acentuada graficamente.

c) O envelhecimento ocorre apenas dos 25 aos 30 anos. O


que se obtêm até esse momento é o que se conservará
para sempre”.

Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de OBTER,


recebem o acento agudo (´) quando conjugados no
singular e o acento circunflexo (^) quando conjugados no
plural. Então, OBTÊM está acentuado de forma incorreta,
pois O QUE SE é singular, portanto o verbo deveria
concordar com tal: OBTÉM.
d) “Quase todos os jovens mantém a própria opinião em
situações polêmicas”.
Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de MANTER,
recebem o acento agudo (´) quando conjugados no
singular e o acento circunflexo (^) quando

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conjugados no plural. Então, MANTÉM está acentuado de


forma incorreta, pois OS JOVENS é plural. Sendo assim, o
verbo deveria concordar com tal: MANTÊM.

e) “O velho detêm a sabedoria de gerações”.


Verbos derivados do TER E VIR, é o caso de DETER, recebem
o acento agudo (´) quando conjugados no singular e o
acento circunflexo (^) quando conjugados no plural. Então,
DETÊM está acentuado de forma incorreta, pois O VELHO é
singular. Dessa forma, o verbo deveria concordar com tal:
DETÉM.

3) (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TC-


DF/2021)

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Ana Célia Baía Araújo e Zoraide Souza Pessoa. O desafio das cidades sustentáveis: prós
e contras de uma proposta para o desenvolvimento urbano. Internet:
<http://:anpur.org.br> (com adaptações).
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Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do


texto CB1A2, julgue os próximos itens.
A forma verbal “vêm” (l.6) é acentuada devido à
concordância que estabelece com o termo “o planejamento
urbano e a gestão das cidades e áreas metropolitanas” (l. 4 a
6).

( ) CERTO ( ) ERRADO

Item certo. Observe: há dois sujeitos nessa oração: o


planejamento urbano e a gestão das cidades e áreas
metropolitanas; é o mesmo que substituir por “eles vêm”. O
verbo VIR, conjugado na 3ª pessoa do plural no presente do
indicativo, é acentuado.

4)(IBFC/PSICÓLOGO/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL-


AC/2019)
Leia atentamente o texto acima e, de acordo com a
Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as
afirmativas e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

(V) Na expressão “Muito cedo se aprende”, é correto dizer


que há dois advérbios: um se liga ao verbo “aprender”,
modificando-o e outro se liga ao advérbio “cedo”,
intensificando-lhe o sentido.
Apesar de não ser uma questão sobre Acentuação Gráfica,
vamos lá: verdadeira, pois MUITO E CEDO são os dois
advérbios; MUITO modifica CEDO, e CEDO modifica o verbo
APRENDER. 86
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Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do


texto CB1A2, julgue os próximos itens.
A forma verbal “vêm” (l.6) é acentuada devido à
concordância que estabelece com o termo “o planejamento
urbano e a gestão das cidades e áreas metropolitanas” (l. 4 a
6).

( ) CERTO ( ) ERRADO

Item certo. Observe: há dois sujeitos nessa oração: o


planejamento urbano e a gestão das cidades e áreas
metropolitanas; é o mesmo que substituir por “eles vêm”. O
verbo VIR, conjugado na 3ª pessoa do plural no presente do
indicativo, é acentuado.

4)(IBFC/PSICÓLOGO/PREFEITURA DE CRUZEIRO DO SUL-


AC/2019)
Leia atentamente o texto acima e, de acordo com a
Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as
afirmativas e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

(V) Na expressão “Muito cedo se aprende”, é correto dizer


que há dois advérbios: um se liga ao verbo “aprender”,
modificando-o e outro se liga ao advérbio “cedo”,
intensificando-lhe o sentido.
Apesar de não ser uma questão sobre Acentuação Gráfica,
vamos lá: verdadeira, pois MUITO E CEDO são os dois
advérbios; MUITO modifica CEDO, e CEDO modifica o verbo
APRENDER. 87
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(F) Se, no trecho “associado à feminilidade”, substituíssemos


a palavra “feminilidade” pela palavra “masculinidade”, esse
trecho deveria ser reescrito como “associado a
masculinidade”, sem o acento grave, indicador de crase, já
que se trata de palavra masculina.
Apesar de não haver um estudo sobre CRASE neste
assunto, vamos lá: falsa, pois MASCULINIDADE é um
substantivo feminino, o que o faz ser acompanhado do
artigo A: A MASCULINIDADE. Voltando à afirmativa:
associado A + A MASCULINIDADE = associado à
masculinidade. Portanto, deveria ter o acento grave,
indicador do processo de crase aí.
(F) O uso do acento gráfico no trecho “Os homens têm
dificuldade” justifica-se pela mesma razão do que o uso na
palavra “também”, ou seja, são oxítonas terminadas em
“em”.
Falsa, pois TAMBÉM segue a regra das oxítonas terminadas
em EM, enquanto TÊM segue a regra dos verbos TER E VIR
conjugados na 3ª pessoa do plural no presente do
indicativo.
(V) No trecho “geral, isso se dá por meio da violência”, a
palavra destacada é um pronome demonstrativo que tem
função anafórica, já que retoma uma ideia já enunciada no
texto.
Apesar de não haver um estudo sobre PRONOME
DEMONSTRATIVO e a FUNÇÃO ANAFÓRICA neste assunto,
vamos lá: verdadeira, pois, se observar o texto, ISSO retoma
o que já foi dito. Portanto, uma função anafórica.
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Assinale a alternativa que apresenta a sequência


correta de cima para baixo.
a)V, F, F, V (A alternativa correta)
b)F, V, V, V
c)V, V, V, F
d)F, F, F, F

5) (AOCP/ PROFESSOR DE GEOGRAFIA/ SEECT-PB/2019)


Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
acentuadas de acordo com a mesma norma gramatical.
a) Propósito – concentração – próprias
Não é a correta. Por quê?
·PRO-PÓ-SI-TO segue a regra das proparoxítonas;
·CON-CEN-TRA-ÇÃO apresenta ÇÃO como a sílaba tônica.
Segundo as regras de acentuação, oxítona terminada em ÃO
não leva acento. Lembro a você que til não é acento, é
apenas uma marcação para indicar que a sílaba é
nasalizada;
·PRÓ-PRIAS segue a regra das paroxítonas terminadas em
ditongo (seguido de S).
Sendo assim, as três não seguem a mesma norma
gramatical de acentuação gráfica.
b) Indivíduo – cenário – propício
IN-DI-VÍ-DUO/CE-NÁ-RIO/PRO-PÍ-CIO
As três seguem a mesma norma gramatical de acentuação
gráfica: paroxítona terminada em ditongo. Logo, é
alternativa correta.

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a) Resiliência – pedagógicos – possível


·RE-SI-LI-ÊN-CIA segue a regra das paroxítonas terminadas
em ditongo (seguido de S);
·PE-DA-GÓ-GI-COS segue a regra das proparoxítonas;
·POS-SÍ-VEL segue a regra das paroxítonas terminadas em L.
Sendo assim, as três não seguem a mesma norma
gramatical de acentuação gráfica.

b) Momentâneo – trás – além


·MO-MEN-TÂ-NEO segue a regra das paroxítonas
terminadas em ditongo;
·TRÁS segue a regra dos monossílabos tônicos terminados
em A seguido de S.
·A-LÉM segue a regras das oxítonas terminadas em EM.
Sendo assim, as três não seguem a mesma norma
gramatical de acentuação gráfica.
Observação: Estude as proparoxítonas aparentes. A
depender da banca, haverá uma visão a respeito de certa
palavra, podendo ser paroxítona ou proparoxítona
aparente. Então, já fique por dentro.

Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. São Paulo: Saraiva, 2017.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2019.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio
de Janeiro: Lexikon, 2016.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:José
Olympio, 2019.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. São Paulo: Método, 2019.

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Conjunções e suas particularidades


Segundo Bechara (edição de 2019): “a língua possui
unidades que têm por missão reunir orações num mesmo
enunciado”. Essas unidades, que farão esse processo, são as
conjunções. Elas classificam-se em: coordenativas e
subordinativas.
Gosto da definição do professor Fernando Pestana (edição
2019) a respeito das coordenativas e subordinativas. Segue:
“As coordenadas servem para ligar, em princípio, orações ou
termos sintaticamente independentes".
Exemplo: Milena comeu maçã e João comeu uva.
Perceba que a conjunção “e” liga duas orações que possuem
a mesma estrutura e não dependem uma da outra; apenas
estabelece uma relação de adição entre si.
Já as subordinativas, “em princípio, ligam orações
sintaticamente dependentes.”
Exemplo: João viu que essa problemática não tem jeito.
Perceba que, se eu separar as orações, elas perdem
sentido:
João viu.
Viu o quê?

Que essa problemática não tem jeito.


Como é a história? Não entendi.

Então, uma depende da outra; e a oração que inicia pela


conjunção “que” completa o sentido da oração “João viu”.

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Conjunções Coordenativas
Elas dividem-se em:
a)Adversativas: marcam a ideia de oposição - mas, porém,
todavia, entretanto, contudo, no entanto.
Exemplo:
Karoline estudou muito, porém, na prova de Contabilidade
Pública, não passou.

Particularidades do MAS:
1)Poder apresentar valor restritivo:
Você precisa estudar em outro país, mas temporariamente.
Viu que a restrição é estudar temporariamente?

2)Pode expressar retificação:


Joyce é vaidosa e faladeira, mas deselegante nunca, isso
jamais.
Percebeu que faz uma retificação para deixar claro que,
apesar da vaidade e da falação dessa mulher, ela não é
deselegante?

3)Pode apresentar sentido aditivo:


Ela era linda, mas principalmente gentil.

4)Pode indicar compensação:


Eu te decepcionei, mas vou mudar.

5)Pode introduzir uma quebra de expectativa:


Ele ia pedi-la em casamento, mas ela pegou as coisas e foi
embora.
92

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b)Aditivas: marcam a ideia de adição – e, nem (=e não), não


só... mas também, não só... mas ainda, não só...bem como,
tampouco (apesar de ser advérbio de negação, pode
funcionar como conjunção aditiva), não só... como também,
não só...como ainda, não só... senão também, não
só...senão ainda, tanto... quanto, tanto...como.
Exemplo: João não foi à aula nem ao trabalho.

Particularidades do E:

1)Pode ter valor adversativo:


Uma mulher chata e inteligente.

2)Pode indicar uma consequência, uma conclusão:


Não estudou e não passou.

3)Pode expressar uma finalidade:


Decoraria o poema e declamaria aos alunos no evento
literário.

4)Pode ter valor consecutivo:


Eu falei tanto e fiquei rouca.

1)Pode introduzir uma explicação enfática:


A população estava cansada de ser enganada, e muito
cansada.

2)Pode indicar um valor próximo à interjeição:


- E justiça! E verdade! E democracia!
93
Eram essas as palavras que gritavam na passeata.
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Particularidade do NEM:
1)Pode ter o valor do advérbio não.
O meu filho nem faz as tarefas da escola.
c)Alternativas: marcam a ideia de exclusão ou alternância
(opção, escolha), podem vir repetidas ou não – talvez, ora,
quer, seja, nem, umas vezes...outras vezes.
Exemplos:
Você quer sair para a festa ou quer ficar em casa? (exclusão)
Ora eu estudo, ora eu assisto a séries na Netflix.
(alternância)
Particularidades do OU:
1)Pode indicar exclusão:
Ou você casa, ou fica solteira.

2)Pode expressar adição/inclusão:


Karol ou Milena são as melhores professoras naquela
escola.

3)Pode apresentar o sentido de equivalência:


O pai ou a mãe merece o respeito do filho.

4)Pode indicar retificação (= ou melhor):


O exemplo abaixo é da Gramática de Evanildo Bechara:
Um ou dois livros foram retirados da estante.

d) Conclusivas: marcam a ideia de conclusão- logo, por


conseguinte, portanto, por isso, assim.
Exemplo: Maria se atrasou para a prova de Concurso
Público, portanto perdeu a prova.
94
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Importante: Não confundir o advérbio “logo” com a


conjunção “logo”.
Veja:
Ela chegará logo. Aguardemos.
Maria se atrasou para a prova de Concurso Público, logo
perdeu a prova.
a) Explicativas: marcam a ideia de explicação ou de
justificativa – que, porque, pois, porquanto.
Exemplo: Viaje comigo para Paris, pois quero sua
companhia.
Particularidades do POIS:

1)Pode indicar explicação:


Viaje, pois isso relaxa o corpo, alma e mente.

2)Pode expressar conclusão:


Você magoou sua mãe, deve, pois, pedir desculpa a ela.

A diferença de um para o outro se dá justamente na


posição: pois explicativo vem no início da oração; pois
conclusivo vem depois de um dos elementos da oração.
Conjunções Subordinativas
Elas dividem-se em:
a)Causais: introduzem uma oração subordinada que indica
causa- porque, pois, porquanto, pois que, já que, visto que,
uma vez que, como (=visto que, só no início da oração); além
das locuções: por causa de, em razão de, em consequência
de, devido a, em vista de, em virtude de, por motivo de, por
culpa de.
95
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Particularidades do COMO:
1)Pode indicar causa:
Como estava calor, tirei o casaco.

2)Pode expressar adição:


Tanto estudo como trabalho.

3) Pode apresentar sentido de comparação:


Como fala a mãe, fala a filha.

4)Pode ter o valor de conformidade:


Como eu já falei, você precisa deixar esse homem.

b)Concessivas: introduzem uma oração subordinada que


indica concessão, contradição e oposição (também) -
embora, dado que, posto que conquanto, apesar de, ainda
que, posto que, mesmo que; além das locuções: apesar de,
apesar disso, a despeito de, não obstante, nada obstante.
Exemplo: Embora estivesse cabisbaixo, foi ao baile de
formatura do irmão.

“Milena, você afirmou que os operadores adversativos


indicam oposição, assim como os concessivos. Há diferença
ou são a mesma coisa? ”

Há diferença. Nos adversativos, a segunda ideia anula a


primeira ideia. Nos concessivos, há duas ideias
contraditórias; elas não se anulam, acontecem juntas.
Usarei os mesmos exemplos já citados, ok?
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Karoline estudou muito, porém, na prova de


Contabilidade Pública, não passou.
A primeira afirmação é: Karoline estudou muito.
Na segunda afirmação: na prova de Contabilidade Pública,
não passou.
A ideia de ter estudado muito foi anulada pela segunda
afirmação: não passou.
Embora estivesse cabisbaixo, foi ao baile de formatura
do irmão.
Ele/Ela estava cabisbaixo. O fato de estar cabisbaixo não
impediu sua ida ao baile de formatura do irmão. Veja que as
duas ideias contraditórias não se anulam, elas acontecem
juntas. Sendo pleonástica: Uma não impede a outra de
acontecer.
Além disso, gosto da orientação que o professor Pestana
(edição 2019) também aborda: O modo verbal trará essa
diferenciação:
Indicativo: aparece a adversativa; Subjuntivo: aparece a
concessiva.
c)Condicionais: introduzem uma oração subordinada que
indica condição- a menos que, se, caso, salvo se, desde que,
contanto que, a não ser que, sem que (= se não), dado que.
Exemplo: Se ele chegar atrasado, não poderá fazer o exame
vestibular.
Particularidades do SEM QUE:
1)Pode indicar modo:
Saiu da festa da mãe sem que desse um tchau.

2)Pode expressar concessão:


Sem que fosse fiel à noiva, conseguiu casar com ela. 97
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3)Pode apresentar sentido de condição:


Sem que haja coragem, é difícil vencer nada vida.

4)Pode indicar consequência:


Não fale mal dela sem que olhe para você primeiro.

Particularidades do SE. Essa conjunção pode indicar:

1)Causa (já que): Se não há pessoas perfeitas, os


relacionamentos não são perfeitos;
2)Concessão (embora): Se ela chegou atrasada, conseguiu
ao menos assistir à parte mais importante da aula;
3)Tempo (quando): Se meu pai aparece para me buscar na
escola, fico feliz.
4)Proporção (ao passo que): Se não há vacina para todos, as
pessoas se contaminam.
d)Finais: introduzem uma oração subordinada que indica
finalidade- a fim de que, para, para que, porque (= para que/
pouco usado).
Exemplo: Você treina na academia para emagrecer ou para
cuidar da saúde?

e)Temporais: introduzem uma oração subordinada que


indica circunstância de tempo – quando, antes que, depois
que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (=desde
que).
Exemplo: Houve “lockdown” quando os casos de Covid-19
aumentaram. 98
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Particularidades do QUANDO:

1)Pode ter valor adversativo:


A pessoa vive assistindo a séries na Netflix, quando deveria
estar estudando para o Concurso Público.

2)Pode apresentar valor condicional:


Milena só fica bem quando está com a família.

f)Consecutivas: introduzem uma oração subordinada que


indica consequência- que (combinada com uma das
palavras tal, tanto, tão, tamanho presentes na oração
anterior), de que forma, de maneira que, de modo que, de
sorte que.
Exemplo: Foi tão rápida a saída de Maria da festa de modo
que Joyce riu.

g)Comparativas: introduzem uma oração subordinada que


indica comparação- que,
mais/menos/maior/menor/melhor/pior... do que, tal... qual,
tanto... quanto, assim como, bem como, como, como se,
tanto... como, que nem.
Exemplo: Naquele dia, bem como nos consequentes, ele
não foi trabalhar.

Particularidades do TANTO...QUANTO:

1)Pode indicar comparação:


Douglas, durante as aulas de teatro, ri tanto quanto chora.
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2)Pode expressar adição:


Douglas, durante as aulas de teatro, tanto ri quanto chora.

h)Conformativas: introduzem uma oração subordinada que


indica conformidade, acordo – conforme, segundo, como
(=conforme), consoante a.
Exemplo: Conforme lhe disse, não poderei comparecer à
próxima reunião.

Particularidade do CONFORME:
1)Pode indicar proporção:
Conforme o tempo passa, nós envelhecemos.

i) Proporcionais: introduzem uma oração subordinada que


indica que um fato realizado ou que se realizará
simultaneamente com o da oração principal (proporção)-
enquanto, à proporção que, à medida que, ao passo que,
quanto mais...mais, quanto mais...tanto mais, quanto
mais...menos, quanto mais...tanto menos, quanto
menos...menos, quanto menos...tanto menos,quanto
menos...mais, quanto menos...tanto mais.
Exemplo: A loja Pandora ia enchendo à medida que as
pessoas vinham à procura das ofertas.

Particularidades do ENQUANTO:
1)Pode indicar proporção, especificamente ações
simultâneas:
Eu chorava enquanto ele fazia a declaração de amor para
mim. 100
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2)Pode expressar temporariedade:


Enquanto ela vinha para a festa, eu fui embora.

