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HIGIENE E SEGURANÇA

ALIMENTAR NA
RESTAURAÇÃO
Estrutura do Curso:
☺ Higiene Alimentar versos Segurança Alimentar
☺ Legislação alimentar
☺ Microbiologia Alimentar
☺ Higiene e Manipulação dos Alimentos
☺ Higiene das Instalações, equipamentos e utensílios
☺ Higiene dos Alimentos
☺ Controlo de Pragas
☺ Breve abordagem ao Sistema de Segurança Alimentar

☺
Objetivo Geral

Dotar os formandos de um conjunto de saberes/procedimentos


capazes de lhes conferir um conhecimento reforçado acerca
das boas práticas de higiene e produção.
Objetivos Específicos

▪ Identificar procedimentos de prevenção e controlo dos microrganismos na


produção e confeção alimentar.
▪ Identificar as normas e procedimentos de higiene no manuseamento e manipulação
dos alimentos.
▪ Identificar as normas de conservação no armazenamento dos alimentos.
▪ Reconhecer a importância da limpeza e desinfeção dos alimentos,
utensílios/equipamentos e instalações, de acordo com as normas higiene e
segurança alimentar.
▪ Reconhecer a importância da aplicação de procedimentos de um sistema
preventivo de segurança alimentar.
CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
1
Capítulo
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

HIGIENE ALIMENTAR

São as medidas e condições necessárias para controlar os riscos


e assegurar que os géneros alimentícios sejam próprios para
consumo humano, tendo em conta a sua utilização.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

MANIPULADORES DE ALIMENTOS

“Todas as pessoas que, pela sua ACTIVIDADE LABORAL, têm


contacto direto com os alimentos durante as fases de PREPARAÇÃO,
FABRICO, TRANSFORMAÇÃO, EMBALAGEM,

ARMAZENAGEM, TRANSPORTE, DISTRIBUIÇÃO e VENDA.”


CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

LEGISLAÇÃO ALIMENTAR
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DIRECTIVA
COMUNITÁRIA Diretiva N.º 93/43/CEE

LEGISLAÇÃO DL N.º 67/98 de


NACIONAL 18 de Março
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
REGULAMENTOS
Regulamento n.º 852/2004
COMUNITÁRIOS
Regulamento n.º 853/2004
REVOGA Regulamento n.º 854/2004

DIRECTIVA
COMUNITÁRIA Diretiva N.º 93/43/CEE

LEGISLAÇÃO
DL N.º 67/98 de 18 de Março
NACIONAL
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

REGULAMENTO (CE) Nº 852/2004, DE 29 DE ABRIL

Artigo 5º

Análise dos perigos e controlo dos ponto críticos

1 - Os operadores das empresas do sector alimentar criam, aplicam e mantêm


um processo ou processos permanentes baseados nos princípios do HACCP.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

REGULAMENTO (CE) Nº 852/2004, DE 29 DE ABRIL

CAPITULO XII - Formação

“Os operadores das empresas do sector alimentar devem assegurar que:

1 – O pessoal que manuseia os alimentos disponha, em matéria de higiene dos


géneros alimentícios, de instrução e/ou formação adequadas para o
desempenho das suas funções.

2 – Os responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do processo referido


no n.º1 do artigo 5.º do presente regulamento ou pela aplicação das orientações
pertinentes tenham recebido formação adequada na aplicação dos princípios
HACCP; (…)”
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Fonte: REGULAMENTO (CE) Nº 852/2004, de 29 DE ABRIL


CONCEITOS FUNDAMENTAIS

ENQUADRAMENTO LEGAL

Decreto de Lei nº 113/2006, de 12 de Junho

Artigo 6º (Contraordenações)

500€ a 3740€ - Pessoa Singular

500€ a 44 890€ - Pessoa Coletiva


CONCEITOS FUNDAMENTAIS

REGULAMENTO Regulamento n.º178/2002


COMUNITÁRIO de 28 de Janeiro

Artigo N.º 18

Rastreabilidade
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Rastreabilidade define-se como a capacidade de detetar a origem e de seguir o rasto de


um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros
alimentícios ou de uma substância, destinados a ser incorporados em géneros alimentícios
ou em alimentos para animais, ou com probabilidade de o ser, ao longo de todas as fases
da produção, transformação ou distribuição.

É da responsabilidade de cada um dos operadores da cadeia de abastecimento a


organização do sistema de Rastreabilidade dos seus produtos.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

ALERGIA ALIMENTAR
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Alergia Alimentar

A alergia alimentar é uma reação de saúde adversa que ocorre quando o sistema
imunológico reconhece erradamente um alimento como uma entidade agressora ao
organismo. A fração desse alimento que é responsável pela reação alérgica
denomina-se alergénio. Pensa-se que pelo menos 5 em cada 100 crianças sofram
de alergia alimentar, e que nos adultos a prevalência seja mais baixa, entre 3 a 4%.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Alergia Alimentar versus Intolerância Alimentar

Uma intolerância alimentar caracteriza-se por uma reação adversa, reprodutível, que ocorre
após a exposição a um determinado alimento, mas que ao contrário da alergia alimentar não
envolve o sistema imunológico.

A intolerância à lactose é um exemplo desta condição, que se caracteriza pela incapacidade


do organismo de digerir a lactose, um açúcar naturalmente presente no leite. As
manifestações da intolerância à lactose incluem diarreia, flatulência e dor ou desconforto
abdominal.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Como se manifesta?

As manifestações clínicas da reação alérgica podem variar de moderadas a graves,


podendo mesmo, em alguns casos, ser fatais. Os sintomas surgem rapidamente,
entre alguns minutos até duas horas após a ingestão do alergénio, e podem incluir
manifestações cutâneas (pele e mucosas), respiratórias, gastrointestinais e
cardiovasculares, de forma isolada ou combinada.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Manifestações cutâneas Erupções cutâneas


Eczema
Urticária
Manifestações gastrointestinais Vómito
Dores abdominais
Diarreia
Manifestações respiratórias Pieira
Dificuldades respiratórias
Manifestações respiratórias Edema da glote e da língua
Sensação de formigueiro na boca
Diminuição da pressão arterial
Perda de consciência
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Alérgenos
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Declaração de Alergénios

▪ As substâncias ou produtos que causem alergias têm de estar identificadas;

▪ Cada ingrediente ou auxiliar tecnológico que provenha de uma substância ou produto que
provoque alergias ou intolerâncias tem de ser indicado na lista de ingredientes e ser
indicado através de uma grafia que o distinga;

▪ Se não tiver lista de ingredientes, deve mencionar “Contém”.


CONCEITOS FUNDAMENTAIS

ATIVIDADE N.º 01

Sabe identificar os alergénios num rótulo


CONCEITOS FUNDAMENTAIS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
NOÇÕES DE
MICROBIOLOGIA NOS
ALIMENTOS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

O que são Microrganismos

Os microrganismos são seres


vivos muito pequenos, visíveis
apenas ao microscópio.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

O que são Microrganismos

• Os microrganismos encontram-se na Natureza por toda a parte.


