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Manual de H.S.

T – Escola Profissional Dom Bosco de Matundo

I. INTRODUÇĂO

Princípios gerais (artigo 146/98)

1. Todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de higiene e


segurança, incumbindo às entidades empregadoras a criação e desenvolvimento de meios
adequados à protecção da sua integridade física e mental e à constante melhoria das
condições de trabalho.

2. As entidades empregadoras devem proporcionar aos seus trabalhadores boas condições


físicas, ambientais e morais de trabalho, informá-los sobre os riscos de seu posto de
trabalho e instrui-los sobre o adequado cumprimento das regras de higiene e segurança no
trabalho.

3. Os trabalhadores devem velar pela sua própria segurança e saúde e de outras pessoas que
podem ver-se afectadas pelos seus actos e omissões no trabalho, assim como devem
colaborar com as suas entidades empregadoras em matéria de higiene e segurança no
trabalho, quer individualmente, quer através de comissões de segurança no trabalho ou de
outras estruturas adequadas.

4. As entidades empregadoras devem adoptar todas as precauções adequadas para garantir


que todos os postos de trabalho assim como seus acessos e saídas sejam seguros e
estejam isentos de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.

5. Sempre que necessário, as entidades empregadoras devem fornecer equipamentos de


protecção e roupa de trabalho apropriados com vista a prevenir os riscos de acidentes ou
efeitos prejudiciais a saúde.

6. As entidades empregadoras e os trabalhadores são obrigados a cumprir pontual e


rigorosamente as normas legais e regulamentares, bem como as directivas instruções das
entidades competentes em matérias de higiene e segurança no trabalho.

MÓDULO I: LEGISLAÇĂO DE SEGURANÇA


1.1 Conceitos de Higiene e Segurança no Trabalho (H.S.T).

A Higiene e Segurança no Trabalho (H.S.T) é na prática uma actividade com o objectivo de


garantir condições de trabalho capazes de manter o nível de saúde dos trabalhadores numa
unidade de trabalho.

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Higiene no trabalho é o combate do ponto de vista não médico, as doenças profissionais,


identificando os factores que podem afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando
eliminar ou reduzir os riscos profissionais.

Segurança no trabalho é o conjunto de medidas que são adoptadas visando minimizar os


acidentes no trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e capacidade do
trabalhador.

Trabalho é toda actividade económica ou por outra actividade de rendimento.

Os protagonistas de uma boa higiene e segurança no trabalho são as empresas e o trabalhador.

Fig. 1: Diferentes actividades Fig.2: Limpeza do posto de trabalho Fig.3: Segurança no trabalho Fig.4: Higiene ambiental

Fig.5: Higiene Individual

1.2 Importância da H.S.T no sector da produção.

***Durante o desempenho das actividades económicas assim como lúdicas, nunca se deve
perder de vista o factor higiene e segurança no trabalho, com o risco de não só afectar apenas o
rendimento da actividade, mas também a saúde humana.

As condições de Higiene e Segurança no Trabalho, constituem um factor importante na


prevenção de riscos profissionais, contribuindo para o aumento da produtividade na empresa e
diminuição dos acidentes de trabalho. Para tal, qualquer que seja a empresa, deve investir na
informação e formação dos trabalhadores em Higiene e Segurança no Trabalho, por forma a
dotar seus trabalhadores de capacidades de prevenção de riscos.
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Fig.6: Danos corporais Fig.7: Danos no equipamento Fig.8: Danos materiais

1.3 Estruturas que tratam de Higiene e Segurança no Trabalho

As estruturas que tratam de Higiene e Segurança no Trabalho podem se dividir em órgãos


nacionais e órgãos a nível da empresa.

A nível nacional temos:

a) Ministério do trabalho – Inspecção do trabalho.


b) Ministério de saúde – Medicina laboral.
c) Ministério do interior – Corpo de salvação pública (profiláctica de incêndios).
d) Empresas de Seguros – EMOSE, Impar e outras.
e) Cruz Vermelha de Moçambique – Socorristas.
f) Instituto Nacional de Segurança Social (I.N.S.S) – pensões vitalícias.
g) Organização dos Trabalhadores Moçambicanos – O.T.M – Central Sindical

A nível da empresa temos:

a) A entidade empregadora
b) Chefes para cada secção.
c) Conselho de produção.
d) Monitor de Higiene e Segurança.
e) Posto de Primeiros Socorros.
f) Representação dos Sindicatos.

1.4 Deveres dos trabalhadores (artigo 16/98)

O trabalhador tem, em especial, os seguintes deveres:

a) Comparecer ao serviço com pontualidade e assiduidade e prestar o trabalho com zelo e


diligência.
b) Respeitar e tratar com correcção e lealdade a entidade empregadora, os superiores
hierárquicos, os companheiros de trabalho e demais pessoas que estejam ou entrem em
relações com a empresa.

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c) Obedecer as ordens legais e instruções da entidade empregadora e dos seus representantes e


cumprir as demais obrigações decorrentes do contrato do trabalho e das normas que o regem.
d) Utilizar correctamente e conservar em boas condições os bens e equipamentos relacionados
com o trabalho que lhe são confiados pela entidade empregadora.
e) Guardar sigilo profissional, não podendo, em caso algum, revelar segredos da actividade da
empresa ou estabelecimento de que tenha conhecimento.
f) Não utilizar para fins pessoais ou alheios ao serviço, sem a devida autorização da entidade
empregadora ou seu representante, os locais, equipamentos, bens, serviços e meios de
trabalho do local de trabalho.
g) Promover ou executar todos os actos tendentes à melhoria da produtividade da empresa ou
estabelecimento.
h) Proteger os bens do local de trabalho e os resultados da produção contra qualquer
danificação, destruição ou perda.

1.5 Deveres das entidades empregadoras (artigo 18/98 )

A entidade empregadora está, em especial, obrigada a:

a) Respeitar, integralmente os direitos e garantias dos trabalhadores e, em geral, cumprir


todas as obrigações decorrentes do contrato de trabalho e das normas que o regem.
b) Garantir a observância das normas de higiene e segurança no trabalho, bem como
investigar as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, adoptando medidas
adequadas à sua prevenção.
c) Respeitar e tratar com correcção e urbanidade o trabalhador.
d) Proporcionar ao trabalhador boas condições físicas morais no local de trabalho.
e) Pagar ao trabalhador uma remuneração justa em função da quantidade e qualidade do
trabalho prestado e atribuir-lhe uma categoria profissional correspondente às funções que
exerce, não lhe diminuindo a remuneração nem qualificando em categoria inferior, salvo
nos casos expressamente previstos na Lei e nos instrumentos de regulamentação
colectiva.
f) Manter inalterado o local e o horário de trabalho do trabalhador, salvo nos casos em que
tais modificações não contrariem o disposto na Lei, nos instrumentos de regulamentação
colectiva e no contrato individual de trabalho.
g) Não prejudicar o trabalhador pelo exercício de cargos sindicais.
h) Não obrigar o trabalhador a adquirir bens ou serviços por ela fornecidos, nem explorar,
com fins lucrativos, refeitórios, cantinas, creches ou quaisquer equipamentos destinados
às actividades dos trabalhadores no âmbito da empresa.

1.5 Direitos dos trabalhadores (artigo 15/98)

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1. Aos trabalhadores é assegurada a igualdade de direitos no trabalho independentemente da


sua origem étnica, língua, raça, sexo, estado civil, idade nos limites fixados por lei,
condição social, ideias religiosas ou políticas e filiação ou não num sindicato.
2. Aos trabalhadores são reconhecidos direitos que não podem ser objecto de qualquer
transacção, renúncia ou limitação.
3. Compete ao Estado assegurar a eficácia dos meios preventivos e coercivos que
inviabilizem e penalizem civil e criminalmente todas as violações dos direitos dos
trabalhadores.
4. Aos trabalhadores é, nomeadamente, reconhecido o direito a:
a) Ter assegurado um posto de trabalho em função das suas capacidades, preparação
técnicoprofissional, necessidades do local de trabalho e possibilidades do
desenvolvimento económico nacional.
b) Ter assegurada a estabilidade do posto de trabalho, desempenhado as suas funções nos
termos do contrato de trabalho e da legislação em vigor.
c) Ser tratado com correcção e respeito, sendo punidos por lei os actos que atentem contra a
sua honra, bom nome, imagem pública, vida privada e dignidade.
d) Ser remunerado em função da quantidade e qualidade do trabalho que presta.
e) Poder concorrer para acesso a categorias superiores, em função da sua qualificação,
experiência, resultados obtidos no trabalho e necessidades do local de trabalho.
f) Ter assegurado o descanso semanal e férias anuais remuneradas.
g) Beneficiar das medidas apropriadas de protecção, segurança e higiene no trabalho e ter
assegurada a sua integridade física e mental.
h) Beneficiar de assistência médica e medicamentosa e de indemnização em casos de
acidentes de trabalho ou doença profissional.
i) Dirigir-se à inspecção do trabalho ou aos órgãos de jurisdição laboral, sempre que se vir
prejudicado nos seus direitos.
j) Associar-se livremente em organizações profissionais ou sindicatos, conforme o previsto
na Constituição da República.
k) Beneficiar das condições adequadas de assistência em caso de incapacidade e na velhice.

MÓDULO II: ACIDENTES NO TRABALHO


2.1 Classificação dos acidentes no trabalho

Acidente é um acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano, estrago,


prejuízo, avaria, ruína, etc.

Situações de riscos: é a probabilidade de ocorrência de um evento provocado de perdas.

Perigo: é o risco sem controle, ou seja, é o grau de probabilidade de perda no sistema;


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Duma forma geral os acidentes classificam em:

a) Acidentes quanto a estrutura sofrida.


b) Acidentes quanto a lesão.
c) Acidentes quanto a forma de acontecimento.
d) Acidentes quanto a incapacidade ocasionada.

2.1.1 Classificação dos acidentes quanto a estrutura sofrida

Quanto a estrutura sofrida os acidentes classificam-se em: acidente de trabalho, acidente limpo,
acidente de trajecto e acidente com terceiros.

2.1.1.1 Acidente de trabalho (artigo 153/98)

1. Acidente de trabalho é aquele que se verifica, por motivo de trabalho e por ocasião da
prestação do mesmo, e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação
funcional ou doença de que resulte a morte ou redução na capacidade de ganho.
2. Consideram-se ainda acidentes de trabalho os que ocorram:
a) Na ida ou regresso do local de trabalho, quando utilizado meio de transporte fornecido pela
entidade empregadora, ou quando o acidente seja consequência de particular perigo do
percurso normal ou de outras circunstâncias que tenham agravado o risco do mesmo
percurso.
b) Antes ou depois da prestação do trabalho, desde que directamente relacionado com a
preparação ou termo dessa prestação.
c) Por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo de trabalho normal, executando, o
trabalhador, ordens ou realizando serviços sob a autoridade da entidade empregadora.

Se a lesão resultante do acidente de trabalho ou doença profissional não for reconhecida


imediatamente, compete à vítima provar que foi consequência dele.

2.1.1.1.1 Descaracterização de acidente de trabalho (artigo 154/98)

***Não se consideram acidentes de trabalho aqueles que:

a) Forem intencionalmente provocados pelo próprio sinistrado.


b) Resultarem quer da negligência do sinistrado, por acto ou omissão de ordens expressas,
recebidas de pessoas a quem estiver profissionalmente subordinado, quer dos actos da
vítima que diminuam as condições de segurança estabelecidas no local de trabalho ou
exigidas pela natureza particular do trabalho.
c) Forem consequência de ofensas voluntárias, excepto se estas tiverem relação imediata com
outro acidente ou a vítima as tiver sofrido devido à natureza das funções que desempenhe.
d) Resultarem de privação do uso da razão do sinistrado, permanente ou ocasional, se a
privação não derivar da própria prestação do trabalho, ou se a entidade empregadora,
conhecendo o estado da vítima consentir na prestação do mesmo.
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e) Proveniente de caso de força maior e que não constituam risco normal da profissão nem se
produzam durante a execução de serviços expressamente ordenados pela entidade
empregadora, em condições de perigo manifesto.

2.1.1.1.2 Período normal de trabalho (artigo 27/98)

1. Considera-se período normal de trabalho o número de horas de trabalho efectivo a que o


trabalhador se obrigou aprestar à entidade empregadora.
2. Considera-se duração efectiva do trabalho no tempo durante o qual o trabalhador presta
serviço efectivo à entidade empregadora ou se encontra à sua disposição.

2.1.1.1.3 Limites do período normal de trabalho (artigo 28/98)***

1. O período normal de trabalho não pode ser superior a quarenta e oito horas por semana e
oito horas por dia.
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, o período normal de trabalho diário pode ser
alargado até nove horas diárias sempre que ao trabalhador seja concedido meio dia de
descanso complementar por semana, além do dia de descanso semanal.
3. Os estabelecimentos que se dediquem a actividades industriais, com excepção dos que
laborem em regime de turnos, podem adoptar o limite de duração do trabalho normal de
quarenta e cinco horas semanais a cumprir em cinco dias da semana.
4. Todos os estabelecimentos, com excepção dos serviços e actividades destinados à satisfação
de necessidades essenciais e inadiáveis da sociedade previstos na lei, bem como os de venda
directa ao público consumidor, podem, por motivos de condicionamento económico ou
outros, adoptar a prática de horário único.
5. As entidades empregadoras devem dar conhecimento dos novos horários de trabalho ao
órgão local da administração do trabalho mais próximo até ao dia quinze do mês posterior
ao da sua adopção, observando as normas definidas na lei e demais legislação em vigor
sobre a matéria.

2.1.1.2 Acidente limpo ou branco

É aquele se produz sem causar lesões físicas, podendo ou não causar prejuízos materiais.

2.1.1.3 Acidente de trajecto

É aquele que acontece na ida ou regresso do local de trabalho, quando utilizado meio de
transporte fornecido pela entidade empregadora, ou quando o acidente seja consequência de
particular perigo do percurso normal ou de outras circunstâncias que tenham agravado o risco do
mesmo percurso.

2.1.1.4 Acidente com terceiros

É aquele que se dá no lugar de trabalho, mas com pessoas alheias a esse local.
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Fig. 9: Acidente de trabalho Fig.10: Acidente limpo Fig. 11: Acidente de trajecto Fig.12: Acidente com terceiros

Fig.13: Negligência

2.1.2 Classificação dos acidentes quanto a lesão

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo,
um corte no dedo, ou grave, como a perda de membro.

Segundo a natureza da lesão os acidentes classificam-se em:

 Fracturas;
 Luxações, entorses e distensões;
 Comoções e outros traumatismos internos;
 Amputações e enucleações;
 Feridas e lesões superficiais;
 Queimaduras, ulcerações pelo calor ou pelo frio;
 Intoxicações e infecções;
 Efeitos de ruído, vibrações e pressão;
 Afogamento e asfixia;
 Efeitos de temperaturas extremas, luz e radiações;
 Lesões múltiplas de naturezas diferentes;
 Outras lesões ou lesões mal definidas.

Fig.14: Ferida ou corte Fig.15: Electrocussão Fig.16: Fractura interna Fig. 17: Fractura externa Fig.18: Intoxicação
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Fig.19: Amputação Fig.20: Desmaio Fig.21: Afogamento Fig.22: Sufocação Fig.23: Queimadura Fig.24: Insolação

Fig.25: Tosse e constipação Fig.26: Morte

2.1.3 Classificação dos acidentes quanto a forma de acontecimento

Segundo a forma como acontecem os acidentes podem ser:

 Queda de pessoas;
 Queda de objectos;
 Choque contra objectos;
 Entaladela num objecto ou entre objectos;
 Esforços excessivos ou movimentos em falso;
 Exposição ou contacto com temperaturas extremas;
 Exposição ou contacto com a corrente eléctrica;
 Exposição ou contacto com substâncias nocivas ou radiações;
 Outras formas de acidentes não classificados noutra parte, incluindo os acidentes não
classificados por falta de dados suficientes.

Fig. 27: Penetração de partículas contundentes Fig.28: Golpe Fig.29: Contacto com a corrente eléctrica Fig.30: Esforços excessivos

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Fig. 31: Pisadura de objectos Fig.32: Pancada Fig.33: Contacto com substâncias nocivas Fig.34: Deslocamento de terra Fig.35: Enrolamento

Fig.36: Choque contra objectos Fig.37: Queda de objectos Fig.38: Desabamento de solo ou edifícios Fig.39: Entalamento Fig.40: Explosão

Fig. 41: Escorregamento Fig. 42: Picada Fig. 43: Incêndio Fig. 44: Queda de pessoa

2.1.4 Classificação dos acidentes quanto a incapacidade ocasionada

Como consequência dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais o trabalhador está
sujeito à invalidez ou incapacidade laboral.

A invalidez laboral é a incapacidade total ou parcial, de um trabalhador exercer as suas tarefas


habituais.

A invalidez laboral classifica-se da seguinte forma:

 Incapacidade laboral temporária é aquela em que o trabalhador fica de baixa por pouco
tempo.
 Invalidez permanente parcial é aquela em que o trabalhador fica diminuído nas suas
capacidades, em mais de 33% na realização das suas tarefas habituais.
 Invalidez permanente total é aquela em que o trabalhador fica incapacitado de realizar as suas
tarefas habituais. Poderá no entanto, realizar outras, de acordo com a sua situação.
 Invalidez permanente absoluta é aquela em que o trabalhador fica totalmente incapacitado
para o trabalho.

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 Grande invalidez é aquela em que o trabalhador além da invalidez permanente absoluta,


precisa de ajuda de outra pessoa para realizar as funções vitais básicas como andar, vestir-se,
comer, etc.

Fig.45: Invalidez Permanente Total

2.2 Causas dos acidentes

***Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se
destacam as falhas humanas e falhas materiais. Vale a pena lembrar que os acidentes não
escolhem hora nem lugar. Quanto aos acidentes de trabalho o que se pode dizer é que grande
parte deles ocorrem porque os trabalhadores se encontram mal preparados ou não utilizam
meios adequados para enfrentar certos riscos.

Analisando as falhas materiais e humanas encontramos oito (8) causas de acidentes no trabalho:

 Falta de satisfação – Fadiga psíquica;


 Falta de conhecimento sobre os riscos de trabalho – Ignorância;
 Falta de equipamento de protecção (EPIs e EPCs);
 Falta de utilização do equipamento de protecção – Negligência;
 Falta de manutenção do equipamento de trabalho;
 Falta de organização no posto de trabalho – Desordem;
 Falta de higiene pessoal e ambiental;
 Falta de saúde – Fadiga física.

Fig.46: Negligência Fig.47: Ignorância Fig.48: Ignorância Fig.49: Má arrumação de combustível Fig.50: Instalações incorrectas de
soldadura oxiacetilénica

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Fig.51: Falta de isolamento Fig.52: Fadiga física Fig.53: Negligência Fig.54: Equipamento inseguro Fig.55: Fala de dispositivo

Fig.56:Equipamento inadequado Fig.57: Brincadeira Fig.58: Ferramenta quebrada Fig.59: Posição insegura Fig. 60: Desordem

Fig.61: Falta de conhecimento Fig.62: Falta de resguardo Fig.63: Falta de óculos protectores Fig.64: Transpasse da carga máxima

Fig.65: Falta de experiência Fig.66: Falta de conhecimento

2.3 Doenças profissionais

2.3.1 Conceito de saúde e doença

A saúde é um estado de perfeito equilíbrio do organismo que se manifesta com o bem estar,
físico, mental e social. Quando tal equilíbrio for perturbado e interrompido por uma causa
qualquer, há doença.

Doença é o estado de desequilíbrio do organismo em uma das suas estruturas ou funções.

Doença profissional é a alteração da saúde gerada pela razão da actividade do trabalhador que
em forma habitual se expõe a factores nocivos que se produzem e estão no ambiente de trabalho
em determinadas profissões ou ocupações.

2.3.2 Causas das doenças

***As causas que determinam o estado de doença chamam-se factores ou agentes causais.
Podemos encontrar os seguintes factores:
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 Agentes físicos: calor, frio, traumatismos, etc.


 Agentes químicos: substâncias químicas várias, venenos, drogas, bebidas alcoólicas,
medicamentos em doze demasiadamente fortes, etc.
 Agentes infecciosos e parasitas: vírus, bactérias, protozoários, micetes, helmintos,
artrópodes, etc.
 Factores carenciais: carências vitamínicas, carências proteico-caloríficas, carências de sais
minerais, etc.
 Factores degenerativos: por desgaste de células, tecidos e órgãos como nas diabetes e no
reumatismo crónico;
 Factores psíquicos: devido à conflitos do indivíduo com o seu meio ambiente, que pode
provocar tanto doenças mentais, como também doenças físicas;
 Factores hereditários: transmitidas hereditariamente nas famílias como, algumas doenças
do sangue (drepanocitose), o albinismo, etc.

2.3.3 Vias de penetração de substâncias tóxicas no nosso organismo

Todas as substâncias tóxicas que se podem encontrar nos ambientes de trabalho, podem ser
absorvidas através de três vias:

 Através da via nasal ou via respiratória – quando respiramos o ar contaminado;


 Através da via cutânea ou da pele – quando as poluições químicas atingem a pele
directamente e penetram na mesma prejudicando os órgãos interiores;
 Através da via digestiva ou da boca – quando comemos alimentos contaminados e
transmitimos tóxicos do trabalho com os dedos à boca ao fumar, etc.

Fig.67:Via digestiva Fig.68: Via nasal Fig.69: Via cutânea

2.3.4 Exemplos de doenças profissionais

Catarata – diminuição ligeira da visão, devido a exposição repetida dos olhos a radiações
ultravioletas e infravermelhos, na soldadura e fundição. Leva a cegueira.

Silicose – doença pulmonar devido a inalação repetida da poeira siliciosa. Tem aparências de
tuberculose.

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Hipoacusia – diminuição ligeira da audição, devido a exposição repetida dos ouvidos ao ruído.
Leva a surdez.

2.4 Conseqüências dos acidentes:

Para o trabalhador: Lesão que podem incapacitá-lo de forma total ou parcial, temporária ou
permanente para o trabalho, podendo levá-lo á morte.

Para a empresa: Perda da mão-de-obra, de material, de tempo e conseqüentemente elevação dos


custos operacionais.

