Você está na página 1de 58

ISBN 978-85-347-0525-7 ISB 1978-85·333·0739· 1

I
9 788534 705257
J~• I
9 7 8 8 5 33 307391
'ÁGUA
Vi só lágrimas e
lágrimas. Entretanto,
ela sorria feliz. Mas eram tan-
tas lágrimas, que eu me perguntei
se minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos
sobre a face. E só então compreendi. Minha mãe
trazia, serenamente em si, águas correntezas.
Por isso, prantos e prantos a enfeitar o seu
rosto. A cor dos olho s de minha mãe era cor
de OLHOS D'ÁGUA. Águas de Mamãe
O XUll1! Rios calm os, mas profun dos e
enganosos para quem contempla a vida
apenas pela su perfície. Sim, águas
de Mamãe OXUIll.

crotllfill d e
flol lllclIl d o Promoção
I\.IlN IS. . .~ n. I < ) l:'i\ c I : I · U R i\ Secretari.l de
Politlcou dg Promo ç,So tln Igunld lldo Rnclnl
Fundação BIBUOTECA NACIONAl. PA is AIC O E PAI s S E M P O B RE ZA
da Ig uald~ d . R1lcl.1
co ÃO EVAR ISTO
Il :JSCl~U num a fuv 'I da zona su ! d e ~d
rencíliar o es tu-
orno em p (;ud.
d 111 s'i
eu I[ 71r r.1 .I
i, . I ~ ü llld J r o .ur so

25 anos . Mudou -se cn tãe


para {I Rio de la n i 0 , o nd e p ito sou n um
Norrrwl.
H DAG
co ncut pü íco p. r'l () 11 I:>'l l! Q e
Con eicao
, Evaristo
est udou Letras na Ul;RI.

N dé 'Ida ( c ]980, entrou em CO11 I aro


,Q fi GmpD QuiJomb I ifr. Estie u
na lítera tu ra em 1 O. cn n ras
ub lí« <I. , n , éríe C dc rn

[ . Ira un
PUC-Hio, Do utorn e iler. I rrn
Compa rada p el a Uni e rsl dt d ~ Fed ml
Flum ine nse.

S ra obras . e m cs ec ial (l IQrmJJlC.'. C


11 'fá I/jc. !JlI':r(J, ri 2(J().=!;, a b o rd a m
m o , (1iscrirni n açâo rac ial .
I :~ ~ . A nhra (J i
traduz d p h o In I a p J )Iic da
nos ; tados n os em "Q07
L o

(
mo .1<1 1 cl o
2Ul
pyr ght © 2ü 4
Cnn ão E ri li )

'iI~ I !IA-' , I , ""


11.0.1 ><> 111
I I ') ,
111:'
I " L I'
,,\
~ ..\
, x '1
ojo_............ . .....
...-:

TId' l/f
C I li. f6rmJl(f funIl
te 1J1 f{J lU: 1
J, r~ n« tLÚ" I

D" er r= 1\'."lI
.\ .In mll uwi"

r :onrdcl1õI rria

ln.:n. na. w n:;,


li.

I"

u~ I la . L di . RI<> Im ,..... : T\JI ,r

"111
10<1>1. • liulú.

11,[ ;;;s.j crio. W.!l]


<:rIU: ~ L. LJ.I. ll-J.
PI{ Á CIO

'Min ha mã s e m pre cost uro u a


vida o o fe rro.
CON e IÇ OEVA I O PR Ef CIO

o F. arlsto aprc en t m urna s gnifi a tiv I ria de LU 1- pio. d o pivete Lurnblã, o d rnen l o LL1 o, nos con tos ue
lner - Ana 1'''' '1\ a, ndl • Dt zu-Ouerençs , atalín; , t v m os se IS nomes: ME. [Llx 01 fo i se encolhendo, e e 1-
Luan ar d , Cida, a meni nr lar a. li rão oda n es , r ca o tê gan I ar J iç o de fe O H, A orça s rnb ól c. d
ull er, ca p ad , c recriada f calei o 'ú p o d , IH ' t Iíc , al ssão ísíca e emocíon é de uma sín tese irre vel,
m ari: dos i ·t, n âneos (a \ ida? Di 'rem elas m i ad . 1 seu perc irso, o li ro, além o m undo de m ilheres de

e o n ju n ras de e n nci las co 11 rtílham d es- m ino, in corpora homens co 10 protagoníst (Oulm bá ,
a vida de ferro, equ llbran o-se n OI i:Í lil v ra" que I os : rdoca), li, p rsp ctiva, oca onzIm n te, pas sa a com andar
no o n to MO Co ler de i a ", a . . cord ê m do l m n a arração.Oi so d izerqueotlu ona rr lvoatíngeose clima:
Na verdade, sa m ulh r c m ulti faces é e b m átíca n o jã clt o OI ,e nte combinamos de 1 ao rorrer" em ue,
e ill oes de br Hei s i ocíedad • i; c exc lus - s que e p la prlmelr vez, d iversos arradores ei camlnhr m a ao.
nos s: . . gil vara, co d barr h. fios e rro, ferro as- -ra a-se um a uni vocldade f m nlna, po r m ls d sp cr
sr r, ir dan a das etáforas as enlaça e retro nstról a 'd, de múltipla q e esta 13 oss . A par d 5S0 , onst, ta- , num
pesSOil ' de spossuíd a qual .xp res , ap ~r d e n o, m cresc ndo, II estíl aç J fic lon I que o text ssume ao
vltalidr d e pr ópr! a ue o te to e Con íção lns ist em cel re upllcar a precariedad e de se 15 per.50nagens. a a q uem
brar: rt F L o tão d oce, tão " 0 2.0, tão dor! ", sin te tiza " An a <rãs vezes a m orte e leve como a poeí a. Ea vida se confun de
av "a "'. Os o n s, assim , c u lll r' -se en t . afirma - com p é bra nco qu alque r", O conto lmplod e r s la p r -
ç o a I ação, T t a en 'lI 'i, a celc ço da vld J en- pria técnica narratlva. Em um verdade ro avess o de a )() t -
re o n, cl i e n o' to rre; " n: 'cu en iria parir ur ftlh o . se, o e,' o ficdonal, rad i l át co da ocledad e, amb m
m lho que for:' o nce bído 1 S f âge l lirn tes d vida e da se pulv ríza: Algué
lO c n o J ped e o segredo foi rompi-
morte." " Quanto" filhos atalina t ve?" " do, d a vaza dos poros d t r a. O tl U Ido plode,
N liv ro e t, o prcse 1 m ães. rn it s rr aes. E ta bêm eres e mil m os agarram tu do. fada esca ." Ater ao,
flIha • av ós, a a t te , I om 'ns c 1 I - todo o ca- leitor. E: com você. e conosco, é com t dos , que qu t ia.
dos em eus i c " . d ile as soda s, L las a positlv dade te. tual prevalece, r de tud o. Um
11 ma ural dad' vuln er:a ilid ade ql (! '0 11 posítl 'Idade em que cre er ê, rL. me l te, um, rr ar ira
mil a ondlç o . lU q lSq\l "'r Idealizações , de n r"; ma t mbém de lnvoc r e e ca 'idas COSlur. -
d co m firmeza • tal ento a ras co mliçõ 5 "com fios de err " - po ém q u p eser '<idas co 11 a per-

la ÇOItlUfl da d a ro-bl si! ira. si te te C05t ra do fios da fi <la, e l 1 qu tambén e a 1 eja


br ngênd. L: ta l pr te ná ca ultm passa, I cert o, e se co mbin a, in cans aveImen e, fi o decerto í:I t o rt Iid ade,
o lindo negro. a sim co ra l scen l o d a d I oic. Os mns a enaz ltória human a, a cada eraç o sob re mo r c.
con O', mp re n. ados no I 'id lo pre se t ·, barca ) s-
sado i1 tcnogam n fu Ufa. Si Ollltl t ("3 m nte , o mu it os e 11j j To/li: .om '.
dLver o S o s velhos ' as ria n~s q ue os h a it" m . O pa 'sad o
é Ln v'· ...·elm ente implacável, (J f L Iro , m eral uvidoso,
ce r as v l t:S lne.xorave ment 'gado , É. o ca so, r exc:m-

• 11
10
Introdu cão

A mull er nezra
s t êm ),
cri 1 na ç
escol rida
CO N CEI ),0 EVARlST O

o su bvcrter : li

el a
r c uma

Ol OS d' água

o no m,ro, o a. é,

r o _

r III

n-

W Ç' ntíga, Conto °

In ·Ia. F Ler e , 0 tír (


n to
0-
' li
Jurem ~ l0V4 m


CO r-;CE I~ IJ I.V.\ RI S TO OL II050'ÃGUA

'I pri eira de se


O ed busq u i dar
onta d e m lnh . s pró I . ificuld des, r .scl rápl , p s-
ndu po r I a reve a 01 cc el a. ' prc ao lad o de mi -
nha mije, apr d i con hecê -la. ecí l aVCI o eu sllê o I S
ho ras de d ficu ldad , co o t. m bêrn sa bi re onhec r, e m
S ' 1 " ies os, prenú n os d os Ive s ai ' ri aq le i , m o-
'11 o, en tre ta n to, me ulp , por I ao
r r ar de q u cor se ria os seus o lhos . chava tu do
ui o estranho, po s m e I mbrava I iti íam en e e ,á rios
ali o co n ela . a In! a encrava da d o dedo 11 Ir -
din o do pé e . d o... da ve rruga ue : perdi o rn io
u a bel Ira - '. LI e be a.; IH d ía, b ri cando de nt ear
bon c " alegria n ue m e lOS da a qu: ndo, de (I n o po
1(1 ' momentos o lav a-lava, o passa-pá s -, S ro ipagen s
a hei 5 or ava uma gra de bo t e cgra para as fi lhas)
s o rimos I a bolinha se in d lda bem o co uro a elu-
O de la, Pensa lOS Ué O. r carrapa to . ma e cochila va e
a c m n ha irm ãs, a it , I crend o livrar a bon -rn ãe
da qu -Ie de ce r, pu Oll rã j< o o b chin l o ' A m e ós ri-
e ri m os e 'mos de nosso e 1 c no . .. mã ri o) das
lá ' rim as escorr q ue o r e ram os olhos d ia?
Eu me le mbra va mb êrn d algu istó rlas da in fân-
L

c a d min a l ã . ~]a haví a ido em l m lu r pe c id


I o ínterío de 1i as. AI ) as crian <I n av m nu as at é h m
a dlnh s, I S -nn S a im q e os íos com avam os
bro ar, a n il. varn u pa a dos men í Os. v ) as
ls . ri, d nfâncía de rn ln a rnt e co md íarn - e com s .c mor de m nha 1 ãe n os d ia d
d inha pr ópria Infãn c a , Lem bro-me de que mui as vc- la cama, rrada a nó s, ela n os
ze . quondo a rn ã cozln hava, da panela sub ia c heír al- orn I S 01 l OS laga os de pran-
gu n . I~ra como se Ç{ zln a " li, aperta n so d " )C - B' a ra, L m nd o que o o sso
rado d lo C IO de Un ~" to . .. labar idas, S l água solít ãrl se o la nen -
que rv ia na - n -I ch e a de for e , p are jm debocl r do 1 ' ... el q le
vazi O nosso es ôrna o, i no rando lOS ' S 1>0 as lnfa n Li
em u a lín uas m nca va m a sal iva son ho de com i a . .

17
CO M I Ç,l,O EVA IUST O O LHO S D ' GUA

li iam com os 0 1 os a n tu reza, ho v ía , orava! 0 - um ! 'os calm os, m 5 p IO U dos e en anosos


rava, hovlal En t · o, por que eu n o con c uia lembrar a or em co nte mp la a vi a apen pe la su per IC e , Sim ,
0 5 0 1hos dela I u Ma ãe O u .
quel noite ' p r iu 1- / braceí a m-e, e costeí me I l OS o no de i e pedi pro te-
do , H' i nos qu u .. o . Senti as lágrí n as d elas se mísrur arern às minhas.
. m lnh. ca a em b 1-10 ,q and o j . ale; nce a cor os o lh os em m: e,
pa a I im e para i I a f I íl a: la m il 1 S r ã ti \' I . o escobrir a cor dos olhos e m inh lha. faço a b rín -
fi ad par< rãs. un CL esqu c ra a m nha rnã . Re- , delra em q ie os olho s de me 5 ornam o espelho P.U3
co h dela l a ín ha vida , n a lh os da o t , E um d la esses me s rp reen dJ com um
toda s a mu lh de ai n l a fa- 'e to de mlnha menina. Q ndo nós duas es áv l OS nesse
míli rnb ém. já n uela êpoca. icu nt oa va can o de ce logo , ela lOCO s a em en te no me ro sto/ me con tem-
lo rvo r a todas n055a an estra 5, ue d sde Áf ca vinh om ,I ndo JnL n m ente. E., enq uan to o ava o o lhar dela no
arando a ter ra d a vi (J COI as s Las p ró pria 11 aos, pala ' ras c 11 e u, pc guntou be l i lh o, mas t o t i. i l ho, como se fosse
I il ng e, N o. eu não .queço essas Sen horas , ossa l la pergunt p. ra ela resma, o I co mo esuvesse can do
I donas de t lu as sab lo ri S. Mas d q co e am o o lhos c eneo t ndo a te -ela o de um m ís êrlo o I de u m ran de
L L

d m ln hn m ãe? . red . Eu escu ei quando , s rrando, m inha fi ha fa o


, oi nL o qu e, to da le lo de sesp 'W por n O m lem- - M ãe, qua l 6 COr Lã ún Id a d s o lho ?
bn r e cor seriam s o lh os de m i l mae, naque le mo-
men to resol i de', a r t d r e, o d a se uinte, v ltar ft ci ade
em • nas . E pr ís va use o ros to de m I a ãe,
fixa r o meu olhar o d ia. ra nun maí c q ecer a cor
d us o lhos.
im fiz, 'ol tei, flita, las satlsfel a. V' VI' a sensaçã
es r :un prLndo I ri I, em que o f 'r -n da aos Ortx ás
ri er d sco bert da r dos 011 o e m inha m à ,
F. [ an o, a ós lo na d ia de vian(!m pa r cegar m i- ã

nha terra, P de co t p iar e. ta s ada 0$ o } os de In ha


ã , sabem o que vi? a ' [11 O que vi'!
Vi só lá rl las e 1.1 n rir . '. ' l t e an , la sorrla feliz. Ia
eram tan tas Iágríma • e me er ' li lei se m nh z ii
ti ) a nlh ou rios cauda los s sobre a ce.j, só en r o com,
p e ru i , Minh m e r" ti••, e re tam nt e ci st, águas co r-
renrezi s. Por tsso, p ra t e rantos a n f ita r o seu 10 to.
cor dos ol hos de min ha m ãe era o r d o lh " 'e U . Águ as

• • 19
A Dav ng

I'S t~ i na poru ecoararr . mo um pre ún cío d samba .


- racã de o . D ve " naq e la qua m -ia-nolte, t ·0
li ll to, apazi tuou um pouco. Tudo e, paz então, uma rel u-
li ;)7.. Deu U 1 s tio da cama c abr iu po rta . To os en tra-
I I , m lOS o seu. homens ce cararn na Daven ga. J

1/ ui -r , uv ln do o movi.n to vindo do a o de 13,


I Of. 11 t I êm. De repenr , r a e le minúsculo 'sl o cou-
o m r do . na Dave 'a on hecera a a tida, Ia ru o
h I i con t nd ldo enha, ( e prenú cio d amb o
I ' macu ba es a a íz r que u lo e av m _ udo e n
paz, a m did a do possív I. m q ue di fere t de bat das 1

pr sadas di i de ai o m u, ruin , danos o a r, O toq e


lU e la oi vira • nt es n, prer r da 'a desgraçn ai ' uma. S
CO N C.EIÇXO f;VA.R I ~ TG

