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EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Sumário
Luciana Lima
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
A Fazenda Pública em Juízo........................................................................................................... 5
1. Direito Processual Público......................................................................................................... 5
1.1. Matérias Abrangidas pelo Curso............................................................................................ 5
2. A Fazenda Pública em Juízo....................................................................................................... 6
2.1. Conceito e Abrangência........................................................................................................... 6
2.2. Capacidade Postulatória: a Advocacia Pública................................................................ 14
2.3. Advocacia Pública Federal. . ...................................................................................................15
2.4. Advocacia Pública Estadual..................................................................................................19
2.5. Advocacia Pública Municipal. . .............................................................................................. 33
2.6. Representação Judicial das Autarquias. . ........................................................................... 34
2.7. Representação Judicial do Legislativo............................................................................... 36
2.8. Responsabilidade do Advogado Público........................................................................... 37
3. Prerrogativas Processuais da Fazenda Pública.................................................................. 42
3.1. Fundamentos que Justificam as Prerrogativas Processuais da Fazenda Pública.... 43
3.2. Constitucionalidade das Prerrogativas Processuais da Fazenda Pública.................44
3.3. O Princípio da Isonomia no Processo Civil........................................................................ 45
4. Prerrogativas em Espécie.. ...................................................................................................... 45
4.1. Prazos Diferenciados.............................................................................................................46
4.2. Aplicação do Artigo 183 do CPC...........................................................................................46
4.3. Hipóteses de Não Aplicação do Prazo em Dobro............................................................ 50
4.4. Intimação da Fazenda Pública.. ........................................................................................... 56
Resumo.............................................................................................................................................60
Questões de Concurso.................................................................................................................. 66
Gabarito............................................................................................................................................94
Referências...................................................................................................................................... 95
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Apresentação
Olá, futuro concursado! Tudo bem?
Meu nome é Luciana Lima, sou Procuradora do Banco Central, professora, especialista em
Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e
mestranda em Direito no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Fui aprovada em primeiro lugar para o concurso de advogado do Metrô-DF, também foi
aprovada e nomeada para o cargo de advogado da Terracap. Atualmente, sou Subprocurado-
ra-Chefe da Procuradoria Especializada em Processos Relevantes e Tribunais Superiores no
Banco Central do Brasil.
Desde 2012, quando tomei posse como Procuradora, atuo no contencioso. Portanto, há
um bom tempo, vivencio no dia a dia, as situações em que a Fazenda Pública é demandada.
Faz parte da minha rotina estudar, pesquisar e elaborar as mais diversas teses para defender
o interesse público.
Sou simplesmente apaixonada pelo que eu faço! Tenho certeza de que você também se
sentirá realizado ao ser aprovado(a) e nomeado(a) para exercer um cargo público de grande
relevância, em que sua atuação vai fazer a diferença em nosso País.
Meu objetivo como professora é demonstrar para os meus alunos a grandiosidade que há
nos estudos. Quando concurseira, eu já era mãe e não tinha tanto tempo e condições finan-
ceiras para estudar por um longo período, mas hoje estou aqui para te mostrar, na prática, o
quanto vale a pena se dedicar, ter disciplina e perseverar na busca pelos seus sonhos!
Eu e toda a equipe do GRAN estamos mais do que dispostos para te oferecer o máximo de
dicas, teorias e exercícios. A ideia é fazer um texto didático, de leitura prazerosa, com bastante
jurisprudência e direcionado para que você esteja preparado para fazer a prova e acertar as
questões de concurso das principais bancas do país.
Estudar o tema “A Fazenda Pública em juízo” é se aproximar do que será o seu trabalho
como concursado. Não apenas para quem quer seguir a carreira de procurador, mas também
defensoria e magistratura. Afinal, a Fazenda Pública é o maior litigante no Poder Judiciário. É
de extrema importância, portanto, que você domine os aspectos peculiares que envolvem a
presença de um ente público em juízo.
Como o tempo do concurseiro é precioso, a objetividade será o nosso guia! Assim, quanto
à legislação, evitarei comentar artigo por artigo, mas vou apontar os dispositivos mais impor-
tantes, que normalmente são cobrados em prova. As referências bibliográficas estarão presen-
tes ao final do livro digital. Diante disso, você terá um suporte caso queira se aprofundar para
as próximas fases do seu concurso. No fim do nosso material, há mais exercícios comentados
sobre o tema.
Dessa forma, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital no tocante aos as-
pectos relacionados à Fazenda Pública em Juízo, o que vai te levar à tão sonhada aprovação.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado no GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do aluno!
Também deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões.
Um grande abraço!
Luciana Lima
e-mail: lucianalimar.professora@gmail.com
Instagram: @lucianalima.lr
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A Fazenda Pública em Juízo
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Vale destacar o artigo 41 do Código Civil que elenca as pessoas jurídicas de direito públi-
co interno:
As fundações públicas criadas pelo poder público para prestação de atividade essencial-
mente pública estão abrangidas pelo conceito de Fazenda Pública. Para a jurisprudência e para
a doutrina administrativista, as fundações públicas têm personalidade jurídica semelhante à
das autarquias, são equiparadas.
O mesmo acontece em relação às agências reguladoras e às executivas, que se constituem
pessoas jurídicas de direito público destinadas a desempenhar atividade pública e, portanto,
integram o conceito de Fazenda Pública.
Agências reguladoras são criadas por lei com personalidade jurídica própria para desem-
penhar uma tarefa normativa, podendo disciplinar questões nas quais a Administração Pública
exerça poder de polícia, como nos setores de energia elétrica, telecomunicações, recursos
hídricos, entre outros. As agências reguladoras têm esse mister de disciplinar uma atividade
específica (PEREIRA, 2003, p. 11).
Agências executivas são autarquias e fundações que celebram contrato de gestão com a
Administração Direta, com o objetivo de fixar metas de desempenho para a entidade, na forma
do art. 37, § 8º, da Constituição Federal.
Os consórcios públicos que sejam constituídos sob a forma de associações públicas tam-
bém integram o conceito de Fazenda Pública. A seguir, confira alguns julgados do Supremo
Tribunal Federal, o qual, em regra, considera que as prerrogativas da Fazenda Pública não se
estendem às empresas públicas e às sociedades de economia mista:
O Metrô-DF é empresa pública, regida pelo direito privado. Embora preste serviço de uti-
lidade pública, a empresa não desempenha serviço público essencial em sentido típico
ou de caráter monopolístico. O Metrô-DF desenvolve atividade econômica com a explora-
ção comercial de marcas, patentes, tecnologia e serviços técnicos especializados, com a
distribuição de dividendos, o que permite a penhora de seus bens. Vale ressaltar ainda
que há distribuição de lucros entre os acionistas da empresa. Diante desse contexto,
não há como se aplicar o regime de precatório para o Metrô-DF. (Rcl 29637 AgR/DF,
rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em
30/6/2020) (Info 984).
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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DICA!
Leia e releia os julgados que estão na apostila. Procure me-
morizar os exatos termos em que eles foram redigidos, por-
que, em geral, é assim que as bancas cobram!!! Ademais, nas
provas de segunda fase, é muito importante para obter uma
maior pontuação que você responda exatamente como está
no espelho.
União
Municípios
Distrito Federal
Fundação pública
Consórcios públicos
Agências executivas
Agências reguladoras
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Agora vamos ver alguns casos específicos, que costumam ser objeto de cobrança
nas provas.
Conselhos de Fiscalização
O PULO DO GATO
O fato de tais conselhos de fiscalização deterem, segundo o STF, a natureza de autarquia, não
confere aos que representam esses conselhos em juízo a condição de advogados públicos.
Isso porque, nos termos do art. 182 do CPC, a expressão advocacia pública está reservada
aos que representam as pessoas jurídicas de direito público que integram a administração
direta e indireta, o que não é o caso (ARAÚJO, 2020, p. 17).
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O argumento utilizado para tanto foi o seguinte: apesar de os conselhos profissionais pos-
suírem a natureza de autarquias especiais, não possuem orçamento ou recebem verba da
União Federal, não podendo ser submetidos às regras constitucionais referentes às finanças
públicas, o que inviabiliza a submissão deles ao regime de precatórios.
Como dito, a questão foi decidida em regime de repercussão geral pelo STF no RE 938837/
SP, ocasião em que se pronunciou no sentido de que “Os pagamentos devidos, em razão de
pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização não se submetem ao regime de
precatórios”.
Certo.
Empresas Estatais
Com a expressão empresa estatal ou governamental designamos todas as entidades, civis ou co-
merciais de que o Estado tenha o controle acionário, diretamente ou por meio de outra entidade
da administração indireta, abrangendo a empresa pública, a sociedade de economia mista e suas
subsidiárias, além de outras empresas que não tenham essa natureza e às quais a Constituição faz
referência, em vários dispositivos, como categoria à parte (art. 37, XVII, 71, II, 165, §5º, II, 173, §1º).
(DI PIETRO, 2021, p. 553)
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A Constituição Federal determina a submissão das estatais ao mesmo regime jurídico das
empresas privadas (art. 173, §1º, II, e §2º da CF/1988). No entanto, a própria Constituição
também contém normas que derrogam parcialmente o direito privado, sujeitando as estatais
ao regime público, como, por exemplo, a submissão aos princípios da Administração Pública
(art. 37, caput, da CF/1988).
Como bem destaca, Di Pietro, tem-se que entender que as derrogações a esse regime são
apenas as que constam da própria Constituição. No silêncio desta, aplicam-se normas de di-
reito privado.
Assim, as estatais não podem usufruir das prorrogativas processuais não extensíveis a
seus pares no setor privado. Dessa feita, não possuem os benefícios previstos para a Fazen-
da Pública.
No entanto, há algumas exceções pontuais:
O PULO DO GATO
No julgamento do RE 220.906/DF, o STF consagrou o entendimento de que a Empresa Brasi-
leira de Correios e Telégrafos (ECT), por prestar serviço público da União (art. 21, X, da Cons-
tituição Federal) de forma exclusiva e em regime não concorrencial, deve ser equiparada à
Fazenda Pública.
A ECT é gerida pelo Decreto-Lei n. 509/1969, o qual dispõe em seu artigo 12:
Art. 12. A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destinados
aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade tri-
butária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente
a foro, prazos e custas processuais.
Segundo o STF, o referido artigo foi recepcionado pela Constituição Federal. Dessa forma,
a ECT possui as prerrogativas processuais conferidas à Fazenda Pública, entre as quais os be-
nefícios concernentes a foro, prazos e custas processuais. Confira a ementa do julgado:
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de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime pró-
prio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.
2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da
competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de
precatório, sob pena de vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição Federal.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
(RE 220906, Relator(a): MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 16/11/2000, DJ
14-11-2002 PP-00015 EMENT VOL-02091-03 PP-00430, destaques acrescidos)
Depois desse julgado, o Supremo estendeu a outras estatais o regime de precatórios, des-
de que estejam presentes os seguintes requisitos:
Olha só:
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princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação funcional dos
poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).
O que o Supremo estendeu às demais estatais prestadoras de serviço público em regime não
concorrencial foi apenas o benefício do pagamento por meio de precatórios (art. 100 da CF).
É diferente do caso dos Correios, em que o art. 12 da sua norma regulamentadora (Decreto-Lei
n. 509/1969), que foi recepcionado pela CF/1988, prevê a extensão das prerrogativas proces-
suais conferidas à Fazenda Pública, concernentes à imunidade tributária, direta ou indireta,
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, foro, prazos e custas processuais.