Detalhe importantíssimo: JAMAIS confunda porque, que,


porquanto e pois CAUSAIS com EXPLICATIVAS.
Bizus:

É difícil mesmo de distingui-las, mas vamos lá:

1) Se vier, antes dessas conjunções, um verbo no


IMPERATIVO, elas serão explicativas. Caso contrário,
CAUSAIS;

2) As explicativas admitem uma pausa forte antes dela, por


isso podem aparecer dois pontos ou ponto e vírgula; isso
não acontece com as causais.

Mãos à obra!
1)(CESPE/ TJ-AM/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2019)

101
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Ainda com relação às propriedades linguísticas e aos


sentidos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
A expressão “Ainda que” ( ℓ .36) poderia ser substituída por
Embora, sem alteração dos sentidos e da correção
gramatical do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Item certo, pois ainda que e embora são conjunções
concessivas (correção gramatical), isto é, da mesma classe
gramatical. Além disso, a troca não altera o sentido do texto.
Fácil, né?! (risos)

2)(FGV/ PREFEITURA DE SALVADOR-BA/ GUARDA CIVIL


MUNICIPAL/ 2019)
“Ler é importante porque leva a pessoa a ter contato com
várias ideias diferentes (dos autores), adquirindo assim uma
visão mais ampla do mundo e dos conflitos que envolvem a
humanidade e a sociedade. Quando se tem uma visão mais
ampla, se tem também mais material para formar as
próprias ideias e resolver de melhor forma os próprios
problemas.”
brunokabuki.blogspot.com/2019/

A relação lógica entre os dois segmentos sublinhados é a


de
a) simultaneidade temporal.
b) causa e consequência.
c) Proporcionalidade
d) comparação desproporcional.
e) Condição
103
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Precisamos entender que QUANDO inicia a primeira


oração, e SE inicia a segunda oração.
QUANDO, além do sentido temporal, pode apresentar,
conforme vimos, os sentidos condicional e adversativo.
Nesses dois últimos, diante da questão, o QUANDO não se
encaixa. Logo, é temporal.
O SE não está só, veja que ele vem acompanhado do
também, o que dá ideia de simultaneidade temporal. Por
isso, a correta é a alternativa A.
É o mesmo que dizer: Só há visão ampla para resolver de
melhor forma os próprios problemas NO MOMENTO EM
QUE há mais material para formar as próprias ideias.

Babado: A FGV é “sacana”, porque, gente, outras alternativas


poderiam ser marcadas, como B e C. Mas ela cobrou a
literalidade do que o QUANDO representa na Gramática
Normativa. Além disso, precisa-se analisar muito bem o
contexto para entender que, de fato, essas alternativas não se
encaixam.

3)(FCC/ TRT-15ª REGIÃO-SP/ ANALISTA JUDICIÁRIO-


PSICOLOGIA/2018)

104
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I a criatividade muitas vezes é atiçada pela colisão de ideias


surgidas em disciplinas e culturas diferentes, II um mundo
construído a partir do que é familiar é um mundo no qual
não temos nada a aprender. (8o parágrafo)
Sem prejuízo do sentido, preenchem correta e
respectivamente as lacunas I e II:

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a)Se, por um lado, − por outro,


b)Se − assim,
c)Uma vez que − logo,
d)Conquanto − de modo que
e)Consoante − desde que

Perceba, que há duas ideias opostas, que se anulam.


1)A criatividade é atiçada pela colisão de ideias surgidas
em disciplinas e culturas diferentes;
2)Um mundo construído a partir do que é familiar é um
mundo no qual não temos nada a aprender.

Sendo assim, a única alternativa que se encaixa é a A.


Se você preencher com as demais alternativas, perdem-
se o sentido e a correção gramatical.
O que poderia ainda deixá-lo(a) balançado(a), seria a
alternativa B. Veja:

B) Se a criatividade é atiçada pela colisão de ideias


surgidas em disciplinas e culturas diferentes, logo um
mundo construído a partir do que é familiar é um
mundo no qual não temos nada a aprender.
Só que o SE, mesmo diante dos vários sentidos que
vimos, quebra toda a lógica desse trecho.

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4. (CESPE/ SEFAZ-RS/ AUDITOR FISCAL DA RECEITA


ESTADUAL/ 2019)

A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-II


seriam preservados se o termo “Em decorrência disso”
(ℓ.16) fosse substituído pela seguinte expressão.

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a) Devido isso
(Não existe DEVIDO ISSO, só existe DEVIDO A. Ele
apresenta uma ideia de causa. Não é esse o sentido do
contexto do parágrafo.)

b) Em suma
(É o mesmo que EM RESUMO, EM SÍNTESE. Não é esse o
sentido do contexto do parágrafo, afinal, não foi
explicada de forma completa a ideia a fim de que
houvesse síntese/resumo.)

c) Por conseguinte
(Correta, pois o EM DECORRÊNCIA DISSO indica uma
conclusão.)

d) Consoante isso
(Embora exista a palavra consoante sem o
acompanhamento do A, a conjunção é escrita
CONSOANTE A. É o mesmo que CONFORME/ DE
ACORDO COM. Não é sentido de conformidade que há
no contexto do parágrafo.)

e) Para tanto
(É o mesmo que A FIM DE/PARA. Não é sentido de
finalidade que há no contexto do parágrafo.)

108
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Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. São Paulo: Saraiva, 2017.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2019.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:José
Olympio, 2019.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. São Paulo:
Método, 2019.

Domínio da Estrutura Morfossintática do Período


Simples – Parte 1

Segundo Ferdinand de Saussure (2006, p.84), “os elementos


da língua se apresentam um após o outro; formam uma
cadeia”. Isso indica que a língua portuguesa, por exemplo,
tem uma estrutura, isto é, uma organização dos elementos
na sentença. Essa organização pode ser na ordem direta ou
indireta. Veja:
Ordem direta (também chamada de canônica): Sujeito +
Verbo + Complemento + Adjunto.
Exemplo: Milena esteve estudando ontem na Biblioteca
Pública de Manaus.
Ordem indireta: Aqui, os elementos são “tirados da sua
ordem original”.
Exemplo: Na Biblioteca Pública de Manaus, Milena esteve
estudando ontem. Percebeu que, aqui, o adjunto adverbial
de lugar foi deslocado para o início da oração?

109
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A área de estudo que se debruçará sobre o estudo dessa


organização é a Sintaxe. De acordo com Pestana (2019, p.
507), ela “trata da ordem, da relação e da função das
palavras na frase”.
Para que isso aconteça, usam-se as dez classes gramaticais.
Ao usá-las a fim de que se tornem elementos sintáticos,
ocorre o processo morfossintático – junção da Morfologia
com a Sintaxe. Veja:

Milena esteve estudando ontem na Biblioteca Pública de


Manaus.
Função morfológica de:
Milena – Substantivo;
Esteve- Verbo;
Ontem- Advérbio;
Na- Preposição
Biblioteca Pública de Manaus- Substantivo.

Função sintática de:


Milena – Sujeito;
Esteve- Verbo;
Ontem- Adjunto Adverbial de Tempo;
Na Biblioteca Pública de Manaus- Adjunto Adverbial de
Lugar.
Importante: Preposição sozinha não exerce função
sintática, por isso ela se liga a outro termo e juntos
recebem um nome sintático.
Antes de avançarmos para o entendimento de períodos
simples e composto, vamos entender os conceitos básicos
da Sintaxe. 110
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Oração: estrutura que se forma em torno de um verbo ou


uma locução verbal.

Ela aparece dentro de períodos, os quais podem ser


simples ou composto.
Período é uma estrutura que possui uma ou mais orações;
consoante a Pestana (2019, p. 515): “começa com letra
maiúscula, apresenta um verbo (ou uma locução verbal) e
termina em ponto, ponto de interrogação, ponto de
exclamação ou reticências”.

Período simples: “Alguns anos vivi em Itabira- Carlos


Drummond de Andrade” (ALMEIDA, Nílson, 2017, p. 301).
Nesse exemplo, há um período simples, visto que há
apenas uma oração.
Período composto:
por coordenação- as orações são sintaticamente
independentes: “Deus quer, o homem sonha, a obra
nasce - Fernando Pessoa” (ALMEIDA, 2017, p. 301).
por subordinação- as orações são sintaticamente
dependentes, uma delas exerce função sintática em
relação a um verbo, nome ou pronome de uma outra, é
o caso desta sentença: “O compositor me disse que eu
cantasse distraidamente essa canção – Gilberto Gil”
(ALMEIDA, 2017, p. 301); que eu cantasse
distraidamente essa canção é a oração subordinada e
exerce a função sintática de complemento do verbo
dizer, enquanto O compositor me disse é a oração
principal.
111
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Período misto- mistura dos dois acima: Milena falou alto


e pediu que todos saíssem da cozinha.

Agora, vamos entender como essas orações se formam.


As classes gramaticais são chamadas de elementos
sintáticos na análise sintática. Eles são divididos em:

Elementos Essenciais da Oração


Sem eles, a oração é “um nada”- sujeito e predicado.
Sujeito
“é o ser sobre o qual se faz uma declaração” (CUNHA,
Celso, 2016, p.136). Mas não é só isso, o sujeito é o
“cara” que estabelece a conjugação do verbo, pois, a
depender dele, o verbo fica no singular ou no plural, na
primeira ou terceira pessoa etc.
O sujeito tem núcleo, que é a palavra mais importante,
ou seja, “dá vida ao sujeito”.

Veja: As meninas do grupo A jogaram bola.

O sujeito é As meninas do grupo A. Porém, a palavra


mais importante (o núcleo) é o substantivo meninas
.
De acordo com o professor Pestana (2019), o núcleo do
sujeito pode ser, tradicionalmente, um substantivo (na
maioria dos casos), um pronome, um verbo no infinitivo,
uma oração substantiva ou uma palavra substantivada.

“Como faço para descobrir o sujeito?”


112
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Bizu: Faça uma destas perguntas antes do verbo: O quê?


Quem?

O sujeito é classificado em:

1) Simples: tem apenas um núcleo EXPLÍCITO.


Exemplo: Milena trabalhou muito hoje.

Tenha cuidado com o seguinte:

a)Sujeito extenso: Os aulões ao vivo do Projeto Conquistar


acontecerão em setembro. Perceba que, embora o sujeito
seja extenso, apresenta apenas um núcleo;
b)Dois ou mais termos ligados por “e” equivalendo apenas a
uma ideia:

A Ratinha e o Urso é um ótimo programa de tv. Perceba


que, embora o sujeito tenha “e”, apresenta apenas um
núcleo, já que ambos os termos equivalem a uma ideia
apenas.

2) Composto: tem mais de um núcleo EXPLÍCITO.


Exemplo: João e Maria viajaram no mês passado. Perceba
que, nesse caso, há um “e” ligando dois termos e estes
equivalem a ideias diferentes, por isso é composto;
diferente do que acontece com a situação B, abordada no
sujeito simples.

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3) Oculto (também chamado de implícito, elíptico ou


desinencial): o núcleo está IMPLÍCITO ou ELÍPTICO,
porém ele é identificável devido ao contexto ou à
desinência verbal.
Exemplo: Estávamos, há uns dez minutos, na Avenida
Paulista. Perceba que a desinência verbal em
“estávamos” indica que o núcleo é “NÓS”.

Agora, olha este “babado”:


A Serasa respondeu outra coisa: afirmou que não há
correspondência entre as pastas na web e os campos de
seus bancos de dados e que a base vazada inclui
elementos que não estão em seu sistema. Mais tarde,
enviou uma terceira nota afirmando que o
vazamento ter tido como fonte a Serasa é
"infundada". A minha pergunta sobre quem teve
acesso às informações do Mosaic não foi respondida.
(Texto retirado da prova CEV-URCA (2021))

Releia a parte grifada em negrito.


Pergunto: Quem enviou uma terceira nota?
Sim. Isso mesmo. Foi a Serasa.
Quero que entenda isto: se o sujeito não está explícito
na oração (ou seja, escrito), mas você consegue detectar
quem é devido ao contexto, vá com fé: o sujeito é oculto.

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4) Indeterminado: ele parece com o sujeito oculto.


Repito: P-A-R-E-CE, porém N-Ã-O ÉI-G-U-A-L. O verbo diz:
“ó, alguém praticou a ação, todavia é impossível dizer
quem foi”, isto é, a identidade do sujeito é
indeterminada.
Exemplo: Falaram mal de você.
Pergunto: Quem falou mal de você?
Você pode dizer: ELES.
Pergunto: ELES quem?
Pois é, nem você sabe. Se não há contexto, é difícil de
identificar o sujeito, por isso é indeterminado.

O sujeito indeterminado estará em:

1) Verbo na 3ª pessoa do plural: é o caso que você viu


acima. Vamos vê-lo novamente:

Falaram mal de você.

Bizu: Se o verbo estiver na terceira pessoa do plural


SEM SUJEITO EXPLÍCITO e contexto não te diz quem é o
sujeito, com certeza, é sujeito indeterminado. Agora, se
o verbo estiver na terceira pessoa do plural SEM SUJEITO
EXPLÍCITO, contudo, pelo contexto, você consegue
detectar o sujeito, com certeza, é sujeito oculto. Eu
deixei essa última orientação quando expliquei sobre
sujeito oculto; volte lá.
115
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2) Verbo de ligação, verbo intransitivo, verbo intransitivo,


transitivo indireto na terceira pessoa do singular +
partícula de indeterminação do sujeito SE:
Exemplos:
Está-se feliz neste lugar.
Nasce-se sem esperança aqui.
Precisa-se de pessoas perseverantes neste mundo.

Olhe só estes dois casos:


a) Come-se bem neste restaurante.
O verbo comer, em tese, é verbo transitivo direto,
porque pede um complemento sem preposição. No
entanto, pergunto: cadê o sujeito e o
complemento?
Consegue perceber que não há nenhum dos dois?

Bizu: Quando um verbo transitivo direto não apresentar


sujeito nem complemento, estiver conjugado na terceira
pessoa do singular, acompanhado do SE e de adjuntos
adverbiais, corre para o abraço: é sujeito indeterminado.
b) “Ama-se a Deus nesta Igreja.” (PESTANA, 2019, p.
523)
O verbo amar, em tese, é verbo transitivo direto, porque
pede um complemento sem preposição. No entanto,
pergunto: por que o complemento dele está
preposicionado?
Nesse caso, há um objeto direto preposicionado
(assunto para depois). 116
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Bizu: Segundo Pestana (2019), quando um verbo


transitivo direto estiver seguido de preposição,
conjugado na terceira pessoa do singular e
acompanhado do SE, corre para o abraço: é sujeito
indeterminado.

3) Verbo no infinitivo pessoal:


Para ter aprovação, é necessário estudar.
Quem quer ter aprovação e precisa estudar?
Alguém.
Quem é esse alguém?
Pois é, não sabemos. Logo, indeterminado.

Agora, olhe isto:


Para eu ter aprovação, é necessário que eu estude.
Apesar de o verbo estar no infinitivo, tem sujeito; ele é:
EU.

5) Oração sem sujeito: não tem sujeito praticando a


ação verbal. Sempre ficam na 3ª pessoa do singular.
Vamos aos casos:
a) Haver com sentido de existência, ocorrência ou
tempo decorrido:
Havia poucos alunos ontem. (Existiam poucos...)
Houve um acidente fatal na Estrada do Turismo.
(Ocorreu um acidente...)
A professora Milena voltou ao balé há 4 meses. (Tempo
decorrido) 117
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b) Fazer, parecer, ficar e estar indicando tempo ou


situações da natureza:
Faz dez dias que a Milena não fala com o João.
Aqui em Manaus faz calor todo dia.
Parecia noite.
Ficou frio do nada naquela cidade.
Estava muito calor todos os dias em que fiquei em
Manaus.

c) Ir+para indicando tempo decorrido:


Vai para 1 mês que Milena iniciou curso de Psicologia na
Universidade Federal do Amazonas.

d) Passar + de indicando tempo:


Já passa de uma hora da manhã, e essa menina não
chega!

e) Bastar/ Chegar, conjugado no imperativo, + de -


indicando suficiência:
Basta de mentiras!
“Chega de mentiras
De negar o meu desejo
Eu te quero mais que tudo (...)”
(Evidências – Chitãozinho & Xororó)

f) O verbo ser indicando tempo vago, hora, data, distância


e situações da natureza: 118
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“Babado”: O verbo ser fica no singular ou no plural de


acordo com quem ele acompanha.

“Era uma vez


O dia em todo dia era bom”
(Era Uma Vez- Kell Smith)
São oito horas, e ela ainda não chegou.
Hoje são quinze de agosto.
São quinze quilômetros daqui a casa de Mariana.
É primavera em Canadá.

g) Verbos que indicam fenômenos da natureza.


Geralmente são: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
amanhecer, escurecer. Veja:
Choveu em Manaus.
Ontem à noite trovejou demais.

“Babado”: Se esses verbos estiverem no sentido conotativo


(figurado), haverá sujeito, e o verbo concorda com ele. Veja:
Choveram fofocas naquela reunião de amigas.

6) Oracional: sujeito em forma de oração.


Exemplo: Chorar faz bem para a alma.

A)Predicado: “é tudo aquilo que se diz do sujeito” (CUNHA,


Celso, 2016, p.136).
Antes de falar dele, vamos entender algumas situações:
Não existe predicado sem verbo, por isso é importante que
você entenda TRANSITIVIDADE VERBAL. Pois, a depender
dela, será um tipo de predicado.
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“Babado”: O verbo ser fica no singular ou no plural de


acordo com quem ele acompanha.

“Era uma vez


O dia em todo dia era bom”
(Era Uma Vez- Kell Smith)
São oito horas, e ela ainda não chegou.
Hoje são quinze de agosto.
São quinze quilômetros daqui a casa de Mariana.
É primavera em Canadá.

g) Verbos que indicam fenômenos da natureza.


Geralmente são: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
amanhecer, escurecer. Veja:
Choveu em Manaus.
Ontem à noite trovejou demais.

“Babado”: Se esses verbos estiverem no sentido conotativo


(figurado), haverá sujeito, e o verbo concorda com ele. Veja:
Choveram fofocas naquela reunião de amigas.

6) Oracional: sujeito em forma de oração.


Exemplo: Chorar faz bem para a alma.

A)Predicado: “é tudo aquilo que se diz do sujeito” (CUNHA,


Celso, 2016, p.136).
Antes de falar dele, vamos entender algumas situações:
Não existe predicado sem verbo, por isso é importante que
você entenda TRANSITIVIDADE VERBAL. Pois, a depender
dela, será um tipo de predicado.
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Transitividade Verbal

1)Verbo de ligação ou copulativo: liga o sujeito ao seu


predicativo (característica, estado ou condição do
sujeito).
Exemplo: Milena está doente.
Milena (Sujeito) + está (Verbo Copulativo) + doente
(Predicativo do Sujeito).
É possível perceber que o verbo ESTAR é vazio de
significação, isto é, de uma noção que traga algum tipo
de ação. A função dele é apenas ligar.