Para a família: Preocupação, compaixão ou incerteza quanto à continuidade normal da vida do


acidentado.

Para a sociedade: Aumenta o número de inválidos e dependentes da providência social, diminui


as receitas de exportação

MÓDULO III: EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO

UNIDADE 1: EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL


3.1 Equipamento de protecção individual (EPI)

Os equipamentos de protecção individuais exigem do trabalhador um sobreesforço no


desempenho das suas funções, quer pelo peso quer pela dificuldade respiratória, quer ainda pelo
desconforto geral que podem provocar.

Devem, portanto, ser usados apenas na impossibilidade de adopção de medidas de ordem geral.

A selecção dos equipamentos (ou dispositivos) de protecção individual (epi) deverá ter em conta:

 Os riscos a que está exposto o trabalhador;


 As condições em que trabalha;
 A parte do corpo a proteger;
 As características do próprio trabalhador.

A caracterização destes pontos será baseada, por um lado, na análise das condições de trabalho e,
por outro, no tratamento de dados estatísticos (tipos e locais predominantes de lesões).

Os EPI devem obedecer aos seguintes requisitos: serem cómodos, robustos, leves, adaptáveis, de
boa protecção e laváveis.

3.1.1Protecção da cabeça

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A cabeça deverá ser adequadamente protegida perante o risco de queda de objectos, pancadas
violentas ou projecção de partículas.

A protecção da cabeça obtém-se mediante o uso de capacetes de protecção, os quais devem


apresentar elevada resistência ao impacto e à penetração.

***A protecção da cabeça contra a projecção de partículas ou líquidos corrosivos pode fazer-se
através de capuzes, que em certos casos asseguram asseguram também a protecção ocular e das
vias respiratórias (respectivamente por meio de uma viseira e de uma máscara acopladas).

Um caso especial de protecção é o do capacete integral utilizado em decapagens com jactos de


areia ou de grenalha de aço.

A protecção da cabeça pode ainda fazer-se através do uso de um barrete de tecido, quando está
em causa a sujidade provocada por poeiras ou risco de projecção de líquidos.

Trabalhos ao sol exigem o uso de chapéu para evitar insolações.

Fig.70: Protectores da cabeça

Fig.71: Trabalhador com capacete Fig.72: Trabalhador com boné

3.1.2 Protecção do cabelo

Ao protegermos a cabeça também protegemos o cabelo, mas há casos especiais, no trabalho de


ferramentas mecânicas, o cabelo comprido deverá ser amarado ou envolvido com lenço ou rede.

Fig.73: Trabalhadora com rede para o cabelo Fig.74: Cabelo desprotegido

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3.1.3 Protecção dos ouvidos

A protecção dos ouvidos deverá ser implementada em locais onde a exposição diária for
susceptível de exceder 80 decibéis (db). Para se prevenir do ruído usamos abafadores
(protectores auriculares), tampões auditivos e capacetes acústicos.

Fig. 75: Protectores dos ouvidos

Fig. 76: Trabalhadora colocando tampão nos ouvidos Fig. 77: Trabalhador com amortecedores de som

3.1.4 Protecção dos olhos

***Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do corpo, onde os acidentes podem
atingir a maior gravidade.

As lesões nos olhos, ocasionadas por acidentes de trabalho, podem ser devidas a diferentes
causas:

 Acções mecânicas – através de poeiras, partículas ou aparas;


 Acções ópticas – através de luz visível (natural ou artificial), invisível (radiação ultravioleta
ou infravermelha) ou ainda raios laser;
 Acções químicas – através de produtos corrosivos (sobretudo ácidos e bases) no estado
sólido, líquido ou gasoso;
 Acções térmicas – devidas a temperaturas extremas.

Os olhos protegem-se com óculos apropriados, cujos vidros deverão resistir ao choque, à
corrosão e às radiações, conforme os casos.

Os óculos de protecção devem ajustar-se correctamente e não devem limitar excessivamente o


campo de visão.

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Os vidros dos óculos de protecção são, fundamentalmente, de dois tipos:

 Vidros de segurança transparentes – contra acções mecânicas. Exemplos: trabalhos de


rebarbagem e esmerilagem.
 Vidros coloridos de efeito filtrante – contra acções ópticas. Exemplos: trabalhos de
soldadura.

Fig. 78: Protectores dos olhos

3.1.5 Protecção da cara

A cara protege-se com viseiras e máscaras apropriadas, cujos vidros deverão resistir ao choque, à
corrosão e às radiações, conforme os casos.

Usamos viseiras para nos proteger de produtos químicos. Por exemplo, na fumigação
anti-malária.

Usamos máscaras para nos proteger de partículas em movimento. Por exemplos na soldadura e
decapagem com areia.

Fig. 79: Protectores da cara

3.1.6 Protecção das vias respiratórias

***A atmosfera dos locais de trabalho encontra-se, contaminada em virtude da existência de


agentes químicos agressivos, tais como gases, vapores, neblinas, fibras, poeiras.

A protecção das vias respiratórias é feita através dos chamados dispositivos de protecção
respiratória que a seguir são detalhados:

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 Aparelhos filtrantes (máscaras de respirar) – só devem ser utilizados quando a concentração


de oxigênio na atmosfera é de, pelo menos, 17% em volume.
 Filtros de gases e vapores – destinam-se à retenção de gases e vapores do ar.
 Filtros físicos ou mecânicos – impõem-se na protecção contra partículas em suspensãono ar
(aerossóis sólidos ou líquidos).
 Filtros mistos (combinação de filtros de gases e vapores e filtros de partículas)- destinam-se
à retenção de part´culas sólidas e/ou líquidas, bem como gases e vapores do ar.
 Aparelhos com fornecimento de ar fresco ou comprimido – utilizam um tubo ou mangueira
de aspiração, estando o seu uso condicionado à possibilidade de fornecimento de ar fresco na
vizinhança do local de trabalho.
 Dispositivos autónomos – São normalmente, utilizados por equipes de auxílio e salvamento,
pois garantem uma autonomia total em relação ao ambiente, permitindo a maior mobilidade
possível dos utilizadores.

1.

3.1.7. Protecção das mãos e dos braços

***Os ferimentos nas mãos constituem o tipo de lesão mais freqüente que ocorre durante os
trabalhos. Daí a necessidade da sua protecção.

Como dispositivos de protecção individual usar-se-ão luvas, dedeiras, mangas ou braçadeiras.


Os materiais utilizados dependem do agente agressor e são, fundamentalmente, os seguintes:

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Fig. 80: Luvas

 Luvas de couro – Tem boa resistência mecânica e razoável resistência térmica. São usadas
em trabalhos como soldadura, martelagem, transporte de materiais secos pesados, etc.
 Luvas de tecido – São utilizadas em trabalhos secos, que não exigem grande resistência
térmica ou mecânica. Dada a sua porosidade e flexibilidade, são, geralmente agradáveis para
o utilizador, permitindo a realização de trabalhos finos.
 Luvas de borracha natural (látex) – São utilizadas em trabalhos húmidos e em presença de
ácidos ou bases, outras especiais são usadas para protecção contra a corrente eléctrica. As
luvas de borracha não se devem usar para protecção contra óleos, gorduras ou solventes.
 Luvas de plásticos – São usadas em geral, para substâncias como óleos, gorduras, solventes,
etc. resistem aos líquidos, gases e, em certos casos, a substâncias radioactivas.
 Luvas de malha metálica – São usadas contra o risco de corte ou ferimentos graves nas mãos
em trabalhos com lâminas afiadas (em talhos ou matadouros). A luva pode ser combinada
com luva de couro ou de tecido para maior comodidade de utilização.
 Não devemos usar colares ou anéis de pulsos durante o trabalho com máquinas.
 Tão pouco deve-se usar colares ou anéis de pulsos no trabalho com electricidade.
 Os cotovelos devem ser protegidos com braçadeiras.
 Em trabalhos de costura manual deve-se proteger o dedo indicador com dedeira.

Fig. 81: Actividades que requerem a protecção das mãos

3.1.8. Protecção dos pés e das pernas

***A protecção dos pés deve ser considerada quando há possibilidade de lesões a partir de
efeitos mecânicos, térmicos, químicos ou eléctricos.

Quando há possibilidade de queda de materiais, deverão ser usados sapatos ou botas (de couro,
borracha ou matéria plástica) revestidos interiormente com biqueiras de aço, eventualmente com
reforço no artelho e no peito do pé. É o caso de certos trabalhos de manutenção e conservação.

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Em certos casos, verifica-se o risco de perfuração da planta dos pés (ex: trabalhos de carpintaria),
devendo, então, ser incorporado uma palmilha de aço no respectivo calçado.

***A sola é um componente muito importante no calçado de protecção. O neopreno, o


poliuretano, e, mais recentemente, o elastômero de acrilonitrilo são os materiais mais utilizados
na sua confecção.

Os trabalhos em meios húmidos ou encharcados obrigam à utilização de botas de borrachas de


cano alto, de preferência com solas antiderrapantes para melhor aderência ao solo.

Para resistir ao calor deve ser utilizado botas de couro ou, em mais graves, fibras sintéticas com
revestimento reflector (aluminizado).

O couro é muito utilizado nas polainas dos soldadores (perneiras), com vista à protecção das
pernas.

Também os joelhos podem ser protegidos, utilizando joelheiras apropriadas.

Fig. 82: Protectores dos membros inferiores

3.1.9. Protecção das outras partes do corpo

***O tronco é protegido através de fato de trabalho, que pode ser confeccionado em diferentes
tecidos.

O vestuário de trabalho deve ser cingido ao corpo para evitar a sua prisão pelos órgãos em
movimento. A gravata ou cachecol constituem, geralmente, uns riscos, devendo, por isso, serem
evitados.

Em certos casos podem ser utilizados aventais contra projecção de líquidos (corrosivos ou não)
ou contra radiações.

Há uma grande variedade de materiais para confecção de vestuário de trabalho, cuja utilização é
condicionada pelo tipo de agente agressor. Assim, temos:

 Fibras naturais (algodão, lã) ou sintéticas (poliéster, poliamidas) – São usadas no vestuário
normal de trabalho. A lã resiste melhor do que o algodão a elevadas temperaturas, podendo

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ambos ser impregnados com substâncias incombustíveis. A sua resistência a produtos


químicos é limitada, sendo preferentemente substituídos por fibras sintéticas. Estas, contudo,
apresentam, geralmente, maior inflamabilidade.
 Fibras poliadímicas (ex: aramid) – são utilizadas em trabalhos sob calor intenso e no combate
a incêndios.
 Na protecção contra óleos e outros produtos químicos serão de preferi materiais plásticos
como o PVC, o neutrino e o polietileno de baixa densidade.
 Na defesa contra as radiações é aconselhável o couro. Cita-se, como exemplo, o caso dos
soldadores, que ficarão igualmente protegidos contra os riscos das queimaduras.
 Quando trabalhamos em lugares altos ou na condução de veículos, devemos usar o cinto de
segurança contra quedas. O cinto de segurança deverá estar fixo num ponto forte da estrutura.
 Não se aconselha trabalhar com ferramentas nos bolsos.

Fig. 83: Protectores do tronco e contra quedas.

Fig. 84: Atitudes incorrectas

UNIDADE 2: EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO COLECTIVA


3.2 Equipamento de protecção colectiva (EPC)

3.2.1. Pontos a proteger em maquinaria

Os principais perigos mecânicos das máquinas estão directamente relacionados com os seus
órgãos móveis, e encontram-se em 3 áreas fulcrais:
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 No ponto de operação: ponto de corte, moldagem, perfuração, estampagem, esmagamento ou


empilhamento de material.
 Mecanismos de transmissão de força: qualquer componente do sistema mecânico que
transmita energia às partes da máquina que executam o trabalho. Exemplos: volantes, polias,
correias, junções, engates, correntes, engrenagens, manivelas, cadeias, etc.
 Outras partes móveis: todas as partes que se movam enquanto a máquina trabalha com
movimento recíproco. Exemplos: movimentos rectilíneos, giratórios, alternados, mecanismos
de alimentação ou partes auxiliares das máquinas.

3.2.2 Principais Causas de Acidentes Devidos à Utilização de Máquinas

***Os acidentes quando ocorrem são, regra geral, imputados ao operador que desempenha a
tarefa. No entanto as suas verdadeiras causas são, na maioria das vezes, originadas por
situações alheias ao trabalhador mais directo, tais como:

 Elementos de protecção em falta, inadequados ou danificados;


 Desenho da máquina incorrecto (está pensado unicamente para o produto final e não para a
utilização por parte do trabalhador);
 Instalação e montagem da máquina precária (movimenta-se, vibra etc.);
 Utilização inadequada da máquina (submeter a máquina a esforços para os quais não está
dimensionada ou utilizá-la para outros fins que não aqueles a que se destina);
 Manutenção da máquina deficiente ou inexistente;
 Ferramentas da máquina em mau estado, inadequadas ou gastas;
 Erros de comando (inexistência de sinalização ou instruções dos comandos da máquina);
 Arranque imprevisto da máquina;
 Impossibilidade de paragem da máquina em condições de segurança (inexistência ou
deficiência de funcionamento dos sistemas de paragem de emergência).

A B C D

E F G H
Fig. 85: Acidentes causados por manejo indevido de maquinas

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3.2.3. Medidas de Prevenção.

 Só devem ser adquiridas e colocadas em funcionamento as máquinas que cumpram os


requisitos mínimos de segurança e saúde;
 Os sistemas de comando das máquinas devem ser bem visíveis, estar claramente
identificados e equipados com um comando à distância (sempre que seja possível),
posicionados e acessíveis fora da zona perigosa da máquina e possuir um sistema de paragem
de emergência acessível e devidamente identificado (este deve completar o comando de
paragem manual);
 A colocação da máquina ou equipamento em funcionamento só deve ser possível por acção
voluntária do operador; uma manobra não intencional nunca deve provocar uma situação
perigosa (o comando de arranque deve estar protegido contra o toque inadvertido)
 A ordem de paragem da máquina tem que ter prioridade sobre a ordem de arranque;
 Os dispositivos de segurança e protecção da máquina devem ser robustos e solidamente
fixos; devem ser concebidos de forma a poderem ser desmontados para que se possa aceder à
zona perigosa ou equipamento sem gerar riscos adicionais; a sua colocação não pode
ocasionar riscos complementares e devem facilitar a observação do ciclo de trabalho
 Os órgãos de transmissão, correias, engrenagens, polias, etc., devem estar devidamente
protegidos ou isolados.
 As zonas das máquinas onde existam riscos mecânicos e onde não haja uma intervenção por
parte do operador devem possuir protecções eficazes (Exemplos: protecções fixas)
 Todas as máquinas devem estar correctamente fixas ou estáveis no pavimento
 Todas as máquinas devem ser mantidas num perfeito estado de conservação, limpas e oleadas
 A máquina dever ser manipulada sem distrações e de acordo com as regras de segurança
estabelecidas
 A iluminação dos locais de trabalho e de manutenção deve ser suficiente e em função das
exigências da tarefa;
 Devem existir dispositivos de alerta que devem ser facilmente percebidos (se sonoros,
devem-se sobrepor ao ruído da máquina e ambiente) e a sua interpretação deve ser imediata e
sem ambigüidade;
 Todas as zonas perigosas das máquinas devem estar devidamente sinalizadas e identificadas;
 As máquinas devem ser alvo de manutenções periódicas no sentido de se verificar o seu
funcionamento seguro, e de inspecções adicionais sempre que sejam feitas alterações na
máquina, haja um acidente ou por falta de uso prolongado;
 A manutenção da máquina dever ser feita de preferência com o equipamento parado; sempre
que tal não seja possível devem ser tomadas medidas de prevenção em conformidade com a
situação;
 Todos os trabalhadores que tenham de operar uma máquina devem receber formação
adequada, que deve abordar os riscos a que estão expostos, as zonas perigosas da máquina e
as condições seguras de operar a máquina;

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1 2 3 4

5 6 7 8

9 10 11 12
Fig. 86: Dispositivos de segurança usados em maquinas:
1: Fechar o interruptor com chave durante a reparação de maquinas.
2: Cabines de soldadura de cortinas de amianto.
3: Cuidar o cabelo através do lenço durante as operações com maquinas.
4: Proteger as correias com resguardos fixos.
5: Proteger as engrenagens através de caixas protectoras.
6: Proteger a zona de corte com anteparo móvel.
7: Prevenir-se dos gases de soldadura através de exaustor industrial.
8: Prevenir-se dos gases de soldadura através de exaustor uniposto.
9: Colocar um letreiro no interruptor da maquina em reparação com o texto NÃO LIGAR.
10: Dispositivos de segurança da maquina esmeriladora (1 Blindagem de vidro, 2 Saco de aparas, 3 Caixa de
protecção, 4 Suporte para a peça a trabalhar, 5 Ajustador da blindagem ).
11: Mecânico reparando uma maquina assegurar de que alguém não possa ligar inesperadamente a maquina.
12: Anteparo de vidro

3.2.4. Operações de Manutenção

Devem realizar-se em condições de segurança adequadas:

 Parar, sempre que seja possível, a máquina;

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 Sinalizar com avisos de proibição de colocação em funcionamento todas as máquinas


avariadas ou cujo funcionamento seja perigoso;
 Para evitar a colocação em funcionamento acidental de máquinas em manutenção deve-se
bloquear o interruptor principal de accionamento da máquina ou desligar e bloquear no
quadro a alimentação eléctrica da máquina (por exemplo, com cadeado);
 Todos os equipamentos desligados devem estar devidamente identificados, utilizando para tal
procedimentos de segurança: lock-out (desligar e bloquear o arranque da máquina) e tag-out
(aviso de máquina em manutenção).

3.2.5 Tipos de equipamento de protecção colectiva ou dispositivos de segurança das


maquinas.

*** Os principais riscos mecânicos a que estão expostos os trabalhadores de máquinas são:

 Entalamento, enrolamento, arrastamento, aprisionamento;


 Corte, corte por cisalhamento;
 Golpe ou decepamento;
 Esmagamento;
 Choque ou impacto;
 Abrasão ou fricção;
 Ejecção de fluidos e elevada pressão;
 Projecção de objectos;
 Perda de estabilidade;
 Perfuração, picadela;

Os dispositivos de segurança das máquinas ou equipamento de protecção colectiva EPC


classificam-se em três grupos:

 Dispositivos de segurança fixos – Não são coordenados com acções da máquina. São os
melhores dispositivos de segurança. Podem ser: resguardos fixos (protectores feitos de chapa,
grade, rede ou madeira); anteparo, blindagem de vidro, caixas de aço, tubos de aço, etc.
 Dispositivos de segurança sincronizados – São coordenados com os movimentos da máquina.
O objectivo é impedir que o trabalhador chegue perto da ferramenta mecânica com as mãos.
 Dispositivos de segurança automáticos – São coordenados com os movimentos das
máquinas, mas não podem fazer parar a máquina. Só levam as mãos, os braços e todo o corpo
fora da zona dos riscos.

UNIDADE 3: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA


3.3. Sinalização de segurança

***No interior e exterior das instalações da empresa, devem existir formas de aviso e
informação rápida, que possam auxiliar os elementos da empresa a actuar em conformidade
com os procedimentos de segurança.

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Com este objectivo, existe um conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para
garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações
laborais que podem ocorrer no interior de uma empresa ou em lugares públicos.

Os sinais de segurança dividem-se em: Sinalização de perigo; Sinalização de proibição;


Sinalização de obrigação e Sinalização de emergência.

3.3.1. Sinalização de perigoINALIZAERIGO

Os sinais inseridos nesta categoria visam advertir para uma situação, objecto ou acção
susceptível de originar dano ou lesão pessoal e/ou nas instalações.

Os sinais de Perigo devem possuir as seguintes características:

 Forma triangular;

 Pictograma negro sobre fundo amarelo, margem negra (a cor amarela deve cobrir pelo menos
50% da superfície da placa).
 Alguns destes sinais podem estar presentes em rótulos de substâncias e/ou produtos,

Perigo – Subatâncias Perigo - Substâncias Perigo - Substâncias


Inflamáveis Explosivas Perigo - Substâncias Perigo - Substâncias
Tóxicas
corrosivas radiotivas

Perigo - Substâncias
Perigo - Cargas
Nocivas ou Irritantes Perigo – Veículos Perigo de Electrocussão Perigos Vários
Suspensas
de Movimentação de
Cargas.

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Perigo – Forte campo


Perigo –
Perigo – Raios Perigo – Radiaçoes electromagnetico Perigo – Radiaçoes
Substancias
Lazer nao ionizantes nao ionizantes
comburentes

Perigo – Queda co Perigo – Baixas Perigo – Risco


Perigo – temperaturas
desnivel biologico
Tropeçamento

3.3.2 Sinalização de proibição

Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados
em instalações, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. Tem forma circular, o
contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.

Proibido apagar Proibido a entrada


Proibido atravessar
Proibido fumar Proibido fazer lume com agua de pessoas
estranhas

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Proibido beber agua Proibido tocar


Proibido atravessar Proibido lavar as
veiculos maos

3.3.3. Sinalização de obrigação

Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no sinal. São


utilizados em instalações, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. tem forma
circular, fundo azul e pictograma a branco.

Obrigaçoes varias Obrigatorio Obrigatorio Obrigatorio


proteger os pes. Obrigatorio
proteger os olhos. proteger os ouvidos. proteger a via
respiratoria

Obrigatorio Obrigatorio Obrigatorio Passagem


Obrigatorio proteger o corpo. proteger a cara proteger a cabeça obrigatoria de peoes
proteger as maos.

Obrigatorio
proteger-se contra
quedas

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3.3.4. Sinalização de emergência ou sinais de salavamento

Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no sinal. São


utilizados em instalações, acessos e equipamentos, etc. Tem forma retangular, fundo verde e
pictograma a branco.

Maca Telefone de Banho de


Primeiros socorros
salvamento emergencia
Lavagem de
emergencia dos
olhos.

Direcçao de evacuaçao
Saida de
emergencia

3.3.5. Sinalização de incêndios


Fornecem informações sobre onde localizar os aparelhos de combates aos incêndios de acordo com o pictograma
inserido no sinal. São utilizados nas paredes das instalações e acessos. Tem forma retangular, fundo vermelho e
pictograma a branco.