~ a assim onde andava o seu, lá q c . d as out s sta , (1 1 eri.. aquilo? E.s a r am gJ. ardan o U a dor p ro Inda c
ali? Por o n e nd ava o seu homem? POr qu Dav nga não ma ma a ndo o sofrim en o pa ra q e ela nr o 50 r 'S '?
estav a aLH .. ' rl"l a lguma b rín de íra de Dav 'nga? Ele estaria es cond i o
Davenga n, o estava all, Os ho mens rodearam Ana (,.·0 1 por " li?' Não! Davenga neo era ornem de la s modo ! E e
cuidado, e as m ulh eres t mbêm. f :'I< preciso cu ida o. IJa- IL" brincava , porém, só com os co rnp nhelros. sst m s-
venga era bo m . Inha um coração de Deus, mas, i n v oca o, III de u ma mncadel ra bruta . ocos, pon ta pês, sa nõ s, a-
era o próp rio diabo. To dos 11 av' am apI n d ld o a o lhar Ana 1)11.5, , s ' US lhos d a puta" ". ais parcc a bnga, O n I estava
Dave nga , Ol h avam mulh er b can do nao pe -\ cr vida I il\'e nga. Teria se 1 etldo en algl.l la confusê 07 Sim, ' l t -
e as delici as que ex plod iam por tod o seu o rn ' 11 .s · i ha ta manho . No a is cri n ça em t\ l O . Fazia
O barraco de Davenga era UH pécíe de . uart I-g n ) 15a5'qu el T ' m estava d·. P nsar, \ ezes, ficava ias e
[<1, e ele e a o c hefe. AI se decidia tu do. No pri ncípio, OS I s, m .ses i! é. fo ragido, e quan do di} menos esperava dava
cornpanhelros d e Davenga olh ara m Ana c m ciúm e, cobi ça om I n tr de asa. Pols ê, ) . venga parecia ter mesmo
e descon fian ça. O h omem mo rava sQ7J nl o. . \ Ii armav I) pod r s to m a r In síve l, Um pouco q ue el saia pa ra
confabu lava com o outros to dr a. roeza s, ~ pen t , I USCLH 10 ipas no v ral o I Ial r ta ntlnh o com s a jga:;,
sem consultar os companhei ros, mete a li de n tr u ma mu - \1 . do o itava d va co m el , d ' itad na cama, uzinho.
Ih er, Penseram em e scolher o u ro hefe . Ou tr al p i' a n ito o . '\ 11 J vestido com a p I ' q ue Deus lhe deu . ma
qu ar tel- ene ral, ma s não tive ran co ragem . Depois de certo p le ne gra, c tíca da, i slnha, bri lhosa. Ela mal íec h va a p or-
tempo, Dave nga comu nioo u a todos q ue aque la m u l her ". a se abria odínha p ra o se orne n. Davengal Daven a!
cana com ele e n ada m udar! . Ja era çeg<i, 511rd m da I~ . í acon ecia O que ela n o ent nd ia. Da renga que era tã o
no q e se re er l a as, un tof,)~ J :s. EI ', 1 re anto, queria , a nde , tã o ortc, mas l o menln • til' la o I . zer ban ado
dize ma suma tsa: ualquer LI q ue I ísse com e la a· rn lãgrírn as, "'t O 01\ feito cri n ça. S h va, umedecia 'hl
ve a de mo rr e a tg rand nas I fio ' . ele 'ito porco ((I P"· tod . Seu rc O, u co rpo icavarn úmidos das íágnmas de
do . Os m lgo entenderam, E qu a ndo o d ejo atlo "..."1 ao ve ge, E t das a ezes que ela "ia aquele homem no o-
vlslu mbrat o pê'i o s-m.a.çã:'> .silli 1l~1~ da m' Jlher, ,plgo co mo ? pran o , en tia uma dor in tensa. Era como se Dav nga es-
um a d or pro f u nrl ~ doía n il:'> [Jiilrtt!"S de: l1aixo cJ I . O des jo I 'eSse 50 ~ n do mesm o, e fo se " Ia <l cu lpada. DepoIs en ã o,
abaLxava e n t:lO. c.saJ t:ccn d , dil u ind o 4l pos:;ib ili lade de . s dOI.a· a ' corpos nus, ç.wam ali. Ela enxuga nd o ' :i
ere . o do prazer. I.:. Ana pa sou . s.'r IU;;U; II ,j\ irmã qu e I rimas d 'le. F udo l o doe , tão g()l.o, t o dorl Um d '
povo v os 50nh IH tu oso, ( os ho c ns 'om p<1 rSiU d os pe l SOU em s ' r g r par< não ver ilveng choran o tanto.
el1lo e dos: crimes de Davt:nU'I. 1as ele p 'dia, caça a, b s-cava, rão res aa n da a z, i'J
O peilo d ~ Ana Dilvcng.LdoíiL d • tf:mo r. Todo5 es avam 1 o ser llxugar o oz.o~p . nt o d I:U omem.
all t menos o d ,la. O. h (lme.ns TQd aVn na . ' as ulhe· l b d os continua \ m pa 0 5 o lham ú Ana Da 'e g , Ela
I'C:.SJ com o e l ivi.!ss.em o r and o par pa r: uma dan ça, rccordOl q li un~ cmpo atrâs um eles e r amigo.
rodeavíu seu comp a 1 iros, ~n' do a tTil5 d seu h omem I' • lU in imi ' 0 5, quase. E.les d ete :ita....a m , l a. E li n o os ama-
ce rLo. AI , OI1OU tut.1os ' n ~o P ' TÇ 'LI ristez(! Igum a, O ~' nem os cxllav . ma n o sa bia on 'el es es av m na v jd il

22 •
II
CO N CE tç,llo E...AR JST O OAVE N G/ .

d ave ga. E quando perce eu , viu que nro poder a ter h mem n ão deu traba lho algum . Pressen rlu a ar a
por e l lndif ten ça , Teria de am ã-los ou od á-los. O tou LI 1 • ~l \'en ga n m tln ht sacad o . inda. q ua ndo isto acon-
p<)r a fi-los, ntã o. Foi díficil. les n ão ~ q ueriam. N o era .eu, o pró rio dep Lado á tinha ~ l an tado o serviço en-
dó agroil { o d e hum deles a uela m ulh er en tro do q t ar- r "!-l, n do tudo . Da ver gL! olho ( m a. 11 do e rmo, tudo esc -
t 1-& n ral do ch efe, saben o de to dos os segred os. Acha- r . t>.- àd rngad e frio. }.,'(íllldo u que o homem ab risse o carro
vam q ue Da ven g Iria se da r ma l e co mprometer lodo o ru - l ' p .d iu as Ch ~1 'es. O d eputado tre mla, as chaves Illn t vam

po, Mas av n ga rava mes m o , pal .o nad o pe la mu lher. ' Dl suas m ao . Davenga m ord eu o ] i bio, co n te ndo o riso .
Ouan do Davenga con eceu Ana em um a. r da de sa mba, Ih ° polít tco bem no f ndo d os 01hos, mandou e n tã o
ela estava alil aceíra, dan çando macio. Davenga gos o u dos. I ucele Li < saro pa c fO I reco lhendo tudo.
mov ime to s d o {:O[po da m ulh e Ela fazia m m ovlmen to - lão, do utor, a rue < n o! 5 I c uect n ãol Sei lã se. o
bon ito e Ligeiro de b Inda. Estava o dís aíd a n a dan ça qu . 'Ii t r tem a i una do n o u se t " co 10 cu sujol
nem percebeu Davenga olh ando lnsistentemente pt1 < el . Quan do, rrecadou tu do em urrou o home m p ara de n -
Naq ueles d las, e le andt a com ern o r no petto . Era pre ciso I rn cln ca rro. Olho u parn e le e balanço as cha es. Deu 1 m
cuidado. O ' homens estava m arr ãs dele . Tln ha h avld o um I ~ lS ~LO dep ita do, que correspon deu ao gesto. D, venga ti-
assalto a UJU banc o e o ca lxa descrevera alguém parecldo t I i o I lto c slod índo em 7argalh. das, mas con teve o riso .
com ele. A po lida Já L nha subId o o m orro e entrado em Ap irto u o pas. J inha de abre a r. ·r. m três e qu inze da
seu barraco vãrtas vezes, O pior e q e eLe n o estava me ld o t 1,ld rugilda. aí pouco passa r po 1L u m a patr lhl nha.
L

naq uela rn ma. Seria burro de assaltar um b nco : Li mes n o . Ias t ele via est dado o a ibíen e.
n o ba lrro, t o per to ele? faz a OS· se us ser vlço s ma is longe, Fu i por aq ue les d ia do a alt o o de uta do q e D enga
e além do mals rt o gostav a d e a saltos a bancos. Já a té par- nheceu Ana . A venda ti relógio h e iavla ren dido algum
ticipara de alguns, mas ach ava o se -lcl nh o sem :Yraça. Nao rlln h 'ir(), fo ra () qu e '. Lava n a cart e ra. E de cabeça leve re-
dava tem po de ver as Ielçoes das vitimas. O qu~ ele os ·a\ .~ I v LI ir X'> I O ' arn í s I ara o samba. Sabia, po ré m, q ue
m esmo em de ve r o medo, o tem or, o avo r nas fe çõ e mo- I 'vh r r atei t . F.stava at ento, 5 m , Estava atento a os m o-
dos das p essoa s. Quan Lo n a s fo rte o su e to, me lhor, Ado- \11m H W~ • a
dan ça da m ulher. E lhe lembra a ima baila-
rava er os che tõ , os tu, ndach uvas se cagando de medo, rlna nua, ta l q ual a q te ele 'ira um d no filme da televlsi o .
L

telro aquele dep ut ado q e ele assoIlO U um d i Foi a tn . ior hailari na dançava livre Dita na fes ta de m a a lde ia afri-
co médi<l , F c L na ronda erio d a C<l.Sa do ho me m. Qu Ildo In'L . :Ii · q uan do a ba teria I rO foi que Ana lam bem aro I
ele ch egou e salLo u do al o; Da venga se a pr xin ou . • • ' rK;'] 1T inl o 1 ) 1 d o u r ::; pata o banI elro. Davenga
- Pois e, do uto a v da n o Lã feie lll Indil be 1 q ue tem
J L ~ i :'i ti ' l a udo . a vo l a e! p, sso por ele, o lho u-o e deu-
homem Lá e m c m a co mo o se nhor defendei do a gente, O. 111 • li n 14Lrgo sorri o. .Ic riou cora em. ' a p ec o co ragem
pobres. - E.ra nem 1 , - Do utor:, eu \'0 le i 110 se n ho r. - I il ri!' g41r a um <l mu i ler_ a is COI gem iJtl~ do que para
Er;ll me.nt ra. lam bém. - E. não me ô1rrepcndi. Veio visi t<l r a r, 7. um .:; .......'iço . r'\prox imou-se OOrlV dou~a pa ra U l a cc -
I

f. mill a( Eu ta m bém l O u do ver a m in }a e quero levar u ~ 'Ia. ', li agrad ceu. fuitava com ede quei ia ág <I e deu· lhe
presen L!lhos.. Q erO che ar bem-\'cstido, (lm () o 'lhor. 11 m sorri o . is lTo f m do hlda. Da en se emoc on o 1.
rc o V"' R.STO A O" VEN CiA

e brou da Jl ã , das irmã , d t as, d s primas e até a 'I qu eria a marca do 1 o rnem
v ó, a velha I i a. aqucl n ulheres tod s que el nã orne.
via há m ritos n )~, esde q ue começs a v r r o mundo. o pr ie 10 rnorne t
eri :- bom aquela mu lher quisesse ficar co m el , mo- Ana e se era também. -or
rar co m I , I a ..'ida de le, r Ias como? Ele queria u a
mu ll er, 1 a SÓ. • ava c n do d e n ão ter pouso ce o. : a
11 e len va b i1a 111 l ua ha ia me" o o
H a . i ' lá dent ro dele, Ela lhe tro ixera sa da-
d e de um rnpo paz. u r 1 t ' r 11)( r n , um tem po fina .
la te ar, ia t ta r..; r , ballarlm de suas lemb ranças. be-
be á 1 a enq an ta D ve ga enarno do toma, cerv ia,
sem sen ' r o gosto o líquido. Quando te m in ou, pego a
m o da mu lh r e sai u, :'i am igos de Dave g v am qu a do
el e, descuí lado d qua lquer pe rl o , a trav essou o terr Iro da
roda d sarn . " I inhou fel to namore o puxan do ' u-
h er pe la ~O, gan lu d O s paço lá [o ' .' q ase esquecido
d o pe rí o ,
Desd aqu dia a ficou para sempre no ba rraco e a
vlda Da en a, ão I ' r 'u n tou d q ue o o ie via,
Ele azia c pr d inh ira e co is , No te! pos em que •
ca a {o ra e C3 • , e ram o omp I lro dele que, através
das m ulheres, lhe tr Ziar 1 o t n to. . a n o estra h ava
na da . Iu ít s v Z , l) a n ' n d a q e ela fosse entre-
r d lnheíro o i co isa pa ra as r ulhere dos am igos de le.
Ela J bl mas ncorncndas c m al da I I pe r mu r qt an-
do e s seu hom n s vo ltariam, a eng às ezes fal va do
regres ' 0 , ã v ZCS, ão. A la sa ) j- bem u, I etc a at íví ade
de seu home ' iabia ri 'o . c o rrla ao lado ele, Mas
chava arn b ê I I • .1 ti r Vida era rm risco e o risco l' 'a r aT41m en 1-

ma io r e ra o e não t ar i 'r. ' na q uele nol te prim e ra,


no barraco d Davenga, d cp is de tu do, qi n do calmos e
ele 1 de o h os x tos, - -le havia c or ado copiosamente
n o ozo-pranto p ud ra rn ()] crsa r, f n a resolveu ado ta
o no e de e. R o V ' ti • tão lU' P rllr daq ele momen to ria A 'OI! i. " 1-

26 27
I 11

CO N C " Ao VA 11: I !iTO

11. <Irriga, Lá dentro '::;t3'1 a sua, bem pequ en a, rn


1111 10 nda. ,' 5 C - ças, ha ia umas que de long o l ' v '-
I ti' I erto, aco rn pa J . '1.11 f. nl as os pai . AI ' U Ir
rrn Jelas m mas trilhas. O tra J q em abe trac -
11 11 .am ln bos dífer nt . E o filho d ela com Dave 'a, q ue
I I III nho r l ia ? Ah, i to r e n t e o fu turo. Só 'lu o tu ro
II til v rá p i lo. ) t mpo ele crescei era b v . d In -
I, r J mo er ch ava r ver am b ém. li O fil O dela ti'
I d .-oJl . ? Cadê D a a
Ilav en '. entra o írcu lo. Ale J z bei ro. C<I-
I -ça-son h o, r' .. . I ulh er. o ab ra o, al- m do
Il fl H ) de a e 1 a, ela s o d arma.

v d.l? '

do, las ta m
vez na V d , li

-pran-

. I)
( IÇ o . '''R I ro

Lo. Já estavam para ex p lo d ir u m o o aTO, qu and o a porta


ab riu ·jo len ta m c] , e dois po licia ís ntra ra d a lmas em
punho . M, ndaram q UL;! av nga i v ·ti 'se ráp ido e nao
bancasse. o cn gra çad h h , [ OH] \ ' o arraco estava cercado .
Ou ro pol lclal d o lado d ipu rrou a jan ela de madel-
ra, Um a metra lhadora ap t 1,.1 pa a d nt ro de casa, bem n c
d reçao da cam a, na m ira d .!J. a Dav nga. . a se encolheu
evan do a mão barril a, pro teg ndo o filho, peq uena se-
men te, qU<J${! so o ain da ,
Davc n 'a ve iu : ca lça lent amen te. Ele sabia estar -encl- uz -Ql ere nça
do. E ~gor~ o qu v' lia a vida? O que valia a morte? [r ara
a pr isão, nu nca! r arma esr \'3 all, d ebaixo da cam isa que
ele ía p ~a r agora . roo ria peg r as .duas um s, 5. bla que
este g '. to ~ignj fü;a ria a mor e, e Ana soorevívesse guerra ,
à

quem sabe t ria ou tro d e tin o:


- cabeça bai .", sem encara os dols polldals a sua fren te
gêl p gou a camisa e esse gesto se o uviram rnu tros,
II s n ti 'j(í rios depois lame n tavam a m o te de m dos po-
liciai s de serviço . Na favela, os com nh el ros de 8 v enga
choravam a m orte do chef e e de Ana, qu e m orrera ali na
C" ma , me rra íru d , pr otege nd o com as m ãos um son ho de

'i( la qu e ela trazia nL3 barriga. li o . d dos g rdu ros <I


Em urna garrafa. de cerve a che ia de água , um bo tão de ~ 11 Ifi mo: . . gos d arr oz q u ti 1 a

rosa, que Ana Daven • ha ia rc ildo de seu horn m na xo c U 5 un as su jas, Um orne passo u e o lho u para a
fe .ta p rime ira de seu . fi versa lo , vtnte e sete, se ahría . I ' Il ~ l 'il, co u a e xpr ~o d asco. Ela Ih d vn lv 11 m
,I uir (f zomba ria. O ho > pr s o pass o, temendo
111 ' 'I, se levan asse e viesse lhe atrapal ar o cam in ho .
I Iz..ll 01 ou no fund o da Iata, en co a do apenas
111 '( "';:'1'-0. Insistiu ain CI , Diversas v zes lev ou a 1 ;1 lá
II'nt J e re ornou com um im glnãrio attmen to ue jogo va
I" I ~' rosa me n te ã boca. Ql ando se rtou este sonho, ar-
Irl l I I < tlsfelta, abandonan o a lata escadaria a igr ia
II nhou até n ais ad ian te, se atas ando dos.out ros rnen-
Ilh . , Agachou se qu eta . FIcou por algu e po olh t nd