Geralmente, os verbos de ligação são o famoso


CAFESP2: continuar, andar, ficar, estar, ser, permanecer
e parecer.
Porém, a depender do contexto, eles podem apresentar
outra transitividade.
Veja:
Milena está em casa.
Ué, cadê a característica?

Milena (Sujeito) + está (Verbo Intransitivo) + em casa


(Adjunto Adverbial de Lugar).
Bizu: Se um verbo de ligação estiver acompanhado de
um adjunto adverbial de lugar, ele será verbo
intransitivo.
Outra situação: um verbo que tem outra transitividade
pode se tornar de ligação: Milena virou psicóloga. 121
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VIRAR é verbo transitivo direto, pois quem vira, vira algo.


Contudo, nesse caso, VIRAR está indicando uma
característica, ou seja, ligando o sujeito
à sua característica. Por isso, ele é de ligação nesse
contexto oracional.

2)Verbo intransitivo: não pede complemento, pois


apresenta sentido completo. Veja: Maria morreu no dia 25
de agosto de 2010.
Quem MORRE, MORRE.
Verbos que indicam deslocamento (ir e vir, por exemplo) e
moradia (morar e residir, por exemplo) são classificados
como verbos intransitivos.

3)Verbo transitivo direto: pede complemento sem


preposição.
Exemplo: João e Maria comeram uvas.
Bizu: Para descobrir se é verbo transitivo direto, pergunta a
ele: O quê? Quem?

4)Verbo transitivo indireto: pede complemento com


preposição.
Exemplo: Maria e João gostam de chocolate.
Detalhe: Esse “carinha” pode ter dois objetos indiretos.
Acredita?!
Veja: Milena queixou-se do irmão à mãe.
Bizu: Para descobrir se é verbo transitivo indireto, verifique
se antes de “que” e “quem” há uma preposição.

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5)Verbo Transitivo Direto e Indireto (ou bitransitivo):


pede dois complementos, sendo um SEM preposição e o
outro COM preposição.
Exemplo: O pai deu um presente à filha.

Predicativo do Sujeito e do Objeto


Entender os predicativos é essencial para a análise


sintática. Por isso, antes de falar, de fato, sobre os tipos
de predicado, é necessário passar por aqui.

O predicativo, conforme Pestana (2019), “é o termo


sintático que expressa estado, qualidade ou condição do
ser ao qual se refere, ou seja, é um atributo”.

O núcleo do predicativo pode aparecer por meio de um


adjetivo, um substantivo, um numeral, um pronome,
uma palavra substantivada, um advérbio ou uma
oração.
Os predicativos são:

1)Predicativo do sujeito (PS): Atributo dado ao sujeito.


Na maioria dos casos, aparece com o verbo de ligação,
mas pode aparecer com os transitivos e intransitivos.
Veja:
Ela parece triste.
Juliana e Júlia falaram tristes sobre a morte do pai.
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2)Predicativo do objeto (PO): Atributo dado ao objeto.


Aparece com os transitivos e intransitivos.
Veja: Milena deixou a mãe triste.
Lá, na frente, você pode confundir adjunto adnominal
(ADN) com predicativo do objeto.
Como fazer para diferenciar?
Faça o seguinte: troque o objeto por um pronome
oblíquo; se não ficar estranho, é PO, se ficar, é ADN -
Milena deixou-a triste.

Tipos de Predicado

1) Nominal: é formado por verbo de ligação (copulativo)


+ predicativo.
Exemplo: Ela parece triste.
Parece (verbo de ligação) + triste (predicativo do sujeito)
É chamado de nominal pelo simples fato: o verbo que
faz parte dele, segundo Celso Cunha (2016), não traz
ideia nova ao sujeito; apenas liga duas palavras
classificadas como nominais. Além disso, de acordo com
o mesmo autor, o verbo de ligação pode trazer as
seguintes relações: estado transitório; mudança de
estado; continuidade do estado; aparência de estado.

Ah! Lembre-se do mnemônico “CAFESP2”.

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2) Verbal: é formado por verbo intransitivo, ou


transitivo direto, ou indireto, ou transitivo direto e
indireto. Lembrando que esses em negrito vêm
acompanhados de seus complementos.
Exemplos:

a)Milena cantou. (Verbo Intransitivo)


b)Milena comprou cinco maçãs. (Verbo Transitivo
Direto)
c)Milena gosta de doces. (Verbo Transitivo Indireto)
d)Milena deu presentes à mãe. (Verbo Transitivo Direto
e Indireto)

É chamado de verbal pelo simples fato: o verbo que faz


parte dele, segundo Celso Cunha (2016), traz ideia nova
ao sujeito.

3) Verbo-nominal: é a mistura dos dois anteriores; é


formado por um verbo intransitivo, ou transitivo direto,
ou indireto, ou transitivo direto e indireto + predicativo.
Exemplo: Milena falou cansada.
Bizu: Quando há oração sem sujeito, sujeito oculto e
sujeito indeterminado: tudo é predicado.

Agora! Vamos praticar!

1)(CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPE-AP/2021)
125
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Texto CG1A1-II

À área da linguística que se ocupa em contribuir para a


solução de problemas judiciais e que auxilia também na
compreensão de discursos e interações produzidos em
ambiente jurídico chamamos de linguística forense. Pouco
ainda se fala e se conhece sobre a aplicação da linguística à
esfera forense, apesar de muitos crimes serem cometidos
unicamente ou parcialmente por meio da língua, como a
calúnia, a injúria, a difamação, a ameaça, o estelionato e a
extorsão.
Ao produzir um texto, oral ou escrito, o sujeito lança mão
de um vasto repertório lexical e regras de ordenação
sintática pertencentes à gramática de seu idioma.
Entretanto, esse arranjo não é feito da mesma forma por
diferentes pessoas. Ao falarmos ou ao escrevermos,
organizamos o material linguístico que está disponível em
nosso acervo mental de uma forma única, afinal cada
indivíduo constituiu seu vocabulário a partir de experiências
também únicas. Isso significa que imprimimos nosso estilo
em nossos textos, deixando nele nossa “assinatura”. Esse
uso individual do idioma é chamado de idioleto, ou seja, é
como se fosse um dialeto pessoal, uma marca identitária
daquele indivíduo. Embasada nisso, a linguística forense
procura desenvolver metodologias que auxiliem no
processo de atribuição de autoria de um determinado
texto.

Welton Pereira e Silva. Linguística forense: como o linguista pode contribuir em uma
demanda judicial? In: Roseta, v. 2, n.º 2, 2019 (com adaptações).
126
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No primeiro período do texto CG1A1-II, o sujeito da oração


principal
a) está indeterminado, haja vista o emprego do vocábulo
“se”.
b) é o termo “área da linguística”.
c)é o termo “linguística forense”.
d)está elíptico e corresponde à primeira pessoa do plural.
e)é composto.

Comentários:

1)O primeiro período a que o comando da questão faz


referência: À área da linguística que se ocupa em contribuir
para a solução de problemas judiciais e que auxilia também
na compreensão de discursos e interações produzidos em
ambiente jurídico chamamos de linguística forense;
2)A oração principal: Chamamos de linguística forense à
área da linguística; a oração subordinada adjetiva restritiva:
que se ocupa em contribuir para a solução de problemas
judiciais e que auxilia também na compreensão de
discursos e interações produzidos em ambiente jurídico;
3)O verbo chamar está no sentido de atribuir nome a. Por
isso, lá no início do período, o A está com processo de
crase: À área da linguística;
4)A construção está na ordem indireta. Agora colocando na
ordem direta: Chamamos de linguística forense à área da
linguística que se ocupa em contribuir para a

127
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solução de problemas judiciais e que auxilia também na


compreensão de discursos e interações produzidos em
ambiente jurídico;
5)Perceba que o sujeito está oculto, ou seja, elíptico; ele
é NÓS: Nós chamamos de linguística forense à área da
linguística que se ocupa em contribuir para a solução de
problemas judiciais e que auxilia também na
compreensão de discursos e interações produzidos em
ambiente jurídico. Sendo assim, a alternativa D é a
correta; as demais são eliminadas.

2) (FCC/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/RIO PRETO


PREV/2019)

128
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Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero


literário que confirmava o poder do que já está
estabelecido (3º parágrafo)
No contexto, o trecho sublinhado acima exerce a mesma
função sintática que o também sublinhado em:
a) Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de
uma família de párias, considera, diante da miséria à sua
volta, o quanto “tudo é metafórico”. (4º parágrafo)
Comentário: o “protagonista” é sujeito da oração, assim
como o termo Ortega y Gasset. Por isso, é a alternativa
correta.
b) O filme opõe uma família de desempregados,
condenados a viver como parasitas, a uma família de
ricos frívolos. (5º parágrafo)
Comentário: O verbo opor, no sentido de colocar uma
coisa contra a outra, é transitivo direto e indireto,
podendo exigir preposição A. Nesse caso, uma família
de desempregados é o objeto direto.
c) Na comédia proposta por Bong, para falar do estado
insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas
são evidentes. (4º parágrafo)
Comentário: Quem fala, fala de algo. O verbo falar é
verbo transitivo indireto e exige um complemento
preposicionado. Logo, “do estado insustentável” é objeto
indireto.
d) A casa onde vivem os ricos [...] a julgar pelas visões
do filho menor (7º parágrafo)
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Comentário: O substantivo visões está com sentido de


percepções. Este último exige um complemento. Logo, “do
filho menor” é complemento nominal.
a) Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das
estruturas (3º parágrafo)

Comentário: A oração está na ordem indireta. Vamos


colocar na ordem direta: Quem ainda acredita na
normalidade das estruturas é ridículo. Ridículo é adjetivo,
está caracterizando o sujeito QUEM. Logo, é um predicativo
do sujeito.

1) (AOCP/ARQUITETO/CASAN/2016)
Em relação ao excerto “[...] O risco de não atendimento é
elevado [...]”, assinale a alternativa correta.

a) Tem como núcleo do predicado o verbo “é”.


Comentário: Errada, perceba que há sujeito (o risco de não
atendimento), verbo de ligação (é) e o predicativo do sujeito
(elevado). Logo, um predicado-nominal, e o núcleo desse
predicativo é o predicativo do sujeito e não o verbo de
ligação, já que este último não carrega valor nocional,
apenas relacional.
b) Apresenta um predicado verbal.
Comentário: Errada, pois o predicado verbal acontece com
todos os tipos de verbo, menos o de ligação.
c) Não apresenta predicado.
Comentário: Errada, há predicado sim: é elevado.
d) Apresenta um predicado verbo-nominal.
130
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Comentário: Errada, pois o predicado verbo-nominal


acontece quando há predicativo do sujeito ou objeto, mas
precisa ser com todos os verbos que não sejam de ligação.

a) Apresenta um predicado nominal.


Comentário: É a alternativa correta, pois há predicado
nominal. Volte ao comentário da alternativa A.
1) (QUADRIX/FONOAUDIÓLOGO/CREFONO-4ª
REGIÃO/2021)

No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos,


julgue o item.
No segmento “Bastará falar” (linha 6), o sujeito de ambas as
orações é indeterminado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
131
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Comentário: Bastante curiosa essa questão; inclusive, dá


um nó nos neurônios (risos).
Olha só: Aí há um sujeito oracional: falar. Vamos colocar na
ordem direta: Falar bastará. Quando o verbo BASTAR está
no sentido de ser suficiente é verbo intransitivo.
Logo, item errado. Só uma oração com um sujeito.

5)(QUADRIX/QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/MINISTÉRIO


DA ECONOMIA/2021)
Assinale a alternativa correta em que consta um predicativo
verbo-nominal.
a) Estava muito feliz com as boas notícias.
Comentário: Errada. Devido ao fato de não haver contexto,
não é possível identificar o sujeito. Logo, sujeito
indeterminado. Quanto ao predicado: apenas nominal, pois
há apenas o verbo de ligação (estava) e a característica
(feliz).
b) Compareceram todos antecipados à reunião.
Comentário: É a alternativa correta, pois há um verbo
nocional (compareceram) + característica (antecipados).
Logo, predicado verbo-nominal.
c) Demitiram o chefe do setor imediatamente.
Comentário: Errada. Ué! Cadê a característica?
d) Os convidados chegaram cedo ao local.
Comentário: Errada. Ué! Cadê a característica?
e) Nomearam as novas líderes do grupo.
Comentário: Errada. Ué! Cadê a característica?
“As novas líderes do grupo” é complemento (objeto direto)
do verbo nomear.
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Elementos Integrantes da Oração

Sem eles, a oração fica incompleta. Melhor dizendo: “fica


faltando um pedaço”. São:
Complemento Verbal (CV)
São termos que completam o sentido de um verbo. Eles
se dividem em:
a)Objeto direto (OD): Esse termo sintático estabelece
uma relação sintática com um verbo transitivo direto a
fim de complementar o sentido deste. Exemplo: Milena
comprou roupas.
Detalhes sobre o objeto direto:

1) Os pronomes oblíquos o(s) e a(s), bem como suas


variações lo (a/s), no (a/s) exercem a função de OD.
Exemplo: Milena comprou-as.
2) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos também
exercem a função de OD. Exemplo: Convidaram-me para
um aniversário hoje à noite.
3) Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
exercer a função de OD. Eles têm o sentido de “aquele”
ou “aquela” e vêm antes de um “que”. Exemplo: Faça o
que te mandei. = Faça aquilo que te mandei.
4) Objeto direto pleonástico: geralmente, um pronome
oblíquo átono retoma o objeto direto- já citado no início
da oração- a fim de enfatizá-lo. Exemplo: Esta roupa, eu
lavei-a ontem.
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5) Objeto direto preposicionado: Não é o verbo que exige a


preposição; é o próprio objeto que vem com a preposição
com intuito de enfatizar ou de esclarecer “as coisas”,
evitando ambiguidade.
Vou mostrar alguns casos em que ele aparece.
(Como vocês já sabem: sou fã do Professor Pestana, pois
ele soube reunir muito bem os conteúdos de Gramática
voltados para Concurso. Então, a listagem abaixo se baseia
nele).
Caso 1: Pronomes oblíquos tônicos- Nunca amei a ti.
Caso 2: Pronome relativo quem- Milena é a mulher a quem
sempre amei.
Caso 3: Nomes próprios ou comuns, sendo seres
personativos- Milena ama a Deus.
Caso 4: Pronomes de tratamento, indefinido, interrogativo
ou demonstrativo. Veja:
Não machuque a Sua Excelência com essas palavras
malignas.
Ele ofendeu a uns, mas não a estes.
Eu preciso auxiliar a quem?
Caso 4: Evitando a ambiguidade- “À mulher venceu o
homem.” (Pestana, 2019, p. 551)

b) Objeto indireto (OI): Esse termo sintático estabelece


uma relação sintática com um verbo transitivo indireto a
fim de complementar o sentido deste.

Exemplo: Milena gosta de chocolate.


Detalhes sobre o objeto indireto: 134
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1) O pronome oblíquo LHE sempre exerce função de


objeto indireto. No entanto, em alguns momentos, por
incrível que pareça, os pronomes oblíquos me, te, se,
nos, vos podem exercer a mesma função, desde que o
verbo seja transitivo indireto. Exemplo: Obedeça-me.
2) Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
exercer a função de OI- por incrível que pareça. Eles têm
o sentido de “daquele” ou “daquela” e vêm antes de um
“que”. Exemplo: Falei da que está conversando com a
Joana.
3) Objeto indireto pleonástico: geralmente, um
pronome oblíquo átono retoma o objeto indireto- já
citado no início da oração- a fim de enfatizá-lo. Exemplo:
A mim não me perdoou.

Complemento Nominal (CN)

O nome já diz tudo: COMPLEMENTO DE UM NOME.


Para esse termo apareça, é necessário que um nome
exija o complemento. Vai completar quem mesmo?

a)Substantivo: Tenho certeza de sua aprovação.


a)Adjetivo: Ela é favorável à lei.
b)Advérbio de base adjetiva, terminado em –MENTE:
Independentemente do que você viu, faça o que estou
mandando.

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Agente da Passiva (AGP OU AP)

Sobre esse termo, Celso Cunha (2016, p.160) afirma: “é o


complemento que, na voz passiva com auxiliar, designa o
ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito. Este
complemento verbal é normalmente introduzido pela
preposição por, às vezes por de”.
Como diz o nome: agente da passiva é aquele que age na
voz passiva. (Risos)
Ele pode aparecer em forma de substantivo, pronome,
numeral, palavra substantivada ou oração.
Mas, ó, vamos entender o que é uma voz passiva e como
ela se constrói:
Voz passiva diz respeito a isto: o sujeito sofre a ação.
A voz passiva é formada por um sujeito paciente (aquele
que sofre a ação) + locução verbal (ser /estar /ficar +
particípio) + agente da passiva (aquele que age no processo
verbal).
Exemplo: O carro (sujeito paciente) foi comprado (ser +
particípio) por meu pai (preposição + agente da passiva).

Detalhe:
a)Às vezes, o agente da passiva aparece deslocado:
O carro foi por meu pai comprado.
b)Outras vezes, o agente da passiva aparece apenas ligado
ao verbo no particípio:
O carro comprado por meu pai é lindo = O carro que foi
comprado por meu pai é lindo.
Agora, vamos exercitar! 136
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1) (FCC/ENFERMEIRO DO TRABALHO/METRÔ -SP/2019)


O termo sublinhado em “ela lhe fizera uma confissão
surpreendente” (2º parágrafo) exerce a mesma função
sintática daquele sublinhado em:
Vamos entender a construção a desconstruindo (risos):
Ela fizera uma confissão surpreendente a ele ou a ela.
Segundo Michaelis, o verbo FAZER no sentido de
PRONUNCIAR pode ser verbo transitivo direto e indireto. É
justamente o que acontece na oração.
O lhe está exercendo a função de objeto indireto. Logo,
uma das alternativas precisa apresentar isso a nós.
a)O fim do ano era sempre uma época dura (1º parágrafo)
Comentário: Errada, pois sempre é adjunto adverbial de
tempo.
b)Mas de algum modo o recado chegara a ele (5º parágrafo)

Comentário: Correta, pois a ele é objeto indireto.


Você pode me perguntar: “Mas, professora, o verbo
CHEGAR não é intransitivo?”
Verdade, um dos casos mais conhecidos: quando ligado a
um adjunto adverbial de lugar.Caso contrário, ele pode ser
um verbo transitivo indireto.
c)No seu caso havia uma razão óbvia para isso (1º
parágrafo)
Comentário: Errada, pois uma razão óbvia é objeto direto.