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A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Por isso, a doutrina diz que a Fazenda Pública é presentada em juízo pela Advocacia Públi-
ca, instituição reconhecida nos artigos 131 e 132 da Constituição Federal:
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á me-
diante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procurado-
ria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Ad-
vogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica
das respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos
de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias.
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Quais os pontos mais importantes sobre a Advocacia Pública que você deve memorizar
sobre os artigos 131 e 132 da Constituição Federal???
• A representação dos entes públicos se dá por seus procuradores, com exceção dos Mu-
nicípios, os quais podem ser representados pelo prefeito ou procurador;
• A atuação da advocacia pública é privativa dos ocupantes de cargo público, acessível
mediante concurso;
• Os procuradores são advogados regularmente inscritos na OAB;
• O ingresso na carreira se dá mediante concurso público de provas e títulos;
• Adquire-se estabilidade após 3 anos de efetivo exercício e mediante avaliação de de-
sempenho;
• Os procuradores são advogados regularmente inscritos na OAB e não necessitam de
procuração para atuar, eis que possuem um vínculo legal com a Administração;
Nos termos do art. 182 do CPC, incumbe à Advocacia Pública, na forma de lei, defender e
promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de
direito público que integram a administração direta e indireta.
Como veremos a seguir, cada pessoa jurídica de direito público tem sua própria re-
presentação:
ADCT, Art. 29. Enquanto não aprovadas as leis complementares relativas ao Ministério
Público e à Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal, a Procuradoria-Ge-
ral da Fazenda Nacional, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, as Procuradorias e
Departamentos Jurídicos de autarquias federais com representação própria e os mem-
bros das Procuradorias das Universidades fundacionais públicas continuarão a exercer
suas atividades na área das respectivas atribuições.
(...)
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§ 2º Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar, será facul-
tada a opção, de forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e da
Advocacia-Geral da União.
A AGU é regulamentada pela Lei Complementar 73/1993 (Lei Orgânica da AGU), a qual é
de fundamental importância para quem vai prestar concurso para a advocacia pública federal.
O art. 2º da referida Lei dispõe que a AGU compreende:
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DICA!
Recentemente, com a publicação da LC 179, em 24.02.2021, o
Banco Central adquiriu autonomia e passou a ser uma autar-
quia de natureza especial caracterizada pela ausência de vin-
culação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica.
Assim também, pela autonomia técnica, operacional, adminis-
trativa e financeira, pela investidura a termo e pela estabilidade
de seus dirigentes, durante seus mandatos.
Na execução da dívida ativa de caráter tributário e nas demais causas de natureza fiscal, a
União é representada pelos procuradores da Fazenda Nacional. São consideradas causas de
natureza fiscal ou tributária as relativas a:
• tributos de competência da União, inclusive infrações à legislação tributária;
• empréstimo compulsório;
• apreensão de mercadorias, nacionais ou estrangeiras;
• decisões de órgãos do contencioso administrativo fiscal;
• benefícios e isenções fiscais;
• créditos e estímulos fiscais à exportação;
• responsabilidade tributária de transportes e agentes marítimos;
• incidentes processuais suscitados em ações de natureza fiscal.
O PULO DO GATO
As decisões do Tribunal de Contas da União devem ser executadas pela PGFN?
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Conforme a literalidade do artigo 131 da Constituição Federal, a AGU representa judicial e ex-
trajudicialmente a União, ou seja, todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Mas
as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos são apenas para o Poder Executivo.
Errado.
Típica questão que cobra lei seca! Art. 131, §3º da CF. Cabe complementar que a Procuradoria-
-Geral da Fazenda Nacional é um órgão da AGU.
Certo.
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Artigo 131, §1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nome-
ação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.
Artigo 131, § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo
far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
d) Errada. Segundo o artigo 4º, inciso III, da Lei complementar n. 73/1993, cabe ao Advogado-
-Geral da União: representar a União junto ao Supremo Tribunal Federal.
Letra b.
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Não cabe ao governador a representação judicial do Estado. A citação do Estado deve operar-
-se na pessoa do Procurador-Geral do Estado.
O PULO DO GATO
Questões importantes sobre os Procuradores de Estado que já foram decididas pelo STF:
• Norma estadual pode estabelecer que os Procuradores de Estado gozem de autonomia
e independência funcional? Não. Essa previsão é inconstitucional pois violada o modelo
definido na Constituição Federal.
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A Constituição Federal estabelece, como regra, com base no princípio do juiz natural e no
princípio da igualdade, que todos devem ser processados e julgados pelos mesmos órgãos
jurisdicionais.
Em caráter excepcional, o texto constitucional estabelece o chamado foro por prerrogativa
de função com diferenciações em nível federal, estadual e municipal.
Mas, a Constituição Estadual não pode ir além e estender o chamado foro por prerrogativa
de função àqueles que não foram abarcados pelo constituinte, uma vez que tal disposição se-
ria contrária ao Princípio da Simetria.
No julgamento da ADI 4870/ES, em 14/02/2020, o STF destacou que o constituinte deri-
vado decorrente (emendas à constituição estadual) deve observar mínima equivalência com
o modelo federal existente. Dessa forma, não é possível extrair da Constituição de 1988 a
possibilidade de instituir foro por prerrogativa de função, em especial, para os processos de
natureza cível, notadamente os de improbidade administrativa.
Confira a ementa do julgado:
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No mesmo sentido:
Constituição estadual não pode atribuir foro por prerrogativa de função a autoridades
diversas daquelas arroladas na Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI
6516 Ref-MC/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/11/2020 (Info 1000).
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa
de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE,
Defensores Públicos e Delegados de Polícia.
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 15/5/2019 (Info 940)..
CF, Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Ad-
vogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica
das respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos
de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias.
Sobre o alcance do Princípio da Unicidade o STF já decidiu que é inconstitucional lei estadual
que confira à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) competência para controlar os serviços jurídicos
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador na administração das empresas
públicas e sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito privado.
O art. 132 da CF/88 confere às Procuradorias dos Estados/DF atribuição para as atividades
de consultoria jurídica e de representação judicial apenas no que se refere à administração
pública direta, autárquica e fundacional. (ADI 3536/SC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 2/10/2019 - Info 954).
O PULO DO GATO
Com base no Princípio da Unicidade, o STF decidiu questões que são importantíssimas, em
especial, para concursos de procuradorias estaduais.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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Lei estadual não pode criar cargos em comissão para o desempenho das atribuições de
assessoramento jurídico no âmbito do Poder Executivo.
O modelo constitucional da atividade de representação judicial e consultoria jurídica dos
Estados exige a unicidade orgânica da advocacia pública estadual, incompatível com a criação
de órgãos jurídicos paralelos para o desempenho das mesmas atribuições no âmbito da Admi-
nistração Pública Direta ou Indireta.
Por essas razões, o STF declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que transfere es-
sas funções a ANALISTA do Poder Executivo estadual:
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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Não pode o estado-membro, por meio de sua Constituição ou legislação, instituir procu-
radoria jurídica própria para universidade estadual.
No entanto, no julgamento da ADI 5946/RR, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, o Pleno do STF
alterou o entendimento, tendo se pronunciado no sentido de que é inconstitucional a criação
de Procuradoria própria em universidade estadual, por ofender a unicidade estabelecida pelo
art. 132 da CF. Confira o trecho do julgado, divulgado no Informativo 1.018 do STF:
Não pode o estado-membro, por meio de sua Constituição ou legislação, instituir procura-
doria jurídica própria para universidade estadual. O art. 132 da CF estabelece um modelo
de advocacia pública fundado no princípio da unicidade de representação judicial e de
consultoria jurídica dos estados e do Distrito Federal, exceção feita apenas às Procurado-
rias autárquicas e fundacionais que já existiam quando do advento da Constituição. Com
base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, declarou a inconstitucionalidade do
caput e dos parágrafos 1º, 3º, 4º e 5º do art. 154 da Constituição do estado de Roraima,
na redação dada pela EC 61/2018, e declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 154
da Constituição do estado de Roraima, na redação dada pela EC 61/2018, vencidos os
ministros Edson Fachin e Carmen Lúcia.
ADI 5946/RR, relator Min. Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 21.5.2021, Info
1.018 do STF
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ADCT, Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas separadas de suas Procu-
radorias-Gerais ou Advocacias-Gerais, desde que, na data da promulgação da Constituição, tenham
órgãos distintos para as respectivas funções.
Esta exceção foi prevista com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços de re-
presentação e consultoria jurídicas que existiam na Administração Pública no período logo
em seguida à promulgação da CF/1988, quando algumas Procuradorias estaduais ainda não
estavam totalmente estruturadas. Em outras palavras, foi pensada como uma forma de evitar
lacunas e uma desorganização da Administração Pública. Vale ressaltar que só foram manti-
das as consultorias jurídicas que já existiam antes da CF.
Exceção 2 – é possível a criação de procuradorias vinculadas ao Poder Legislativo para
representação judicial da Assembleia Legislativa e ao Tribunal de Contas para a defesa de sua
autonomia e independência perante os demais Poderes, hipótese em que se admite a consul-
toria e assessoramento jurídico dos órgãos por parte de seus próprios procuradores, sem que
isso fira o Princípio da Unicidade orgânica dos Estados, desde que:
• 1) a atuação da Procuradoria para representação judicial da Assembleia Legislativa e do
Tribunal de Contas fique limitada à defesa das prerrogativas inerentes ao Poder Legis-
lativo;
• 2) a investidura se dê mediante concurso público. Não é permitido o aproveitamento de
titulares de outra investidura, uma vez que há o ingresso em outra carreira sem o con-
curso exigido constitucionalmente. (ADI 94, Rel.: Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado
em 07/12/2011);
• 3) é vedada a atribuição de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunal
de contas (ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016).
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A Fazenda Pública em Juízo
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Em seu livro, Gilmar Mendes aborda o assunto: “Mesmo institucionalizada a Advocacia Pú-
blica, isso não exclui a possibilidade de o Estado constituir mandatário ad judicia para causas
específicas.” (2015, pg. 1.037).
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ao passo que a representação judicial da unidade federada será exercida por Procuradores do
Estado admitidos por concurso público e organizados em carreira.
Trata-se de norma estadual que se mostra: incompatível com a Constituição Federal, uma vez
que a consultoria jurídica e a representação judicial referidas devem ser exercidas por Procura-
dores do Estado admitidos por concurso público e organizados em carreira.
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Segundo o STF, a autonomia conferida aos Estados pelo art. 25, caput da CF não tem o condão
de afastar as normas constitucionais de observância obrigatória. Assim, como a CF conferiu
a garantia de inamovibilidade apenas aos Magistrados, aos membros do Ministério Público e
aos membros da Defensoria Pública, esta não pode ser estendida aos Procuradores do Estado
por Constituição Estadual.
Certo.
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Ou seja: é inconstitucional lei estadual que prevê a criação de procuradorias autárquicas como
órgãos distintos da PGE
Errado.
Para que o Procurador do Estado possa propor ação civil pública (ex: ação civil pública de
improbidade administrativa), não é necessária autorização do Govenador do Estado. No
entanto, é indispensável a anuência do Procurador-Geral do Estado.