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Botao de alarme
Telefone a utilizar
Extintor em casos de
Escada
Agulheta de incendio
incendio

Direcçao a seguir
Dispositivo de
aviso de incendio

3.3.5. Sinalização de obstáculos ou locais perigosos


Fornecem informações sobre áreas perigosas ou obstruídas. Tem forma de fitas pintadas amarelo e preto ou
vermelho e branco.

MÓDULO IV: MANUSEAMENTO DE CARGAS

UNIDADE 1: MANUSEAMENTO MANUAL DE CARGAS

Lição n˚1: Princípios da ergonomia

Estudos sobre o homem nos seus ambientes de trabalho se designam por ergonomia. A
ergonomia compreende questões ligadas com os métodos correctos de trabalhos e movimentos
do nosso corpo no trabalho.

O manuseamento de cargas compreende a movimentação ou deslocamento voluntario de cargas


nas operações de fundamentais de elevação, transporte e descarga. O manuseamento representa
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em algumas empresas cerca de 85% do tempo total da produção, aumentando assim os custos de
produção e responsável por muitos acidentes.

No manuseamento e transporte manuais devemos atender a posição correcta da execução do


trabalho. Ha posições e movimentos do corpo que são mais fatigantes e arriscados do que outros.
Especialmente devemos conhecer os riscos da coluna vertebral. O esforço do trabalho dera ser
exercido sobre os músculos das pernas, permanecendo o tronco direito. É necessário coordenar o
levantamento entre dois ou mais trabalhadores tem que levantar e largar a carga
simultaneamente.

Localização das patologias no organismo humano de acordo com as diferentes posturas


inadequadas adoptadas:

Postura Localização da Patologia


Em pé Pés e pernas (varizes)
Sentado sem apoio da coluna Músculos extensores das costas
Assento alto Parte inferior das pernas (gémeos), joelhos e pés
Assento baixo Coluna vertebral e pescoço
Braços muito esticados Ombros e braços
Pegas inadequadas nas ferramentas e objectos Antebraços e mãos
Quadro 1: Localização das patologias no organismo.

Fig. 1: Regras de como levantar uma carga. Fig. 2: Regras de como levantar uma carga em equipa.

Fig. 3: Regras de como levar uma carga.

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Fig. 4: Regras de uso da pá. Fig. 5: Regras de uso do carrinho de mão.

Fig. 6: Regras de trabalho sentado. Fig. 7: Regras de trabalhos de pé.

Lição n˚2: Cargas máximas permitidas.

Para trabalhos acidentais a carga máxima para as mulheres seria de 27 kg e quando em esforço
médio regular seria de 15 kg. Durante a gravidez e até 3 meses após o parto o transporte regular
de cargas desce para 10 kg.

Os valores limites para a elevação e transporte manual de cargas depende de seguntes


parâmetros: idade; sexo; duração da tarefa; frequência do movimento de elevação e transporte;
capacidade física do trabalhador.

O quadro seguinte permite obter aqueles valores com base uma combinação dos parâmetros
indicados.

Frequência de elevação e/ou transporte Homens Mulheres


manual (Em % de 8 horas) Capacidade física Capacidade física
Elevada Média Baixa Elevada Média Baixa
0 - 17 50 40 30 30 20 15
18 – 54 32 25 18 16 12 9
55 – 82 20 14 9 9 6 4
83 - 100 10 6 3 5 3 1
Quadro 2: Valores limite em kg para a elevação e transporte manual de cargas para indivíduops entre 20 – 45 anos.

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Estes valores devem reduzir-se de cerca de 40% para jovens com idade inferior a 15 anos e
homens com idade superior a 60 anos.

Para o transporte em percursos com coomprimento superior a 2 metros devem reduzir-se os


valores em questão de:

 20% para percursos de 2 – 10 m.


 40% para percursos de 10 – 25 m.
 60% para percursos superiores a 25 m.

A capacidade física varia, obviamente , com a idade, aumentando a partir da infância e atingindo
o valor máximo entre os 25 e os 30 anos. A partir dessa altura os ossos começam a tornar-se mais
frágeis, os tecidos perdem elasticidade e os músculos enfraquecem. Inicia-se, então , um
processo de calcificação das paredes e dos vasos sanguíneos. Como resulatdo destas
transformações a fadiga surge cedo, aquando de um trabalho pesado ou de uma postura mais
gravosa, e a capacidade de recuperação é reduzida.

Aumenta a probabilidade de ocorrência de doenças do coração e do sistema circulat´´orio e das


lesões musculares (distenções, hérnias, etc).

Lição n˚3: Material complementar de leitura

Regras de boas práticas para melhorar a atitude postural (aspectos gerais):

 Fortalecimento da musculatura abdominal e dorsal através do exercício físico;


 Exercícios posturais;
 Adequação do peso atendendo ao índice de massa corporal recomendado para os diferentes
indivíduos;
 Formação e informação dos trabalhadores relativamente à movimentação manual de cargas e
tipos de movimentos adequados ao seu trabalho;
 Se necessário utilizar acessórios, como por exemplo, uma cinta de protecção lombar.

Regras de boas práticas para melhorar e corrigir determinadas posturas (diferentes partes do
corpo):

 Pés: são os principais responsáveis pela locomoção e equilíbrio do nosso organismo. Deve
procurar-se uma boa base de forma a obter-se o equilíbrio e consequentemente maior
segurança e firmeza na postura do corpo. Os trabalhadores (se possível) devem procurar
alternar entre as posições de sentados e de pé. Quando o tipo de trabalho obrigar à
permanência da posição de pé durante muito tempo, o ideal é variar a sustentação do peso
entre os dois pés, mas não de forma prolongada, para evitar fadiga e tensão. Não se deve
colocar o peso apenas sobre os calcanhares ou sobre os dedos.
 Pernas: são muito importantes para a ajudar a fixar e sustentar o corpo. As pernas nunca
sofrem um relaxamento completo. No entanto, elas devem ficar flexíveis, nunca
completamente “rígidas”, de modo a estarem constantemente prontas para o movimento. Não
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se deve apoiar todo o peso do corpo somente numa perna, pois haverá uma forte tendência
para o desequilíbrio. Para ajudar a resolver a tensão nas pernas e pés, podem-se fazer alguns
exercícios, como por exemplo, pequenos alongamentos nesta região.
 Quadris: devem estar equilibrados, evitando que um lado esteja mais elevado que o outro.
Porém, uma leve alternância ou movimentação ajuda a relaxar esta região, pois não é
desejável que esteja completamente rígida e estática.
 Abdómen: o abdómen deverá encontrar-se numa posição neutra (não deve estar
exageradamente projectado para dentro ou para fora). Devem-se evitar tensões excessivas
neste local, pois a musculatura desta região é de extrema importância para controlar a
respiração - imprescindível para o bom desempenho das tarefas.
 Costas: os trabalhadores deverão manter a coluna direita de forma não muito rígida
favorecendo a sua saúde e bom desempenho da estrutura óssea, tendões e articulações. A
manutenção de coluna numa posição vertical melhora ainda as condições da expansão do
tórax, e consequentemente, auxilia todo o processo de respiração. Independentemente do tipo
de actividades que são desenvolvidas, as costas devem permanecer equilibradas, sem
inclinações exageradas.
 Tórax: deve procurar-se manter o tórax numa posição relaxada, evitando-se assim, qualquer
contracção muscular excessiva de modo para facilitar a respiração e os movimentos
cardíacos.
 Ombros: os ombros devem estar descontraídos, isentos de fontes de tensão. Qualquer rigidez
nesta região pode comprometer a acção dos músculos do tórax e pescoço, interferindo
directamente na coluna e consequentemente na capacidade de movimentos do trabalhador.
Os ombros deverão encontrar-se numa posição neutra (nem voltados para frente, nem para
trás, nem para baixo e muito menos para cima). A rigidez local pode comprometer toda a
postura e provocar alguns distúrbios. Para se evitarem algumas lesões (especialmente quando
o trabalho envolve posturas estáticas) devem ser feitos alguns exercícios de relaxamento para
os ombros e coluna.
 Braços e Mãos: devem estar caídos livremente ao longo do corpo ou sobre a bancada de
trabalho (consoante o tipo de actividade) de forma natural e relaxada; deverão estar tão livres
quanto possível. Devem ser evitados movimentos desnecessários, como por exemplo: colocar
os braços atrás das costas, ou ainda movimentar as mãos torcendo-as. Este tipo de
movimentos causa uma grande tensão nos braços e no tórax acabando por interferir na acção
dos restantes músculos do corpo. Deve-se ter sempre o cuidado, de manter os ombros e
braços relaxados, para evitar tensões no pescoço e cabeça.

Na realidade, as mãos são essenciais em quase todos os tipos de trabalho. Desta forma há que ter
em conta ainda as seguintes recomendações:

 Reduzir ao máximo a distância entre a tarefa e o tronco do trabalhador;

 Remover obstáculos existentes na bancada/posto de trabalho que possam impossibilitar o


movimento normal das mãos dos trabalhadores no decorrer das diferentes tarefas;

 Colocar sempre os utensílios e ferramentas de trabalho numa posição bem acessível para os
trabalhadores de modo a evitar movimentos bruscos quando for necessário alcançá-los;

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 Disponibilizar aos trabalhadores ferramentas/utensílios ergonómicos e versáteis.

 Cabeça: deve estar centrada e em posição de equilíbrio (relativamente aos ombros e coluna).
O olhar do trabalhador deve fixar-se na direcção da tarefa que está a executar, e o queixo
deve estar em ângulo recto com a cabeça. Quando as pessoas “enterram” a cabeça no tórax
ou alongam o pescoço para cima, dificultam os movimentos da nuca e pescoço, causando
naturalmente tensões que se podem transmitir à coluna.

Patologias comuns derivadas de esforços repetitivos


Os problemas músculo-esqueléticos que originam os movimentos repetitivos afectam com mais
frequência os membros superiores.
As patologias mais frequentes são as seguintes:

 O síndrome do canal do Carpo:

Em geral, as pessoas atingidas por esta patologia sentem dor nos punhos, na mão e sensação de
formigueiro nos dedos, principalmente durante a execução de algumas actividades manuais.
Outro sintoma característico é acordar a meio da noite com formigueiro na mão. Isto, porque não
se repetiu a postura de flexão do punho durante o período de sono. Além disto, a falta de
movimentação dos dedos, pode formar edema, isto é, a acumulação de líquido dentro do canal
que vai aumentar a compressão do nervo.
Causas possíveis de compressão do nervo mediano no canal do carpo:
 Inflamação ou edema nos tendões e bainhas tendinosas no canal do carpo;
 Retenção de líquido;
 Lesões por esmagamento;
 Edema na mão e antebraço;
 Alargamento do nervo mediano;
 Condições sistémicas (ex. gravidez);
 Fracturas e luxação ao nível do punho;
 Artrite reumatóide;
 Alargamento do nervo mediano.
 Tendinite, tenossinovite
 Inflamação de um tendão (tendinite) e da sua bainha (tenossinovite). Esta patologia é
frequente em trabalhadores que realizam frequentemente trabalhos manuais. Surge nos
ombros, joelhos e cotovelos, pulsos, polegares e tendão de Aquiles. Provoca uma contractura
muscular muito dolorosa e incapacidade funcional.

 Tendinites várias (inflamação de tendões – que muitas vezes provocam muitas dores e
chegam a impedir os movimentos). Os factores de risco que é necessário ter em conta
relativamente aos esforços repetitivos são: a manutenção de posturas inadequadas
(especialmente no respeitante à coluna e ombros); a aplicação de força manual excessiva;
ciclos de trabalho muito longos e repetitivos (em termos de tarefas que são executadas) que

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originam consequentemente movimentos rápidos de pequenos grupos musculares e tempos


de descanso insuficientes.

 Síndrome de Quervain - Afecção caracterizada pelo espessamento fibroso da bainha dos


tendões longo abdutor e curto extensor do polegar, à sua passagem sobre a apófise estiloideia
radial, que se traduz clinicamente por tumefacção ao nível desta apófise e dores exacerbadas
aos movimentos.

 Epicondilite - Inflamação do epicôndilo ou dos tendões musculares que nele se inserem,


caracterizada por uma dor muito localizada à pressão (epicondialgia), que por vezes se
propaga ao longo do bordo radial do antebraço e é desencadeada pelos movimentos de
extensão e de supinação.
 Bursite - Inflamação das bolsas serosas que existem nas articulações do nosso corpo.
As nossas articulações possuem pequenas bolsas serosas para diminuir o atrito causado nos
movimento. Porém, se solicitadas inadequadamente, ou constantemente, poderá ocorrer um
processo inflamatório nas mesmas. A mais comum é a inflamação do ombro: bursite do
ombro. A bursite pode tornar-se mais dolorosa, conforme o problema se agrava. A dor é
sempre sentida na mesma região, sempre que a bolsa é fortemente contraída.
 Síndrome do radial - Este síndrome atinge o nervo radial na extensão do braço até ao
cotovelo. Os trabalhadores mais afectados por esta patologia são aqueles que pegam em
pesos mais elevados.
 Osteonecroses - Esta patologia é caracterizada por falência do osso devido a um
microtraumatismo. Ficam particularmente sujeitas a esta doença os trabalhadores sujeitos a
vibrações provocadas por algumas ferramentas.

Regras de boas práticas para prevenir lesões provocadas por esforços repetitivos

 Investigar as causas prováveis que originam as LER nos locais de trabalho, tais como queixas
frequentes de dores por parte dos trabalhadores, trabalhos que exigem movimentos
repetitivos ou aplicação de grande força manual nas tarefas.
 Envolvimento e participação directa da administração das empresas, no intuito de estabelecer
um programa de prevenção das LER.
 Dar formação e sensibilizar os trabalhadores, incluindo a administração, sobre as LER para
que cada um, em particular, possa tornar-se consciente dos riscos a que está exposto.
 Recolher dados, analisando directamente os postos de trabalho, para identificar as situações
mais críticas, incluindo a análise de estatísticas médicas da ocorrência de problemas relativos
a sintomas característicos de LER.
 Desenvolvimento de um programa de acompanhamento médico periódico, de forma a poder
detectar e tratar precocemente, e num estádio inicial, as patologias relacionadas com LER.
Desta forma, evita-se ou pelo menos diminui-se o agravamento da patologia e a consequente
incapacidade para o trabalho.
 Planear e conceber novos postos de trabalho, estabelecendo novas funções, operações e
processos, de forma a evitar condições de trabalho que exponham os trabalhadores ao risco
de desrespeito pelos princípios ergonómicos devido aos esforços repetitivos.
 Ter em consideração o desenho ergonómico do posto de trabalho. Adaptar o mobiliário
(mesa, cadeiras, estantes, armários etc.) a uma distância de fácil alcance e que permita um
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fácil manuseamento aos trabalhadores. Os materiais utilizados (objectos e ferramentas)


devem ser adequados às características individuais de cada trabalhador (altura, peso, idade,
etc.), permitindo assim a realização do trabalho com comodidade e sem necessidade de
realizar esforços repetitivos.
 Possibilitar a realização das tarefas evitando posturas incorrectas (e consequentemente
incómodas para o corpo). Em trabalhos de escritório, deve procurar-se manter as mãos
alinhadas com o antebraço, assim como, manter coluna numa posição recta e os ombros em
posição de repouso.
 Devem ser evitados os esforços prolongados e a aplicação de “forças” manuais excessivas,
sobretudo em movimentos que obriguem à compressão de objectos, extensão e rotação.
 Nos mais diversos trabalhos, devem ser utilizadas ferramentas manuais com um desenho
ergonómico, para que, quando utilizadas permitam que o pulso permaneça em posição recta
relativamente ao antebraço.
 Quando se manuseiam ferramentas que requeiram esforços manuais contínuos, como por
exemplo, os alicates ou martelos, é preferível distribuir a força de actuação pelos vários
dedos. Adicionalmente, as ferramentas deverão ser concebidas de modo a permitir o uso
alternativo das duas mãos.
 Deve-se tentar reduzir sempre ao mínimo a força aplicada em certas tarefas (ex. carpintarias,
restauração, indústria têxtil, etc.). Para o efeito, devem ser mantidas devidamente afiadas e
em bom estado de conservação, as ferramentas, facas e outros objectos cortantes.
 Para cada tarefa em particular, devem ser sempre utilizadas ferramentas adequadas. Estas
devem ser conservadas em boas condições (isentas de defeitos) e substituídas sempre que se
justifique. Não se deve permitir que haja necessidade de empregar esforços adicionais para
compensar eventuais defeitos das ferramentas.
 Sempre que se justificar, utilizar luvas de protecção adequadas ao tipo de trabalho a que se
destinam. As luvas não devem diminuir a sensibilidade táctil do trabalhador pois há o risco
de se aplicar força em demasia ou por defeito.
 Devem evitar-se as tarefas repetitivas. Para o efeito, deve programar-se o trabalho de modo a
permitir, por exemplo, pausas para os trabalhadores ou a rotatividade dos mesmos pelos
diversos postos de trabalho. Deve evitar-se também a repetição do mesmo movimento
durante mais de 50 por cento da duração do ciclo de trabalho.

Nota: entende-se por ciclo de trabalho “a sucessão de operações necessárias para executar uma
determinada tarefa ou obter uma unidade de produção”.

 Vigiar a saúde dos trabalhadores efectuando exames médicos periódicos que facilitem a
detecção de possíveis lesões músculo-esqueléticas e possam adicionalmente controlar
factores extra-laborais que possam interferir no trabalho.
 Estabelecer pausas periódicas que permitam recuperar fisicamente e descansar mentalmente
(quando o trabalho é muito monótono e repetitivo). Favorecer a alternância de tarefas para
conseguir que se utilizem diferentes grupos musculares e, ao mesmo tempo, se diminua a
monotonia no trabalho.
 Dar formação e informação aos trabalhadores sobre relativamente aos movimentos
repetitivos e estabelecer programas de formação periódicos que permitam trabalhar sem
perdas de segurança e saúde.

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UNIDADE 2: MANUSEAMENTO MECÂNICO DE CARGAS


Lição n˚4: Aparelhos de funcionamento contínuo

Os aparelhos ou máquinas trasnsportadoras podem agrupar-se em dois grandes tipos:

a) Aparelhos de funcionamento contínuo, que asseguram uma circulação permanente ou quase


permanente dos materiais transportados;
b) Aparelhos de funcionamento descontínuo ou alternado, que têm dois cíclos de funcionamento –
ida com a carga volta em vazio.

4.1.Telas ou correias transportadoras

Consistem nma tela geralamente em borracha artificial (neopreno), cujo movimento, produzido
através de um motor eléctrico, é conduzido por tambores cilíndricos. Apresentam uma serie de
riscos que podem ser controlados atrves de medidas preventivas:

 Devem ser previstos sistemas de paragem de emergência em intervalos que não excedam oito
metros.
 As polias nas extremidades da correia devem ser protegidas ppara impedir um eventual
esmagamento de dedos,
 A passagem de pessoas de um lado para o outro por cima das telas transportadoras devem ser
feita através de passadiços fixos ou amovíveis, com guardas.
 As operações de conservação tais como lubrificação e reparações, devem ser feitas com o
motor desligado.

Fig. 8: Transporte por meio de rolos.

4.2.Transportadores por gravidade (ou plano inclinado)

Este tipo de transportadores depende, exclusivamente, da força gravitacional, sendo o isco de


acidente caracterizado pelo eventual esmagamento do operário pela carga.

Como medidas de prevenção de acidentes citamos:

 O transportador deve estar equipado com dspositivos mecânicos ou electricos que impeçam a
introdução das mãos nas áreas de perigo.
 Qualquer bloqueio no transportador nunca deve ser superado fazendo uso das mãos, mas sim
mediante a utilização de varas especiais.
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4.3.Transportadres ou elevadores de copos ou cestas.

São, fundamenttalmente, constituídos por uma roda circular, que tem no seu perímetro exterior e
a toda a volta, copos ou cestas suspensos num eixo, podendo nele serem fixos ou móveis.

Nestes transportadores devem observar-se os mesmos cuidados que nos transportadores de tela.

Sempre que possível todo o mecanismo deverá ser blindado e, se o não for, ao nível e nas
passagens de pavimento deverá existir uma grade ou vedação que impeça a aproximação de
pessoas.

4.4.Transportadores aéreos em cadeia ou em torno do seu eixo. Devem ser


por trolleys cuidadosamente cobertos com blindagens
robustas e bem fixadas, sobretudo quando
São utilizados, por exemplo, nas fabricas de estes transportadores ficam ao nível do solo.
automóveis. Os materiais ou objectos
transportados em cadeia aérea ao longo de
um cabo são suspensos por uma série de Lição n˚5: Aparelhos de funcionamento
ganchos dispositivos na cadeia em intervalos descontínuo
regulares.
5.1.Gruas, guindastes e pontes rolantes.
Os objectos devem circular a uma altura
suficientemente elevada, de modo a não
atingirem pessoas no seu deslocamento.

Fig. 10: Grua e Guindaste.

São muito utilizados em portos, na


construção civil e na indústria
metalomecânica.

Fig. 9: Transportador aéreo. Os factores gerais de segurança basiam-se,


essencialmente, na sua capacidade de carga
e estado dos seus componentes, tais como
4.5.Transportadores de parafuso sem fim cabos, estropos, roladans, ganchos, tec.
(parafuso de Arquimedes) assim:
São constituídos por parafusos que
produzem a movimentação da carga, girando
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 Todos os apaelhos deverão ter bem Fig. 12: Manutenção dos ganchos.
visível a indicação da carga máxima
 O responsável pela manobra de um
admissível,
guindaste, de uma grua ou de uma ponte
rolante deve ser compreendido por todo
pessoal interveniente. Existe um código
de sinais para esse efeito,

Este tipo de sinalização visa transmitir um


conjunto de informação entre dois
intervenientes (Emissor e receptor). É
frequentemente utilizado na movimentação
Fig. 11: Transpasse da carga máxima admissível.
equipamentos e/ou produtos.
 O ângulo de suspensão das cargas deve Estes sinais transmitem informação
essencialmente relacionada com:
ser o menor possível. Quantto menor for Movimentos verticais e Movimentos
esse ângulo, maior será a carga horizontais.
admissível a elevar,
 Os estropos (cabos de suspensão) têm
grande importância na segurança das a) INÍCIO - Antes de iniciar qualquer
cargas, devendo o seu diâmetro, sua transmissão deve-se proceder ao início
constituição e o seu grau de uso merecer do processo. O início do processo é
efectuado com ambos os braços abertos
a maior atenção,
horizontalmente com as palmas das
mãos voltadas para a frente.

