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RESUMO
INTRODUÇÃO
A Comunicação Interna é uma subárea das Relações Públicas que possui um papel
estratégico dentro das organizações. Ela dissemina os objetivos da organização e permite
a compreensão desses pelos colaboradores. Mas não só isso, a Comunicação Interna pode
proporcionar boas relações interpessoais e boas condições de trabalho (NEIVA, 2018).
Assim, a Comunicação Interna não existe só para transmitir dados, ela também
contribui na divulgação de valores, condutas, hábitos e sentimentos que a empresa deseja
passar. Segundo Curvello (2012, p. 22), essa transformação da comunicação interna
“pode ser definida como o conjunto de ações que a organização coordena como o
objetivo de ouvir, informar, mobilizar, educar e manter coesão interna [...]”.
1
Trabalho submetido na IJ03 – Relações Públicas e Comunicação Organizacional, da Intercom Júnior –
XVI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação.
2
Graduada em Relações Públicas pela UFPR. E-mail: gabrielesantospaz@gmail.com
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Orientadora do trabalho. Professora do curso de Relações Públicas da UFPR. E-mail:
clauquadros@gmail.com
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Neste artigo utilizamos as palavras “funcionários”, “colaboradores”, “trabalhadores” e “empregados”,
bem como variações dessas, como sinônimos. Apesar de termos ciência de que são termos que possuem
vieses ideológicos diferentes, optamos por tratá-las como sinônimos para dar mais fluência ao texto e
evitar repetição exagerada de palavras.
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instituição, como o Relações Públicas. Desse modo, suas ações correm o risco de não
serem eficientes. A partir desta perspectiva, os esforços podem ser em vão e as
organizações arriscam ainda perder tempo e dinheiro se o problema continuar a existir,
sem contar no fato de os colaboradores continuarem a ser prejudicados, caso esse
problema organizacional os impacte. Há necessidade de outro diagnóstico e, obviamente,
outra ação deve ser posta em prática. A atuação conjunta desses profissionais – cada um
com seus conhecimentos específicos – favorece, a princípio, o processo de diagnóstico e
de ações do Comunicador Interno e do Psicólogo Organizacional.
Nesta pesquisa pretendemos responder a seguinte questão problema: Quais são as
relações e contribuições existentes entre o trabalho do Relações Públicas na Comunicação
Interna e a Psicologia Organizacional? Portanto, o objetivo geral foi identificar os pontos
de convergência entre as áreas da Comunicação Interna e da Psicologia Organizacional,
e, assim, mostrar por que esses profissionais podem ter atuação conjunta.
Para demonstrar essas similaridades de forma mais abrangente, esta investigação
teve como objetivos específicos perceber práticas de uma área que podem ser utilizadas
de maneira a contribuir para a outra, relatar as perspectivas que os profissionais do meio
acadêmico de ambas as áreas têm sobre as mesmas, e elencar possíveis pontos positivos
da atuação conjunta desses profissionais.
ATUAÇÃO CONJUNTA
Como demonstrado anteriormente, tanto a Psicologia Organizacional como a
Comunicação Interna, têm sido valorizadas no contexto contemporâneo pelas
organizações devido aos novos modos de produção e trabalho.
No livro “Comunicação Interna – A força das Empresas Volume 3”, organizado
por Paulo Nassar (2006), encontramos diversos relatos de profissionais da Comunicação
Interna sob suas experiências no mercado. Um desses relatos é de Simone Porto Loureiro,
psicóloga, mestre em Psicologia Social e gerente de Comunicação Interna da Petrobras.
Neste breve capítulo, Loureiro reflete sobre como a Psicologia poderia se relacionar com
a Comunicação Interna. Para ela, a Psicologia Organizacional poderia realizar essa ponte
– visto que o potencial dessa área não tem sido totalmente aproveitado.
A Comunicação Interna deve proporcionar que a aliança entre empresa e a seus
colaboradores se dê no terreno afetivo das identificações. Para que isso se concretize, o
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foco das ações desse campo – da Comunicação Interna – não pode continuar através de
ações pontuais (simples campanhas, mídias, eventos etc.). Caso essa realidade perpetue,
a Comunicação Interna nunca atingirá seu potencial estratégico e continuará sendo vista
apenas como uma tecnicidade (LOUREIRO in NASSAR, 2006).
Com esse raciocínio Loureiro, demonstra como a relação entre essas duas
diferentes áreas pode tornar-se realidade: organizações são feitas de pessoas. Toda uma
cultura organizacional, ações e posicionamento refletem nos colaboradores e em como
esses absorvem, ou não, as informações e normas que a organização lhes passa.
Consequentemente, a imagem organizacional depende das pessoas que estão inseridas
nela. É necessário compreender essas pessoas em um nível profundo e saber como
comunicar a elas informações organizacionais da melhor maneira possível – evitando
ruídos e informações errôneas.