137
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1) (FCC/ENFERMEIRO DO TRABALHO/METRÔ -SP/2019)


O termo sublinhado em “ela lhe fizera uma confissão
surpreendente” (2º parágrafo) exerce a mesma função
sintática daquele sublinhado em:
Vamos entender a construção a desconstruindo (risos):
Ela fizera uma confissão surpreendente a ele ou a ela.
Segundo Michaelis, o verbo FAZER no sentido de
PRONUNCIAR pode ser verbo transitivo direto e indireto. É
justamente o que acontece na oração.
O lhe está exercendo a função de objeto indireto. Logo,
uma das alternativas precisa apresentar isso a nós.
a)O fim do ano era sempre uma época dura (1º parágrafo)
Comentário: Errada, pois sempre é adjunto adverbial de
tempo.
b)Mas de algum modo o recado chegara a ele (5º parágrafo)

Comentário: Correta, pois a ele é objeto indireto.


Você pode me perguntar: “Mas, professora, o verbo
CHEGAR não é intransitivo?”
Verdade, um dos casos mais conhecidos: quando ligado a
um adjunto adverbial de lugar.Caso contrário, ele pode ser
um verbo transitivo indireto.
c)No seu caso havia uma razão óbvia para isso (1º
parágrafo)
Comentário: Errada, pois uma razão óbvia é objeto direto.

138
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d)Uma culpa que retornava a cada Natal (2º parágrafo)


Comentário: Errada, pois a cada Natal é adjunto adverbial
de tempo.
e)Mas ele sabia quem era o remetente (5º parágrafo)
Comentário: Errada, pois ele é sujeito da oração.

2)(IDIB/TÉC. EM ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E


INFORMÁTICA/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/2019)

Assinale a alternativa em que há um agente da passiva.

a)Ficamos ouvindo aquela história por muito tempo.


Comentário: Errada, pois temos o seguinte: Nós (Sujeito
Oculto) + ficamos ouvindo (Locução Verbal) + aquela
história por muito tempo (Objeto Direto). A oração está na
voz ativa: sujeito fazendo o processo verbal.
b)Sempre saíamos a esmo pelas ruas nevadas.
Comentário: Errada, pois temos o seguinte: Sempre
(Adjunto Adverbial de Tempo) + Nós (Sujeito Oculto) +
saíamos (Verbo) + a esmo (Adjunto Adverbial de Modo) +
pelas ruas nevadas (Adjunto Adverbial de Lugar). A oração
está na voz ativa: sujeito fazendo o processo verbal.
c)Paguei vinte mil reais pela reforma da casa.
Comentário: Errada, pois temos o seguinte: Nós (Sujeito
Oculto) + paguei (Verbo) + vinte mil reais (Objeto Direto) +
pela reforma da casa (Objeto Indireto).
d)As casas foram arrastadas pela chuva.

139
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Comentário: Correta, pois temos o seguinte: As casas


(Sujeito Paciente) + foram arrastadas (Locução Verbal – SER
+ PARTICÍPIO) + pela chuva (Agente da Passiva). A oração
está na voz passiva analítica.
a)Aquele espetáculo agradou-me muito.
Comentário: Errada, pois temos o seguinte: Aquele
espetáculo (Sujeito) + agradou (verbo) + me (Objeto
Indireto) + muito (Adjunto Adverbial de Intensidade). A
oração está na voz ativa: sujeito fazendo o processo verbal.

3)(INSTITUTO AOCP/ENGENHEIRO/PREFEITURA DE JOÃO


PESSOA-PB/2021)
Sobre o período “O hábito de cultivar plantas em jardins
dentro e fora de casa cresceu durante os meses de
pandemia.”, assinale a alternativa correta.
a)A expressão “de cultivar plantas” é um objeto indireto.
Comentário: Errada, pois “de cultivar plantas” é
complemento nominal do substantivo hábito.
b)A expressão “O hábito” é um objeto direto.
Comentário: Errada, pois “hábito” é uma parte do sujeito da
oração.
c) O verbo “cultivar” é intransitivo.

Comentário: Errada, pois “cultivar” é verbo transitivo direto;


tanto que seu complemento é “plantas”.

d)O verbo “cresceu” é intransitivo.


Comentário: Correta, pois esse verbo, de fato, é classificado
como intransitivo.
140
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Comentário: Correta, pois temos o seguinte: As casas


(Sujeito Paciente) + foram arrastadas (Locução Verbal – SER
+ PARTICÍPIO) + pela chuva (Agente da Passiva). A oração
está na voz passiva analítica.
a)Aquele espetáculo agradou-me muito.
Comentário: Errada, pois temos o seguinte: Aquele
espetáculo (Sujeito) + agradou (verbo) + me (Objeto
Indireto) + muito (Adjunto Adverbial de Intensidade). A
oração está na voz ativa: sujeito fazendo o processo verbal.

3)(INSTITUTO AOCP/ENGENHEIRO/PREFEITURA DE JOÃO


PESSOA-PB/2021)
Sobre o período “O hábito de cultivar plantas em jardins
dentro e fora de casa cresceu durante os meses de
pandemia.”, assinale a alternativa correta.
a)A expressão “de cultivar plantas” é um objeto indireto.
Comentário: Errada, pois “de cultivar plantas” é
complemento nominal do substantivo hábito.
b)A expressão “O hábito” é um objeto direto.
Comentário: Errada, pois “hábito” é uma parte do sujeito da
oração.
c) O verbo “cultivar” é intransitivo.

Comentário: Errada, pois “cultivar” é verbo transitivo direto;


tanto que seu complemento é “plantas”.

d)O verbo “cresceu” é intransitivo.


Comentário: Correta, pois esse verbo, de fato, é classificado
como intransitivo.
141
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4) (CONSULPLAN/ AUXILIAR DE
CONTABILIDADE/CÂMARA DE ARCOS-MG/2019)

Da oração “A infância foi inventada pela sociedade


ocidental (...)” (4º§), o conteúdo sublinhado é seu:
Analisa comigo:
A infância- sofre a ação. Logo, é sujeito paciente.
Foi inventada- locução verbal formada por SER +
PARTICÍPIO.
Pela sociedade ocidental- age sobre a infância. Logo,
agente da passiva.
Diante disso, a única alternativa correta é C.
a)Objeto direto.
b)Objeto indireto.
c)Agente da passiva.
d)Complemento nominal

5) (CESPE/ ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-


RJ/2021)

142
143
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No trecho “podia e devia ser feito com os incipientes seres


humanos pela educação e pelo treinamento” (l. 28 e 29), os
termos “pela educação” e “pelo treinamento” exercem a
função de agente da passiva, veiculando o agente da ação
expressa pelo verbo fazer.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Item errado, pois a oração está na voz ativa. Veja:
O que o agricultor fazia com a semente por meio de
atenção cuidadosa, desde a semeadura até a colheita,
podia e devia ser feito com os incipientes seres humanos
pela educação e pelo treinamento.
Pela educação e pelo treinamento são adjuntos adverbiais
de meio; nada a ver com agente da passiva.

Elementos Acessórios da Oração


A oração não precisa deles; são acrescimentos. São eles:


Adjunto Adnominal (ADN)
É o termo que vem ao lado do nome (um substantivo) a fim
de caracterizá-lo, restringi-lo ou determiná-lo.
Classes gramaticais que atuam como ADN: artigo, numeral,
pronome, locução adjetiva, substantivo adjetivado e
adjetivo.

Exemplos:
a)Os alunos são dedicados.
b)Dois homens estavam à espera da entrevista.
c)A professora de português passou dez exercícios.
Detalhes sobre ADN: 144
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1)O ADN não vem separado por vírgula, no entanto, se


estiver em forma de enumeração, virá: A sandália verde,
aconchegante, leve e bonita me encantou na hora da
compra;
2)Não é porque o termo foi introduzido pela preposição
POR que o termo é agente da passiva. Espia: A substituição
de Milena por Cláudia foi a melhor opção na empresa. É um
ADN aí;
3)Adjunto Adnominal x Complemento Nominal (CN):
a) Sempre será ADN se o termo preposicionado estiver
ligado a um substantivo concreto: A construção da casa foi
uma ótima decisão;
b) O problema acontece quando estamos diante de um
substantivo abstrato: CN tem sentido paciente, enquanto
ADN tem sentido ativo: “A resolução da questão foi ótima
(PESTANA, 2019, p.569)” é CN- a questão foi resolvida por
alguém. Agora “A resolução do professor foi ótima
(PESTANA, 2019, p.569)” é ADN- o professor resolveu.
Diferenciar isso resolve em grande escala os casos que
aparecem nas provas.
c) Pronomes oblíquos átonos, embora seja estranho, como
ADN: Tu sabes, eu beijei-te a boca ontem naquela festa. =
Tu sabes, beijei a tua boca ontem naquela festa.

Adjunto Adverbial

Todo advérbio ou locução adverbial exerce a função de


adjunto adverbial. Assista à aula sobre Classe Gramatical
Advérbio, disponível na plataforma do Ser Aprovado. 145
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Ah! Pronomes relativo e pessoal podem ser também adjuntos


adverbiais. Veja:
Aquele lugar, onde eu moro, é tranquilo. (Lugar)
Ela viajou com ele ontem. (Companhia)
Classificação dos adjuntos adverbiais:
a) Afirmação: sim, certo, com certeza.
b) Negação: não, de modo algum.
c) Modo: à vontade, outrossim, bondosamente.
d) Tempo: agora, amanhã, nesta semana.
e) Lugar: Aqui, lá, à direita.
Babado: nem sempre o lugar é físico, viu?! Pode ser virtual ou
metafórico:
De onde vem essa força?
Vem de Deus.
f) Dúvida: provavelmente, talvez, por acaso.
g) Intensidade: demais, bastante, em excesso.
h) Causa: Graças à boia, não morri afogado.
i) Concessão: Apesar do trânsito, cheguei à reunião.
j) Conformidade: De acordo com a professora, isso é
correto.
k) Finalidade: Eu estudei a fim de ser aprovado no concurso.
l) Condição: Só entrará com autorização. (Bechara)
m) Meio: Eu viajei de carro.
n) Instrumento: Eu cortei a carne com faca de plástico.
o) Assunto: Milena explicou sobre advérbio.
p) Companhia: Passei à noite com Joice lá na boate.
q) Preço: Paguei barato nesta blusa.
r) Quantidade: O número de alunos reduziu a dez por
cento.
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s) Ordem: Em primeiro lugar, Milena falará.


t) Medida: Milena mede um metro e cinquenta e três
centímetros.
u) Peso: Milena pesa cinquenta e três quilos.
v) Referência: Quanto à disciplina Matemática, Milena
nunca foi aluna nota dez.
w) Matéria: Esta janela é feita de mármore.
x) Reciprocidade: Eles discutiram entre si.
y) Favor: Por favor, não fique aqui!
z) Proporção: Futebol está para o Brasil assim como
Basquete está para os Estados Unidos.
aa) Substituição: Milena ministrará aula no lugar de Maria.
bb) Exclusão: Todos estão convidados, exceto Milena.
cc) Inclusão: Todos estão convidados, inclusive Milena .
dd) Consequência/conclusão: Milena desistiu da
faculdade, consequentemente, não poderá ser advogada.

Bizu: Adjunto Adverbial só modifica VERBO, ADJETIVO ou


OUTRO ADVÉRBIO.
Aposto
O valor é S-E-M-P-R-E substantivo; N-U-N-C-A é adjetivo. O
aposto explica, esclarece, desenvolve e resume o termo a
que faz referência.
Veja: Milena, professora de português, viajou na semana
passada. Perceba que “professora de português” é de valor
substantivo e explica quem é Milena.
Classificação do aposto:

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a)Explicativo: Milena, professora de português, viajou na


semana passada.
Bizu: Aposto explicativo vem separado por vírgula, dois
pontos ou travessão.
b)Especificativo: O município São José dos Campos é lindo
demais.

Detalhe: Não confundi aposto especificativo com ADN


quando estes virem com a preposição DE.
O truque para descobrir quem é quem: SE você tirar a
preposição de e fizer sentido, é aposto; se não fizer sentido,
é ADN.

O município de São José dos Campos é lindo demais. = O


município São José dos Campos é lindo demais.

Outro caso:
O clima de São Paulo não é não frio assim. # O clima São
Paulo não é frio assim?

a)Distributivo: Eu tenho dois alunos que são ótimos, um em


Direito Administrativo, outro em Raciocínio Lógico.
b)Enumerativo: Comprei isto: roupas, sapatos e celulares.
c)Resumitivo/Recapitulativo: Visitei Belém, São Paulo,
Manaus e Fortaleza são ótimas cidades, porém nenhuma
apresenta clima muito frio.
d)De Oração: Eu espero algo de você: que você seja
aprovado no concurso público. É aposto de “algo”.
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Vocativo

É um termo usado para se dirigir ao interlocutor-


claramente. Exemplos:
Milena, venha cá!
Joyce, fizeste o que te pedi?

Agora, vamos exercitar!

1)(CERV-URCA/ AGENTE DE ENDEMIA/PREFEITURA DE


CRATO/2021)
"Então, como se não suportasse a beleza que ele mesmo
engendrou, cai por terra, exausto da própria criação
esplêndida". O aposto destacado em negrito pode ser
classificado como:

Comentário: Perceba que o aposto não está enumerando,


recapitulando nem distribuindo. Além disso, não existe
aposto superlativo.
O aposto destacado está explicando a forma da exaustão.
Logo, só pode ser a alternativa A.

a) Explicativo.
b) Enumerativo.
c) Recapitulativo.
d) Distributivo.
e) Superlativo.

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2)(IDIB/ QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO/MINISTÉRIO DA


ECONOMIA/2021)

Analise a oração a seguir: “Respeite-me os cabelos brancos,


rapaz.” Os termos em destaque são, respectivamente,
Veja: O ME está funcionando como pronome possessivo,
equivalendo a MEUS CABELOS. Logo, um adjunto
adnominal. A gente viu isso na teoria, né?! Já RAPAZ é um
termo que indica um chamamento ao interlocutor.
Portanto, um vocativo.
Alternativa correta: D.

a)objeto direto e aposto.


b)objeto indireto e aposto.
c)adjunto adnominal e aposto.
d)adjunto adnominal e vocativo.
e)complemento nominal e vocativo.

3)(AOCP/ TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-


RS/2021)
Assinale a alternativa em que a expressão destacada NÃO é
um vocativo.

a)“Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta [...].”
Comentário: Chico Buarque é um termo que indica um
chamamento ao interlocutor. Portanto, um vocativo.
b)“Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo [...].”

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c) “Olhe, moça simpática, sua carta é um amor [...].”


Comentário: Moça simpática é um termo que indica um
chamamento ao interlocutor. Portanto, um vocativo.
d) “Mas é só, meu caro amigo.”

Comentário: Meu caro amigo é um termo que indica um


chamamento ao interlocutor. Portanto, um vocativo.

e) “Pois se Chico tem candura, e você acha que também


tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do
que nós.”

Comentário: Essa é a alternativa, pois você é sujeito da


oração e não vocativo.

4)(FCC/ TÉCNICO EM RADIOLOGIA/PREFEITURA DE SÃO


JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2021)

Em Você não entende de segurança, Charlie Brown, o


elemento sublinhado corresponde ao vocativo, por meio do
qual se invoca o interlocutor do discurso. Do mesmo modo,
o vocativo está sublinhado na seguinte frase:

a)Participantes do programa de fidelidade terão um


desconto de 50% na compra do ingresso.
Comentário: Errada, pois esse termo sublinhado é sujeito
da oração.

151
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b)Ambientalistas, hoje, irão ao parlamento para dialogar


com os representantes do governo.
Comentário: Errada, pois esse termo sublinhado é sujeito
da oração.

c)Alunos do último ano, tradicionalmente, fazem uma


viagem antes da festa de formatura.
Comentário: Errada, pois esse termo sublinhado é sujeito
da oração.
d)Senhores passageiros, não se esqueçam de afivelar seus
cintos de segurança.
Comentário: Correta, pois esse termo sublinhado faz um
chamamento ao interlocutor. Logo, é um vocativo.

e)Gestantes e lactantes, por precaução, foram


desaconselhadas a tomar a vacina.
Comentário: Errada, pois esse termo sublinhado é sujeito
da oração.
5)(CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/PC-RR/2003)

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A figura acima mostra uma janela do Word 2000, com um


texto que está sendo editado por um usuário. Com relação
à figura, ao texto nela contido, ao tema por ele abordado e
ao Word 2000, julgue o item.
A expressão “das chacinas de crianças e trabalhadores
rurais” (ℓ.7-8) é complemento de “em decorrência” (ℓ.7).
( ) CERTO ( ) ERRADO
Item certo, pois:
1) É substantivo abstrato. Aí, vimos na teoria, quando
estamos diante dele, preciso analisar o sentido de paciente
e ativo: o uso indevido de armas das chacinas de
crianças e trabalhadores rurais tem sentido paciente, já
que as armas são usadas por alguém, e alguém pratica as
chacinas.

Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua
Portuguesa para concursos, vestibulares, ENEM, colégios
técnicos e militares. São Paulo: Saraiva, 2017.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do
Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos.
São Paulo: Método, 2019.
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. 24ª ed.
São Paulo: Editora Pensamento-Cultrix, 2006.

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A figura acima mostra uma janela do Word 2000, com um


texto que está sendo editado por um usuário. Com relação
à figura, ao texto nela contido, ao tema por ele abordado e
ao Word 2000, julgue o item.
A expressão “das chacinas de crianças e trabalhadores
rurais” (ℓ.7-8) é complemento de “em decorrência” (ℓ.7).
( ) CERTO ( ) ERRADO
Item certo, pois:
1) É substantivo abstrato. Aí, vimos na teoria, quando
estamos diante dele, preciso analisar o sentido de paciente
e ativo: o uso indevido de armas das chacinas de
crianças e trabalhadores rurais tem sentido paciente, já
que as armas são usadas por alguém, e alguém pratica as
chacinas.

Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. São Paulo: Saraiva, 2017.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. São Paulo:
Método, 2019.
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. 24ª ed. São Paulo: Editora
Pensamento-Cultrix, 2006.