Fig. 12: Manutenção dos cabos.


b) STOP - A informação de paragem, é
efectuada com o braço direito levantado
 Os ganchos de suspensão devem estar e palma da mão voltada para a frente.
protegidos por fechos de segurança a fim
de impedir o despreendimento dos cabos
e conseqüente embate com obstáculos,

c) FIM DAS OPERAÇÕES - Quando se


pretende dar por concluído todo o processo,
o indivíduo deve juntar as mãos ao nível do
peito

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movimentos lentos em direcção ao


corpo.

d) SUBIR - Braço direito estendido para


cima com a palma da mão virada para a
frente descrevendo, lentamente, um h) RECUAR HORIZONTALMENTE -
círculo Ambos os braços devem estar dobrados
com as palmas das mãos voltadas para
fora. Os antebraços vão descrevendo
movimentos lentos de afastamento do
corpo.

e) DESCER - Braço direito estendido para


baixo com a palma da mão virada para a
dentro descrevendo, lentamente, um
círculo.

i) MOVIMENTAR PARA A DIREITA -


O Braço direito deverá estar estendido
horizontalmente. A palma da mão direita
voltada para baixo, fazendo pequenos
movimentos lentos na direcção
f) DISTÂNCIA VERTICAL - Mãos pretendida.
sobrepostas, de modo a indicar a
distância.

j) PARA A ESQUERDA - O Braço


esquerdo deverá estar estendido
horizontalmente. A palma da mão direita
g) AVANÇAR HORIZONTALMENTE -
voltada para baixo, fazendo pequenos
Ambos os braços devem estar dobrados
movimento lentos na direcção
com as palmas das mãos voltadas para
pretendida.
dentro. Os antebraços vão descrevendo

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k) DISTÂNCIA HORIZONTAL - Mãos


alinhadas, horizontalmente, de modo a
indicar a distância.
Fig. 13: É perigoso passar ou estacionar debaixo de
cargas suspensas.

 Os dispositivos de proteção individual,


tais como luvas, capacete e botas de
biqueira de aço, devem, em principio,
ser utilizados.
l) PERIGO - Ambos os braços devem
permanecer estendidos para cima com as
5.2.Macacos hidráulicos e mecânicos
palmas das mãos voltadas para a frente.
São dispositivos que servem para erguer
cargas sobre eles colocadas, por exemplo,
nas oficinas de reparação de automóveis,
sendo dotados de comando hidráulico (por
óleo) ou com funcionamento mecânico
(macacos mecânicos) usados em simples
m) MOVIMENTO RÁPIDO - Os gestos mudança de pneus.
devem ser codificados entre os
elementos, devendo ser efectuados com
rapidez.
n) MOVIMENTO LENTO - Os gestos
devem ser codificados entre os
elementos, devendo ser efectuados
lentamente.

 Nunca se deve passar ou estacionar Fig. 14: Macaco hidráulico e mecânico.


debaixo de cargas suspensas,
5.3.Empilhadores

São dos dispositivos mecânicos de


manuseamento mais freqüentes na indústria.
Quanto à energia utilizada, podem ser de
dois tipos:

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a) Com motor de explosão ou combustão,


b) Com motor elétrico, alimentado por
baterias.

Fig. 16: Condução do empilhador.

 Circular com velocidade moderada,


reduzindo-a a aproximação de
cruzamentos ou de portas,
Fig. 15: Empilhador.
 Proibir o transporte de passageiros.
A utilização correcta de um empilhador  A descida de uma rampa com carga deve
deve obedecer aos seguintes procedimentos ser feita em marcha-atras.
de segurança:  Nunca abandonar o empilhador sem
colocar os comandos na posição de
 No inicio de um dia ou de um turno de paragem, accionar o travão de mão e
trabalho, verificar o funcionamento da retirar a chave de ignição.
buzina, travões, comandos hidráulicos, o
estado e pressão dos pneus, o 5.4. Ascensores e monta-cargas
abastecimento de gasolina (gás ou
gasóleo) ou o estado das baterias, São utilizados na movimentação vertical,
conforme o caso, a água e o óleo. nomeadamente em estaleiros de construção
 Nunca ultrapassar a carga máxima civil, em prédios de certa altura (instalações
prevista. provisórias) ou ainda em indústrias ou
 Assegurar-se de que a carga está edificações (instalações definitivas).
perfeitamente equilibrada, amarrada e Os acidentes em ascensores e monta-cargas
calçada sobre os suportes, de forma a dão-se, fundamentalmente, quando:
evitar todo risco de escorregamento e
queda,  Há partes de carga salientes da cabina,
 Não conduzir o empilhador com a carga  O espaço da cabina é exíguo,
em posição elevada.  Há deterioração dos cabos,
 Não existe porta do lado de acesso (caso
de alguns monta-cargas provisórias).

UNIDADE 3: ORDEM E LIMPEZA NAS OFICINAS


3.1. As condições de Segurança e Higiene nas Oficinas

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Dada a variedade de trabalhos que se podem efectuar nas oficinas, assim como a diversidade de
meios empregados para a sua execução, as medidas de segurança a tomar são também muito
complexas. Não obstante, podem-se resumir numas regras gerais que abrangem todos os detalhes
importantes. Estas normas são:

 Manutenção do local de trabalho em


perfeita ordem;

Fig. 19: Vias de circulação livre e proibida.

 Emprego da ferramenta adequada para


Fig.16: Correta arrumação das ferramentas no PT
cada trabalho;

 Limpeza no local de trabalho e na


oficina em geral;

Fig.20: Ferramentas inadequadas

 Utilização sem excepção dos meios


específicos de segurança para cada
Fig. 17: Limpeza no PT e ambiental
trabalho;
 Estado das ferramentas, utensílios e
máquinas a uso em perfeito estado de
funcionamento;

Fig.21: EPIs

Fig. 18: Má manutenção da ferramenta.  Cuidado com a imobilização e fixação


dos veículos elevados e cargas elevadas
 Vias de circulação e saídas de
em geral;
emergência sinalizadas, sem obstrução e
adaptadas às suas utilizações.

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Fig.22: Empilhamento incorrecto.

 Manejo e seguindo as normas de


protecção dos produtos corrosivos e
tóxicos;

Fig.26: Iluminação incorrecta

Fig.23: Normas de protecção dos produtos corrosivos

 Cuidado com o manejo e


armazenamento dos produtos
Fig.27: Situação correcta da ventilação
combustíveis e inflamáveis;
 Estado perfeito das instalações auxiliares
da oficina (eléctrica, ar comprimido, etc.

Fig.24: Normas de protecção dos produtos


inflamáveis
Fig.28: Situação correcta da ventilação
 Iluminação e ventilação adequadas dos
locais e postos de trabalho. A iluminação
correcta vem das laterais. Esta não cria
3.2. Ordem e Limpeza do Posto de
somba nem afuscamento. A iluminação
Trabalho
proviniente por frente cria afuscamento
enquanto a de cima ou da trás cria  A ordem e limpeza do posto de trabalho
sombra na zona de leitura. As saídas de e da oficina em geral, é da maior
ar devem estar por cima dos edifícios importância para se evitarem acidentes,
tais como: feridas, golpes e quedas.

 As ferramentas em desordem sobre a


bancada ou em qualquer lugar podem
causar feridas, cortes ou rasgos, ao
tentar-se alcançá-las, e podem danificar-
se ao caírem ao chão quando são
indevidamente apoiadas na bancada.
Fig.25: Iluminação correcta

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ocorridos por arrumação inadequada e


insegura. As regras básicas de segurança de
um armazém são:

 O peso do material a ser depositado não


Fig.29: Lesão devida a lima sem punho. deve ser superior à resistência do piso,
 As pilhas devem ficar afastadas pelo
 Qualquer objecto, tal como peças, menos 50 cm das paredes a fim de não
materiais, etc., deixados em zonas de forçar a estrutura do edifício, permitir
passagem, podem produzir tropeções uma ventilação adequada e facilitar um
com a consequente queda. eventual combate a incêndio.
 A armazenagem dos materiais não deve
prejudicar a ventilação, a iluminação e o
transito de pessoas e viaturas,
 A disposição das pilhas não deve
Fig.30: Acidentes devidos a desordem. dificultar o acesso aos meios de combate
a incêndios e as saídas de emergências.
 As mesas ou bancadas de trabalho, sujas,
com restos de materiais cortados, aparas,
etc., podem ser causa de feridas nas
mãos.

Fig.33: Meios de combate a incêndios e as saídas de


emergências.

Fig.31: Operário trabalhando na bancada.  Devem ser removidos pregos, arames e


cintas partidas que se projectam para
 O chão sujo de massas ou óleos, fora, constituindo perigo,
escorregadios, podem ser também causas  Ao depositar materiais não deixar
de quedas. saliências fora do alinhamento,

Fig.32: Atenção com chão.

3.3. Arrumação e empilhamento de Fig.34: Não deixar saliências fora do alinhamento


materiais.
 Quando a armazenagem for manual,
A arrumação culmina a seqüência de empilhar apenas até 2 metros de altura.
operações de elevação, transporte e Sendo mecânica, não armazenar a uma
descarga. São numerosos os acidentes altura que possa causar a instabilidade
das pilhas.
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Fig.35: Armazenagem manual e mecânica. Fig.39: Armazenagem de material cilindrico.

 Armazenar o material de trabalho desde  As tábuas gozam também de um cuidado


o papel ate aos líquidos inflamáveis em especial na arrumação.
contentores, claramente marcados e em
lugares para eles,

Fig.40: Armazenagem tábuas artificiais.

Fig.36: Armazenagem combustíveis.

Fig.41: Armazenagem tábuas em madeira.


Fig.37: Armazenagem de papeis em paletas.
 As ferramentas ou objectos cortantes
 Quando empilhamos caixas e sacos, deveram ser protegidas as suas cunhas
temos que colocar cada uma como um ou navalhas contra o contacto
pedreiro assenta os blocos numa parede. involuntário ou embotamento.

Fig.38: Armazenagem de caixas e sacos.

 Fixamos latas, varões, tubos, etc., com Fig.42: Protecção de objectos cortantes.
calços de madeira para impedir de rolar.

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MÓDULO V: DISPOSITIVOS DE TRABALHO

UNIDADE DIDÁCTICA 1 : FERRAMENTAS MANUAIS. NORMAS DE


EMPREGO E CONSERVAÇÃO.

Lição nº 1: Conselhos gerais para o uso de ferramentas de mão.

Chamamos de ferramenta de mão a todas aquelas que são accionadas pelos trabalhadores
utilizando o seu próprio esforço. Quer dizer são úteis na medida em que o trabalhador use o seu
esforço físico sobre elas.

As ferramentas de mão estão desenhadas, pensadas e fabricadas para fazerem trabalhos


específicos. Muitos acidentes acontecem por causa do uso indevido das ferramentas, ou por
descuido na sua manutenção.

Vejamos alguns conselhos para o bom uso das ferramentas de mão:

 Cada ferramenta inclusive o seu cabo deve fabricar-se de material excelente.


 Devemos guardar as ferramentas em ferramentarias, caixas de ferramentas, quadro de
ferramentas sempre limpas e ordenadas.
 Vigiar o seu estado de conservação.
 Para cada trabalho usar só a ferramenta própria.
 Não meter as ferramentas nos bolsos.
 É o dever de todo o trabalhador conservar as ferramentas.
 Informe sobre todas ferramentas estragadas ou desaparecidas ao responável.

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6 7 8 9
Fig. 1: Alguns requisitos relativos ao uso de ferramentas de mão: 1 – A ferramenta e o seu cabo devem fabricar-
se de material excelente e estarem simultaneamente bem seguros entre si; 2 – Guardar ordenadas nas caixas de
ferramentas; 3 – Não atirar nem amontoá-las na caixa de ferramentas; 4 – Guardar as ferramentas nos quadros de
ferramentas; 5 – A reparação das ferramentas tem de ser segura, não utilizar ferramentas estragadas ou inseguras; 6
– Cada ferramenta tem o seu destino, usar cada ferramenta para cada destino; 7 – Não andar com ferramentas nos
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bolsos; 8 – Não utilizar ferramentas improvisadas; 9 – Utilizar dispositivo de aperto das peças a trabalhar com
ferramentas de mão, não segurar a peça com as mãos.

Lição nº 2: Alicates.

Os alicates não se devem usar para montar e desmontar porcas e parafusos de cabeças facetadas.
Não só há riscos de lesões, mas, também estragamos as porcas, parafusos e as ferramentas. O
trabalho com porcas e parafusos de cabeças facetadas, com estas ferramentas deve ser último
recurso.

Com os alicates universais podem-se cortar arames de pequenos diâmetros. Para o electricista os
cabos dos alicates devem ser de material isolante.

Fig. 2: Alicates universais.

Lição nº 3: Ferramentas para cortar

Há outras ferramentas que se empregam para cortar materiais como no caso das facas, tesouras,
alicates, formões, agulhas, lâminas, etc.. Seu tamanho e forma dependem da secção de corte a
realizar. Estas ferramentas devem ser protegidas as suas navalhas do contacto involuntário com o
corpo e do embotamento.

Fig. 3: Ferramentas para cortar:

Lição nº 4: Chaves de bocas fixas.

Há dois grupos de chaves de bocas para montagem e desmontagem e porcas e parafusos com
cabeças facetadas:

 Grupos 1 pertencem às chaves de bocas fixas: estas são melhores dentre elas ainda existe
vários tipos como: chave de luneta; chave de caixa, chave de boca, etc. a inconveniência
destas estás no facto de ser necessário transportar ou trabalhar com um jogo destas.
 Grupos 2 pertencem às chaves de boca ajustável: estas são piores porque podem escorregar.
Dentre elas há dois tipos: chave ajustável francesa e chave ajustável inglesa. Podemos usar
chaves ajustáveis quando não podemos transportar um todo jogo de chaves de bocas fixas.
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Fig. 4: Chaves de bocas fixas simples: 1 – União aparafusada que requer chaves de bocas fixas simples; 2-
chave para porcas e parafusos com cabeças facetadas; 3 – chave de boca fixa simples para apertar tubos; 4–
Jogo de chaves de bocas fixas simples; 5 e 6 – Manuseamento da chave.

1.1.Chaves fixas de tubo ou chaves tubulares.

Neste tipo de chaves, a boca abraça por completo a cabeça do parafuso ou a porca, o que faz
mais difícil que se pode girar. Dispõe de dois orifícios para aumentar a força do giro mediante
uma barra. São de dois tipos: hexagonal de tubo recto e hexagonal de tubo encurvado.

Fig. 5: Chaves de bocas fixas tubulares.

4.2. Chaves fixas de lunetas.

Tem a propriedade de possuir mais posições para o giro. Pode ser plana e encurvada. A
encurvada é útil em lugares estreitos.

Fig. 6: Chaves de bocas fixas de lunetas.

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4.3. Chaves fixas de caixas.

Estas chaves são de pequenas dimensões, pelo que, são muito resistentes e formam um jogo. No
extremo contrário a boca, tem um orifício quadrado, ao qual se acopla a manga, a qual pode ser
de varias formas:

 Em forma de arco-pua;
 Em forma de chave de catraca (roquete ou ascendente).
 De manga corrediça para poder variar a alavanca,
 De articulações universais para lugares estreitos.

Fig. 7: Chaves de caixa


1.4. Chaves dinamométrcas.

Ao empregar chaves para apertar porcas ou parafusos não é fácil conhecer se a força aplicada é
suficiente ou excessiva; com a prática adquire-se certa sensibilidade que permite ao operário
determinar quando a porca ou o parafuso estão bem apertados, mas quando se trata de apertar
com uma força ou tensão determinada, como em algumas montagens de órgãos de motores,
empregam-se chaves dinamométrica.

A chave dinamométrica dispõe de um sistema especial para graduar o esforço, ao apertar os


parafusos e porcas.

Fig. 8: Chaves dinamométricas.


4.5. Chaves Allen

Para parafusos de cabeça hexagonal interior, se empregam as chaves Allen.

Fig. 9: Jogo de chaves Allen.


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Lição nº 5: Chaves de bocas ajustáveis.

5.1. Chaves ajustáveis para porcas e parafusos com cabeças planas.

Vulgarmente se chamam chaves francesas; funcionam fazendo gerar um parafuso sem-fim e


cremalheira. As chaves ajustáveis não devem substituir as chaves fixas. Quando se empregam
para parafusos e porcas pequenas, há que cuidar que o braço da alavanca não seja excessivo para
a sua resistência, a fim de evitar que se rompa. Nas chaves ajustáveis o esforço deve aplicar-se
no lado do punho correspondente à parte fixa.

Alguns requisitos relativos às chaves ajustáveis:

 Empregar só quando não se dispõe de chave fixa apropriada;


 Não empregar para trabalhos excessivamente duros;
 Procurar que o esforço recaia sobre a mandíbula fixa;
 Ajustar a boca à porca, desejando o mínimo jogo;
 Manter limpo o mecanismo.

1 2 3
Fig. 10: Chaves ajustáveis francesas: 1 – de parafuso; 2 – de parafuso sem-fim; 3 – emprego da chave.

5.2. Chaves ajustáveis para tubos.

Se empregarem com grande freqüência no trabalho com tubos (canalização) e casos de extrair ou
fixar parafusos de cabeça cilíndrica. Existem dois tipos: a chave inglesa e a chave de cadeia.

1 2
Fig. 11: Chaves ajustáveis para tubos: 1 – chave inglesa; 2 – chave de cadeia.
5.3. Chaves ajustáveis de ganchos.

As chaves de ganchos se utilizam para porcas redondas com entalhes ou ranhuras. As ajustáveis
são aquelas que permitem trabalhar vários diâmetros de porcas.

1 2
Fig. 12: Chave de gancho 1- ajustável; 2 – não ajustável.

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Lição nº 6: Ferramentas para golpear.

Para golpear, se emprega geralmente o martelo, umas vezes directamente sobre a peça e outras,
com auxilio de distintas ferramentas como punções, toca-pinos, madeira, etc.

1.1. Martelo – è uma ferramenta para golpear. Sua forma e tamanho são muito variados, de
acordo com o trabalho a realizar. Os principais são: martelo de bola, martelo de pena e
martelo para carpinteiro. No uso dos martelos temos que prestar atenção os seguintes
pontos:

a) As pancadas com o martelo têm de efectuar-se não à custa dos esforços musculares, o que
produz uma fadiga prematura, mas sim, se devendo à aceleração do movimento do martelo.

b) No instante de aplicar a pancada convém apertar fortemente com os dedos o cabo do martelo,
visto, de contrário, uma pancada não acertada pode causar o salto do martelo que se
projectaria incontrolada e perigosamente num sentido qualquer.

c) As cabeças dos martelos são fabricadas de aço ao carbono para ferramentas, enquanto os seus
cabos são fabricados de madeira forte, flexível e sem fendas.

d) Apôs algum tempo de uso dos martelos, estes têm a formação de uma cabeça boleada em
forma de cogumelo que, tem de ser eliminada com a esmeriladora caso contrário constitui um
perigo de lesões.

e) A cabeça do martelo tem de segurar-se no cabo com cunha de madeira ou de metal e cola.

f) Durante as marteladas convém efectuá-las no sentido onde não haja pessoas devido a soltura
acidental da cabeça. Igualmente deve-se proteger a cabeça do operário pela cautela de não
passar o martelo sobre a cabeça.

1 2 3
Fig. 58: Martelos: 1 - de pena; 2 – de bola; 3 – emprego do martelo

1 2 3
Fig. 13: Emprego do martelo: 1 – fixação correcta da cabeça; 2 – fixação incorrecta da cabeça; 3 – acidente com o martelo.

6.2. Maço – o maço é um martelo de forma e material adequado para alguns trabalhos especiais:

 Na montagem de peças acabadas (de precisão ou de alta responsabilidade);

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 No endereitamento de chapas;
 Para golpear materiais brandos (macios).

Fig. 14: Maços.

6.3. Toca-pinos – é um instrumento de aço que termina em ponta. Emprega-se principalmente


para colocar e sacar, cavilhas, pinos e chavetas. Deve-se manter a sua boca bem plana e nunca
empregar um toca-pinos pequeno para um pino grande, a fim de não danificar os pinos.

Estas ferramentas têm após algum tempo de uso, a formação de uma cabeça boleada semelhante
a do cogumelo que deve ser eliminada sempre que possível com a esmeriladora.

Fig. 15: Toca-pinos

1.4. Punção de bico - é um instrumento empregue para marcar pontos (puncionar) e as vezes
para abrir furos. Estas ferramentas têm após algum tempo de uso, a formação de uma cabeça
boleada semelhante a do cogumelo que deve ser eliminada sempre que possível com a
esmeriladora.

Fig. 16: Punção de bico.

1.5. Cinzéis - são instrumentos cortantes a custa das pancadas do martelo. Tem a forma de barras
de aço com cunha cortante. Estas ferramentas têm após algum tempo de uso, a formação de
uma cabeça boleada semelhante a do cogumelo que deve ser eliminada sempre que possível
com a esmeriladora.
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Fig. 17: Cinzéis.

No decorrer da execução do cinzelamento de metais vem sendo indispensável a observância dos


seguintes requisitos:

a) O cabo do martelo tem de estar bem encaixado e segurado na cabeça do mesmo e não
apresentar fissuras algumas .

b) Durante o trabalho com o cinzel ou buril convém empregar os óculos protectores.

c) Ao cortar um metal duro ou frágil há que interpor um resguardo protector uma rede ou um
anteparo.

d) Para proteger as mãos, convém encaixar no cinzel um calço protector de borracha,


sobrepondo em cima da mão uma chapa metálica protectora .

Fig.18: Equipamento e dispositivos de segurança durante o cinzelamento.

Lição nº 7: Chaves de fendas

Chaves de fendas são ferramentas empregues para apertar e desapertar parafusos com cabeças
ranhuradas (com fendas). Ela pode ser para fendas simples e para fendas duplas cruzadas ( chave
Philips).