• Não se vêem, não têm cheiro nem sabor, mas existem no nosso corpo, no ar, na terra, na
água, nos utensílios de cozinha e nos alimentos.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

ASPECTOS HISTORICOS:
1659 - Kircher demonstrou a ocorrência de bactérias no leite;

1765 - Spallazani desmentiu a teoria da geração espontânea de vida;

1857 - Pasteur demonstrou que o azedar do leite é causado por microrganismos que
crescem nesse alimento;

1876 - Tyndall observou que bactérias deteriorantes eram sempre provenientes do ar


ou de recipientes;

1982 - Ocorreram os primeiros surtos de colite hemorrágica de origem alimentar


(EUA).
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

BACTÉRIAS

FUNGOS

Quais são os microrganismos mais


significativos na segurança alimentar?
PARASITAS

VÍRUS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

VAMOS AO CINEMA
Filme n.º 01 – Introdução à Higiene Alimentar
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

VAMOS AO CINEMA
Filme n.º 02 –Higiene Alimentar
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Microrganismos

BENÉFICOS:
Promotores de alterações úteis nos alimentos, como por exemplo, nos processos fermentativos de
fabrico de queijo, iogurte, enchidos e algumas bebidas alcoólicas.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Microrganismos

NOCIVOS:
Alteram os alimentos, são
causadores de doença alimentar,
como as gastroenterites, ou outras
mais graves, como a hepatite, ou o
botulismo, este último pode
mesmo causar a morte.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias

❑ São seres microscópicos, invisíveis a olho nu;

❑ São os microrganismos mais importantes em Higiene e Segurança


Alimentar.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias

Como se multiplicam?

❑ Multiplicam-se por divisão binária;


❑ Uma bactéria pode originar duas de 20 em 20 minutos, quando estão reunidas
condições ideais para o seu crescimento.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
Bactérias

Algumas bactérias não são, só por si, causadoras de doença, mas quando se
multiplicam nos alimentos segregam toxinas que provocam as chamadas
doenças alimentares.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Algumas bactérias resistem a condições adversas:

❑ suportam a falta de água


❑ podem viver num pano seco, madeira ou terra
❑ não morrem em ambientes frios
❑ são capazes de se proteger formando ESPOROS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Os esporos são uma forma de vida


semelhante a uma semente, que permitem a sua
sobrevivência por largos períodos de tempo.

Quando as condições do meio se tornam favoráveis os esporos


germinam e as bactérias iniciam

a sua multiplicação.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
BOLORES

Também podem contaminar os alimentos e apresentam as seguintes características:


❑ Podem ser observados a olho nu: bolor do queijo, do pão;
❑ Normalmente são indicadores de má conservação dos alimentos;
❑ Alguns são perigosos, porque produzem substâncias tóxicas - Micotoxinas
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
LEVEDURAS

Também podem contaminar os alimentos e apresentam as seguintes características:

❑ São utilizadas na indústria alimentar no fabrico de pão, vinho, cerveja, queijo, etc..

❑ Não são observadas a olho nu.

❑ Podem provocar alterações em alguns alimentos, por exemplo: vegetais, acidificação da sopa.

❑ Raramente provocam problemas de saúde nos consumidores.


NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
VÍRUS

❑ Um dos vírus de maior importância é o da Hepatite A;

❑ A sua transmissão é fecal-oral ou através da água e alimentos, como os bivalves apanhados em


águas contaminadas, frutos e vegetais contaminados com água imprópria e alguns alimentos muito
manipulados, como saladas e outros, preparados em más condições de higiene.

PREVENÇÃO: Vacinação, higiene pessoal, origem dos alimentos e desinfeção dos vegetais crus.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
PARASITAS
❑ Parasita é todo o ser vivo que vive à custa de outro, prejudicando-o.

❑ As doenças parasitárias em humanos estão geralmente associadas a carne ou peixe mal


cozinhados ou a alimentos prontos a consumir que tenham sido contaminados pela água, pelo
Homem, através de contaminação cruzada, etc.

❑ Seres vivos de maiores dimensões, sendo algumas formas adultas visíveis a olho nu;

❑ A sua localização é muitas vezes digestiva, mas também se podem encontrar no fígado,
músculos, cérebro, etc.;

❑ Os veículos de transmissão podem ser a água ou os alimentos contaminados (principalmente


carnes, peixes e vegetais).
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
OS MICRORGANISMOS PATOGÉNICOS

Podem provocar:

❑ Deterioração da qualidade do alimento;

❑ Infeções (diarreias, vómitos);

❑ Intoxicações alimentares;

❑ Doenças crónicas e debilitantes.


NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Staplylococcus aureus Salmonella spp E. coli Vibrio colerea

Clostridium butulinum Listeria monocytogenes Camplylobacter jejuni

Alguns microrganismos …
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

É necessário conhecer o mundo dos


microrganismos para compreender o seu
comportamento e a sua importância na
Higiene e Segurança Alimentar.

Para combater os microrganismos temos


de conhecer as suas características.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

Temperatura Tempo Humidade/Água

pH Nutrientes Oxigénio

O2
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO
Os microrganismos, como qualquer ser vivo, necessitam de determinadas condições para
viverem e se multiplicarem. Assim, torna-se indispensável conhecer quais os factores
que favorecem ou inibem o seu desenvolvimento.
Estes factores podem ser divididos em:
• Intrínsecos, quando dizem respeito diretamente ao produto, nomeadamente à sua
natureza, composição em nutrientes e teor em água;

• Extrínsecos, quando dizem respeito ao ambiente que rodeia os produtos


(temperatura, humidade, entre outros).
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

Estes factores devem ser analisados em conjunto. O conjunto destes factores e o


seu conhecimento condicionam o modo de preparação, afim de garantir a
segurança e a qualidade dos alimentos.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

FATORES INTRÍNSECOS
São as características inerentes aos alimentos, que podem funcionar
como barreiras ou facilitadoras de contaminações e desenvolvimento
microbiano.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

FATORES INTRÍNSECOS
• pH
• Aw (Atividade da Água)
• Alimento/Nutrientes
• Constituintes antimicrobianos
• Estruturas Biológicas
• Macrobiótica do Alimento
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

pH
É uma medida indicadora do grau de acidez de um produto.

Varia entre 0 e 14, sendo o pH:


• ácido, quando o valor se situa entre 1 e 6 (limão; vinagre);
• neutro, quando o valor é próximo de 7 (água pura);
• alcalino ou básico, quando o valor se situa entre 8 e 14.

A maioria dos alimentos têm um


pH compreendido entre 6 e 7, o que
coincide com o pH favorável ao
desenvolvimento bacteriano
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

pH
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

pH
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

pH
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Aw

• As bactérias necessitam de água disponível para o seu desenvolvimento;

• Encontram-na na maioria dos alimentos frescos: fruta, carne, leite, peixe, …;

• Nos produtos açucarados ou salgados o crescimento é mais lento;

• A falta de água não mata as bactérias, apenas as inibe ou pára a sua multiplicação.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Aw Os valores de aw para o crescimento bacteriano


variam entre 0,97 e 0,99

Os bolores e leveduras
toleram alimentos mais Alimentos
secos Potencialmente
Perigosos
0 1
0,85 0,97 0,99

Limite inferior do teor de


água para o crescimento de
bactérias patogénicas
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Aw
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Aw
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Alimento

O tipo de alimento está relacionado com a sua natureza e, por isso, com a
sua origem, animal ou vegetal. Por conseguinte a sua composição em
nutrientes, irá ou não favorecer o desenvolvimento de microrganismos.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Alimento

Os alimentos pela sua natureza animal ou vegetal fornecem os


nutrientes necessários para o desenvolvimento microbiano, uma vez
que dispõem de diversos constituintes que são fontes de energia, tais
como: as proteínas, os glúcidos, os sais minerais, entre outros.