30
I N 1:1 EVAJlIS O OUZU' li ER E ç ...

eu·
ücan -
I o par rãs, víi
do aImoço , co n tem -
m balean -
ti d" I r-
quere d
pernas não

a cídade , ela era


vi a em

speran . De
I recíso

)
32
COt-f CEIÇJio E\'AR IS TO OUZ U' Q1JEIl:EN ÇA

m d ia quem abrlu a port de 5UP tão oi D. . q u 'Ic I ossu í ma rm e que a co verm elho-sangue
. Estava brava. Se a me i a qu i s itar .orn m .m • 14) I r un va em s \ id ,
d < Õ um coisa el n o ia rrn i ir: rnu lh 'r citando 4 '11111 IH rte de Tát lco, Duzu anhou n ova or para
com h omem, ebaíxo do te o del , t sando qu rto e c. ll1 , e IH l no >elto. ' cava ai , amuada. diante da r a da
Jl ando o nhei o sozinha. i aras rta. vela I " I. • { Ih a os san os Lá dentro . os h o mens c - fo a, se
e me a nd . Ql ería od o o di já! 7.U n ue le I I I '( 11 I um. ' • pre 50 descob r u a form a de
mo mento ente d li o porq I > o lhe U' r dl n iro . 1 1 11111. a dor. Pensa nd o n isto, resolve I voltar ao mo o .
en deu O porque e ta tas m Iher s • de ar :; qu arto ' ond . d nte a os an os, epoLs q ue ela havi deíx do
ali. En ten deu o porqi de nunca a i t T OS' id v r
ê II 11. , Io n o r com s lh os, Fol retornando all q e
a s la m e e o seu pai. de nca D, Esrn ral i a er I 1- 1[1".11 e brin r de faz de co a. E foi aprofundando
r do. remessa d ix á-la s ) ar. [~ ) I;: de u . rnb ém I .1. tias d o deUrio q e ela se a an o para íver o tempo e
qual ser a sua vida . É, i ficarIa n trar- t ra n do sem sab er Il S ú lLi m ( s d ias.
quand o e po que ara r, ) 11. 0 1hou em o lta, fi a guma s ou as no vare I. Le-
Dom Esmer ald ina arrumou u m quarto par, uzu, que m dl ücu ldades e [o até . Com di ficul dad e lor
ssou a receber homens rnbê • io 1 fr ~ u e II r I:L, Iicou m pontlnhas os pés abrindo OS braços. As
D zu m oro 1 ali mu i os a os d I: rti ra it zo- I 1I as In m ao sabor do ve to , Ela, i no melo, se
as, cost m o -se aos i os da mu H;;' apa h I do dos -nt • mo um pássaro q ue a po r clma de udo e de todos.
homens, ao sangue das 1Lh r assassina da. . Acostumo -se 'a o morro, o m ar, a d dade. As pernas doí I m s
às pane da s dos c fet , aos ando e ( rnan os das caf '- as pan oar. D U2U roava n o alto do mo ro. 'lo;, " a
ínas. Hab 1 o u-se ã o te como u ma orrna vida. 11 md o ' rêU lbu). pe la cidade. Voava q uand o esta va all
Os filhos de D Z I fora m m ui tos. O" , . V' m 'S) ' I . , i d <t .é1 po rta d I ej. D zu est va fel . Havl se agarra-
dos pelos morros, pelas zona s e ta cid ad ' . ' Lo, ( Ih I l il s elírlos, en io pece do a do E foi se misturando às
verarn ül hos, unca m os de doi " Den r os : eus neto I ' I( S do ral que ela ga lha . sas e ass In ía íava voa a,
r ês ia rcav assento ma ior se I cora ção, Tr ê . neto lhe 1 l I r i nd o-se o mais pos íve l do re I.
a ndav: mos 1.1 50. ~ géltco, que c ho rava porque ão ' OS- : t \ '<1 C i e ando uma épc em que o sofrer e rolb do,
la d e se homem. Ql ria ser la r a p m ite dá in P ra lusn o 0 0 od d gnldad e It a ada, m esmo q ue malas-
pod er dar r I ti ao pai. T' ico, qu não ria s 'r nada. ~ a , ' 111 ( ~ s , mesn o com a fo me cantand o no estômago de
me n na Qu erenç que re to ava so los ' de )jos d r ta r t 'I :-i, co m o [n o rach do a pele de t u tos, com a doen-
o tros que tlnhat i
á une ido o cor , om o dese IO d an te daq el v ·
D entrou em desespero no di a m qu r so be da m or- 1"-1 ror r, por m o r que fosse dor, era pro ibido o sofre .
t e de Tá ti co. Ele havia s i ' o apa <Ido d ~urp re' por u m I g st va d este tem po. Ale rava-se tan tol Ern o cama • 1.
:Tropo InlmLgo , Era ão novol Tre'".l ano . Ti 1<1 a i <I voz. e I, h a ia ah:: ima i ad o a ro a para o desfi le da esco la.
eIto de menino, Q"l"ndo ~I vi h a lr çn m la, p·sa.. . a 111 'iria n a ala d s bala.n. s. Es ava faze ndo ma fan tasia
às vezes. a oite ali, Disfarçava, Pedia a e ç l0. ~ la .. b j ' p o- t ( • _ -:a tavíl paJ ~ I~ bri lha n tes e cos Ia paaenleme te

3.., •
em seu vestido 01 bado , Um co m pa nh el ie d go
havia lh e i u rou pa, assim tão c l.fellad de papéls
reco r os m fo a d tr ta , mais pareci oupa de f da
do Clt e o ia a. i U 7.U rea giu. Q em d sse q e estrela era
só Ia as fa as! Es r ' a era iara ela, Duzu, Estr ela el a par
Tã I o, par g êlíco. Estrela era p ra a menl a Q e eriça ,
ora 'a nova, b r di to ayc, onde ancest Is e vlt ls so nhos
averíam d flo r 'S r e a OI '
D U Zl on inu V3 c n f 'itand . ld e o vesl1do. di
do desfi le chegou. Er pr ci inau ra r foi a. espertou os, cac 5

c o. Foi e vo ltou. ·va nto u '0 0 e a err ZOU . ' foi escor-
rega do b randam nte em us fami n to so n hos que Duz
si al ízou s m os pla nti c fartas colheitas. Estr elas p óxí-
ma s .dis ao s e istíum c In sis iam. Rosto s dos presente s se
ap rox imavam. F~ d os ausentes retornavam. Vó J lafala,
Vô Kiliã, Tia Barnb nc . sc I ' , ua m ãe, seus filho s e netos .
M nina Q r nça a d ían t a-se ma is e m ais, Sua Im agem
crescia cr scia. Duro eslíz ra e m Isoes e so h os por um
n s r rloso e no cami 1Ú• • •
Men i a Q ren , an d o soub e da pa agem d a Avó
Du zu, tinh a acabodo J h • r escola. Sub t mel te se
sen ti u assisti a vi ita po r p re nt es que ela nem co nhe-
cera e d e que ó o v ira con t r as h stó rl s. Buscou na me-
m órn os n omes a lgu n s. AI faia , iliA, Bambe e... Es
tou os ass bios d o p rimo Táti co lá fora ch amando po el• .
Sorriu pesa a, avia u ns três m eses q e ele a ibé rn tln a
i o .. Q I rcn ça d cu o morro re ordan o a h istória de
sua faml ia. d ' seu povo. v ô DU2.u ha I uslnado para ela
(I brinca eira ( a as, o o . 'o gora estava ali de ada nas
escada rias a ígr rja.
E o i no d lírio da a ') na forma aludo dt de seus - t i-
mo ias. qu la, Qu er n ça, h ver ia de se mpre um edecer
seu s OI h os pa ra gu -I s flo rcsoesser e se cumprissem vi-
vos e reais, r P I" SO rei '11 ar a ida, encon rar novos

• . )
'ia I ra r o )()o to do ôní-
.1d i t âr j fosse menor.
i r li aco tu mand om
CO eE l çAO EV,>,R IS TO

c ia n s nunca tínharn comi do mel ão , S r{ s que o m en i- m ·a lav , m a co tinua 'a est ático , preso, fi.. to no
I IO U
nos. lrlam o s ar de mel, o? 1.11 I. : h' J ava com Maria as palavras, 'em en tre an o
pt lma de m de SUiI'i mã os do ia , I I ha sofrido um cor- 'li I ,, 11 I o la o de ] . Ela sa i.l () q ue o hon in d a. :le' -
. b ' 1l1 no lo , enq ua o cortava o pern il par ' 1 I 'I roa. I , I [ ze d de dor, de praz 'r, e, le rla, d filho, de vi
Qu o lsal FaC' lase corta a c a v da , •I 11\ '" de d 53 -dl da. ° burra co- udad e no uo el ...
Q ando o - il s epo nto lã na esquina. M<lrlii ab, i . ou II I \' ~7.ele oc h í o In pc qu nho m ais alto. Ela, ah -
o corpo, pegando a sacola que tava no hao en r a suas II ' '11 1 o vir di rei 0 , a ivln hou a fala de le: urr abraço, um
m a, ônib us I lia estav ch lo, havia Iuaare s. El poderia li 111 , u n cari h no filho. : lo o a ós, -an to u r ãpíd
scans ar m]JO co, cochila r tê a hora da esc! i . I ' lIId o ar a. Ou tro lã , I rás "rito que cn u m assalto .
rar, um hom e 1E:\ nt liÍ de trás , do últi mo b nco, ax ' I - I 11 1. co u v ' com m uito rn do, Não d os a, S ' I an leso ão
d um s nal para o trocado . r . ou em si ên o, pag do I I l U te, Sim da víd . n h a tr ê filh os, O rnai: velh o co

~a rem ele e d . 1 a I . Ell'l reconh ece o tornem . Q ian- 1I I I l i n Si era I o daq uel homem q e es ava a i 13 n t
to t m po, que sauda des! Co me) era dlfi i nt ínuar a vida I 11111 11 U I. rma a mão O lá de ir' v ' ha reco lh en do
sem d e. íarla s u-se r n te, O ho em entou- a eu I I ~. · to c ri sta seg a a vj ger l. Ht vi o i [:11 o de to-
lad o. I, se I m hrou do pa . Do orne citado u m IH no ôu b us. II nas a voz do ( U ' se ouvi ' pedindo ao .
ela. Da vldc dos ois no rr' O, os primeiros enjoes. Da I I 'j~. ' el r' S qu ' J rc assem rue o pldam en te, medo da
b: íga enorm q ue todos d iziam êrneos, da ale ria I ne. 'I I. I 1 ar ia ia aur en tando, 1' u cus, co o rla a v ld
Q m! 1 asc ul era um m ilnol E ha v ria de se t mar 'U filhos? lá a p rnel ra \' -z que ela via im alto n o
um o n em . 1 a ria viu, sem o lha r; que era o p, I de se u I o. 111 1 I .~ , Imaginava o erro da s p s so a , O comparsa de 5 J
Ele cu in ava o me smo. Bonito, ar<lnde, o o lh a 11:>51. 5 ad • I nu ·i11 ~ S50 por ela e n -o pedl nada. ' foss ci o u-
n o ' fi.\: ndo m nada e e nín gu é 1. Sen iu um áaoa I 11 I ~ • ss It. n t ?" terla par a dar u ma cola d e r U L.lS,
ruen a. Por qu e não p d a ser d u t o u ra fo rma? Por q e I 1 II S de pern il urna gorjeta I> ti cruzeiros. ao Ilha
n, o pod iam ser feliz '? E o n ino, ·faria? o rno vai o 1 , lu 'lu , 1 m no ra . as fios n hum an e l ou allança.
n ? oc ic o u o h nem. ab qUE: sinto {ai de vocês? T - • nns m os tinl <1 I 1! Tin a um p ro fun o corte feito
nho um trace no I lto, . h a saudad l Tou so zin l 01 I 1 1 I I I, e a las r q ue: pare a cor ' r at é a Ida .
lão arrum ei, ão qu i mais nin zuém. Você 'á Leve outro '.., ) issaltan t desceram rápi o. ri, 011 ti saud osa
o itr :; 111 os? \ ui er ba o os olhos c 10 qu e p d índ o I. [' 11'r, da ra o primeiro, 'oi a ndo ma voz ac o rdou a
perdã o. t . ma teve mais dois filhos, ma nao in} < nInguém 4 11'1 ' 111 { s dema 's. AJ uém i u q e ..qu ela l U a saf. a
Lt mb ' n . icav , a I <l . de vez ~ q uan do, co m um u 0 11- II I, Ir 'nle ron heda :\ assaltemt . Mar. se . ~u~to . Ela
t o ho em. Era t.:"o difí I fi r Q71 111<1' deI as .nh e ia assalt llte aI m. r)1 eeia o pai ( . seu ri-
rep en in ' S. lo 1('85, S rg'ram 0 5 I is filho s n nores. E v i 111 f i ' !ilho . Co n h ·ci ho mem que Lmha sido dda e qu
só, ho 1 -n também ! I o mens tam m? Eles h v ri, m de r '111 IIml'l . mav tanto . Ou h. l im a '0.2.: reg. .. 50fa I, 1 I ~'f1"
ou tra vi . Com el s tudo ha er ia de ser d i ren le_ t.. aria, I n 1/l'.1 ti colâ o com (J dois. Ou t V0 2. inda lá do run
n el0 te sq uedI Tâ tu do <Iqu no bur co do eito... 411, 'I hl , cre sce tou : Cab Ul "n te! Se '/ ." ;IJlW

40 41
(IN CEI '\ 0 ' AIII TO

u érn ar " rnen tou q l la

J-

nt s filhos Na lin t eve .

I. Ih

li fi n in a

42 •
é 11;;, CJ EVA R rS TO ) 11,0, TO I lIl H o\I A I EVE.

o lho. Brin ava "O t o q u se o dr s s noi es o seu as suas


n mor I ho quand o deu fe, o logo praze oso bri ou de
p q ue co d lá entr de sua b II ga . 1\ mil d
CJ unto I . ela qu eri filho e se muco qu ri
Ela nã o sa ia r' pon r I r el e. Sab , po ré , q l
tallna , I ão qu ria , ue a mije perdes s , n ão ba
não contasse a < p, ra o par, ue fizesse se"!' o a é p I
O Bí co. Ela es a v cu d io e ergonha. Billco nu ca m i
b nca rla com la. Ele não ia quere L a m i a q es ti -
vesse espe n li Ih . Que a ae ücasse ca l . ~Ia ia
dar um jei to n qu il
atalína bía ( " rto C i ás, " rIas ezes v ira a rn ã '- 11111 4H Il O.
be co Sab ia ta m bém q U L: as e e. os chás resotvíam, outrars li 11 I No o tro ia,
s rro u, ndo il mãe . ti ce lo
ezes, não. Esc rta a a m ãe comen tar com as vizi has: li zln ha a madame, la saiu logo at ís p ra lugar al-
El, ilana, o roço esc ti - soltava l a gar Inada IJ<lr onde i. o d cer o mOrTO, CI um dos
" lb i.
li 1 d e qu m co h i o valor da Ida e o v, lor a orte, I "S I "IJTl f I te ao barra ) de Bllíco . F li q ue os
.1t. fln a p parou 0$ cI ás e t m o duran te vário s ia. . u lr ' V'1r pro zcrosos, se p re. Passo ~. píd o , p san o
Ela ficava em cc s, uidan d dos Irm, os menores. Ia az 'r Il , I ' OI I medo de ser vist . Tin ha d Ig ir de S; Pra-
to rze anos. ma i a . ta 'a lá den tro da barri d la ' I I •• ( ;;lI1holl a aver da , an ou o u ras m as. • .cond l-se

la cre scer, crescer a • UI ia arr eben ar no mundo. ão, la II I 11 Jlll possíve l d e ca sa. an l o L ros arn iuos tarn-
11. O queria, p recisa 'a . ver li ' te da quilo. III I " ju n to com oi t a men in a- ulJ er que tal •
A me na es ava começando ficar de P rad a, Torna v fill O, torn ei u n tr em para mal l o e
05 chás e n o reso lvia. m i , n e per n to i-lh e como . e irou a livJ d a. S ~ 1rax J ao a p . ", ria n unca.
es av in do udo. ' Ia não r S )Onde 1. A mãe en ten 1.1 a r • '1 • ba rrtaa ! sabia t do q e ia ac I c r. a
pos ta muda da I a. A ora el iesrn é q uem ia pr pa ra r os II I I l "- su nda for ap nhada e surpresa. li co.
chás. Como c ríar ma um Cf an ça? Ou ' . lnfá j .L, escera om ela. Os ois ha iam des
quand o o til o da m n ina n ascesse? a ca sa lã h v ia ta ta I 1' 111' 1 juntos o cor o. Fo i co ele que el, oh u q te,
g n te Ela, o a rido . t cri ' . E, OI erla O filho da 1I I • r <I · <I er um pouco . o -u b raco : bria ali d entro
filha? la tentar mai um I >uCO de beragens, se não des s 11 I , f ) 111 z r, c na alegria. Q ando a cria ç , a ceu era
certo, levaria a m i a a ~ Prax d _. A velha p arteira cob .• I I , I ' le U Ilc . I 'U I, I alzi ~ . El consegi i , f L de
•L um pouco mil' " Iri' li rCS de tudo. Nat alina s guro I ;;0 q 1 ria o men in o, mas arnb êrn 11:10 qu e-
temor e 1 sil n in. . á Pra x d ,nao] Ela morria de m do , 1' 1' '1' Ios co mido pela v I a. m en rrne ira quis o
da ve la. Diziam li I co m ia I ien l os. '1ull eres ba rri ' u- 1111 Ih ln . A m ni a-m ãe sa I I c -azl do os p] a I e ra
da L t , \. m n o bana o de . Praxedes, aI I as, q l an do

-,
CO N I ~ I) YAH: I ' . 0 QU ANT OS r L1' lI . NA". INA TEV E]

qu nã o dese ] sse e
quis

preo

t C~ '-

ava,

46 • 47
CO /'le!!1 .À o eY A RI STO

fizesse carí lho. Nata ina, c t.: o ódio o pavor, obede 1 a


lu o. a h ora, qu as a h ora do gozo, O O rrancou a
venda dos o lh o ' '141. ~ h trem a, seu co rpo, ' U >eça es-
'1 am como se os 1 rre )en t de dor. t\ tte e urt fi o
P rrmt t a q e d ivi sse o ro: to do homem . f.1 gozo Ie to
ti! lo en furecido m cim dei . Depois om b U '0 1 a len to
ao do. Foi q a nd o, o nse Lar corpo para se afasta
dei " ela esb alzo O ch o. Pre e tiu e ra a rma
d le. O movlmen o oi rápido . O t ro tal cert ir . tão p 6-
in o ue Natr ll n p u C. la r se mar n o t rn lé m. F - eij o na f e
giu . , uardo u tud o se pra ·la. A quem diz er? qu ~ fazer? Só
quo uardou mais do qu o ódi o, a ve on h a, o pavor, dor
I ter sido r olent a. (i a r Ou m a s do q 11: a CO a 'em da
vingan a e da efesa. ' Ilürd ou m ais do qu a satísfa ao d e
r conseg Ido rc orn ar' p ró] ri vida. G ard ou sen er e
in ' or d q ele ho c . P U os me ses ep i , atal lna se
a bria ráv da.
ava fel z, O âlh o c ta a ara arreb ntar no r un d o a
q' I' lquer 10 . E.s ava an ios par olhar a u
ve a m rca de n ngu' , ta lv 'Z nem dela.
sigo fi e 1 < . Lem brav d ! r. xed es e rria, quel
n a, Pra: edes ão i
â J seuulr co mer 11U! ca. U la,
q uan o q se menina ain í da cid ade o d na s-
cem 19in( o d elha part eira . Agora, bem rece
saíra de ou ra cid de 11 in o o comparsa e m
qu la via m t o. abía que o per go ex lstia, tava
feliz. Br cmen e Iria parir J filo. Un filho fo ra o -
ce bido nos ráue s llmltes da vida c da ar e.