Fig. 19: Chaves de fendas: A – de fenda simples; B – Chave Philips; C - chave encurvada
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Ao utilizarmos as chaves de fendas, devemos escolher a chave que tem medidas apropriadas à
ranhura do parafuso. Uma chave de fenda que escorrega na ranhura pode ferir-nos. O ângulo
entre a chave e o trabalho deve ser cerca de 90º. Nunca devemos usar uma faca em vez de chave
de fendas.

1 2 3 4
Fig. 20: Emprego de chaves de fenda: 1 – Ajustamento na ranhura do parafuso, 2,3 – ângulo de trabalho; 4 – A:
chave de fenda de percussão; 4 B: chave de fenda de catraca (roquete).

Lição nº 8: Instrumentos de medição e verificação

Estes instrumentos conferem precisão e qualidade ao nosso trabalho. Alguns dos quais são de
elevada precisão e de difícil leitura que requer uma instrução especifica. Por ser instrumentos
sensíveis deve haver o máximo cuidado contra a deterioração, pelo facto de não perderem
fiabilidade na sua aferição. Para melhor conhecê-los os instrumentos de medição e verificação,
iremos agrupá-los da seguinte maneira:

8.1.Instrumentos usados na medição e verificação de comprimentos


Fazem parte deste grupo de instrumentos as escalas, fita-métrica, metros articulados,
paquímetros, micrômetros, tambores graduados das máquinas, a palma da mão, o pé, fio de nós,
os calibres de tolerância, os blocos de medidas, compassos, etc.

Fig. 21: Instrumentos usados na medição e verificação de comprimentos: Compassos, régua graduada, fita métrica, metro
articulado, paquímetro e micrômetro.

8.2.Instrumentos usados na medição e verificação de ângulos


Fazem parte deste grupo de instrumentos as sutas universais, goniômetros, esquadros fixos,
esquadros falsos, escantilhões de ângulos, teodolitos, níveis de bolhas, fio-de-prumo,
linhas de pedreiro, etc.

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Fig.22: Instrumentos usados na medição e verificação de ângulos: Suta universal, goniômetro,esquadros fixos, esquadros falsos e
escantilhões.

8.3.Instrumentos usados na medição e verificação por transporte de dimensões


Fazem parte deste grupo de instrumentos a palma da mão, o pé, fita de nós, os calibres de
tolerância, compassos, esquadros falsos, etc.

Fig.23: Calibres de tolerâncias Fig.24: Compassos

8.4.Instrumentos portadores de nónio


Fazem parte deste grupo de instrumentos os paquímetros, micrômetros, tambores graduados das
máquinas, as sutas universais, goniômetros, indicadores do tipo relógio, etc.

Fig.25: Instrumentos portadores de nónio: Paquímetro, tambores graduados das máquinas, micrômetro, suta universal e indicador.

8.5.Instrumentos usados na verificação de superfícies


Fazem parte deste grupo de instrumentos as réguas de verificação, pranchas de verificação,
níveis de bolhas, paquímetro, indicadores do tipo relógio, linha de pedreiro, graminho,
teodolitos, esquadro de cepo, rugosímetros, etc.

Fig.26: Instrumentos usados na verificação de superfícies:Réguas de verificação, prancha de verificação, nível de bolha e
paquímetro.

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Fig.27: Instrumentos usados na verificação de superfícies:Indicador tipo relógio, graminho e esquadro de cepo.

8.6. Instrumentos de medidas fixas


Fazem parte deste grupo de instrumentos as apalpa-folgas, esquadros fixos, escantilhões, calibres
de tolerância, blocos de medidas, conta-fio, níveis de bolhas, etc.

Fig.28: Instrumentos de medidas fixas:Apalpa folgas, conta-fio, esquadros fixos, escantilhões de raio e calibre de tolerâncias.

UNIDADE DIDÁCTICA 2: MÁQUINAS PORTÁTEIS.


Lição nº 9: Conselhos gerais para o uso de máquinas portáteis.

Estas máquinas têm os mesmos riscos que as maquinas grandes e fixas. Mas tem também riscos
ligados com o seu uso. Trabalham com grandes velocidades. É fácil contactar a ferramenta
involuntariamente e feri-se.

Vejamos alguns:

1. Quando a broca dum berbequim 2. Uma rebarbadora lança aparas e


eléctrico pára no furo, pode girar a produz vibrações e ruídos. O perigo
máquina imediatamente com uma é maior se o disco desfizer-se
grande força, bater o trabalhador e cortar durante a marcha, pode matar ou
um braço.
ferir um colega de trabalho.

Fig.29: Berbequim eléctrico.

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Fig.30: Rebarbadora. num lugar com o chão e paredes


húmidas ou de metal. As máquinas
3. A máquina portátil para fixar pregos
portáteis eléctricas devem ligar-se a
e parafusos nas obras de construção
uma fraca tensão
civil é ainda mais perigosa, trata-se
de um tipo de pistola, que com
grande força atira os pregos no
betão. Se por engano, o trabalhador
atira um prego no ar ou sobre um
material fraco, o prego pode ferir ou
matar um colega. O prego salta como
uma bala.

Fig.33: Inspeccionar as máquinas.

6. Não usar anéis, colares ou relógios


de pulsos no trabalho com máquinas.
Fig.31: A máquina portátil para fixar pregos.
7. Durante o trabalho utilizar técnicas
4. Muitas máquinas como o martelo
de trabalho menos ruidosas e
pneumático dão vibrações e ruídos
vibrantes para evitar a maior
perigosos que depois de poucos anos
propagação do ruído e das vibrações.
criam danos perigosos no organismo.

8. Informe sobre todas as máquinas


avariadas ou desaparecidas ao
responsável.

9. Proteger-se de todos riscos causados


Fig.32: Martelo pneumático.
pelo trabalho com tais máquinas.
5. As máquinas portáteis eléctricas têm
naturalmente um risco especial.
Devemos controlar os cabos e as
fichas em trabalhos especialmente

UNIDADE DIDÁCTICA 3: MÁQUINAS PESADAS E ESTACIONÁRIAS


Lição nº 10: Técnicas de segurança durante a exploração de máquinas estacionárias.

10.1. Localização dos Riscos Decorrentes de Acções Mecânicas

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Ao maquinar uma peça os trabalhadores estão expostos a diversas acções, operadas pela
máquina, para obterem um resultado específico. As principais acções que podem ocorrer são:

Acção de Puncionamento Acção de Cisalhamento

Força aplicada a um êmbolo, pistão ou Aplicação de uma força numa lâmina com o
martelo com a finalidade de amassar, objectivo de aparar uma peça metálica.
repuxar ou estampar metal. O perigo ocorre no ponto de operação, onde
O risco reside no local de operação (onde o o material é inserido, segurado e retirado.
material é colocado) uma vez que o material Ex.: Guilhotinas, tesouras mecânicas,
é colocado, segurado e retirado com as hidráulicas ou pneumáticas, etc.
mãos. Ex.: Prensas mecânicas, etc.
Acção de Dobra ou Flexão

Aplicação de uma força para moldar, dobrar


ou estampar.
O perigo ocorre no ponto de operação, onde
o material é inserido, segurado e retirado.
Ex.: Prensas mecânicas, quinadoras, etc.

Fig. 39: Prensa hidráulica.


10.2. Normas Básicas de Segurança
Acção de Corte
1. Todos os trabalhadores devem utilizar os
A acção de corte pode ser conseguida equipamentos de protecção individual
através da aplicação de movimentos adequados. óculos ou viseiras de
giratórios, alternados e transversais. protecção contra a projecção de
A acção cortante cria perigos no ponto de limalhas, aparas ou fragmentos da
operação. Podem ser feridas várias partes do máquina (principalmente ao mecanizar
corpo ao realizar a tarefa: pela acção de metais muito duros, frágeis ou
corte (mãos e dedos) ou por acção indirecta quebradiços).
através da projecção de objectos e/ou
resíduos (olhos, face, etc.) Ex.: Serras,
guilhotinas, tornos, prensas, etc.

Fig.34: Protectores faciais.


Fig. 40: Engenho de furar.
2. Calçado de segurança que proteja contra
o esmagamento (por queda de peças
pesadas) e perfuração ou corte
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(recomenda-se a utilização de botas ou


sapato com biqueira e palmilha de aço)

Fig. 37: Conseqüência do cabelo não arranjado.

Fig. 35: Protectores dos membros inferiores 10. Informe ao responsável sobre toda
máquina avariada.
3. Luvas adequadas ao trabalho a realizar
(ter especial atenção ao manusear peças 11. A reparação das maquinas deve ser
com arestas imediata e efectuada pelo pessoal
especializado.

Fig. 36: Luvas


Fig. 38: Reparação duma máquina.
4. As limalhas e aparas resultantes do
processo de maquinação nunca devem 10.3. Técnicas de segurança a ter antes de
ser retiradas com as mãos; para tal deve Iniciar o Trabalho
ser utilizado: um pincel ou similar
quando estas se encontram secas e; uma 1. Verificar se as protecções das
escova de borracha quando estas se engrenagens, correias, etc., se estão
encontram húmidas ou com gordura.
colocadas correctamente e devidamente
5. Não utilizar acessórios durante o fixas.
trabalho: anéis pulseiras, brincos,
colares, etc.
6. Os cabelos compridos devem ser usados
sempre presos e protegidos por uma
touca, chapéu ou similar.
7. Antes de ligar uma máquina é necessário
advertir os presentes.
8. Verificar o funcionamento da máquina
em vazio antes de pó-la em carga. Fig. 39: Resguardo fixo.
9. Desligar a maquina quando não trabalha.
2. Não remover ou adulterar qualquer
protecção ou barreira de protecção da
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máquina e não iniciar o trabalho se a) Afastar-se ou abandonar o posto de


alguma se encontrar danificada ou trabalho (mesmo que seja por um breve
ausente momento)
b) Medir e calibrar
c) Verificar o trabalho (acabamento da
peça)
d) Ajustar os elementos de protecção
e) Direcionar o líquido de refrigeração,
óleos de corte, etc.
f) Limpar e/ou lubrificação.
g) Colocar a peça a trabalhar na máquina

Fig. 40: Máquina com anteparos.


10.4. Técnicas de segurança a ter no fim
dos trabalhos.
3. Verificar se os dispositivos de protecção
se encontram no seu local e 1. Limpar a máquina.
correctamente instalados. 2. Limpar o redor da máquina.
4. Verificar se os elementos de fixação da 3. Lubrificar as partes que requerem uma
peça se estão em bom estado de lubrificação diária.
conservação e devidamente fixos à 4. Cobrir a máquina com uma capa.
máquina
5. Verificar se a peça a maquinar está
correctamente fixa aos elementos de Lição nº 11: Prevenção dos danos
fixação. causados por vibrações.
6. Verificar que na mesa onde se vai
maquinar a peça não se encontram Muitas máquinas trabalham produzindo
ferramentas ou peças que possam cair ou vibrações que provocam uma sensação de
ser alcançadas e projetadas por mal-estar geral e de fadiga dos órgãos de
elementos da máquina sentido e efeitos gerais negativos à saúde.

10.4. Técnicas de segurança Durante o Para se prevenir dos danos das vibrações é
Trabalho com máquinas. necessário:

1. Durante a maquinação das peças o a) Instalar a máquina sobre calços de


operador deve manter as mãos afastadas borracha ou utilizar molas de aço
da ferramenta da máquina; para para impedir a transmissão das
trabalhos que se realizem em ciclos vibrações.
automáticos, nunca se devem apoiar as
mãos na mesa da máquina.

2. Todas as tarefas de verificação, ajuste,


etc., devem ser realizadas com a
máquina parada, especialmente as que se
seguem:
Fig. 41: Máquina instalada sobre molas de aço.

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b) Em viaturas, constroem-se para os Lição nº 12: Prevenções contra o ruído


motoristas cadeiras de suspensão
elástica. Algumas máquinas trabalham produzindo
ruídos que provocam fadiga, irritação e mal
estar. Para se prevenir dos riscos do ruído é
necessário:

a) Isolar a máquina ruidosa para reduzir


a propagação do ruído a outros
operários.
b) Escolher técnicas de trabalho menos
ruidosas.
Fig. 42: Cadeira de viatura.
c) Isolar a máquina com uma barreira
construída de materiais como
c) É sempre indispensável uma boa
borracha, esponja, madeira ou
manutenção das maquinas e das
cortiça.
ferramentas porque o desgaste
d) Construir o teto com material
aumenta as vibrações.
absorvente de som.
e) Aplicar medidas às máquinas já
instaladas:
1. Limitar a velocidades.
2. Lubrificar as engrenagens.
3. Organizar boa manutenção do
equipamento
f) Usar o equipamento de protecção
pessoal.
Fig. 43: Indicação de pontos a lubrificar no torno
paralelo.

Lição nº 13: Prevenção contra projecções


de material

Muitas máquinas como, por exemplo: tornos


mecânicos, limadoras, desangrossadeiras,
tupias, etc., trabalham lançando aparas. O
perigo é mais grave se uma peça ou uma
ferramenta soltar-se durante a marcha; pode
ferir ou mesmo matar alguém.

Para se prevenir das projecções é necessário: Fig. 44: Dispositivos de segurança da esmeriladora.

a) Construir barreiras para se defender dos


fragmentos projetados.
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b) Instalar a máquina de maneiras que os c) Usar equipamento de protecção pessoal.


fragmentos projectados não constituem
perigo para outros operários.
c) Instalar as máquinas com uma inclinação Lição nº 14: Prevenção contra gases,
em relação à parede. fumos e poeiras.

Muitos trabalhos libertam gases, fumos,


poeiras, etc, que criam danos perigosos nos
pulmões.

Para se prevenir dessas substancias nocivas


deve-se:
Fig. 45: Planta de uma oficina .
a) Construir um exaustor ou chaminés.
d) Usar o equipamento de protecção
pessoal.

Lição nº 14: Prevenção contra radiações


ionizantes.
Fig. 47: Exaustores de soldadura.
Muitos trabalhos produzem radiações tais
b) Na projecção do edifício deve se estudar
como: infravermelha, ultravioleta, laser, etc.
antes a direcção dos ventos dominantes.
Os trabalhadores dessa actividade estão c) Deve haver entradas livres do ar.
expostos às doenças profissionais no d) Usar o equipamento de protecção
estomago, nos olhos, nos órgãos genitais, no pessoal.
coração, no sistema nervoso, etc.
Lição nº 15: Ligação à terra
Para se prevenir das radiações é necessário:
A maioria das máquinas deve ter cabos, que
a) Construir paredes que não deixam só tem condutor de fazes e neutros, mas
atravessar os raios. também um fio de terra, que é ligado com a
b) Construir cabines com cortinas de construção da máquina.
amianto.
Este fio vai ser o caminho da corrente, se ela
saí do condutor. As máquinas-ferramentas
monofásicas e trifásicas devem ter uma
ligação à terra. O fio de terra deve ter uma
ligação com o solo através do quadro
eléctrico.

As fases têm que fusíveis ou disjuntores


Fig. 46: Cabine de soldadura. para ligar a correntes haver sobrecargas ou
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curtos-circuitos. O motor deve também ter


um disjuntor.

Durante os trabalhos o operário deve ter um


equipamento de protecção isolante.
Fig. 48: Ligação à terra.

Lição nº 16: Dispositivos de Segurança e Protecção

Os dispositivos de segurança são utilizados para interromper os movimentos perigosos dos


elementos móveis das máquinas antes de o operador aceder a essas zonas.

Existem vários dispositivos de segurança, sendo os mais comuns enumerados de seguida.

Dispositivo de Comando Bimanual

É utilizado para impedir que o operador possa executar o seu trabalho junto das zonas perigosas
com a máquina, ou elementos perigosos da máquina, em funcionamento.

Só a acção continuada dos 2 comandos em simultâneo permite iniciar e manter a máquina (ou os
elementos perigosos da máquina) operativa.

Este dispositivo não protege terceiros que se aproximem da zona perigosa da máquina

É comummente utilizado, por ex., em prensas e quinadoras.

Limitadores de Movimento (Dispositivos Sensores)

São dispositivos que previnem o acesso à zona perigosa da máquina e que não se restringem a
proteger o operador, detectando a presença de qualquer trabalhador que se aproxime da zona
protegida da máquina

Exemplos destes dispositivos são: barreiras sensoras, barreiras fotoeléctricas, tapetes sensores,
etc.

Tapetes sensores: são utilizados para proteger a zona circundante à máquina; actuam sob pressão
desligando a energia da máquina.

Barreiras fotoeléctricas: são dispositivos que emitem uma cortina de feixes infravermelhos
(inofensivos) na parte frontal da zona perigosa que se pretende proteger; se o feixe for
interrompido a energia da máquina (ou dos elementos da máquina) é desligada e o movimento
perigoso é cessado.
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MÓDULO VI: INCÊNDIOS

Lição n˚ 1: Triângulo de fogo


O fogo é fenômeno químico resultante da queimarão, porem a chama produzida se
rápida combinação do oxigênio com uma mantêm, em vista da quantidade de
substancia (combustível) caracterizado pelo vapores desprendidos ser muito pequena.
desprendimento de calor, luz e, usualmente,  Ponto de combustão - é a temperatura
chama. na qual um combustível desprende
vapores (gases), que se toamarem
O fogo é formado por três entidades
contacto directo com uma chama
distintas, que compõem o triângulo de fogo.
queimarão, até que acabe o combustível.
São eles o combustível (aquilo que pode
 Ponto de ignição - é a temperatura na
arder), o comburente (que permite a queima)
qual um combustível desprende vapores
e o calor. Sem uma dessas entidades não
(gases) que com simples contacto com o
pode haver fogo.
oxigênio existente no ar queime ate que
o combustível acabe.

1.2.Combustível

O combustível é toda substancia capaz de


queimar e alimentar a combustão. A maior
parte dos combustíveis contém carbono (C)
e hidrogênio (H).
Fig. 1: Triậngulo de fogo.
Os combustíveis dividem-se em três grupos,
1.1.Calor
de acordo com o estado físico em que se
Sabemos que é necessário unir três apresentam:
elementos para o fogo apareça, entretanto,
 Combustíveis sólidos - A maioria dos
por vezes esses três elementos estão
combustíveis sólidos transforma-se em
presentes e o fogo não ocorre, porque a
vapores e então, reagem com o oxigênio.
quantidade de calor é insuficiente para
Exemplos: madeira, papel, plástico,
queimar o combustível.
ferro, etc.
Para que um combustível, sobretudo o
líquido possa começar a queimar passa por  Combustíveis líquidos - tem algumas
três pontos: propriedades físicas que dificultam a
extinção do calor, aumentando o perigo.
 Ponto de fulgor - é a temperatura na É importante notar também que a
qual o combustível começa a desprender maioria dos líquidos inflamáveis são
vapores (gases), que se tomarem mais leves que a água, portanto, flutuam
contacto directo com uma chama sobre esta. Outra propriedade a ser
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considerada é a sua volativiadade, que é 1. Causas que se baseiam em falta na


a facilidade com que os líquidos libertam projecção e construção de edifícios e na
vapores, que também é de grande instalação do equipamento. Neste
importância, porque quanto mais volátil grupo encontramos :
for o liquido, maior a possibilidade de a) Construções incorrectas para oficinas de
haver fogo ou mesmo explosão. soldadura.

 Combustíveis gasosos - os gases não têm


volume definido, tendendo rapidamente,
a ocupar todo recipiente em que estão
contidos.

A fonte de calor é uma forma de energia que


eleva a temperatura, gerada da
transformação de outra energia, através de
processo físico ou químico. Fig. 2: Instalação incorreta de soldaura.

A reação em cadeia torna a queima auto- b) Instalações de fogões ou aquecedores.


sustentável. O calor irradiado da chama
atinge o combustível e este é decomposto
em partículas menores, que se combinam
com o oxigênio e queima, irradiando outra
vez calor para o combustível, formando um
circulo constante.
Fig. 3: Instalação incorreta de aquecedor.

1.3. Elemento comburente. c) Defeitos das instalações elétricas.

O comburente é o elemento que possibilita


vida às chamas e intensifica a combustão. O
mais comum na natureza é o oxigênio,
encontrado na atmosfera a 21%. Sempre está
presente oxigênio puro ou como um Fig. 4: Defeitos da instalação electrica.
elemento de um composto químico.

d) Falta de dispositivo de descarga da


Lição n˚ 2: Causas gerais dos fogos electricidade estática.
Podemos encontrar dois grupos de causas de
fogos:

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Fig. 5: Aterramento electrico.


Fig. 8: Arrumação e limpeza.

d) Acto de fumar.
2. Causas que estão baseadas em faltas
cometidas pelo patrão e pelos
trabalhadores que utilizam os edifícios
e o equipamento. Neste grupo
encontramos:

a) Má armazenagem de combustíveis.

Fig. 9: O acto de fumar.

Lição n˚ 3: Precauções gerais contra o


fogo
Fig. 6: Má armazenagem de combustível.
Para evitar fogos tomamos medidas de dois
tipos:
b) Má manutenção das máquinas.
1. Na projecção duma fábrica, oficina e
de um edifício. Neste tipo tomamos em
consideração especial os seguintes
pontos:
a) Ventos dominantes
b) Ventilação.

Fig. 7: Má manutenção electrica.

c) Má arrumação e limpeza,

Fig. 10: Ventilação.

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c) Vizinhança de outros edifícios.


d) Escadas e evacuação.

Fig. 14: Boa armazenagem de combustíveis.

b) A manutenção da maquinaria.
Fig. 11: Escadas e evacuação.

e) Instalações corretas de oficinas de


soldadura.
f) Instalações corretas de fogões.
g) Instalações elétricas feitas duma maneira
segura.

Fig. 15: Manutenção da maquinaria.

c) A arrumação e limpeza.

Fig. 12: Atenção nas instalações elétricas.

h) Dispositivos de descarga da electricidade


estática.

Fig. 16: Limpeza

d) Os riscos do acto de fumar.

Fig. 13: Dispositivos de descarga da electricidade


estática.