Os microrganismos, por sua vez não os utilizam todos do mesmo


modo, alguns são pouco exigentes outros têm exigências bastante
específicas em nutrientes, o que permite prevê-los em certos tipos de
alimentos.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Alimento

Por exemplo, os bolores e as leveduras são menos exigentes em água do que as bactérias por
isso conseguem desenvolver-se em alimentos mais secos.
As bactérias desenvolvem-se de preferência sobre géneros alimentícios de origem animal
(carnes, pescado, ovos, produtos lácteos) que lhes fornecem glúcidos, proteínas, gorduras,
vitaminas e outros factores de crescimento. Estes são considerados alimentos de alto risco.
Em relação às gorduras são raros os microrganismos que as atacam. Num óleo existe pouco
desenvolvimento microbiano, no entanto existem bactérias que se multiplicam na manteiga
porque esta contém outros componentes não gordurosos: água, lactose.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

FATORES EXTRÍNSECOS
São aqueles relativos ambiente que os rodeia, e que atuam potenciando
as contaminações iniciais ou então servindo de barreiras ao
desenvolvimento microbiano.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

FATORES EXTRÍNSECOS
• Temperatura
• Humidade Relativa
• Presença de Gases no Meio
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Alimento, humidade e temperatura

Os microrganismos necessitam de determinadas condições ambientais para


viverem e se multiplicarem. Nesse sentido, os fatores de maior relevância são a
humidade e a temperatura.

❑ A água é necessária ao desenvolvimento das bactérias. A sua escassez reduz ou inibe


a multiplicação, mas não os elimina.
❑ Os microrganismos podem sobreviver numa vasta gama de temperaturas.
❑ A maior parte dos microrganismos multiplica-se entre os 5º C e os 65ºC, com um
desenvolvimento particularmente rápido entre os 20º C e os 40º C.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Temperatura
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Temperatura

O efeito conservador do frio:

❑ No frio (≤10ºC), a multiplicação das bactérias é mais lenta.

❑ Abaixo dos –12ºC as bactérias não se multiplicam, mas também não morrem.

❑ A –18ºC formam esporos.

O FRIO NÃO MATA OS MICRORGANISMOS, INIBE-OS.


NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Temperatura

O efeito destruidor do calor:

❑ A partir de uma certa temperatura as bactérias são destruídas.

❑ A temperaturas superiores a 90ºC (ebulição da água a 100ºC) durante 15


minutos a maioria dos microrganismos é destruída, bem como as toxinas. Os
esporos bacterianos são destruídos a temperaturas superiores a 120ºC.

O CALOR MATA OS MICRORGANISMOS.


NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Temperatura

Temperatura ótima de desenvolvimento bacteriano:


Está compreendida entre os 5º C e 65º C, na chamada Zona de Perigo, sendo por isso de
evitar tais temperaturas.

A permanência máxima dos alimentos na zona de perigo é de 2 horas!


NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Temperatura
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Tempo

Os microrganismos multiplicam-se
rapidamente desde que as condições sejam
favoráveis.

Deste modo, o seu número duplica a cada


20 minutos.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Tempo
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
A Relação tempo/temperatura

❑ A temperatura é um dos fatores mais importantes no comportamento dos microrganismos, mas


em função do tempo de atuação.
❑ A relação entre a temperatura e o tempo de atuação é de importância vital, nomeadamente para
a preparação, conservação/armazenagem e distribuição dos produtos.
Atenção: a multiplicação das bactérias é muito rápida, podendo o tempo de geração variar entre
10 a 20 minutos à temperatura ótima de desenvolvimento.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
A Relação tempo/temperatura
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Humidade

Este parâmetro é importante porque condiciona o desenvolvimento dos


microrganismos, principalmente à superfície do produto.
Assim, quando se armazena um produto seco, numa atmosfera com elevada
humidade relativa (HR), verifica-se uma captação dessa água ambiental pelo
alimento, o que favorece a multiplicação dos microrganismos. É o caso das
alterações verificadas no bacalhau salgado seco conservado em locais húmidos.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Humidade

Por outro lado, ao armazenar produtos alimentares frescos em locais de baixa humidade
(locais secos), verifica-se desidratação superficial do alimento que, embora não prejudique
geralmente a sua qualidade microbiológica, se pode traduzir em perdas de outra natureza
(organolépticas e económicas). Por exemplo: o fiambre colocado sem protecção, mesmo no
frigorífico, forma uma crosta superficial e se permanecer aí muito tempo levará à sua
rejeição.
Assim o factor, humidade relativa, conjuntamente com a temperatura, tem grande importância
para o armazenamento e exposição dos produtos alimentares.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Os microrganismos também “respiram”, por isso são


Gases capazes ou não de utilizar o oxigénio do ar, sendo
classificados em aeróbios, quando necessitam de
oxigénio, e de anaeróbios quando não toleram o oxigénio

Desde 1917 que se conhecem os efeitos do armazenamento de produtos vegetais em


condições de atmosfera controlada, ou seja em atmosfera enriquecida em dióxido de carbono
(CO2) até cerca de 10%. A partir de 1928 este tipo de armazenamento foi desenvolvido com
aplicação comercial para frutos, em especial para maçãs e peras. Foi demonstrada a
capacidade inibidora deste tipo de atmosfera em relação aos fungos (bolores e leveduras) –
responsáveis por alterações nestes produtos.
Também se conhece a capacidade das atmosferas ricas em azoto para conservar determinados
tipos de alimentos impedindo a proliferação de microrganismos de superfície, como é o caso
das carnes e produtos cárneos..
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO
MICROBIANO

COMBINAÇÃO DOS PARÂMETROS


• Para a conservação de alimentos, em geral associam-se os parâmetros
intrínsecos e os extrínsecos, criando condições desfavoráveis ao
desenvolvimento microbiano, tornando-os mais estáveis.

• Teoria dos obstáculos ou das barreiras ou dos métodos combinados ou


mistos aplicados em alimentos perecíveis.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
FONTES E VEICULOS DE CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS

A contaminação de alimentos por microrganismos patogénicos é


uma das principais causas de toxinfeções alimentares.