50 •
O~ 1 ;\0 EV RI O

nas [r nch ap r 11

um si pl

i-
a
n O

tala lem bra do o seu regresso d


I I a a (I casa traz ido lembranças n-

• I
CO N("[-'t ÃO E'''AR ' 'TO , IJO A A (;

te lh adas nr m rn ôrla. ogOU . lgu mas CO pas na tanq ue; e ! egna, danças co r-
L

o itras, aI da úrnid s do dcse]o qu r ncava os corp I r âo es a a presa galo la•


• m nt I para s ela i YL:.ntO um esco n ijo. Queria a t ira ndo m lh er, lho u Salln da
pre rvac O o escuro, , as ças mofassem sob a 4i o so rriso da lha c percebe
do po In tím d e sua spcran ça, ssível cumplici a c, q re es
Hav j · doJs m pos íu nd ame tais na d. d alln a: 11m
ternp m qu O ma rido c. tav envo l rido e ada rez m i
se i uía e o t po em que o no vo amo se so lidí fi VJ . Dai
L

u s minutos , o ho mem che [a, poderí ir , Imo, amíe o


como n OS bo ns te po s namo ro inda uran te al In
•n os d casa a. S m, inh a 'ido ele, o lugar do .'I do or
de a dotes e te. F i ele p ím e p s ar q ie : orno ap a
e á v; la pa a odo os de aís.amores q ue el veio a er, Podia
che ar tam êm ma o, a rress vo, infe Iz, li rendo a ra-
nhar a fa e da .licld d '[a, V[ ha c t o com rgu n-
tas e sem p e: o q ue ela z rã d iran an o rn q ue, ain -
da solte iros t rm iru m o nar io ro se separara m? Qu I
era o l o em, pai d ri eira filh a ela? Por e depoi.
de t, I to tempo . fasta d , 'la aceito '0 1 r e ' as< r co m
ele? F. a im < os po COS, alín < foi 'r eben que nun
ev ri er assi mido OVal ente li a rel ç o co ele. Re-
co n ti a, e tretan to, qu an es a o na época n
da juve ntud com o na o pró [o casamen to, I m
e perí IC I ado t rnp s elíz .
In a s d esfeít I nta rne te enq iant tem s
di tintc amai ama vam - em as I rmbr nç s. A lmage
dos 1 1 S • ltou ~ u m n _Estavam de féria , " mel o r
compa hia para d no momento ra, sem d h 'ida, Tia
Vandu. Um mi o e Lia-avó, 1 e ~ am lg , A a a sem a
cr anç as tinha o silêncio que brincava m trein ien e n o '
cômodo . ! au ênc l de q ual qu er som lra ns portou-a nova-
me ra os poucos dias vi Idos m .h. de AI 'g nL • o
dia anterior tin a le rama ced o rd I do no ro to e no II I I I I 'me t arr
cor po' s ma rcas do en co t o vi [do n noite, F liz.can tou , ,di um pai.

54 " I
I (~ I o '" FA CE

S lin da se I m brou das arn aça~ do m arid o. Preferi de-


sacred itar q ue ele tiv sse çOragem uâclente para qu alq ue
deci <10. : t r a to , ão s tranqu lllzou, 19 me co sa es-
tava acon ece lo . U:: \r·U1W U <J tlit p ro u and o O~ cigarros .
Buscou 11l1(1 caixa ÓS o ros que dei xou calr no h o. 11·
eí ro barul t o da caix a caínd o O solo retumbou co mo uma
bomba atõ iça, I;! Chã ·d iz s . desen iou e m SU e en te. TI-
nh a ido ao ci rco om cria nç em um do d as que ficara
na c sa d a la, [ s ava mais n usi srna a d o q ue elas. nem
ced o, quan do a man ã ai da Si ,>,, 1 no nas c J OUJÚ, ela 0-
zou an tecípadarn ' a doe a tli fio qu e cn lr a à l. de ao
deparar -se com o equ ilíbri a. No irco, o momen to que Sa-
Ilnd ma is zost " a, r' o d ' vigiur a ac e la do ballarlno
na ord a barn a. [aquele dia, que m sé apresen ta va era uma
rnu lh L ialínda v igioLt pe'~ s c)s carnbále ntes da m oça' e -
rando se a prut r sobre 11 1 tão fi no e quas . irn pe ptível
fi o. ElL1 sabia qu e, qu alqu r passo ' r fals.o, a mulher esta-
ria chama ndo Q morte, Por um mcmei to pediu para q ue
tu o se rompe s . E, co rno cqu ilí )ristil, ela mesma . n tlu
li gosto de mort na boca, mas logo se rec upero u mor-
dendo nova e n f.? o sabo r da ·vIda, Seu hálito ainda <."Sta la
Impregnado do am or vlvldo na noit an terior. Levantou- e
acompanhe m io co m 'o to [o 'o da dan çarlns na fugaz
Un ha di) vida. mu i er rarnba l (IV, i Il W ' 11 csp". O.
la cair"' Recup [o u-se rn scguída, eo ru u m passo-gesto re-
dondo, próprio e justo, o IHHd l CJ est endido ob seus pés.
p úblico aplau d iu . Vozes infa n is nortea va m . ale rta dos
dema is. Sal nda saiu vitoriosa do circo.
A ausência o sil" ncí d o rn arí lo co n t in U<1 .... 11 . O te le-
fone lo cou. Leva t 0 1\ preparar a sa lia q .c era I o u to I r sen
J..do d o fio, com um' voz fOn.X1 a .n L: ahu a, o 111 rido
an nclo I q ue jã sab ia de tu d o. P rgll nt CJ I c r::: <i havia e:o;-
q uecldo de que os olhos da no ít odcrn não er so mente
estrelas , urros o lho ex lsr m ; tu m il 05 v igiam . . riu ti .ho-

5 Ó • 57
uam nda

J.J 'OH er OU O vestido no corpo obs zrv ndo por al-


i: n t so co o e o pescoço . Ni3, sua ele n o denun-
I\!' c cin o d das ue já avi: vi 'do., s me CCe S
1, P I me m o qu ando o bs .rvad rto men-
I ~' radar len te sob re a s a ida '. u r n ngu ém ha-
a o mals de q tro década s e vid . Um dia o lan ce
I c lU I la ora hosa e e arei'ara f O Lei de 3S an os.
uvir a ofe a. : es a a int iri I a, a . r de tantos
111 11 .11 s acld ntes de per uso li vld -cstrad .

I , l.uam nd a com panheira, Ul1 r. la 'ia d s em


'I. orna a de li me no st lgla in te ns a. P.. ra a lua mos-
I I .do nd a J o cé • Luarnan a (I ter ra se desm nlln -

I Ih I a. E a or 10 se I o derre no interior dele


CONoC f:1 ,,\0 f."'.... Il I. T O LU M N UA

fi sse oteja n do bem na altura do co raç ão. Levsiva a m ão


ao peito e se n ti a pu l ~Ç:.:l0 da vida cJ sc n frea da , lo ca,
Taqul cs rd ia . Tardio seria, Ou ] esm o 1 a ver ia um tempo
e m que as I1c....'CI~S ida d do a m I: S ' ria r toe a a iadas?
l:.la ln lcia c do na bus , 1J1 ni na, 111 u i f ) Ina <l i t -
d a. Lcmbrav -sc da prirn eirtL p 3ixão.. e n t im .nto 'S(I iivo , amor ê irn
o nde e m istu ra am revista s em quadrí n l o s, '~ i z .ol o rtd n, ,I
?
partil h a d e pão co] salamc e um epílogo c ruel d ra m at i-
zad o pela Surra q ue levara da m ãe, amo r d ôi? a époça
rH~I' S OU qu ' a do r de amo r era ta a, porq u rin fi onz
anos u cor po-cora ção p , lU eno . E ' [o u r
, um ne le c ou tro que n a cíarn e SlI ZI êL, 'iJa r so r o
seu pú L msaiou " cxpe rirn intou sorri :50, a nos dis an -
tes, pisc. r de o lh os, roca d . d 'M:n o s, .ar ta s mal- scritas
bo rradas com os d edos "m u las d e amor 5 p latô tco s, O
a mor é t r rr m orta?
Um d ia, aos t . anos, a cama O gozo 'oi arrum ad em
plen o t no baldio. A lua esplava no c' enunc iando
.o rn a sua luz um corpo con 150 c li! 11 quose menin a, de
urna 'l;J \l a ~ ' rnul rr, Corpo-cora ção espe ~ do por u m a lo,
tam b ém st ant e. Um men ino que se fazia ho mem ali,
a inaugu rar em Lu manda o primeiro jorro, lo de suas
próprias rnastu rban 5 mãos, E a . bos se lambuzavam fes-
rívame n u m no orpo do out ro. u arnan da cho rand o de ia.. tarnb ém a mazon a, mo n tada ent o
prazer, gozo-d r ' r as U( s perna lacrimevagtnava o mo ço encantado por aque l mulher que
falo in t urn esctdo d e) m ac eu ino , em ti vez p rimeira I I I rua UrJ, l as e i m precisa idade, O [ov e TI am a-
no co rpo d uma rnu Iher, a mo é erre lotá? ti " li s no tempo vivido d ela, Luamanda se realunen -
D pois, m outro tempo ua n o já e cu u lada d várias I 11 I U I , ' l' icon rrand o a s la [uventu de pJ SS<'l a e TI an tada
.....iv êr cí 5, e la de paro l-se co ho mem q i e viria in augu- I I I I \' 11 11 lade qu ase inocente de e. . a tão grande a Il veníl
rar no vos rito s em . li corpo. Urna . n ção estranha, a lgo 11 I I 111 11 ço a at rav essar o co rpo de Lua anda, que en-
rorno um jorro 'água ou l m tapa inespera o ca iu sob o 11 I , Itlll, às vezes. qu an o ele estav; lã em baixo no b ra-
TO to de r . ma da, o a....ist·· -lo pela primeira. ve . . e sor- I' I, da nsava ue o ntu mescido bast o dele ia
riu. E.la s riu o so rriso desgru da n do d. fa ce ele e mo rden- I r l 1iC\ 1 co rpo, desde lá d e baixo e lh e v, zar ela ca
do lá dentro de l . O coração e Luarnand COÇ'OU e palp í tou , 10 n o cabe em um corpo

60
co C E IÇ ÃO E\'A RJ5TO

Ta n to s foram os amores na vlda d e Luam an da, que sem-


pre um ch am ava ma is u m . , con eceu arn bérn a p a x. o
avassal dora pe lo ve lho, p elas rugas q ue el razla na pe le,
pe lo cansaço dele, pela cópu la que ela espera.... a e espreita-
'Ia durante di . s e di as, Era t o bo m co n tem pl ar aquele falo
ado rmec ido, pregu içoso, saple nre de t ruo corpos -hlstó rlas
do passado . Em co rno viven ciar u ma duvidas e infiel fé,
sus tentada por uma tem erosa esperan ça de q e o mil agre
nã o conte cesse, ~ foi no corpo do . . relho que ela m elhor
execu tou o ritual do am o . Pacientemente p ente ava ou o u-
ríçava, com os den tes, os embranquecídos pentelhos do cor-
po d ele . E d e n ol depoi s de m u ltas no l e s, uan d o a pe dra
é,

enve rgonh ada e se urna se d esabro ch ava em fia r, ambos ca -


vavam o abismo do abi smo encontrando o nad como re -
lida e úníca e.. ent o e q ue aco n tecla m as [uras d e amor• .E.
o velho vínha len o, calmo, cuidadoso, c 050 do f Indo ca-
ml nho q ue ele e ria de aden t a r. Ela tam bém calma, ape n as
retesando suavemente 05 fin os véus sanguíneos, b ordados s. toccs I
na s paredes a glnaís. E.le chegav e e a sile l cl. ndo o s rltos " li 110V' ' !i-
se quedava em bevec da dla n te do q ua se n ada de u m . tírno
de prazer. O am or e um temp o de paclêncla?
Se hav a o amo na vlda de Luamands ) também m gl. n-
de fardo de dor co rnp n h a as lembra nças de seu cam in ho .
A vagina e nsanguentada, pe rfurada, v iolada pOI um fin o es-
~ to , arma cova rde d e um d esesperad o homem. qu e nco
so ubera entender a so lidão da hora da parrí "a. E durante
me ses, o san gue menstr ual de Luamanda, sa ngue de IH -
lh er q e ,"ISC€ ru tu ralrnen te d e seu ü te ro-alm nha nu s-
ru ar-se- ao sangue e pus d ádívas do lo rosas que e la ganha ra
de u m estranho fim . moroso . E p lor do que a d o [o do -
meneia de q ue fol ata cada , em su a parte o vlva, d I n te
m eses a fio. Logo all o nde a v l a se en tr an h a e d ese n t < nh a.
AI o nde L amand a ha 'la p a rid o co n reta e t Ilcías [em-
bran cas d e s de ou tro h om em que ela amara tan to, n as

6 4l • .63
CO CE I ç;i,o CV'" I IJ

l OS d me ls. Imagino -se os cabe ncos sobre o


rosto ne ro , Seria bel como a Velha Dumi gas lá das Ge as.
ía lan do no tem po- v o d sua vida , Lu manda d ls-
raída, squ ece - S do compro j ·0 pa r:' qual se p repa ra-
ra O mom en to. I cordou , para o n in tro q ue cst va pa
acon tecer naquela noi , qua tio ouviu l S as b os de 1-
u ém que a uarda va por li! li fo ra. Apres: -se. Pod a se
e o amor ' " n ão S1I porta m tem (e o r espe < •

c pe de id
CO NU I ,O J::VA 1:5 o CO O P E R (I IDA

tec i 1 ' lHOs, ' casa, conta ao ba , o q arto , ala, à II I


coz inha . -er la o le te , arrum ava a mesa, v Itava ao quar o, II I di
avançava sobre o r a-roupa e a ra ~ vá-se ao UIlI [ O
de traball o , lo go d epois já e ava na sal' fecha do a por-
t e i do. oava p -Ias escad , po's .levador era len to e
no c n stan te coop er ga VlJ a ru: , Co rria so bre co rd a
ba ba, in lsíve l e rressora d tempo. Era preci so avan çar
sem pr • empr .
a ra 'ene o r de ou tras d stã ncías. J saltara mon-
ta n h as e di visas d e u m te pó-espa ço que fica ( p ara L ís.
Como a mesmo a nra cidad r au H l ão s la . l em -
bra va-s , .n t t, nto, que 5 ':'iO era en ias. I a -am,
f' lavam viviam de-va-ga r-zí-n 110. vid a ra de \I ma ler-
deza ta l, q te algumas mulh eres uecia m- de parir seu
reben tos, A harrl za crescla at é aos o ~ J . ·S. I . íanç s
nasc a moles, e pera an n e ca lm as . d lav: m in efi-
n id me te o exerci in de scer, Cid, d esde pe re a rt r-
dava irn s im e to de urg ê 'ia. Se co r . os n ov nos
a tu rou-s no a gi • mensa (mulh e r. uas bri n idel-
[as p red íle as, ain da n '. ep0<41, ' rn aro tar corrida
c Jl as cria Iças e a d es fi, r ran des e p quenas, no em-
pô gasto p<J ~' execuç ão de q ual ucr ta efa, Ve nci s rnp re,
u íhzando um ernpo di mi n ut o rel ç o todos.
Aos o n ze a n os Ida foi pela primeira v z ao PJo co m a
mã e, em ia' -ns de 'gócios. A ãe reclam ava d a ve locída-
d dos ca r o , do amo n t do e da irrerla d. s pess a , d
v ( i e ve m d tod os. Cida bebe I e nl nrquecída dg ue-za te
dos n os , la I SSOílS, os 5 quase cante s d pedr
esafiando, 'Ir' n n do ncontra do a mo rte, nescobnu o
ur il 1aO a ' 1' de um [o 'o d e c al ídoscó lo for n ado por
peças, gen e· áqu nas ' cruzand , ') recort ando braço,
[ (Ir( . s, cabeça , uzin as, motos) per las, pés e . J )OS ara m -
tiza os pe la e ' ~ ncl a d a 8" .ollna, Cida de co bri u Oi tras p -
soa s t mbêm port dor, s da r ência de vida q i ela r zia ü •

6 • 7
co IÇÃ O I. 'MU~ T1)

