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DISPOSIÇÕES SOBRE A ETAPA PREPARATÓRIA

DAS LICITAÇÕES DE OBRAS PÚBLICAS

Especialista: Rafael Jardim


O QUE EXISTE DE NOVO SOBRE
- Plano Anual de Contratações
- Gerenciamento de Riscos
- Estudo Técnico Preliminar

MAIS BUROCRACIA?

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MAIS BARATO NENHUM
É PARA O OUTRO

POSSÍVEL! COMPROMISSO
QUALIDADE A
DESEJAR... “QUALIDADE E PREÇO
TANTO FAZ...

O dilema da
compra
MELHOR pública...
QUALIDADE
MELHOR CUSTO POSSÍVEL!
É PRA MIM

BENEFÍCIO! SUPÉRFLUOS!
DESPERDÍCIO!

O DINHEIRO É MEU O DINHEIRO É DE OUTRO

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COMO É NA LEI 8.666/93?

MAIS BUROCRACIA?

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Planejar é obrigatório?

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E O QUE É PLANEJAR

Construção de um plano a otimização do alcance de determinado resultado ou


objetivo, bem como da respectiva alocação de recursos para tal.

É o ato de conceber um planejamento.

O planejamento, na qualidade de instituto do Direito Administrativo, é tarefa


estatal essencial e decorre do princípio da indisponibilidade do interesse
coletivo e da eficiência.
CHAVES, Luiz Claudio de Azevedo. A atividade de planejamento e análise de mercado. Curitiba: Editora JML, 2018.

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Planejamento Resultado
contrato

O QUE GARANTE QUE ATINGIREMOS OS OBJETIVOS DO CONTRATO?

COMO “ADMINISTRAMOS” TAL ALCANCE DE RESULTADOS?

COMO GOVERNAMOS OS RESULTADOS?

A GOVERNANÇA é o conjunto de macroprocessos relacionados à tomada de decisão, definição de


estratégias e controle tendentes a maximizar a chance do alcance eficiente de objetivos
organizacionais, alinhados com determinada missão e estratégia organizacionais.

Objetivos Metas Prestação de contas Avaliação de riscos Fluxo de informações Monitoramento Alçadas decisórias

Comportamentos Expectativa de controle Conformidade normativa Integridade Politica de contratação (...)


ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR

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LEI 8.666/93​
Art. 6º (…)
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos
e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos (...)

DECRETO 10.024/2020​
​Art. 3º (…)
XI - termo de referência - documento elaborado com base nos estudos técnicos
preliminares (...)

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DECISÕES DO GESTOR:

PODER PODER

VINCULADO DISCRICIONÁRIO

COMO PLANEJAR O QUE SERÁ CONTRATADO?


MOTIVAR É
COMPARAR

TODO ATO ADMINISTRATIVO DESTINA-SE A RESOLVER DETERMINADO


PROBLEMA

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OS ESTUDOS PRELIMINARES E OS
ESTUDOS DE VIABILIDADE SÃO A
MOTIVAÇÃO DA CONTRATAÇÃO!

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MOTIVAÇÃO

• Art. 50 da Lei 9.784/97;


• Princípio da prestação de contas;
• Accountability da gestão pública;
• Legitimação do princípio republicano (res
rublica)

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MOTIVAÇÃO

A motivação da contratação é sempre devida, como também o dever de


eficiência e o dever de prestar contas. MESMO QUE DE FORMA SIMPLIFICADA E
PROPORCIONAL AO PRAZO DISPONÍVEL PARA SE RESOLVER O PROBLEMA, tal
meditação preliminar, em viés de planejamento, faz-se necessária.

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OS ESTUDOS PRELIMINARES E O ESTUDO DE VIABILIDADE REPRESENTAM O
EMBRIÃO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO.

TAIS ESTUDOS, EM VERDADE, SÃO O DNA DO PRÓPRIO PLANEJAMENTO, E


CONSEQUENTEMENTE, DA PRÓPRIA CONTRATAÇÃO. SÃO A LÓGICA E O PANO
DE FUNDO DE TODAS AS DEMAIS DECISÕES, ATÉ O FIM DA FASE INTERNA DA
LICITAÇÃO.

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A motivação da contratação é sempre devida, como também obrigatório o seu
planejamento, o dever de eficiência e o dever de prestar contas.

OS ESTUDOS PRELIMINARES, COMO EMBRIÃO DESSE PROCESSO, SÃO IGUALMENTE


OBRIGATÓRIOS, MESMO QUE DE FORMA SIMPLIFICADA E PROPORCIONAL AO PRAZO
DISPONÍVEL PARA SE RESOLVER O PROBLEMA.

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FASE PRELIMINAR À LICITAÇÃO

DECISÃO DE LICITAR

LICITAÇÃO – FASE INTERNA


PUBLICAÇÃO DO EDITAL
LICITAÇÃO – FASE EXTERNA

ASSINATURA DO CONTRATAÇÃO
CONTRATO DIRETA

FASE CONTRATUAL ETAPAS


RECEBIMENTO DEFINITIVO DO PROCESSO DE

FASE POSTERIOR À CONTRATAÇÃO


CONTRATAÇÃO
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Por que uma Instrução
Normativa sobre estudos
preliminares?

POR QUE PUBLICAR A IN 40?

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TÉCNICA ECONÔMICA FINANCEIRA AMBIENTAL

Conjunto de levantamentos e
SOLUÇÃO POSSÍVEL?
estudos análises necessários e
suficientes para se concluir pela
viabilidade da contratação e para a
escolha da melhor solução

ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES ESTUDOS DE VIABILIDADE

IN-ME 40/2020 QUAL A MELHOR?