2. No trabalho corrente. Neste tipo tem os


responsáveis de organizar inspeções
regulares para reduzir os riscos de Fig. 17: Indicaçao de não fumar
fogo. Nestas inspeções controlam:
e) As condições dos meios de alarme.
a) A armazenagem de combustíveis.
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Lição n˚ 4: Métodos gerais de combater


os fogos

O principio geral de combater o fogo é tirar


ou diminuir um dos três factores
Fig. 18: Indicaçao dos meios de alarme.
mencionados no triângulo de fogo: oxigênio,
calor ou combustível.
f) As condições dos aparelhos de combate
aos incêndios. 1.1.Calor:

Reduzimos a temperatura do material em


fogo sob a temperatura da autocombustão.
Geralmente utilizamos água. A água precisa
de consumir muito calor para evaporar-se e
desse modo esfria o fogo. É importante
salientar que nem todos os fogos podem
Fig. 19: Indicaçao dos aparelhos de combate aos apagar-se com água, existem matriais que
incêndios. não aceitam apagar-se com água.

g) O conhecimento dos trabalhadores sobre


os extintores.

Fig. 22: Regras de combate aos incêndios.

1.2.Combustível:
Fig. 20: Capacitaçao sobre os extintores. Temos que tirar materiais inflamáveis em
h) Normas de incêndios (incluem o nº de volta do lugar de incêndios para diminuir os
telefone dos bombeiros, das clinicas de riscos de extensão do fogo. Às vezes
socorros e da policia). podemos também tirar materiais que já estão
em fogo e extingui-los fora do fogo grande.

1.3.Oxigênio

Usamos areia, mantas, tapetes, extintores de


pó ou extintor de neve carbônica (CO2) para
Fig. 21: Indicaçao de lefone de emergencias. sufocar o fogo e impedir o acesso do
oxigênio ao fogo.
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Fig. 23: Regras de combate aos incêndios.

Lição n˚ 5: Mapa de incêndios e extintores


Classe Material combustível Agente extintor
de
Incêndio
Fogos em matérias sólidos, geralmente de natureza orgânica, que se A água é o agente extintor que se revela mais
A dão, normalmente, com formação de brasas. São materiais à base de eficaz, sendo, também, o mais econômico para este
celulose, tais como a madeira, tecidos, papel, forragens, cuja tipo de fogos.
combustão pode ser viva ou lenta.
Materiais líquidos ou de sólidos liquidificáveis. Engloba os fogos de Neste caso os agentes extintores indicados são: o
B hidrocarbonetos sólidos (ex: alcatrão) ou líquidos (gasolina, óleos, pó químico seco, a espuma, o dióxido de carbono e
alcoóis, etc.). ainda os hidrocarbonetos halogenados.
Fogos de Gases. Englobam os fogos de gases por exemplos o butano, Neste caso os agentes extintores indicados são: o
C propano, acetileno, hidrogênio, etc. pó químico seco,, o dióxido de carbono e ainda os
hidrocarbonetos halogenados.
D Fogo de metais. Envolve reações de combustão de, por exemplo, Como produtos de extinção temos os pós químicos
metais alcalinos e alacalinos-terrosos. secos.
E Fogo de materiais elétricos em tensão Nestes casos poderemos usar extintores de dióxido
de carbono e de hidrocarbonetos alucinados.

Lição n˚ 6: Agentes extintores


1.1. A água

Inicialmente, apenas se conhecia a água projectada em massa sobre o fogo como meio de lutar
contra o mesmo, é ainda, actualmente, o agente extintor utilizado para fogos importantes em
edifícios e para a maior parte das matérias solidas.

A água em jacto não pode ser usada em fogos que envolvem equipamentos elétricos energizados.

1.2.Espumas

As espumas podem ser utilizadas na luta contra o fogo, actuando da seguinte forma:

 Mecanicamente, pela introdução de um produto emulsionante na água (espuma física),


 Quimicamente, pela reação de uma solução acida com uma solução alcalina, dando lugar ao
desenvolvimento de dióxido de carbono, que ajuda a formação de bolhas de espuma
compacta (espuma química).
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A espuma reduz a densidade da água, provocando a sua flutuação em líquidos inflamáveis. A


extinção é lenta e progressiva, pois a espuma persiste à superfície do combustível, impedindo ao
mesmo tempo a sua reigniçao. A ação de extinção é devida a dois factores: arrefecimento e
abafamento.

A espuma, tal como a água, não devem ser utilizadas em fogos que envolvam equipamento
elétrico, nem podem estar submetidas à baixa temperatura.

1.3.Dióxido de carbono

Nos extintores, o dióxido de carbono é conservado liquefeito (a temperatura inferior ao ponto


critico: 21˚C) e , quando da sua utilização , provoca-se uma expansão que conduz à formação de
dióxido de carbono solido, vulgarmente designado por neve carbônica.

Apesar da temperatura da neve carbônica ser relativamente baixa (- 78,4˚C à pressão


atmosférica), a ação de arrefecimento desta é muito reduzida. Na realidade, a extinção obtida
com dióxido de carbono é devida a uma ação de abafamento e também de sopro, sendo o
arrefecimento praticamente nulo.

O dióxido de carbono apresenta a vantagem de realizar a extinção sem provocar qualquer


deterioração, sendo, portanto, especialmente indicado para a proteção de instalações elétricas e
eletrônicas.

Não é indicado para fogos de matérias sólidos e absolutamente contra-indicado para a proteção
de locais onde são manipulados produtos explosivos.

1.4.Pó químico seco

Os pós podem ser classificados em três grupos: pó norma BC, pó polivalente ABC e pós
especiais.

O componente básico do pó normal é o bicarbonato de sódio (ou de potássio) e o dos


polivalentes o fosfato monoamónico. A ação de extinção do pó é por inibição.

Os pós especiais utilizam-se em fogos de metais (sódio, potássio, magnésio, etc.) e podem ser
constituídos (consoante a sua aplicação especifica) por grafite, cloreto de sódio e carbonato de
sódio hidrofugados e fluidificados.

Os pós são muito eficientes no ataque ao fogo, não são tóxicos nem corrosivos ou abrasivos.
Apresentam, contudo, alguns inconvenientes, como, por exemplo, a deterioração de circuitos
elétricos e eletrônicos e a diminuição de visibilidade motivada pela disseminação dos mesmos.

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1.5.Hidrocarbonetos halogenados (Halons)

Podem Sr usados na generalidade dos fogos, tendo como inconveniente a toxidade dos produtos
formados a elevadas temperaturas. Devese evitar, portanto, a sua aplicação em recintos fechados.

Os hidrocarbonetos halogenados são adequados à proteção de instalações elétricas e eletrônicas e


revelam-se extremamente eficazes em fogos de líquidos inflamáveis.

1.6. Areia

A areia é um agente de extinção que age por abafamento e pode ser utilizado em diferentes
classes de fogos.

1.7. Novos agentes extintores

Dadas as limitações, cada vez mais severas, ao uso dos clorofluorocarbonetos (CFC), em virtude
da destruição da camada estratosférica de ozônio, tem vindo a surgir nos últimos anos produtos
alternativos aos Halons, com um potencial de destruição de ozônio mais reduzido ou mesmo
nulo. As categorias de produtos mais conhecidos são as seguintes:

 Produtos baseados em substancias naturais, tais como: o azoto, o argon e o dióxido de


carbono,
 Produtos sintéticos: hidrobromofluorocabonetos (HBFC), hidroclorofluorcarbonetos
(HCFC), hidrofluorocarbonetos (HFC) e perfluorocarbonetos (FC).

Lição n˚ 7: Como utilizar um


extintor
 Cada trabalhador deve saber, onde se
encontram os extintores.

Fig. 24: Posto do extintor.

 Os trabalhadores devem possuir a


informação sobre o tipo de extintor a
utilizar para cada incendio e o seu modo
de funcionamento.

Fig. 25: Informação sobre extintores.

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 Os extintores devem ser colocados nos  Quando existe um incêndio, procuramos


lugares acessíveis, onde não podem o extintor mais próximo e verificamos se
apanhar nem raios solares nem o mesmo está carregado.
humidade.
 Devemos obedecer às regras de fixação
na parede a uma altura de 1,2 m entre o
chão e a base do extintor.
 O posto de extintor deve ter um letreiro
rectangular vermelho com os iniciais
“S.I.” pintados de branco.
Fig. 26: Ensaio do extintor.
a) Fazer a aproximação do fogo sempre no
sentido do vento ou da tiragem normal
 Corremos com o extintor para o do edifício.
incêndio.
 Na utilização propriamente dita dos
extintores devem-se ter atenção os
seguintes pontos:

Fig. 27: Uso dos extintores.

b) Atacar o fogo dirindo o jacto do extintor


à base das chamas.
Fig. 28: Uso dos extintores.

c) Contudo, em líquidos derramados de


canalizações, manobrar o jacto de cima
para baixo. Fig. 29: Uso dos extintores.

d) Assegurar um número suficiente de


extintores e de pessoas para utilizá-los. Fig. 31: Uso dos extintores

e) Prever as possibilidades de reigniçao.

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Fig. 30: Uso dos extintores.

Fig. 32: Uso dos extintores.


f) Enviar o extintor descarregado ao
serviço competente, que providenciará a
respectiva recarga.

Lição n˚ 6: Primeiros socorros

6.1.Quando uma pessoa apresenta uma queimadura ligeira faça o seguinte.

1. Afaste rapidamente a vitima do perigo.


2. Arrefeça imediatamente a zona queimada na água fria durante 10 minutos ou ate a dor parar.
3. Retire depressa as peças de vestuário justas, os anéis ou os relógios, antes da zona queimada
começar a inchar.
4. Corte cuidadosamente todas as peças de vestuário sujas por líquidos ferventes, ou produtos
químicos. Tenha cuidado para não se ferir.
5. Lave as mãos. Proteja-se a si mesmo e os outros. Cubra totalmente a zona com um tecido
limpo.

6.2. Se a roupa e o cabelo de uma pessoa estiverem em fogo, faça imediatamente o seguinte:

1. Apague as chamas com água.


2. Se não tiver água, abafe as chamas envolvendo bem a vitima num cobertor, tapete ou
qualquer outro tecido pesado e resistente ao fogo.
3. Deite a vitima no chão para apagar as ultimas chamas.

6.3. Quando uma pessoa apresenta uma queimadura do tamanho de uma mão ou maior faça o
seguinte:
1. Afaste rapidamente a vitima do perigo.
2. Deite a vitima numa maca.
3. Cubra toda zona queimada com um tecido limpo.
4. Dar de beber freqüentemente.
5. Levar imediatamente ao centro de saúde.

6.4. O que não se deve fazer ao prestar primeiros socorros em caso de queimaduras:

1. Não retire nada que esteja colado à zona queimada.


2. Não coloque gordura nem óleo numa queimadura.

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3. Não ponha algodão em contacto directo com a zona queimada.


4. Não cubra a zona queimada com pensos adesivos.
5. Não fure as bolhas causadas pela queimadura.

MÓDULO VII : ELECTRICIDADE


Lição n˚ 1: Corrente eléctrica

A corrente elétrica é o movimento de certas partículas chamadas electrões à uma velocidade de


300.000 Km/s. Estes electrões adquirem movimento elétrico devido a uma força impulsora que
se chama força electromotriz.

A circulação da corrente eléctrica está ligada às seguintes condições:

1. A existência duma diferença de potencial, chamada tensão eléctrica (U) que se mede em
Volts (V). O volt é a diferença de potencial existente entre duas seções transversais de um
condutor percorrido por uma corrente elétrica de um ampère, quando a potência dissipada
entre as duas seções equivale a um watt. O nome é homenagem ao físico italiano Alessandro
Volta.
2. A existência deum circuito condutor fechado, para unir os pólos (terminais) do gerador de
corrente.
3. A quantidade de corrente que circula por um condutor, num segundo, chamada de
intensidade da corrente, medida em Amperes (A) em homenagem ao cientista francês que
estabeleceu a primeira teoria do eletromagnetismo, o estudo dos fenômenos relacionados à
eletricidade e ao magnetismo

Lição n˚ 2: Produção da corrente eléctrica.

A corrente eléctrica é produzida nas centrais eléctricas que podem ser:

 Centrais termo elétricas - onde a fonte de energia é o poder calorífico de um combustível


(energia de combustão).
 Centrais nucleares - onde a fonte de energia é o calor libertado pela cisão atômica (energia
atômica).
 Centrais hidroelétricas - onde a força de energia é a força de queda da água (energia
mecânica).
 Baterias - onde a fonte de energia é a energia química.
 Centrais solares - onde a fonte de energia é a luz do sol (energia solar).
 Centrais eólicas - onde a força de energia é o vento (energia eólica).

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Lição n˚ 3: Causas técnicas dos acidentes  Em todos os lugares tem que haver um
eléctricos interruptor que desligue a energia
eléctrica sem ter que recorrer o quadro
Os acidentes consumados pela electricidade
eléctrico.
podem ter as seguintes causas técnicas:
 Os acessos ao quadro elétrico deverão
 Defeito de instalações elétricas. manter se limpo e livres de obstáculos
para facilitar qualquer manob ra ou caso
de emergência.

Fig. 1: Defeito de instalações elétricas.


Fig. 4: Acesso ao quadro elétrico.
 Defeitos de isolamento elétrico.
 A maioria das máquinas deve ter cabos,
que só tem condutor de fazes e neutros,
mas também um fio de terra, que é
ligado com a construção da máquina.
Este fio vai ser o caminho da corrente, se
Fig. 2: Defeitos de isolamento elétrico.
ela saí do condutor. As máquinas-
 Contato acidental com a corrente ferramentas monofásicas e trifásicas
elétrica. devem ter uma ligação à terra. O fio de
terra deve ter uma ligação com o solo
através do quadro eléctrico.

Fig. 3: Contato acidental com a corrente elétrica. Fig. 5: Aterramento do quadro elétrico.

 Falta inesperada de eletricidade.


 Ligação súbita a rede de alimentação

Lição n˚ 4: Medidas preventivas na


electricidade
Fig. 6: Aterramento de uma máquina.

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Fig. 7: Choque eléctrico por falta de fio de terra.


Fig. 11: Máquina portátil.
 Os fios condutores não se devem colocar
em zonas onde passam veículos, pois  Devem-se inspeccionar os aparelhos
podem provocar acidentes. Devem estar eléctricos, cabos, etc., comprovar o seu
em baixo da terra, ou se e zona for estado de conservação. Diante de
húmida devem existir cabos elevados. qualquer anomalia, a máquina deixará de
se utilizar e deverá ser reparada quanto
antes.

Fig. 8: Zonas de passagem contendo fios eléctricos.

Fig.12: Inspeccionar as máquinas.

 Quando uma máquina tem diferentes


Fig. 9: Zonas de passagem contendo fios eléctricos.
tensões, temos de dosificar a tensão para
 O extremo do cabo terá a sua ficha a qual ajustamos.
correspondente. É proibido ligar fios  Para desligar a tomada, nunca devemos
descascados nas tomada. puxar pelo cabo, mas sim apanhar a
ficha.

Fig. 10: Tomadas e fichas eléctricas.

 A tensão das máquinas portáteis Fig.13: Modo de desligar a tomada.


eléctricas não deve exceder 220 Volts.
 Nunca devemos mexer numa tomada ou
quadro eléctrico quando estamos
molhados ou o chão de água.

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desjuntor.os fusíveis e os desjuntores são


dosificados em função da intensidade da
corrente requerida, não devemos
ultrapassar as suas dimensões.

Fig.14: Operário testando uma tomada.

 Os transformadores e quadros eléctricos


deverão estar fechados correctamente e
deverão ter o sinal de PERIGO
CHOQUE ELÉCTRICO / ALTA Fig.16: Manutenção dos fusíveis.
TENSÃO.
 Durante os trabalhos o operário deve ter
um equipamento de protecção isolante
(luvas e botas de borrachas ou de
plástico).

Fig.15: Manutenção dos quadros eléctricos.

 As fases têm que ter fusíveis ou


disjuntores para desligar a corrente caso
haver sobrecargas ou curtos-circuitos.
Os motores devem também ter um Fig.17: Equipamento de protecção.

Lição n˚ 5: Efeitos do choque eléctrico no organismo

O choque eléctrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano, pela
passagem de uma corrente. Essa corrente circulará pelo corpo da pessoa quando ele tornar-se
parte de um circuito eléctrico que possua uma diferença de potencial suficiente para vencer a
resistência eléctrica oferecida pelo corpo.

O caminho percorrido pela corrente eléctrica no corpo humano é um dos factores que determina
a gravidade do choque, sendo os choques eléctricos de maior gravidade aqueles em que a
corrente eléctrica passa pelo coração.

Como efeitos directos decorrentes do choque eléctrico, podemos ter a morte, a fibrilação do
coração, as queimaduras e contracções violentas dos músculos e, como indirectos, as quedas, as
batidas, etc.

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A morte ocorrerá por asfixia quando a intensidade for acima de 30 mA aplicada dentro de poucos
minutos. Essa advém do facto de os músculos do tórax se contraírem tetanicamente, cessando,
assim, a respiração.

A fibrilação do coração ocorrerá se houver intensidade de corrente da ordem de 75 – 300 mA,


que circulem por períodos de tempo superiores a um quarto de segundo. A fibrilção ventricular é
contracção disritmada do coração que, não permitindo desta forma a circulação do sangue pelo
corpo, resulta na falta de oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro.

Para intensidades de correntes acima de 2,5 Amperes, além da ocorrência da parada cardíaca,
que perdura, enquanto estiver presente a corrente, ocorre também a parada respiratória.

Por último, o choque eléctrico poderá causar simples contracções musculares que, muito embora
não acarretem de uma forma directa lesões, fatais ou não, poderão originá-las, contudo, de
maneira indirecta: a contracção do músculo poderá levar a pessoa a, involuntariamente, chocar-
se com alguma superfície, sofrendo, assim, contusões, ou mesmo, uma queda, quando a vítima
estiver em local elevado.

Em suma, a gravidade dos efeitos do choque eléctrico no corpo humano, dependem:

 Do percurso da corrente eléctrica;


 Das características da corrente eléctrica e;
 Da resistência eléctrica do corpo humano.

Lição n˚ 6: Primeiros socorros

3.1. Actuação em casos de electrocução

A electrocução pode matar, provoca estado de choque e queimaduras.

Se vir uma pessoa electrocutada faça o seguinte:

1. Retire a ficha ou corte a alimentação eléctrica no interruptor principal ou, ponha-se em cima
de um pedaço de madeira ou de papel dobrado e use sapatos com sola de borracha. Sirva-se
de um pedaço de madeira seca (por exemplo, uma vassoura) ou de um rolo de papel e afaste
a fonte eléctrica da pessoa.
2. Se a vítima estiver ligeiramente em choque, faça o seguinte: Tranquilize-a, verifiique se
apresenta queimaduras e fique ao pé dela até ela se sentir em segurança.
3. Se a vítima apresentar queimaduras eléctricas trate-a como se fosse no caso de queimaduras.
4. Se a vítima estiver em choque preste os primeiros socorros necessários.
5. Se a vítima apresenta perda dos sentidos, preste os primeiros socorros adequados.

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Fig.18: Coque eléctrico.

3.2. Actuação em casos de queimaduras

Quando uma pessoa apresenta uma queimadura ligeira faça o seguinte.

1. Afaste rapidamente a vitima do perigo.


2. Arrefeça imediatamente a zona queimada na água fria durante 10 minutos ou ate a dor parar.
3. Retire depressa as peças de vestuário justas, os anéis ou os relógios, antes da zona queimada
começar a inchar.
4. Corte cuidadosamente todas as peças de vestuário sujas por líquidos ferventes, ou produtos
químicos. Tenha cuidado para não se ferir.
5. Lave as mãos. Proteja-se a si mesmo e os outros. Cubra totalmente a zona com um tecido
limpo.

Se a roupa e o cabelo de uma pessoa estiverem em fogo, faça imediatamente o seguinte:

1. Apague as chamas com água.


2. Se não tiver água, abafe as chamas envolvendo bem a vitima num cobertor, tapete ou
qualquer outro tecido pesado e resistente ao fogo.
3. Deite a vitima no chão para apagar as ultimas chamas.

Quando uma pessoa apresenta uma queimadura do tamanho de uma mão ou maior faça o
seguinte:

1. Afaste rapidamente a vitima do perigo.


2. Deite a vitima numa maca.
3. Cubra toda zona queimada com um tecido limpo.
4. Dar de beber freqüentemente.
5. Levar imediatamente ao centro de saúde.

O que não se deve fazer ao prestar primeiros socorros em caso de queimaduras:

1. Não retire nada que esteja colado à zona queimada.


2. Não coloque gordura nem óleo numa queimadura.
3. Não ponha algodão em contacto directo com a zona queimada.
4. Não cubra a zona queimada com pensos adesivos.
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5. Não fure as bolhas causadas pela queimadura.

3.3. Actuação em casos de estado de choque

Uma pessoa em estado de choque apresenta os seguintes sintomas:

1. Está pálida e tem o interior dos lábios de cor azulada.


2. Está fria e a pele fica húmida e fria.
3. Tem respiração rápida com sopros curtos.
4. Pode tornar-se ansiosa e agitada, boceja e suspira.
5. Pode sentir muita sede ou ter indisposição e vômitos.
6. Pode perder os sentidos ou morrer se não for tratada.

O estado de choque pode ser causado pelos seguintes acontecimentos:

1. Perda importante de líquidos corporais.


2. Electrocução.
3. Dores violentos.
4. Reacções alérgicas.
5. Medo exagerado.

Se uma vítima estiver em estado de choque faça o seguinte:

1. Preste primeiros socorros para todas as causas do sestado de choque.


2. Ajude a vítima a deitar-se e mantenha a cabeça baixa.
3. Eleve as pernas e mantenha-a o mais alto possível. Depois de ter erguido as pernas não
voltes a baixá-las.
4. Mantenha a vítima confortavelmente e aqueça-a, cubra-a com um cobertor ou roupa.
5. Não dar nada de beber ou de comer a uma pessoa em estado de choque.

Fig. 19: Tratamento do estado de choque.

3.4. Reanimação de vitimas através da respiração artificial

Quando há um acidente por afogamento, sufocação, choque eléctrico, intoxicação e muitas


doenças agudas, a respiração pode acabar. Neste momento precisamos praticar a respiração

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artificial para salvar a saúde da vítima. Existem dois métodos: a respiração artificial boca a boca
e a respiração boca a nariz.