Como. n tu ezt repet a écu lo: c ~ ~ I 5, po r rodo o se •


pre, os mesmos atos? dia aíar, a noite ca ir, O sol, a lua... O
lar m a ãn l 10 lavando rq.l ' Lit me e, a Ir os ín terva
los a areia circund an te. T do I C) ót r o e prevlsh el,
Tão prevlsí -el como 0 , p rtnc q aí tos d -Ia: evan tar, correr,
ir, va i r. Con tem plou O~ rO. tos 'l u . pi! avarn , co hecla
todos d e relr nce, odes as mau lã o pava c li quelas aces
suada s dl an te de I. A sustou- .e. r rc li q li o esta a
corre do. Esta aud ndo em câmera I n , quase. Sen tlu
a plan a dos . n I.: rn rua rd ad: 5 nos t ên í , tocand o o
solo, Ela est v an d a ido, param , ;:mdan o, paran o, pa-
rat do. Todos os S r ' tn) S . varn I ssos, SÓ O co ra-
r; o batla esto nt ado . .id a J - ro u a mão ao peito . Se n u o
co L çao e os selos. Lembrou-se então .u era lim a i ulher
n o LU) a mr q íon d('SC1l a a, louca, pro mada pa
corre correr, En 'r"(} []hou-~ dos o rg: mos prem edl t: os,
cro no me rad q "in la (;\1 1 i 'a ido CI te aJi. Ela n ã se cn-
L gavr 1r} ':1 C 'J ud ia vs u- quer ge Lo de aband on o qi e
al u érn pud ss -'r d iante d la. A corda bamba do tem] o,
vala! no qu I cst: v<I ' t sn did a a vlda , era frág 1, podendo
se ompeI a q ua lque h ora . Er prec O" po , m con tante
t: lado d e a le rta . ma r mo írne o -se o a nen e n um
~t . lida t i o nvid ivo . ida ab an donou o cal ac ão
cucamir I ( . . P ' a areia, en tl nece id, d e de arr I r
os le' ni ~ uc h e P 'J di" m 05 pés delxo u aq uel
aba ndonada al i rI1 mo. A li do u os pés na re a e on em -
pio 1 I a is lima VC7,; O mar. Um n dado r b r ca rei rcp stid a s
co m os raços e cabeçt n ; • . Cida aLOU' rdo u á
[o < ~i a
do a si sa qu ele ísse. Ela queria saber do
L ' 11 po
d i , ;t.C.r"itn hilr momentos p d lr ur tem po p
t do alve Co uma pessoa, em pler <J ter , -f 'ira, • S 'i
cctnc 1 enta cinco da man hã, p dla I.: L r tão tranqui la-
mcn 'bronca do o ma r? De ' l ia . er extremam t ri o. I

'iv r d jl ros, Lembrou -se dos mend í 'os ( ti con tan e·

• b)
CON CEIÇÃ D E\',\R I.". ro

I,em bro u-se de que qu and o ela cri a ça, um a d SU<J d lver-
:s(> li era ro lar o adlnho no ouvi do ' t1 ar ouvin o a nar -
ção do r tebo l, TL ha a im p ress-o d que a fala do lo cutor
cramats rápldt do que a bola os pé do:'> joga dores. Parecla
4.1 UC cr a palavra d o homem qu e e p urrava (] j(}gú . Pedr o
bradava, bradava , O tem po estava passa 11 do e c-Ia continue 'la
ali <Ipalermad . O que estava acont em. o. $ô co tão Clda
p 'rccb ru o mo tivo deafl ção do amigo, Ela 'staHl c ie rau-
d o ara. . da do cooper, Tin ha cornpron tido . e xtra lado q uece de gu rd a
ternj o. O que ha vla acontecido? Não, 1 ão tir h . con tecl-
nada . N dO Unha sido assalta da . P iI de mora ra mais,
brinquedos
mu ito mais do q ue o o stume, S ~ istra íra, squecera das
horas. ~Ie poderia lr, lá esta va bastan e atrasado, luje ele
não iria trabalhar, qu eria parar um pou ·0 , não fazer nada
{ Inada talvez. ' sõ en rao fa lou sígnífica tíva mt ' uma ex-
r r ' no que tan tas ezes usara e escutara. a fa lnu tão bal-
xin h r C mo se Ios:e um momen o i o d ' uma m ísterl u-
ü

sa pro fun da pre e. Ele la dar um empo p ara ela,

o
CU Nl: IÇA0 rv RI:' T DOS

m ãe n da. Tin a trln t e qua ro nos Qite


c os. Os [ a is velhos lã tav 1 1 hom ns. O p I· () o
me o es ava no ércíto. Quer. se uir rre ra. se undo
mb êm. A meninas vi ram mu i o t mpo depoi , quando
BeI1!c a p nsa a q e n en ravídaria nu l " r an ta , lá
lavam as u . Gê . s. Eram igua l , alzinh: s, A dlfe-
rcnça estava na 111, neira o falar. Zaita f lava bai xo e I 11tO.
[ta, alo ' r p ldo, Zaít iJ ha nos os um q uê do-
çura, de rnis érí s e de 50 ímen to .
Zaíta viro a u a, rir quedes se esp. ra aram, fa-
o do b, ru l ecas t COI'l pleras, hap inha rarra- o os brin os espal a-
a I tín h s vazías, caixas P li o s e •s o ros usa s, M -
J

xcu em tu do, . 111 se r r br ln q () algu . Buscava


i s en temenr fi rln ha. mbora ou e q e não c .
'(1 t ria ali. dia an te ri r, hav ia r sado fazer a tro
a- u na vez. A irm ã oferec ia pe k fi irin ha aq uela b neca rar
n "r a q só • a irn l ra ço e que Ta tão bOI ta. 1 a rrnã o
ir da os dois aços de lápts ccr um Y fi elho e um a a- lo .
r lo, que pro fes ra lhe dera...1 n o qu i I r m . la't o velho
C or , A noi e do rm i com a - ur n a- o r embaixo do
trav e to. [ a h o ram p escola . Como o uar ri-
nho da menina- r t n 1 su ido?
Zaí a lh ou O rín qu edos largados o chão e se I rn-
br u da r co mendeção d fi ã " F a fica '3 brav uan o isto
I co tecia. na ia a meninas, recl mav (O rraco peque -
no, da id po bre, dó filh os, p ÍI cípalrne . do segundo.
Um di" Zaíta vlu u o irm ão, o egundo, ti n i os oJh
a fllros. to ainda qu ndo I pé o u um a anua ebatxo
d a po ltror e m • dormia e saiu a sad o c ' case . ssi
ue a mãe h ou, Zafta pergun (] -lh e porque irmão
l a 'a tão afll LO e 5 a arm a era d -erd ade. mãe chamo l
a o u ra n e l nr e p 'urr o u-ih S' la lnha visto t 19u m41
co isa. Não alta não t in ha isto ad a. n n ící: r ' ome do u
c H o o sílêncto, Qu • nã p m ta sem n da o irmão. Za-

72 7
OH C EI , O :V"'AI S 11 u I'T... E5 QUE EU DE .o\ROA R os m Q U f.O O S

t ijolos, arela, - en to e cal nas com i IÇ es d i'. pai das co nseguiria co m p r CJ a..e n ada, l:sta an e a. m a t n l ,
gêmeas, ue d Ir- n te os m orou COIll lia m ãe, na ialhava de au te ar o zan ro, I. <I rra [ar tra ialho para o na ís
i uíto ' n u ca tra zia o lso c e 0_ me o via mui eres, de sem an. . O pri ie iro till o nca ed ia dl nh elro, mas ela
omen s e a té mesmo .rl 1« 1 alnda 1 io OI orru x ido ,
I sabia q c ele pr x lsava. E: q o c l ndo ou sse, B •
sai em para o tra balí (J volta r m I oh Cc UH foram, 41CLJ- n lcía co o ava u s troc dln os de alx o do ravesselr üI

r iult dos e ca nsaço aI nas. Q ria, poís, arru ma .1 vid de ele, c li n o ele vin h o qu a el. Haví . i b é o alug e I

outra forma. I avi algun que traba lhava m tle u tro 000 taxa de água ~ de z, 1- avi a a ind a trma com J Iilho
• Ii CLI r cos. Era só insls I , só Ler . rtI ~l: IIl . ió dornin r uenos e co m 110 em que ga n hava tão JoOU
O med e I ad ian te . isde pequeno cl v in ha acu mu land m ã de Zaíta, ti vezes, C ega va a . sa r qu e o ' zi nd
rxperlên ci s. j ovo, cri nç ain a, a m: n em dcsco fia- filho tJ I a razão. Vin ( ' l i ] ta d de a ita r (J d nh iro que
\71 e ele já tra ça ra O S I caminho. Corrla t1gil pel I),; becos, e l . o fe ia sempre, ma s não L 'ri -I co mpac uar COm,] esco -
colhla recad os, n t egav: e LO l eJ ti s, e díspl C' uumen te Ih dele, Or I o some te, n - o c i a ue cl contribu LS
ssob lava um. 1' sita in fan til, 50 n ind o li ivo de q ue os COm nada em casa, Esta a, po r J ,cl gando à concl .:-
che 'a do. d ' que trabalho orno o de la nao resolvia latia, }... 5 o 4. e
Za ít . nd " e b o em h -co â )r( U ti d , irm• . -'ho ra- faz r? Se pa rasse, ti fome viria mais râpída e 'o r z ain . B -
1/<1 . Algu m as ' , soa conhecidas r unta iIl I I r rqu ê de rícia. o ar por falta tas en lnas, i terro m peu os pe nsa
la esta r tão lon ge de C~ISíl . A n lna ~ I mhr li :a rm e m e to s, ão ou i voz 'S das duas I algum tem po . D _
á

da r íva que da de 'ia s ta r, la apa mar muito q u 'ultlr vol- ' I' rn esta rne tk as c I uma ar e. Se n ti ce rto ten o • Veio
asse. ão se i portou t om aq u la Icml r. I '~ , , IClu 'l 010- • n an do afl ta c a %i 11a ' tTOI .çou J os bnr q uedas espar-
men to, el a buscav, na em ória c mo li .sen l o d, ení- ra 1 ados pelo c i ão, A prco - ip a ão ar mor s na l.S ormo
a- a r inh nascido su c le d O . " JiHurin 1 I ( i t r er raí -a. Q l c erda l 1- dos O · dias inha falar a 11 .s-
-índ em II I da quel s en 'd opes \ 1 o 111' ;10 , o . 'L ndo, m.. co isa, nd as d uas iav íam se me ido? P r u ~ Unh am
às e2' co l praVtl para ela_ ~l em sabe vi ra 111 mdo da. d i. a lo tlld o pal ' do. . P.ln Ol a boneca negra, a r ai
du plicata s que a • C gan 1 Vi] d, fllh.1 j;1 I ~l lrr I , LI .I·nda b l itin lil, a l e só alta a um braço, arra r co u o ou tro,
fruto al ma troca q l e ela fi ze r'l n" :,>c:o li1: ltls podl. depo is a be e i:J_ pernas. Em r o C05 m im tos a one ~
s~ r tal ' -m a r e d e u se redo que l't 11.11 11" , l;(J Hado
I esta va t cst íd a; c l los rra n a os e o h O$ v· zad( . A ti-
nem par sua ilnlal, a NaiLa.. guri l a ptld ia . 'r UI ) ,] d - a meni ar Naí to] , que es ava 110 oorraco a J lado, cu
quel. t 1., qu • ~I . 11 via c m prad U I d e) os berro s da m:i , vo tatl am a. f-oi re i a t pa.s
a u e tir r da 1 e l m q ue ~ I a p ["( ·l}('.'i:i . Z'Ii... po r m a is :sa aoe) «; , S, il churrmdo pa • procura r zaí ta. l in ho] duas
ql e se sforçasse Ido and as lembr'lI ~I. '., u. o l ~ gula tr is eza. pa a ontar 'l s a irm ã· L Havia per r do uma
in ar como a figu rl n ha. flor in a ~c L m 'ldn $1.1 • • oi a u zaíla os va m uito. I. manh< Li ha apa lado
m~e de Z· {to] ardou pid':lIu '111 " o.... 1101 Cu , ma ti - fi lrlr~ ha deh41 ixo do travesseiro. Qu 'ria s' t I o pe ume
me no s. Te a se nsa ão de l 'r peld id n • Igulll ([llIh ' ír I o d p€rto. go lã Sélbi ma nde ta·, or... / ou Lra
upermercado. lmpo 'ível, 1• ,. ra ;) 11 ' LoI I . l 1 'li, 1'10 r1ào cois< era qU(~ a na <e es ilva bravil po r U' o Irin l'd . S

74 • I~
co EI o EV,,"RI S1 0

estavam la t ad a. no chã o e de raiva e la ha i, ar ebentado


aquela bonc quí 1 1 (~g r , a I a is li da...
os úlllm t I l .s fav a, os tirot ios : co teciam com
f ué 1C a e qu alqu er h ra, co ponent s d os gru r-
vals brl varn para 'arantir :oi U5 paços ti? fr ues a . Ha a
a nda o n fro nt o co nsta Ç() os por cj, ls ue i vadiam L

área. O r 11 o de ít~ li crava O grupo ais nov , ruretan-


to, o mais rma o. A á rea rto d ~ sua a ir) ele uerir só pa a
sl. O ba II O d balas S ís ira 11 à alg 4JZól W l ln fan t l-
ã r o • dação de ru o brln re. xão
mas , .- díst alam , " e nt: , n, o expe-
me 1 av I oment ~ < • ba a a ocica .as, u. re , derre-
iam n a ca, mas ainda aquelas que lhes di oJ"'I. m 01 da.
Zaí ta segu ia distraíd a em ua p OC1lp ( ç. o. , I u n uro-
te o com eça . Uma c ria ça, a t '5 d echa r vi Ie tamente
a nela, fez um i al para gu la entras r; I ido m m
bar co qual r. U n . co ndores, o nou r prese IÇa
da menina, Imitou gesto i o pelo garo to, para e Zaí-
La p ro r. se a rlgo. ' Ia p o trava, en tre an , S rncn e a
ua fi L1riJ 1 - ClT... Em el o ao irot lo me n In: , . Bal ,
ba las e balas d a r chavarn co mo flo re ald l il , er as d a-
rn las suop ~ \sa o ar. Ig I as fí zeram círc I 110 co Di lixão abri os 01 lOS sob a ad gada clara q ue á e ror-
da menina. fu ínuto do a cabo . Ho e n: armado n v a d i' . palp o lado do ros to, sen t indo a d iferença,
s mlr IH 1 los b O' si! ciosos, cegos e mud s. inco n csn ( se to e r o tr . O den te are] u espalh r d a
sels cor o , co mo o d Z ita, jaziam o ch~ o. do r J r odo o cé u d bo a. Passou I n t JT n e a lín u no
A o ut a menlna segu ia a l i li pr l r, d;1 I nu pa a lh e ca n to da en Iva , S nt iu que bol a de m s estav Inte
fal ar da figu rin h a-flo r sa pareclda . Com I, ];I[ l, i bé m da O co rnpan he ro de quar o-marqu íse le 'a t o 1 im I)QUC(
bo tequl n ha n ra tru idal o corpo entre o son o 01 O ll espa 1: ado, m io ado rmeci D,
Os or d r " b ' C;O O d a rja nc 111 I L ra el . Di U " o enc LI ápldo a bo d alíva e d eu uma
I nora vam (li OS corpos e recol iam .") cu. I . r' da no ros o do meni n o. O o tro, u m so bres lto,
Na íta d em o rou um pouco p ara e n te nd er ) qu a ordou de seu sono od i nsrín to d )f sa. r lou
teci o. 1:. assim q s aproximou da ri " irlt e n tre o rad arn e, < bando d s levant r. Di .ixão aco
d es ro, a dor, O espanto O m o: o g '. t o raivoso do r ien ino, levant a ndo am bêm. l cua fra-
esqueceu de lard( os i u Iucdo ! ç' o ti s ndo receb li li pon ap é nas suas pa es b' ixa '.

