Este documento discute os standards probatórios no processo penal brasileiro. Atualmente, o juiz tem ampla liberdade na valoração das provas desde que fundamente sua decisão, porém alguns magistrados optam pela condenação quando há dúvida, violando o princípio do in dubio pro reo. Os standards probatórios propõem critérios racionais de apreciação das provas para reduzir a discricionariedade do juiz e fundamentar melhor a decisão, de modo que a condenação só ocorra quando as provas ultrapassarem a
Este documento discute os standards probatórios no processo penal brasileiro. Atualmente, o juiz tem ampla liberdade na valoração das provas desde que fundamente sua decisão, porém alguns magistrados optam pela condenação quando há dúvida, violando o princípio do in dubio pro reo. Os standards probatórios propõem critérios racionais de apreciação das provas para reduzir a discricionariedade do juiz e fundamentar melhor a decisão, de modo que a condenação só ocorra quando as provas ultrapassarem a
Este documento discute os standards probatórios no processo penal brasileiro. Atualmente, o juiz tem ampla liberdade na valoração das provas desde que fundamente sua decisão, porém alguns magistrados optam pela condenação quando há dúvida, violando o princípio do in dubio pro reo. Os standards probatórios propõem critérios racionais de apreciação das provas para reduzir a discricionariedade do juiz e fundamentar melhor a decisão, de modo que a condenação só ocorra quando as provas ultrapassarem a
Atualmente, em regra, o direito processual penal brasileiro adota como sistema
de apreciação de provas o convencimento motivado, previsto no artigo 155 do Código de Processo Penal. Isso significa que o juiz natural tem ampla liberdade na valoração das provas, desde que fundamente sua decisão.
Ocorre que, assim como no caso apresentado na figura 1, no momento da
valoração das provas, alguns Magistrados, diante da dúvida, optam pela condenação do réu, violando, desta forma, o princípio do in dubio pro reo ao inverterem sua lógica: a absolvição passa a depender de provas; a condenação, da dúvida.
Nesse contexto, em face do perigo do subjetivismo, do decisionismo judicial e
da arbitrariedade, surge a figura do standard probatório, um modelo de constatação segundo o qual as provas são submetidas a critérios racionais de apreciação e valoração, de modo que a discricionariedade do julgador é reduzida e a decisão mais substancialmente fundamentada. Assim, temos que a quantidade de prova acusatória precisa ultrapassar a dúvida razoável para que se concretize o princípio do in dubio pro reo, uma vez que, no caso de dúvida razoável, mesmo a hipótese mais provável deverá ser descartada, pois ela ainda é compatível com a presunção de inocência.
Conclui-se, pois, que o déficit cognitivo do julgador pela complexidade e
natureza técnica dos fatos não pode ser obstáculo à caracterização da garantia do in dubio pro reo e do princípio da presunção da inocência. Em outras palavras, na medida em que não havendo convencimento além (ou acima) da dúvida razoável para a condenação, o acusado deve ser absolvido.