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NOME: Francisca Ruana Monteiro da Silva

MATRÍCULA: 201901181618
TURMA: 1004
SALA: 304-A

Standards Probatórios no Processo Penal

Figura 1

Atualmente, em regra, o direito processual penal brasileiro adota como sistema


de apreciação de provas o convencimento motivado, previsto no artigo 155 do Código
de Processo Penal. Isso significa que o juiz natural tem ampla liberdade na valoração
das provas, desde que fundamente sua decisão.

Ocorre que, assim como no caso apresentado na figura 1, no momento da


valoração das provas, alguns Magistrados, diante da dúvida, optam pela condenação do
réu, violando, desta forma, o princípio do in dubio pro reo ao inverterem sua lógica: a
absolvição passa a depender de provas; a condenação, da dúvida.

Nesse contexto, em face do perigo do subjetivismo, do decisionismo judicial e


da arbitrariedade, surge a figura do standard probatório, um modelo de constatação
segundo o qual as provas são submetidas a critérios racionais de apreciação e valoração,
de modo que a discricionariedade do julgador é reduzida e a decisão mais
substancialmente fundamentada.
Assim, temos que a quantidade de prova acusatória precisa ultrapassar a dúvida
razoável para que se concretize o princípio do in dubio pro reo, uma vez que, no caso de
dúvida razoável, mesmo a hipótese mais provável deverá ser descartada, pois ela ainda é
compatível com a presunção de inocência.

Conclui-se, pois, que o déficit cognitivo do julgador pela complexidade e


natureza técnica dos fatos não pode ser obstáculo à caracterização da garantia do in
dubio pro reo e do princípio da presunção da inocência. Em outras palavras, na medida
em que não havendo convencimento além (ou acima) da dúvida razoável para a
condenação, o acusado deve ser absolvido.

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