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LADY KILLER #1 Questiona a “amnésia coletiva” a respeito dos assassinatos cometidos por

mulheres. Falamos de Ed Kemper e não de Nannie Doss, a Vovó Sorriso,


que dominou os jornais norte-americanos em 1950 com seu carisma e piadas
mórbidas. Lembramos de H.H. Holmes e esquecemos de Kate Bender, que
EDITORIAL matava todos que se hospedavam em sua estalagem e ousassem flertar com ela,
mostrando que a linha tênue que divide o bem e mal atravessa todo ser humano.
O livro faz parte da coleção Crime Scene®: histórias reais, de assassinos
Este é o primeiro exemplar do Lady Killer, espero que de vários! O
reais, despertando n@ leitor@ um espirito investigativo. Conta com lindas
Lady Killer é um zine anarcofeminista, desenvolvido com o propósito ilustrações da artista salvadorenha Jennifer Dahbura, complementado por uma rica
de trazer um pouco de informações, vivências, visões de mundo, pesquisa de imagens.
ideologias, feminismo e outras questões..., sempre prezando pela As páginas de Lady Killers: Assassinas em Série permitem perceber que
troca de ideias, pois acredito que todxs nós somos dotadxs de um estas mulheres assassinas eram inteligentes, coniventes, imprudentes,
pensamento analítico, empírico e teórico e todas as trocas são egoístas, e estavam dispostas a fazer o que fosse necessário para ingressar no
enriquecedoras de um modo geral. que elas viam como uma vida melhor. Foram implacáveis e inflexíveis. Eram
Falando em poucas linhas, o nome “Lady Killer” foi retirado de um psicopatas e estavam prontas para dizimar suas próprias famílias. Elas não
eram lobas. Não eram vampiras. Não eram homens. A ficha mostra que
livro de mesmo nome: “Lady Killers”, no plural, um pouco mais
elas eram horrivelmente, essencialmente e inescapavelmente humanas.
adiante falarei brevemente dessa obra.
Espero que gostem do conteúdo. Críticas, sugestões e elogios Adaptações resenha: Lady Killers – Assassinas em série, Tori Telfer, 2019,
escrevam para: gattonegroanarco6977@gmail.com. 384 páginas, editora Darkside.
Lady Killers “NÃO ERA AMOR”
Lady Killers – Assassinas em Série é um livro de Tori Telfer que fala sobre Não era amor é o nome de uma instituição brasileira, formada por várias
assassinatos em série. E quando se fala em assassinatos em série, pensamos em mulheres, como psicólogas, advogadas e designers, mestres em inovação social e
homens. Mais precisamente, em homens matando mulheres inocentes, vítimas de empreendimento e estagiárias, que têm um objetivo em comum: desromantizar
um apetite atroz por sangue e uma vitória irrefratável de carnificina. As mulheres um sentimento que é, tantas vezes, confundido e usado de desculpas para
podem ser tão letais quanto aos homens e deixar um rastro de corpos por onde controles, manifestações de poder, manipulações e até agressões – o amor.
passarem. E o que acontece quando as pessoas são confrontadas com uma É um movimento de impacto iniciado em 2018, existe para impactar
assassina em série? Quando as ideias de “sexo frágil” se quebram e fitamos os mulheres e a sociedade para a construção de um mundo livre de relacionamentos
olhos de uma mulher com sangue seco sob as unhas? abusivos, buscando proporcionar às mulheres fazerem história e não virarem
Assassinas em série é um dossiê de estórias sobre assassinas em série e protagonistas de histórias trágicas. Elas têm também um compromisso com a
seus crimes ao longo dos últimos séculos e um material para se mergulhar fundo informação e o acolhimento, prestando atendimento psicológico e jurídico gratuito,
em suas mentes. A autora recapitula a vida de quatorze mulheres com apetite para à mulheres vítimas de abusos em seus relacionamentos. Além de gerarem
a destruição; sua atrocidades e o legado de dor deixado por cada uma delas. conteúdos para informar e contribuir com à conscientização social.
As estórias são narradas sob um viés feminista. A autora não se debruça Você mulher, que está ou já esteve em um relacionamento abusivo, que
sob explicações cansativas e sim indiscutivelmente antissexistas, dissecando a não possui uma rede de apoio, ou que conhece alguém que precise de auxilio,
complexidade da violência feminina e suas camadas. A autora também contesta os passe adiante a palavra da Não era amor e liberte também às mulheres que estão
arquétipos como uma vovó doce e gentil, uma mãe carinhosa, uma mulher sensual, ao seu redor. Lembrando, todo atendimento e auxílio são feitos de forma gratuita!
uma feiticeira traiçoeira, etc.; e busca entender porque as mulheres foram
reduzidas a definições tão superficiais. Instagram: @naoeramor_ Whatsapp: (31) 7178-9414 Canal no YouTube:
http://www.youtube.com/@NaoEraAmor Site: naoeramor.com.br/
“AS PIPAS AVOAM MANÉ”
1
“QUANDO DEGOLARAM MINHA CABEÇA PASSEI MAIS DE 2
MINUTOS VENDO O MEU CORPO TREMENDO...
E NÃO SABIA O QUE FAZER
MORRER, VIVER, MORRER, VIVER!!!”
CHICO SCIENCE
MOLOTOV No mesmo período, a resistência dos poloneses contra os soviéticos e os nazistas,
inspirados no sucesso da arma na Finlândia, fizeram com que armas parecidas fossem criadas,
Atualmente, o coquetel Molotov é uma das mais famosas armas incendiárias entretanto, eram compostas com líquidos como éter e clorato de potássio, que não precisam
utilizadas em protestos e revoltas populares e tem sua origem associada à Guerra de Inverno do fogo para funcionar, mas sim do impacto contra o alvo.