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É inconstitucional lei estadual que prevê que técnico superior em direito de autarquia será
responsável por exercer atribuições de representação jurídica da entidade.
O STF julgou inconstitucional lei estadual do Espírito Santo que criou o cargo de Técni-
co Superior do DETRAN (autarquia estadual), atribuindo a este, atribuições próprias dos
procuradores.
A declaração de inconstitucionalidade parcial do ato normativo abarcou as atribuições ju-
rídicas consultivas do cargo de Técnico Superior que eram privativas de Procurador do
Estado. Assim, o STF declarou inconstitucional as previsões de que o técnico superior seria
responsável por:
• representar a entidade “em juízo ou fora dele nas ações em que haja interesse da autar-
quia”;
• praticar “todos os demais atos de natureza judicial ou contenciosa, devendo, para tanto,
exercer as suas funções profissionais e de responsabilidade técnica regidas pela Ordem
dos Advogados do Brasil OAB”;
• “apresentar recursos em qualquer instância”, “comparecer às audiências e outros atos
para defender os direitos do órgão” e “promover medidas administrativas e judiciais para
proteção dos bens e patrimônio do DETRAN-ES”;
• “elaborar estudos de pareceres sobre questões jurídicas que envolvam as atividades do
DETRAN-ES; elaborar editais, contratos, convênios, acordos e ajustes celebrados pela
autarquia, com a emissão de parecer” devem ser exercidas sob supervisão de Procura-
dor do Estado do Espírito Santo.
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A Fazenda Pública em Juízo
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Procurador do Estado, por ser esta a interpretação que melhor prestigia o art. 132 da CF/88 e
a jurisprudência do STF. (ADI 5109 ED-segundos/ES, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/6/2020
– Info 980).
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate
sobre as competências da Procuradoria-Geral do Estado. Isso porque esta matéria é de ini-
ciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88).
O STF entende que se houver uma emenda à Constituição Estadual tratando sobre algum
dos assuntos listados no art. 61, § 1º, da CF/1988, essa emenda deve ser proposta pelo chefe
do Poder Executivo.
Assim, os projetos de lei que tratem sobre o regime jurídico dos servidores públicos ou a
respeito da estrutura e organização dos órgãos públicos são de iniciativa privativa do chefe do
Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, “c” e “e”, da CF/88).
Dessa forma, é incabível que os Deputados Estaduais proponham uma emenda constitu-
cional dispondo sobre o regime jurídico dos servidores públicos, por exemplo (art. 61, § 1º, II,
“c”). Se isso fosse permitido, seria uma forma de burlar a regra do art. 61, § 1º, da CF/1988.
Em resumo, “matéria restrita à iniciativa do Poder Executivo não pode ser regulada por
emenda constitucional de origem parlamentar” (STF. Plenário. ADI 2.966, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, julgado em 06/04/2005).
Não existe iniciativa privativa para a propositura de emendas à Constituição Federal. A proibi-
ção de que emendas constitucionais tratem sobre as matérias do art. 61, § 1º da CF/88 só vale
para emendas à Constituição Estadual. Isso porque, o poder constituinte estadual é derivado,
portanto, cercado por limites mais rígidos do que o poder constituinte federal. A regra da sime-
tria é um exemplo dessa limitação. Por conseguinte, as Assembleias Legislativas se subme-
tem a limites mais rigorosos quando pretendem emendar as Constituições Estaduais. Assim,
se os Deputados Estaduais apresentam emenda à Constituição Estadual tratando sobre os
assuntos do art. 61, § 1º, da CF/88 eles estão violando a própria regra da Constituição Federal.
É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate
sobre as matérias previstas no art. 61, § 1º da CF/88.
As regras de reserva de iniciativa fixadas no art. 61, § 1º da CF/88 não são aplicáveis ao
processo de emenda à Constituição Federal, que é disciplinado em seu art. 60.
(ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016)
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A Fazenda Pública em Juízo
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O PULO DO GATO
VEJA A DIFERENÇA ENTRE OS JULGADOS ACIMA E OS SEGUINTES:
Segundo o STF, a reserva de iniciativa do Chefe do Poder Executivo “não alcança matérias as
quais, delas cuidando, a Constituição da República emprestou alçada constitucional”. Ademais,
no § 1º do art. 25 da CF/1988 se estabelece que “são reservadas aos Estados as competências
que não lhe sejam vedadas por esta Constituição”, conferindo-se aos Estados competência re-
sidual para tratar de matéria sem regulação específica pela CF/1988
Assim, por um lado o art. 132 da CF trata, de forma geral, da advocacia pública dos Estados e
do DF, mas, não especifica os critérios para nomeação do Procurador-Geral do Estado e even-
tuais substitutos, o STF concluiu que não há reserva de iniciativa do Chefe do Poder Executivo
nesse caso. A propósito:
Debate-se sobre uma estrutura de Estado criada pela própria Constituição da República
(art. 132, CF). Não preciso, para afastar o óbice da iniciativa legislativa, tecer comentários
quanto à diferença entre órgãos e agentes públicos. O que importa é que essa estrutura
estatal, vale dizer, de Procurador de Estado, é criada pela Constituição, que aliás, outor-
ga-lhe status de função essencial à Justiça. Não há falar em iniciativa privativa sobre
algo constitucionalmente criado. (ADI n. 2.581, DJe 15.8.2008, Relator: Ministro Maurício
Corrêa).
Por fim, quanto às procuradorias estaduais, cabe destacar que a Fazenda Estadual dispõe
de legitimidade para requerer a abertura de inventários (CPC, art. 616, VIII), devendo ser ouvida
sobre a declaração e avaliação de bens nesses processos (CPC, arts. 626, §4º, 629, 633, 634),
com a finalidade de fiscalizar o recolhimento de imposto de transmissão causa mortis (CPC,
art. 638).
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A Fazenda Pública em Juízo
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Assim, o art. 75, III, do CPC, dispõe que o Município será representado ativa ou passivamen-
te, por seu prefeito ou procurador.
Segundo Cunha, a representação do Município em juízo, em princípio, é atribuída ao pre-
feito. Tal representação somente se fará por procurador se a lei local criar esse cargo, com
função expressa de representação do ente político (2021, p. 12).
De acordo com o artigo 28, inciso I, do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94), o exercício do
Mandato de Chefe do Poder Executivo é incompatível com a advocacia.
Por esta razão, não poderá o Prefeito atuar em defesa do Município em juízo, ainda que
seja advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Logo, o prefeito pode receber a citação, mas deverá constituir advogado para representar o
Município, caso não haja cargo próprio de procurador judicial.
A Constituição Federal não prevê que os Municípios instituam, de forma obrigatória, Procu-
radorias Municipais, organizadas em carreira, mediante concurso público, como no caso dos
Estados (art. 132, da CF). Nesse sentido, já se pronunciou o STF:
Errado.
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A Fazenda Pública em Juízo
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Quanto às demais autarquias no âmbito federal, a Lei n. 10.408/2002 atribuiu tal função à
Procuradoria-Geral Federal.
No âmbito estadual, distrital ou municipal, o STF já se pronunciou sobre a inconstituciona-
lidade da previsão de procuradorias autárquicas.
O artigo 69 do ADCT estabelece que:
Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas separadas de suas Procuradorias-
-Gerais ou Advocacias-Gerais, desde que, na data da promulgação da Constituição, tenham órgãos
distintos para as respectivas funções.
Conforme decidido pelo Supremo, a exceção prevista no art. 69 do ADCT da CF/1988 dei-
xou evidente que, a partir da Constituição de 1988, não se permite mais a criação de órgãos
jurídicos distintos da Procuradoria-Geral do Estado, admite-se apenas a manutenção daquelas
consultorias jurídicas já existentes quando da promulgação da Carta.
Trata-se de exceção direcionada a situações concretas e do passado e, por essa razão,
deve ser interpretada restritivamente, inclusive com atenção à diferenciação entre os termos
“consultoria jurídica” e “procuradoria jurídica”, uma vez que esta última pode englobar as ativi-
dades de consultoria e representação judicial.
Assim, o entendimento segundo o qual as Autarquias seriam representadas por procura-
dores autárquicos apenas deve ser mantido se – e somente se – a Autarquia tiver sido criada,
juntamente com seu quadro próprio de procuradores, antes da promulgação da Constituição
Federal de 1988.
Segundo a Corte Suprema, a Constituição Federal estabeleceu um modelo de exercício
exclusivo, pelos procuradores do Estado e do Distrito Federal, de toda a atividade jurídica das
unidades federadas estaduais e distrital – o que inclui as autarquias e as fundações -, seja ela
consultiva ou contenciosa.
A previsão constitucional, também conhecida como princípio da unicidade (que já falei
tanto!!!) da representação judicial e da consultoria jurídica dos estados e do Distrito Federal,
estabelece competência funcional exclusiva da procuradoria-geral do estado.
Transcreve-se a ementa do acórdão por ser bastante representativa:
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Por fim, vale lembrar que o teor da Súmula 644 do STF, que pode ser cobrado em prova!
Isso porque, como vimos, uma vez investidos no cargo ou função, os procuradores pú-
blicos adquirem o poder de representação pela só condição funcional, o que os desonera da
apresentação do instrumento de mandato.
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Não cabe a responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natu-
reza meramente opinativa, salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro. (MS 24631,
Relator(a): Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, julgado em 09/08/2007)
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Como você pode observar, o CPC trouxe uma responsabilização menos extensa do que o
entendimento jurisprudencial do STF sobre a responsabilidade do parecerista. Afinal, enquanto
o Supremo fala em responsabilização por culpa ou erro grosseiro, o CPC/2015 dispõe que o
advogado público será responsável quando agir com dolo ou fraude.
Pois bem.
Isso gerou uma discussão doutrinária: o art. 184 do CPC aplica-se apenas para atuação
dos advogados públicos no âmbito do contencioso? Ou seria uma norma heterotópica, a qual,
embora contida no CPC, tem natureza de norma de direito material pertinente à responsabili-
dade civil e, nesse contexto, suplanta o entendimento do STF?
Para a maior parte da doutrina, inclusive, Guilherme Freire de Melo Barros, há uma dife-
renciação entre a responsabilidade do advogado público na atuação consultiva e na atuação
contenciosa.
Assim, o art. 184 do CPC, que fala em dolo ou fraude, aplica-se à atuação dos advogados
públicos no âmbito contencioso e a jurisprudência do STF (culpa ou erro grosseiro) refere-se à
responsabilização dos advogados públicos no âmbito consultivo.
Então, vamos entender bem como é o entendimento do STF, que foi consolidado em 2008
no julgamento do MS 24.631/DF, de Relatoria do Ministro Joaquim Barbosa, e depois confirma-
do em julgados mais recentes:
Naquele julgamento (MS 24.631/DF), o Supremo fez uma diferenciação entre os tipos de
pareceres e as respectivas consequências quanto à responsabilidade:
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PARECER
RESPONSABILIDADE:
solidária entre o parecerista
e o administrador.
RESPONSABILIDADE: em RESPONSABILIDADE: em
Há uma partilha do
regra, o parecerista não tem regra, o parecerista não tem
poder de decisão entre
responsabilidade pelo ato responsabilidade pelo ato
o administrador e o
administrativo. administrativo.
parecerista.