76
CO N l ÇÃ{) E""'"1\ 1 T() DI Ll X1.0

ba ou 'Se pel ado . ' urando os vos- Id a. F f i e e - . ntiu vo d de ml ar, Qua r d el ira
cor en , ·C en anc o até h ar 'L I < o d feto. Pela n cal ças. S a ãe lh e bt t a mpre por isso,
pr m eíra vez, depois d udo se embrou da ãe, Aind bem numa em d raiva . o ver o n er lno to lo
q ue aq i la I u a ti h a mOU do El sal i q e iavia ma la- n i jo, pu ou ' bírn b ínhe dele a té qua ar reb ar. di zia
do ti IHI er, Tinha vist tudo d ir iti n o. 1 por ia I ego pa ra c a os berro q e aq 110 e pa ra m ijar, para l ija r.
·C po r perto, que su p ita, de al "Uf. I . epo ís m ijar, 11 i i" r.o.
iro i a a ti 'le t ela, (>01 ls : ~L1 aram po r d r Tqu 1 'ao sen I I1 qu lc d ia vo lta v O, . O
e x á-lo in p 2... • e abi em . L 'o lm 0[1<1",3 . ue d e - q e era aqu ilo . Naqu ele d mãe h. vi pu xado a bimb -
xasse 1 ho m m solt . Não gosta va mesmo d: iãe. J nha d ' I '. A ra el em de. ~ perím a o n i a, TI-
n 1 m a lt ela f~ . ao t en ava a fala o d la. Dl, r i nl ui va do J ch u e no a o n ovos. E oía pa r cacet ,
para a escola! Dl, ao ala com meus omens t [ i, cu nasc Avo ad d mi jar se conf nd ia COI a a r. aquela época,
aq I.. v ocê nas ceu aqu i. mas dá um j ai to de 1 dar o :oi -u ca- n avi'! q u bimbínha só s rv ia p ra n íjar, m ijo r, l ilar.
m i bo i P ta safada qu VIV que nd ' [1 In. <1 víd pt:l rJ
t Auor não ! 1nh a ere ldo , lmbin h a S i t ns orrnado e 11
ele. epois, xnrco adian ta v . lo a p r Z 11" CCi eLai mes- p a u, ca cct 'o Há rito tempo hav d ) -rto '111 bim l-
mo. Lã for' , ou ro un do t mb ê e ra ma zn n: . . abla nha nr.m d , pé, lnh o utr J fazer. Tí r p rime ado
que tinha ma ta o Ci mãe, E dai" O qu e ele tin h a com isso? is o no:'> quar tos daq 1 ut s.
s pa rte e bt íxo d Di Li.' o doia . O d nte .on ün a l-o i ra m '1 no quar o o l o do de sua rnã , com un a
lat jar, . 'rá q ue I i' morrer? r á quc , or ' cima i. 11 enina da i I d e ele, q e como ele havia a 'do ali, que
se centrar co m a OI d ixo? r" q ue e ncon tr o er a ex ri 11 o I o primeiro p ze r a oi . Q ua do acabo
ma dor ó? udo, a morreu de er o n 1 • r t<J V OCl ca a ai da e fi o
Pen sou 110 al ega íno h a I
ns ' mia parar, ão conseguia pa ar o rr ijo. ijou-se odo.
ido mais SI rto do I ' ele. ·uglra. " an h a , ( n undo . Já i Lixã es va co 1 u ad de mijar. Qu ' ria I nt r
tính bas e empo que o s do ivid ia lll aq I spa ço, I: ão pod ia. ia soltar fi s i " 1 ão pod ia fazer, / ma .
De d a ra rn ul m pe lá ru , c, da q ual n li zar 110. . quela pu a. era be 1 ca t z d iver (? ovo e vir ca tlg; ·10 .
l co n travam -se all no cio da oi eo• ~ vezes - IlVl'rs'l m Apalpo I, io se m jeito e e l \ ' 'rgo la do, 35 part - doidas.
J[ llo . '{IlaVal de t\1 te d e li pCl i, men • r lãc. Dl d t · latejou tu nda I o ro fun do da ca, Dor de d cn-
Lix o achwa que a h i • ri d m ãe (1 0ut " devi<J < er a ava. I ão 5Jbla. ab po rém qu . i o rreL Mas isto
com , da ' a m. e, . e fio b a se gO:oi t<l\'t1 lll l ã 1 d o tl1 . m, çomo a morte d m ãe, pou i portân cla ln ha.
n ino . Tn ' 111 q uase mc.'ilna dad . { U1t.'11 n ;Lp ar de
I O nd s v, o desg < do do outro ? ó não ~ erl. mo r Cf
pequeno, tinh a q ua o rz anos. E c, no fIlês m l ~rinr. um t ão so ~ in h o .
dia ua lque r, tin h a fei to ( ui :re. Os pl il eiros t f . ba l ado r p.a:oi:sa \'a ap SJdos. Dl L -
d en d e O LLxã ICl te ja a con pas~Ld~1I 1 ntc. 1'.Ic e xão cv vo n ade de (haJ ar UI d ,] a silen cio o d e·
u la dor só. ,-\:) d res havia r se enco ral!o . [) ia ( " te. jo a gargan ta . O so l IHlIl 'i v i que nte. Ele, e ltre-
O< í mas part' de balx í.. o ódio. tern to , t r ia de frIo. J i um veLli ( ctlbeça, no pe to

79
78
CONCt:IÇ.\O E\lI\JlISTD LU UIIÃ

flo r. . s eze: o ca s e d S r vil, mas na I e ma hora,


I que corr
1 0 ', leve m n te na ire ao pa lr ( da
se 1 res pl n r, O par ' u n dia de o o. Lumbi á ficava por u tra pe soa. ou s 11 s i id o la le eza de uma fl or-se rri o
perto olh a nd d e 50 lai pa ra a mu lh er. II qual do nota va qu·. b a na in e i ç ã o d e um l áb Ol l a
q e ek tav toda I 01 e o torne m de rret d , o 11 ' [ íno LU I já tini a In a O tro t iq ue . Sab a c rorar, qu o
se pu h quase ent os do is. co a o r em ri. t " ir po • U sria, Esc 11 Í"I uma esa qu alque , av r a aixa a ca-
do ' me l doria. ca li n re narno • do enfia a m ão no ' a . se b nl av em lágri las. ernpre e a ,. cho and
boi o, t fava o d i \ cír e p ava a [O a, reco me a nd o ca- po .' a eza as em f io' s l ágr m ensaia as} o c/ o ro
i lho. : eze r tã o distra í beí la-be lla estava o al ea l, P ofu n do, ma oa do se confundia, • hí st ôrlas, qt e
e a rosa não ' - jJ colhi • os do me nino. I'. ) rroc mon tos de choro para co io ver < zsso-
h ones ta men c o f r rido fregu ês ca isava de' Il' rar a as, tin h se r ipre U la d issimula a ve rdad . VII) d do real a
rns o do -e r dc do r, 1 rnbiá cale lando o luc ro d v ' Il( a v da ele ou do amlao u 1 a" Ca l ft ndia COm iJ nç
so rr Iell z. en in o usa a o tro ardi pa ra i . do JT n ino. I, nq anto chorova o prtl to ensaiado ra co-
u i lon r a .... .nda. C1 av elog ando m ulhe r, lízia q I mo r ' r os O p rador s, C n t va o sobre SU < qu ha-L

ela era I nda e q ue n. do is iam ser m II Iellzes. Havia ca- v aie 'a o a m ãe, Ora pel H irra d ria ue ava ca do
sais q ue respondia co ali " a ( le pr i .ava re ornar pa casa
I ul ta o de ve da), ou a nda, pelo in he ro, n o d seu
- .C ? E tam mnína do agora! tra a lh o. I ín ha si tomado po u m en íno ma o r... E
• os o i co . 'fi meloàs erdad -m en rír 5 ue tin l a inv n-
r ve c1do. lto l: io tp on '3: t d , Luml icí ia se de cobrin lo realm zn e tris l o tris f,
I

P ofn dam e em gado . ato rmen tei! e ) S' I pe o-cora-


_ Não há rra d mor se 1 pr lemasl Um a o r, a o m en 10.
rosa r a d . pedid a d vocês,.. Havia, porê , urna ocasião em qu nad ame
d i go zosos Q mel ino: o adven to do Na ta. I
poi enf rira (.-0 h ze que b otavam d to dos Os cant . Lâ -
ad as co io o e ras in cen Iárias a ava 1 m Ial o Iozo
11 min âr o obre fachad a los p êd io s, ob as , rvo res.
das ru as, dos ia lns pú bllo . f pn ados. ~I et a to , ão
e e Iro rêc n lco esp t culo que s z Lurnb ,L em
o r rso nac Papai oel o re o feliz, COIl1 o seu sorriso
ei vid ro cado de n tro la r ri es, Das árvor es d at I, o
a va do. p in heiros ilu )li ados 0 10 do . Dos p en -
a mi lélpr - te. XPOSl< na s v t . es.. pri cipal n te os mb ui lados .
tiH a vo 1 . de d e I n á-l . e am u . ·á·los. Ficava irri ado,
a i e tu do ram caixa vaz. .' ') havJ a ca l . q ue o

8 2 • •
C NC I Ç};O E VA ~ IS T O

in ')! o carro! Lumbiál r iv t ! Críançal . ê, J s te


n ino. Amas: dos, as acr dos, qu brados! L eu n e no/
l rn bí á o rreul

Os amo e de Kirnb á

!TI co d às c nco c q I ren ta n ve da m n l ã . le-


va to u rápido d a a c o lhou o t m po. c' u ;á a da
ro c um bru to sol am a çava J ne r em do. U d a
e n 01 r d } pCOI1l • ia ac nt .er, Ser lu-se mai aliviado. O _
es ava h IV. Cl uva n f vela er' irn nfe o. O barro e
o

bosta se onf ndíarn . Os 1 os qu > clrcu 1 • vam :i bar a-


co SI.: la m a am cscor e ad io crianç . e OS h OrTOS se
co tp . n ia 1 dent ro de casa. As I lã pa '<I m dia in t ro
r tal do par, u o Zezí os se S05S g ssem. r I I le ra
tarn bén Zez nho. Kímb ã . o ap li lo que um an i o rlco,
vial do r r o ras er s, lhe dera. amigo notou a em e-
lhan le 011\ alguém re ele I a 0(1 dei." O na ígêrta,
o, para matar as au dades l ' do (J il rie. o,

86
OS ...M ORE S ti BÁ

que ão COn gu ria. Det . av po breza, a falta e cu o r-


to, a ossa exal nd o o cheír de 1 ·rda. 'test. '· o r o la-
vad o li fora no t nq ue, o ca no o po vr io q 1 n tes o ra
ê

de n a d mo ot ó, o pão co iprado ali m mo n t mdl-


I

n h . Del ta v a vo z alta e o rte d a 1ãc,. S rezas de 'ó L1 -


d um tra, os i ados as tias e os olhar curioso as ir -.
irm ~ vívíam per ntand Ido . o nd le i ? D
ond le a? Com ' I ele .' ia? rgun tt 'la t Id o em
lên .io. I lavam para eJ · e rn a i o, e o olhar d ias
pa ....a U ta men te a li. Um d a el est va com a br utlha
aberta e s percebeu qu and os 01 ar da d as para r J d l-
reto '11i, 1 c do com o l dor de e. En ' rgonha o. p II:OU
o zíp 'r. r r ' , não in l n da a mer, o m em bro o 1 Ia
esquccído, macio. E dele t va lar vêm 'r de s r do 5, rês,
v ár o alvez, Dav r balho mud r o ro o , o corpo. I H dar
at é o oslO. ' ria tão bo 1 e el d . er SÓ ele. . s o
que era er cl ? .er o Zezi 0 110? E a er o n Já?
Zczín o cresce alto P os becos do o ro. Em ín ava
ão aisvelh o q ue dor- Ip ,ven ia pi I' , . P , d ia u pouco d 5 coisas da es-
cal. ·an h'J\!êl u 15 troc do da m -e e das t i 5. Briga 'a com
as r ãs. P vava d ' vez n quando u 1 ~ oles • p J ta do
i não que já naqu la épo be i.t m ito . Zezín o ava
e i g r ca p o . a. Vov ó íd i 1 ra p va o o rio fica va
rez n do- UI do. enq i I t o J ta 'a um l imi o l iagi-
L

n ãrlo. E a rezava ti do a "e 1 o c do Ro sár io e ro te-


gess meni o. tava ch an do o tem p de erra, diz J
I

a vó id mi ra. Zezi ho ria. o eav, ca poeira a se C'U1 IL


D 1 ís e tr Vil n o tan e se bar av . . aí [r :o e c Imo.
es ia O morro e ia e n co n rn r . am :TO '. Ele não go ava
de sei s co l ' ;!S lzínhos, es tava a rrna lã d al: o . o
m e o de es, os lã de ai. o, I, Zezí ho, era o di eren c. Era
I - o q e i ava . poeír' , o u morava no orro, o q ue on-
do av as h si õrtas. Era u 'ido sempr . Frcquen V' a casa d
ai um 50 t ando m o d i' em teria do .orno cl .

86 • •
CO N CEIÇÀQ v lU' T

a j hava filme em d írc .âo • (;1 a de ti .


Gus t: \'0 es am or I . '11 h arn co binado
oite an erlor, Ti 11 l oi ado o d do n ferida.
va apaíxo ada por el . E -srav ar aixonado po
~ ar i o es ava a . toua do por ·1 . Estavam tentan-
d o viv r. Beth t 1111 diJ hei ro. O a migo, d i he lro e f; m .
Kimbá , a noite o di. d ecisão seria, portan o, d Gml á,
q u não ti ni a nada a pe d er. Só a vida. Era só el quere .
J.í qu i nã eslava dando par viv 'r. por II ~ o pro ra
a mo e? Seria fdeU. Prun eíro I th , d P is o am igo e em
egu ída ele. A morte selar! o p c o ti amor e tre eles. \
Ei, Ardo a
orr pelo amor d os LJ "
o ac o rd r d n o lo: q < ren n e n ove a anl KI l bá I

já tinha a vicia a certad a. VÓ Udumira, a . . . lha en in el I ln -


si ia em U(lS rezas, Unha o. .' rio nas mãos i urm ura
pa Ire-no '5OS , ave-m ias salve-rnu 1 . Ki bá n ão q uer a
OI ai na a do c éu, da teu u i f irn . F e sabia que o
s di fava rompe i do, rla I reciso 'OJ<lFl un , rm t il co-
. S as o ra es d 6 Li U lT ira n ca valeram n da ,
ago ra rã o que m 10 valia. e estou, p ro ndamen e,
mais urna vez, a ó.
~ ca u n hava fir l e r est Vá ch and o, Parou na po -
a ui iar seco e co tant O rem rrltava os o rvid o: { •
pré io olhando do . . o rrlu para o por teiro . ele -
Ard oca. O atrl o da m qu i a nos trilh o s coa .onst I
10r demor o I. S lbl a IX: té ao rl mo ' dar. Beth e o m l o
men te no nd o de seus ím pa nos. J' o dom n ' OS, en tro
ja rava por ele. Estav 1 os do' nus. irnbá tirou len-
d cas: no ir 11 ' 0a m u I e , nas voze: br ncad ·r. s de
tarn n 11 ro ipa e se s ntou. s co pos já (Os avz m prepa a-
filhos, el e ) v] O irri to rranlu ( O do . ço C p 11a <.1 o soh n
os. " m um ligei ro rern or ' mã os, of r c o I mel-
O 0 10 .G rito I. ncí a n t co rt n ebalxo do co r bolo p'
ro o à rn Iher, O segui do o ferte i ao a n ígo. J o pega r o
sad ão q e pare ' <.1 m. a .rar lin ha férr 'a ín cn . Ard . 1
t r eiro co , o dele, eve UIl hr 'v ' . jo de recuo. Beth c
nasce c quase q UI! den tr d aq uela rn é uina, Sua m -e, mo -
LIstava já estavam d Jíad s no cl 50 ; spera do rnals ada.
ra ore do 'l r rb lo, a7.í a "(1 e dl á ru mo ao t rabalho.
Ki bá procuro u algum mo u 'o ti vi ! a. O s amigos estavam
f.l( ráv d41, ele estu < ndo na barríua late a I P ndía . ()
na q uase m or e. o rveu de U H a ú ica v - a \1<1. po ao e
. I. 'ao OS do (r In co n ch tes tnternos. epois , Gi fo ra,
d eirou ali no me í # ta espera r co m el ra rn êm.
10 1 ndo , no 4) o da n ãe, a . rc av c c horava d ura m
to o o tem po da via CJl _ Cres LI m I lo aos s lava cos,
CO 1,1 O EVARIST O
I. '" o A

I U ior ' ma d J . P ra at nd u a p oa . Ar Oca res plra-


va com di fi cl ldad I íx o do I 'gro d sua pel , tom
a cor lo esbot...do apa . ia. Um' n Ih r I van rou, orn-
p o um copo d'á a eu-l I r, mtand re imá-
-lo. r nt contlrn avarn bradan do hino. ven ed o r
J '

d água. li . n do espaço para fazer va r s ta ,


e an o seu p rod u lo em a lí i 1 a oz, rem pa rado
co n tín ava 110 ti C ido s uví os Iragl lízados d rdoca .
Enq n to i o, s vi a ia s apr udanclo ais
di St: J tl1 de 1 do. . e bu. va a respiração lá no
mulher que [ e so correu p I la quere r .ho rar. este 111 •
rnen t entr no vaa ão um pas elro correndo e gr t, do,
esc p ra o, em P rou as roas bu .cando J~ SS;1 er em
arní hou co d ire ão < o rapaz. esf ecl o. c arn do po le:
0.0 mo 'ir
- E Ardoca I Ei, Ard
I '!

o ( epo-
ma CIl ·
ra d r-

I Ú-

96

ent om bin os
de o no r er

A I rte rin ca com alas nos dedo s ga 11 1 S dos me n nos.