ECONÔMICA EFICIENTE EFICAZ EFETIVA

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DECRETO 10.024/2019

Art. 3º (...)
IV - estudo técnico preliminar - documento constitutivo da primeira etapa
do planejamento de uma contratação, que caracteriza o interesse público
envolvido e a melhor solução ao problema a ser resolvido e que, na
hipótese de conclusão pela viabilidade da contratação, fundamenta o
termo de referência;

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IN-ME nº 40/2020

Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre a elaboração dos Estudos Técnicos
Preliminares - ETP - para a aquisição de bens e a contratação de serviços e obras,
no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, e
sobre o Sistema ETP digital.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Instrução Normativa, considera-se ETP o
documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação
que caracteriza determinada necessidade, descreve as análises realizadas em
termos de requisitos, alternativas, escolhas, resultados pretendidos e demais
características, dando base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto
básico, caso se conclua pela viabilidade da contratação.

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ETP
• Primeira etapa da contratação
• Caracteriza determinada necessidade
• Descreve as seguintes análises da contratação:
• requisitos;
• alternativas;
• escolhas;
• resultados pretendidos;
• demais características
• Base do anteprojeto/termo de referência/projeto básico
• Conclui pela viabilidade da contratação

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A IN 40 se aplica a
quais objetos de
contratação?

IN-ME 40/2020
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IN 40/2020 • A norma aplica-se a:
• aquisição de bens; (não existia norma
específica)
• contratação de serviços (havia previsões na IN
05/2017)
• contratação de obras (não existia norma
específica. A IN 40 vale apenas quando não
houver lei ou regulamentação específica
dispondo de forma diversa).

As contratações de soluções de tecnologia da


informação não estão no escopo da norma!
Deve-se seguir as regras específicas da IN SGD nº 1, de 4
de abril de 2019.
https://www.comprasgovernamentais.
gov.br/index.php/faq-etp 24
Qual deve ser o conteúdo
dos ETP, segundo a IN nº
40/2020

IN-ME 40/2020
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Elementos obrigatórios

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QUAIS AS NOVIDADES?

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES

CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da


legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação
de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo,
da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do
desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do
Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro).

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Art. 11 (...)
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável
pela governança das contratações e deve implementar processos e
estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar,
direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos,
com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo,
promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das
contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e
promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.

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CAPÍTULO II DA FASE PREPARATÓRIA
Seção I
Da Instrução do Processo Licitatório

Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo


planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual
de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre que
elaborado, e com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as
considerações técnicas, mercadológicas e de gestão que podem interferir
na contratação, compreendidos:

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I – a descrição da necessidade da contratação fundamentada em estudo
técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido;
II – a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por meio de
termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo,
conforme o caso;
III – a definição das condições de execução e pagamento, das garantias
exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV – o orçamento estimado, com as composições dos preços utilizados
para sua formação;
V – a elaboração do edital de licitação;
VI – a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que constará
obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;

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VII – o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços ou de
execução de obras e serviços de engenharia, observados os potenciais de
economia de escala;
VIII – a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo de disputa e
a adequação e eficiência da forma de combinação desses parâmetros, para os
fins de seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais
vantajoso para a Administração Pública, considerado todo o ciclo de vida do
objeto;
IX – a motivação circunstanciada das condições do edital, tais como justificativa
de exigências de qualificação técnica, mediante indicação das parcelas de
maior relevância técnica ou valor significativo do objeto, e de qualificação
econômico-financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento das
propostas técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou
técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à participação de
empresas em consórcio;
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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

XX – estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira


etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse
público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao
termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se
conclua pela viabilidade da contratação;

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

Art. 11 (...)
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput deste artigo deverá
evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução, de modo a permitir a
avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação, e conterá os seguintes
elementos:
I - necessidade da contratação, considerado o problema a ser resolvido sob a perspectiva
do interesse público;
II - demonstração da previsão da contratação no plano de contratações anual, sempre
que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o planejamento da
Administração;
III - requisitos da contratação;

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das memórias de


cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem interdependências com
outras contratações, de modo a possibilitar economia de escala;
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas possíveis, e
justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a contratar;
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários referenciais,
das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que poderão constar de
anexo classificado, se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão da
licitação;
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à
manutenção e à assistência técnica, quando for o caso;
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da solução;

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor


aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou financeiros disponíveis;
X - providências a serem adotadas pela Administração previamente à celebração do
contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados para
fiscalização e gestão contratual;
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII - possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras, incluídos
requisitos de baixo consumo de energia e de outros recursos, bem como logística reversa
para desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o atendimento
da necessidade a que se destina.

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os elementos previstos nos


incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste artigo e, quando não contemplar os demais
elementos previstos nesse parágrafo, apresentar as devidas justificativas.

§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação de obras e serviços


comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de prejuízos para aferição dos
padrões de desempenho e qualidade almejados, a possibilidade de especificação do
objeto poderá ser indicada apenas em termo de referência, dispensada a elaboração de
projetos.

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1, DE 10 DE
JANEIRO DE 2019 (Atualizada)

Dispõe sobre Plano Anual de Contratações de


bens, serviços, obras e soluções de tecnologia da
informação e comunicações no âmbito da
Administração Pública federal direta, autárquica e
fundacional e sobre o Sistema de Planejamento e
Gerenciamento de Contratações.

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

Art. 12 (...)
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput deste artigo deverá
ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial e será
observado pelo ente federativo na realização de licitações e na execução dos contratos

AFINAL, A ELABORAÇÃO DO PAC É OU NÃO OBRIGATÓRIA?

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NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo planejamento e


deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual de que trata o inciso VII do
caput do art. 12 desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem
como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e de gestão que podem
interferir na contratação, compreendidos:
(...)
X – a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e a boa
execução contratual;

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OBRIGADO!

#VEMPRACON

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