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MEDIDAS PARA O ENFRENTAMENTO DA RECORRÊNCIA DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NO

BRASIL

O romance “Vidas Secas, de Graciliano Ramos – escritor brasileiro – retrata a vida miserável
de uma família de sertanejos retirantes, obrigada a fugir da fome e da pobreza. Nesse sentido,
fora do eixo ficcional, é infeliz referenciar a recorrência da insegurança alimentar. Ademais, tal
problemática ascende ao mesmo passo da desigualdade social, bem como resulta da inércia do
Estado. Nesse viés, é ilícita a persistência da conjuntura inóspita da precariedade nutricional.

Sobretudo, é elementar citar a defasagem social como protagonista da ínfima qualidade


alimentícia do Brasil, haja vista que o pouco recurso financeiro é empecilho para efetivação de
uma dieta salutar e equídea. Segundo a Constituição Federal, é dever fundamental da
República Federativa erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais. Contudo, ao
analisar o contexto brasílico, percebe-se claramente o caráter inconstitucional da segregação
alimentar, uma vez que o direito básico cívico é surripiado à medida que fere os princípios
indispensáveis à vida de qualidade do cidadão, constitui, assim, uma nação injusta e carente,
baseada na desumanidade, sentimento retrógado ao progresso social.

Ainda, sob o plano vexatório da desigualdade alimentar, há a ineficiência dos aparelhos


governamentais que deveriam visar a exortação de uma alimentação básica e saudável às
famílias carentes. De acordo com Jean-Jacques Rousseau - eminente filósofo – o contrato
social baseia-se na ideologia da autoridade do Estado e, em contrapartida, o governo deve agir
como promotor dos direitos sociais. Entretanto, paradoxal à ideia do contratualista, o governo
federal é displicente quanto às garantias necessárias à vida do homem, porquanto não há a
responsabilidade com o corpo cívico que deveria constituir uma sociedade saudável e
progressista. Evidencia-se, pois, um país subdesenvolvido e vexatório ao cenário democrático.

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