(início em novembro de 1939), importante conflito travado entre a Finlândia e a União E foi na Finlândia que essa arma recebeu o nome que resistiu até os dias atuais. Os
Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. finlandeses responsabilizaram o ministro das Relações Exteriores soviético Vyacheslav
O coquetel é uma mistura de praticamente três elementos básicos: um (ou mais) Mikhailovich Molotov pela eclosão da Guerra Russo-Finlandesa e nomearam uma granada
líquido (s) altamente inflamável como gasolina, ácido sulfúrico, álcool, entre outros, um incendiária improvisada em sua homenagem. Quando as forças soviéticas atacaram a
líquido não solúvel nesta mistura e que tenha alta adesão e grude no objeto atingido (esse Finlândia em 1939, Vyacheslav Mikhaylovich Molotov, ministro das Relações Exteriores de
item não é obrigatório, mas aumenta a eficiência da arma); ambos dentro de uma garrafa de Stalin, alegou que os aviões de guerra estavam transportando comida para o país, não
vidro e um pano ou corda embebido no primeiro líquido que serve como pavio ao ser acesso. lançando bombas. Os finlandeses responderam chamando as bombas de "cestas de pão de
A ideia do coquetel é que, ao atingir o objeto mirado, a garrafa quebre, espalhe o Molotov" e se ofereceram para fornecer bebidas (ou coquetéis) para acompanhá-las. As
líquido inflamável do interior que entra em contato com o fogo do pavio e incendeie o alvo. fábricas estaduais de bebidas já haviam parado de produzir vodca para preparar quantidades
É muito difícil delinear a origem exata dessa arma. É possível ver o uso de objetos em massa dos artefatos incendiários improvisados, que as tropas finlandesas usavam com
com a mesma estrutura pelas guerrilhas antifascistas durante a Guerra Civil espanhola (1936), grande efeito contra a armadura soviética.
alguns anos antes do conflito na Finlândia. Ao mesmo tempo, também existem relatos de Os finlandeses começaram a usar o sobrenome do comissário, em forma de ironia,
bombas incendiárias parecidas usadas nas primeiras guerras coloniais. Porém, foi na para apelidar as bombas lançadas contra os tanques soviéticos. Desde então, a arma carrega
Finlândia que a arma foi definida. o nome-piada em referência a V. Molotov. O nome coquetel molotov rapidamente se
No início da Segunda Guerra Mundial, após a assinatura do pacto de não espalhou pelo mundo sendo usados durante protestos e conflitos armados como um símbolo
agressão entre URSS e Alemanha e a ocupação da Polônia, o exército soviético iniciou um de resistência.
empreendimento de ocupação do território finlandês e expansão do território imperial. No Brasil, a fabricação, posse e uso do artefato é crime. A pena é de reclusão, de no
O Exército Vermelho, após anos do projeto stalinista de industrialização e mínimo 3 até o máximo de 6 anos e multa, conforme preceitua ao art. 16, inciso III, da Lei nº
desenvolvimento tecnológico, era incomparável ao frágil exército dos finlandeses. O uso de 10.826/03. Em tempos de guerra declarada, muitos países já incentivaram o uso do coquetel
fortíssimos tanques blindados e armas automáticas de alto poder de impacto facilitou até mesmo por parte de seus civis, como é o caso recente da Ucrânia, autoridades ucranianas
inicialmente a ocupação soviética e fez com que o exército finlandês procurasse formas de pediram à população que preparasse coquetéis molotov para ajudar no enfrentamento às
conter o avanço soviético e de produção de armamento antitanque. tropas russas, que avançaram em direção à capital Kiev. Uma rede de TV da Ucrânia,
Os finlandeses foram fortemente inspirados pela resistência antifranquista na Guerra inclusive, ensinou como preparar os artefatos explosivos.
Civil Espanhola (1936 a 1939) que fez dos tanques russos alvo dos coquetéis molotov. Quando as pessoas percebem que têm poucas chances, os coquetéis molotov são as
Rebeldes nacionalistas de direita na Guerra Civil Espanhola usaram pela primeira vez bombas armas que elas buscam, as armas que atacam a narrativa dos poderosos. Por quase um século,
de gasolina em 1937 contra tanques soviéticos fornecidos ao governo republicano. Os o artefato, chamado também de bomba de gasolina, tem sido a arma mais acessível para os
finlandeses começaram a testar o uso de armas incendiárias contra os tanques do Exército oprimidos que lutam contra um inimigo tecnologicamente superior.
Vermelho e o resultado foi um sucesso: a contenção da ocupação era possível. Em pouco Coquetéis molotov são muito mais eficazes do que pedras e não muito mais difíceis
tempo, o Exército da Finlândia começou a produzir o explosivo em massa e cada soldado de adquirir. Tudo o que é necessário é uma garrafa de vidro e alguns ingredientes inflamáveis.
passou a receber um exemplar. Abaixo, esquematização de molotov usado pelos finlandeses (créditos da imagem: Arquivo
Como mostram os arquivos dos museus "Imperial War", durante a “Guerra de AH).
Inverno” (1939 a 1940), o pequeno exército finlandês enfrentou o poder do gigantesco
Exército Vermelho da União Soviética". Apesar da desvantagem numérica, os finlandeses
conseguiram resistir aos ataques por três meses. " O coquetel molotov provou ser uma arma
antitanque primitiva, mas eficaz, contra as forças soviéticas", aponta o documento.
“QUERIDO PATRIARCADO, SE EU POSSO FAZER
UM BOLO; EU TAMBÉM POSSO FAZER UMA
BOMBA.” 2
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NEGRO, AGOST0/2023.
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