Pode ser responsabilizado Pode ser responsabilizado
Logo, o parecerista
se ficar configurada a se ficar configurada a
responde solidariamente
existência de culpa ou existência de culpa ou erro
com o administrador pela
erro grosseiro. grosseiro.
prática do ato, não sendo
necessário demonstrar
culpa ou erro grosseiro.
Responsabilidade do advogado público:
• Contencioso – dolo ou fraude no exercício de suas funções (art. 184 do CPC);
• Consultivo – culpa ou erro grosseiro (jurisprudência do STF) Parecer vinculante – o pa-
recerista responde solidariamente com o administrador pela prática do ato, não sendo
necessário demonstrar culpa ou erro grosseiro.
Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à aprovação do Presi-
dente da República.
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a Administra-
ção Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
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A propósito, o STJ já decidiu que a conduta de advogado da União que emite pareceres
contrários ao parecer vinculante da Instituição indica possível falta funcional (LC, n. 73/93, art.
28, III), que pode ser examinada por meio de processo administrativo disciplinar. Confira-se:
Entenda bem os termos da decisão do STJ. Não é responsabilidade por mera divergência
de opinião. Trata-se de responsabilização do advogado público pelo descolamento de sua con-
duta frente as posições institucionais. Fora das hipóteses excepcionais de responsabilização,
a jurisprudência é no sentido de garantir o exercício legítimo da advocacia pública.
Como no caso do RHC 39.644/RJ, em que trancou ação penal, por ausência de elementos
mínimos capazes de respaldar o início da persecução criminal:
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(RHC 39.644/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 17/10/2013,
DJe 29/10/2013)
PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PREVARICAÇÃO. CRIME
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. TRANCAMENTO DA AÇÃO
PENAL. EXCEPCIONALIDADE NA VIA ELEITA. FLAGRANTE ATIPICIDADE EVIDENCIADA.
DENÚNCIA INEPTA. RECURSO PROVIDO.
(...)
Decerto, a divergência de opinião na atividade consultiva não acarreta responsabilização
pessoal, salvo, repita-se, se demonstrado que o parecerista agiu dolosamente ou come-
teu erro grosseiro. 17. Evidenciada, de plano, a flagrante atipicidade das condutas e a
inépcia da exordial no tocante ao recorrente, deve ser trancada a ação penal, ressaltando-
-se a possibilidade de oferta de nova denúncia, desde que atendidos os requisitos do art.
41 do CPP e com fundamento em fatos novos. 18. A manifesta atipicidade das condutas
imputadas ao recorrente não conduz à conclusão de que os fatos reputadamente crimi-
nosos atribuídos aos corréus sejam igualmente atípicos, devendo, portanto, seja dado
prosseguimento à persecução penal para que sejam esclarecidos os eventos descritos
na peça acusatória. 19. Recurso provido para determinar o trancamento da Ação Penal
n. 19880-63.2016.8.10.0001, em curso na 7ª Vara Criminal da Comarca de São Luís/
MA, devendo, porém, ser mantida a persecução penal em relação ao demais réus. (RHC
82.377/MA, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 10/10/2017, DJe
18/10/2017)
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Letra d.
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A Fazenda Pública em Juízo
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Mas, seja sincero(a), quando você lê esse termo “prerrogativas processuais da Fazenda
Pública”, não sente algum incômodo? Normalmente, meus alunos questionam de imediato:
Bom, com certeza, você sabe que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, enuncia que
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)”. Então, seria legítimo
conferir prerrogativas processuais à Fazenda Pública?
Segundo Bandeira de Mello, a lei não deve ser fonte de privilégios ou perseguições, mas
instrumento regulador da vida social que necessita tratar equitativamente todos os cidadãos
(MELLO, 2002, p. 10).
E aí, como ficam as prerrogativas previstas em lei em prol da Fazenda Pública?
É preciso ter mente – principalmente para você que será um(a) futuro(a) procurador(a) –
que para que se chegue a esse escopo de “tratar equitativamente todos os cidadãos”, o prin-
cípio da igualdade, longe de pretender conferir tratamento idêntico a todas as pessoas, entes,
sujeitos e organismos, leva em conta as diversidades de casa um.
Cunha lembra que se deve tomar como parâmetro a notória e antiga lição de Aristóte-
les, segundo o qual, a igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais.
O que se deve pensar são nos critérios estabelecidos pela lei para separar pessoas em
grupos para fins de tratamento jurídicos diversos. É preciso indagar se o fator de discriminação
previsto em lei é tolerável, justificável.
Nessa medida, você chega a inevitável conclusão de que o princípio da igualdade se desti-
na ao próprio legislador, que não pode colocar na legislação discriminações intoleráveis ou que
atentem à razoabilidade (CUNHA, 2021, p. 22).
No tocante à Fazenda Pública, alguns autores falam, inclusive, em privilégios, mas não se
trata de uma boa definição e por quê?
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
“quando a Fazenda Pública está em juízo, ela está defendendo o erário. Na realidade, aquele conjunto
de receitas públicas que pode fazer face às despesas não é de responsabilidade, na sua formação,
do governante do momento. É toda a sociedade que contribui para isso. [...] Ora, no momento em
que a Fazenda Pública é condenada, sofre um revés, contesta uma ação ou recorre de uma decisão,
o que se estará protegendo, em última análise, é o erário. É exatamente essa massa de recurso que
foi arrecadada e que evidentemente supera, aí sim, o interesse particular. Na realidade, a autoridade
pública é mera administradora.” (MORAES, 2000, p. 69)
A Administração não é titular do interesse público. Mas sua guardiã. Ela tem que zelar pela sua pro-
teção. Daí a indisponibilidade do interesse público.
Por ser a guardiã do interesse público, ou seja, em razão da própria atividade de tutelar o in-
teresse público, a Fazenda Pública ostenta condição diferenciada das demais pessoas físicas
ou jurídicas de direito privado.
Quando a Fazenda Pública está em juízo ela está defendendo o erário. Isso já seria o sufi-
ciente para demonstrar que a Fazenda Pública se apresenta em situação bastante diferenciada
dos particulares, merecendo um tratamento diverso daquele que lhe é conferido.
Para que a Fazenda Pública possa, contudo, atuar da melhor e mais ampla maneira possí-
vel, é preciso que se lhe confiram condições necessárias e suficientes para tanto.
Mas atenção querido concurseiro(a)!!! Cada vez mais se consolida o entendimento segun-
do o qual o princípio da supremacia do interesse público não é uma ideia fixa ou preconcebida,
devendo-se analisar o caso concreto. Segundo CUNHA, o interesse é público quando se refere
aos beneficiários da atividade administrativa, e, não, aos entes que a exercem.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Como um bom concurseiro (a), você sabe que A administração atua pautada no ato admi-
nistrativo, que possui forma própria e precisa atender a determinados requisitos.
Desse modo, o trânsito de informações entre as repartições públicas, a comunicação dos
atos, as manifestações administrativas são naturalmente lentas.
Pense bem, quando um particular vai contratar um advogado, ele já aparece com seus do-
cumentos. É diferente para o advogado público.
Para a elaboração da defesa do Estado, o procurador encaminha pedidos de informações
a outros órgãos ou repartições e tudo tem que ser formalizado para fins de fiscalização e con-
trole dos agentes públicos. O resultado é que todo esse trâmite é naturalmente lento.
Assim, a obtenção de informação para elaboração da defesa do Estado leva mais tempo
para ocorrer do que no caso de particulares. Dessa forma, temos que reconhecer que a advo-
cacia pública precisa de mais tempo para coletar informações a fim elaborar adequadamente
sua defesa.
Outro ponto é que a advocacia pública deve atender todo o contingente de trabalho exis-
tente. O advogado público não tem a opção de deixar de patrocinar determinadas causas por
não ter condições de atender ao contingente existente, nem as pode repassar a outra banca
de advogados.
Enfim, importante lembrar que a advocacia pública lida com o interesse público, eventual
deficiência de atuação desses órgãos reflete negativamente em toda a sociedade.
O benefício do prazo recursal em dobro outorgado às pessoas estatais por traduzir prer-
rogativa processual ditada pela necessidade objetiva de preservar o próprio interesse
público, não ofende o postulado constitucional da igualdade entre as partes (RE 181.138/
SP, 1ª Turma, Rel. Ministro Celso de Mello, DJ 12/05/1995)”
1
Segundo Rafael Sirangelo de Abreu, as prerrogativas conferidas à Fazenda Pública são, em princípio, ilegítimas, pois dese-
quilibram posições processuais, podendo pontualmente, ser justificadas se, concretamente, forem necessárias para a con-
cretização do contraditório-influência no processo (Igualdade e processo: posições processuais equilibradas e unidade do
direito. São Paulo: RT, 2015.n. 2.1.1, p. 197)
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
O art. 7º do CPC é complementado pelo artigo 139, I, do mesmo Código, que dirige uma
obrigação ao juiz, no sentido de assegurar às partes igualdade de tratamento
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento;
4. Prerrogativas em Espécie
Entre as prerrogativas da Fazenda Pública, vamos estudar primeiro: os prazos diferencia-
dos e a intimação pessoal.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá
início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º .
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações proces-
suais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
cessuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º .
O processo constitui um conjunto de atos destinados a um resultado final, que é a solução integral
do mérito. É intuitivo, pois, que a noção de processo está ligada à ideia de tempo: cada ato processual
deve ser praticado num momento próprio, estando as partes sujeitas a prazos que devem ser obe-
decidos. (CUNHA, 2021, p. 32)
Os prazos são decisivos para o processo. Para a prática de cada ato processual, é fixado,
geralmente, um prazo, cuja desobediência gera preclusão.
Então, a preclusão nada mais é do que a perda da faculdade processual de praticar um ato
em virtude da inobservância de um prazo peremptório (próprio) (art. 223 do CPC)
É importante lembrar que o CPC de 1973 previa, em seu artigo 188, o prazo em quádruplo
para a Fazenda Pública contestar e em dobro para recorrer. Tal dispositivo trouxe algumas dú-
vidas quanto à sua aplicação, boa parte sanadas com o CPC de 2015, que em seu artigo 183,
estabeleceu o prazo em dobro para todas as manifestações processuais da Fazenda Pública:
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fun-
dações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processu-
ais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
Quanto à aplicação do art. 183 do CPC, o primeiro ponto a se destacar é que ele se aplica
aos entes que compõe o conceito de Fazenda Pública, atuando tanto como parte quanto como
assistente ou interveniente.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
PROCESSUAL CIVIL. ECT. ART. 188 DO CPC. PRERROGATIVA DE PRAZO EM DOBRO. APLI-
CABILIDADE.
1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento no sentido de que é aplicável a regra
constante do art. 188 do CPC à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, empresa
pública federal, entidade da Administração Indireta da União, criada pelo Decreto-Lei n.
509/69.
2. Precedente: AgRg no REsp 1.308.820/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 04/06/2013, DJe 10/06/2013.
Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para afastar a intempesti-
vidade do agravo regimental interposto às fls. 2.357/2.370, e-STJ e tornar nulo o acórdão
de fls. 2.407/2.410, e-STJ. Após a publicação, retornem os autos para a reapreciação do
agravo regimental da ECT de fls. 2.357/2.370, e-STJ.
(EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1416337/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 28/04/2015, DJe 06/05/2015)
b) Procedimentos
CPC, Art. 183, § 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para o ente público.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
c) Litisconsórcio
CPC, Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.