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Domínio da Estrutura Morfossintática do Período


Composto – Parte 2

Para o entendimento deste assunto, será necessário você


recapitular o conceito de período simples e período
composto, além de chamar para a conversa: as conjunções
e os elementos das construções morfossintáticas.
Você já sabe o que é oração, certo?
Voltemos aqui ao período composto (importantíssimo), ele
aparece de suas maneiras:
por coordenação- as orações são sintaticamente
independentes: “Deus quer, o homem sonha, a obra
nasce - Fernando Pessoa” (ALMEIDA, 2017, p. 301).
por subordinação- as orações são sintaticamente
dependentes, uma delas exerce função sintática em
relação a um verbo, nome ou pronome de uma outra, é
o caso desta sentença: “O compositor me disse que eu
cantasse distraidamente essa canção – Gilberto Gil”
(ALMEIDA, 2017, p. 301); que eu cantasse
distraidamente essa canção é a oração subordinada e
exerce a função sintática de complemento do verbo
dizer, enquanto O compositor me disse é a oração
principal.
Agora, vamos verificar o como acontece a relação entre
orações.
Comecemos pelas coordenadas.
As orações coordenadas, consoante a Pestana (2019), são
aquelas que:
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1)Estão uma ao lado da outra;


2)Apresentam construção sintática completa (sujeito +
predicado – expressos ou não expressos);
3)Uma oração não depende da outra.
Exemplo: Milena estudou muito, mas não passou.
No exemplo acima, há uma oração de lado de outra oração.
Ambas apresentam estrutura sintática completa. Uma não
depende da outra.
Vamos aos tipos:
Assindéticas: são colocadas uma do lado da outra, no
entanto não apresentam conjunções, isto é, não são ligadas
por conjunções.
Milena correu, sorriu, gritou “sejamos feliz”.
Perceba: há três orações – uma do lado da outra; porém
não apresentam conjunções.
Sindéticas: são colocadas uma do lado da outra e
apresentam conjunções, isto é, são ligadas por conjunções.
Milena correu, sorriu e gritou “sejamos feliz”.
Perceba: há três orações – uma do lado da outra e
apresenta uma conjunção as ligando: e.
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas
Apresentam ideia de adição; são iniciadas por conjunções
coordenativas aditivas.
Exemplo: Milena estuda e trabalha.
Olha este babado aqui: Eu espero que você seja aprovado e
empossado neste concurso.
Neste exemplo, há duas orações subordinadas, já que
dependem da oração principal para ter sentido: Eu
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espero. No entanto, estabelecem uma relação de


coordenação aditiva entre si, já que há um e ligando ambas.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas
Apresentam ideia de oposição; são iniciadas por conjunções
coordenativas adversativas.
Exemplo: Milena não estudou, mas foi aprovada no
concurso público. (Difícil de acontecer não é!? (risos))
Lembre-se de que o e pode dá a ideia de oposição, ok?
Nesse caso, a oração será classificada como coordenada
sindética adversativa.
Exemplo: Milena não estudou, e foi aprovada no concurso
público.
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas
Apresentam ideia de alternância ou exclusão; são iniciadas
por conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
Você casa ou fica solteira. (Exclusão)
Milena ora estuda, ora trabalha. (Alternância)
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas
Apresentam ideia de conclusão; são iniciadas por
conjunções coordenativas conclusivas.
Exemplo: Milena estudou muito, portanto passou.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas
Apresentam ideia de explicação; são iniciadas por
conjunções coordenativas explicativas.
Exemplos:
Estude, pois a prova será daqui a cinco dias.
Milena deve estar chateada, pois o seu rosto demonstra
insatisfação.
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Agora, as orações mais temidas por todos (risos): as


subordinadas.
As orações subordinadas, consoante a Pestana (2019), são
aquelas que:
1)Uma está “presa” à outra;
2)Dependem uma da outra;
3)A subordinada completa ou amplia a estrutura da oração
principal.
“Professora, não entendi nada.”
Vamos lá!
Milena disse que as pessoas falavam muito alto.
Que as pessoas falavam muito completa o sentido da
oração principal, na verdade, de um dos elementos da
oração principal: o verbo dizer. Por isso, é chamada de
subordinada, ou seja, ela se subordina à outra. Nesse caso,
a subordinada exerce função de objeto direto.
Milena disse é a oração principal.
Por que se chama principal?
Segundo Celso Cunha (2016), oração principal é aquela que
não exerce função sintática em relação à outra oração.
Agora, eu pergunto:
“Milena disse exerce função sintática em relação à outra
oração?”
“Não.”
Agora que você “o fio da meada”, quero te dizer algo:
existem três tipos de oração subordinada: as substantivas
(função de substantivo), as adjetivas (função de adjetivo) e
as adverbiais (função de advérbio). Vamos estudá-las nessa
ordem de forma respectiva.
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Orações Subordinadas Substantivas


São nomeadas dessa maneira devido a este fato: exercem
função de substantivo.
Se você assistiu à aula de substantivo na plataforma,
percebeu que ele exerce as seguintes funções sintáticas:
sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, aposto.
Essas orações são iniciadas por SE ou QUE. São chamadas
de integrantes, pois não carregam um sentido em si
mesmas, apenas funcionam uma “ponte/ligação” entre a
oração principal e subordinada.
Exemplo: João (sujeito) viu (verbo transitivo direto) que
dançar era bom (objeto direto).
Vamos aos tipos:
1)Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas
A oração subordinada será o sujeito da oração principal.
“Que louco, não é?! Mas é isso mesmo.”
Pestana (2019) traz alguns detalhes para identificá-las:
a)Verbo de ligação + adjetivo/substantivo/advérbio + que/se
...
É necessário que você estude.
b) Verbo transitivo direto conjugado na 3ª pessoa do
singular + se + que/se...
Verifica-se que a situação está difícil de resolver.
c)Locução verbal formada por SER, ESTAR, FICAR + particípio
+ que/se...
Ficou acertado que Joyce abrirá sua loja em breve.
d)Os verbos PARECER, CONVIR, SUCEDER, ACONTECER,
OCORRER, IMPORTAR, URGIR + que/se... 159
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Parece que ela fez a exposição das obras de arte.


e)Verbos psicológicos (interessar, surpreender, agradar e
todos os outros que carregam essa ideia) + que/se...
Não me agradou que você tenha faltado à festa do meu
casamento.

2)Orações Subordinadas Substantivas Predicativas


A oração subordinada será o predicativo do sujeito da
oração principal. Esta apresenta o verbo de ligação SER.
O provável é que ele não venha.
“Olha este babado”: Provável é que ele não venha.
Tirou o artigo, é subjetiva; com o artigo, é predicativa.

3)Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas


A oração subordinada será o objeto direto da oração
principal. Apresenta um verbo transitivo direto ou um verbo
transitivo direto e indireto.
Nós desejamos que você realize uma ótima
apresentação.
Milena falou a Joana que hoje haveria greve na escola.
“Olha este babado”: Alguns verbos que são transitivos
indiretos passam a ser transitivos diretos devido ao objeto
indireto se transforarem em oração subordinada.
De acordo com Pestana (2019), são verbos que apresentam
sentido de julgamento, crença, opinião- por exemplo:
acreditar, crer, desconfiar e pensar:
Penso em você todos os dias.
Penso que você faz os dias serem melhores.
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4) Orações Subordinadas Substantivas Completivas


Nominais
A oração subordinada será o complemento nominal da
oração principal.
Só lembrar que complemento nominal completa um
substantivo, adjetivo ou advérbio.
Eu tinha a plena certeza de que ela diria sim ao teu
pedido de casamento.

5) Orações Subordinadas Substantivas Apositivas


A oração subordinada será o aposto da oração principal.
Nunca mais faça isto comigo: que minta para mim.

Bizu: sempre a oração subordinada substantiva apositiva


virá depois de dois pontos, travessão ou vírgula.

Orações Subordinadas Substantivas Justapostas


São aquelas colocadas lado a lado, no entanto não iniciam
pela conjunção que ou se ou iniciam por pronomes ou
advérbios interrogativos.
1)Orações Subordinadas Substantivas Justapostas
“Quem acredita sempre alcança.” (Renato Russo)

2)Orações Subordinadas Substantivas Predicativas


Justapostas
“A coragem é quando vivemos com o coração.” (João
Doederlein)

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3)Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas


Justapostas
“Me diz qual o problema que a gente não resolveu.”
(Chris- Um Kilo Oficial)

4)Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas


Justapostas
“Lembra-te de onde caíste.” (Bíblia Sagrada- Apocalipse
2:5)

5)Orações Subordinadas Substantivas Completivas


Nominais Justapostas
Você não tem noção do quanto te amo.

6)Orações Subordinadas Substantivas Apositivas


Justapostas
Infelizmente, lutei por esse amor: como foi tóxico.

7)Orações Subordinadas Substantivas Agentivas da Passiva


Justapostas
A bolsa foi comprada por quem eu menos esperava.

Orações Subordinadas Adjetivas


São nomeadas dessa maneira devido a este fato: exercem
função de adjetivo. De acordo com as gramáticas, elas
exercem a função de adjunto adnominal, pois são
elementos acessórios em relação à oração principal. Quem
as encabeça são os pronomes relativos: que, o qual, quem,
cujo, quanto, onde, como, quando.
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Exemplo: O livro, que é azul, está com a capa rasgada.


Agora, troquemos a oração “que é azul” pelo adjetivo “azul”:
O livro azul está com a capa rasgada.
Percebe que a oração tem o mesmo valor semântico do
adjetivo?
Então, é nesse quesito que está o motivo de ela ser adjetiva.
Vamos aos tipos:
1)Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas
Elas restringem o sentido do termo a que fazem referência.
“Em relação ao todo, quero só uma parte”.
Os professores que são alegres ministram as melhores
aulas.
É o mesmo que dizer (a construção ficará repetida, sim): de
todos os professores do planeta Terra, apenas os
professores alegres ministram as melhores aulas. Os que
são tristes, por exemplo, não ministram as melhores aulas.
“Babado”: Não se pode restringir algo que já é único. Por
exemplo: A atriz Angeline Jolie que é atriz do filme Sr. e Sra.
Smith promove ações sociais.
Pergunto: “Há outra atriz estadunidense - chamada Angeline
Jolie- que fez esse filme?”
“Não, né?! Ela é a única.”
Devido a esse fator, aparecem as vírgulas a fim de
diferenciar uma restrição de uma explicação.
1) Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas
Elas adicionam um comentário extra ao termo a que fazem
referência.

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No dia 15 de setembro de 2021, Milena esteve com seu


namorado, que mora em Manaus.
Nesse caso, Milena só tem um namorado, e ele mora em
Manaus (informação extra).
Por isso, nesta oração, usa-se a pontuação para separar a
informação extra, enquanto na restritiva, é sem pontuação.

Valores circunstanciais das Orações Adjetivas


Pestana (2019) cita o gramático José Carlos de Azeredo e
afirma que as orações adjetivas podem trazer valor de
circunstância.
Veja um caso: Jesus, que amou o mundo inteiro, decidiu
morrer para salvá-lo.
Perceba que, devido ao fato de Jesus amar o mundo inteiro,
morreu a fim de salvá-lo. Logo, valor de causa.
Orações Subordinadas Adjetivas Justapostas
São aquelas colocadas lado a lado, no entanto não iniciam
pelo pronome relativo ou iniciam por pronomes
interrogativos ou advérbios interrogativos.
Milena ainda tem aquelas roupas de quando era
dançarina de quadrilha.
Você sabia que os pronomes relativos exercem função
sintática?
Como fazer para descobrir:
Pegue o antecedente, isto é, o termo a que a oração
adjetiva faz referência;
Coloque esse antecedente no lugar do pronome
relativo;
164
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Faça a análise sintática.


Veja:
No dia 15 de setembro de 2021, Milena esteve com seu
namorado, que mora em Manaus.
Namorado (antecedente);
O namorado mora em Manaus;
O namorado (sujeito) mora (verbo) em Manaus (adjunto
adverbial de lugar).
As exceções – sempre (ou seja, de forma fixa) exercerão
estas funções sintáticas:
ONDE – Adjunto Adverbial de Lugar;
COMO – Adjunto Adverbial de Modo;
CUJO – Adjunto Adnominal ou Complemento Nominal.
Orações Subordinadas Adverbiais
São nomeadas dessa maneira devido a este fato: exercem
função de advérbio. Segundo a Gramática Normativa, o
advérbio exerce a função de adjunto adverbial; são iniciadas
pelas conjunções subordinativas (já há um PDF sobre as
conjunções, lembra?)
Vamos aos tipos:
Orações Subordinadas Adverbiais Causais
A oração subordinada indicará circunstância de causa à
oração principal. São introduzidas pelas conjunções
subordinativas causais.
Aqui entra uma situação meio complicada: Orações
Subordinadas Adverbiais Causais x Orações Coordenadas
Explicativas. Essa problemática surge quando aparecem as
conjunções porque, pois, que, porquanto.

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Veja alguns bizus para diferenciá-las:

1)Se a conjunção vier depois de um verbo no imperativo, a


oração é coordenada explicativa:
Estude, porque você precisa passar nesse concurso.

2)Se a conjunção introduzir o resultado, a oração é


coordenada explicativa; agora, se a conjunção introduzir a
causa, a oração é subordinada adverbial causal:
A Avenida do Turismo, localizada em Manaus, não tinha
limite de velocidade, pois o carro passou a 200km/h.

Perceba que, nesse exemplo, a conjunção introduziu o


resultado, logo, é uma oração é coordenada explicativa.
O carro passou a 200km/h, pois Avenida do Turismo,
localizada em Manaus, não tinha limite de velocidade.
Perceba que, nesse exemplo, a conjunção introduziu a
causa, logo, é uma oração subordinada adverbial causal.

3)Se, antes da conjunção, houver uma suposição que pode


ser deduzida por meio de uma comprovação ou apuração, é
oração coordenada explicativa:
Estou sem internet, porque não consigo acessar o google.

Perceba que, nesse exemplo, o “estar sem internet” é


possível ser deduzido pelo fato de não se conseguir acessar
o google (comprovação ou apuração).

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Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas


A oração subordinada indicará consequência à oração
principal. São introduzidas pelas conjunções subordinativas
consecutivas.
Eu comi tanto que passei mal ontem na festa.

Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais


A oração subordinada indicará condição à oração principal.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas
condicionais.
Eu só irei à festa se Milena for.

Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas


A oração subordinada indicará concessão à oração
principal. São introduzidas pelas conjunções subordinativas
concessivas.
Continue a acreditar que você vitória embora esteja tudo
ruim.
Bizu:
Não confunda oração subordinada concessiva com oração
coordenada adversativa. Há diferença. Na adversativa, a
segunda ideia anula a primeira ideia. Na concessiva, há
duas ideias contraditórias; elas não se anulam, acontecem
juntas.
Veja:

Karoline estudou muito, porém, na prova de


Contabilidade Pública, não passou.
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A primeira afirmação é: Karoline estudou muito.


A segunda afirmação: na prova de Contabilidade Pública,
não passou.
A ideia de ter estudado muito foi anulada pela segunda
afirmação: não passou.

Embora estivesse cabisbaixo, foi ao baile de formatura


do irmão.
Ele/Ela estava cabisbaixo. O fato de estar cabisbaixo não
impediu sua ida ao baile de formatura do irmão. Perceba
que as duas ideias contraditórias não se anulam, elas
acontecem juntas. Sendo pleonástica: Uma não impede a
outra de acontecer.

Além disso, gosto da orientação que o professor Pestana


(edição 2019) aborda: O modo verbal trará essa
diferenciação: indicativo- aparece a adversativa; subjuntivo-
aparece a concessiva.

Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas

A oração subordinada indicará conformidade/concordância


à oração principal. São introduzidas pelas conjunções
subordinativas conformativas.
Esse assunto cai na prova, segundo a professora.

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Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas


A oração subordinada indicará comparação à oração
principal. São introduzidas pelas conjunções subordinativas
comparativas.
Sua beleza é tão instigante quanto é instigante a beleza
da deusa Diana.

Orações Subordinadas Adverbiais Finais


A oração subordinada indicará finalidade à oração principal.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas finais.
Eu estudei a fim de passar no concurso público.

Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais


A oração subordinada indicará proporcionalidade à oração
principal. São introduzidas pelas conjunções subordinativas
proporcionais.
Milena se dedica muito ao passo que Minnie não se
dedica.

Orações Subordinadas Adverbiais Temporais


A oração subordinada indicará tempo à oração principal.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas
temporais.
Milena saiu da festa quando Luiz chegou.

Orações Subordinadas Adverbiais Justapostas


São aquelas colocadas lado a lado, no entanto não iniciam
pelas conjunções subordinativas ou iniciam por pronomes
ou advérbios interrogativos.
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Orações Subordinadas Adverbiais Temporais Justapostas


Faz um ano que desisti de cursar Ciências Econômicas.

Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais


Justapostas
Tivesse eu essa sorte, olha, eu já estava na Europa.

Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas


Justapostas
Seja como for, eu vou estudar para esse concurso público.

Orações Subordinadas Adverbiais Locativas Justapostas


Resido onde ninguém gosta de ir.

Orações Subordinadas Adverbiais de Companhia


Justapostas
Venha para a escola “Mágica do Português”. Aqui você
aprende com quem são os caras da Língua Portuguesa.

Orações Subordinadas Adverbiais de Favor Justapostas


Eu morreria por quem cuidou de mim todos estes anos:
minha mãe.
Orações Subordinadas Adverbiais de Assunto Justapostas
A professora Milena explicou sobre quem é a melhor banca
para cobrar língua portuguesa.

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Orações Reduzidas

NUNCA são introduzidas conjunções, mas por verbos em


uma das formas nominais: gerúndio, particípio e infinitivo;
podem ser iniciadas por preposição ou locução prepositiva.
Terminado o namoro, viajei. (reduzida)
Eu viajei quando o namoro terminou. (desenvolvida)
Bizu: Toda vez que você quiser saber qual é a classificação
da oração (substantiva, adjetiva ou adverbial), desenvolva,
assim como fiz acima.
Vamos aos tipos:
Orações Reduzidas de Infinitivo
É oração introduzida por verbo no infinitivo. Só lembrar
que esses verbos terminam em AR, ER ou IR.
São classificadas em:
Substantivas
a)Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas Reduzidas
de Infinitivo
Falar disso não nos convém agora.
b)Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas
Reduzidas de Infinitivo
Eu deixei-o sofrer.

c)Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas


Reduzidas de Infinitivo
Ele gosta de amar.

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d)Orações Subordinadas Substantivas Predicativas


Reduzidas de Infinitivo
O mais sensato é ficar calado.

e)Orações Subordinadas Substantivas Completivas


Nominais Reduzidas de Infinitivo
Ele é favorável a prender o cara.
f)Orações Subordinadas Substantivas Apositivas Reduzidas
de Infinitivo
Eu tenho um alvo nesta vida: ingressar no curso de
Psicologia.

g)Orações Subordinadas Substantivas Agentivas da Passiva


Reduzidas de Infinitivo
Milena se move por sonhar em morar na Europa.

Adjetivas
Milena não é de falar muito.
Adverbiais
a)Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas Reduzidas
de Infinitivo
Apesar de sofrer, continua atrás dela.
b)Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais Reduzidas
de Infinitivo
Sem estudar, você não terá aprovação no concurso
público.

c)Orações Subordinadas Adverbiais Causais Reduzidas de


Infinitivo
172
Por sofrer de amor, ficou depressivo.
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d) Orações Subordinadas Adverbiais Finais Reduzidas de


Infinitivo
Ela estuda para passar no Doutorado na Europa.

e) Orações Subordinadas Adverbiais Temporais Reduzidas


de Infinitivo
Não chore ao ouvi-lo se declarar.