Na restauração, o manipulador de alimentos deve ter consciência que as bactérias não


andam sozinhas e podem chegar aos alimentos por forma direta ou indireta,
nomeadamente através de contaminação cruzada.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR

As Toxinfecções Alimentares são um conjunto de doenças provocadas pela


ingestão de alimentos contaminados.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR

• A Toxinfecção Alimentar é uma doença provocada pela ingestão de alimentos


contaminados por algumas bactérias e/ou suas toxinas;

• As bactérias causadoras de Toxinfecções Alimentares não provocam qualquer


alteração da cor, cheiro ou sabor do alimento;

• Os sintomas manifestam-se algumas horas após a ingestão desses alimentos e podem


durar de 1 a 7 dias.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Toxinfecções Alimentares

Infecção alimentar Toxicoinfecção alimentar Intoxicação alimentar

Os microrganismos ingeridos Os microrganismos ingeridos As toxinas produzidas pelos


com o alimento colonizam o com o alimento multiplicam- microrganismos durante o seu
intestino e/ ou invadem outros se no intestino e produzem crescimento no alimento são
tecidos causando doença toxinas que causam a doença ingeridas e causam doença
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR

Início dos sintomas

Os sintomas podem ocorrer rapidamente, em menos


de uma hora…

Ou manifestar-se tardiamente, em certos casos até mais


de um mês após a ingestão do alimento!!!
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Febre SINTOMAS
Formação de gases
Fadiga
Perda de apetite
Diarreia
Náusea
Vómito
Dor de cabeça
Dor abdominal
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR

As toxinfecções alimentares são provocadas por 2 tipos de bactérias:


BACTÉRIAS TOXIGÉNICAS – produzem toxinas no alimento cuja ingestão provoca no
consumidor um quadro patológico bem definido.
Exemplo: Clostridium botulinum e Staphilococcus aureus.

Clostridium Staphylococcus
botulinum aureus
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR
BACTÉRIAS PATOGÉNICAS – quando presentes no alimento ingerido, multiplicam-se no
tracto intestinal do consumidor, provocando infecção.

Exemplo: Salmonella, Shigella, E. coli, Clostridium perfringens, Bacillus cereus, Yersinia


enterocolitica, Campylobacter jejuni, Listeria monocytogenes

E. Coli

As mais comuns são: Staphylococcus aureus; Salmonella spp; Listeria


Clostridium perfrigens monocytogenes
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR

As doenças alimentares são especialmente perigosas para


os GRUPOS DE RISCO
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR
Multiplicação no
organismo

n. º de
microrganismos
ingeridos Sensibilidade do
hospedeiro

O quadro clinico das TA só depende


do agente etiológico?
Quantidade de
toxina
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

O manipulador de alimentos pode contribuir fortemente para a


contaminação dos alimentos.

Passando os microrganismos do corpo


para os Alimentos

Contaminação cruzada
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

Medidas preventivas das toxinfeções alimentares:


❑Garantir um elevado nível de higiene pessoal, vigiar o seu estado de saúde e respeitar as
boas práticas de higiene;
❑ Manipular o menos possível os alimentos;
❑ Usar pinças ou luvas sempre que se justifique;
❑ Evitar o contacto direto das mãos com os alimentos;
❑ Separar os alimentos crus dos cozinhados;
❑ Separar alimentos de origem animal dos de origem vegetal;
❑ Arrumar os alimentos de forma adequada nos equipamentos de frio;
❑ Eliminar restos de comida e lixo de forma apropriada;
❑…
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

ATIVIDADE N.º 02 - Os microrganismos


Da sopa de letras fornecida, descubra o nome das quatro bactérias e caracterize-as.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA NOS ALIMENTOS

VAMOS AO CINEMA
Filme n.º 03 –As bactérias
HIGIENE DO
MANIPULADOR DE
ALIMENTOS
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

O manipulador de alimentos deve:

❑ Gozar de boa saúde

❑ Respeitar as regras básicas de Higiene Pessoal

❑ Manusear os alimentos de forma adequada


HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
ESTADO DE SAÚDE

EXAMES DE SAÚDE

❑ Admissão (antes ou 15 dias seguintes);


❑ Periódicos (anuais/bienais);
❑ Ocasionais.

Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, relativo ao regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

PORTADOR SÃO

O indivíduo desconhece a existência da


infeção de que sofre e pode transmitir os
microrganismos patogénicos durante
semanas, meses ou anos causando doença
aos consumidores.
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
Mary Mallon (Typhoid Mary)
1869 - 1938
Viveu 69 anos, 26 dos quais isolada em quarentena.
Durante a sua vida infetou 47 pessoas, causando 3 mortes.
Foi a 1ª portadora sã de febre tifoide a ser descoberta nos EUA em 1907.

1906 – adoeceram 6 de 11 pessoas entre família e pessoal;


1900 a 1907 – Mary tinha tido 7 empregos e causado 22 doentes e a morte de uma
criança;
1907 a 1909 - isolada durante 2 anos até que aceitou não cozinhar mais em 1910;
1915 – infetou 35 doentes de uma Maternidade causando 2 mortes. Trabalhava
com um nome falso;
Viveu isolada durante 23 anos, até 1938, data da sua morte.
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

Algumas situações podem justificar o afastamento


temporário dos manipuladores de alimentos:

❑ Feridas infetadas;
❑ Infeções cutâneas;
❑ Inflamações;
❑ Ou diarreia.
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

O manipulador de alimentos pode contribuir fortemente para a


contaminação dos alimentos

como?
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

A. Quando, pelo seu mau estado de saúde, elimina microrganismos


patogénicos para o ambiente que o rodeia;

B. Dispersando os microrganismos provenientes da superfície corporal, das


mucosas, das matérias fecais e mesmo do vestuário;

C. Transportando microrganismos das matérias primas para as superfícies e


vice-versa (CONTAMINAÇÃO CRUZADA).
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
B. Dispersando os microrganismos provenientes da superfície corporal, das mucosas,
das matérias fecais e mesmo do vestuário;

Afeções das vias respiratórias

Quando infetados, os doentes


que tussam, espirrem ou falem
projetam micróbios.

É igualmente muito importante lavar as mãos após assoar o nariz.


HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

Staphylococcus aureus
▪ 15% dos adultos saudáveis têm S. aureus na pele
▪ 40% dos adultos saudáveis têm S. aureus no nariz

Em situações de psoríase, eczema, otites ou lesões purulentas o número de S.


aureus aumenta grandemente.

Quando infetados, os doentes que tussam, espirrem ou falem projetam


micróbios.
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

B. Dispersando os microrganismos provenientes da superfície corporal, das


mucosas, das matérias fecais e mesmo do vestuário;

Afeções gastrintestinais

Os germes responsáveis (Salmonella spp.,


Shigella spp, etc.) são eliminados com as fezes.

Os funcionários doentes com estas afeções não devem


manipular géneros alimentares.
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

B. Dispersando os microrganismos provenientes da superfície corporal, das


mucosas, das matérias fecais e mesmo do vestuário;

Feridas infetadas
Estas lesões são geralmente ricas em Staphylococcus spp., que poderá ser
disseminado à volta do indivíduo portador.

As feridas pequenas deverão ser totalmente protegidas.


HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

C. Transportando microrganismos das matérias primas para as


superfícies e vice-versa (CONTAMINAÇÃO CRUZADA).
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

As mãos devem:

▪ Estar sempre limpas

▪ Unhas curtas e sem verniz

Toda a ferida ou golpe deve ser coberta com penso


adesivo impermeável e com luva ou dedeira
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

Deverá lavar as mãos sempre que:


▪ Antes de qualquer tarefa
▪ Depois de usar as instalações sanitárias
▪ Quando muda de tarefa
▪ Após a manipulação de alimentos crus
▪ Quando mexe no nariz, boca, cabelo ou qualquer outra
parte do corpo
▪ Sempre que considere necessário
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
LAVAGEM DAS MÃOS:

1º Molhar as mãos com água corrente, quente, potável e


de preferência em lavatório próprio, com torneira de
acionamento não manual;

2º Ensaboar bem as mãos com sabão liquido desinfetante;

3º Lavar cuidadosamente os espaços interdigitais, costas


das mãos e polegar;

4º As unhas devem ser limpas;

5º Passar por água corrente para remover o sabão;

6º Secar com papel descartável.


HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

ATIVIDADE N.º 03 - As mãos


E as suas mãos estão bem lavadas
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS
UTILIZAÇÃO DE LUVAS DESCARTÁVEIS:

1. As mãos devem ser sempre corretamente higienizadas imediatamente


antes de serem calçadas as luvas descartáveis.

2. As luvas devem utilizar-se sempre nas seguintes situações:

• proteção de ferimentos;

• manuseamento de alimentos prontos a serem consumidos.

3. As tarefas executadas com luvas devem decorrer sem interrupção; se não


for possível, o manipulador ao reiniciar a tarefa tem que proceder
novamente à higienização e colocar luvas novas.
HIGIENE DO MANIPULADOR DE ALIMENTOS

Fardamento:
▪ touca/barrete
▪ calça e jaleca
▪ bata
▪ avental
▪ calçado exclusivo e adequado
▪ máscara naso bucal
▪ luvas descartáveis
ATIVIDADE N.º 04 – Higiene Pessoal
Identifique quais os procedimentos que lhe parecem incorretos ao longo da descrição fornecida.
VAMOS AO CINEMA
Filme n.º 04 –Higiene Pessoal
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES,
EQUIPAMENTOS E
UTENSÍLIOS
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE E CONSERVAÇÃO

Entende-se por limpeza a remoção de sujidade visível, restos de alimentos e detritos,


conseguida através de ação mecânica e química.

A redução da carga microbiana, nutrientes e outros fatores de crescimento utilizados pelos


microrganismos, até níveis aceitáveis
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

LIMPEZA DESINFEÇÃO HIGIENIZAÇÃO


HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE E CONSERVAÇÃO
São boas práticas de higiene das instalações e equipamentos:
❑Antes de dar início às operações de limpeza deverão proteger-se e guardar todos os géneros alimentícios que possam ser
contaminados com poeiras ou produtos químicos;
❑Não varrer o pavimento durante o período de laboração. Se necessário passar com um rodo de forma a não levantar pó e
sujidade, que possam contaminar os alimentos e superfícies de trabalho;
❑Retirar os resíduos dos locais de laboração assim que os contentores estiverem cheios;
❑No final do dia, depois de retirar os sacos do lixo, lavar os contentores de resíduos;
❑Os utensílios e materiais de limpeza (esfregões e panos) devem igualmente ser lavados diariamente após a sua utilização;
❑Minimizar o uso de esfregões e panos. Sempre que possível substituí-los por rolo de papel descartável;
❑Após limpeza os utensílios devem ser arrumados em locais arejados, que permitam a sua secagem, de forma a evitar maus
odores;
❑O equipamento e utensílios devem ser limpos sempre que seja necessário, e no final de cada tarefa;
❑No caso de equipamento móvel (fiambreiras, picadoras) e utensílios (tábuas, facas) é fundamental que o material seja
guardado em local fechado protegido de contaminações.
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE E CONSERVAÇÃO

São medidas a considerar na higiene e manutenção dos equipamentos de frio:

❑Verificar diariamente o estado de higiene dos equipamentos no interior e exterior;

❑Verificar semanalmente a higiene da grelha do condensador;

❑Verificar mensalmente a higiene das borrachas vedantes;

❑Verificar periodicamente se existem vestígios de pragas junto aos motores e nas borrachas

vedantes;

❑Descongelar periodicamente os equipamentos de conservação de congelados;

❑…
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE E CONSERVAÇÃO
São medidas a considerar na lavagem e desinfeção da loiça e utensílios:
A lavagem manual da loiça e utensílios deverá ser evitada, uma vez que as temperaturas da água ao
serem mais baixas não permitem uma adequada desinfeção. A lavagem deverá ser efetuada, sempre
que possível, na máquina de lavar loiça.
❑ Lavagem (55ºC-60ºC)
❑ Enxaguamento
❑ Secagem (80ºC-85ºC)

No entanto, quando a lavagem da loiça é feita manualmente e sempre que necessário para assegurar a
desinfeção, poderá em alternativa ser mergulhada em água quente a 70-80ºC durante 2 minutos.
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

Fatores que afetam a eficácia do desinfetante:


❑ A presença de matéria orgânica;
❑ A temperatura de atuação;
❑ A concentração;
❑ O tempo de atuação.

❑ As recomendações de segurança.
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

PASSO 1
Remover os PASSO 2 PASSO 3
resíduos sólidos com
Lavar com água Enxaguar com
ajuda de utensílios
apropriados e detergente água corrente

PASSO 5 PASSO 4

Enxaguar novamente Aplicar o


com água corrente desinfetante
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

PLANO DE HIGIENIZAÇÃO:

❑ Identificação áreas, equipamentos e utensílios;


❑ Tipo de ação;

❑ Periodicidade (diária, semanal, mensal);

❑ Produtos e utensílios a utilizar;

❑ Procedimento/método;

❑ A responsabilidade pelas tarefas especificadas;

❑ Métodos de monitorização.
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE E CONSERVAÇÃO
São boas práticas na armazenagem de produtos químicos de limpeza:
❑ Estarem separados dos alimentos, idealmente em locais de armazenagem distintos. Caso tal não seja possível
os produtos químicos deverão estar em armário fechado;
❑ Nunca deverão ser guardados em recipientes não identificados ou reutilizados, como garrafas de bebidas;
❑ As embalagens devem estar perfeitamente fechadas e identificadas de forma a evitar o risco de contaminação
acidental dos alimentos ou dos colaboradores;
❑ Os produtos adquiridos deverão ser acompanhados por fichas de segurança, de instruções de utilização e
informações relativas à toxicidade, e pelas respetivas medidas de emergência em caso de intoxicação.
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

Os produtos e utensílios de limpeza

devem estar guardados em local

apropriado e separados dos produtos

alimentares.
CONTROLO DE PRAGAS
CONTROLO DE PRAGAS

Consideram-se pragas todos aqueles animais que, na obtenção de recursos essenciais à sobrevivência,
como a água, alimento e abrigo, competem com o homem invadindo os espaços destinados a
atividades humanas.

A sua presença é fonte de prejuízos económicos, causando danos muito significativos em bens,
estruturas e materiais.