Proposta uma demanda em face da Fazenda Pública e, igualmente, em face de outra pes-
soa, tem-se um litisconsórcio passivo, com procuradores diferentes. Mas, nesse caso, a Fazen-
da Pública não se beneficia também da previsão do art. 229 do CPC.
Assim, as regras do art. 183 e 229 do CPC não são aplicáveis cumulativamente.
Lembrando que o prazo em dobro do art. 229 do CPC, também não se aplica quando o pro-
cesso for eletrônico, conforme o §2º do referido artigo.
Na contagem do prazo em dias para a Fazenda Pública, computam-se apenas os dias úteis,
seja o prazo legal, seja judicial.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente
os dias úteis.
A contagem do prazo em dias úteis somente se aplica aos prazos processuais, ou seja,
àqueles que são praticados dentro do processo. Assim, por exemplo, o prazo de 120 (cento e
vinte) dias para impetração do mandado de segurança não é processual, não sendo computa-
do apenas nos dias úteis, mas em dias corridos.
O Código não define o que são dias úteis. A definição é obtida por exclusão, o que não for
feriado, nos termos do art. 216 do CPC, será considerado dia útil.
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e
os dias em que não haja expediente forense.
e) Recesso
O art. 220 do CPC dispõe que se suspende o curso do prazo processual nos dias compre-
endidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
Nesse período, os atos são realizados normalmente. Apenas não correm os prazos. Os
que já tiveram início antes ficam suspensos, voltando a correr pelo período restante a partir do
primeiro dia útil após o dia 20 de janeiro. Durante esse período de suspensão também não se
realizam audiências e sessões de julgamento.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro
e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Mi-
nistério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão
suas atribuições durante o período previsto no caput.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
Presta atenção no §1º do art. 220 do CPC! Ele pode ser cobrado em sua literalidade. O
dispositivo ressalva os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública, da
Advocacia Pública, bem como os auxiliares da Justiça, no sentido de que todos exercerão suas
atividades normais nesse período.
Para Leonardo Carneiro da Cunha, a suspensão prevista no art. 220 do CPC não alcança os
prazos da Fazenda Pública, que correm normalmente no período ali mencionado, ressalvados
o recesso da Justiça Federal e os feriados existentes dentro do período (CUNHA, 2021, p. 39).
Mas essa posição é minoritária!
Em sentido contrário:
• A Resolução 244, de 2016, do CNJ prevê a suspensão dos prazos em todos os proces-
sos sem qualquer ressalva;
• Enunciado 32 do Fórum Nacional do Poder Público: “A suspensão dos prazos proces-
suais do período de 20 de dezembro a 20 de janeiro aplica-se à advocacia pública, sem
prejuízo das demais atribuições administrativas dos órgãos”;
• Enunciado 21 da I Jornada de Direito Processual Civil, do Conselho da Justiça Federal:
“A suspensão dos prazos processuais prevista no caput do art. 220 do CPC estende-se
ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública.”
Essa é a posição majoritária. Para sua prova, fique atento à literalidade do artigo, conside-
rando que ele não diz que os prazos correrão normalmente para a Fazenda Pública no recesso.
Mas que, ressalvadas as férias individuais e feriados, os advogados públicos exercerão suas
atribuições durante esse período previsto.
Para compreender a questão, você deve ter em mente que o prazo para a prática de ato proces-
sual a cargo da parte é de 5 dias, salvo preceito legal em sentido diverso ou prazo determinado
pelo juiz.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Art. 218, § 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo
para a prática de ato processual a cargo da parte.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações proces-
suais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Ora, se, não havendo determinação legal ou do juiz de maneira diversa, o prazo para prática de
atos processuais é de 5 dias, para a Fazenda Pública será em dobro, ou seja, 10 dias.
Certo.
Art. 183, § 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
O PULO DO GATO
Vou destacar as hipóteses a seguir que costumam ser cobradas em prova!
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
CPC, Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga,
remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, im-
pugnar a execução, podendo arguir:
CPC, Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor
embargos em 30 (trinta) dias.
b) Prazos Judiciais
DICA!
É bem improvável que esse ponto, que não é pacífico, seja
cobrado em prova objetiva. Mas, numa segunda fase, se for
concurso para procuradoria, você pode defender que o prazo
comum fixado pelo juiz deve ser contado em dobro, seguindo
o enunciado 53 do FNPP, o que será uma grande fundamenta-
ção a favor do Poder Público.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
As prerrogativas processuais dos entes públicos, tal como prazo recursal em dobro e inti-
mação pessoal, não se aplicam aos processos em sede de controle abstrato.
Assim, a Fazenda Pública não possui prazo recursal em dobro no processo de controle
concentrado de constitucionalidade, mesmo que seja para a interposição de recurso
extraordinário.
(STF. Plenário. ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/
SC, Rel. para acórdão Min. Cármen Lúcia, julgados em 06/02/2019 – Info 929).
O Supremo entende que a prerrogativa do prazo em dobro prevista no art. 183 do CPC/2015
tem incidência unicamente nos processos subjetivos, ou seja, que discutem situações con-
cretas e individuais, não se aplicando nos processos de controle concentrado de constitu-
cionalidade.
O processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade configura típico processo de
caráter objetivo, destinado a viabilizar o julgamento, não de uma relação jurídica concreta, mas
de validade de lei em tese. Assim, não se justifica a incidência da prerrogativa.
d) Estado Estrangeiro
A questão foi apreciada pelo STJ. No caso concreto, o Estado estrangeiro defendeu que
gozaria das mesmas prerrogativas previstas no art. 188 do CPC de 1973 em virtude do princí-
pio da igualdade entre os Estados, previsto no art. 4º, V, da Constituição Federal. Além disso, o
Estado estrangeiro, no caso, alegou que mantinha as dificuldades típicas da burocracia admi-
nistrativa.
O STJ, no entanto, entendeu que o citado art. 4º da CF/1988 refere-se a princípios de rela-
ções internacionais.
O prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, previsto no artigo 188 do
CPC, não se aplica ao Estado estrangeiro.
(Ag 297.723/SP, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado
em 08/06/2000, DJ 14/08/2000, p. 172)
Portanto, não se aplicam ao Estado estrangeiro as prerrogativas previstas no art. 183 do CPC.
Aqui é importante lembrar! Presta atenção! Compete ao STJ julgar os processos em que
forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município
ou pessoa residente ou domiciliada no País (art. 105, II, c, da CF/1988 e art. 1.027, II, b, do CPC)
e) Mandado de Segurança
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério
Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente
do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamen-
tada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no
prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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O entendimento do STF confirma o disposto no §2º do art. 183 do CPC. Ou seja, o prazo
para interposição de agravo interno contra a decisão do presidente do tribunal que indefere o
pedido de suspensão é específico da Fazenda Pública, não incidindo o benefício da contagem
em dobro (CUNHA, 2021, p. 44).
g) Ação Rescisória
Prazo para apresentação da defesa: na ação rescisória, o relator fixa um prazo entre 15 a
30 dias para que o réu apresente resposta (art. 970 do CPC).
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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Se a Fazenda Pública for ré na ação rescisória, o prazo fixado pelo Relator deverá observar
o art. 188 do CPC, de modo que será fixado entre 60 e 120 dias (STJ REsp 363.780/RS, Rel. Min.
Paulo Gallotti, 6ª Turma, julgado em 27/08/2002, DJ 02/12/2002, p. 379).
Prazo para ajuizamento: o direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do
trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (art. 975 do CPC).
Segundo já decidiu o STF: não se pode estender a prerrogativa de prazo em dobro para a
propositura da ação rescisória (ADI 1753/DF E ADI 1910/DF)
Hipótese especial de prazo para ajuizamento da ação rescisória: o Art. 8º-C da Lei
6.739/1979, prevê o prazo de 8 anos para ajuizamento de ação rescisória nos processos que
digam respeito a transferência de terras públicas rurais.
O dispositivo destina-se a casos específicos de transferência de terras públicas rurais,
permitindo a revisão de decisões que consolidaram grilagens ou transferências ilegais de
bens públicos.
A ação popular é regida pela Lei 4.717/65, que dispõe em seu art. 7º, IV:
Trata-se de exceção que afasta a regra geral da prerrogativa o prazo em dobro para a Fa-
zenda Pública.
Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas ju-
rídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de
conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.
De igual modo, preconiza o art. 7º da Lei 12.153/2009, que dispõe sobre os Juizados Es-
peciais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios:
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Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de
conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
A questão exige conhecimento da lei seca. Assim, uma vez considerado o teor do art. 183, § 2º
do CPC, segundo o qual, “não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabe-
lecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público”, verifica-se o equívoco da questão.
Errado.
Aplica-se a intimação pessoal nos processos que tramitam sob o procedimento dos jui-
zados especiais, conforme o art. 183, §1º, do CPC.
A intimação será PESSOAL por carga, remessa ou meio eletrônico. Nos termos do art. 270
do CPC, as intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.
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A Fazenda Pública em Juízo
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A intimação por meio eletrônico (Lei n. 11.419/2006, art. 5º) realizada em nome dos
advogados e procuradores e previamente cadastrados é tida como pessoal e se consi-
dera realizada no dia em que efetivada a consulta eletrônica ao seu teor ou no dia em que
escoado o prazo de 10 dias corridos para fazê-lo. (STJ. 3ª Turma REsp 1.574.008-SE, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019) Informativo 644 do STJ
A intimação por meio eletrônico a que se refere o §1º do art. 183 do CPC não se realiza por Diário da
Justiça eletrônico, nem por e-mail.
Para fins de contagem de prazo da Fazenda Pública nos processos que tramitam em autos eletrôni-
cos, não se considera como intimação pessoal a publicação pelo Diário de Justiça Eletrônico.
A Fazenda Pública é obrigada a manter cadastro nos sistemas de processo em autos ele-
trônicos, para recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencial-
mente por esse meio (CPC, arts. 246, §2º, e 1.050).
Segundo Cunha, não feito o cadastro, a intimação será efetuada pelo diário de justiça, per-
dendo a Fazenda Pública o direito à intimação pessoal (CUNHA, 2021, p. 52). Realmente, assim
já decidiu a Corte Especial do STJ:
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A Fazenda Pública em Juízo
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O PULO DO GATO
Nos processos objetivos de controle de constitucionalidade, o STF já decidiu que a Fazenda
Pública não goza da prerrogativa da intimação pessoal, pelos mesmos motivos que não se
beneficia do prazo em dobro.
Ou seja, o Supremo entende que a previsão do art. 183 do CPC tem incidência unicamente
nos processos subjetivos, ou seja, que discutem situações concretas e individuais, não se apli-
cando nos processos de controle concentrado de constitucionalidade.
O processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade configura típico processo de
caráter objetivo, destinado a viabilizar o julgamento, não de uma relação jurídica concreta, mas
de validade de lei em tese. Assim, não se justifica a incidência das prerrogativas.
O STJ decidiu que é válida a intimação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT
realizada na pessoa do advogado cadastrado no sistema PJe. (REsp 1574008/SE, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/03/2019, DJe 15/03/2019)
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
RESUMO
Direito Processual Público: ramo do direito processual em que a pessoa jurídica de direito
público figura como parte, seja no polo ativo ou passivo da demanda.
Fazenda Pública nada mais é do que a personificação do Estado. Nos processos em que
haja a presença de uma pessoa jurídica de direito público interno, esta pode ser designada
genericamente de Fazenda Pública, mesmo que a demanda não verse sobre matéria fiscal ou
financeira (CUNHA, 2021, p. 1).