Orações Reduzidas de Gerúndio


Coordenadas Aditivas
Milena pagou o iptu, ficando livre da dívida (e ficou livre
da dívida).
Substantivas
Agora pouco vimos pessoas chorando.
Adjetivas
Eu vi homem vivendo feliz.
Adverbiais
Mesmo não tendo condições emocionais e psicológicas,
iniciou um namoro.(Concessiva).
Temendo a reação do patrão, Milena não quis expor sua
opinião. (Causal)
Orações Reduzidas de Particípio
Não há substantivas.
Adjetivas
A aula divulgada pela escola Mágica do Português será
de língua portuguesa.
Adverbiais
Levado um tapa da amiga, continuou a pedir perdão.
(Concessiva) 173
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Bizus:
a)Não se misturam as orações reduzidas com orações
desenvolvidas no mesmo período, pois, nesse caso, não
se há paralelismo sintático. Veja:
Errado: “Os candidatos aprovados no exame médico e
que estejam de posse da documentação poderão
apresentar-se à comissão.” (PESTANA, 2019, p.648)
Certo: “Os candidatos aprovados no exame médico
estando de posse da documentação poderão apresentar-
se à comissão.” (PESTANA, 2019, p. 648)
b)Para que uma locução verbal ou o tempo composto
verbal seja uma oração reduzida, é necessário que o
verbo auxiliar esteja uma das formas nominais: infinitivo,
gerúndio ou particípio.
Exemplo: Tendo gastado tudo, não teve como fazer o
aniversário da filha. = Não teve como fazer o aniversário
da filha, porque havia gastado tudo.

Orações Intercaladas ou Interferentes


Segundo Pestana (2019, p. 655): “são aquelas que
acrescentam um comentário a respeito do que está
sendo dito”. Por isso, sempre aparecem separadas por
vírgulas, travessões, parênteses ou colchetes. Elas
expressam seguintes valores semânticos: esclarecimento,
opinião, desejo, desculpa, permissão, ressalva e outros.
a) De citação – apresenta a fala direta de uma pessoa.
Por isso, sempre ela vem indicada entre aspas ou
travessão. 174
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Exemplo: Milena disse: “Vá agora buscar o bolo!”.


Diferentemente das demais, ela é a única que exerce
função sintática. Nesse caso, exerce função de OD (objeto
direto).
b) De esclarecimento
Exemplo: No ano 2001 – Houve a tragédia das Torres
Gêmeas- eu fui convocada no concurso público.
c) De opinião
Exemplo: Débora Milena (qual o objetivo desse nome
duplo?) nasceu em 2021.
d) De desejo
Exemplo: Milena é uma filha ótima (Que ela continue
assim).
e) De Desculpa
Exemplo: Lucas parece uma divindade grega, pois tem
muita sabedoria (perdoem-me os deuses gregos).
f) De permissão
Exemplo: Professora (deixe-me fazer um elogio neste
momento), você é mulher tão forte e guerreira.
g) Ressalva
Exemplo: “O livro apresentado pela editora que, diga-se
de passagem, é a melhor do mercado editorial brasileiro,
surpreendeu a todos (PESTANA, 2019, p. 657).”
Período Misto
Chama-se misto, porque as orações coordenadas e
subordinadas podem vir misturadas.
Veja: Verifica-se que uma ação é necessária, no entanto a
escola não tem apoio. 175
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Verifica-se: Oração Principal.


Que uma ação é necessária: Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta.
No entanto a escola não tem apoio: Oração Coordenada
Sintética Adversativa.
Agora, vamos exercitar!
1)(INSTITUTO CONSUPLAN/ FISCAL DE MEIO
AMBIENTE/PREFEITURA DE FORMIGA-MG/2020)

Ele quem mesmo?


Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da
vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: “olha,
não dá mais”. Tá certo que a gente tava quase se matando
e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se
termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava
muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar
conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu:
“mas agora eu tô comendo um lanche com amigos”. Enfim,
fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que
precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu
ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente,
ele não volta pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa
academia de ginástica, num centro budista e em um curso
de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos
seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do
planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente
nada, ele continuou não lembrando que eu existia. Aí achei
176
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que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu


precisava ser ainda melhor pra ele. Sim, ele tinha que voltar
pra mim de qualquer jeito!
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não
suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de
escritora. Participei de vários livros, terminei meu
próprio livro, ganhei novas colunas em revistas,
quintupliquei o número de leitores do meu site e nada
aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em
Áries, lua em Gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil
assim de um amor, e então resolvi que tinha que ser
uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria
pra mim.
Foi então que passei 35 dias na Europa,
exclusivamente em minha companhia, conhecendo
lugares geniais, controlando meu pânico em estar
sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e
vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân:
nem sinal de vida.
Comecei um documentário com um grande amigo,
aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes,
aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os
pobres, rezei pra Santo Antônio umas 1.000 vezes, torrei
no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e
história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia,
comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como
última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu
resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento
charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei
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amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas


feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a
cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir
todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita
para ele, mais mulher para ele.
Até que algo sensacional aconteceu…
Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada,
tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS
para ele. Ele quem mesmo?

(MEDEIROS, Martha. Ele quem mesmo? Disponível em: https://


www.pensarcontemporaneo.com/ele-quem-mesmo-cronica-de-
martha-medeiros/. Acesso em: 05/12/2019.)

A oração destacada em “(...) decidi que precisava ser uma


mulher melhor para ele.” (1º§) é classificada como oração
subordinada:
a)Adjetiva restritiva.
b)Adjetiva explicativa.
c)Substantiva subjetiva.
d)Substantiva objetiva direta.

Comentário: Quem decide, decide algo. O verbo é transitivo


direto. “Que precisava ser uma mulher melhor para ele” é
complemento desse verbo, o qual é chamado de objeto
direto. Logo, é uma oração subordinada substantiva
objetiva direta.
A alternativa correta é D.
178
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1)(INSTITUTO CONSUPLAN/ FISCAL DE OBRAS E


POSTURA/PREFEITURA DE FORMIGA-MG/2020)
“Na frase ‘O mestre agradeceu a informação, despediu-se e
foi embora’ (2º§), têm-se duas orações coordenadas
_________________________ e uma oração coordenada
_________________.” Assinale a alternativa que completa
correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

a)assindéticas / sindética aditiva


b)sindéticas aditivas / assindética
c)assindéticas / sindética explicativa
d)sindéticas explicativas / assindética

Comentário: Perceba que em “‘O mestre agradeceu a


informação, despediu-se” há duas orações, no entanto não
são ligadas por conjunção. Portanto, orações coordenadas
assindéticas. Agora, “e foi embora” é uma oração
introduzida pela conjunção E; esta dá o sentido de adição.
Veja: O mestre agradeceu a informação, despediu-se + (e)
foi embora.
Logo, a alternativa correta é A.

2)(CEBRASPE/ SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E


PROTEÇÃO DE DADOS/MINISTÉRIO DA ECONOMIA/2020)
Quando eu era criança (e isso aconteceu em outro tempo e
em outro espaço), não era incomum ouvir a pergunta
“Quão longe é daqui até lá?” respondida por um “Mais ou
menos uma hora, ou um pouco menos se você caminhar
rápido”.
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Num tempo ainda anterior à minha infância, suponho


que a resposta mais comum teria sido “Se você sair
agora, estará lá por volta do meio-dia” ou “Melhor sair
agora, se você quiser chegar antes que escureça”. Hoje
em dia, pode-se ouvir ocasionalmente essas respostas.
Mas serão normalmente precedidas por uma solicitação
para ser mais específico: “Você vai de carro ou a pé?”.
“Longe” e “tarde”, assim como “perto” e “cedo”,
significavam quase a mesma coisa: exatamente quanto
esforço seria necessário para que um ser humano
percorresse uma certa distância — fosse caminhando,
semeando ou arando. Se as pessoas fossem instadas a
explicar o que entendiam por “espaço” e “tempo”, poderiam
ter dito que “espaço” é o que se pode percorrer em certo
tempo, e que “tempo” é o que se precisa para percorrê-lo.
Se não fossem muito pressionados, porém, não entrariam
no jogo da definição. E por que deveriam? A maioria das
coisas que fazem parte da vida cotidiana são
compreendidas razoavelmente até que se precise defini-
las; e, a menos que solicitados, não precisaríamos defini-
las. O modo como compreendíamos essas coisas que hoje
tendemos a chamar de “espaço” e “tempo” era não apenas
satisfatório, mas tão preciso quanto necessário, pois era o
wetware — os humanos, os bois e os cavalos — que fazia o
esforço e punha os limites. Um par de pernas humanas
pode ser diferente de outros, mas a substituição de um par
por outro não faria uma diferença suficientemente grande
para requerer outras medidas além da capacidade dos
músculos humanos. 180
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Zygmunt Bauman. A modernidade como história do tempo. In: Modernidade líquida.


Plínio Dentzien (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 2001 (com adaptações).

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto


anterior, julgue o item seguinte.

No primeiro parágrafo do texto, os trechos ‘Se você sair


agora’ e ‘Melhor sair agora’ exprimem, respectivamente, a
consequência do evento expresso pelo trecho ‘estará lá por
volta do meio-dia’ e o resultado do que é expresso pelo
trecho ‘se você quiser chegar antes que escureça’.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: É uma questão (um tanto) peculiar – cara da


banca Cespe mesmo -, visto que trabalha com estrutura
sintática, mas voltando-se para o sentido.
Item errado. Veja:
“Num tempo ainda anterior à minha infância, suponho que
a resposta mais comum teria sido “(1) Se você sair agora,
estará lá por volta do meio-dia” ou “(2) Melhor sair agora, se
você quiser chegar antes que escureça.”
A respeito da primeira, o item fala que se você sair agora é
consequência de estará lá por volta do meio-dia. Mentira,
pois é uma condição, isto é, você só estará lá por volta do
meio-dia se você sair agora.
A respeito da segunda, o item fala que melhor sair agora é
resultado de se você quiser chegar antes que escureça.
Mentira, pois é uma conclusão, isto é, se quiser chegar
antes que escureça, então, melhor sair agora.

181
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4)(FGV/ AGENTE SECURITÁRIO/BANESTES SEGUROS/2018)


“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio)
A forma de oração desenvolvida adequada correspondente
à oração sublinhada acima é:

a)relembrarmos este dia;


b)a relembrança deste dia;
c)que relembremos este dia;
d)que relembrássemos este dia;
e)uma nova lembrança deste dia.

Comentário:
Vamos com calma. Veja:

Relembrar este dia está na forma de oração subordinada


reduzida de infinitivo, já que o verbo está no infinitivo e ela
não apresenta conjunção se ou que. De qual tipo?
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de
Infinitivo, pois atua como substantivo e é sujeito do
período. Observe: Relembrar este dia seja bom talvez
um dia.
Na forma desenvolvida: que relembremos este dia talvez
seja bom (alternativa C é a correta). Por que não pode ser
D? Porque o relembrássemos indica passado. No caso, não
estou falando de passado e, sim, de uma situação presente
(o fato de relembrar o dia que estão vivendo).

182
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5)(PLANEXCON/ ARQUITETO/PREFEITURA DE TATUÍ-


SP/2019)

Leia os versos a seguir: “Eu te amo calado/Como quem ouve


uma sinfonia”.

A oração destacada e classificada como:

a)Subordinada substantiva objetiva direta.


b)Subordinada adverbial comparativa.
c)Coordenada sindética conclusiva.
d)Coordenada assindética.
e)Subordinada substantiva completiva nominal.

Comentário: Qual circunstância se faz presente na


oração?

Circunstância comparativa. Se indica circunstância, só pode


ser adverbial. Nesse caso, oração subordinada adverbial
comparativa. Logo, a alternativa correta é B.

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CRASE

Crase é a fusão de dois AA. Só vai acontecer quando o


termo anterior exigir a preposição A e o termo posterior
aceitar o artigo A. O acento grave indicará esse processo.
Agora que você já leu o conceito básico, por favor, nada de
falar por aí que o nome do acento é Crase.
Exemplo: Milena foi à festa.
O verbo IR exige a preposição A: ir A; e o substantivo FESTA
aceita o artigo A: A festa. Sendo assim, ocorre crase.
Por isso, afirmam que, antes de palavra feminina, o
processo de Crase acontece, porém há exceções; vou
mostrar já, já. Ah! Outra situação: Apesar de Crase ser
estudada à parte, ela está relacionada às Regências
Nominal e Verbal.
Regras de Crase

NÃO ocorre processo de Crase:

1) Antes de palavras masculinas:


a) Milena foi ao teatro.
Por quê?
Porque, nesse exemplo, o verbo IR exige preposição A, mas
o substantivo TEATRO não aceita artigo A. Você não diz
“Milena foi a teatro”. Lembrando: CRASE= A+A.

184
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Preste atenção nesta situação:


b) João escreveu um conto À Machado de Assis.
Responda-me: Isso pode acontecer?
Pode, sim, embora Machado de Assis seja um substantivo
masculino, a locução prepositiva “à moda de, à maneira de”
está implícita. É o mesmo que dizer: João escreveu um
conto à maneira/à moda de Machado de Assis.
É só nesse caso, ok?

2) Antes do artigo indefinido UMA:


a) Milena irá a uma festa na próxima semana.
O que ocorre aqui é: Milena irá A + UMA festa.
Detalhe: Se UMA indicar horas, haverá crase: Milena precisa
ir a uma festa na próxima semana, será à uma hora da
tarde.

3) Antes de verbo no infinitivo:


a) Começarei a estudar Português.
O que ocorre aqui: Começarei A + ESTUDAR.

4) Antes de expressões de tratamento, pronomes


pessoais, pronomes interrogativos, pronomes indefinidos,
pronomes demonstrativos e pronomes relativos:
a) Essa é a criança a que fizeste alusão. (pronome relativo)
O que ocorre aqui: fizeste alusão A + QUE.
Há uma exceção aqui, mas, quando eu falar de CRASE
OBRIGATÓRIA, explico isso.

. 185
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b) Ali está a jovem a quem eu contei a história de terror.


(pronome relativo)
O que ocorre aqui: contei a história de terror A + QUEM.
c) Desejo melhora a ele. (pronome pessoal)
O que ocorre aqui: Desejo melhora A + ELE.
d) Ele fez referência a este trabalho de pesquisa.
(pronome demonstrativo)
O que ocorre aqui: fez referência A + ESTE.
Há exceção aqui, mas, quando eu falar de CRASE
OBRIGATÓRIA, explico isso.
e) Se as pessoas estão comentando sobre essa fofoca, é
porque João falou isso a alguém. (pronome indefinido)
O que ocorre aqui: João falou isso A + ALGUÉM.
f) A quem vocês atribuíram a culpa? (pronome
interrogativo)
O que ocorre aqui: Vocês atribuíram a culpa A + QUEM.
5) Antes de pronomes de tratamento:
a) Solicito a Vossa Excelência que uma solução seja dada a
essa problemática. (pronome de tratamento)
O que ocorre aqui: Solicito A + VOSSA EXCELÊNCIA.
b) Disseram a você que eu estava doente? (pronome de
tratamento)

O que ocorre aqui: disseram A+VOCÊ.


Pois é, apesar de VOCÊ ser usado para a segunda pessoa, é
um pronome de tratamento segundo as Gramáticas
Normativas.
Há uma exceção aqui, mas, quando eu falar de CRASE
OBRIGATÓRIA, explico isso. 186
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6) Entre termos repetidos:


Joyce e Fabiano ficaram cara a cara no jantar.

7) Depois de preposição (acidental ou essencial):


a) Após as 22h, eu não respondo mensagens no
Whatsapp.
Quando AS introduz horas, ocorre o processo de Crase,
porém, aqui, não acontece, porque APÓS é uma
preposição.

Exceção: preposição ATÉ. Com ela, é facultativo o processo


de Crase.

8) Nas expressões DE... A...


a) De segunda a segunda, trabalho no projeto da empresa.
b) De 8h as 11h, estudo para concurso.
Sobre o caso B – no que diz respeito a horas: se for DAS 8h
ÀS 11h, ocorrerá processo de Crase. Por quê?
Porque acontece isto: DE+AS 8h = DAS 8h/ A+AS = ÀS 11h. É
o famoso Paralelismo Sintático. Se há artigo e preposição
em DE+AS, deverá haver também em A+AS.

9) Antes da palavra casa quando esta não estiver


especificada:
a) Fui a casa pegar os trabalhos que eu havia esquecido.
(não especificada)
b) Fui à casa de Joana pegar os trabalhos que eu havia
esquecido. (especificada)
187
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10) Antes da palavra terra quando esta for oposta a


bordo:
a) Os marinheiros chegaram a terra neste sábado.
Agora, caso TERRA esteja especificada ou indique o planeta,
ocorre processo de crase:
b) Eles retornaram à terra natal depois de muitos anos em
outro País; (especificada)
c) Joaquim, em seu livro, faz referência à Terra e afirma
que o homem tem destruído o que há de bom nela.
(planeta)

11) Antes de palavra com sentido genérico:


a) Fui a festa maravilhosa ontem (=a uma festa
maravilhosa, pode ser qualquer uma).
12) Antes de palavras no plural que não estiverem
acompanhadas do artigo AS:
a) Fiz referência a pessoas que trabalham com artesanato.
O que ocorre aqui: Fiz referência A + PESSOAS.
É diferente de “Fiz referência às pessoas que trabalham
com artesanato”.
b) O que ocorre aqui: Fiz referência A + AS PESSOAS.
OCORRE processo de Crase:
1) Antes de palavras femininas (subentendida ou
expressa):
a) Ela disse à menina que hoje não haverá aula.
O que ocorre aqui: Disse A+A menina.
Olha só o babado: Paris é um substantivo feminino, porém,
como diz Rocha Lima (edição de 2019), repele o artigo A.
Então, fica assim:
188
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b) Eu irei a Paris neste ano.


Agora, se vier especificada, haverá o processo de Crase:
c) Eu irei à Paris dos meus sonhos neste ano.
“Como assim, Milena, repele o artigo? Não entendi nada.”
Toda vez que você desejar saber se a palavra repele ou não
o artigo: basta colocar o termo como sujeito da oração: A
Paris é linda. (estranho)/ Paris é linda. (hum, agora, sim)
Bechara, no mesmo raciocínio, cita como exemplo:
Copacabana.

2) Antes de aquela, aquele, aquilo (pronomes


demonstrativos) e a qual, as quais (pronomes relativos):
a) Milena fez referência àquela atividade de português da
aula passada.
O que ocorre aqui: fez referência A+AQUELA = ÀQUELA.
b) Você pediu desculpa às alunas às quais você fez crítica?
O que ocorre aqui: 1) pediu desculpa A+AS ALUNAS= ÀS
ALUNAS. 2) Você fez crítica A+AS QUAIS = ÀS QUAIS.

Babadão: Você viu que é proibido o processo de Crase antes


do QUE, certo?
Veja isto:
- Cadê a sua filha? Faço referência À que foi número 1 no
Concurso Público.
Esse “À” pode ser substituído por AQUELA. Por isso, ocorre
Crase: Faço referência àquela que foi número 1 no Concurso
Público.

189
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Quando isso acontecer, já sabe.