No entanto, a maior preocupação, sobretudo em unidades de produção e manipulação de alimentos,


relaciona-se com os prejuízos para a saúde publica, com especial preocupação a transmissão de
doenças.
CONTROLO DE PRAGAS
TIPO DE PRAGAS

a. Roedores

Quais são as pragas que representam maior b. Insetos rastejantes


risco em unidades de produção e manipulação
de alimentos
c. Insetos voadores

d. Aves
CONTROLO DE PRAGAS
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR PRAGAS

PRAGA AGENTE DOENÇAS ASSOCIADAS

Roedores conjuntivites, infeções cutâneas, infeções


Insetos rastejantes Bactérias respiratórias e gastrintestinais, febre tifoide,
Insetos voadores difteria, salmonelose, cólera, leptospirose
Aves

Roedores Protozoários toxoplasmose, triquinelose, leishmaniose


Insetos voadores

Roedores Vírus poliomielite, hepatite A, febre hemorrágica, raiva

As pragas causam
doenças?
CONTROLO DE PRAGAS
MÉTODOS DE CONTROLO DE PRAGAS
Medidas que impeçam o acesso das pragas ao interior dos estabelecimentos:
❑ Manter as instalações em bom estado de higiene e conservação;
❑ Munir as janelas com redes mosquiteiras nas janelas com abertura para o exterior;
❑ Manter as portas fechadas durante o período de laboração ou colocar redes mosquiteiras (quando aplicável);
❑ Munir as portas que tenham ligação ao exterior com mola de retorno;
❑ Munir os ralos de drenagem com grelhas amovíveis;
❑ Sifonar os tubos de ligação ao esgoto;
❑ Realizar uma inspeção de mercadorias em antecâmara de receção, antes da entrada na zona de armazenagem;
❑ Descartonar o máximo de material possível.
CONTROLO DE PRAGAS
MÉTODOS DE CONTROLO DE PRAGAS
Medidas que evitem o acesso das pragas a locais de abrigo e alimento:
❑ Manter as instalações sempre limpas e arrumadas;
❑ Higienizar diariamente as superfícies de trabalho, como bancadas e utensílios;
❑ Acondicionar os alimentos em recipientes herméticos, tapá-los com película aderente, etc.;
❑ Armazenar os produtos alimentares com uma distância de 20cm do pavimento e afastados das paredes;
❑ Verificar periodicamente os tetos falsos e condutas, pesquisando vestígios de pragas;
❑ Verificar periodicamente o estado de conservação das borrachas dos equipamentos de frio, interruptores, balanças,
máquinas registadoras, calhas elétricas, rodapés, cantoneiras;
❑ Dotar os contentores de resíduos com tampa e acionamento não manual;
❑ Eliminar diariamente os resíduos e higienizar os contentores;
❑ Afastar os locais de deposição de resíduos e dotá-los de meios físicos de controlo de pragas, se aplicável;
❑ Manter os utensílios de limpeza em bom estado de conservação e de higiene.
CONTROLO DE PRAGAS
MÉTODOS DE CONTROLO DE PRAGAS
Medidas para deteção/eliminação de pragas que possam ter tido acesso ao interior do estabelecimento:
Métodos passivos de deteção da presença de pragas no interior das instalações:
❑ Postos de engodo para captura de murídeos;

❑ Postos com feromonas para captura de insetos rastejantes

Métodos ativos, como equipamentos de captação de insetos que:


▪ Devem ser colocados afastados da zona de manipulação de alimentos;
▪ Não devem ser colocados demasiado altos ou baixos, nem junto de locais de muita luz;
▪ Deve ser realizada manutenção periódica, com limpeza do equipamento e substituição da lâmpada ultravioleta.
CONTROLO DE PRAGAS
MÉTODOS DE CONTROLO DE PRAGAS
Utilização de medidas de controlo químico:
Os produtos utilizados para combater os insetos e roedores são perigosos.

A desinfestação deve ser efetuada


por uma empresa profissional e
especializada.

Na áreas alimentares não utilizar


biocidas de uso doméstico, dado o risco
que representa uma contaminação
acidental dos géneros alimentícios.

Nunca use aerossóis contra insetos em áreas onde se encontram alimentos não embalados ou cobertos.
CONTROLO DE PRAGAS
PLANO DE CONTROLO INTEGRADO DE PRAGAS

O plano de controlo integrado de pragas reúne um conjunto de medidas preventivas e reativas, que visam minimizar
o aparecimento de pragas e seus perigos associados.

São aplicados métodos essencialmente proactivos, físicos ou biológicos, em detrimento de métodos reativos.

O controlo integrado de pragas tem como objetivos:


❑ Prevenir o aparecimento de pragas;
❑ Controlar e eliminar as pragas que infestam os locais de manipulação de alimentos;
❑ Minimizar os riscos para a saúde humana, animal e para o meio ambiente;
❑ Reduzir a ocorrência de populações animais resistentes;
❑ Reduzir a necessidade de uso de produtos químicos;
❑ Reduzir os resíduos químicos libertados no meio ambiente;
❑ Fazer de todos os manipuladores um agente ativo do controlo de pragas.
CONTROLO DE PRAGAS
PLANO DE CONTROLO INTEGRADO DE PRAGAS
A metodologia seguida para a implementação do plano integrado de controlo de pragas deverá ser:
❑ Diagnóstico das instalações e identificação de locais de risco;
❑ Métodos físicos de controlo ambiental;
❑ Monitorização;
❑ Utilização de medidas de controlo químico (biocidas);
❑ Verificação e avaliação de necessidades.

Considerações finais:
▪ A ação de desinfestação deverá ser efetuada por uma empresa especializada e acompanhada por um relatório ou ficha de
intervenção;
▪ Quando são deixados postos de engodo, os mesmos deverão estar identificados e sinalizados numa planta de localização;
▪ Os biocidas utilizados no setor alimentar têm de possuir autorização de venda;
▪ Os relatórios ou fichas de intervenção deverão ser guardados e analisados.
Para uma correta implementação do controlo integrado de pragas, após a intervenção deverão ser analisadas as
causas e revistas as medidas preventivas utilizadas, de forma a evitar nova infestação.
HIGIENE DOS ALIMENTOS
HIGIENE DOS ALIMENTOS

COMPRAS
HIGIENE DOS ALIMENTOS
a. Lista de compras

b. Ordem de compras

c. Arrumação do carrinho de compras

d. Embalar/arrumar as compras
HIGIENE DOS ALIMENTOS
Devemos ter especial atenção ao:
Aspeto dos produtos
Cor, aspeto, textura, odor, …

Aspeto das embalagens


Amolgadas, opadas, pontos de oxidação, danificada, cristais de gelo, ….

Rótulo
Declaração nutricional, data de validade, …

Temperaturas dos produtos


HIGIENE DOS ALIMENTOS

TRANSPORTE
HIGIENE DOS ALIMENTOS
TRANSPORTE
O cumprimento de determinados requisitos no transporte de alimentos é basilar na
preservação das características organoléticas e da segurança sanitária dos bens
alimentares.

Na situação do transporte ser realizado em viaturas particulares, o mesmo deve


respeitar os requisitos gerais e específicos dos géneros alimentícios em apreço.

Malas/sacos térmicos ou de esferovite

Temperatura constante (são aceitáveis quebras de


temperatura 1º-3º C)
HIGIENE DOS ALIMENTOS
TRANSPORTE
No transporte de alimentos de diferentes categorias, não se deve verificar o contato
entre eles, evitando possíveis contaminações decorrentes de más práticas de higiene.