O método da respiração boca aboca é da seguinte maneira:

1. Puxar a cabeça da vítima para trás e manter a boca aberta.


2. Apertar a zona macia do nariz.
3. Inspire profundamente, abra muito a sua boca e ajuste os lábios à boca da vítima.
4. Sopre ar para dentro da boca da vítima devagar, até ver o peito da vítima inchar. Retire a sua
boca.
5. Repetir a operação cada cinco segundos (12 vezes por minutos).
6. Se a vítima respirar por si mesma deitá-la na posição lateral da segurança.

Fig. 20: Reanimação através da respiração artificial

MÓDULO VIII: PRIMEIROS SOCORROS


Lição n˚ 1: Conceito de primeiros socorros

Entende-se por primeiro socorro o auxílio prestado a um acidentado ou doente com o fim de
resolver apenas a situação de urgência que ele apresenta. Qualquer outro tratamento mais
completo está indiscutivelmente fora do âmbito do primeiro socorro e das atribuições do
socorrista.

Ser socorrista é saber prestar um socorro útil, geralmente o primeiro, é desempenhar um papel
principal, mas limitado e temporário.

Ser socorrista é, portanto, em presença dum ferido, fazer a tempo o gesto preciso, saber evitar
todo e qualquer gesto desordenado, não fazer mais do que o necessário, afastar os presentes e
evitar a sua exaltação, impedindo, portanto, o comportamento nefasto das pessoas que querem
prestar ajuda com a melhor das intenções, mas absolutamente ignorantes das mais elementares
regras do socorrismo.

Perante um acidente, o socorrista deve proceder pela ordem seguinte:

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1. Afastar a multidão com delicadeza, mas pondo a sua autoridade, e pedir a uma ou duas
pessoas que lhe pareçam mais competentes para o ajudarem, cumprindo as suas instruções.

2. Examinar rapidamente o local , localizar os ferimentos e verificar o aspecto anormal da


vitima, procurando, pela ordem de urgência, a existência de:
a) Asfixia
b) Hemorragias importantes.
c) Fracturas.
d) Grandes ferimentos.

3. Proceder aos cuidados urgentes e correctos para cada caso, no local do acidente, antes do seu
transporte.

4. Utilizar ajuda de um voluntario para, sendo possível, ser enviado ao hospital ou posto mais
próximo, para obter macas ou ambulâncias, etc., ou para telefonar.

5. Envidar todos os esforços para se improvisar o transporte dos doentes nas melhores
condições, caso não haja possibilidade de se conseguir o auxilio dum hospital ou dum posto,
com transporte apropriado.

Os exames preliminares a observar em casos de primeiros socorros são os seguintes:

a) A vítima respira?
b) A vítima tem pulsação?
c) A vítima está consciente?
d) A vítima está sangrar?
e) A vítima está no estado de choque?

Fig. 1: Posto de primeiros socorros Fig. 2: Socorristas prestando os primeiros socorros

Lição n˚ 2: Respiração artificial

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Quando há um acidente por afogamento, sufocação, choque eléctrico, intoxicação e muitas


doenças agudas, a respiração pode acabar. Neste momento precisamos praticar a respiração
artificial para salvar a saúde da vítima. Existem dois métodos: a respiração artificial boca a boca
e a respiração boca a nariz.

O método da respiração boca aboca é da seguinte maneira:

1. Puxar a cabeça da vítima para trás e manter a boca aberta.


2. Apertar a zona macia do nariz.
3. Inspire profundamente, abra muito a sua boca e ajuste os lábios à boca da vítima.
4. Sopre ar para dentro da boca da vítima devagar, até ver o peito da vítima inchar. Retire a sua
boca.
5. Repetir a operação cada cinco segundos (12 vezes por minutos).
6. Se a vítima respirar por si mesma deitá-la na posição lateral da segurança.

Fig. 3: Reanimação através da respiração artificial

Lição n˚ 3: Desmaios

Uma pessoa desmaiada está inconsciente, tem uma cara pálida, a respiração é superficial, perde
brevemente os sentidos e só os recupera alguns minutos depois.

Quando sentir que uma pessoa vai desmaiar faça o seguinte:

1. Ajude a vítima a sentar-se, inclinar a cabeça para frente, colocando-a entre os joelhos.
2. Peça-lhe que respire profundamente.
3. Assegure-se que ela dispõe de bastante ar fresco.

Se uma pessoa desmaiou faça o seguinte: 5. Explique-lhe o que sucedeu e verifique


se não está ferida.
1. Deite a vítima e levante-lhe as pernas.
2. Desaperte quais peças de roupa justas ao
pescoço.
3. Assegure-se que ela dispõe de bastante
ar fresco.
4. Logo que a vítima acorde, ajude-a a
sentar-se devagar. Fig. 4: Tratamento de uma vitima de desmaio
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Lição n˚ 4: Perda dos sentidos e coma

Uma pessoa que perde os sentidos pode ficar muito agitada e portar-se como se estivesse bêbada
e, depois, adormercer tão profundamente que nem com um beliscão acorda. Pode recuperar os
sentidos ou entrar num estado de inconsciência total. Uma pessoa totalmente inconsciente
encontra-se em estado de coma.

Se vir uma pessoa que lhe parece 5. Verifique se a pessoa respira.


inconsciente faça o seguinte: 6. Se a vítima não respira pratique a
respiração artificial.
1. Tente acordar a vítima e pergunte o que 7. Se a vítima respira coloque-a na posição
aconteceu. lateral da segurança.
2. Se não houver nenhuma reacção abra a
boca da vítima e verifique se as vias
respiratórias não estão obstruídas.
3. Se as vias respiratórias estiverem
obstruídas desobstrua-as.
4. Puxe a cabeça da vítima para trás e puxe
Fig. 5: Posição lateral da segurança.
o maxilar inferior muito para baixo, o
que vai ajudar a vítima respirar.

Lição n˚ 5: Estado de choque

Uma pessoa em estado de choque apresenta os seguintes sintomas:

1. Está pálida e tem o interior dos lábios de cor azulada.


2. Está fria e a pele fica húmida e fria.
3. Tem respiração rápida com sopros curtos.
4. Pode tornar-se ansiosa e agitada, boceja e suspira.
5. Pode sentir muita sede ou ter indisposição e vômitos.
6. Pode perder os sentidos ou morrer se não for tratada.

O estado de choque pode ser causado pelos seguintes acontecimentos:

1. Perda importante de líquidos corporais.


2. Electrocução.
3. Dores violentos.
4. Reacções alérgicas.
5. Medo exagerado.

Se uma vítima estiver em estado de choque 1. Preste primeiros socorros para todas as
faça o seguinte: causas do sestado de choque.

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2. Ajude a vítima a deitar-se e mantenha a


cabeça baixa.
3. Eleve as pernas e mantenha-a o mais alto
possível. Depois de ter erguido as
pernas não voltes a baixá-las.
4. Mantenha a vítima confortavelmente e
aqueça-a, cubra-a com um cobertor ou Fig. 6: Tratamento do estado de choque.
roupa.
5. Não dar nada de beber ou de comer a
uma pessoa em estado de choque.

Lição n˚ 6: Hemorragia

Prestar primeiros socorros á vítimas com hemorragia ajuda-os a melhorar rapidamente, evitando
os seguintes problemas:

1. Perda de sangue.
2. Infecções.
3. Dores agudas.
4. Estado de choque.
5. Morte.

Quando vir uma pessoa com um corte


pequeno, faça o seguinte:

1. Lave o corte. Retire delicadamente


qualquer sujidade com água limpa e
sabão.
2. Se se tratar de um aranhão pequeno,
deixe-o secar ao ar livre. Se necessário Fig. 7: Aplicação de pensos.

aplique um penso pequeno.


3. Verifique se o derrame de sangue parou.
4. Verifique que não existem outras feridas.

Se vir uma pessoa com um corte que está 3. Se se tratar de um braço ou de uma
sangrar muito, faça o seguinte: perna levante esse membro.
4. Cubra com um penso limpo e aplique
2. Carregue fortemente na ferida para que uma ligadura.
deixe de sangrar.

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5. Verifique se deixou de sangrar. Caso 7. Levar a vitima ao centro de saúde.


contrário, junte outro penso e faça outra
ligadura. Não retire a primeira ligadura.
6. Se aplicou uma ligadura num membro
verifique freqüentemente se os dedos
não arrefecem. Se estiverem a arrefecer
alargue a ligadura para o sangue poder
circular.
Fig. 8: Levantar o membro ferido.

Se vir uma pessoa com um corte e um 7. Envie a vítima ao centro de saúde.


objecto pontiagudo a sair faça o seguinte:

1. Aperte ligeiramente à volta do objecto


(mas não carregue na ferida).
2. Coloque um penso limpo, ou um tecido,
sobre o corte e o objecto, sem carregar.
3. Envolva o objecto com um tecido ou
penso e fixe-o delicadamente com uma
ligadura (mas não retire o objecto).
4. Mantenha a parte ferida levantada. Fig. 9: Pessoa com um corte e um objecto pontiagudo
5. Se pensa que pode haver uma fractura, a sair.
mantenha a parte ferida imóvel.
6. Verifique freqüentemente se os dedos
não arrefecem.
Quando uma pessoa deita sangue pelo respirar pelo nariz durante algumas
nariz faça o seguinte: horas.
5. Se o sangue não parar ao fim de 30
1. Peça a pessoa para se sentar, inclinada minutos envie a pessoa ao centro da
para frente, e para evitar e engolir o saúde.
sangue, pois pode causar uma
indisposição.
2. Peça-lhe que aperte a parte macia do
nariz com o polegar e o indicador e que
respire pela boca. Ajude a pessoa a
fazê-lo durante 10 minutos.
3. Peça a pessoa para não se assoar nem
respirar pelo nariz.
4. Quando o sangue parar, diga a pessoa Fig. 10: Pessoa deitando sangue pelo nariz
para não tocar no nariz, nem se assoar ou

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Quando uma pessoa deita sangue pelos 4. Se o sangue vier dentro do ouvido envie
ouvidos, faça o seguinte: a pessoa ao centro de saúde.

1. Peça a pessoa para se sentar ou se deitar


e inclinar a cabeça de forma a que o
ouvido que sangra fique voltado para
baixo.
2. Lave as mãos.
3. Coloque uma ligadura ou um tecido
limpo em cima do ouvido, sem apertar.
Fig. 11: Pessoa deitando sangue pelo ouvido.
Lição n˚ 7: Fracturas

Em certos casos é fácil descobrir que há uma fractura. Noutros casos, será necessário observar se
a pessoa:

1. Sente dor quando tenta mexer a zona ferida.


2. Sente dor quando se apóia levemente na zona ferida.
3. Não pode mexer a zona ferida.
4. Está inchada ou apresenta uma modificação da forma do corpo na zona ferida.

Se o osso fracturado estiver à vista, trata-se


de uma fractura aberta, nesse caso faça o
seguinte:

2. Peça a alguém que o ajude a apoiar o


membro fracturado.
3. Coloque um penso ou um tecido limpo
sobre o corte e a fractura.
4. Envolva o osso com o tecido ou penso e
fixe-o delicadamente com uma ligadura.
5. Manter a parte ferida imóvel.
6. Verifique freqüentemente se os dedos
nãos arrefecem. Fig. 12: Fractura aberta e fechada.
7. Transporte a vítima para o centro de
saúde sem mover a parte ferida.

Se a pessoa apresentar uma fractura sem ferida, trata-se de uma fractura fechada, proceda
então da seguinte forma:

1. Não mexa o membro fracturado.

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2. Verifique se a vítima não apresenta outras fracturas nem dores fortes na bacia, no peito ou
nas costelas.
3. Imobilize os ossos fracturados com uma tala ou uma ligadura, o que diminuirá as dores e o
risco de estado de choque e evitará que a ferida piore durante o transporte da vítima para o
centro de saúde.

Fig. 13: Imobilização de fracturas.

Lição n˚ 8: Electrocução verifiique se apresenta queimaduras e


fique ao pé dela até ela se sentir em
A electrocução pode matar, provoca estado segurança.
de choque e queimaduras. 3. Se a vítima apresentar queimaduras
Se vir uma pessoa electrocutada faça o eléctricas trate-a como se fosse no caso
seguinte: de queimaduras.
4. Se a vítima estiver em choque preste os
1. Retire a ficha ou corte a alimentação primeiros socorros necessários.
eléctrica no interruptor principal ou, 5. Se a vítima apresenta perda dos sentidos,
ponha-se em cima de um pedaço de preste os primeiros socorros adequados.
madeira ou de papel dobrado e use
sapatos com sola de borracha. Sirva-se
de um pedaço de madeira seca (por
exemplo, uma vassoura) ou de um rolo
de papel e afaste a fonte eléctrica da
pessoa.
2. Se a vítima estiver ligeiramente em
choque, faça o seguinte: Tranquilize-a,
Fig. 14: Electrocução.

Lição n˚ 9: Afogamento 1. Tire a cabeça da vítima de dentro do


liquido e transporte-a para um lugar
Uma pessoa afoga-se quando a água ou seguro.
qualquer liquido impede a penetração do ar 2. Limpar as vias respiratórias, abrir as vias
para a boca e o nariz. respiratórias e verificar a respiração.
Quando uma pessoa se estiver a afogar 3. Se a vítima respira coloque em posição
faça o seguinte: lateral de segurança.

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4. Se a vitima não respira começa logo a Se alguém estiver a sufocar, faça


respiração artificial boca a boca imediatamente o seguinte:
imediatamente.
5. Logo que a respiração começa: coloque 1. Peça a vitima que se incline para frente,
a vítima em posição lateral de segurança. de forma a ter a cabeça mais baixa que o
6. A vítima vai vomitar água ou o liquido à peito.
medida que vai recuperando. 2. Se ao tossir a vitima não puder expulsar
Assegure-se que a vitima conserva a o objecto que bloqueia as vias
posição lateral de segurança para evitar respiratórias, bata-lhe quatro vezes com
que se afogue novamente com os força as omoplatas. Se necessário, repita
vômitos. Ajude a vitima a manter-se na a operação.
posição lateral de segurança até ter 3. Se a vitima continuar a não poder
forças suficientes para se levantar e respirar, ponha-se atrás dela, coloque os
começar a caminhar. Pode ser necessário seus braços cruzados em redor dela, logo
aquecer a pessoa, envolvendo-a num abaixo do tórax e depois aperte
cobertor. energicamente puxando para si e para
cima. Muitas vezes o objecto sai pela
boca.
4. Se a vitima perder os sentidos, faça a
respiração artificial, o que talvez lhe
permita expulsar o corpo estranho das
vias respiratórias.

Fig. 15: Afogamento.

Lição n˚ 10: Sufocação

Há sufocação quando uma pessoa não pode


respirar correctamente porque um corpo
estranho obstruiu as vias respiratórias. Fig. 16: Sufocação.

Os sintomas duma sufocação são os Lição n˚ 11: Asfixia


seguintes: Há asfixia quando qualquer coisa impede o
1. A vítima é capaz de produzir qualquer ar de entrar pela boca e pelo nariz e a vítima
som. não pode respirar.
2. Deita as mãos à garganta. As causas da asfixia são as seguintes:
3. Os lábios e a língua tornam-se azuis.
4. Perde os sentidos se a sufocação não 1. Afogamento.
parar.

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2. A boca e o nariz estão tapados por um


saco plástico ou um tecido espesso.
3. Gases tóxicos.
4. A língua de uma pessoa sem sentidos vai
para trás.
5. Pessoa enterrada na areia, terra ou
escombros.

Fig. 17: Vitimas de asfixia.

Quando uma pessoa sofre asfixia, faça imediatamente o seguinte:

1. Desobstrua as vias respiratórias.

Elimine qualquer causa de asfixia e coloque a vitima fora de perigo.


Se a vitima se se asfixia por causa de gases tóxicos:
a) Tente não respirar durante a sua intervenção.
b) Fique tão perto quanto possível do solo.
c) Proteja a sua boca com um tecido.
d) Se tiver qualquer duvida quanto a sua própria segurança, não intervenha.

2. Abra as vias respiratórias.

Puxe a cabeça da vitima para trás e puxe-lhe o queixo para baixo, o que vai ajudar a vitima a
respirar.

3. Verifique se a vitima respira.


a) Observe o peito dela.
b) Escute a respiração dela.
c) Sinta o sopro dela.
d) Se a respiração for normal, permaneça ao lado da vitima e tranquilize-a.
e) Se a vitima não respira faça a respiração artificial imediatamente.

4. Se a vitima estiver enterrada de baixo de escombros, areia ou terra, liberte-a até às ancas para
que ela possa respirar profundamente. Se tiver duvidas quanto à sua própria segurança, não
intervenha.

Lição n˚ 12: Queimaduras Quando uma pessoa apresenta uma


queimadura ligeira faça o seguinte.
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1. Afaste rapidamente a vitima do perigo. 5. Lave as mãos. Proteja-se a si mesmo e


2. Arrefeça imediatamente a zona os outros. Cubra totalmente a zona com
queimada na água fria durante 10 um tecido limpo.
minutos ou ate a dor parar.
3. Retire depressa as peças de vestuário
justas, os anéis ou os relógios, antes da
zona queimada começar a inchar.
4. Corte cuidadosamente todas as peças de
vestuário sujas por líquidos ferventes, ou
produtos químicos. Tenha cuidado para
não se ferir. Fig. 18: Queimadura.

Se a roupa e o cabelo de uma pessoa 2. Não coloque gordura nem óleo numa
estiverem em fogo, faça imediatamente o queimadura.
seguinte: 3. Não ponha algodão em contacto directo
com a zona queimada.
1. Apague as chamas com água. 4. Não cubra a zona queimada com pensos
2. Se não tiver água, abafe as chamas adesivos.
envolvendo bem a vitima num cobertor, 5. Não fure as bolhas causadas pela
tapete ou qualquer outro tecido pesado e queimadura.
resistente ao fogo.
3. Deite a vitima no chão para apagar as Lição n˚ 13: Envenenamentos
ultimas chamas.
Se uma pessoa engoliu um acido ou um
Quando uma pessoa apresenta uma produto tóxico corrosivo como petróleo,
queimadura do tamanho de uma mão ou faça rapidamente o seguinte:
maior faça o seguinte:
1. Dê lhe de beber leite ou água em
1. Afaste rapidamente a vitima do perigo. abundancia.
2. Deite a vitima numa maca. 2. Envie imediatamente para o centro de
3. Cubra toda zona queimada com um saúde.
tecido limpo. 3. Não a faça vomitar, pois o tóxico
4. Dar de beber freqüentemente. causaria queimaduras suplementares.
5. Levar imediatamente ao centro de saúde.

O que não se deve fazer ao prestar


primeiros socorros em caso de
queimaduras:

1. Não retire nada que esteja colado à zona Fig. 18: Envenenamento.
queimada.

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Se uma pessoa engoliu um produto tóxico


não acido (por exemplo, frutos ou
cogumelos venenosos, sementes
envenenadas, pesticidas ou medicamentos)
e não perdeu os sentidos, faça rapidamente
o seguinte:

1. Faça-a vomitar metendo-lhe um dedo no


fundo da garganta. Repita a operação
quinze minutos depois.
2. Depois da vitima ter vomitado, faça-a
beber abundantemente. O liquido ideal é
o leite ou outra bebida com claras de
ovos. Fig. 19: Corpo estranho no olho.

Se a pessoa receber uma pancada no olho


faça o seguinte:
Lição n˚ 14: Problemas nos olhos
1. Prepare um penso húmido molhado, um
Se uma pessoa tiver um corpo estranho
pedaço de tecido em água fria e
dentro do olho, faça o seguinte:
enxugando-o até não deitar mais água,
1. Peça a pessoa para se sentar (pode colocar gelo dentro de um plástico
confortavelmente e olhar lentamente e envolver o plástico em tecido).
para cima, para baixo, para a direita e 2. Coloque o penso frio sobre o olho
para a esquerda, ate você conseguir durante cerca de 30 minutos. Isso reduza
encontrar o corpo estranho. a inflamação e a dor e atenua o olho
2. Retireo delicadamente com um pedaço pisado.
de tecido limpo e macio ou com algodão.
3. Se vir vários corpos estranhos, lave os
olhos com água limpa, fervida e
arrefecida.

Fig. 20: Pancada no olho.

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Se uma pessoa tiver um corte no olho, faça Lição n˚ 15: Insolações


o seguinte:
A insolação é o traumatismo provocado pela
1. Cubra ambos os olhos com um penso e exposição ao sol por longo tempo. Uma
uma ligadura pouco apertada. pessoa com insolação fica inconsciente e
2. Prepare o transporte do ferido para o tem a cara vermelha.
centro de saúde. Assegurese que alguém
fica com a pessoa para evitar novos Em casos de insolações deitar a vitima numa
ferimentos. sombra com a cabeça numa posição alta e
humedecer a cabeça com água fria.

Fig. 21: Corte no olho. Fig. 22: Insolação.

Lição n˚ 16: Transporte de feridos.

No transporte de feridos para o centro de saúde podemos encontrar quatro casos:

Primeiro caso:

Estou sozinho com uma vitima e tenho que transportá-la. Posso-lhe ajudar a andar ou colocar nas
minhas costas, se é que a vítima não tem ferimentos interiores.

Fig. 23: Transporte de ferido .

Segundo caso:

Estamos duas pessoas:


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a) Podemos fazer uma maca e transportar a vitima.


b) Podemos formar uma cadeira com os nossos braços e transportar a vitima.
c) Pode-se colocar a vitima numa cadeira e transportamos a vitima sentada na cadeira.

Fig. 24: Transporte de ferido.

Terceiro caso:

Estamos três pessoas:

1. Ajoelhamos do mesmo lado da vitima com um joelho apoiado no chão.


2. Colocamos os nossos antebraços sob a vitima e as nossas mãos livres no outro lado dela.
Levantamos os a vitima aos nossos joelhos.
3. Levantamos a vitima cuidadosamente e viramo-la contra os nossos corpos. Carregamos a
vitima até ao local desejado e abaixamo-la cuidadosamente.

Fig. 25: Transporte de ferido.

Fig. 26: Transporte de ferido.

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Quarto caso:

Se o percurso for longo pode-se usar um meio de transporte adequado de acordo com a situação
da vitima.