A expressão Fazenda Pública identifica-se com as pessoas jurídicas de direito público in-
terno: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias e fundações.
Não abrange, portanto, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que são
pessoas jurídicas de direito privado, e, por consequência, não integram o conceito de Fazen-
da Pública.
As fundações públicas criadas pelo poder público para prestação de atividade essencial-
mente pública estão abrangidas pelo conceito de Fazenda Pública. O mesmo acontece em
relação às agências reguladoras e às executivas, que se constituem pessoas jurídicas de di-
reito público destinadas a desempenhar atividade pública e, portanto, integram o conceito de
Fazenda Pública. Os consórcios públicos que sejam constituídos sob a forma de associações
públicas também integram o conceito de Fazenda Pública.
Os Conselhos de Fiscalização Profissional detêm natureza jurídica de autarquias e, dessa
forma, possuem as prerrogativas processuais conferidas à Fazenda Pública. No entanto, o fato
de tais conselhos de fiscalização deterem, segundo o STF, a natureza de autarquia, não confere
aos que representam esses conselhos em juízo a condição de advogados públicos.
Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscali-
zação (exs: CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios.
No julgamento do RE 220.906/DF, o STF consagrou o entendimento de que a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), por prestar serviço público da União (art. 21, X, da
Constituição Federal) de forma exclusiva e em regime não concorrencial, deve ser equiparada
à Fazenda Pública.
A Fazenda Pública é representada em juízo por seus procuradores judiciais, titulares de
cargos públicos privativos de advogados regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do
Brasil, detendo, portanto, capacidade postulatória. Os procuradores não precisam apresentar
o instrumento de mandato (procuração) para atuar em juízo, uma vez que mantém um vínculo
legal com a Administração Pública.
A Advocacia-Geral da União (AGU) é a instituição que, diretamente ou através de órgão vin-
culado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei com-
plementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria
e assessoramento jurídico do Poder Executivo. A AGU é composta pelos advogados da União;
Procuradores federais; Procuradores da Fazenda Nacional; Procuradores do Banco Central.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Nos termos do art. 175, §3º, da CF, mediante convênio firmado pelas respectivas procura-
dorias, os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de
ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado.
É inconstitucional lei estadual que confira à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) competên-
cia para controlar os serviços jurídicos e para fazer a representação judicial de empresas públi-
cas e sociedades de economia mista, inclusive com a possibilidade de avocação de processos
e litígios judiciais dessas estatais. Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador
na administração das empresas públicas e sociedades de economia mista, que são pessoas
jurídicas de direito privado.
Os Estados e o DF não podem criar procuradorias autárquicas como órgãos distintos da
PGE ou PGDF.
Lei estadual não pode criar cargos em comissão para o desempenho das atribuições de
assessoramento jurídico no âmbito do Poder Executivo.
Exceções ao Princípio da Unicidade previsto no art. 132 da CF/1988:
• Exceção 1: o art. 69 do ADCT foi uma exceção transitória ao princípio da unicidade orgâ-
nica da Procuradoria estadual;
• Exceção 2 – é possível a criação de procuradorias vinculadas ao Poder Legislativo para
representação judicial da Assembleia Legislativa e ao Tribunal de Contas para a defesa
de sua autonomia e independência perante os demais Poderes. Desde que; a atuação
da Procuradoria para representação judicial da Assembleia Legislativa e do Tribunal de
Contas fique limitada à defesa das prerrogativas inerentes ao Poder Legislativo; a inves-
tidura se dê mediante concurso público e é vedada a atribuição de cobrança judicial de
multas aplicadas pelo próprio tribunal de contas;
• Exceção 3 – cargos efetivos de advogados no quadro administrativo do Poder Judiciário
com finalidade de assessoramento jurídico e postulatória, quando o objetivo for zelar
pela independência funcional e as prerrogativas inerentes ao Poder;
• Exceção 4 – as universidades estaduais também podem criar e organizar procuradorias
jurídicas, em razão de sua autonomia didático-científica, administrativa, financeira e pa-
trimonial (art. 207, caput, CF/88).
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
QUESTÕES DE CONCURSO
Advocacia Pública
O item I está errado, porque o Poder judiciário (art. 99, § 1º, CF) o Ministério Público (art. 127,
§ 3º, CF), as Defensorias Públicas dos Estados e da União (art. 134, §§ 1º e 3º, CF) possuem
iniciativa de suas propostas orçamentárias, garantia que não foi atribuída à Advocacia Pública.
O Item II também está errado, uma vez que a Constituição não garantiu autonomia à Advoca-
cia Pública.
Quanto aos demais itens, a autonomia é assegurada – Judiciário (art. 99), o Ministério Público
(art. 127, § 2º) e as Defensorias Públicas da União, dos Estados e do Distrito Federal (art. 134,
§§ 2º e 3º), a quais contam com autonomia administrativa e funcional.
Errados também os itens III e IV, pois apesar de as propostas orçamentárias serem elabora-
das individualmente pelos Tribunais, Ministérios Públicos e Defensorias Públicas, elas devem
respeitar a LDO, sendo encaminhadas aos respectivos chefes do Poder Executivo. Ao recebê-
-las, cabe a ele verificar se estão de acordo com a LDO e, em caso afirmativo, consolidam em
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
um único documento que é enviado ao Poder Legislativo para apreciação. Caso as propostas
orçamentárias apresentadas pelo Judiciário, pelos Ministérios Públicos e pelas Defensorias
Públicas não estejam de acordo com a LDO, o Chefe do Poder Executivo pode proceder às
adequações necessárias para promover a consolidação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para
posterior remessa ao Legislativo.
O item V está correto porque a Constituição veda que membros do MP e da Defensoria Pública,
fora do exercício das funções, exerçam a advocacia.
Portanto, errados os itens I a IV e correto apenas o V, sobra a alternativa d como a resposta
esperada pela Banca.
Letra d.
A Constituição Federal estabelece, como regra, com base no princípio do juiz natural e no
princípio da igualdade, que todos devem ser processados e julgados pelos mesmos órgãos
jurisdicionais. Em caráter excepcional, o texto constitucional estabelece o chamado foro por
prerrogativa de função com diferenciações em nível federal, estadual e municipal. Mas, a Cons-
tituição Estadual não pode ir além e estender o chamado foro por prerrogativa de função àque-
les que não foram abarcados pelo constituinte, uma vez que tal disposição seria contrária ao
Princípio da Simetria. Assim, conforme a jurisprudência do Supremo, a questão está certa.
Certo.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Administração Pública. (ADI 291, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno,
julgado em 07/04/2010, DJe-168 DIVULG 09-09-2010 PUBLIC 10-09-2010 EMENT VOL-
02414-01 PP-00001)
Além disso, os Procuradores Estaduais não gozam da garantia de inamovibilidade sendo estes
subordinados hierárquicos do Chefe do Poder Executivo que poderá interferir na sua atuação.
Exatamente por isto, é inconstitucional a norma de Constituição Estadual que atribua autono-
mia funcional e administrativa à Procuradoria Estadual.
Constituição não assegura independência funcional ao advogado público, e o STF já estimou
contrária à Constituição norma estadual que o estabelecia. Não é válida a deliberação do cons-
tituinte estadual de conferir autonomia funcional e administrativa à Procuradoria-Geral do Es-
tado, como tampouco lhe é dado conferir aos membros da carreira a garantia da inamovibilida-
de. (MENDES, 2015, p. 1.037)
Quanto à defensoria pública, o art. 134, §§2º e 3º da CF/1988, assegurou às Defensorias Pú-
blicas da União, Estaduais e do DF autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
Errado.
a) Errada. Tal garantia de vitaliciedade é garantida ao Ministério Público e não à Defensoria
Pública. Vejamos o art. 128, 5º, I, da CF/1988:
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judi-
cial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37,
X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
b) Errada. De fato, os princípios citados são institucionais da Defensoria Pública e do MP. En-
tretanto, na CF/88 não constam os princípios institucionais da Advocacia Pública. Observe que
enunciado pede a resposta com base na CF/88.
c) Errada. Não há a necessidade de ser integrante da carreira da Advocacia-Geral da União.
Vejamos o art. 131, §1º da CF/88:
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
e) Errada. Na CF/88, tal vedação se aplica somente ao Ministério Público conforme dispõe o
art. 128, §5º, inciso II, alínea e:
II – as seguintes vedações:
e) exercer atividade político-partidária;
Confira o art. 134, §4º da CF/1988, o qual dispõe sobre a Defensoria Pública:
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orien-
tação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudi-
cial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do
inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
dência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96
desta Constituição Federal.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Dessa forma, depreende-se que a Defensoria Pública poderá propor ao Poder Legislativo a ini-
ciativa de leis que tratem da criação e da extinção de cargos, da remuneração de servidores e
da fixação do subsídio dos defensores públicos.
Letra d.
O item I está errado, porque o Poder judiciário (art. 99, § 1º, CF) o Ministério Público (art. 127,
§ 3º, CF), as Defensorias Públicas dos Estados e da União (art. 134, §§ 1º e 3º, CF) possuem
iniciativa de suas propostas orçamentárias, garantia que não foi atribuída à Advocacia Pública.
Novamente, não há autonomia à Advocacia Pública, o que torna errado o item II.
Quanto aos demais, a autonomia é assegurada – Judiciário (art. 99), o Ministério Público (art.
127, § 2º) e as Defensorias Públicas da União, dos Estados e do Distrito Federal (art. 134, §§
2º e 3º) contam com autonomia administrativa e funcional.
Errados também os itens III e IV, pois apesar de as propostas orçamentárias serem elaboradas
individualmente pelos Tribunais, Ministérios Públicos e Defensorias Públicas, elas devem res-
peitar a LDO, sendo encaminhadas aos respectivos chefes do Poder Executivo. Ao recebê-las, cabe
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
a ele verificar se estão de acordo com a LDO e, em caso afirmativo, consolidam em um único
documento que é enviado ao Poder Legislativo para apreciação. Caso as propostas orçamen-
tárias apresentadas pelo Judiciário, pelos Ministérios Públicos e pelas Defensorias Públicas
não estejam de acordo com a LDO, o Chefe do Poder Executivo pode proceder às adequações
necessárias para promover a consolidação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para posterior
remessa ao Legislativo.
O item V é o único correto porque, de fato, a Constituição veda que membros do MP e da De-
fensoria Pública, fora do exercício das funções, exerçam a advocacia.
Portanto, errados os itens I a IV e correto apenas o V, sobra a alternativa d como a resposta
esperada pela Banca.
Letra d.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
O erro da assertiva está em dispor que a AGU presta atividade de consultoria a assessora-
mento jurídico aos poderes da República, o correto é apenas ao Poder Executivo, conforme a
literalidade do artigo 131, da CF/88:
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
Art. 29, § 2º Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar, será facultada
a opção, de forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e da Advocacia-Geral
da União.