Do rvl se lem bro do com bl ado, o j ira m en to eito em \107;
u i SOl <, , i • do o o pipocar dos tiro s:

n te ornblnan o de erl

Li ip ti os lho . L~ 'ri TIas pon tavi m li '~ r os e \ i-


rne n ros. A fi ma < que su ia do m mo d e lixo ao l' o,
j l ' íficav C( l alq ue r zo ta ou o-rnar qt e surgi 5 S
P I face }~ i. • Ert a u ç. , d 'li ulpo - ~ con Igo nes-
mo e C<I taro ou mordisca do a do r, a canção do Sei xas:
"Ouem nao t I collrí óc lo ' escuros.'
t mor e in c nd e a ..ri a, como ('5 5<1 est ) ,') ossc, 0{(1-
lambo eriu irna a no a . 'a li i r, . . 0 !"'J l) S o In in '.
CON CEIç.\O EVA11 I TO /lo r..E tlT E U M I NAJ.10 S DE NÃ O M II E

ra s. vida é capim, at o, ll: o, é P le e cab Jo. É c ão é. va, ca nt a dia , com rant raiva,
. a viS( o de ca

- ta tar m In ri p user rn o rp na I xelra a·


am ogol

orví respirou e aspir li as ql e m roa, pó c n-


tunda,
arni ad o, a te p J ' alco pa r... l)r a bun da de n I .
P ·s , me u Iill I a u. Um plr 'o d - gen te. Quando Bica
rr - mos rou n un tive corage m olha r d Ito. P 'que o,
ão p q uen o ! Deveria er fie do na arrlga ds IH I 'r, Oll
m 'I11 ar, nc bado co O semente d n tro do l CU caral ho.
Q li C t car pu in o com a pon a e Inha ':\Cor e a,
Bi se afa sto I o rno s o filho Ioss 5' de la. ão s i p ra
que o 1 O. i de bala I de Instan tes er in f<tn es -t I _
h I n inf eri o d a casa , am e Ç<1n a d iver ão da' mãe de:
i po rq ue o ira , Se ao m n . o medo frc:a e ' Id a 'D , o a Estcrli da van a ir rl ada e muda d e
c al de el e i ão. Lá for, bak s - b J. s, ln depe n de 1 e do
de ejo d a m u er, '. ecu ta co rHin uad 'lmell te a H • m a e
S(!((J so nata. Um p ro rramar; o II is amena vaí en to rpec eu .
do o s se n ti us da m ulher.
q u m i gos () ( lei ~rs~ o é de nov la. " cho a ma o r
ibe u eb 11 lit ca, carn aval e s o w. Bo ba c tarn-
b ê 1 r' lQrt Im, carnpr n J eOJ1 r a fom e, on t o verd ,
o nt ti a vida, .on t a- on t . C 1 ra O .1 (a 'o r'! 'i M, COn-
fu nd l o. cI o q ue é co tra mesmo. e n tra e nã ,Ct r _
t ( -mão, ndo sen rí do dor nas emas, arnb ém U W 1 M

d'á ua (\ cab ça. lá va Marj ". Sobe o norro , de c ' o o r-


TO e c, n.· d a dan ç . I' Ih os ? ão sou O ,:ro doi ,
uspi fora uns qua tro o J C lC(1 , Provoq eí. MEJ~ COIlfi .HJr,
me ( (JPI ~ SO J\>t l.~ , mel. 1.4:1050 11 rd( tlor, br.'l UJi (.J sois 1 - li '
0 /11(' por" lm" N novel as it , di' n e e ra babá III l ' .
ín o Carl Rodri sues ~'fa . n ânim o. FJa en i OU .I 'riança OI
tem posl Ond reza r. Tudo ra "In C ria ca s dos R r g ' ug l ' u m n

I o 101
CO NC EIÇ.l.O EVA RISTO " GEln~ COMB INA tO S DE Ã ORR

c OI o fi[ o do 1 rrão. Bonito, Ido n UiLO bonito. Chore


de e oç o. Qual do ch ro dlan de novela, horo ta rn-
bé p OI u tr 5 coí a e p la 'ida ser tão dlfe m te. Cl oro
por c ísas e ão gos to em de pe sar, Do rvi co rnpa-
é

n h i o d Bica, rr in ha nl a. Fizeram um til! o, ie p n -


m Iro etlnl o . A h o q e ão 'i lal os. . ão vo u de i 'a
lca rirar n lher parl d ira. Iss de L ' r mUI S l f 1 s era
do In "U tempo. l ' e vi re . Q re 15 me perd oe. em
ue m in a al • ai pa ec r o fo o d infe r . O u r dia
me co ntara q e Do est á com p lcado, 'u p nse outro
U u ro pa os eus rll os. Jd · g , pois é, aca arar co
O are to. Bi . e lã i nL 'ligen c. a .cola s mp e -t! saiu
bem, con: e un u n dar a ê o i ava s '·rie. J ira d e t 'I~ \'I .
sao, m as em a mania de im pl r com as 1 11 as o ve as.
Diz. q ue e J vivo o undo da I a. En a o d ').1. Eu i q ue
Dorví lá com plicado . Não tem c..u l . Ou tem? Con 'gui
ab tecer u pOIl o, a ri cou a p te e an érn O próp io
ne b .ío, [ . s co r u na pessoa n ad a. E azora o fie - 0.11
do B ' pen di, o Ll I orn -~ or; uer a paga. Oi er 111 e.
se Dorví levo u um banho, eles q ue nã V·-C) se banl a r na
In ma á a. Eu se pre osre de Dor 'i, menin o q c 'U vl
re ·e r. e li a dade co m Blca ma não é o om anh iro
q ue I queria para ela. E ch ql e I ern ela. Eu til Q es-
peranças d e que Mica, a ínha me la , não s -i quando
co mo, ter· u tro d estino. I sde quen e at ta tu d o.
• 0 tev OULI . am dos, in clusive um ra azí ho nte,
Bom rnen ! 0, Bic não o ou de '. Di ia q ue J. era
m ba na na. El n o e d ia po r q ue. enino t o bo 1
e r d com a g ti d e srar lo ge d d O 'as. Fo i í qt e
ela L: crespou, lca ísse ue ele e ra d rozado sim . r gado
peje Ilíbli. P o pus or, j ila Igre;il, enfi n. Qu nem o n tn-
J

de )r6prJa U ha. ã en t nd nad ma s I - i a o bs rva r


A a Já L'dia e, a ovel d s o Lo . a u sozinha . '-0 o menino. Ele re lmen e are e ima P ·00 se S Sl,l cía,
tOStei do fina l. si'> i outra novel. em que a b .' caso I sen a cor ' m de )) 0 vi. F 5 di fere! ça e u r o ro, IU' I'> na o

1 0 04 •
'0
CO lCE çao EVA 11 I TO
A G re co I A r os /) N.\O O R. R

exerci '0. Era O e ivídlr as palavras em sil bas e 11 par


t li ha é a da ficç ão. In ha ' eu pre ·OSL ro u a viela
d í f rn r, 0 v <3 5 pala raso Eu ava d saro cheio (fo rça
om fios de e ro, enho orn e, o tra fo ie. eu leite jorra
de ex prc~ " 0 oue n en ína n o t n c ). Para desco n se -
para o alí m m o de m e fi l ho e d fi l ho 'IUl i os. ucro c •
ar moça, :d i par ir ao qu dI O C S 'V ' r a ' qu e eu tl nh
tagia r d esp < nc; o u t s bocas. .id lnha e Biull da tíven 111
fon iad o, • .screv i pó, zoe la, ma nl á . E ui esc reve do
fi l os rarnb êm . m en inas. H unda tem o leit esca ,L d i.
lai e mais. raque. I o, co na r do le. t ,a te, nor c, J,
la L <1 11· o di l n t I ro , Ela ' 1 7. In a m nln inh li p ara
\ ermel o ..... rde a m bé 1. verdad e, naqu I f o en to,
U llm n UH, nrre 'i e os co rnpnn ei ras 'Ie ha a o
eu ]: e. tava a rrepe d d e q ería olta pa ra o u lug e
pae:t 0 d e não m orrer. Eu sei qu e ão r orr r n ern : mpr
qu nho a gu rn, M 5 escre er fun lona pa r im co n o
é vrve r, D ve h a o ros In l o . idas 1 is nenas.
u m feb r ín cot trol ável, q e a r c, ard e . ar d e... I professora
li fil o do rme. L fo ra a so ata se co i ua eXl lodl •
H til q re n o ser ll. tu ra l, tu rma ria e l escrev <. os-
do la, 't"Sle rn o n e ito, co rp o caí [os 110
o de ' s rever pa lavra lote a, c rn das, compostas , Iras ,
estar 'J n do sangue, II aq ui esc re vo ibro
não frases . o s O e ver as p lav ra s p l -n as de se m do 0-11
verso q l e ri m j, ." crever e UI li] ' neira d sangra r".
carreg adas de vazio depend a ad as o va ral di! 11 lha. Pa la-
Acres -. to: e de m uito sang r, m uito m ui o...
vras ca ídas, a pa n ra das, su rglda: i r ta as n . cor da b a 11-
{a vi I· . u tro d ia, t rde ti J o it "', o u vi m escri tor d zcr
q , ,1\",
perplexo d da íon 'do lindo, Per lex o l Eu
i pa ra le er a bon dad J a carl da . .ristã e que In clu í: e
li to dos s tipos de fo m e, lnc u. íve a in hn, que e r
di f r , t da fome d I e us. Fal i, m as lo e os n aq uele
momento, me pareceu que el fazia O 'lido m uco s.
Q I" S, be O nossos rix ás qu . o um ano e De -
s d -screv para esse c, cri or o Ir, 5 e ou ras fomes, u-
I m a do assim ma I • i nda, a perplexidad e d le. Penoo
em Do 'i a todo O ) ornemo. ~Ié" para m i 1 ente
ín co m p l o e im t 10 tio . Pro -avel e te Dorví não
virá m ais. ' le que t la u ni rato d e viver fi a o nessa f la
si :

- A gen te com bl a 1 S d lia m r,


- I eve haver ma m a lei ra de não morrer t, o cedo .d e
viv ima vida meno cruel. Vivo I p llca nd com il . no-
e las d inh; m e. E t retan o, se i que ela se ra e ep. r'
o viol ência os doi un o . ; Ia sa q re a ver d c da

10 _

-,
Ayo w a ai gr ra o no 50 povo

Q a ndo a ie n na yo li ar a alegria do O.S() P VO, as-


b a ho ra par odos . Há m ui o til e e n c 55a
vida t 1 ítírnbava. s n osso ' d as pa ssa -am co mo u m
ra fé : am ban ), Ia • f ' 0 e em gosto. Cada dia ra s In que
nem po rquê. E 16:" ali am lecídos, sem mst ân a ai u 1
para ap rumar o n sso or . Repito: tu d o era irna pítün a
SÕ. I~a s. 'Z de udo. Até . natureza in ava n os .on fun-
ia. ra apar la u sol desen c lara o e (I e ta is se a. se-
eU ava a uma bo a I1l rc la , Já a nasc e. U frio nt -
rio r os ssuí a n rao, e I os mal e ifrent ávamos o dia
a u a ação da estr la sfclra , ra o ela '(\ 11 ) li -a d
plng [· 0 o ralos escass que m I mo ava as po tas le
o . s d os. . e n tão d u de al ta r do : r ão pa ti O t i J -
CO CE I ç.\O "'yA l S T ( < Y('l l ·W", , A h LEG RIA bE N Ó o OVO

I o , ai In tos, fi ' U , I a r, par os nossos pens arnen 05 c cen tro povoad o. 'ISoao dos corpo jovens d d c ' rados
so h05, pai a pa ra 41$ nossas OC SJ • nt os para nos a cru a pai gem m io corri et a d ían t e n sos olhos.
VOzes, O im rito , da r ç. , d e jo s pa ra O nossos corpo '. mila re da ida d u de • COn tt! r a érn, nenh ma
0$ mais velhos, cumu lado de tanto 50 men to. o lha- cri J ça CI ia , sem a C ega a do ' q l erros, ud piorou.
vam par a l as e do pa sad o na I rec nl ecl: IH no p en c. ve as partelras do povoado, an "i( ( e es rar por o.
u lu as, se fazer e . ber, udo ' 1reei, er e I crd do no vos nasci t s, -m nç. o, avi n d ístído ' U Im m t
tempo, O que fi zera , .n t o . era e clamar pela m or- de vi" r. Tlnh m percl; 'do na es s cz do pan os, qu ' S ras
te. . or Ins an e e le. pa r iam. E, c m a riste 1 d. alta mãos 50 tln lu m r ai a se en u de aparar a vida. I . h I_
d I ar 11 u mundo em qu e eles nao se recon hecia c ma arnili 1 1 fc. t java a es ra n ça q u re c1SC JlO su r s,
ne reco n l Iam ma is, mui 0$ se o ram. Dent r eles I 1 nto da prole, íanc s for 1 'sq idas, ücan o 10n fT
lem br d VÕ o '0, o q ie razía rd , de ti a d ora ão d s rim les, E os peque o " os ue j ' )i ' . ta ,
o afo t ma o. o velho bede r > l a nu L1 n çoado, e ou- c rn a nd a, d " ízal a qu vei p ra fJ<.~ r, la , a
tros e out rx . T os es av ai 1 íraqucc do s e esqu -cldos d ' proclu t! ra, yame, o c iado, I. ual r O uerrel ro, veran i,
ore q u traziat no signUi .ado d 'S lS pró prios 110m . O be m-vindo. s b .rn nov l hos , al 'lIns se IX la Oras ai .
J elh; s m Ih re s ta mbé m. Elas, que e p re ln ven ava m da na bo , s6 faziam io rar, Pran to em vão} ã que os pa i ,
Iorn as de e fi ntar e ve icer a do r, não acre d l avam mais cn tr gl es às suas p ró p rio tristezas, d prezavam a d li .

na ef . cia delas I puas. Como os 1 OI en , d esl rava m r 'b O '. O nos: ) povoa o ln fêrt ll rría .- míngua rnais
< potência que se acl ava resgu rd ac partir de Sl . s deno- e ma fs a ossa vi 1-' S iou a des P ira ·iU•••
m i aç .E iam vee i en '1 1 n te : -íd a que . uecess r oí te. q ua ndo re niamo. 'IU vo l a de u na o e ieíra
de las e que s íxasse p t ír, Fo co r esse', l do de • ni o ma is e c1nz s do qu de fogo, co m bust", o maior- vinha d e
qu' mui a dela em rccndeT<Hn <l d 'rradeira v a"cm: vov nossos lam en tos. E u de ' s ites d macambtlzia
Amin, a ífiç.l, tia Sele, a mulh r orle Ç()]n o l m el fa - fa a, d um esttltfo la l de baJ1Z0 , como se a dor J un a maIs
e, m e A~ nt wa', mulhe r de .r a llenelra, e • in 1 f ) c e <lJXI rt r d , nós, uma n uI r a a s jm'em da fes-
J

alik. , a I<J.i a. Co a id d nos sos nai dh s ficam~ f k4td~ rodei, l,rou . ~ ti boa fa . Bam ide c, a spcrança,
mais de alI para dos i a.' o que Iz.e par os no 50 jo- r u nClou que la t r Im 1 o.
v . , a nã ser" nossas I.r st·z s'! A r ir daq ~ o nto, não OU\'t: q 1 não fosse
até 'l 0 5 n ços, começo m a e
I
f :çu ndado pel. c pera \ <. do m que 8arnldeJe .razia o 5
mes o r 3 5 t Ol a -m d ize. Pu eram- e a ti de seu J omc. l tw:la a coa uni ad l ulherc ·, ho ne ns,
J

ao:; utrosJ a cn arem co ntm a pró r CI vida, () p ucos 'eJho s C) t e .a ln :l pers istia 1 vias.. algun ais
lid os maléficos ou a p iran do u m tipo de are ia 1 nha que. i~v 'n q e es<.'o lh · m n o filorr 'T , os peq u en in i l OS que
em P UCO$ dias a ll1lUl va e [ld urcd a denlro d CU5 plll-
J íU cJ n, o Jl l' n 'ido conla llh ( d s to ta lmc 1 c pe la ris-
l (kS. Ou 'nt, o c deixavam o er a "po t: s}md d la u m te . tod o
J cn "ra vid( r m d:J criança n O$ r d s r que LI
uq in bJ es 'ren te que u esse xistlr ou a vide :se ão gar. E an es, u ito antes de a rn os , a "'id'l d Je .
qu la, ( V' 'rem. .' S m es, d JS n01 s, chora" 1 no ava es 1I n li hil c1rc J r d' osso tem] o. Lá ' s t il VJ mai

112 • IB
O H( IÇ A0 EV RIS TO

c. t . mago. TIn i a U I P U O de fo e. Havia um s d s


sema nas q e aqi tumo rzín ho na bo ar j mto O d en te ,
do ia q e ele n o p i comer q 1< se n ada.
Fe2 um esforço. Se u, Pego a bim bin a dolorida e fez
xix i. Ass stou-se , . tava rin a n d o sangue, a' ~ u a látgu a
no ca n to d ca. O caroclnho late jou , un esto cora-
I

'el l-desespero levou od 'do em c ma da a I . e a era


iOu-LI con tt a gengiva. Cu p ti pus e sangi . tu do doi .
bn , bim b nha, a v ida.., elt u novamen te, r to n a do ti
p lção d feto. á ra set e io ras d an h ã. m tran e Lurn biâ
e p ' ssou e te e a i p são de que o g. ro o tava n 0 1-
O. I file e de sangu e - ma de s a boca e n rr . bert a,
n ove ho s o rabe ao d polícla e o recol h r o cadáver. O
rncmno em conhecido clli rea. nha a an ta de chutar
latõ es de I xo e po r i. o g uh ra o a pell o. 0j n ! ele
rra o Di LI. o. Di lx ão avia mor rldo,

mbl ã tocou rapid, mente a 1 ta de a men dol m 1 la ca i-


xa de ch ele s 001 Irm ã Beba. Pa ia m bo 1 ter po que
esta nd ando pa ra ã e pt r cá , n ão h via o n. e uríd o
vende nada. Qu abe teri I a is ort se ofereces c c i-
c letes? E: se não esse certo t m bê • pro rarJ o co le".
unga. j u r to · poderiam en de fl or . A mãe nã " OS ava
daq le i p' i
J e rnerc dorla. i ia que or c r call <ld.
e P luí7.Ú r o . Sempre amanh cíam i ur h . e .
o m e hícl s n; o . L mbi go stava da florida me rca-
do a m . JUS braços . lnh a t' m esu lo pró prio de ven-
d . Ficava o b rvan do o s c . . is. t ome nto rui ício ara
er lunar O produto era ua nc o casal ar tla pa a o bei j
na bo a. .Ie nssistla s 1)0 s esco la em 1'3ra o rece
CO CEI );0 EVO\RISTO
LU BIÁ

me ino g stava no a I. Um íco signo: o presép o com


ú
sto
3 ímag m e r~ U5- nino. Todos s nos, desde peq e o,
c sua anda nça ' p la cida co li m á 11 ais t rd e so-
zl ho, b iscava d lo ja m I i igreja em igrej . cen
I

na li la. .osta ~ ta a rílía, d a pobreza de todos, re a


SUa. Da im gem - 1.1 r qu ra a mã oda irna em -ho mem
q e ra o P i. A si a irnpl a caminha d lh a do
• S- 1 i o, pobr ,só fal ava r ro co o ele. Lum b - u
cava tasiad o olha n o o pr 'pio , b Isca do e encontran-
us-rnenln o,
de dez
I o uve um . m u um no ticia corr eu: loja Casa-
nov • rn fi a. F.
râ 11 ] in41( o, uma ra icional casa especia lizada em ve -
das ( il in ãrias, aba ju res, e tc, ia arma r u m presé p o n o
irrtcri r d41 lo ja. ' ria o mai or e o mais bon ito d a cldade.
F o i. l.ã padas p ls as-plscas, estrelr S penden tes po fios
fi nos q las ínvísíveí Jl u ínavam ma, c mente a país -
o e l m êi berro so bre a ma edo ura e 1
que ava o O -m en ín o. , ni n ls pas tavam man men te
o re a relva, rios menos co r ava 1 os ales, que circun-
d avam a cabana natalin a. 0 - e s Ma o , os do is bran cos,
carril ava um POl co abalxo da est el .gu a. O Rei e-
ro, a quel e ue parec a co m o t o de Lumb i ca n i 1 1 a
sozinho li po co trá s, ma s co m assas de q uem tin a
ce rteza e u la ch i ãe e o a d Jesus pie dosos
resgu ardon o o Deus- menino. Toda cldade co me n ta
be leza e a sen elh an a ' 0 resêp o co m a em bíh llca que
narr o nesclmento de j e s, Lum iá ten to ou ia lodos os
CO I rentárlos e ag iardavr a OI r u id ad d e isí ta r a elêm
instalada no n te ar da lo sa ao llum ir ad o. I avia, cn-
ret mo m p lem... Estava pl íbld a I trad.. d cri n-
ças sozlnhns e par. ele era q u c lmpo: sível c·l .rar r 'lo
d a em que a mae pudesse le á-lo, com ]:unhá-lo té lá. Na
sem n an t rlor Gun a, üeb . Bel .e o tr . já ha ia n feito
ai ma entatl as ií .