Ainda de acordo com Loureiro (LOUREIRO in NASSAR, 2006, p. 94), as ações
de Comunicação Interna devem sempre ter em mente quais atributos, comportamentos e
visões a organização precisa ter compartilhada com seus trabalhadores. Só assim a
mensagem, que a organização visa passar para seu corpo funcional, pode ser efetivamente
percebida e os sujeitos que a compõem podem perceber mais claramente o que se espera
deles, mas essa não é uma tarefa simples de ser cumprida.
Esse tipo de tarefa não pode ser feita com base em conhecimentos de apenas uma
área, disciplina ou apenas um só profissional, pois é um trabalho multidepartamental. Para
Loureiro “o sucesso da comunicação interna depende da comunicação entre as áreas,
unidades ou departamentos da organização”. (LOUREIRO in NASSAR, 2006, p. 94).
Com essa reflexão, o contexto da Psicologia deve ser inserido. Falta clareza acerca
da aplicação e possível contribuição da Psicologia no contexto empresarial, no entanto,
essa, é muito utilizada nas atividades de seleção, recrutamento e treinamento. Há,
inclusive, muitas empresas que terceirizam o desenvolvimento dessas atividades. A
proliferação desses serviços acaba por limitar a atuação do psicólogo organizacional.
Como ainda há muito a ser delimitado em termos teóricos e práticos sobre essa
atuação, a comunicação com os públicos internos parece ser um bom campo a ser
explorado. E não apenas por profissionais da Psicologia, mas de diversas áreas, visto que
esse setor é uma área de intersecção com diversos outros campos. Como afirma Filipa
Neiva (2018, p. 64): “A comunicação das organizações é, por si só, complexa, não só pela
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Manuais Manuais
Murais Murais
Eventos Eventos
METODOLOGIA
A trilha metodológica da presente pesquisa se iniciou com a pesquisa
bibliográfica. Essa, foi importante para a compreensão dos objetos de estudo:
perspectivas de profissionais da área acadêmica dos dois campos. Por meio dos inputs
dos professores dos cursos foi possível analisar as aberturas existentes para intersecção.
Uma das técnicas de pesquisa utilizada nesta pesquisa também foi a da entrevista
semiestruturada. Para Augusto Triviños (1987, p. 146) este tipo de entrevista tem como
característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se
relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos a novas hipóteses
surgidas a partir das respostas dos informantes.
Depois das entrevistas feitas, os conteúdos delas foram assimilados por meio do
conceito de leitura flutuante de Laurance Bardin (2011). Essa leitura se trata de um
primeiro contato com os documentos que serão submetidos à análise, a escolha deles, a
formulação das hipóteses e objetivos, a elaboração dos indicadores que orientarão a
interpretação e a preparação formal do material, a qual objetiva gerar impressões iniciais
acerca do material a ser analisado. Por fim, realizamos a análise de conteúdo que será
explicada abaixo.
CONSIDERAÇÕES
Identificar as semelhanças e contribuições existentes entre o trabalho do Relações
Públicas na Comunicação Interna e a Psicologia Organizacional foi o objetivo desta
pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso. Os objetivos específicos voltaram-se para
a busca de práticas específicas dos dois campos que podem ser utilizadas reciprocamente.
Também relatamos perspectivas do meio acadêmico sobre a confluência dessas áreas,
elencando possíveis pontos positivos da atuação conjunta desses profissionais.
Uma pesquisa exploratória feita com profissionais do meio acadêmico das duas
universidades curitibanas que possuem os cursos também foi realizada. Com essa etapa,
podemos perceber que os profissionais de Relações Públicas vêm essas intersecções como
essenciais. Neste momento também foi possível verificar de que maneira essas áreas
podem se unir para contribuição mútua.
Este artigo não traz conclusões definitivas sobre o estudo das convergências entre
a atuação do Relações Públicas na Comunicação Interna e da Psicologia Organizacional,
mas procura refletir sobre o tema. As considerações iniciais se dão, principalmente, acerca
de como as áreas podem aflorar contribuições mútuas. Afinal, o Psicólogo pode trazer
maior clareza para os diagnósticos elaborados pelo Relações Públicas e, desse modo,
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, Cândido Teobaldo.Dicionário profissional de relações públicas e comunicação e
glossário de termos anglo-americanos. 2. ed. São Paulo: Summus, 1996.
BRANDAO, Nuno Goulart. A comunicação interna estratégica como reforço da valorização das
pessoas e seus níveis de engagement nas organizações. Media & Jornalismo, Lisboa , v. 18, n.
33, p. 91-102, nov. 2018
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FRANÇA, Fábio. Públicos: como identificá– los em uma nova visão estratégica. 2. ed. São
Caetano do Sul: Yendes. 2008.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LOUREIRO, Simone P. O que deseja uma empresa? In: NASSAR, P. Comunicação Interna, a
Força das Empresas, Volume 3. São Paulo: Aberje Editorial, 2006. cap. 10, p. 92– 98.