Certo.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Para responder à questão, o candidato precisa ter conhecimento da letra da lei, no caso, a Lei
Complementar 73/1993. Vamos lá. Item por item.
a) Errada. Conforme art. 1º da LC 73/1993, é a própria AGU que representa a União, e não seus
“órgãos vinculados”.
b) Errada. Art. 2º, § 1º da LC 73/1993 – Subordinam-se diretamente ao Advogado-Geral da
União, além do seu gabinete, a Procuradoria-Geral da União, a Consultoria-Geral da União, a
Corregedoria-Geral da Advocacia-Geral da União, a Secretaria de Controle Interno e, técnica e
juridicamente (não administrativamente), a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
c) Certa. Art. 4º, § 2º da LC 73/1993 – O Advogado-Geral da União pode avocar quaisquer ma-
térias jurídicas de interesse desta, inclusive no que concerne a sua representação extrajudicial.
d) Errada. Art. 12, IV da LC 73/1993 – Compete à FGFN examinar previamente a legalidade dos
contratos, acordos, ajustes e convênios que interessem ao Ministério da Fazenda (atual Minis-
tério da Economia), inclusive os referentes à dívida pública externa, e promover a respectiva
rescisão por via administrativa ou judicial.
e) Errada. Art. 4º da LC 73/1993 – São atribuições do Advogado-Geral da União: XV – proferir
decisão nas sindicâncias e nos processos administrativos disciplinares promovidos pela Cor-
regedoria-Geral e aplicar penalidades, salvo a de demissão.
Letra c.
A respeito, o STF já se pronunciou no sentido de que o Chefe do Poder Executivo estadual pode
contratar advogados privados em questões específicas, mesmo existente quadro organizado
de procuradores:
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
Em seu livro, Gilmar Mendes aborda o assunto: “Mesmo institucionalizada a Advocacia Públi-
ca, isso não exclui a possibilidade de o Estado constituir mandatário ad judicia para causas
específicas.” (2015, pg. 1.037).
Errado.
A imunidade profissional do advogado não é absoluta, o art. 7º, §2º Lei 8.906/1994 (Estatuto
da OAB) afirma que o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difama-
ção puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou
fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.
Lembre-se ainda que na ADIN 1127-8, o STF suprimiu a expressão desacato, não fazendo parte
da imunidade do advogado.
A imunidade profissional é uma das prerrogativas para o advogado poder exercer com autono-
mia a sua função, por isso não pode ele responder penalmente pelas suas manifestações, pa-
lavras e atos que possam ser considerados ofensivos no exercício da advocacia (LÔBO, 2019).
Errado.
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Luciana Lima
O art. 38, inciso III da Lei 13.327/16, ao tratar dos membros da AGU, dispõe que:
Art. 38. São prerrogativas dos ocupantes dos cargos de que trata este Capítulo, sem prejuízo daque-
las previstas em outras normas:
III – não ser preso ou responsabilizado pelo descumprimento de determinação judicial no exercício
de suas funções;
Cabe ressaltar que em caso de dolo ou fraude no exercício de suas funções, o membro da Ad-
vocacia Pública será civil e regressivamente responsável, consoante art. 184 do CPC.
Letra e.
O STF já decidiu que a referida norma não é de reprodução obrigatória, de modo que é possível
que a Constituição de determinado Estado estabeleça que o Procurador-Geral do Estado seja
escolhido dentre membros da carreira.
O cargo de procurador-geral do Estado é de livre nomeação e exoneração pelo governador do
Estado, que pode escolher o procurador-geral entre membros da carreira ou não.
Mostra-se harmônico com a CF preceito da Carta estadual prevendo a escolha do procurador-
-geral do Estado entre os integrantes da carreira.
(ADI 2.581, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 16-8-2007, P, DJE de 15-8-2008)
Errado.
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Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
Errado.
O Supremo já decidiu que a referida norma não é de reprodução obrigatória, de modo que é
possível que a Constituição de determinado Estado estabeleça que o Procurador-Geral do Es-
tado seja escolhido dentre membros da carreira.
O cargo de procurador-geral do Estado é de livre nomeação e exoneração pelo governador do
Estado, que pode escolher o procurador-geral entre membros da carreira ou não.
Mostra-se harmônico com a CF preceito da Carta estadual prevendo a escolha do procurador-
-geral do Estado entre os integrantes da carreira.
(ADI 2.581, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 16-8-2007, P, DJE de 15-8-2008)
Errado.
Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar, será facultada a opção, de
forma irretratável, entre as carreiras do Ministério Público Federal e da Advocacia-Geral da União.
Certo.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
Errado.
Questão que cobra a literalidade da Constituição Federal. Atenção para não se confundir. Va-
mos item por item.
a) Errada. Trata da Defensoria pública – Art. 134 CF.
b) Certa. Advocacia pública – Art. 131 CF.
c) Errada. Ministério público – Art. 127 CF.
d) Errada. Ministério público – Art. 127 § 1º CF.
Letra b.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
a) Errada. Determina o art. 7º, da Lei n. 12.153/09, que regulamenta os Juizados Especiais da
Fazenda Pública, que “não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processu-
al pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta)
dias”. Afirmativa incorreta.
b) Certa. Estabelece o art. 7º, §2º, IV, da Lei n. 4.717/65, que regulamenta a ação popular, que
“o prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a requerimento
do interessado, se particularmente difícil a produção de prova documental, e será comum a
todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for
o caso, do decurso do prazo assinado em edital”. Afirmativa correta.
c) Errada. Os procuradores de sociedades de economia mista não são advogados públicos,
não lhes sendo estendido o benefício da contagem do prazo em dobro. Afirmativa incorreta.
d) Errada. Os procuradores das fundações de direito público são advogados públicos, por isso
fazem jus ao benefício da contagem em dobro dos prazos processuais. Afirmativa incorreta.
e) Errada. Dispõe o art. 229, caput, do CPC/15, que “os litisconsortes que tiverem diferentes
procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para to-
das as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimen-
to”. O §2º do mesmo dispositivo legal, porém, determina que “não se aplica o disposto no caput
aos processos em autos eletrônicos”. Afirmativa incorreta.
Letra b.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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e) os entes públicos devem ser citados pessoalmente na pessoa de seus procuradores, sendo
vedada a citação por meio eletrônico.
a) Errada. Literalidade do art. 184 do CPC, segundo o qual “O membro da Advocacia Pública
será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas
funções.”
b) Errada. No CPC de 2015, o prazo da FP é apenas em dobro.
c) Certa. Art. 183, §1º do CPC, “A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio ele-
trônico.”
d) Errada. Autarquia também é considerada Fazenda Pública, então, está dispensada do pre-
paro.
e) Errada. Art. 246, §§ 1º e 2º do CPC:
Art. 246, § 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas pú-
blicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos,
para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente
por esse meio.
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às enti-
dades da administração indireta.
Letra c.
a) Errada. Às empresas públicas não é conferida a prerrogativa da contagem do prazo em do-
bro, senão vejamos: “Art. 183, caput, CPC/15. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Muni-
cípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal”. Afirmativa incorreta.
b) Errada. Segundo o art. 183, §1º, do CPC/15, “a intimação pessoal far-se-á por carga, remes-
sa ou meio eletrônico”. Afirmativa incorreta.
c) Errada. A remessa necessária não tem cabimento quando o valor da condenação do Muni-
cípio for inferior a 100 (cem) salários-mínimos, senão vejamos:
CPC/2015, Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na
causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias
e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fun-
dações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do pró-
prio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
d) Certa. É o que dispõe expressamente o art. 183, §2º, do CPC/15: “Não se aplica o benefício
da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
público”.
e) Errada. A Fazenda Pública dispõe de prazo em dobro tanto para contestar quanto para recor-
rer. Vide comentário sobre a alternativa A.
Letra d.
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
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Para responder à questão, você precisa ter conhecimento do o prazo para a interposição do
recurso de apelação; da existência de benefício de prazo para os entes públicos; e do termo ini-
cial da contagem do prazo quando a intimação para a prática do ato ocorre de forma eletrônica.
Dispõe o art. 1.003, §5º, do CPC/15, que “excetuados os embargos de declaração, o prazo para
interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias”. Este prazo, porém, quando
considerada a prática do ato processual por um ente público, deve ser contato em dobro, por
força do art. 183, caput, do CPC/15, que estabelece que “a União, os Estados, o Distrito Federal,
os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
intimação pessoal”.
É preciso lembrar, ainda, que o CPC/15, passou a prever a contagem dos prazos processuais
somente em dias úteis, e não mais em dias corridos como ocorria na vigência do código pro-
cessual anterior. É o que dispõe o art. 219: “Na contagem do prazo em dias, estabelecido por
lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. Parágrafo único. O disposto neste artigo
aplica-se somente aos prazos processuais”.
Por fim, no que diz respeito às intimações que ocorrem por meio eletrônico, o art. 5º, da Lei n.
11.419/06, que dispõe sobre a informatização do processo judicial, determina que “as intima-
ções serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem... dispensan-
do-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico. [...] §3º. A consulta referida nos §§
1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio
da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do
término desse prazo”.
Por isso, caso o Procurador não tenha, ele próprio, consultado se havia alguma intimação refe-
rente àquele processo, ela será considerada realizada dez dias corridos após. E, a partir desta
data, começará a contagem do prazo de trinta dias úteis para interpor o recurso.
Letra d.
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A Fazenda Pública em Juízo
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a) Certa. É o que dispõe o art. 183, §2º, do CPC/15. Afirmativa correta.
b) Errada. Ao contrário do que se afirma, dispõe o art. 183, §1º, do CPC/15, que a advocacia
pública terá a sua intimação pessoal feita por carga, remessa ou meio eletrônico. Afirmativa
incorreta.
c) Errada. Dispõe o art. 183, caput, que “a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para
todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pes-
soal”. Afirmativa incorreta.
d) Errada. Dispõe o art. 184, do CPC/15, que “o membro da Advocacia Pública será civil e re-
gressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções”.
Afirmativa incorreta.
e) Errada. Dispõe o art. 182, do CPC/15, que “incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei,
defender e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas
jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta”. Afirmativa incorreta.
Letra a.
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A Fazenda Pública em Juízo
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d) o prazo para praticar ato processual será de dez dias, desde que inexista previsão legal ou
prazo determinado pelo juiz dispondo de outra forma.
e) o prazo para recorrer será computado a partir da juntada do mandado de intimação da parte
assistida pela advocacia pública aos autos.
a) Errada. Uma vez que o prazo para recorrer, no que diz respeito à Fazenda Pública não conta
do primeiro dia útil seguinte à publicação, até porque a Fazenda tem a prerrogativa da intima-
ção pessoal como marco para contagem de prazos, tudo conforme reza o art. 183 do CPC.
b) Errada. Uma vez que não há prazo em quádruplo, mas tão somente em dobro para a Fazenda
Pública, tudo conforme previsão do art. 183 do CPC.
c) Errada. Uma vez que ofende o expressamente consignado no art. 183, §2º, do CPC, isto é,
em dados casos, existindo previsão de prazo próprio, não há que se falar em prazo em dobro
para a Fazenda Pública.
d) Certa. Uma vez que representa a conjugação dos arts. 183 e 218, §3º, do CPC, de forma que
em se tratando da Fazenda Pública, salvo previsão legal ou determinação de juiz diversa, tem
prazo de 10 dias para manifestações gerais no processo.
e) Errada. Uma vez que o marco para contagem de prazo para recorrer não segue o previsto na
alternativa em comento, mas sim o comando do art. 183 do CPC.
Letra d.
( ) O Ministério Público gozará de prazo em quádruplo para manifestar-se nos autos, que
terá início a partir de sua intimação pessoal.
( ) Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
( ) A intimação pessoal do membro da Advocacia Pública far-se-á por carga, remessa ou
meio eletrônico.
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A Fazenda Pública em Juízo
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Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá
início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º .
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações proces-
suais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Apenas a primeira afirmativa está falsa, uma vez que, nos termos do art. 180 do CPC/2015, o
MP goza de prazo em dobro.
Letra c.
a) Errada. Ao contrário do que se afirma, os prazos processuais também devem ser respeita-
dos pela Fazenda Pública, sob pena de preclusão. Afirmativa incorreta.
b) Certa. Nesse sentido, dispõe o art. 183, do CPC/15: “A União, os Estados, o Distrito Federal,
os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
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intimação pessoal. § 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. §
2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expres-
sa, prazo próprio para o ente público”. Afirmativa correta.
c) Errada. Vide comentário sobre a alternativa B. A prerrogativa a eles concedida é de conta-
gem do prazo em dobro e não em quádruplo. Afirmativa incorreta.
d) Errada. Vide comentário sobre a alternativa B. A intimação da Fazenda Pública poderá ocor-
rer por carga, remessa ou meio eletrônico. Afirmativa incorreta.
e) Errada. É certo que a Fazenda Pública faz jus, como regra, à prerrogativa da contagem dos
prazos em dobro. Na contagem do prazo, porém, serão considerados apenas os dias úteis,
nela não se computando, portanto, os dias sem expediente forense, senão vejamos: “Art. 219,
PC/15. “Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão so-
mente os dias úteis”; “Art. 216, CPC/15. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito
forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense”. Afirmativa
incorreta.
Letra b.
Mais uma vez, literalidade da lei. Vou mencionar os artigos item por item.
a) Certa. Nesse sentido dispõe o art. 183, §1º, do CPC/15, a respeito da advocacia pública: “A
intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico”. Afirmativa correta.
b) Errada. Os entes públicos, como regra, detêm a prerrogativa do prazo em dobro para as suas
manifestações processuais, senão vejamos: “Art. 183, caput, CPC/15. A União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público
gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem
terá início a partir da intimação pessoal”. Afirmativa incorreta.
c) Errada. Vide comentário sobre a alternativa B. Se o prazo para interpor o recurso de apelação
é de 15 (quinze) dias (art. 1.003, §5º, CPC/15) – não havendo previsão de prazo específico para
a apelação em mandado de segurança para o ente público – este prazo deverá ser computado
em dobro em seu favor, sendo considerado o prazo de 30 (trinta) dias. Afirmativa incorreta.
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d) Errada. A Lei n. 12.153/09, que regulamenta o rito dos juizados especiais federais, dispõe
em seu art. 7º que “não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a ci-
tação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta)
dias”. Afirmativa incorreta.
e) Errada. Tanto para contestar quanto para recorrer o prazo será contado em dobro para o ente
público. É o que dispõe o art. 183, caput, do CPC/15: “A União, os Estados, o Distrito Federal,
os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
intimação pessoal”. Afirmativa incorreta.
Letra a.
a) Errada. Uma vez que o prazo é contado em dobro, como regra, ou seja, não é necessário que
a lei específica estabeleça essa norma (art. 183 do CPC).
c) Errada. Uma vez que o membro da Advocacia responde quando agir com dolo ou fraude
(culpa não). Vejamos o teor do art. 184 do CPC:
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Art. 183, § 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
e) Errada. Uma vez que o instrumento de transação referendado pela Advocacia Pública é título
executivo extrajudicial. Esse título pode tornar-se judicial se for homologado judicialmente.
Letra b.
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a) Errada. Mais à frente, estudaremos sobre a remessa necessária. Por enquanto, guarde que
quando não for interposta apelação pelo órgão fazendário, o juiz deve ordenar a remessa dos
autos ao tribunal, nos termos do art. 496, §1º.
b) Errada. Os juizados especiais da Fazenda Pública também serão objeto de aula futura. Con-
tudo, já é interessante você memorizar que nas causas regidas pelo rito dos Juizados Espe-
ciais da Fazenda Pública não se aplica a remessa (ou reexame) necessária (art. 11 da Lei
12.153/09).
c) Errada. Mais uma vez, cobra-se a disposição do CPC/1973. Mas como você já sabe, com o
novo CPC não existe mais o prazo em quádruplo!!!
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações proces-
suais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.
e) Certa. Conforme art. 496, §4º, inciso I, do CPC, o qual veremos mais à frente.
Letra e.
As autarquias, por serem constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito público e inte-
grarem a Administração Indireta enquadram-se no conceito de Fazenda Pública e, exatamente
por isto, gozam de todas as prerrogativas processuais a elas aplicáveis.
Errado.
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a) Errada. Uma vez que o parágrafo único do art. 178 determina: “A participação da Fazenda
Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.”
b) Errada. O art. 184 determina: Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressi-
vamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
c) Errada. O Ministério Público deve intervir nos seguintes casos:
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal
da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que
envolvam:
I – interesse público ou social;
II – interesse de incapaz;
III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção
do Ministério Público.
Art. 186, § 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte
patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela
possa ser realizada ou prestada.
Letra d.
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a) Errada. O Ministério Público e a Defensoria Pública (assim como a Fazenda Pública) dis-
põem de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
b) Errada. A prerrogativa de prazo em dobro não se aplica aos Juizados Especiais da Fazenda
Pública.
Lei 12.153/09, Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remes-
sa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a
execução, podendo arguir.
e) Certa. apenas o prazo para informações no mandado de segurança é próprio. No caso de re-
cursos interpostos pela pessoa jurídica de direito público interessada, as regras do artigo 183,
caput, do CPC são aplicáveis, uma vez que não há disposição específica. Assim, a Fazenda
Pública dispõe de prazo em dobro para apresentar eventual recurso no procedimento de Man-
dado de Segurança (seja apelação, agravo de instrumento, agravo interno ou recurso especial/
extraordinário).
Letra e.
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Item I correto, conforme art. 178, parágrafo único, do CPC: “A participação da Fazenda Pública
não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.”
Item II incorreto, uma vez que o art. 219 estabelece que os prazos processuais serão computa-
dos em dias úteis. Assim, considerando que o prazo para oposição dos embargos à execução
fiscal é um prazo processual, deve ser contado em dias úteis. Além disso, o art. 1º lei de exe-
cução fiscal (Lei n. 6.830/80) autoriza a aplicação subsidiária do CPC. Cabe ainda destacar, o
Enunciado n. 23 do FONEF (Fórum Nacional de Execução Fiscal):
Enunciado n. 23
Na execução fiscal, os prazos processuais deverão ser contados em dias úteis, nos
termos do art. 219 do CPC/2015 (Aprovado no II FONEF).
Item III incorreto. O §1º do art. 220 determina: “Ressalvadas as férias individuais e os feriados
instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período pre-
visto no caput. Isso não significa, porém, que a suspensão processual não será aplicada a eles.
O que esse dispositivo quer dizer é que eles devem permanecer exercendo suas atividades,
mesmo que os prazos processuais estejam suspensos. Por isso, o dispositivo faz ressalva à
situação de férias.
Letra a.
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Itens I e II incorretos pelas mesmas razões. Conforme já estudamos, os prazos são em dobro
(não mais em quádruplo), conforme art. 183 do CPC. Por isso, as autarquias e fundações de
direito público não se submetem, nas suas manifestações processuais, aos mesmos prazos
das partes em geral, já que fazem parte do conceito de Fazenda Pública e, portanto, aplicam-se
a elas a prerrogativa do art. 183.
Item III correto, conforme art. 183, §1º, do CPC.
Letra d.
a) Errada. O município tem a prerrogativa de intimação pessoal, a qual é incompatível com a
publicação no órgão oficial (intimação pelo Diário do Judiciário não é considerada intimação
pessoal). O §1º do art. 183 determina: “A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou
meio eletrônico.”
b) Errada. Pelas mesmas razões mencionadas acima, já que a intimação do advogado público
não deve ser feita exclusivamente por remessa dos autos, mas também por carga ou meio
eletrônico.
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c) Errada. O prazo para todas as manifestações processuais é, como regra, em dobro, nos ter-
mos do art. 183 do CPC.
d) Certa. Literalidade do art. 183, §1º do CPC.
e) Errada. Uma vez que autarquias municipais estão abrangidas pelo conceito de Fazenda Pú-
blica, razão pela qual o art. 183 do CPC deve ser aplicado a elas.
Letra d.
Itens I e II incorretos. De fato, se a parte não cumprir os comandos judiciais ou inovar no estado
de fato de bem ou direito litigioso, sua conduta pode ser configurada como ato atentatório à
dignidade da justiça, ensejando a aplicação da multa. Porém, referida regra não se aplica aos
membros da Advocacia Pública. Vejamos:
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de
todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar
embaraços à sua efetivação;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
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§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça,
devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao
responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da
conduta.
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério
Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser
apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
Item III correto, nos termos do art. 85, §19 do CPC: “Os advogados públicos perceberão hono-
rários de sucumbência, nos termos da lei.”
Item IV correto, conforme art. 234, §2º e §4º:
Luciana Lima
e-mail: lucianalimar.professora@gmail.com
Instagram: @lucianalima.lr
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GABARITO
16. d
17. C
18. E
19. d
20. d
21. E
22. E
23. E
24. C
25. c
26. E
27. E
28. e
29. E
30. E
31. E
32. C
33. E
34. b
35. b
36. c
37. d
38. d
39. a
40. d
41. c
42. b
43. a
44. b
45. e
46. E
47. d
48. e
49. a
50. d
51. d
52. b
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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
A Fazenda Pública em Juízo
Luciana Lima
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Henrique Mouta. PEIXOTO, Marco Aurélio Ventura. Poder Público em juízo. 2ª
ed. rev. atual. Salvador: Editora JusPodivm, 2020.
CUNHA, Leonardo Carneiro da. A FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO. 18ª. Edição. Rio de Janeiro:
Forense, 2021.
BARROS, Guilherme Freire de Melo. PODER PÚBLICO EM JUÍZO PARA CONCURSOS. 8ª. Edição.
Salvador: Editora JusPodivm, 2018.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. DIREITO ADMINISTRATIVO. 33ª Edição. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2021.
DIDIER JR, Fredie. CURSO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – VOLUME 1. 18ª. Edição. Salvador:
Editora JusPodivm, 2016.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. CURSO DE DIREITO CONSTITUCIO-
NAL. 10ª. Edição. São Paulo: Saraiva, 2015.
PEREIRA, Hélio do Valle. MANUAL DA FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO. Rio de Janeiro: Renovar,
2003.
MORAES, José Roberto de. Prerrogativas processuais da Fazenda Pública. In: SUNDFELD, Car-
los Ari; BUENO, Cassio Scarpinella (coords.) Direito Processual Público: a Fazenda Pública em
juízo, 2000, p. 69.
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Luciana Lima
Procuradora do Banco Central. Especialista em Direito Processual Civil pela PUC Minas, mestranda em
Direito pelo IDP. Leciona Direito Processual Civil na Universidade do Banco Central e a disciplina Fazenda
Publica em Juízo no Instituto Fórmula. Atualmente, ocupa o cargo de subprocuradora-chefe dos processos
relevantes do Banco Central. Foi advogada do Metrô-DF (aprovada em 1º lugar no concurso) e advogada
da Terracap-DF.
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