84
CO CE I ao EV. RI5rO OS "'''011 1. DE KIMBÂ

Kim . ia se d lstan cian o o morro. Cami nhava com pas -


sos egi ros, tra rílos. A ísê rla e ido qu estava in •
11 ado par trás. 'n Oll a ão o bolso, tocou na cart Ira
ue eth in il 11 e razí o .terlor, B til gost Vil dele e
l es ava zostan o bé da rnu l er, Foi a ligo qt e I e
a iza a co no afrlc: o q I ze ra a ' aprc ações .
Ela 1CI p rim do arn í , t Iv z. oi te e li c co
c ra rn, tin h a acon tec i o UI encon ro bom, ostoso e cI elo
de safa deza s.
ois, el e o amigo, n a
go falav sempre de la. Estav bebendo n sala, q uan o a
iu lhe r se levan to i , ped iu líce ça e oi ao n eí ro. Voltou
log o após . nua , uazín ha l am igo começo I a beijá·la e
acartclá-la. .. os pouco ' o i tirando a rou pa rarnbérn, Hca r m
os do is naquela lo uca brinca eira, ho e rã esta va pron
to, pro l tinI o para pen e tr r .1 I II r. Klrnbá estavt lo co
am bê r, 1 nha v rgo ha d e I s p r odo o orp . Estava
asse t. 0 , p . • d , d u 1'0 , e ]X> em ern po c I VOI e des-
cruzava as er as. O am íno veio c In l an lent mente
em sua di reção. t briu c m lsa e a calça dele bel lando-lhe
vida mente o mbro e re o . Klmb á se assus o . Depois
amí o ou -ll e p lo faço o en urrou e d íreç ã a
ui er, Be h abraçou -lhe do se I c rpo com fi me-
la . amigo r ozí]o . Ri , l'I e r u,
Ktrnbã esqi eceu ouro, esq ec l de si p rôpr o e se lan-
çou en ro dela. 13 do se percebe I no arn en te, eslava
os tr é elta S no ch o. O I om m cal rn , satl fe to co 10
le e mu lhe r. E só em o, se íu e nuu nu. rn rou
II de se u co rp com Ivu ra 5 C rpo d dois.
Ac hou tudo m ito boni to . Querl. e ve ti r, porem. u. s to rro .
roulJ.ls e t. vam na poltrona, um pouc d isran te, E gora, alhar;
corn o ca u nhar n (re nte dos dois? QlIerli.1 se levantar e nao o ter c rrteza de CJ I {' o h -
sabír como. O am l o e a m ilher se le an tar: m or ele e se o n hecera
11 am l hara pa ra o ban te ro. Q l an do 'o lt. ram . I mb..'i a pa . ao,

~ o •
CO N e ·a À c) VA 15 o O ' A 10 Rf:S D 1(1 DÁ

um d [o j tenso por Kimb á a n ão tinha tido a co ra- íto. ão poderi a dize p r' nín , m to n eno
g m d e a ord ã·10 . TO dia em qu G l avo fal ou qUI:! ia pr r inc de íra. tê
senta-Ia a egro I ndo, H> h fi o se entus asm u, . ão ria ele qu e
v C I , ada dos exageros d -Ie. as co m poucos 11 r t IO , ria o sta do da rnoç •.
1 rirneiro lvez, ti ra a . ixo da. Uma c I c, av 11 e H ndo q ue diz iam n o
p eoc pa n o. TL 11. de resolv r sta q t est o soz in ha. I ão
podia 'qu c r e entre ela c ustavo havla um aro!" o
tácito . ada ciúmes, 1 ar a e dis p r e ue os d i r 50
um n volves com I ' rc iiro do o ro. Ma co m Ki bcí
l: ta va . n o dife rente. fio uport v. pens r nel d 'fado
re nd o e da ndo ca r n l 0$ r al u êm e nao f s - .\ .
o íor q re, ele q ue nt fi .ava tão sem [e to I a sít J ão,
é

Ora p r oi. tra Lta r, 'i.,. er, zer amor n . íural m ' J COI
os ois.
Kírn á jogou a àg a e . hão o c ' o esfre ando vio l
HCI a sujeír: como se
.ansa do do dLa dia no supermercado . e
no it co Beth e o rui o. ão a uen tav mal s, Ou era o
am igo li ra Beth. Eles 1 11:: dariam udo, c. so cl quisesse.
Tan o u co 10 o 1"0 já Lh haviam Ie to a p roposta, p ar.
que el d i ° sse d r' ba lhar e fosse m o rar e m ca s i ,
° dor. Deixar ti fav la. e' ar a mls éría. I i. 'ar a a-
mílía. , s rezas d e ó Lid urni a lhe i rrLtav n p ro mel rnen-
r . velha reza ra JOr t o por n da. Ecle não via mil. gre
ai rum. o v a n ada e b OI a ontecer co m d a o co m a
fam ília. av n e_ cera de mãe de pa que fo ram escravi-
ó

zados. : il lã er fillu do " T vre", e n t -tan to vivera


aior par e e sua vídr n e e os trahal os m me
L

faz ind a. mãe e as li ' s pa aram a rld se g . tan O n os


t ' n ues e as coztnhas las dantes. A~ irmã, i por es-
, 's rn 5 os c m L hos. E I ', e mesmo, estav li, na uele
1 t:

e. rega-esfrega de chão d permercad o.


Ki esr v g OStál1 o d Be h. TinI v 'rgo a d te
á

s nti m to, o sab ia mo a jeitar a m ui 1 ' f d 11 ro e Co • 'e a..,

92 • .
')]
co . CEIÇÀQ 'i 11.15 "GEI'H CO MI3I1M 10 ' lE NÀ oR I{

A casa, o carro, a mesa, o uarda-ro upa . o pe le, tu do . a o is . condt da lQr dentro ti sap to, la n o ca 1 in lO da
ves tld o de n iva da ti de Carlos ~ lri l e ves tl todo o meia. E d epois ti. do ransíra 'LI d . ( ' em m ãos fclto que-
rnínho do altar. Atravessava de p OI ta a pon a o corredor 1. rl cade < i o en te e passa an I. m dia ld go b ri 'ou
un a rande ig ~ia. ': t o bom ver la. lao gost de r I da tu I 13 . ~ . melo . De j c In . I r ua nos d er teso
05 (me , ro I 5 em n otlcláríos ( ermo 1 'ela til o lto t o. Fak l do t lh ado, d os b co ito, do in nso
ai 'I ,é a rn i a ach a. i , me i b ro u ex. tam enr p i tde q ue, lã no fu nd o d a esco la o j a té nos n he ír s,
h o je, á CI ic o an os, me 1 Iil o :-cu o mo rr e cai I. ldago oci LIv' o r t. mbê 1 do tal o fi gico no p'::. de alguns ,
e ra t o oní o! r dia tra balh ar I el visã , fei a uelc ne- 0 5 a id fi 'a < I uros com ele. • ndaram ízer pata
10 q ue" tor, J dia ser can tor L<J m ' . '[1 h a o dun - . an- m ãe, que cui das se da ioca traido ra o filh o la. j ua
• v e assobl 'la tão bem q uan o ru rnenl o . FOI crcs mdo 'o r ada nao a la. Logo depoí he zr ra e P dl ram ( q ue
e ficar do ca a ve 131s cal ado, irrita o. brIgando s mpre a m c ta masse o pes e. U 1 me lno iaíor, qu l a cava
co m go e o m a irm B c . Tud o a mo lava Id a o. Lem br 'i a d v do a I a bala perd ida• . gu a.. . a co m as I ãos a boca
mus q uin na c ap ren com m i ha mãe c a 1\0 que a • ldag . E ou ro ou um vid ro d pi men ta P' a go-
ap ren deu om a ãe d ela. UI 1 dia Ida cant u a sim ara la (Ide (O daquel . qu • cul tivava língu a ven osa mente
m im: "uma mãe in ota t i g t>tl tt.', uma in~l - mola a ; t.'II I', Wil s lta. Pímen til no ' 0111 do s ( uros não rde. Aq uel ardeu
;/ imi TO amo (I ger te, , n ,oli itt! umolf. (1 geJJte" e foi di- ' T • os: olh e mãe e 3 é no meu.. Ela e lda o ch r: vam.
d o um I o r ao de coisa qu ai H lava vida d el . Acho I El as . tm e ita alv '7.. J fi al me I Irmão ã não ra l
pan Id o , mi ndo e ra s a mol ação . ino en te. Esta a com o ze a no s; eu tinha doze. E.1e já sab ia
O alcanc de suas palavras. Sab ia c o a cance falas co n o
E. , Icu, sei li o co do sl.-gr do . rn po 100 do saber q C]'I S. S palavr s, llS vez. " feriam egredos con e 'a-
basta. O saber co l pI mete, pe SQ U, Id íl. sabia. falo u. vam I la I delra a xo pa ra i do lá na d lega ia,
da nçou.. (C) TT I. Ferlu o ód h U ho ra , LI 1ala -ra dada,
I

palavra que ão se eso " p i • crita está n J ' I n a e é ca l tou a [ .dra e o e ired oi r n pld . A d is-
na alma ti .ada um. Ê pr tso traz r sempre a lllã <Ih r ; . raça vaz dos poro da terra . O rrn do x lode. res d
O o ú ~ lim po . T (I . ca u . Ida o me eu . Allás, er trai- mil Ir ãos a 'an I udo. ada ~ :tp <l , Tudo se orna ob etos
do r d esde me i o. Um b md ao, . '1 a o. N e ota, era to do ag r ; veI : gent " ca l ';a , bicho... : li vez s m' pego ass ta·
m ndo, u u quase to dos a deste lhar <I c. lna p r'd ar o di<m te da te\,· . r u ndo ex lo e c aq l mo . 1
a merend armõlze ada . Ur s b'am . o tro vi iavam. Só e rui ou o p hã d' iu • T toda a 1 oci ra. F ca amolada
q e[ [amo. (.) bis.co ito s, co n c r o ~m ececlenda, qu r c rh:J e pode ser um jogo I 'n o.. 6 i 1. o u nI. J rrane o
osso Premiar a ossa [OI e r ·or, a ci o m me o Da os do n[ da puta q ue m e traIu. Acerto as: e.mtas, i1
posterlor. . lã se era U 11 I o in( nt e ou m. tdoso . () o I- m n as. L "'o o co ncluid e,e t lTO ao b C'<JllJ . m c ta·
t o di dd c: áva os d car'd ( [)5 professo re . A d' tora se Ihei. Ele r ' ira () que "dele de ' Ive o q ue t: meu. o e n ~
desca lava t da. E a b a que r41 a m, ç. o do alu . a· er \' o ll ç~ o <llguma. cvo. Fa [t . A IV da o ou r c mio
b a La rnl ' n ue atgu 5 i l a m o utras ~uLl l a l l élS. TI ziiJm nh fvida. E? } a }<J rtam nto da chefia é JQ iLo . Ih<l nd

10 2 • I I
CO CE I~ o A G T E CO M O ' DE ' '' 0 OR

sei ex I .. r. 1 o ue se o rvi o sse ren e, ele daria u m ale ri a. feito o tro rno m to d 02.0 e m acon ece na
bom ri. L- ( ) . l'eço a v d a pa <I ar um bom te 11' 0 para le, ln fá ela. Eu L ' é! co n se i para se e anos e a a qu e
D rvl l: t á I r " por um üo. Puxo ass n t c IH I in as n i as pró rias mãos, um de tln o d e leite qu d n-
filh a. n c· · rre ad a fe ito ba de Quiabo. ça a e i h a b ca . inh mã e fi e C am ou de ornem.
Cuspi san l~ e. L pe baba rorn . costas da t ião, a J d
Porra, o c ra nan o t m ndo um pouco, mas cor ond i CIO elog io . Eu era u m
100 e . I ' um prazer in ten. ue rincou no I I l COr x.>
todo. Tive ate um p rin cí io d e 'y; o . Hoj e o u 10 raze r
desp zer fo rn a O meu co pt) po ntro po r fo ra.
ma la , o u mo r ' T. É lá no mar que ou ser mo ren te, ar-
-am ir, 1 r-amar} ma -m orrer t • É no p ofu do do r do,
guard rei pa sem} f as I ' >r. nças de r e u putinho
d di leta m -n h

c- íu. I pro t J, ançoul fai. 1, { ue na


e o i t J o, outr virão. E c, Dor i, ld <go, Crlsp ím An-
õn ía, CI li a, Bern adetc, ldí nh a, íu nda, Ne de, o e
e u L r OS u ín h a os { Ig n. ;: se fo ram a es 1 id d .
Um a no e ã vezes só mes es ' fiavam o e ipo en tre dat
d e na iclm ento d um e d outro. 1 uns morrer I tam m
m datas be próximas, Ap alpo o meu cor o, aq u o u,
En tre a mui e . q u e todas aram mens r ad a: [un t . ,
ez. Br n c ãvarnos q e ía os m isturar 5 J o .
Ian os a J o írmai da co m O nosso b i-
m o san :s n 'J ino não sei )1 e ju ras frat mas fizera r .
A , sd! Dorví rep ' ti a sempre qu e e rc el I av ia o pa cto
de não morr L En rreu n o D rv i sumi e am êrn ,
eo ja te m o not ícia . D çou o om d a mú síca d 'co p In
de Dor • E o oi? N 1 t a rnae dele sa e. ne m e u que sou
sua JT u lh er, ó dtvính o s ó. O ' ) e dizer para nosso filho
fi medida I el .rescer. e ro i tro TO para te. 'r;Í
lIC inda) á or lOr v r? F. Dorvi' 1-O e. : só Iaço es '.
ve . d e P uen a, (r in c ta ma e.s rita . UI I d i, 11;
es o a, co r me us set e o u oito an o. a p rofc: sora é1S ' I til ,

1 0 (, I 7
co C I ~a EV"'R I~ l (

m noSS<L des c n d êncla s ' r do lan ça ~ vida p las ãos


de n o s~oS ~ncestrd is.
Fica mos lenos d e es ra nça ma') n ão . ·o~ d an t de
od: s as r10 5S, di ficu dad _. S~ íamos q ue tinl a mos vári .
q uest õ a en fr nt . A a i r era ~ d if ui ade 1 t -;
L

do r ti ' aL:red it,jt[ io v me c no rala r d a ida ... 1v1· s sem p re


lnven ,UH s a n SLI sob rev ivênda. Entre nós, ainda es av
experi ' IH OmoLa " q Lav ia nasci o n o 11 po certo .
Pa rteira que re tia om SUÇL'550 hi t órlt e seu p Ó r io
nascim ento mo la . Lavla ~c recusa o a e d i X' L I iorr r.
E o m omen to J lo em
• a vída n tlagrou r { -en tre
e DLn idele, o mo le n , a ,\•• que i a dom de f . e r vi r
as :JeSS 3 O m undo. a con nc e ora . todo ri l;1,l"11 d n as-
L

cime n to, <I olbeu a criança de • ml Ic. Uma me n lnt qu


b se va c; . m nh o n melo fi corren te za das .gtla s i nti mas d
sua mi e. E. oda n ós sen i os, no lns a n te em qu A roluwa
na - a, oda n ó ' 5 m imos a I o se contorcer e ossos ve n-
" os ornens ram Jém . i êm se a~. us to u, S Iamo s
q c estáv; r 0$ parir lo em Ó rnesm u ma nova ida . :
foi 1 onít o prim ei o c horo dar ela que .... cro ar' t azer a
ale rla para O I osso povo. O sei in c i gri to, com p ro r~m o
ue nasci vi 'a, acord o 1 t os s, p art i r tal tudo in [.
d ou . To amos I o ~a en e a vida com as c as mãos.
A 'o luw , a le ria d nOSSO povo, 0 111 n ua e n tre nós, ela
v ío n ão com prom . d 5 lv•• fio, ma' tambê nã ve lo
p ara morrer I cruz, ao di go Lu e esse m m d o con r-
l'H ti se con erto u. { yo l i W , alegria de nosso PO V ,
e LI II e, Ba rnldel , a c pe ança , conun uam íerrne an do
o pão no sso e cada ia. E ian do dor v
cuc o ta r-se
nós , er uanto u m 01 o c 10m, o o u ro espia u tempo no-
cu ra ndo a so luçiiO.

1•

Você também pode gostar