Verificar que o veículo de transporte só transporta alimentos, e que desse transporte


não poderá resultar qualquer tipo de contaminação.
HIGIENE DOS ALIMENTOS
TRANSPORTE
Temperatura
Produtos Desvio (aceitável)
(recomendada)

Refeições confecionadas (quentes) ≥65ºC -5ºC

Refrigerados ≤5ºC +3ºC

Congelados -12ºC +3ºC

Ultracongelados -18ºC +3ºC

Tabela de temperaturas recomendadas e os desvios aceitáveis no transporte dos produtos, que possuem requisitos específicos
quanto à temperatura
HIGIENE DOS ALIMENTOS

RECEÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS
RECEÇÃO
O responsável pela receção deve verificar se:
❑ As instalações estão em bom estado de higiene;
❑ Os funcionários cumprem com as boas práticas de higiene e produção;
❑ Os bens alimentares não contatam diretamente com o pavimento;
❑ Possuem capacidade de armazenagem/conservação suficientes e adequadas;
❑ O estado de higiene do termómetro e controlar a temperatura dos alimentos
(quando aplicável);
❑ As condições de higiene do veiculo de transporte e da pessoa responsável pela
distribuição;
❑ Descartonar os bens alimentares e verificar o estado de higiene e conservação das
embalagens interiores (quando aplicável);
❑ A qualidade dos géneros alimentícios rececionados;
❑ …
HIGIENE DOS ALIMENTOS
RECEÇÃO
PRODUTOS PRÉ- PRODUTOS NÃO PRÉ-
EMBALADOS EMBALADOS

Estado das embalagens Características organoléticas

DEVOLVER
HIGIENE DOS ALIMENTOS
RECEÇÃO

Após a receção!
▪ Os géneros alimentícios encontram-se sob a responsabilidade do operador
económico;
• E devem ser armazenados, de imediato, em local próprio e à temperatura
adequada.
HIGIENE DOS ALIMENTOS

ARMAZENAGEM E
CONSERVAÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS

ARMAZENAGEM
À TEMPERATURA
AMBIENTE
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM À TEMPERATURA AMBIENTE
Características do local de armazenagem à temperatura ambiente:

❑ Instalações em bom estado de higiene e conservação


❑ Ambiente fresco, seco e bem ventilado
❑ Encontrar-se sempre limpo e arrumado
❑ Dotado de prateleiras e estrados para arrumação dos produtos
 Prateleiras ligeiramente afastadas das paredes
 Estrados afastados do pavimento (20cm)
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM À TEMPERATURA AMBIENTE
Na estiva dos produtos deverá ter em consideração:
❑ Produtos organizados por famílias
❑ Armazenagem segundo o principio do FIFO e do FEFO
❑ Descartonar os produtos (manter rotulagem com o produto)
❑ Separação (espacial) de produtos alimentares de produtos não alimentares
❑ Separação física de produtos alimentares e de produtos químicos
❑ Roupas e objetos pessoais não devem ser guardados no armazém
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM EM EQUIPAMENTOS
DE CONSERVAÇÃO DE
REFRIGERAÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM EM EQUIPAMENTOS DE CONSERVAÇÃO DE
REFRIGERAÇÃO
Os equipamentos de refrigeração devem:

❑ Encontrar-se em bom estado de higiene e conservação


❑ Encontrar-se sempre limpos e arrumados
❑ Ser dotados de termómetros
❑ No caso de câmaras de conservação de refrigerados:
 Prateleiras ligeiramente afastadas das paredes
 Estrados amovíveis
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM EM EQUIPAMENTOS DE CONSERVAÇÃO DE
REFRIGERAÇÃO
Na estiva dos produtos refrigerados deverá ter-se em atenção:

❑ Todos os alimentos devem estar devidamente acondicionados, em recipientes


estanques, com tampa
❑ Todos os recipientes devem estar identificados
❑ Separar alimentos crus de alimentos cozinhados
❑ Nas prateleiras superiores colocam-se aqueles já prontos a consumir
❑ Os mais contaminados deverão ser colocados nas prateleiras inferiores
❑ Descartonar os produtos (manter rotulagem)

Evitar oscilações de temperatura!


HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM EM EQUIPAMENTOS
DE CONSERVAÇÃO DE
CONGELADOS
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM EM EQUIPAMENTOS DE CONSERVAÇÃO DE
CONGELADOS
Os equipamentos de refrigeração devem:

❑ Encontrar-se em bom estado de higiene e conservação


❑ Encontrar-se sempre limpos e arrumados
❑ Ser dotados de termómetros
❑ Ser descongelados periodicamente
❑ No caso de câmaras de conservação de congelados:
 Prateleiras ligeiramente afastadas das paredes
 Estrados amovíveis
HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM EM EQUIPAMENTOS DE CONSERVAÇÃO DE
CONGELADOS
Na estiva dos produtos congelados deverá ter-se em atenção:

❑ Nas arcas horizontais não superar a capacidade máxima


❑ Arrumar os produtos de forma a não impedir a circulação de ar entre eles
❑ Separar fisicamente produtos que possam contaminar ou transmitir cheiros a outros
❑ Acondicionar adequadamente, de forma a proteger da desidratação e queimaduras pelo
frio
❑ Descartonar os produtos (manter rotulagem)

Evitar oscilações de temperatura!


HIGIENE DOS ALIMENTOS
ARMAZENAGEM E CONSERVAÇÃO

Temperatura
Produto
(recomendada)

Refrigerados
(refeições prontas para consumo, produtos 2ºC-5ºC
lácteos, produtos de pastelaria fresca, …)

Congelados -12ºC

Ultracongelados -18º C

Tabela 05- temperaturas recomendadas na armazenagem/conservação.

Tabela de temperaturas recomendadas na armazenagem/conservação


HIGIENE DOS ALIMENTOS

PREPARAÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS
PREPARAÇÃO
Para uma adequada preparação dos géneros alimentícios deverão ter-se em conta:

❑ Boas práticas de higiene pessoal

❑ Boa higiene das instalações, equipamentos e utensílios

❑ O cumprimento de tempos/temperaturas de conservação

❑…
HIGIENE DOS ALIMENTOS
PREPARAÇÃO
Regras a seguir na preparação:
❑ Deve ser efetuada num local próprio, limpo e arrumado;
❑ O manipulador de alimentos deverá estar devidamente fardado, com as mãos,
lavadas e recorrendo a luvas sempre que necessário;
❑ Devem-se efectuar as tarefas em contínuo, sem interrupção;
❑ Os utensílios e materiais que contactam com os alimentos devem ser próprios
para uso alimentar;
❑ …
HIGIENE DOS ALIMENTOS
PREPARAÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS
Não deve: PREPARAÇÃO
❑ Deixar os alimentos preparados à temperatura ambiente por períodos de tempo longos;

❑ Deixar a descongelar os alimentos à temperatura ambiente;

❑ Arrefecer os alimentos à temperatura ambiente;

❑ Misturar alimentos de natureza diferente;

❑ Misturar alimentos crus com alimentos confecionados;

❑ Deixar a loiça suja no lava-loiça de um dia para o outro;

❑ Deixar o “lixo” esquecido na cozinha;


❑ …
HIGIENE DOS ALIMENTOS

CONFEÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONFEÇÃO
Uma correta confeção reduz de forma significativa o número de microrganismos dos alimentos,
tornando-os seguros.
Regras a seguir na confeção:
❑ Assegurar uma correta confeção (75ºC -2 minutos no centro térmico);
❑ Assegurar que o alimento foi integralmente submetido a uma temperatura segura, quando cozinhar
no microondas;
❑ Assegurar que os alimentos crus não entram em contacto com alimentos confecionados ou em fase
final de confeção, no grelhador.