3) Nas locuções prepositivas: à moda de/à maneira de:


a) Karol canta à maneira de Marisa Monte.

4) Nas seguintes locuções femininas (compilação feita por


Fernando Pestana):
a) Adjetivas: à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à
queima-roupa, à vontade, à venda, à mão armada, à beça;
b) Adverbiais: à noite, à tarde, às vezes, às pressas, à farta, à
vista, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
direita, à uma (ao mesmo tempo, juntamente), à vontade, às
avessas, às claras, às escuras, à mão, às escondidas, à
míngua, à fome, à venda, à mão armada, à beça, à bala, à
tinta, à máquina, à espada, à caneta, à foice, à chave, à
revelia, à deriva, à meia-noite;
c) Prepositivas: à altura de, à custa de, à espera de, à beira
de, à espreita de, à base de, à moda de, à maneira de, à
procura de, à roda de, à guisa de, à mercê de, à semelhança
de;
d) Conjuntivas (só duas): à medida que, à proporção que.

Casos em que é FACULTATIVO o processo de Crase:


1) Antes dos pronomes possessivos adjetivos femininos:
a) Enviaremos o currículo de Carlos à/a nossa professora da
faculdade.
Importante: Se a palavra que acompanha esse pronome
estiver ausente, o processo de Crase é obrigatório.
Exemplo: Você não foi a/à minha aula, mas foi à dela. 190
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2) Antes de nomes próprios femininos e dos pronomes de


tratamento senhora, dona, senhorita:
a) Já falaste à/a Juliana sobre a reunião de amanhã? (nome
próprio feminino)
b) Irei enviar o arquivo à senhora. (pronome de
tratamento senhora)
c) Solicito a senhorita que se sente ali. (pronome de
tratamento senhorita)
d) Pediu à dona Maria que ela traga os documentos do
marido amanhã? (pronome de tratamento dona)

3) Antes de certos topônimos como Europa, Ásia, África,


França, Inglaterra, Espanha, Holanda e Escócia:
a) Eu irei à/a Europa daqui a dois anos.
Uma treta em relação à Crase:
Em algumas construções, se não houver processo de Crase,
a ambiguidade aparece:
a) Viviane pintou a máquina.
Viviane pintou o instrumento máquina ou ela pintou algo
por meio da máquina?
Se ela pintou o instrumento máquina, é sem crase. Agora,
se ela pintou algo por meio da máquina, é com crase
(obrigatoriamente).
Quando se deparar com uma situação dessa, já sabe o que
fazer, concurseiro.
Mãos à obra!
1) (CESPE/ANALISTA DE SISTEMAS/TJ-AM/2019)

191
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Ainda com relação às propriedades linguísticas e aos


sentidos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
A inserção do sinal indicativo de crase em “a
interpretações” ( ℓ .7) ocasionaria erro gramatical no
texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Vamos tentar entender as coisas aqui. Veja: CESPE está


falando do ACENTO INDICATIVO DE CRASE e NÃO DO
PROCESSO DE CRASE.
A construção na linha 7 é: sujeitas A + INTERPRETAÇÕES.
Sendo assim, colocar o acento grave ocasionaria erro
gramatical, pois não há processo de Crase aí. É diferente
de “sujeitas às interpretações”. Nesse caso, o acento
grave é obrigatório, já que há processo de Crase:
sujeitas A + AS INTERPRETAÇÕES.
Portanto, item certo.

2) (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ TJ-CE/2019)


“Todos aqueles que devem deliberar sobre questões
dúbias devem também manter-se imunes ao ódio e à
simpatia, à ira e ao sentimentalismo”.

Nesse pensamento de um historiador latino, ocorreu


duas vezes a utilização correta do acento grave
indicativo de que houve crase; a frase abaixo em que
esse mesmo acento está equivocado é:
193
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a)Quem perdoa uma culpa encoraja à cometer muitas


outras;
Equivocado, pois não ocorre processo de crase antes de
verbo no infinitivo. Logo, sem acento grave.
b)A aspiração à glória é a última da qual se conseguem
libertar os homens mais sábios;
Correto, pois o substantivo ASPIRAÇÃO no sentido de
ALMEJAR ALGO exige a preposição A. Logo, ASPIRAÇÃO A +
A glória = À.

c)Quem aspira à sumidade, raras vezes consegue passar do


meio;
Correto, pois o verbo ASPIRAR no sentido de ALMEJAR ALGO
exige a preposição A. Logo, ASPIRAR A + A sumidade = À.

d)Veja o que ocorreu com muitos intelectuais, condenados


à fama imortal;
Correto, pois, se estão condenados, estão condenados A +
A fama imortal = À.
e)Todos somos levados à obediência eterna a Deus.
Correto, pois, se somos levados, somos levados A + A
obediciência = À.

3)(INSTITUTO AOCP/ INVESTIGADOR/PC-ES/2019)


No excerto “[…] jamais avise a estranhos que você não
estará em casa.”, será obrigatório o uso do sinal indicativo
da crase, no caso de o termo em destaque ser substituído
por
194
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a)vizinhos da rua.
Não! VIZINHOS é palavra masculina, e não ocorre processo
de Crase antes desse tipo de palavra. Logo, não é
obrigatório o acento grave.
b)vizinhança toda.
Sim! VIZINHANÇA é palavra feminina, e ocorre processo de
Crase antes desse tipo de palavra. Logo, é obrigatório o
acento grave.
c)entregadores.
Não! ENTREGADORES é palavra masculina, e não ocorre
processo de Crase antes desse tipo de palavra. Logo, não é
obrigatório o acento grave.
d)cobradores.
Não! COBRADORES é palavra masculina, e não ocorre
processo de crase antes desse tipo de palavra. Logo, não é
obrigatório o acento grave.
e)quem quer que seja.
Não! QUEM é pronome relativo, e não ocorre processo de
crase antes desse tipo de palavra. Logo, não é obrigatório o
acento grave.

4) (CESGRANRIO/TÉCNICO CIENTÍFICO-TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO/ BANCO DA AMAZÔNIA/2018)

O acento grave marca, na escrita, o fenômeno da crase,


isto é, representa a fusão de dois a.
Dessa forma, o acento indicativo da crase está
corretamente empregado em:
195
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a)Meu sonho é conhecer à Paris dos romances.


Incorreto, pois o verbo CONHECER é verbo transitivo direto,
sendo assim, não exige preposição. A estrutura está assim:
CONHECER + A Paris dos romances. Portanto, sem processo
de Crase e, consequentemente, sem acento grave.

b)Todos deveriam sempre lembrar à quem agradecer.


Incorreto, pois QUEM é pronome relativo, e não ocorre
processo de Crase antes desse tipo de palavra. Portanto,
sem acento grave.

c)Restrinjo-me àquilo que ficou combinado na reunião.


Correto, pois quem se restringe, se restringe A+AQUILO=
Àquilo. Lembrando que o processo de Crase ocorre antes
dos pronomes aquele (s), aquela (s) e aquilo.
Consequentemente, há acento grave.

d)Ensinaram à ela muito sobre a história da psicanálise.


Incorreto, pois ELA é pronome pessoal, e não ocorre
processo de Crase antes desse tipo de palavra. Portanto,
sem acento grave.

e)Referimo-nos à toda raiva acumulada em nossos


corações.

Incorreto, pois TODA é pronome indefinido, e não


ocorre processo de Crase antes desse tipo de palavra.

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Portanto, sem acento grave.


Mas, Milena, toda é feminino.
Sim, eu sei, porém não deixa de ser pronome indefinido e
ponto final (risos).

5)(FCC/ ASSISTENTE LEGISLATIVO/ AL-AP/2020)


Atenção: Para responder à questão, considere o texto
abaixo.

1. “Máquinas similares às hoje existentes serão


construídas a custos mais baixos, mas com velocidades
mais rápidas de processamento.” Assim, em um artigo de
1965, o empreendedor Gordon Moore, hoje com 90 anos
de idade, apresentou sua célebre ideia. Pela “Lei de Moore”,
a cada dois anos, em média, o desempenho dos chips de
computador dobra, sem que aumentem os custos de
fabricação. A máxima, irretocável, à exceção de pequenos
detalhes, funcionou tal qual intuíra Moore. É uma regra que
pode, contudo, estar com os dias contados.
2. Vive-se, hoje, uma revolução tecnológica afeita a deixar
no passado o raciocínio da duplicação de capacidade de
cálculos à base de silício: é a computação quântica. Ela
poderá nos levar a distâncias inimagináveis: tarefas que o
computador mais poderoso do planeta demoraria 10.000
anos para completar seriam feitas em minutos.

197
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3. A computação quântica, até o início desta década, não


passava de teoria. Nos últimos anos, começou a ser
testada, com sucesso parcial, até conseguir tração que
parece se encaminhar para uma nova história. Um
documento da NASA, vazado recentemente, mostra que
uma empresa, ao criar o primeiro computador quântico
funcional da história, pode estar próxima de romper com o
paradigma imposto pela Lei de Moore.
4. A revelação foi resultado de uma distração. Algum
funcionário da NASA, também envolvido com o projeto,
acidentalmente publicou no site da agência espacial um
estudo que mostra o feito, realizado por meio de uma
máquina, ainda sob sigilo. O arquivo, já programado para
ser divulgado oficialmente, permaneceu poucos segundos
no ar, mas foi flagrado pelo jornal Financial Times.
5. O avanço ainda se restringe a âmbitos estritamente
técnicos, sem utilidade cotidiana, mas já é apelidado de “o
Santo Graal da computação”. Isso porque o feito, se
comprovado, atingiu o que se conhece como “supremacia
quântica”. A nomenclatura indica um momento da
civilização em que os computadores talvez sejam tão (ou
mais) competentes quanto os seres humanos.
6. O cientista da computação Scott Aaronson disse, em
entrevista: “Isso não causará mudança imediata na vida das
pessoas. Mas só por enquanto, pois se trata do início de um
caminho que levará a transformações radicais em diversas
áreas”. Vale lembrar que o computador que usamos hoje
também começou com um passo singelo, em 1843, quando
198
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a matemática inglesa Ada Lovelace (1815-1852) publicou


um diagrama numérico que veio a ser considerado o
primeiro algoritmo computacional.
(Adaptado de: Revista Veja, edição de 09/10/2019, p. 79)

Tem-se a expectativa de que I futura revolução tecnológica


culmine no desenvolvimento de inovações que abranjam de
novos remédios II criação de materiais artificiais que hoje se
restringem apenas III imaginação. Preenchem corretamente
as lacunas I, II e III da frase acima:

a) a − à – à
b) à − a – a
c) à − à – à
d) a − a – a
e) à − a − à

Reescrevendo: Tem-se a expectativa de que A (aqui, não há


fusão de dois AA) futura revolução tecnológica culmine no
desenvolvimento de inovações que abranjam de novos
remédios À (aqui, há fusão de dois AA –novos remédios A+A
criação = À) criação de materiais artificiais que hoje se
restringem apenas À (aqui, há fusão de dois AA – se
restringem A+A imaginação = À) imaginação.
Logo, a alternativa correta é A.

199
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Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. São Paulo: Saraiva, 2017.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2019.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:José
Olympio, 2019.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. São Paulo:
Método, 2019.

REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO

Para início de conversa: o que é reescrever? Segundo os


dicionários Aurélio e Michaelis, reescrever significa escrever
de novo, escrever outra vez ou de outra maneira.
Dentre essas definições, eu escolho apenas a última
(escrever de outra maneira). Por quê? Porque as bancas
têm trabalhado com a reescritura de textos nessa definição.
Um trecho é selecionado e reescrito de outra maneira, por
conseguinte, ela pergunta qual alternativa substitui aquela
construção proposta no comando da questão, a fim de
saber se mantém ou não a correção gramatical, o sentido
ou os dois ao mesmo tempo.
Muito importante: Ao se deparar com a questão, você
precisa detectar se a solicitação é a correção gramatical
(Gramática Normativa), o sentido ou os dois ao mesmo
tempo.
Observe as duas questões abaixo. Tome-as como
200
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exemplos em relação ao modo das bancas cobrarem a


reescritura:
(CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE
BOA VISTA/2019)

A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-II,


julgue o item subsecutivo.
Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, as
vírgulas que isolam a oração “que hoje se consideram
constitutivas da nacionalidade” (l. 17 e 18) poderiam ser
suprimidas.
201
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Essa questão trata de pontuação, visto que fala de
vírgulas.
Nela, dois aspectos precisam ser analisados:
1. A oração que está isolada é chamada de Oração
Subordinada Adjetiva Explicativa.

Detalhe: Oração Subordinada Adjetiva Explicativa é


uma oração que caracteriza o termo a que faz referência
e o retoma (depois, procure saber mais).
Se eu suprimisse as vírgulas, essa oração deixaria de ser
explicativa e passaria a ser restritiva. Nesse caso,
mudaria apenas o sentido.

No entanto, a questão não está falando de sentido; está


falando de correção gramatical.
2. Eu volto para a parte indicada (l.17 e 18) e vejo o que
há antes ou depois dessas vírgulas:
[…] não há ideia da mistura das três raças, que hoje se
consideram constitutivas da nacionalidade, mas
somente dos índios e brancos.
Se você examinarmos, há um MAS depois da segunda
vírgula. OPAAA! Aqui está o erro.
Nas regras gramaticais de vírgula, afirma-se que a
vírgula antes de orações coordenadas adversativas é
obrigatória. Logo, caso as vírgulas fossem retiradas,
haveria prejuízo para a correção gramatical do texto. 202
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O item é ERRADO. As vírgulas não podem ser


suprimidas.
Veja como é a construção desse trecho sem a oração
adjetiva explicativa: não há ideia da mistura das três
raças, mas somente dos índios e brancos.

2) (FGV/ ANALISTA LEGISLATIVO MUNICIPAL/ CÂMARA


DE SALVADOR/2018)
Texto 1 – Prioridade à cultura
Chico D’Ângelo, O Globo, 22/11/2017 (adaptado)
A resistência ao desmonte da cultura em cenário de
crises graves não se dá por acaso. Mesmo num
contexto em que o governo trabalhe pela extinção de
uma série de políticas e pilares que sustentam a cultura
brasileira, os atos em defesa desta são vistos com
desdém. É muito comum que, em situações diversas,
generalize-se a opinião de que políticas públicas para a
cultura não devem ser prioritárias. Combater essa
generalização equivocada é urgente.
O Brasil precisa ampliar as discussões sobre a cultura,
em vez de abandoná-las. A desidratação frequente que
a gestão pública do setor vem sofrendo inibe a
consolidação de mecanismos de mapeamento contínuo
da economia da cultura, capazes de garantir o acesso da
população aos bens culturais.

203
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Um dos processos de reescritura de frases é a


substituição de termos por um só vocábulo de valor
semântico equivalente; a substituição que é
INADEQUADA, entre os casos abaixo, é:
a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de
crises graves” / A resistência ao desmonte da cultura em
cenário crítico grave;
Adequado, pois apenas trocou a locução adjetiva de
crises pelo adjetivo crítico. O valor semântico continua o
mesmo.

b) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de


crises graves” / A resistência ao desmonte cultural em
cenário de crises graves;
Inadequado. Embora a locução adjetiva da cultura
tenha sido trocada pelo adjetivo cultural - o que, em
teoria, deveria significar a mesma coisa - não há o
mesmo valor semântico. Na primeira, o sentido é: uma
resistência ao desmonte DA CULTURA, ou seja, NÃO à
separação da cultura, a cultura não terá desmonte; na
segunda, vai parecer meio estranha a explicação, é: uma
resistência ao DESMONTE CULTURAL, isto é, NÃO à
separação do DESMONTE (o qual não é qualquer
DESMONTE, é um DESMONTE CULTURAL), essa
característica CULTURAL não terá desmonte.

204
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Estude ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO


NOMINAL com o propósito de entender melhor a
alternativa.

a) “...não se dá por acaso” / não se dá ocasionalmente;


Adequado, pois apenas trocou locução adverbial por
acaso pelo advérbio ocasionalmente. O valor semântico
continua o mesmo.

b) "...os atos em defesa desta são vistos com desdém” /


os atos em defesa desta são vistos desdenhosamente;
Adequado, pois apenas trocou locução adverbial com
desdém pelo advérbio desdenhosamente. O valor
semântico continua o mesmo.

c) “...capazes de garantir o acesso da população aos


bens culturais” / capazes de garantir o acesso
populacional aos bens culturais.
Adequado, pois apenas trocou locução adjetiva da
população pelo adjetivo populacional. O valor
semântico continua o mesmo.

A verdade final é: As bancas que utilizam isso, na


maioria das vezes, querem apenas saber se você
entende e sabe concordância, regência, crase,

205
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pontuação, semântica, mecanismos de coesão,


colocação pronominal e outros.

Sabendo disso, avancemos!


Para que um texto seja escrito novamente de maneira
diferente, usa-se a paráfrase.

Paráfrase: Interpretação ou tradução na qual o autor


procura manter as ideias originais do texto; maneira
diferente de expressar algo que já foi dito (Michaelis).
Exemplo:
E aí, brô, como foi a festa? (Informal)
Oi. Diga-me como foi a festa. (Formal)
Veja que, nas duas frases, estou dizendo a mesma
coisa (sentido): quero saber como foi a festa. O que
mudou foi a forma de escrever. Enquanto, na primeira,
a linguagem é mais solta; na segunda, é mais elaborada.

A partir desse conceito, as bancas trabalham com


prejuízo, manutenção, alteração e preservação do
sentido. Isso sempre será acompanhado da correção
gramatical. Por quê? Porque uma palavra, um
mecanismo de coesão, uma vírgula sendo colocado (a)
ou tirado (a) pode mudar, prejudicar ou manter o
sentido da frase, do trecho ou do texto inteiro.

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O professor Fernando Pestana (2019) afirma que


existem cerca de 29 possibilidades de parafrasear um
texto:
1)Linguagem informal para a formal;
2)Mudança de posição dos vocábulos;
3)Predicado converso e predicado simétrico;
4)Substituição de locuções por palavras;
5)Substituição de verbos por advérbios e vice-versa;
6)Uso de sinônimos, hipônimos e hiperônimos;
7)Mudanças de tipos de discurso;
8)Conversão de voz verbal;
9)Emprego de antonomásias ou perífrases;
10) Síntese ou resumo;
11) Substituição de substantivos por pronomes;
12) Mudança de tempo verbal sem alteração do
sentido;
13) Nominalização;
14) Transformação de oração reduzida para
desenvolvida e vice-versa;
15) Inversão sintática;
16) Mudança de pronome relativo por outro e pronome
demonstrativo por outro;
17) Mudança de pontuação por outra e pontuação
facultativa;
18) Dupla grafia;

207
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19) Possibilidades de colocação pronominal;


20) Amplificação;
21) Possibilidades de paralelismo;
22) Orações assindéticas em sindéticas;
23) Elipse;
24) Conectivos de mesmo valor semântico;
25) Relação de causa e consequência;
26) Antônimos apoiados em palavras negativas;
27) Dupla regência;
28) Crase facultativa;
29) Dupla concordância.
Milena, as bancas cobrarão tudo isso de mim?
Milena, as bancas cobrarão tudo isso de mim?
Não, não. Nesse aspecto, eu e professor Pestana
concordamos (risos).
Há as que aparecem com frequência: relação de causa
e consequência, uso de palavras e expressões
sinônimas, substituição de um conectivo por outro de
igual valor semântico, transformação de oração
reduzida em desenvolvida e vice-versa, substituição de
substantivos por pronomes, substituição de formas
simples por locuções.
Dentre essas, explicarei, neste assunto, o uso de
palavras e expressões sinônimas e outros detalhes
sobre a significação das palavras.