REGRAS PARA SEGURANÇA

Em soldadura e corte ao arco elétrico

Soldadura Industrial

INTRODUÇÃO

O presente documento é destinado a proporcionar informações sobre saúde e segurança do


soldador durante os processos de soldadura e durante a utilização dos equipamentos
relacionados. Estas informações podem ser usadas como subsídios para o treinamento dado nas
empresas a soldadores, operadores e demais técnicos.

As regras apresentadas neste documento, não devem ser consideradas como alternativas à
legislação ou às normas vigentes, inclusive às normas internas em uso nas empresas; ainda, elas
completam, mas não substituem, de modo algum, as informações contidas nos manuais de
instruções específicos dos equipamentos de soldar ou cortar. As regras de segurança são
apresentadas para a proteção dos operadores e demais pessoal envolvido na instalação, utilização
e manutenção de equipamentos de soldar e a outros equipamentos de processos complementares
a de soldar, processo de corte. Elas resumem informações e práticas adotadas na industria e são
baseadas em literatura especializada.

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Antes de se instalar, operar ou reparar um equipamento de soldar, é necessário ter lido,


compreendido e adotado as regras aqui apresentadas. A não observância destas regras de
segurança pode resultar em acidentes com danos pessoais eventualmente fatais, sob a inteira
responsabilidade do Usuário. A não observância das regras abaixo apresentadas implica ainda na
perda total da garantia dada sobre os equipamentos fornecidos por Fabricantes.

UMTREINAMENTO ADEQUADO NA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE


QUALQUER EQUIPAMENTO ELÉTRICO É ESSENCIAL PARA SE EVITAR
ACIDENTES.

As regras de segurança ora apresentadas são divididas em três grupos principais:

1) Regras de segurança relativas ao local de trabalho

2) Regras de segurança relativas ao pessoal

3) Regras de segurança relativas ao equipamento

1. Regras de segurança relativas ao local de trabalho

1.1. Incêndios e explosões

O calor produzido por arcos elétricos e as suas irradiações, por escórias quentes e por faíscas
podem ser causas de incêndios ou explosões. Consequentemente, toda área de soldadura ou corte
deve ser equipada com sistema adequado de combate a incêndio e o pessoal de supervisão de
área, operação ou manutenção do equipamento envolvido deve ser treinado no combate a
incêndios.

Todo e qualquer trabalhador deve ser familiarizado com as seguintes medidas de prevenção e
proteção contra incêndios:

Garantir a segurança da área de trabalho. Sempre que possível, trabalhar em locais


especialmente previstos para soldadura ou corte ao arco elétrico.

Eliminar possíveis causas de incêndios. Locais onde se solde ou corte não devem conter
líquidos inflamáveis (gasolina, tintas, solventes, etc), sólidos combustíveis (papel, materiais de
embalagem, madeira, etc) ou gases inflamáveis (oxigênio, acetileno, hidrogênio, etc).

Instalar barreiras contra fogo e contra respingos. Quando as operações de soldadura ou corte
não podem ser efetuadas em locais específicos e especialmente organizados, instalar proteções
não inflamáveis ou combustíveis para evitar que o calor, as fagulhas, os respingos ou as escórias
possam atingir materiais inflamáveis.

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Fig 1. Barreiras contra fogo

Instalar equipamentos de combate a incêndios. Extintores apropriados, baldes de areia e


outros dispositivos antiincêndio devem ficar a proximidade imediata da área de soldadura ou
corte. Sua especificação depende da quantidade e do tipo dos materiais combustíveis que possam
se encontrar no local de trabalho.

Avaliar a necessidade de uma vigilância especial contra incêndios. Quando soldam ou


cortam, os operadores, podem não se dar conta da existência de algum incêndio pois além da
atenção exigida pelo próprio trabalho, eles ficam isolados do ambiente pela sua máscara de
soldadura e os seus diversos equipamentos de proteção individual. De acordo com as condições
do local de trabalho, a presença de uma pessoa especialmente destinada a tocar um alarme e
iniciar o combate ao incêndio pode ser necessária.

Conhecer os procedimentos locais para casos de incêndios em soldadura. Alem dos


procedimentos de segurança da empresa e das normas ou legislação em vigor, é recomendado
que sejam conhecidas as regras enunciadas nas norma de higiene segurança no trabalho.

Não soldar, cortar em tanques fechados ou que não tenham sido devidamente esvaziados e
limpos internamente. Eles podem explodir se tiverem contido algum material combustível ou
criar um ambiente asfixiante ou tóxico conforme o material que foi armazenado neles.

Proceder à inspeção da área de trabalho após ter-se completado a soldadura ou o corte.


Apagar ou remover fagulhas ou pedaços de metal quente que, mais tarde, possam provocar
algum incêndio.

1.2. Ventilação

O local de trabalho deve possuir ventilação adequada de forma a eliminar os gases, vapores e
fumos usados e gerados pelo processo de soldadura e corte e que podem ser prejudiciais à saúde

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dos trabalhadores. Substâncias potencialmente nocivas podem existir em certos fluxos,


revestimentos e metais de adição ou podem ser liberadas durante a soldadura ou o corte. Em
muitos casos, a ventilação natural é suficiente, mas certas aplicações podem requerer uma
ventilação forçada, cabinas com coifas de exaustão, filtros de respiração ou máscaras com
suprimento individual de ar como mostra a figura 2. O tipo e a importância da ventilação
dependem de cada aplicação específica, do tamanho do local de trabalho, do número de
trabalhadores presentes e da natureza dos materiais trabalhados e de adição.

Fig. 2. Diversas formas de ventilação

Locais tais como poços e tanques devem ser considerados como áreas confinadas. A
soldadura ou o corte em áreas confinadas requer procedimentos específicos de ventilação e
trabalho, com o uso eventual de capacetes ou máscaras especiais.

Não soldar ou cortar peças sujas ou contaminadas por alguma substância desconhecida.
Não se deve soldar, cortar ou realizar qualquer operação a quente numa peça que não tenha sido
adequadamente limpa. Os produtos da decomposição destas substâncias pelo calor do arco
podem produzir vapores inflamáveis ou tóxicos (figura 3). Todos os fumos e gases desprendidos
devem ser considerados como potencialmente nocivos. Remover toda e qualquer pintura ou
revestimento de zinco de uma peça antes de soldá-la ou cortá-la.

O soldador ou operador deve sempre manter a cabeça fora da área de ocorrência dos
fumos ou vapores gerados por um arco elétrico de forma a não respirá-los. O tipo e a
quantidade de fumos e gases dependem do processo, do equipamento e dos consumíveis usados.
Uma posição de soldadura pode reduzir a exposição do soldador aos fumos.

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Fig. 3. Fumos resultantes de processo de solda ou de revestimento de peças.

Metais tais como o aço galvanizado, o aço inoxidável, o cobre, ou que contenham zinco,
chumbo, berílio ou cádmio nunca devem ser soldados ou cortados sem que se disponha de uma
ventilação forçada eficiente. Nunca se deve inalar os vapores produzidos por estes materiais.

Uma atmosfera com menos de 18 % de oxigénio pode causar tonturas, perda de consciência e
eventualmente morte, sem sinais prévios de aviso. Os gases de proteção usados em soldadura e
corte são quer mais leves, quer mais pesados que o ar; certos deles (argon, dióxido de carbono-
CO2 , nitrogênio) podem deslocar o oxigênio do ar ambiente sem serem detectados pelos
sentidos do homem.

O hidrogênio é um gás inflamável. Uma mistura deste gás com oxigênio ou ar numa área
confinada explode se alguma faísca ocorrer. Ele é incolor, inodor e insípido. Ainda, sendo mais
leve que o ar, ele pode acumular-se nas partes superiores de áreas confinadas e agir como gás
asfixiante.

Alguma irritação nos olhos, no nariz ou na garganta durante a soldadura ou o corte pode ser
indício de uma contaminação do local de trabalho e de uma ventilação inadequada. O trabalho
deve ser interrompido, as condições do ambiente devem ser analisadas e as providências
necessárias para melhorar a ventilação do local devem ser tomadas.

1.3. Cilindros de gás.

O manuseio inadequado dos cilindros dos gases usados em soldadura ou corte elétricos pode
provocar a danificação ou ruptura da válvula de fechar e a liberação repentina e violenta do gás
que contêm com riscos de ferimento ou morte.

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 Observar as características físicas e químicas dos gases usados e seguir rigorosamente


as regras de segurança específicas indicadas pelo fornecedor.
 Somente usar gases reconhecidamente adequados ao processo de soldadura ou corte e à
aplicação previstos.
 Somente usar um regulador de pressão específico para o gás usado e de capacidade
apropriada à aplicação. Nunca usar adaptadores de rosca entre um cilindro e o regulador de
pressão.
 Sempre conservar as mangueiras e conexões de gás em boas condições de trabalho. O
circuito de gás deve estar isento de vazamentos.
 Os cilindros de gás devem sempre ser mantidos em posição vertical. Eles devem ser
firmemente fixados no seu carrinho de transporte ou nos seus suportes ou encostos (em
paredes, postes, colunas, etc) por meio de correia ou de corrente isolada eletricamente (figura
4.).

Fig. 5. Posição correta de trabalho de cilindros.

 Nunca conservar cilindros ou equipamento relativo a gases de proteção em áreas


confinadas.
 Nunca instalar um cilindro de gás de forma que ele possa, mesmo que
acidentalmente, se tornar parte de um circuito elétrico. Em particular, nunca usar um
cilindro de gás, mesmo que vazio, para abrir um arco elétrico.
 Quando não estiverem em uso, cilindros de gás devem permanecer com sua válvula
fechada, mesmo que estejam vazios. Devem sempre ser guardados com o sua tampa de
válvula aparafusada. O seu deslocamento ou transporte deve ser feito por meio de
carrinhos apropriados e deve-se evitar que cilindros se choquem.
 Sempre manter cilindros de gás distantes de chamas e de fontes de faíscas ou de
calor (fornos, etc).
 Ao abrir a válvula do cilindro, manter o rosto afastado do regulador de
pressão/vazão.

2. Regras de segurança relativas ao pessoal

2.1. Choques elétricos

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Choques elétricos podem ser fatais e devem ser evitados. Instalações elétricas defeituosas,
aterramento ineficiente assim como operação ou manutenção incorretas de um equipamento
elétrico são fontes comuns de choque elétricos.

 Instalar o equipamento de acordo com as instruções do Manual específico fornecido.


Sempre usar cabos elétricos de bitola adequada às aplicações previstas e com a isolamento
em perfeito estado. Para o circuito de soldadura, respeitar a polaridade exigida pelo processo
ou a aplicação.
 A ligação a terra dos equipamentos e seus acessórios de ser num ponto seguro. A ligação
da estrutura das máquinas a um ponto seguro de terra próximo do local de trabalho é
condição básica para se evitar choques elétricos. Ainda e de acordo com a figura abaixo, a
peça a ser soldada o terminal de saída correspondente na fonte de energia deve ser a da terra.

Fig. 5. Ligação do equipamento a terra.

 Garantir bons contatos elétricos na peça soldada e nos terminais de saída da


máquina. Os terminais de saída, em particular aquele ao qual a peça soldada estiver
ligada, devem ser mantidos em bom estado, sem partes quebradas ou isolamento trincada.
Nunca fazer contatos elétricos através de superfícies pintadas, notavelmente na peça a ser
soldada.
 Assegurar-se de que todas as conexões elétricas estão bem apertadas, limpas e secas.
Conexões elétricas defeituosas podem aquecer e, eventualmente, derreter. Elas podem
ainda ser a causa de más soldas e provocar arcos ou faíscas perigosas. Não se deve
permitir que água, graxa ou sujeira se acumule em terminais ou elementos de um circuito
elétrico.
 Manter o local de trabalho limpo e seco. A umidade e a água são condutoras da
eletricidade. Manter sempre o local de soldadura ou corte, os equipamentos e a roupa de
trabalho seco. Eliminar de imediato todo e qualquer vazamento de água. Não deixar que
mangueiras encostem-se a peças metálicas. Nunca ultrapassar os limites de pressão da
água indicados nos Manuais de Instruções.
 Usar roupa e equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado,
limpos e secos. Ver, abaixo, as regras específicas relativas à proteção corporal.
 Ao soldar ou cortar, não usar quaisquer adornos, acessórios ou objetos corporais
metálicos. Para soldar, cortar, é recomendado retirar anéis, relógios, colares e outros
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itens metálicos. Contatos acidentais de tais objetos com algum circuito elétrico podem
aquecê-los, derretê-los e provocar choques elétricos.
 O soldador ou operador de uma máquina de soldar ou cortar deve trabalhar em
cima de um estrado ou plataforma isolante.

2.2) Campos elétricos magnéticos

A corrente elétrica que circula num condutor provoca o aparecimento de campos elétricos e
magnéticos. As correntes elétricas utilizadas em soldadura ou corte criam tais campos em torno
dos cabos de solda e dos equipamentos.

Para minimizar os efeitos dos campos gerados pelas correntes elétricas de soldadura e corte:

 Não se deve permanecer entre os dois cabos eletrodo e obra e sim, sempre manter ambos do
mesmo lado do corpo.
 Os dois cabos de soldadura (eléctrodo e obra) devem correr juntos e, sempre que possível,
amarrados um ao lado do outro.
 Na peça a ser soldada, conectar o cabo obra tão perto quanto possível da junta.
 Nunca se deve enrolar cabos de soldadura em torno do corpo.
 Manter os cabos de soldadura e de alimentação do equipamento tão longe quanto possível
do corpo.

2.3. Regras específicas de segurança corporal

2.3.1. Regras para a proteção da visão

Os arcos elétricos de soldadura ou corte emitem raios ultravioletas e infravermelhos. Exposições


de longa duração podem provocar queimaduras graves e dolorosas da pele e danos permanentes
na vista.

 Para soldar ou cortar, usar máscara com vidro ou dispositivo de opacidade adequado
ao processo e à aplicação prevista. A tabela abaixo orienta quanto à opacidade
recomendada para a proteção em função do processo e da faixa de corrente usados. Como
regra geral, iniciar com uma opacidade alta demais para que se veja a zona do arco; reduzir
então a opacidade que se tenha uma visão adequada da área de soldadura, sem problema para
os olhos.
Tabela 1. Filtros recomendados para proteção dos olhos na soldadura.

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Fonte: Norma de segurança ANSI Z49.1

Usar óculos de segurança com protetores laterais. Quando se solda, corta ou goiva, quando se
remove a escória de um cordão de solda ou quando se esmerilha alguma peça partículas
metálicas, respingos e fagulhas podem atingir os olhos sob ângulos quaisquer de incidência. Nos
processos semi-automáticos ou automáticos, pontas de arame podem ferir gravemente. Usar os
óculos de segurança inclusive por baixo da máscara de soldar ou de qualquer protetor facial.

Qualquer pessoa dentro de uma área de soldadura ou corte, ou num raio de 20 m, deve
estar adequadamente protegida. A irradiação de um arco elétrico tem grande alcance e
partículas metálicas e respingos podem voar sobre distâncias relativamente grandes.

2.3.2) Regras para proteção da pele

Devido à emissão de raios ultravioletas e infravermelhos, arcos elétricos queimam a pele da


mesma maneira que o sol, porem muito mais rapidamente e com maior intensidade. Os
operadores, e em particular aqueles sensíveis à exposição ao sol podem sofrer queimaduras na
pele após breve exposição a um arco eléctrico. Os respingos de solda são outras fontes de
queimaduras. Seguir as recomendações abaixo para garantir uma proteção segura contra a
irradiação de um arco elétrico e os respingos.

Não deixar nenhuma área de pele descoberta. Não arregaçar as mangas da camisa ou do
avental.

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Usar roupa protetora resistente ao calor: gorro, jaqueta, avental, luvas e perneiras. Roupa
de algodão ou similares constitui uma proteção inadequada, pois além de ser inflamável, ela pode
se deteriorar em função da exposição às radiações dos arcos elétricos.

Usar calçado de cano longo e estreito. Não usar sapatos baixos e folgados nos quais respingos
podem penetrar.

Sempre usar roupa, inclusive de proteção, limpa. Manchas de óleo ou graxa ou sujeira em
excesso podem inflamar-se devido ao calor do arco.

Todas as regras acima se aplicam integralmente às manutenções preventiva e corretiva dos


equipamentos. Manutenções ou reparações somente devem ser feitas por elementos habilitados
devidamente protegidos e isolados do ponto de vista elétrico; somente usar ferramentas isoladas,
específicas para eletricidade. Proceder à reparação de máquinas elétricas em local apropriado e
devidamente isolado.

2.3.3. Regras para a proteção da audição

 Usar protetores de ouvido. Certas operações de soldadura produzem ruídos de intensidade


elevada e, eventualmente, longa duração. Protetores de ouvido adequados, além de
protegerem contra estes ruídos excessivos, impedem que respingos e fagulhas entrem nos
ouvidos.

3. Regras de segurança relativas aos equipamentos

Sempre instalar e operar um equipamento de soldar ou cortar de acordo com a orientação do seu
Manual de Instruções. Alem da proteção ao pessoal de operação e manutenção, o aterramento
constitui uma proteção fundamental dos equipamentos.

 Sempre ligar uma máquina de soldar ou cortar à sua linha de alimentação através de
uma chave de parede. Esta chave deve ter fusíveis ou disjuntor de capacidade adequada e
poder ser trancada. Instalar um plugue na extremidade do cabo de entrada da máquina (figura
6). Se for necessário fazer manutenção da máquina no local de trabalho, colocar uma etiqueta
de aviso na chave geral para evitar que ela venha a ser usada.

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Fig. 6. Cabo de alimentação da máquina de soldar.

 Sempre instalar e operar uma máquina de soldar ou cortar de acordo com as


orientações contidas no Manual de Instruções. Além da proteção ao pessoal de operação e
manutenção, a ligação a terra constitui uma proteção fundamental dos equipamentos.
 Operar os equipamentos estritamente dentro das características anunciadas pelo
fabricante. Nunca sobrecarregá-los.
 Nunca usar uma máquina de soldar ou cortar com parte do seu gabinete removida ou
mesmo aberta. Além de tal situação ser potencialmente perigosa para o soldador ou
operador, a falta de refrigeração pode resultar em danos a componentes internos.
 Nunca operar equipamentos defeituosos. Conservá-los em perfeito estado de
funcionamento, procedendo à manutenção preventiva periódica recomendada pelo
fabricante e à manutenção corretiva sempre que necessário. Em particular, todos os
dispositivos de segurança incorporados a um equipamento devem ser mantidos em boas
condições de trabalho.
 Sempre manter um equipamento de soldar ou cortar afastado de fontes externas de
calor (fornos, por exemplo).
 Máquinas de soldar ou cortar não devem ser utilizados em locais alagados ou poças
de água. Salvo quando projetados especialmente ou adequadamente protegidos (a critério
do fabricante), máquinas de soldar ou cortar não devem ser operadas em ambientes
corrosivos ou que tenham matérias oleosas em suspensão, ou nas intempéries.
 Depois de usar um equipamento de soldar ou cortar, sempre desligá-lo e isolá-lo da
sua linha de alimentação.

PROCEDIMENTOS DE PRONTO SOCORRO E EMERGÊNCIA

O pronto socorro consiste em um tratamento provisório aplicado em caso de acidente ou doença.


Um socorro imediato (dentro de quatro minutos) e adequado pode ser a diferença entre uma
recuperação completa, uma invalidez permanente ou a morte.

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Inalação de gases

Trabalhadores com sintomas de exposição a fumos e gases devem ser levados para uma área não
contaminada e inalar ar fresco ou oxigênio. Caso a vítima esteja inconsciente, quem prestar
socorro deve eliminar os gases venenosos ou asfixiantes da área ou usar equipamento apropriado
de respiração antes de adentrá-la. Remover a vítima para uma área não contaminada e chamar
um médico. Administrar oxigênio por meio de uma máscara se a vítima estiver respirando. Caso
contrário, praticar a reanimação cardiopulmonar, de preferência com administração simultânea
de oxigênio. Conservar a vítima aquecida e imobilizada.

Olhos afetados

Caso a vítima use lentes de contato, removê-las. Irrigar os olhos com grande quantidade de água
por 15 min. Ocasionalmente, levantar as pálpebras para assegurar uma irrigação completa.
Aplicar um curativo protetor seco. Chamar um médico. Requerer assistência médica para
remover ciscos ou poeira.

Em caso de ferimento por irradiação de arco elétrico, aplicar repetidamente compressas frias (de
preferência geladas) durante 5 a 10 min. Aplicar um curativo protetor seco. Chamar um médico.
Não esfregar os olhos. Não usar gotas ou colírio salvo se receitados por um médico.

Irritação da pele

Para os casos de contato da pele com produtos irritantes, molhar as regiões afetadas com grandes
quantidades de água e depois, lavar com água e sabão. Retirar a roupa contaminada. Se as
mucosas estiverem irritadas, molhar com água. Lavar cortes e arranhões com água e sabão
neutro. Aplicar um curativo seco e esterilizado.

Queimaduras

Para queimaduras por calor, aplicar água fria numa bolsa de borracha ou similar. Se a pele não
estiver Sida removida pela consequência da queimadura, imergir a parte queimada em água fria
limpa ou aplicar gelo limpo para aliviar a dor. Não furar bolhas. Enfaixar sem apertar com faixa
seca e limpa. Chamar um médico.

Choques elétricos

Quem prestar socorro deve primeiramente proteger a si mesmo com materiais isolantes tais como
luvas. Desligar o equipamento para eliminar o contato elétrico com a vítima. Usar equipamento
ou objetos isolantes se a pessoa que prestar socorro tiver que tocar a vítima para retirá-la. Se a
vítima não estiver respirando, praticar reanimação cardiopulmonar assim que o contato elétrico
for removido. Chamar um médico. Continuar com a ressuscitação cardiopulmonar até que a
respiração espontânea tenha sido restaurada ou até que o médico tenha chegado. Administrar
oxigênio. Manter a vítima aquecida.

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Queimaduras por eletricidade

Tratar queimaduras por eletricidade como queimaduras por calor. Aplicar compressas frias ou
geladas. Cobrir as feridas com curativo seco limpo. Chamar um médico.

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