A confeção dos alimentos deve ser o mais próximo possível do momento de serem
servidos e reduza ao mínimo qualquer tipo de manipulação depois de estarem prontos
a comer.
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONFEÇÃO
Temperaturas de manutenção dos alimentos:

❑ Mantenha os alimentos quentes (T≥ 60ºC) até ao momento de servir;

❑ Mantenha os alimentos frios no frigorifico até à hora de servir;

❑ Após a refeição guarde o mais rápido possível as sobras no frigorifico;

❑ Nunca deixe os alimentos prontos a comer mais de duas horas à temperatura ambiente;

❑ …
HIGIENE DOS ALIMENTOS

REGENERAÇÃO
HIGIENE DOS ALIMENTOS
REGENERAÇÃO
Regras a seguir na regeneração:
❑ Assegurar que as condições de aquecimento permitem reduzir a carga
microbiana a níveis seguros (70ºC -2 minutos). No caso de alimentos líquidos
aquecer até chegarem à ebulição.

❑ Não reaquecer os alimentos mais do que uma vez.


HIGIENE DOS ALIMENTOS

CONGELAÇÃO DOS
GÉNEROS ALIMENTÍCIOS
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONGELAÇÃO DOS GÉNEROS ALIMENTÍCIOS

CONGELAÇÃO
É permitido congelar alimentos na
restauração?

Consiste em solidificar a maior parte de água de


constituição de um alimento e reduzir a sua
temperatura a níveis suficientemente baixos que a
atividade enzimática e microbiana fiquem
suspensas.
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONGELAÇÃO DOS GÉNEROS ALIMENTICIOS

CONGELAÇÃO DESCONGELAÇÃO

RÁPIDA LENTA (refrigeração)

Cumprir com determinados requisitos operacionais!


HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONGELAÇÃO DOS GÉNEROS ALIMENTICIOS

Na congelação deverá ter-se em consideração:


❑ Congelar géneros alimentícios frescos e de boa qualidade
❑ Nunca recongelar um género alimentício
❑ Os géneros alimentícios devem ser congelados devidamente acondicionados e
identificados
❑ Os alimentos devem sofrer um processo de congelação rápida

O equipamento de “congelação” deverá estar em boas condições de higiene e conservação, sendo feita
uma estiva adequada e respeitando a capacidade máxima de carga
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONGELAÇÃO DOS GÉNEROS ALIMENTICIOS

Na descongelação deverá ter-se em consideração:


❑ Descongelar os alimentos em ambiente refrigerado
❑ Durante a descongelação os alimentos nunca devem ficar em contacto com o
líquido ou exsudado resultante destes
❑ Após a descongelação os alimentos deverão ser consumidos de imediato ou num
prazo máximo de 12 a 24 horas
❑ Nunca recongelar um alimento

O equipamento de refrigeração deverá estar em boas condições de higiene e conservação, sendo feita
uma estiva adequada e respeitando a capacidade máxima de carga
HIGIENE DOS ALIMENTOS

COMERCIALIZAÇÃO DE
ALIMENTOS COM DDM
ULTRAPASSADA
HIGIENE DOS ALIMENTOS
COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS COM DDM ULTRAPASSADA

A data de durabilidade mínima (DDM) de um género alimentício é a data até à qual o


género alimentício conserva as suas propriedades especificas, nas condições de
conservação adequadas, sendo aplicável aos produtos alimentares pouco perecíveis.

A DDM deve figurar na rotulagem, de forma clara, segundo a ordem do dia, mês e ano, e de acordo com os
seguintes critérios de indicação:
❑ Dia e mês, quando a DDM é <3 meses
❑ Mês e ano ,quando a DDM for de 3 a 18 meses
❑ Ano, quando a DDM > a 18 meses
Precedida por uma das seguintes menções:
“consumir de preferência antes de….”
“Consumir de preferência antes do fim de …”
Regulamento n.º 1169/2011 de 25 de Outubro, relativo à prestação de informação aos consumidores sobre os géneros alimentícios
HIGIENE DOS ALIMENTOS
COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS COM DDM ULTRAPASSADA

A data limite de consumo aplica-se aos géneros alimentícios microbiologicamente muito


perecíveis e que, por essa razão, sejam susceptíveis de apresentar, após um curto período,
um perigo imediato para a saúde humana, devendo nesse caso a DDM ser substituída
pela data limite de consumo.

A data limite de consumo deve ser apresentada pela expressão “Consumir até…”, com a indicação do dia e
do mês, e eventualmente o ano, pela ordem mencionada.

É proibida a comercialização dos géneros alimentícios relativamente aos quais


a data limite de consumo se encontre ultrapassada.

Regulamento n.º 1169/2011 de 25 de Outubro, relativo à prestação de informação aos consumidores sobre os géneros alimentícios
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Não esquecer:

❑ Arrefecer/aquecer rapidamente os alimentos;

❑ Congelar rapidamente os alimentos;

❑ Nunca recongelar um alimento;

❑ Descongelar lentamente os alimentos;

❑ Manter a cadeia de frio (refrigerados e congelados);

❑ …
HIGIENE DOS ALIMENTOS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
PREVENÇÃO DAS TOXINFECÇÕES ALIMENTARES
❑ Garantir um elevado nível de higiene pessoal, vigiar o seu estado de saúde e
respeitar as boas práticas de higiene;
Manipular o menos possível os alimentos;
Evitar o contacto direto das mãos com os alimentos;
Separar os alimentos crus dos cozinhados;
Separar alimentos de origem animal dos de origem vegetal;
Arrumar os alimentos de forma adequada nos equipamentos de frio;
Eliminar restos de comida e lixo de forma apropriada;

SISTEMA DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E CONTROLO
DOCUMENTAL
SISTEMA DE SEGURANÇA ALIMENTAR E CONTROLO
DOCUMENTAL
SISTEMA DE SEGURANÇA ALIMENTAR

Análise dos perigos e controlo dos pontos críticos

Os operadores das empresas do sector alimentar criam, aplicam e mantêm


um processo ou processos permanentes baseados nos princípios do
HACCP.

Com a devida flexibilidade!

Regulamento n.º 852/2004 de 29 de abril, relativo à higiene dos géneros alimentícios


SISTEMA DE SEGURANÇA ALIMENTAR E CONTROLO
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PRINCÍPIOS DO HACCP
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PROGRAMA DE PRÉ-REQUISITOS
SISTEMA DE SEGURANÇA ALIMENTAR E CONTROLO
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CONTROLO DOCUMENTAL
❑ Procedimentos (técnicos, instruções de
trabalho, boas práticas de higiene pessoal, …)

❑ Registos (rastreabilidade, controlo de


temperaturas, não conformidades, …)

❑ Outros (certificados, fichas de intervenções, …)

❑ Regulação da atividade

❑ Autoridades competentes Quanto tempo de arquivo?

Por um período de tempo adequado!


Obrigada pela vossa atenção!

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