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1)Entendendo a Paráfrase por significação das


palavras
A área que trabalha com a significação das palavras se
chama Semântica. Elas podem estar no seu sentido
primário ou saem do seu sentido primário e ganham
outros sentidos. Quem dirá tudo isso é o contexto.
Não entendeu nada?
Vamos lá!

Exemplo:
A cobra estava na árvore em que meu irmão pegou as
mangas.
Veja: a palavra cobra está seu sentido primário. O
contexto indica isso.
Quando falei de cobra, nessa frase, você deve ter
pensando: aquele animal que rasteja pelo chão - há as
venenosas e as que não são. Certo?

A Milena é uma cobra. Ela dizia ser minha amiga, mas


traiu minha confiança.
Veja: a palavra cobra não está no seu sentido primário;
ganhou outro sentido. O contexto indica isso.
Quando falei de cobra, nessa frase, você deve ter
pensando: uma pessoa calculista, falsa, astuta e não a
cobra animal. Certo?

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Viu que, a depender do contexto, a palavra pode ou não


ganhar outros sentidos.

Essa significação não acontece de qualquer maneira,


pois envolve nosso conhecimento de mundo,
experiência de vida, idade que temos, região em que
vivemos, grupo social e profissional em que vivemos.
Quer um exemplo?

Meu artigo científico está maceta.

Se você não é do Amazonas, penso que a palavra


maceta, nesse sentença, não fará sentido a você. Aqui,
maceta significa grande. Consegue perceber o fator
regional influenciando a significação?

Claro, há outros fatores na língua que podem alterar o


significado das palavras:
a)Acentuação gráfica/prosódia: sábia (mulher culta) e
sabiá (ave);
b)Posição da sílaba tônica: fabrica (paroxítona, forma
conjugada do verbo fabricar) e fábrica (proparoxítona,
substantivo);

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c)Timbre: molho (ô, caldo) e molho (ó, verbo);


d)Número (singular e plural): a letra (símbolo gráfico) e
as letras (literatura);
e)Gênero: a rádio (emissora) e o rádio (aparelho);
f)O acento grave (crase): chegou a noite (a noite chegou)
e chegou à noite (alguém chegou à noite);
g)A posição de certas palavras: qualquer mulher
(alguma mulher) e mulher qualquer (mulher sem valor)/
eu preciso aprender a ser só (sozinho), e não a só
(somente) ser;
h)Contexto da conjunção: nós estudamos, mas não
passamos (adversidade) e não jogo só vôlei, mas faço
natação (adição);
i)Contexto da preposição: para mim, ele é um canalha
(opinião) e não dá para sair hoje (possibilidade);
j)Contexto do advérbio: fale mais! (intensidade) e não
fale mais! (tempo);
k)Pontuação: ele voltou logo, fiquei feliz (vírgula depois
do logo, ideia de tempo) e ele voltou, logo fiquei feliz
(vírgula antes do logo, ideia de conclusão);
l)Regência: João atendeu ao cliente (com preposição) e
João atendeu o cliente (sem preposição).

Os exemplos acima foram tirados da Gramática do


Professor Fernando Pestana (2019).

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Agora, o foco volta-se para os fatores que as bancas


cobram em suas provas (ainda falando de significação
das palavras):
Sinonímia: Refere-se às palavras escritas de formas
diferentes, mas com sentidos iguais ou
aproximados, isto é, os sinônimos.
O uso de sinônimos vai depender do contexto. Por
quê? Porque, embora uma palavra seja sinônima de
outra, naquele contexto, pode não ser adequada.

Exemplo:
Em uma reunião de trabalho, você percebe que o seu
chefe está abatido.
Você não chegará a ele dizendo: Chefe, você está com a
cara abatida. O que houve?
Com certeza, haverá uma procura na escolha de um
sinônimo que se encaixe nessa situação de
comunicação.
Então, você dirá: Chefe, você está com o semblante
abatido. O que houve?
Outros exemplos:
Notícia maravilhosa: Eu venci a Covid-19. Passei meses
lá, mas fui curada dessa doença.
Em virtude da pandemia, não consegui viajar. Devido
a isso, teremos de adiar os planos. Aqui, já são os
famosos CONECTIVOS.

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Também há a sinonímia frasal. Nela, uma frase pode


ser reescrita de outra maneira sem alteração de
sentido:
Ela pagou todas as dívidas bancárias. Milena quitou,
num todo, as suas pendências bancárias.

Antonímia: Refere-se às palavras de sentidos


extremamente opostos, excludentes, isto é, os
antônimos.
Exemplos:
João está triste e Maria está feliz.
Você, Milena, é minha amiga ou minha inimiga?
Também há a antonímia frasal. Nela, o conteúdo deve
estar conflito com o de outra frase.
Exemplo:
Nós ficamos calados, por anos, diante dessa situação.
Agora, resolvemos berrar e lutar pelos nossos direitos.
Polissemia: Refere-se às várias significações que
uma palavra pode receber. Essa mudança de
significação depende do contexto. A palavra muda
de significado, mas não muda de classe gramatical.
Exemplos:
Desculpe-me pelo bolo que te dei ontem.
Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.
Tenho um bolo de revistas lá em casa.

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Veja que a palavra “bolo” é um substantivo em todas


as frases, porém muda de significado em cada uma.
Curiosidade: Você sabia que a palavra ponto é a palavra
mais polissêmica da língua portuguesa?
Aprofundamento: Denotação e Conotação
Como você já percebeu: o contexto é determinante
para que seja atribuído aquele ou este sentido a uma
palavra. É diante disso, que denotação e conotação
aparecem.
A denotação se refere ao sentido literal, primário, real,
dicionarizado da palavra.
Exemplo:
Adotei um cachorro e coloquei o nome de Bruno.
Veja que cachorro está no sentido real. Fala-se do
animal.
A conotação é o contrário, refere-se ao sentido
figurado, não literal, real, dicionarizado da palavra.
Exemplo:
O Bruno, meu namorado, é um cachorro.
Veja que cachorro não está no sentido real, mas no
sentido figurado. Por quê?
Porque Bruno é uma pessoa. Cachorro, nesse caso,
quer dizer safado, não vale nada.

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2) Outros tipos de Paráfrase

Neste tópico, além do sentido dos termos (além dos


que você já viu no tópico anterior), haverá questões
gramaticais, isto é, a correção gramatical. Por exemplo,
substituir um ponto e vírgula por ponto em uma
determinada frase a fim de verificar se é correto ou não,
ou ainda um tempo verbal por outro. Ao se tratar do
segundo caso, há a necessidade de que você tenha
domínio das regras gramaticais.
Simboraa!
·Equivalência entre locuções e palavras e entre
conectivos
O que são locuções?
Segundo o professor Fernando Pestana (2019),
locuções são grupos de vocábulos com valor de uma
palavra. Existem locuções substantivas, adjetivas,
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas,
conjuntivas e interjetivas.
Nas provas, é comum que haja substituições das
locuções adjetivas, verbais, adverbiais, prepositivas e
conjuntivas por, respectivamente, adjetivos, verbos,
advérbios, preposições e conjunções. Claro, não será
por qualquer um, será por aquele que tem o mesmo
valor semântico.

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Exemplos:
Ela tem amor de pai. (Locução adjetiva)
Ela tem amor paternal. (Adjetivo)
Estávamos correndo pelo parque quando recebemos a
ligação de Gabriela. (Locução Verbal)
Corríamos pelo parque quando recebemos a ligação de
Gabriela. (Verbo)
Ela perdeu de novo a festa. (Locução Adverbial)
Ela perdeu novamente a festa. (Advérbio)
Todos os meses, vou ao cinema a fim de relaxar.
(Locução Prepositiva)
Todos os meses, vou ao cinema para relaxar.
(Preposição)
Ainda que estivesse doente, foi ao aniversário do
amigo. (Locução Conjuntiva)
Embora estivesse doente, foi ao aniversário do amigo.
(Conjunção)

·Substituição de verbos por advérbios e vice-versa


Os ensaios para a apresentação de balé são feitos
habitualmente na noite da quarta-feira (advérbio). = Os
ensaios para a apresentação de balé costumam ser
feitos na noite de quarta-feira (verbo).

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Ele parece feliz com a viagem que fez (verbo). = Ele ficou
aparentemente feliz com a viagem que fez (advérbio).

·Substituição de substantivos por pronomes


Todos os pronomes (pessoais, possessivos, indefinidos,
interrogativos, demonstrativos e relativos) podem
substituir substantivos.
Ricardo (substantivo) fez um bolo de chocolate
maravilhoso. Ele (pronome pessoal) é o masterchef.
Yara (substantivo) foi aprovada na prova de atletismo
(substantivo). Sua (pronome possessivo) determinação
permitiu isso (pronome demonstrativo).
Milena (substantivo) é a mulher que (pronome relativo)
me aconselhou nos momentos difíceis.
Karol e Cíntia (substantivos) choraram na formatura do
irmão mais velhp, mas quem (pronome interrogativo)
realmente ficou feliz por essa conquista?
Os alunos (substantivo) do Mestrado se irritaram com a
atitude do professor. Alguns (pronome indefinido)
gritaram do decorrer da aula.
Substituição de pronome relativo por outro e
pronome demonstrativo por outro

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Só para relembrar: são 8 pronomes relativos- que, o


qual, quem, cujo, quanto, onde, como, quando. Os
relativos que e qual substituem a maioria dos outros
relativos.
Exemplos:
Aquela mulher, que veio falar com a gente, é mãe do
José.
Aquela, a qual veio falar com a gente, é mãe do José.
As jovens de que falei são lindas.
As jovens das quais falei são lindas.

Relações de causa e consequência


As relações de causa e consequência entre as orações
se dá com conectivo ou sem conectivo.
Sem conectivo:
– Faltam mecanismos para financiar a modernização
(causa); ele opta pela expansão da área, que é muito
mais barata (consequência).
Com conectivo:
– Ele opta pela expansão da área, que é muito mais
barata (consequência), porque faltam mecanismos para
financiar a modernização (causa).
Exemplos retirados da Gramática Pestana (2019).

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Mãos à obra!

1) (FCC/REDATOR/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)

Quando no decênio final do século XVI, os Países Baixos


consolidaram militarmente na Europa sua
independência da Espanha, a ofensiva batava
desdobrou-se em ofensiva ultramarina visando à
destruição das bases coloniais da riqueza e do poderio
ibéricos. Nos primeiros anos do século XVII, a
Companhia das Índias Orientais (VOC), sociedade de
ações operando mediante monopólio outorgado pelo
governo neerlandês, promoveu o comércio e a
colonização na Ásia em detrimento da presença
espanhola e portuguesa naquela parte das Índias
Ocidentais (doravante referida também pelas suas
iniciais holandesas WIC, ou “West Indische Compagnie”),
idêntico modelo institucional foi adotado para as
Américas e para a costa ocidental da África.
(MELLO, Evandro Cabral de. “Introdução”. In: O Brasil Holandês, São Paulo:
Penguin & Companhia das Letras, 2010, p. 12)

As palavras sublinhadas no texto podem ser


substituídas, sem prejuízo de seu sentido,
respectivamente, por

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a)atribuído − prejuízo − de agora em diante


b)abjurado − desfavor – inicialmente
c)concedido − proveito – somente
d)obstado − oposição − de agora em diante
e)conferido − benefício − inicialmente

OUTORGADO está no sentido de


permitido/concedido/atribuído. A única palavra que
poderia substituir OUTORGADO, sem perder o sentido,
é ATRIBUÍDO. Poderia ser CONCEDIDO também, porém
as demais palavras da alternativa C não se encaixariam.
DETRIMENTO indica prejuízo, dano. Logo, a única
palavra que poderia substituir tal termo, sem perder o
sentido, é PREJUÍZO.
DORAVANTE indica daqui em diante, de hoje para o
futuro. Logo, a única palavra que poderia substituir tal
termo, sem perder o sentido, é DE AGORA EM DIANTE.
Portanto, a alternativa correta é A. Perceba que a
questão trabalhou o conceito de Sinônimos.

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2) (FGV/TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO/DPE-


RJ/2019)
Texto 6

Um texto de divulgação de um novo romance diz o


seguinte:
“Um homem acorda gravemente ferido no meio de um
lixão. Ao que parece, tentaram matá-lo, mas ele não se
recorda dos fatos que o levaram até ali. Muito menos
de seu passado recente. Seria dado como desaparecido,
se houvesse alguém para sentir sua falta. Essa dolorosa
ausência imperceptível é a brecha para dar vazão à sua
revolta com o mundo contemporâneo e começar uma
nova vida. Entre seus planos: executar criminosos
intocados pela Justiça e escrever um best-seller. Mas
uma paixão verdadeira e arrebatadora coloca tudo em
xeque”.
(Época, 14/01/2019, p. 37)

A opção abaixo que mostra uma substituição semântica


corretamente realizada, a partir de segmentos do texto
6, é:

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a) “passado recente” / passado ainda não esquecido;


Substituir passado RECENTE por passado AINDA NÃO
ESQUECIDO não mostra uma substituição semântica
corretamente realizada.

b) “ausência imperceptível” / ausência desapercebida;


Substituir ausência IMPERCEPTÍVEL por ausência
DESAPERCEBIDA não mostra uma substituição
semântica corretamente realizada. E, aqui, chamo
atenção para isto: DESPERCEBIDA (que não chamou
atenção) é diferente de DESAPERCEBIDA
(desprovida/despreparada). Cuidado com os
parônimos!

c) “mundo contemporâneo” / mundo em evolução;


Substituir mundo CONTEMPORÂNEO por mundo em
EVOLUÇÃO não mostra uma substituição semântica
corretamente realizada.

d) “nova vida” / vida recente;


Substituir NOVA vida por vida RECENTE não mostra
uma substituição semântica corretamente realizada.

222
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e) “criminosos intocados” / criminosos não punidos.


Substituir crimonosos INTOCADOS por criminosos NÃO
PUNIDOS mostra uma substituição semântica
corretamente realizada. Por quê? INTOCADOS está no
sentido conotativo; não se fala de TOQUE FÍSICO
(INTOCADOS) e, sim, como diz o Dicionário Aulete, de
SÃO E SALVO. Isso é o mesmo que NÃO PUNIDOS.

3)(INSTITUTO AOCP/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ TRT


-1ªREGIÃO-RJ/2018)

Texto II
[...] Saiu da casa da cartomante aos tropeços e parou
no beco escurecido pelo crepúsculo — crepúsculo que é
hora de ninguém. Mas ela de olhos ofuscados como se
o último final da tarde fosse mancha de sangue e ouro
quase negro. Tanta riqueza de atmosfera a recebeu e o
primeiro esgar da noite que, sim, sim, era funda e
faustosa. Macabéa ficou um pouco aturdida sem saber
se atravessaria a rua, pois sua vida já estava mudada. E
mudada por palavras — desde Moisés se sabe que a
palavra é divina. Até para atravessar a rua ela já era
outra pessoa. Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em
si uma esperança tão violenta como jamais sentira

223
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tamanho desespero. Se ela não era mais ela mesma,


isso significava uma perda que valia por um ganho.
Assim como havia sentença de morte, a cartomante lhe
decretara sentença de vida. Tudo de repente era muito
e muito e tão amplo que ela sentiu vontade de chorar.
Mas não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que
morria. Então ao dar o passo de descida da calçada
para atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou
veloz e guloso: é agora é já, chegou a minha vez! E
enorme como um transatlântico o Mercedes amarelo
pegou-a — e neste mesmo instante em algum único
lugar do mundo um cavalo como resposta empinou-se
em gargalhada de relincho.
Macabéa ao cair ainda teve tempo de ver, antes que o
carro fugisse, que já começavam a ser cumpridas as
predições de madama Carlota, pois o carro era de alto
luxo. Sua queda não era nada, pensou ela, apenas um
empurrão. Batera com a cabeça na quina da calçada e
ficara caída, a cara mansamente voltada para a sarjeta.
E da cabeça um fio de sangue inesperadamente
vermelho e rico. O que queria dizer que apesar de tudo
ela pertencia a uma resistente raça não teimosa que um
dia vai talvez reivindicar o direito ao grito. [...]

(Excerto adaptado e extraído da obra “A Hora da Estrela”. LISPECTOR, Clarice.


23ª edição. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.)

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Assinale a alternativa cuja substituição do elemento


sublinhado pelo elemento entre parênteses NÃO gera
incorreção gramatical ou alteração de sentido no
texto.
Esta questão trabalha Gramática Normativa e
significação das palavras.

a)“[...] que um dia vai talvez reivindicar o direito [...]”


(reivindicar-lhe).
Errado, pois o verbo REIVINDICAR exige, neste contexto,
apenas o objeto direto (complemento verbal sem
preposição); o pronome LHE é para substituir objeto
indireto (complemento verbal com preposição).

b)“[...] isso significava uma perda que valia por um


ganho.” (perca).
Errado, PERDA é o substantivo, significa ruína, privação,
derrota; PERCA é o verbo PERDER conjugado. Apenas
PERDA se encaixa no contexto.

c)“[...] ela pertencia a uma resistente raça não teimosa


que um dia vai talvez reivindicar o direito ao grito.” (à
qual).
Errado, embora A QUAL possa substituir QUE, nesse
contexto, não há exigência do processo de crase a fim
de que seja À QUAL.

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d) O que queria dizer que apesar de tudo ela pertencia


a uma resistente raça [...]” (à).
Errado, pois não ocorre processo de crase diante do
artigo UMA.

e) “[...] E enorme como um transatlântico o Mercedes


amarelo pegou-a [...]” (a atingiu).
Certo, pois, a depender do contexto, como é o caso
desse excerto, pode ter sentido de atingir. E o pronome
A está substituindo o substantivo feminino MACABÉA.

Referências
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para
concursos, vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. São Paulo:
Saraiva, 2017.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2019.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
DICIONÁRIO MICHAELIS ONLINE: https://michaelis.uol.com.br/
DICIONÁRIO AULETE ONLINE: https://aulete.com.br/
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O Dicionário da Língua Portuguesa.
Curitiba: Positivo, 2010.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:José
Olympio, 2019.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. São Paulo:
Método, 2019.

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